A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR NA GERAÇÃO DE ENERGIA EM TERMELÉTRICAS RESUMO
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- Laís Fragoso Ramalho
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1 A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR NA GERAÇÃO DE ENERGIA EM TERMELÉTRICAS Amábili Sierra Fernandes Emiliana Ridolphi Miguel RESUMO A cogeração de energia elétrica a partir da queima do bagaço da cana-de-açúcar tem se tornado uma alternativa nos dias de hoje, pois reduz os impactos ambientais e disponibiliza energia elétrica a custos reduzidos, além de se tratar de uma energia limpa e renovável, a qual pode ser utilizada para produzir energia através de uma usina termelétrica, gerando vapor através da biomassa. Devido um mercado mais competitivo, algumas usinas buscam novos caminhos para garantir a remuneração do capital investido, como por exemplo, as usinas de açúcar e álcool que utilizam o bagaço para gerar sua própria energia e, se for o caso, vender o excedente. Para isso, a automação industrial em uma usina é pré-requisito no processo de geração de energia elétrica, pois problemas tendem a ser contornados pelo desenvolvimento, aplicação, aprimoramento e investimento de novas e eficientes tecnologias, visando maior produtividade, ao menor custo e com maior qualidade. Palavras-chave: Energia elétrica; Cogeração; Bagaço de cana-de-açúcar; Termelétrica 1. INTRODUÇÃO O tema abordado neste artigo é a importância da utilização do bagaço de cana-de-açúcar na geração de energia em termelétricas, o que nos dias de hoje, é significativo para o meio ambiente por se tratar de energia limpa e renovável. São consideradas fontes não-renováveis aquelas que podem se esgotar em virtude de serem utilizadas em grande velocidade e quantidade em relação ao seu tempo natural de reposição na natureza. Por outro lado, as fontes renováveis são aquelas cuja reposição pela natureza é bem mais rápida do que sua utilização, como as águas dos rios, sol, ventos e, cujo manejo pelo homem pode ser efetuado de forma compatível com a necessidade de sua utilização energética, como é o caso da cana-de-açúcar (bagaço). Tal fonte renovável pode ser utilizada para a produção de energia elétrica através de uma usina termelétrica, gerando vapor através da biomassa.
2 A geração de energia através de termelétricas tem sido uma boa alternativa para compensar os períodos sazonais, ou seja, quando os níveis dos rios baixam e consequentemente a capacidade geradora de uma usina hidrelétrica fica comprometida. Então, lança-se mão da opção termelétrica, que independe das condições acima. O custo de construção de uma UTE (Usina Termelétrica) é mais barato que o de uma usina hidrelétrica, no entanto, os seus custos de manutenção ao longo de sua vida operacional excedem aqueles que serão aplicados numa unidade hidráulica. Os ciclos mais desenvolvidos para geração termelétrica são: caldeira geradora de vapor e o turbogerador a vapor. O fluído que irá mover a turbina é o vapor produzido numa caldeira de pressão. No interior da caldeira há a zona de combustão ou fornalha, onde o combustível queimará e assim aquecerá a água no interior dos tubos da parede d água. Este vapor será coletado no topo da caldeira e através de tubulações será conduzido até a turbina, o qual sob alta pressão e temperatura se expandirá e movimentará as palhetas da turbina. Nas últimas décadas, as usinas passaram a adotar diferentes estratégias competitivas e novas formas de organização e administração da produção. As empresas deixaram de apenas fabricar açúcar e segmentaram a produção e a distribuição e o aproveitamento de seus subprodutos como o bagaço da cana-deaçúcar. A cogeração também promove benefícios econômicos, pois o bagaço não teria utilidade e ficaria depositado na natureza esperando a decomposição. Com isso, reduz perdas melhorando o abastecimento de energia, contribuindo para que não falte o recurso em determinadas épocas do ano, pois as fontes são diversificadas. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Conceito de energia elétrica Conforme informações contidas no site Wikipédia (2011) a energia elétrica é uma forma de energia baseada na geração de diferenças de potencial elétrico de dois pontos, que permitem estabelecer uma corrente elétrica entre ambos. Mediante a transformação adequada é possível obter que tal energia mostrese em outras formas finais de uso direto como, em forma de luz, movimento ou calor, segundo os elementos da conservação da energia. É uma das formas de energia que o homem mais utiliza na atualidade, graças a sua facilidade de transporte e baixo índice de perda energética durante conversões. A energia elétrica é obtida principalmente através de termelétricas, usinas hidrelétricas, usinas eólicas e usinas termonucleares. 2.2 Como a energia elétrica é gerada? Segundo consta no site do ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico (2011), a energia elétrica pode ser gerada através de fontes renováveis de energia como, a força das águas e dos ventos, o sol e a biomassa, ou não renováveis, que 2 de 12
3 são os combustíveis fósseis e nucleares. No Brasil, devido ao grande número de rios, a eletricidade é produzida (mais de 90%) por geração hidrelétrica, mas é gerada também em termelétricas que utilizam a fissão nuclear, carvão mineral e óleo combustível. 2.3 Como a energia elétrica chega aos consumidores? A energia elétrica é transportada das usinas através das linhas de transmissão existentes em todo o território nacional chegando aos consumidores por redes de distribuição, que são o conjunto de postes, cabos e transformadores que levam a eletricidade até as residências, indústrias, hospitais, escolas, etc. (ONS, 2011) Figura 1 Linha de Transmissão Fonte: A termelétrica e seus processos Uma UTE, ou simplificando, Usina Termelétrica, é uma instalação industrial usada para geração de energia elétrica a partir da energia liberada em forma de calor, normalmente por meio da combustão de algum tipo de combustível renovável ou não renovável. (WIKIPÉDIA, 2011) 2.5 Como é produzida a energia em termelétricas? A termeletricidade é produzida por um gerador e transportada até os locais de consumo por linhas de transmissão. O gerador é impulsionado pela queima de um combustível. Ao queimar, o combustível aquece uma caldeira com água, produzindo vapor com uma pressão tão alta que move as pás de uma turbina, que por sua vez aciona o gerador. (ONS, 2011) O vapor é resfriado em um condensador a partir de um circuito de água de refrigeração, e não entra em contato direto com o vapor que será convertido outra vez em água, que volta aos tubos da caldeira, dando início a um novo ciclo. (WIKIPÉDIA, 2011) 3 de 12
4 Qualquer produto capaz de gerar calor pode ser usado como combustível, do bagaço de diversas plantas aos restos de madeira. Os combustíveis mais utilizados são: óleo combustível, óleo diesel, gás natural, urânio enriquecido e o carvão mineral. (ONS, 2011) Figura 2 Funcionamento da Termelétrica Fonte: Conforme a figura 2 observa-se que: a) esteiras de bagaço: direcionam o bagaço de cana-de-açúcar para a caldeira na proporção ideal para a queima; b) osmose: trata a água que é destinada para a caldeira através de um processo chamado osmose reversa, onde é obtida a redução dos minerais indesejáveis causadores de incrustações nas tubulações; c) caldeira: possui dutos de água, a qual vem da osmose já tratada para que não haja nenhum problema como enferrujar as tubulações. O bagaço que é jogado dentro da caldeira é queimado e o calor da queima faz com quem a água que está nos dutos se transforme em vapor, o qual passa pelo tubulão de vapor direto para a turbina; d) turbina: a turbina é acionada com a chegada do vapor, o qual possui pás e estas por sua vez ao entrar em funcionamento, aciona o gerador; e) gerador: como o próprio nome já diz, o gerador gera a energia e, através de fios e cabos, leva essa energia direto para o transformador; f) transformador: direciona a energia para as linhas de transmissão, as quais distribuem a energia para a cidade; g) condensador: como o vapor que esta no gerador somente aciona as pás, depois ele vai para o condensador para que volte ao estado líquido e assim continue o ciclo. Como esta água já foi tratada, não há necessidade de passar novamente pela osmose e então assim, retorna direto para os dutos da caldeira; 4 de 12
5 h) chaminé: a queima do bagaço gera gás carbônico, oxigênio, outros tipos de gases e fuligem, sendo que os 3 primeiros saem pela chaminé e o último, vai para o lavador de gases para que não saia pela chaminé e assim polua o meio ambiente. (Os autores, 2011) 2.6 Tipos de UTE Conforme informações contidas no site Wikipédia (2011), há vários tipos de usinas termelétricas, sendo que os processos de produção de energia são praticamente iguais, porém com combustíveis diferentes. Alguns exemplos são: a) usina a óleo combustível; b) usina a gás; c) usina a carvão; d) usina nuclear; e) usina a biomassa. 2.7 Definição de cogeração de energia elétrica Segundo informações contidas no site da COGEN - Associação da Indústria de Cogeração de Energia (2011), a cogeração é a produção simultânea e de forma sequenciada, de duas ou mais formas de energia a partir de um único combustível. O processo mais comum é a produção de eletricidade e energia térmica (calor ou frio) a partir do uso de gás natural e/ou de biomassa, entre outros. Os primeiros sistemas de cogeração instalados ao redor do mundo datam da primeira década do século XX. Nessa época, era muito rara a produção centralizada de energia elétrica. Ainda não existiam as grandes centrais geradoras pela inexistência de uma tecnologia eficiente. Era comum o próprio consumidor de energia elétrica instalar sua própria central de geração de energia. Esta situação perdurou até a década de 40. Com o avanço da tecnologia surgiram novos conceitos de geração e de interligação de sistemas elétricos, otimizados de forma centralizada que, com o apoio das grandes centrais (hidrelétricas e termelétricas nucleares, carvão, gás natural e óleo combustível), conseguiam fornecer energia abundante e de baixo custo. Os sistemas de cogeração foram então, gradualmente, perdendo participação no mercado. No entanto, nas últimas décadas os setores energéticos passaram a conviver com crises sistêmicas, relacionadas com as dificuldades dos governos criarem condições políticas e econômicas para manter a estabilidade regulatória necessária para atrair fluxos regulares de recursos para investimentos e assegurar mecanismos que facilitem as exigências dos longos processos de licenciamento ambiental dos projetos, para assegurar o abastecimento de energia elétrica, em quantidade e qualidade compatível com o ritmo de crescimento econômico. Por outro lado com o aumento sustentado da demanda de energia elétrica, complementado com as exigências crescentes do mercado por melhoria da qualidade do fornecimento para corresponder com o avanço da robotização da economia, principalmente, a massificação do uso de computadores e da internet, os grandes sistemas centralizados de geração de energia passaram a ser exigidos em novas condições de operação e começaram a dar sinais de vulnerabilidade. 5 de 12
6 Essa tendência vem fortalecendo opiniões e promovendo decisões em favor da criação de oportunidade para o avanço dos sistemas de geração distribuída, através do qual os clientes finais (indústria, comércio e serviços), utilizando fontes de energia primária disponíveis (biomassa e/ou gás natural), produzem, consomem e administram as suas necessidades de energia elétrica e térmica, com fatores de eficiência energética e de custos posicionados conforme a visão estratégica dos seus empreendedores. 2.8 Objetivo da cogeração de energia De acordo com Lopes e Brito (2009), a cogeração de energia tem-se como objetivo reforçar a importância do conceito de cogerar, que leva a pensar que muitas coisas descartáveis e inutilizáveis podem ser reutilizadas como fontes renováveis chegando até 100% de aproveitamento. Nos meses de seca, por exemplo, usando-se o sistema de cogeração de energia através da queima do bagaço de cana-de-açúcar, pode haver um equilíbrio na natureza. Como geralmente a energia elétrica usada vem das águas, na seca são necessárias alternativas para geração de energia elétrica para que não haja um apagão, igual ao acontecido em 2002, e também para não afetar o meio ambiente. 2.9 A cogeração e a inovação tecnológica Vian (2003) afirma que existe uma crescente necessidade de cogeração de energia, para o qual o bagaço da cana-de-açúcar é uma excelente alternativa. Em face de um mercado mais competitivo, algumas usinas buscam novos caminhos para garantir a remuneração do capital investido. Apareceram as estratégias de especialização e o aumento da produtividade das unidades industriais. Essas empresas investiram na automação industrial, o qual é um controle automático dos processos, ou seja, o que era feito manualmente passa a ser feito automaticamente por softwares e equipamentos modernos, visando a melhoria contínua dos processos e evitando perdas. Esse tipo de melhoria é fundamental para o aproveitamento do bagaço de cana utilizado na cogeração de energia elétrica. A empresa Smar, de Sertãozinho-SP, é uma das principais fornecedoras de equipamentos de automação industrial do país. A automação em uma usina é prérequisito essencial para a cogeração, pois ela precisa reduzir as paradas e melhorar a eficiência do uso industrial do vapor a fim de que sobre mais bagaço para a queima. O potencial imediato de cogeração de energia das usinas é muito heterogêneo, cerca das 40 usinas do Estado têm MW de energia disponível a partir da biomassa, sendo que o potencial de cogeração varia entre 0,3 e 30 MW por unidade Diversificação da cogeração de energia em usinas de açúcar e álcool A diversificação para a cogeração de energia pode ser apontada como a melhor alternativa para as usinas de açúcar e álcool. Esta nova atividade também exige o desenvolvimento e plantio de variedades de cana-de-açúcar com alto teor d 6 de 12
7 sacarose e de fibra para maximizar a produção de açúcar e álcool, gerando maior excedente de bagaço para a cogeração de energia. (VIAN, 2003) Conforme Ferreira et al. (2010), em uma usina de açúcar e álcool a energia mecânica pode ser utilizada na forma de trabalho para o acionamento de moendas ou transformada em energia elétrica através de gerador de eletricidade, sendo a energia térmica utilizada como fonte de calor no processo industrial de fabricação de açúcar e/ou álcool. Mesmo com uma ampla utilização do bagaço da cana atualmente, ainda há excedente, e com isso, o objetivo era queimar o máximo de bagaço nas caldeiras, mais que o necessário, para que não houvesse sobras no processo de cogeração. As unidades produtivas sucroalcooleiras são praticamente autossuficientes em energia, assim, as diversas medidas capazes de aumentar a produção de energia elétrica promoveriam a importante função de geração de excedentes de energia para o setor elétrico. E é neste cenário de novas possibilidades de geração de energia que o setor sucroalcooleiro se insere, no sentido de aproveitar a oportunidade para diversificar ainda mais o seu portfólio de produtos. (FERREIRA et al. 2010) 2.11 Fonte de energia renovável A energia renovável é aquela que é obtida de fontes naturais capazes de se regenerar, e portanto inesgotáveis, ao contrário dos recursos não-renováveis. São conhecidas pela imensa quantidade de energia que contêm, e porque são capazes de se regenerar por meios naturais. (WIKIPÉDIA, 2011) Há diversas fontes para se ter a energia renovável e pode-se chamá-la de energia limpa. Conforme dados do IBGE, em 2007 houve um crescimento de 5,4% na oferta interna de energia no Brasil. O bagaço de cana-de-açúcar é a segunda fonte mais importante no mercado brasileiro perdendo apenas para o petróleo. O uso da energia renovável é na sua maioria mais rentável e mais vantajosa: todas as energias consideradas renováveis são poluentes e isso é fato, mas menos poluentes que outras fontes de energia consideradas não- renováveis. (LOPES; BRITO, 2009, p 43-44) A técnica da energia renovável foi criada para solucionar a crise energética que alguns países já vêm passando há muitas décadas e para ajudar no meio ambiente reciclando matérias. (LOPES; BRITO, 2009, p 45) Biomassa De acordo com Lopes e Brito (2009), biomassa é um termo amplo. Faz-se gerar energia ecologicamente através de plantas reaproveitadas para geração de energia. A biomassa produz energia através do processo de combustão, por material orgânico acumulado no ecossistema. Ela permite aproveitamento de resíduos de outros materiais, como por exemplo, a cana-de-açúcar. Através de um longo processo, tem-se o bagaço de cana-de-açúcar, que é reciclável e pode gerar eletricidade. Os elementos considerados como biomassa são vários: a) bagaço de cana-de-açúcar; b) pó de serra; 7 de 12
8 c) papel já utilizado, galhos e folhas decorrentes da poda de árvores em cidades ou casas; d) casca de arroz; e) capim-elefante. Segundo informações extraídas do site da ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica (2011), embora ainda muito restrito, o uso de biomassa para a geração de eletricidade tem sido objeto de vários estudos e aplicações, tanto em países desenvolvidos como em países em desenvolvimento. Entre outras razões, estão a busca de fontes mais competitivas de geração e a necessidade de redução das emissões de dióxido de carbono. Uma das principais vantagens da biomassa é que, embora de eficiência reduzida, seu aproveitamento pode ser feito diretamente, por intermédio da combustão em fornos e caldeiras. Para aumentar a eficiência do processo e reduzir impactos socioambientais, tem-se desenvolvido e aperfeiçoado tecnologias de conversão mais eficientes, como a gaseificação e a pirólise, também sendo comum a cogeração em sistemas que utilizam a biomassa como fonte energética O bagaço da cana-de-açúcar como fonte alternativa para a produção de energia Figura 3 Monte de bagaço de cana-de-açúcar Fonte: Da cana-de-açúcar tudo pode ser aproveitado e o bagaço extraído dela pode servir para diversas coisas, dentre as quais podemos destacar sua utilidade para fabricação de papelão, construção civil, fertilizante, ração animal e na geração de energia elétrica. Muitas usinas de açúcar e álcool têm hoje, em sua grande maioria, a geração de energia própria, não necessitando assim de outro combustível senão do bagaço, o qual é produzido pelo processo da própria indústria sucroalcooleira. O bagaço da cana-de-açúcar é de tanta utilidade e com aplicação econômica tão importante que quase não pode ser mais considerado como resíduo como era tachado no passado. (LOPES; BRITO, 2009) A cana-de-açúcar, que dá origem ao bagaço, é composta por duas partes: líquida e sólida, onde na líquida tem a maior concentração de sacarose e o caldo 8 de 12
9 passa por processos para se tornar açúcar. Da celulose podem ser retirados moléculas de glicose e ela é constituída de açúcares que também se unem em longas cadeias. Um dos tipos de açúcares encontrados nela é a lignina, que é uma fibra que passa por processos até virar bagaço. O bagaço propriamente dito está pronto para poder cogerar quando essa fibra sai da moenda a fibra depois de longo processo então dá origem ao bagaço, passa pela queima e gera energia. (LOPES; BRITO, 2009) As vantagens da geração de energia por meio do bagaço da cana-deaçúcar O bagaço da cana-de-açúcar é uma fonte de energia renovável, é uma forma de autossustentabilidade. Havendo a cogeração, o bagaço da cana não fica jogado no solo entregue a natureza, podendo trazer doenças, pois são restos de lixos em processo de decomposição. Em relação a outras fontes mais poluentes, a cogeração do bagaço é a que menos polui: na cogeração não há poluição de rios e lagos, pois este bagaço não chegará em água corrente e não deixará resíduos agrícolas e sólidos que atrapalhem o solo. Conforme informações já citadas anteriormente neste artigo, o bagaço pode ser aproveitado para diversas coisas além da geração de energia, como fabricação de papelão, construção civil, fertilizante e ração animal. (LOPES; BRITO, 2009) As desvantagens da geração de energia por meio do bagaço da canade-açúcar O processo de cogeração de energia elétrica através do bagaço da cana-deaçúcar tem poucas desvantagens em comparação a outros métodos de geração de energia. Para cogerar através do bagaço é necessário que haja queima, onde nesse processo é liberado na atmosfera o dióxido de carbono, processo este que apresenta menor percentual de poluição. Uma das desvantagens da cogeração é que o calor só pode ser usado perto do centro produtor, devido à maior dificuldade no transporte da energia térmica (perdas térmicas nas tubagens), o que limita estas instalações a unidades relativamente pequenas se comparadas com as centrais térmicas convencionais. (LOPES; BRITO, 2009) 2.12 Impactos Ambientais As vantagens e desvantagens desse tipo de energia Como vários tipos de geração de energia, a termoeletricidade também causa impactos ambientais - contribuem para o aquecimento global através do efeito estufa e da chuva ácida. A queima de gás natural, por exemplo, lança na atmosfera grandes quantidades de oxidantes e redutores, que se entrar em contato com o ser humano, pode acarretar doenças como diarréia. Além de ser um combustível fóssil que não se recupera. O Brasil lança por ano 4,5 milhões de toneladas de carbono na atmosfera, com o incremento na construção de usinas termelétricas esse indicador chegará a 16 milhões. (WIKIPÉDIA, 2011) 9 de 12
10 Porém, como afirma Ferreira et al. (2010), a produção de energia a partir do bagaço de cana, quando gerenciada com cuidados ambientais, tende a ser melhor aceita por ser renovável, de caráter sustentável, com resíduos reaproveitáveis e de inserção adequada na questão de emissões de gases do efeito estufa. Ambientalistas representantes de organizações não governamentais tais como a SOS Mata Atlântica e Greenpeace, aprovaram a produção de energia através do bagaço da cana-de-açúcar, a considerando adequada, pois a mesma possibilita a captura do dióxido de carbono (CO2) emitido no processo de geração de energia com o próprio cultivo da cana através da fotossíntese, pois ela é uma das plantas mais eficientes na realização deste processo, ou seja, possui grande capacidade de fixar e capturar CO2. CONCLUSÃO Atualmente, o recurso de maior potencial para geração de energia elétrica no país é o bagaço de cana-de-açúcar. A entrada de investimentos em capacidade instalada para geração de energia proveniente de fontes renováveis, como a biomassa, gera maior flexibilidade, além de reduzir os impactos ambientais, proporcionar a autossuficiência e disponibilizar energia elétrica a custos reduzidos. O setor sucroalcooleiro já percebeu a oportunidade de utilização de resíduos de biomassa para a produção de energia elétrica e a emprega para seu próprio consumo e também para exportação a partir da cogeração. A alta produtividade alcançada pela lavoura canavieira, acrescida de ganhos sucessivos nos processos de transformação da biomassa sucroalcooleira, tem disponibilizado enorme quantidade de matéria orgânica sob a forma de bagaço nas usinas e destilarias de cana-de-açúcar, interligadas aos principais sistemas elétricos. A queima de resíduos da cana-de-açúcar produz a liberação de carbono na forma de CO2, entretanto, no balanço do caso de biomassa, o resultado é praticamente nulo, pois através da fotossíntese, a biomassa queimada é reposta no ciclo seguinte da cultura. A médio e longo prazo, a exaustão de fontes não-renováveis e as pressões ambientalistas poderão acarretar maior aproveitamento energético da biomassa, já que atualmente vem sendo cada vez mais utilizada na geração de eletricidade, principalmente em sistemas de cogeração e no suprimento de eletricidade para altas demandas e períodos sazonais. Um dos principais entraves ao maior uso da biomassa na geração de energia elétrica são os custos relativamente altos de produção e transporte e, de um modo geral, incluindo aspectos socioambientais, verifica-se também a necessidade de maior gerenciamento do uso e ocupação do solo, devido à falta de regularidade no suprimento (sazonalidades da produção da cana-de-açúcar - entressafra). Tais entraves tendem a ser contornados pelo desenvolvimento, aplicação, aprimoramento e investimento de novas e eficientes tecnologias no ramo da automação industrial, visando maior produtividade, ao menor custo e com maior qualidade. REFERÊNCIAS 10 de 12
11 ALCARDE, A. R. Geração de Energia Elétrica. Embrapa, Brasília. Disponível em: < Acesso em: 07 maio BIOMASSA, ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica. Brasília. Disponível em: < > Acesso em 14 maio CONCEITO e tecnologias. Cogen Associação da Indústria de Cogeração de Energia. São Paulo. Disponível em:< Acesso em: 09 maio ENERGIA elétrica. Wikipédia. Disponível em:< Acesso em: 07 maio ENERGIA renovável. Wikipédia. Disponível em: < Acesso em: 07 maio FERREIRA, F. M. et al. Cogeração no setor sucroalcooleiro em Goiás Monografia (MBA em Gestão Sucroalcooleira) Centro Universitário de Lins Unilins. HENRIQUE. Usina termelétrica. Caatinga do Brasil, Guarulhos-SP, 20 set Disponível em: < Acesso em: 09 maio LOPES, A. G.; BRITO, E. C. Cogeração de energia elétrica derivada da queima do bagaço da cana-de-açúcar Monografia (Curso Sequencial de Gestão Ambiental) Centro Universitário de Lins Unilins. PERGUNTAS e respostas. ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico. Disponível em: < Acesso em: 09 maio SILVESTRIM, C. R. Bioeletricidade Ethanol Summit Retirado do site USINA termoelétrica. Wikipédia. Disponível em: < Acesso em: 07 maio VIAN, C. E. F. Agroindústria Canavieira Estratégias Competitivas e Modernização. Átomo, de 12
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