A Vida Espiritu. Carlos José Soa ARTE. CULTURA. DESENVOLVIMENTO SOCIAL. occultura.xpg.uol.com.br *

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1 ARTE. CULTURA. DESENVOLVIMENTO SOCIAL. occultura.xpg.uol.com.br * O Texto disc comportament humano em re espiritualidade. A busca por fenô respostas. A b conhecimento, co segundo plano, q interesses pesso material ultrapassa bom sens Revisão Literária de Nonata Soares A Vida Espiritu Uma Obra Tea Carlos José Soa Casé

2 O Texto discute o comportamento do ser humano em relação à espiritualidade. A sua infinita busca por fenômenos e respostas. A base do conhecimento, colocada em segundo plano, quando os interesses pessoais a nível material ultrapassa o limite do bom senso. E declarações de Espíritos em evolução. (As falas entre parênteses significam palavras de passagens de outras vidas, vividas pelos personagens.). Dois espíritos conversam sobre a vida e morte. Todas as controvérsias. As alegrias, tristezas e as mais diversas e conturbadas emoções sobre os sentidos da vida eterna. A divisão entre a Terra e o Céu. O conteúdo dos caminhos... De cada caminho exposto no coração de cada um.

3 - Não! Eu não tenho como suportar essa distância. Passar anos e anos sem ter qualquer notícia. Por que precisa ser assim? Eu sinceramente não vejo motivo algum para tanto. Eu estou farto... Literalmente farto de tudo. Eu preciso sair e beber um pouco! - Eu gostaria de saber meu nobre amigo e aluno... Onde vai beber? E exatamente o quê pretende beber? Eu não vejo muito motivo para sair assim deliberadamente sem qualquer tipo de razão? - Ah! Eu não sei... Se eu fosse apenas um amigo... Ou aluno. Eu preciso ver as pessoas. Conversar. Professor, eu gostaria muito que o senhor me entendesse. Eu precisaria fortemente que o senhor aliviasse os meus sentidos. Eu preciso do vento. Literalmente. Sabe? Poder andar pelo calçadão avistando mar. Àquele cheiro de alegria, de esperança... Àquele nítido perfume de amor,

4 rondando a minha mente esfuziante... Só que eu mesmo não tenho mais essas sensações. Então, para mim... A vida acabou. Na verdade, eu não tenho vontade de mais nada! Literalmente. Queria poder me dar ao luxo de parar, de desistir... Porém, existe uma inquietude básica. - Meu querido e nobre aluno. Nem tudo na vida é como a gente quer... Eu não tenho mais como lhe explicar isso. Isso é matéria dada e repetida. Basta que tenha um sentimento maior dentro do coração, que possa lhe incentivar a seguir. Não pode parar. (- Eu precisava mesmo saber de tudo. Não gostaria que tudo passasse em vão. Eu preciso encontrar uma explicação para tudo isso). - E porque eu não posso parar? Onde está escrito, que eu não posso parar? Por que eu preciso viver aprisionado... Não tenho motivo

5 algum para não desistir. É um direito meu e eu quero! - De fato. Literalmente. Mas, é bom lembrar que todas as escolhas trazem consequências. Você já se enganou o suficiente. Não precisa ficar se condenando, mas é preciso que pense. E muito! Você já abriu mão muitas vezes de muitas coisas, principalmente pelo fato de não ter disposição ou mesmo coragem. - Nada! A vida nem sempre é mesmo consoladora. Existem momentos que se precisa recuar. - Mas, sempre? Não! (- Ah! Meu Deus! A minha mãe morreu! O que eu posso fazer? Literalmente nada!).

6 - Professor, eu estou farto! Será que não pensa em mim? Será que não observa o quanto eu estou desesperado? Sabe? Eu estou chegando à conclusão que para se viver é preciso se esquecer. Daí se vive melhor! Pronto! Para quê amar? Para quê sonhar? Para quê? - Para quê trabalhar? ( - Eu prefiro calar a minha dor. Eu sinto muito ódio. Eu fui usado, maltratado, humilhado, deixado de lado... ). - Não! Isso é tolice. O trabalho tem um motivo. A sobrevivência. O dia a dia! (- Mas, quem sabe mesmo quem é eu...).

7 A Vida Espiritual - Apenas isso? - Sim... Apenas isso! Quer me dizer que o trabalho é edificante? Claro que é... E justamente porque traz... Ou, deveria trazer dignidade. Mas, também é tudo tão relativo, que a própria dignidade fica transtornada pela busca incessante de prazeres e rendimentos. (- Na verdade, eu buscava entender o meu irmão. Contudo, ele me odiava tanto, que preferiu me matar a ter que calar a dor que sentia por não ser mais a caçula.). - Talvez. Mas, quanto a isso, precisamos ter consciência do que cada um representa em seu tempo e espaço. Ou seja, nem tudo é como se vê. O feio pode ser lindo e o lindo pode ser assustadoramente monstruoso.

8 - Mas isso, só me faz sofrer mais! Daí é que eu fico indagando os meus absurdos... Não tenho medo nem coragem... Mas, sim anulação. Essa é a palavra. E o sentimento também. Eu me sinto nulo diante da vida, da espiritualidade. E então, eu pergunto com sensibilidade extrema... Onde está Deus? (- Eu andava como uma folha caindo da árvore. Depois, eu acabei descobrindo que a vida nada mais é do que um susto.). - Não envolva Deus em tudo isso. (- Eu sei que já vendi muitos doces. Mas, hoje a minha vida é amarga. Que saudades eu sinto do tempo que eu era um príncipe!).

9 - Mas, como assim? Ele já está envolvido em tudo isso... Afinal, foi Ele quem criou o mundo, as pessoas, os sentimentos, as dúvidas, as neuroses, a felicidade, a dor, a esperança e o medo também. (- Eu sempre amei o Natal. Aliás, as festas de final de ano. Mas, sempre foi tudo tão problemático!). - Não. Deus só criou o belo. (- Nada! Apenas uma ilusão!). - Isso não é verdade. Ele criou o mal também. E isso é claro na Bíblia. Mas, eu não sei em qual capítulo e versículo... Qual seria meu Deus! Qual? - Chega! As coisas não podem ser assim. Chega disso! Eu estou cansado. Farto mesmo de tudo isso. Eu não quero ficar deliciando os absurdos da vida e de Deus, através da sua transparência

10 neurótica e infinita. (-Eu não quero ficar aqui preso, eternamente!). - Mas como assim? E a objetividade da nossa conversar? Aceita um café? - Não! Eu não quero tomar café. Absolutamente. A verdade é concreta exatamente no momento que ela se torna abstrata. Não observa isso? - Não penso dessa forma. Não penso mesmo. Eu acho que temos que ser direto em tudo o que pensamos e somos. Eu não me importo com o engano. Eu me importo sim, com a mentira. Ela me alucina. E me tira do sério! (- Eu sou um rapaz simples. Triste. Não sabia exatamente o que fazer).

11 A Vida Espiritual - Ah! A mim também. Mas, isso não faz de ninguém melhor. Ou seja, você não é melhor que ninguém apenas por odiar a mentira. Isso não existe. - Verdade. Você tem razão. Eu acho mesmo que nada é melhor que nada. Ninguém melhor que ninguém. Enfim... Tudo é falso e mentiroso, afinal! - Eu preciso que você me conte tudo. Literalmente tudo sobe você e a sua família... Eu preciso saber quem foi você. Eu quero saber de tudo. - Qualquer exposição da minha vida agora, não acrescentaria qualquer termo favorável.

12 A Vida Espiritual - E em sua opinião as consequências seriam mortais? - Nem tanto! Mas o seu comportamento me assusta. - Eu tenho alucinações crônicas. - E daí? - E dai que eu vivo dormindo. E quando consigo despertar, eu desperto assustado. (- Eu preciso morrer! Eu simplesmente preciso morrer!).

13 - Você parece estar saindo de um estado de coma eterno. - Hoje eu estou de muito mal humor... (- Que moça encantada... Ela parecia vir dos ventos! Era um verdadeiro dilúvio que eu começara a viver!). - Talvez eu também esteja de mau humor. Não estou morrendo de alegria... Nem pulado o tempo todo por qualquer euforia. - As pessoas falam muito de traumas. Vivem em depressão. Mas, na verdade, não sabem o que são traumas... - Eu não tive filhos. (- Tive tantos filhos que nem pude contar.).

14 - Nem eu... (- Mas, eu passei a viver a fantasia de ser pai... Um dia!). - E por que acha que isso acontece? - O quê? Não ter filhos? Isso é normal. - Acho que nem tanto. As pessoas se cobram muito. Parece que as pessoas nascem para ter filhos... Tão somente. - Acha que a vida se limita a isso?

15 - Claro que não. Mas, eu me sinto como se tivesse violado a natureza. - Delicado isso. - Eu também acho? - Um dia morreremos. - E renasceremos também. - Acha mesmo que isso acontece?