Diretrizes para Elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) do município de Itapuca-RS.

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1 UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Jonas Pancotte Diretrizes para Elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) do município de Itapuca-RS. Passo Fundo, 2013.

2 Jonas Pancotte Diretrizes para Elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) do município de Itapuca-RS. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Ambiental, como parte dos requisitos exigidos para obtenção do título de Engenheiro Ambiental. Orientador(a): Prof. Luciana L. Brandli, Dra. Passo Fundo, 2013.

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5 5 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por esse momento único e maravilhoso, o qual estou podendo vivenciar. Aos meus pais, pela confiança depositada em mim, e por transformarem do meu sonho o seu sonho. Aos meus familiares em especial aos meus avós, pelo apoio prestado, especificamente ao meu falecido Avô Valdemar que tanto me estimou. A minha irmã Julia, pela convicção de que esse dia chegaria e por toda a generosidade prestada. Aos amigos e colegas, fica o agradecimento por todos os momentos convividos e que concerteza para sempre serão lembrados. compreensão. A minha namorada Natália pelo carinho e A minha orientadora Professora Luciana L. Brandli pelo empenho na melhoria do trabalho. Aos meus professores pelos ensinamentos transmitidos ao longo do curso.

6 6 O que faz a vida interessante é a expectativa de ter um sonho e lutar para realizá-lo. Michelle Ramos

7 7 RESUMO O manejo dos resíduos sólidos, em tempos atuais, tem se tornado uma grande problemática, uma vez que a maioria dos produtos consumidos são descartáveis e sem grande eficiência de logística reversa. A população a qual consome produtos que geram os resíduos não possui conscientização e conhecimento suficiente pra dar a correta destinação. A aplicação de recursos nessa área também não é muito valorizada, sendo que poucos municípios possuem veículo específico e aterro sanitário conforme exige a legislação apropriados para a coleta, transporte, tratamento, destinação e disposição dos resíduos. Com esse raciocínio, definiu-se algumas diretrizes para a Elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) visando obter um diagnóstico do manejo dos resíduos sólidos, bem como propor melhorias no processo de gestão dos resíduos sólidos através da implantação de programas, projetos, ações e indicadores socioambientais. A metodologia para a elaboração das diretrizes levou em consideração a Política Nacional de Resíduos Sólidos, definida pela Lei /2010. A delimitação do trabalho deu-se para o município de Itapuca-RS, onde o diagnóstico realizado considerou as atividades agrossilvopastoris, de construção civil, de cemitério, domiciliar, comercial, industrial e de limpeza urbana. Também foram consideradas no diagnóstico a central de triagem, o aterro sanitário e o passivo ambiental existente conjunto ao aterro. Com isso, foram definidos alguns programas e projetos necessários para melhorar a eficiência na gestão dos resíduos sólidos que poderão ser úteis na elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Também foram identificadas áreas favoráveis para a disposição final ambientalmente correta dos resíduos sólidos e realizada a elaboração de ações de emergência e contingência para situações de risco. Por fim sugeriu-se a revisão periódica do PMGIRS conforme exige a legislação federal. Palavras-chave: Gerenciamento de Resíduos Sólidos, Programas de Educação Ambiental, Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.

8 8 ABSTRACT The handling of solid waste, in thecurrent time, has become a major issue since most of the products are disposable and consumed without great efficiency of reverse logistics. The population which consumes products that generate the waste does not have enough awareness and knowledge to give the correct destination. The application of resources in this area is not highly valued, and few municipalities have specific vehicle and landfill as required by the appropriate legislation for the collection, transport, treatment, disposal and waste disposal. With this reasoning was, set some guidelines for the Preparation of the Integrated Municipal Solid Waste Plan (PMGIRS) to obtain a diagnosis of solid waste management and to propose improvements in the solid waste management through the implementation of programs, projects, actions and environmental indicators. The methodology for preparing the guidelines took into account the National Policy on Solid Waste, defined by Law /2010. The delimitation of the work was given to the city of Itapuca-RS where the diagnosis performed considered agroforestry activities, construction, cemetery, domestic, commercial, industrial and urban cleaning. Were also considered in the diagnostic screening center, the landfill and the existing environmental liabilities set to the landfill. Thus, we defined some programs and projects needed to improve efficiency in the solid waste management that may be useful in the preparation of the Integrated Municipal Solid Waste Plan. There was also identifying areas favorable for the environmentally sound disposal of solid waste and the development of emergency response and contingency risk situations. Finally it was suggested to periodically review the PMGIRS as required by federal law. Key-words: Solid Waste Management, Environmental Education Programs, Integrated Solid Waste Management.

9 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Quantidade de RSS coletados pelos municípios distribuídos por região e Brasil Figura 2 - Destinação final dos RSS coletados pelos municípios em Figura 3 - Destinação final dos RSS coletados na região sul Figura 4 - Capacidade instalada de tratamento de RSS na região sul Figura 5 - Geologia do município de Itapuca Figura 6 - Geomorfologia do município de Itapuca Figura 7 - Pedologia do município de Itapuca Figura 8 - Clinografia do município de Itapuca Figura 9 - Unidades Hidrográficas da Bacia do Guaíba e a Sub-bacia Taquari Antas Figura 10 - Mapa hidrográfico do município de Itapuca Figura 11 - Mapa sub-bacias hidrográficas do município de Itapuca Figura 12 - Mapa de ocupação e cobertura do solo no município de Itapuca RS Figura 13 - Célula do aterro sanitário antes da cobertura dos rejeitos com solo Figura 14 - Central de triagem do aterro sanitário Figura 15 - Resíduos de madeira armazenados em ambiente aberto, para posteriormente serem destinados como matéria-prima na cultura de erva-mate Figura 16 - Resíduos provenientes do processo de beneficiamento de toras, os quais serão triturados para transformação em resíduo de madeira e posterior venda ou utilização como matéria orgânica Figura 17 - Localização das indústrias Figura 18 Acondicionamento interno dos resíduos de serviços de saúde Figura 19 - Armazenamento externo dos resíduos de serviços de saúde da UABS Figura 20 - Resíduos da construção civil Figura 21 - Localização dos Ecopontos propostos no perímetro urbano Figura 22 - Área destinada para o aterro sanitário, central de triagem e célula de disposição de resíduos encerrada Figura 23 - Área 01 favorável a destinação de rejeitos Figura 24 - Área 02 favorável a destinação de rejeitos Figura 25 - Área 03 favorável a destinação de rejeitos Figura 26 - Localização das áreas favoráveis para disposição de rejeitos

10 10 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Unidades Geomorfológicas do município de Itapuca Tabela 2 - Pedologia do município de Itapuca Tabela 3 - Classes de declividade delimitadas no município de Itapuca Tabela 4 - Extensão da rede hidrográfica do município de Itapuca Tabela 5 - Sub-Bacias Hidrográficas do município de Itapuca Tabela 6 - Cenário do uso e cobertura do solo do município de Itapuca Tabela 7 - Enquadramento para amostragem dos empreendimentos existentes Tabela 8 Frequência de coleta dos resíduos sólidos domésticos no perímetro urbano Tabela 9 - Itinerário para coleta dos resíduos sólidos na área rural do município

11 11 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Classificação dos resíduos quanto a composição química, riscos potenciais ao meio ambiente e a origem Quadro 2 Legislações sobre Resíduos de Serviços de Saúde Quadro 3 - Classificação dos RSS segundo a ABNT Quadro 4 - Classificação dos RSS segundo a ANVISA Quadro 5 - Legislações sobre Resíduos da Construção Civil Quadro 6 - Classificação dos agrotóxicos Quadro 7 - Classificação dos resíduos provenientes de serviços de transporte Quadro 8 - Responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos Quadro 9 - Composição gravimétrica média dos resíduos sólidos no município de Itapuca Quadro 10 - Atividades de prestação de serviços geradoras de resíduos Quadro 11 - Atividades industriais geradoras de resíduos Quadro 12 - Quantificação e geração dos resíduos de serviços de saúde da Unidade de Atendimento Básico de Saúde Quadro 13 - Comparação produção de dejetos agrícolas por atividade Quadro 14 - Procedimentos para ações de emergência

12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO Problema Justificativa Objetivos Objetivo Geral Objetivos Específicos Escopo e delimitação do trabalho DESENVOLVIMENTO Revisão Bibliográfica Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Resíduos Sólidos Domiciliares Resíduos Sólidos de Limpeza Urbana Resíduos Sólidos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços Resíduos Sólidos dos serviços públicos de saneamento básico Resíduos Sólidos Industriais Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (RSS) Resíduos Sólidos da Construção Civil Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris Resíduos Sólidos de Serviços de Transporte Resíduos Sólidos de Mineração Resíduos Sólidos cemiteriais Caracterização do município Descrição geral do município Geologia do município de Itapuca Geomorfologia do município de Itapuca Pedologia do município de Itapuca Clinografia do município de Itapuca Hidrografia do município de Itapuca Uso e cobertura do solo do município de Itapuca Metodologia aplicada Diagnóstico da situação atual Responsabilidades Caracterização dos Serviços de Limpeza Pública Existentes Central de Triagem e Aterro Sanitário Caracterização dos Geradores e seus Resíduos Sólidos Prognóstico Programas, Projetos e Ações Passivos Ambientais Geradores sujeitos a elaborar planos específicos de gerenciamento ambiental Identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente correta de rejeitos Ações de Emergência e Contingência Periodicidade de revisão do plano CONCLUSÃO Recomendações para trabalhos futuros REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXO A ANEXO B

13 13 1 INTRODUÇÃO Com a aprovação da Lei /2010 a qual institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os municípios da União deverão ter elaborado o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), sendo o mesmo um requisito obrigatório aos municípios para acessarem recursos federais destinados a empreendimentos e serviços relacionados a limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade. (BRASIL, 2010) 1.1 Problema O aumento populacional associado com o consumo desenfreado está em destaque em a nível mundial, o que não deixa os profissionais da área ambiental nenhum pouco satisfeitos, já que com isso ocorre um aumento na geração de resíduos sólidos e consequentemente, há a necessidade de novas tecnologias para a sua destinação e disposição final. Uma incorreta destinação acarreta em impactos ambientais ao meio em que se vive, ocasionando poluição hídrica e atmosférica, contaminação do solo, mudanças climáticas, descaracterização da fauna e flora local. A natureza dos problemas ambientais é parcialmente atribuída à complexidade dos processos industriais utilizados pelo homem. Todo produto, não importa de que material seja feito ou finalidade de uso, provoca um impacto no meio ambiente, seja em função de seu processo produtivo, das matérias primas que se consome, ou devido ao seu uso ou disposição final (CHEHEBE, 1997). Tanto a Lei Federal n /2007 como a /2010, que definem a Política Nacional de Saneamento Básico- PNSB e a Política Nacional de Resíduos Sólidos PNRS respectivamente, se transformaram num marco regulatório de avanço na saúde pública e no meio ambiente, proporcionando maior qualidade de vida podendo ser considerado como uma das ações mais relevantes na área ambiental dos últimos anos. Porém, atualmente não é isso que se vê, passado mais de dez meses após o prazo máximo de 02 de agosto de 2012, fixado pela PNRS a maioria dos municípios da União nem se quer cogitou a possibilidade de realizálos, sendo o município de Itapuca-RS, um desses que também não realizou o PMGIRS e tão pouco o Plano Municipal de Saneamento Básico-PMSB. Em contrapartida em alguns municípios que já realizaram seus PMGIRS observa-se que os mesmos apenas foram feitos para atender a lei e ter acesso aos recursos da União,

14 14 podendo ser denominados de planos de gaveta, já que a forma pelo qual foram elaborados sofrem pesadas críticas, pois a maioria das informações que constam nos planos não são condizentes com a realidade, e os prognósticos realizados não apresentam uma certeza de que haverá uma aplicação na prática. A emergência na necessidade de se manejar os resíduos sólidos leva as administrações públicas municipais a utilizarem modelos de gestão de resíduos bastante similares. A gestão dos resíduos é caracterizada pela eficiência na execução dos serviços (limpeza, coleta, transporte e destino final), uso de aparatos tecnológicos na execução de ditos serviços e forte tradição na separação dos materiais recicláveis a ser destinados para a reciclagem. Alguns municípios estão em fase de transição migrando da gestão tradicional (coletar e descartar resíduos em lixões à céu aberto) para uma gestão moderna (aterro sanitário com central de triagem, incineração, coprocessamento e/ou compostagem), sobressaindo-se o controle dos resíduos em detrimento das estratégias de prevenção. Também, destaca-se a presença de trabalhadores informais que coletam e separam materiais, destinando-os à reciclagem. A busca pela modernização nos serviços caracteriza a gestão dos resíduos nos municípios pelo pensamento econômico-ambiental, no qual as ações de controle dos resíduos são justificadas pelos aspectos ambientais e sociais dessa gestão (FIGUEIREDO, 2011) A maioria dos municípios brasileiros dispõe seus resíduos sólidos sem o controle e manejo necessário, uma prática de graves consequências, resultando em contaminação do ar, do solo, das águas superficiais e subterrâneas e criação de vetores transmissores de doenças. Essa prática acaba por ser realidade já que muitos gestores municipais não preferem e não tem o costume de investir no meio ambiente e propiciar alternativas para o correto controle dos resíduos gerados, sejam eles domiciliares, de saúde, da construção civil, perigosos, de varrição e demais, criando-se assim disposições pontuais clandestinas. O manejo inadequado dos resíduos sólidos seja qual for sua origem acaba por gerar desperdícios, contribuindo de forma relevante à manutenção de desigualdades sociais, constituindo ameaça constante à saúde pública e agrava a degradação ambiental, comprometendo a qualidade de vida das populações, especialmente nos centros urbanos de médio e grande porte ( VESPA e GALBIATTI, 2000). Segundo Schalch (2002), no Brasil, a ausência de definições políticas e diretrizes para a área de resíduos nos três níveis de governo (federal, estadual e municipal) associa-se à escassez de recursos técnicos e financeiros para o equacionamento do problema. Com relação aos aspectos legais, a legislação brasileira ainda é bastante restrita e genérica, por vezes

15 15 impraticável, devido à falta de instrumentos adequados ou de recursos que viabilizem sua implementação. Ainda conforme afirma Schalc (2002) a situação evidencia a urgência em se adotar um sistema de manejo adequado dos resíduos, definindo uma política para a gestão e o gerenciamento, que assegure a melhoria continuada do nível de qualidade de vida, promova práticas recomendadas para a saúde pública e proteja o meio ambiente contra as fontes poluidoras. A problemática dos resíduos sólidos no município de Itapuca-RS apresenta um nível moderado de complexidade, uma vez que a administração pública mantem em funcionamento uma central de triagem conjunta com um aterro sanitário, praticando uma gestão moderna, onde ocorre uma coleta seletiva de 3 vezes por semana na área urbana e na área rural a cada período de 2 meses. É sabido que o PMGIRS implicará diretamente em uma mudança de comportamento da administração pública, dos gestores dos serviços de limpeza e de toda a comunidade civil, pois todas as atividades por eles desenvolvidas necessitam de orientações e desenvolvimento de práticas adequadas de cunho ambiental e administrativa, uma vez que o plano só irá funcionar de forma correta se haver uma conexão entre ambos. 1.2 Justificativa O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) oferece condições de implantar programas e ações visando à melhoria da qualidade de vida da população, possibilitar a recuperação de áreas com passivos ambientais e também propor diretrizes para a destinação ambientalmente correta, além é claro de atender ao disposto no Art. 18 da Lei /10, a qual estabelece que o referido plano é condição obrigatória ao Distrito Federal e aos municípios para terem acesso a recursos da União, por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade. As informações contidas neste documento poderão ser utilizadas nas tomadas de decisões futuras, uma vez que acredita-se que a estatística das informações setorizadas será de fundamental importância para a futura elaboração do PMGIRS. Monteiro et. al. (2001), definem Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, em síntese, como o envolvimento de diferentes órgãos da administração pública e da sociedade civil com o propósito de realizar a limpeza urbana, a coleta, o tratamento e a disposição final

16 16 dos rejeitos, elevando assim a qualidade de vida da população e promovendo o asseio da cidade, levando em consideração as características das fontes de produção, o volume e os tipos de resíduos para ser dado tratamento diferenciado e disposição final técnica e ambientalmente corretas, as características sociais, culturais e econômicas dos cidadãos e as peculiaridades demográficas, climáticas e urbanísticas locais. Estas diretrizes também irão oferecer condições para elaborar estudos visando à implantação de sistemas de tratamento de resíduos através de investimentos privados, com a possibilidade de recuperar os passivos ambientais existentes e transformação dos resíduos em matéria-prima recuperada. 1.3 Objetivos Objetivo Geral Propor diretrizes para elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do município de Itapuca-RS, visando a adequação a Lei Federal n de 02 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, que prevê aos municípios da União a elaboração do Plano Municipal de Resíduos Sólidos Objetivos Específicos Efetuar o diagnóstico da situação atual; Definir indicadores de desempenho social e ambiental; Propor ações para a melhoria do processo de gestão dos resíduos sólidos no município; Definir a periodicidade da revisão do PMGIRS. 1.4 Escopo e delimitação do trabalho A estrutura metodológica do trabalho é composta por três capítulos. Além do presente capítulo, no qual se apresenta o problema de pesquisa, a justificativa, os objetivos e as delimitações do trabalho, este estudo está composto por mais dois capítulos. No capítulo 2, apresenta-se a revisão da literatura, caracterização do município, a descrição da metodologia aplicada no estudo, diagnóstico do gerenciamento dos resíduos sólidos do município, prognóstico do estudo realizado onde estão descritos programas, ações, indicadores, medidas saneadoras dos passivos ambientais, identificação de geradores de resíduos sujeitos a elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos e proposição de ações para emergência e contingência.

17 17 No capítulo 3, apresentam-se as conclusões da pesquisa, onde discute-se a importância deste estudo através da realização do diagnóstico da gestão dos resíduos sólidos, e as proposições de ações para a melhoria do processo de gestão dos resíduos, bem como a importância da implantação do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e do Plano Municipal de Saneamento Básico. Neste capítulo, também é feita uma sugestão para a realização de trabalhos futuros voltados para as atividades potencialmente poluidoras e geradoras de resíduos sólidos, e para a identificação de novas áreas favoráveis para a disposição final correta de resíduos sólidos.

18 18 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Revisão Bibliográfica Entende-se por resíduos sólidos o material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (LEI FEDERAL N /2010). Gerenciamento de resíduos sólidos, segundo a Lei /2012 é o conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos pela lei. Já a gestão integrada de resíduos sólidos é definida, também conforme a Lei /2012, como o conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável. No âmbito nacional tem-se a NBR /2004 que classifica os resíduos sólidos quanto ao seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde humana, para que os mesmos possam ser gerenciados adequadamente. Já a nível estadual tem-se Decreto Estadual /1998, que estabelece a gestão dos resíduos sólidos no estado do Rio Grande do Sul. Para efeitos deste estudo, os resíduos sólidos foram classificados quanto a sua origem, composição química e riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, conforme é apresentado no Quadro 1.

19 19 Quadro 1 - Classificação dos resíduos quanto a composição química, riscos potenciais ao meio ambiente e a origem. Classificação Tipo de material Composição química Riscos potenciais ao meio ambiente Origem Matéria orgânica Matéria inorgânica Resíduos classe I: perigosos Resíduos classe II-A: não perigosos e não-inertes Resíduos classe II-B: não perigosos e inertes domiciliares de limpeza urbana de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços dos serviços públicos de saneamento básico industriais de serviços de saúde da construção civil agrossilvopastoris de serviços de transporte de mineração Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos A elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos tornou-se obrigatória a partir da publicação da Lei Federal n de 02 de agosto de 2010, a qual institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Com a publicação a lei regulamentou o setor de resíduos sólidos. Porém muito antes disso notava-se a necessidade de os municípios contarem com diretrizes referente ao manejo dos resíduos sólidos. A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos, as responsabilidades dos geradores, do poder público e também instrumentos econômicos. A lei também estabelece uma diferenciação entre resíduo e rejeito, define a implementação da coleta seletiva, da responsabilidade compartilhada e da logística reversa. O Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, conforme a PNRS é condição obrigatória aos municípios para terem acesso a recursos da União, ou por

20 20 ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade. Ainda de acordo com a lei, são priorizados no acesso aos recursos da União os municípios que optarem por soluções consorciadas intermunicipais para a gestão dos resíduos sólidos, incluída a elaboração e implementação de plano intermunicipal, ou que se inserirem de forma voluntária nos planos microrregionais de resíduos sólidos e também os implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda Resíduos Sólidos Domiciliares De acordo com a Lei /2010 são considerados resíduos sólidos domiciliares os originários de atividades domésticas em residências urbanas onde podemos encontrar restos de alimentos, resíduos sanitários, papel, plástico, etc. Os resíduos sólidos domiciliares podem ser divididos de acordo com a composição química: Orgânicos: restos de comida, restos de frutas, legumes, verduras, cascas de ovos, papel higiênico, guardanapos, toalhas de papel, cinzas, pó de café. Em alguns casos existem compostos orgânicos que podem ser considerados tóxicos, os quais são chamados de Poluentes Orgânicos Persistentes (POP) produtos aromáticos e os Poluentes Orgânicos Não Persistentes óleo usado. Inorgânicos: plásticos, vidros, papel, papelão, metais Resíduos Sólidos de Limpeza Urbana Conforme Art. 13 da Lei Federal /2010, são considerados resíduos sólidos de limpeza urbana os originários da varrição, limpeza de logradouros, vias públicas, galerias, áreas consideradas de feiras e outros serviços de limpeza urbana. Sua composição é muito variada dependendo do local e situação onde é recolhido, mas podem conter folhas de árvores, galhos e grama, animais mortos, papel, plástico, restos de alimentos, etc. Podem ser classificados da mesma forma dos resíduos sólidos domiciliares Resíduos Sólidos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços Segundo a Lei /2010 resíduos sólidos de estabelecimentos comerciais e de prestadores de serviços são os gerados nessas atividades, excluindo-se os de limpeza urbana,

21 21 de saneamento básico, de saúde, da construção civil e os agrossilvopastoris. Podem ser classificados da mesma forma dos resíduos sólidos domiciliares Resíduos Sólidos dos serviços públicos de saneamento básico O Art. 13 da Lei /2010 considera resíduos sólidos dos serviços públicos de saneamento básico os originários dessa atividade, excluindo-se os domiciliares e os de limpeza urbana, porém podem obedecer a mesma classificação destes resíduos Resíduos Sólidos Industriais A Resolução CONAMA 313/2002 define resíduos sólidos industriais como os resultantes de atividades industriais e que se encontrem nos estados sólido, semi-sólido quando contido, e líquido cujas peculiaridades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição. Gerados nos processos produtivos e instalações industriais, possuem composição bastante diversificada e uma grande quantidade desses resíduos é considerada perigosa. Podem ser constituídos por escórias (impurezas resultantes da fundição do ferro), cinzas, lodos, óleos, plásticos, papel, borracha entre outros Legislação Quanto às leis ambientais referentes aos resíduos sólidos industriais tem-se atualmente apenas a NBR /2004 a qual classifica os resíduos sólidos quanto à sua inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. Já a lei /2012, além destas características também classifica os resíduos em razão de sua carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade. Tem-se também a Resolução do CONAMA 313/2002 que dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais Classificação Conforme a NBR /2004 os resíduos sólidos industriais são classificados em: Resíduos Classe I Perigosos: aqueles que apresentam característica de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade.

22 22 Resíduos Classe II-A Não Perigosos e Não Inertes: aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I Perigosos ou de resíduos classe IIB Inertes. Podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Resíduos Classe II-B Não Perigosos e Inertes: quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (RSS) A geração de resíduos sólidos de um estabelecimento de saúde é determinada pela complexidade e pela frequência dos serviços que proporciona e pela frequência que alcançam os responsáveis pelos serviços no desenvolvimento de suas tarefas, assim como pela tecnologia utilizada (SCHNEIDER et al., 2004). As causas principais do crescimento progressivo da taxa de geração de RSS são o contínuo incremento da complexidade da atenção médica, o uso crescente de material descartável e, também, segundo o Ministério da Saúde, a concentração da população brasileira em áreas urbanizadas, além do aumento da expectativa média de vida do brasileiro. Considera-se também o aumento das doenças oncológicas, que requerem tratamentos quimioterápicos e radioterápicos, cuja periculosidade para o ambiente é inquestionável (SCHNEIDER et al., 2004). O volume gerado de resíduos sólidos de saúde tem crescido nos últimos anos e há uma estimativa de crescimento do volume de 3% ao ano, fenômeno alimentado pelo crescimento de uso de descartáveis, estimado em 5% a 8% ao ano (SCHNEIDER et al., 2004). Segundo a ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) um estudo realizado no ano de 2010, referente ao Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, constatou que neste ano a região sul do país coletou 12 mil toneladas de resíduos de serviços de saúde, ou seja uma tonelada a mais em relação ao ano de 2009, conforme Figura 1. A nível nacional, a coleta ficou em torno de 228 mil toneladas de resíduos de serviços de saúde, um aumento na coleta desses resíduos em torno de 7 mil toneladas. A maior quantidade de resíduos coletados ficou por conta da região sudeste.

23 23 Figura 1 - Quantidade de RSS coletados pelos municípios distribuídos por região e Brasil. Fonte: Pesquisas ABRELPE Na Figura 2, está sendo representada a destinação final dos RSS no país. Nota-se que a principal via de destinação dos resíduos é através do processo de incineração seguida pela disposição final em aterros. Figura 2 - Destinação final dos RSS coletados pelos municípios em Fonte: Pesquisas ABRELPE (2010).

24 24 Já na Figura 3, ocorre uma representação da destinação final dos RSS na região sul do país, onde a principal forma de disposição final é através de autoclaves e incineração. Figura 3 - Destinação final dos RSS coletados na região sul. Fonte: Pesquisas ABRELPE (2010). Na Figura 4, é expressa a capacidade da região sul, separada por estado, de efetuar o tratamento final através de autoclave, incineração e pela tecnologia microondas. Figura 4 - Capacidade instalada de tratamento de RSS na região sul. Fonte: Pesquisas ABRELPE (2010). Os estabelecimentos prestadores de serviços de saúde são fornecedores de um tipo de serviço caracterizado, tanto pela sua variabilidade como pelo processo de atendimento e resultados obtidos em cada caso. A atuação da organização varia conforme as atividades que

25 25 desenvolve, a tecnologia empregada, o meio em que trabalha e das características das pessoas e recursos disponíveis. Acrescenta-se ainda, que depende de como a realidade é percebida e interpretada pelos atores do processo (RUTHES, 2007). A organização não reage ao ambiente, seus membros o fazem. As pessoas agem em torno de sua própria definição da situação, e não conforme a definição do observador. Sabe-se que mesmo dotando novos sistemas de gerenciamento de pessoal, o estabelecimento tem características peculiares que devem ser consideradas para que se possa propor mudanças ou mesmo fazer uma análise. Conforme RDC 306/2004 da ANVISA definem-se como estabelecimentos geradores de RSS todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana e animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura de tatuagem, dentre outros similares. A resolução do CONAMA 358/2005 define como estabelecimento: denominação dada a qualquer edificação destinada a realização de atividades de prevenção, produção, promoção, recuperação e pesquisa na área da saúde ou que estejam a ela relacionadas Legislação Conforme Lerípio (2001) o Brasil dispõe de uma das mais avançadas legislações ambientais do mundo, porém a dificuldade para sua aplicação acentua os conflitos existentes entre desenvolvimento econômico e meio ambiente. No quadro Quadro 2, são descritas algumas normas e leis que servem de princípio para a elaboração de um programa de gerenciamento de resíduos sólidos de serviços de saúde. Em caso de discordância entre a lei e a norma, valerá sempre a primeira. Quadro 2 Legislações sobre Resíduos de Serviços de Saúde. Legislação Descrição NBR Estabelece a simbologia convencional e o seu dimensionamento para produtos perigosos, a ser aplicada nas unidades de transporte e nas embalagens, a fim de indicar os riscos e os cuidados a serem tomados no transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento.

26 26 NBR NBR NBR NBR NBR NBR NBR NBR NBR RDC 306 CONA 2750/01 CONAMA 358/05 Classifica os sacos plásticos para acondicionamento de lixo quanto à finalidade, espécie de lixo e dimensões. Estabelece os requisitos e métodos de ensaio para sacos plásticos destinados exclusivamente ao acondicionamento de lixo para coleta. Classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde publica, para que possam ser gerenciados adequadamente. Fixa os requisitos exigíveis para amostragem de resíduos sólidos. Define os termos empregados em relação aos RSS. (terminologia) Classifica os RSS quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que tenham gerenciamento adequado. Fixa os procedimentos exigíveis para garantir condições de higiene e segurança no processamento interno de resíduos infectantes, especiais e comuns, nos serviços de saúde. Fixa os procedimentos exigíveis para a coleta interna e externa dos resíduos de serviços de saúde, sob condições de higiene e segurança. Fixa as características de coletores destinados ao descarte de RSS perfurantes ou cortantes, tipo A4, conforme a NBR Dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de RSS. Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação dos coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos RSS Classificação A classificação dos RSS é de fundamental importância, por ser o ponto de partida para a elaboração de planos de gerenciamento, que visem à proteção da saúde pública e do meio ambiente e sejam passíveis de serem implementados dentro da nossa realidade (MARTINS, 2004). No Brasil existem duas classificações para os RSS, a da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a da Associação Nacional de Vigilância Sanitária. A NBR /93 (ABNT) classifica os resíduos de serviços de saúde em três tipos: Resíduos Infectantes, resíduos Especiais e resíduos Comuns, conforme quadro abaixo:

27 27 Quadro 3 - Classificação dos RSS segundo a ABNT. Classificação Resíduos Infectantes Resíduo Especial Resíduo Comum A.1- Biológico Tipo A.2- Sangue e hemoderivados A.3- Cirúrgico, amatomopatológico e exsudado A.4- Perfurante ou cortante A.5- Animal Contaminado A.6- Assistência ao paciente B.1- Rejeito radioativo B.2- Resíduo farmacêutico B.3- Resíduo químico perigoso Não se enquadram em A e B. Por sua semelhança com os resíduos domésticos, não oferecem risco adicional à saúde. A ANVISA, por sua vez, através da RDC 306/04 classifica os resíduos em cinco tipos, conforme quadro a seguir: Quadro 4 - Classificação dos RSS segundo a ANVISA. Classificação Descrição Grupo A Sub-Grupo A1 Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção. - Culturas e estoques de microrganismos: resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética. - Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido. - Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de

28 28 Sub-Grupo A2 Sub-Grupo A3 Sub-Grupo A4 validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta. - Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. - carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação daiagnóstica. - peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou familiares. - kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados. - fltros de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e riso de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons. - Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo. - recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. - Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica. - Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação

29 29 Sub-Grupo A5 Grupo B Grupo C Grupo D de microrganismos, bem como suas forrações. - bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão. - órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons. - Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. - produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e desitribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos medicamentos controlados pela portaria MS 344/98 e suas atualizações. - resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes. - efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores). - efluentes produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR da ABNT ( tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos). Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados nas normas do CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista. - Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. - papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não classificados como A1; - sobras de alimentos e do preparo de alimentos;

30 30 Grupo E - resto alimentar de refeitório; - resíduos provenientes das áreas administrativas; - resíduos de varrição, flores, podas e jardins - resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares. Efetuando uma análise entre a classificação da ANVISA e da ABNT pode-se perceber que a diferença está apenas na nomenclatura, e que tanto a RDC 306/04 e a NBR /93 possuem o mesmo valor Resíduos Sólidos da Construção Civil Define-se resíduos sólidos da construção civil, conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis Legislação No que se refere aos resíduos provenientes de atividades da construção civil tem-se os seguintes dispositivos legais: Quadro 5 - Legislações sobre Resíduos da Construção Civil. Legislação Descrição CONAMA 307/2002 CONAMA 348/2004 NBR 15112:2004 estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão do resíduos da construção civil Altera a Resolução CONAMA 307/2002, incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos. Resíduos da construção civil e resíduos volumosos Áreas de transbordo e triagem Diretrizes para projeto, implantação e operação.

31 31 NBR 15113:2004 Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes Aterros Diretrizes para projeto, implantação e operação. NBR 15114:2004 Resíduos sólidos da construção civil Áreas de reciclagem Diretrizes para projeto, implantação e operação. CONSEMA Estabelece diretrizes para a elaboração do Plano Integrado de 109/2005 Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil Classificação A resolução do CONAMA 307/2002 classifica os resíduos da construção civil da seguinte forma: Classe A: são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) De construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem. b) De construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, etc.), argamassa e concreto. c) De processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio-fios, etc) produzidas nos canteiros de obras. Classe B: são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso. Classe C: são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação. Classe D: são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas de mais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos a saúde.

32 Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris A Lei Federal n /2010 define resíduos sólidos agrossilvopastoris como os gerados nas atividades agropecuárias (cultivos, criação de animais, beneficiamento) e silviculturais, incluído embalagens de defensivos agrícolas (agrotóxicos), restos orgânicos (palhas secas, cascas, animais mortos, dejetos) e produtos veterinários Legislação Para o gerenciamento dos resíduos sólidos agrícolas, os mesmos seguem diferentes dispositivos legais: Agrotóxicos: seguem a Lei Federal n 7.802/1989 a qual dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins. Resíduos orgânicos: são considerados resíduos orgânicos porém em alguns casos ser caracterizados como tóxicos (esterco de suinocultura, bovinocultura sem ter passado por processo de estabilização). Medicamentos veterinários: os frascos de medicamentos veterinários são considerados resíduos de saúde e para tanto devem seguir a RDC 306/04 da ANVISA e/ou a NBR /93, as quais classificam os resíduos sólidos de serviços de saúde Classificação Para os resíduos sólidos agrícolas tem-se a classificação dos agrotóxicos perante a Lei 7.802/1989, a qual classifica-os conforme apresentado no Quadro 6. Quadro 6 - Classificação dos agrotóxicos. Classes Grupos DL50 (mg/kg) Cor da faixa I Extremamente tóxicos 5 Vermelha II Altamente tóxicos 5 50 Amarela III Mediamente tóxicos Azul IV Pouco Tóxicos Verde

33 Resíduos Sólidos de Serviços de Transporte Segundo a Lei Federal n /2010 são resíduos sólidos de serviços de transporte os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira, sendo que os resíduos coletados nesses locais são considerados como séptico, pois podem conter agentes causadores de doenças trazidas de outros países, os resíduos que não apresentam esse risco de contaminação, são tratados como resíduos domiciliares. Portos: Os resíduos gerados em portos são de naturezas diversas, tais como: ferragens, resíduos de cozinha, dos serviços de bordo, óleos, resíduos orgânicos, resíduos químicos, material de escritório, materiais recicláveis, pilhas, baterias, e etc. Aeroportos: a fiscalização nessa atividade é realizada na maioria das veze pela própria Infraero, pelas administradoras dos aeroportos. Apresentam mais organizados devido a fiscalização da ANVISA, que exige um controle mais rigoroso quanto ao manejo de resíduos, tanto da empresa que realizada os serviços de coleta, transporte e destinação final dos resíduos quanto da companhia aérea que fiscaliza seus serviços e, também, da Infraero. Rodoviário e ferroviário: cabe ao gerador a responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos e as empresas responsáveis por esses terminais estão sujeitas à elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, conforme art. 20 da Lei / Legislação Tem-se a Resolução do CONAMA n 05/1993, que define as normas mínimas para o tratamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos, bem como a necessidade de estender tais exigências aos terminais ferroviários e rodoviários Classificação Conforme a CONAMA 05/93 os resíduos oriundos de serviços de transporte são classificados de acordo com o apresentado no Quadro 7.

34 34 Quadro 7 - Classificação dos resíduos provenientes de serviços de transporte. Classificação Descrição GRUPO A GRUPO B GRUPO C GRUPO D Resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido a presença de agentes biológicos. Resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido às suas características químicas. Materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo Resolução CNEN São todos os demais que não se enquadram nos grupos descritos anteriormente, seno considerados resíduos comuns Resíduos Sólidos de Mineração De acordo com a Lei Federal n /2010 são considerados resíduos sólidos de mineração os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios, podendo ser constituídos por solo contaminado removido, metais pesados, restos e lascas de pedras. Nessa atividade, dois tipos de resíduos sólidos são gerados em maiores quantidades, os estéreis e os rejeitos. Os estéreis são os materiais escavados e são gerados pelas atividades de extração ou lavra no decapeamento da mina, não tem valor econômico e ficam geralmente dispostos em pilhas. Os rejeitos são resíduos resultantes dos processos de beneficiamento a que são submetidas as substâncias minerais Legislação Atualmente a área de mineração não possui muitas leis específicas para a atividade, sendo que para isso é utilizada a Lei /2010, a qual estabelece que para as atividades de mineração deve haver Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, com o conteúdo mínimo, conforme previsto na lei Resíduos Sólidos cemiteriais Os cemitérios são fontes potenciais de impactos ambientais, principalmente quanto ao risco de contaminação de águas subterrâneas e superficiais devido à liberação de fluidos humosos, substância esta gerada com a decomposição dos corpos.

35 35 Os resíduos sólidos também requerem atenção, uma vez que, a geração é diária, muitas vezes ficam em locais desabrigados (sujeitos a chuvas), podendo acumular água e causar a proliferação de mosquitos vetores de doenças. A Resolução CONAMA 335/2003, dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios. Compete ao gerador o gerenciamento dos resíduos cemiteriais, devendo adotar a destinação ambiental e sanitariamente adequada. Os resíduos sólidos podem ser classificados de diversas formas, mas com relação aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública a NBR /2004 classifica os resíduos sólidos em duas classes: Classe I e Classe II, conforme já mencionado anteriormente. Podemos afirmar que os resíduos sólidos que são gerados nos cemitérios, são resíduos sólidos urbanos, caracterizados como resíduos domésticos ou residenciais, e também os resíduos de fonte especial, destacando-se os resíduos de construção civil e os resíduos de serviços de saúde. 2.2 Caracterização do município Descrição geral do município O município de Itapuca, integrante do estado do Rio Grande do Sul, está localizado no extremo leste da região geopolítica do Alto da Serra do Botucaraí. Situa-se a 22 Km de Arvorezinha e a 235 Km de Porto Alegre. É um município jovem e faz parte da rota vales e montanhas, no Planalto Médio. Apresenta um relevo bastante diferenciado, que consiste em campos e serra. Sua altitude varia de 300 m na porção leste a 800 m na porção centro-oeste, em relação ao nível do mar. Faz divisa com o município de Soledade a oeste, com Nova Alvorada ao norte, com Arvorezinha ao sul, e com União da Serra a leste, em uma região de penhascos e cascatas, sendo a divisa o Rio Guaporé. A sede municipal de Itapuca localiza-se nas coordenadas geográficas UTM, datum SAD69, Zona 22S, E e N. Além disso, o município possui uma área total de 184 Km2 e a estimativa populacional é de habitantes, conforme censo realizado em 2010, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O município de Itapuca, anteriormente com a denominação de distrito de Mauricio Cardoso, foi criado em 20 de março de 1992, pela lei Estadual n 9580, desmembrando-se do município de Arvorezinha. Historicamente, o município era habitado por índios da tribo Kaigang, os quais mantinham relações francas com outras tribos e inimizade com os Guaranis. Mantinham

36 36 também uma relação exclusivamente comercial com o homem branco. Os Kaigangs moravam em casas subterrâneas, ou seja, covas abertas nos campos e cobertas de capim e folhas. Cada tribo era formada por dois grupos: os guerreiros que cultuavam a luta e os caçadores. Com relação à alimentação, caçavam e cultivavam o milho, aproveitando-o também para a preparação de bebidas, assim como utilizavam o pinhão no preparo de uma farinha que era consumida o ano todo. Mais tarde, os imigrantes portugueses e italianos ao chegarem nesta região expulsaram os índios e os caboclos (mestiço de índio com branco) de suas propriedades para se apropriarem de todas as suas terras. Desde a chegada iniciaram a derrubada da mata nativa que possuía muita araucária. Vale salientar que esse desmatamento prossegue até os dias atuais. A população de imigrantes foi aumentando gradativamente. Medidas de comprimento não eram usadas e, nesse caso, as terras eram adquiridas a dedo e registradas no Cartório de Soledade. O antigo povoamento chama-se Itapuca devido à grande quantidade de pedras moles existentes na região. Depois, passou a chamar-se Maurício Cardoso, porém, com o movimento para emancipação constatou-se a existência de um município com este nome, razão pela qual novamente foi adotado o antigo nome: Itapuca. A economia de Itapuca se destaca pela produção primária, que está fundamentada no cultivo de fumo, erva-mate, milho, soja, agropecuária, avicultura, suinocultura. As propriedades rurais estão situadas principalmente no vale do rio Guaporé, onde a colonização basicamente italiana é formada de minifúndios. As indústrias instaladas no município estão direcionadas para o beneficiamento da erva-mate (Fonte: Geologia do município de Itapuca O município de Itapuca está inserido no Planalto Meridional do Rio Grande do Sul e, de acordo com Wildner et al, (2008), as litologias aflorantes pertencem ao intervalo Jurássico Cretáceo da Bacia do Paraná, representadas pelos derrames basálticos (Fácies Gramado) e derrames intermediários a ácidos (Fácies Caxias) pertencentes à Formação Serra Geral, conforme Figura 5.

37 Figura 5 - Geologia do município de Itapuca. Fonte: Plano Ambiental do município de Itapuca (2009).

38 2.2.3 Geomorfologia do município de Itapuca Seguindo a classificação geomorfológica proposta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (1986), o município de Itapuca está inserido no Domínio Morfoestrutural das Bacias e Coberturas Sedimentares, nas Unidades Geomorfológicas Planalto dos Campos Gerais e da Serra Geral. A Figura 6 apresenta o mapa da Geomorfologia do município de Itapuca apresenta a adaptação do mapa geomorfológico do Estado do Rio Grande do Sul, em escala 1: (IBGE, 1986) Unidade Geomorfológica Planalto dos Campos Gerais A Unidade Planalto dos Campos Gerais representa um percentual de 73,48% da área total de Itapuca, ocupando a maior parte do município, especialmente nas porções central e oeste Unidade Geomorfológica Serra Geral Em Itapuca, a Unidade Geomorfológica Serra Geral encontra-se nas áreas de maior declividade, nas partes leste e sul, e representam um percentual de 26,56% da área total do município, conforme Tabela 1. Tabela 1 - Unidades Geomorfológicas do município de Itapuca. Unidades Geomorfológicas Área (km²) % Planalto dos Campos Gerais 135,68 73,48 Serra Geral 48,96 26,52 Total 184,64 100,00 Fonte: Plano Ambiental do município de Itapuca (2009).

39 Figura 6 - Geomorfologia do município de Itapuca. Fonte: Plano Ambiental do município de Itapuca (2009).

40 2.2.4 Pedologia do município de Itapuca O solo é um recurso natural lentamente renovável, encontrado em diferentes posições na paisagem e sua origem resulta da alteração de rochas e sedimentos pela ação das variações climáticas e dos organismos vivos ao longo do tempo. As diferentes combinações entre estes fatores dão origem a diferentes tipos de solos com características e propriedades extremamente variadas, que contribuem para os diferentes padrões de ocupação das terras, do seu uso agrícola e do desenvolvimento regional. No município de Itapuca são encontradas associações entre diferentes tipos de solos, classificados de acordo com Streck et al., (2008), como: Neossolo Regolítico com Cambissolo Háplico e Luviossolo Háplico; Argissolo Bruno- Acinzentado; e Argissolo Vermelho-Amarelo com Neossolo Regolítico Neossolo O termo Neossolo está associado com solos novos e pouco desenvolvidos. Os Neossolos são solos rasos ou profundos apresentando no perfil uma seqüência de horizontes Ar, ou A - C - R, ou O - R, ou H - C. São solos de formação muito recente e encontrados nas mais diversas condições de relevo e drenagem. Em Itapuca, os Neossolos são do tipo Regolítico eutrófico (RRe) e Regolítico Distroúmbrico léptico ou típico (RRdh). Estes solos apresentam o horizonte A assentado sobre a rocha totalmente alterada (horizonte C ou Cr) e contato lítico em profundidade maior do que 50 cm, admitindo horizonte Bi com espessura < 10 cm. Apresentam alta saturação por bases ( 50%) e são considerados típicos quando tem as feições normais da respectiva classe. Esses solos apresentam certas restrições para culturas anuais. Entretanto, os solos com seqüência de horizontes A-C, com contato sobre rocha decomposta e declividade <15%, podem ser cultivados mediante práticas intensivas de conservação, com mínima mobilização do solo Cambissolo O termo Cambissolo lembra um solo em processo incipiente de formação. São solos rasos a profundos, apresentando no perfil uma seqüência de horizontes A - Bi - C ou O - A - Bi C, onde o horizonte Bi é do tipo B incipiente. As condições de drenagem desses solos variam de bem drenados a imperfeitamente drenados, dependendo da posição que ocupam na paisagem. Cambissolos são solos em processo de transformação, razão pela qual têm características insuficientes para serem enquadrados em outras classes de solos mais

41 41 desenvolvidos. A presença de fragmentos de rocha é comum no perfil dos cambissolos, atestando um baixo grau de alteração (pouca intemperização) do material. No município de Itapuca, é encontrado Cambissolo Háplico Eutrófico (CXe), que possui um horizonte superficial A proeminente ou A moderado, com saturação por bases a 50%. Ocorre em qualquer situação de relevo e paisagem nas demais regiões do estado e em parte das páreas indicadas como de Chernossolos da antiga Unidade Ciríaco, possivelmente pela degradação dos solos por dezenas de anos de atividade agrícola extrativista Luvissolo O termo Luvissolo significa acumulação sub-superficial de argila. São geralmente solos pouco profundos, bem a imperfeitamente drenados, apresentando no perfil uma seqüência de horizontes A - Bt- C, onde o horizonte Bt é do tipo B textural. Esses solos têm alta CTC (atividade da argila a 27cmol/Kg) e alta saturação por bases ( 50%). No município de Itapuca, é encontrado Luvissolo Háplico pálico (TXp), associados aos Chernossolos da Unidade Ciríaco. Esses solos apresentam espessura dos horizontes A+B (inclusive E e exceto BC) maior que 80 cm e ocupam áreas de pequena extensão em relevo ondulado a fortemente ondulado, o que dificulta a mecanização. O fato de serem resultantes da degradação de Chernossolos, por manejo inadequado, permitiu a erosão do horizonte Argissolos O termo Argissolo deriva da presença de um horizonte subsuperficial mais argiloso no perfil. Os Argissolos são solos geralmente profundos a muito profundos, variando de bem drenados a imperfeitamente drenados, apresentando um perfil com uma sequência de horizontes A-Bt-C ou A-E-Bt-C, onde o horizonte Bt é do tipo B textural. Estes solos apresentam tipicamente um perfil com um gradiente textural, onde o horizonte B é significativamente mais argiloso do que os horizontes A e E. Os solos podem ser originados de diversos tipos de materiais, tais como basaltos, granitos, arenitos, argilitos e siltitos. Para o município de Itapuca, encontram-se mapeados dois tipos de Argissolos: Argissolo Bruno-Acinzentado (PBAC) e Argissolo Vermelho-Amarelo (PVA) Argissolo Bruno-Acinzentado

42 42 Solos que apresentam a parte superior do horizonte B (inclusive BA) pouco mais escurecida (bruno-escuro ou bruno-avermelhado-escuro) em relação aos subhorizontes inferiores, com matiz 5YR ou mais amarelo, valor 3 a 4 e croma menor ou igual a 4 e espessura do solum normalmente entre 60 e 100 cm. Indicam solos com drenagem moderada ou imperfeita que os mantém saturados com água em determinados períodos do ano, proporcionando um ambiente anaeróbico prejudicial ao desenvolvimento das plantas Argissolo Vermelho-Amarelo Solos de cores vermelho-amareladas e amarelo-avermelhadas, com caráter alumínico na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA). Pela denominação do caráter úmbrico, são solos com um horizonte A proeminente. Além disso, estes solos indicam ambientes de boa drenagem. Os elevados teores de alumínio, tanto em argissolos Vermelho-Amarelo quanto em Bruno-Acinzentado, trocável ao longo do perfil são tóxicos para as culturas anuais e frutíferas com sistema radicular profundo. Os níveis de toxidez são variáveis entre culturas e variedades. A correção de alumínio, no caso do plantio direto sobre o campo nativo, poderá ser realizado com a aplicação do corretivo na superfície do solo sem incorporação Neossolo Regolítico O termo Neossolo denomina solos novos, pouco desenvolvidos. Estes solos podem ser rasos ou profundos, apresentando no perfil uma sequência de horizontes A-R, A-C, A-C-R, A- Cr-R, O-R ou H-C. São solos desenvolvidos a partir dos mais diversos tipos de rocha e encontrados nas mais diversas condições de relevo e drenagem. Os Neossolos Regolíticos caracterizam-se por apresentar seqüência de horizontes A-C, ou A-Cr, admitindo-se horizonte B incipiente com espessura < 10 cm e contato lítico a uma profundidade > 50cm, e pelo menos um dos requisitos abaixo: 4%, ou mais de minerais primários alteráveis na fração areia grossa, ou areia fina em algum horizonte dentro de 200cm, a partir da superfície e/ou 5%, ou mais, do volume da massa do horizonte C, dentro de 200cm de profundidade, com fragmentos de rocha semi intemperizada. A associação de Neossolos eutróficos, Cambissolos e Luvissolos ocupam a maior área em Itapuca, distribuídos nas porções central e leste do referido município. Já os Argissolos e os Neossolos distro-úmbricos ocupam essencialmente a porção oeste de Itapuca (Tabela 2).

43 43 Tabela 2 - Pedologia do município de Itapuca. Tipos de Solos Área (km²) % RRe1-CXe-TXp2 94,92 51,41 PBACa 14,41 7,80 PVAa2-RRdh1 75,31 40,79 Total 184,64 100,00 Fonte: Plano Ambiental do município de Itapuca (2009). A Figura 07 apresenta o Mapa de Pedologia do município de Itapuca, bem como a descrição dos solos apresenta a adaptação feita segundo Streck et al.(2008).

44 Figura 7 - Pedologia do município de Itapuca. Fonte: Plano Ambiental do município de Itapuca (2009).

45 2.2.5 Clinografia do município de Itapuca As declividades do município de Itapuca foram categorizadas em classes temáticas segundo as orientações do Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras (RAMALHO FILHO E BEEK, 1995), resultado no Mapa de Clinografia de Itapuca (Figura 8). O município de Itapuca apresenta um relevo classificado como Ondulado, desde Suave a Forte Ondulado, em 77,17% em relação ao total da área do município (Tabela 3). A classificação Forte Ondulado representa a maior área do município, com 25,20% do total. Esta característica ondulada do terreno é definida pela geomorfologia presente na área do município, que apresenta uma zona de contato entre o Planalto dos Campos Gerais e a Serra Geral, onde localizam-se as áreas Escarpadas, Montanhosas e parte das regiões Forte Onduladas. As áreas de declividade Forte Ondulado à Escarpado localizam-se junto às sub-bacias dos arroios Umbu, Lajeado Ferreira e Carazinho, que contribuem para a rede de drenagem da Bacia do Rio Guaporé, onde localizam-se as áreas de menor altitude em Itapuca. A maior parte das áreas Planas de Itapuca (12,18%), estão localizadas na porção central do município e correspondem às porções de campo com extratos arbóreos nativos, que acompanham as margens dos recursos hídricos. Tabela 3 - Classes de declividade delimitadas no município de Itapuca. Classificação da Declividade Intervalo de Declividade Área (km²) % Plano 0-3 % 22,49 12,18 Suave Ondulado 3-8 % 33,55 18,17 Moderado Ondulado 8-13 % 32,30 17,50 Ondulado % 30,10 16,30 Forte Ondulado % 46,53 25,20 Montanhoso % 18,89 10,23 Escarpado Mais de 100 % 0,78 0,42 - Total 184,64 100,00 Fonte: Plano Ambiental do município de Itapuca (2009).

46 Figura 8 - Clinografia do município de Itapuca. Fonte: Plano Ambiental do município de Itapuca (2009).

47 2.2.6 Hidrografia do município de Itapuca O território brasileiro, segundo classificação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, estabelecida na Resolução nº 32 de 15 de outubro de 2003, é subdividido em 12 regiões hidrográficas. Dentre elas está a Bacia Hidrográfica do Guaíba, onde localiza-se o município de Itapuca (FEPAM, 2006). A Bacia Hidrográfica do Guaíba situa-se na região nordeste do RS, entre os paralelos 28º S e 31º S e os meridianos 50º W e 54º W, abrangendo uma área de ,54 km² e correspondente a 30% da área total do Estado. A Bacia do Guaíba é formada por 251 municípios e conta com uma população de habitantes, que representa 61% da população do Estado. É formada pelas bacias hidrográficas da porção norte e central do Estado que drenam para o Lago Guaíba: Gravataí, Sinos, Caí e Baixo Jacuí; outras bacias drenam para o Baixo Jacuí: Alto Jacuí, Taquari-Antas, Pardo, Vacacaí e Vacacaí-Mirim (FEPAM, 2006). A Figura 9, apresenta a Bacia Hidrográfica do Guaíba e em destaque, a Subbacia Taquari-Antas. Figura 9 - Unidades Hidrográficas da Bacia do Guaíba e a Sub-bacia Taquari Antas. Fonte: Plano Ambiental do município de Itapuca (2009). A bacia hidrográfica do Rio Taquari-Antas situa-se na região nordeste do estado do Rio Grande do Sul, abrangendo uma área de km², equivalente a 9% do território estadual e 98 municípios. Trata-se do principal afluente do rio Jacuí, maior formador do Guaíba.

48 48 O Rio Taquari-Antas nasce no extremo leste do Planalto dos Campos Gerais, com a denominação de rio das Antas, até a confluência com o Rio Carreiro, nas imediações do município de São Valentim do Sul. A partir daí passa a denominar-se Taquari, desembocando no rio Jacuí, junto à cidade de Triunfo. Seus principais afluentes pela margem esquerda são os rios Camisas, Tainhas, Lajeado Grande e São Marcos, e pela margem direita, os rios Quebra- Dentes, da Prata, Carreiro, Guaporé, Forqueta e Taquari-Mirim. O município de Itapuca, em termos hidrográficos pertence a duas bacias hidrográficas distintas: a do Rio Forqueta, na porção oeste; e a do Rio Guaporé, na porção leste. O município possui uma rede de drenagem formada predominantemente por córregos e arroios de pequena proporção. Os recursos hídricos de Itapuca ocupam área de 4,50 Km² e apresentam uma extensão de 348,45 Km de comprimento. A Tabela 4 apresenta o ordenamento, a extensão e a área ocupada pela hidrografia em Itapuca. Tabela 4 - Extensão da rede hidrográfica do município de Itapuca. Classificação da Hidrografia Extensão (Km) Área (Km²) 5 Ordem 13,44 2,56 4 Ordem 22,02 0,34 3 Ordem 100,51 0,62 2 Ordem 55,71 0,47 1 Ordem 156,77 0,52 Açudes - 2,20 Total 348,45 4,50 Fonte: Plano Ambiental do município de Itapuca (2009) Sub-Bacias Hidrográficas do Município de Itapuca Para o município de Itapuca, foram delimitadas a Sub-Bacia do Rio Forqueta e da Sub-Bacia do Rio Guaporé. A Tabela 5 apresenta a área correspondente a cada uma das subbacias hidrográficas delimitadas em Itapuca. As Figura 10 e

49 Sub-Bacias do Rio Guaporé Sub-Bacias do Rio Forqueta 49 Figura 11 apresentam o mapa hidrográfico e as sub-bacias hidrográficas do município de Itapuca, respectivamente. Tabela 5 - Sub-Bacias Hidrográficas do município de Itapuca. Bacias Sub-Bacias Área (km²) % Hidrográficas Arroio Jequi 3,58 1,94 Arroio Valério 10,59 5,73 Arroio Engenho Velho 21,30 11,54 Arroio Lajeado Icica 24,29 13,15 Microbacia do Rio Forqueta 1,36 0,74 Arroio Lajeado Ferreira 49,44 26,78 Arroio Carazinho 31,55 17,09 Arroio Umbu 19,39 10,50 Arroio Lajeado Velho 13,50 7,31 Microbacia do Rio Guaporé 9,64 5,22 Total 184,64 100,00 Fonte: Plano Ambiental do município de Itapuca (2009). As sub-bacias do Rio Guaporé ocupam a maior porção de Itapuca, com um percentual de 66,9% do total da área municipal. Essas sub-bacias, cuja maior área de ocupação é representada pela Bacia do Arroio Lajeado Ferreira, com participação em 26,78% do território municipal, possuem os seus escoamentos superficiais orientados para o leste, tributando suas águas no Rio Guaporé, que escoa o seu fluxo de água superficial para o sentido sul. Além disso, as sub-bacias do Rio Guaporé ocupam as porções centro-leste e norte da área municipal de Itapuca. Já a área oeste do referido município é ocupada pelas sub-bacias do Rio Forqueta, que representam um percentual de 33,1% do território municipal e a direção de escoamento das águas superficiais desta rede hidrográfica é do sentido nordeste para sudoeste. A sub-bacia mais representativa dentro desse sistema hidrográfico é a Bacia do Arroio Lajeado Icica.

50 Figura 10 - Mapa hidrográfico do município de Itapuca. Fonte: Plano Ambiental do município de Itapuca (2009).

51 51 Figura 11 - Mapa sub-bacias hidrográficas do município de Itapuca. Fonte: Plano Ambiental do município de Itapuca

52 2.2.7 Uso e cobertura do solo do município de Itapuca Com a colonização européia, teve início um contínuo processo de substituição das formações nativas originais por outros usos, promovendo um quadro de degradação da vegetação. Ao analisarmos a cobertura do solo em geral da Bacia Hidrográfica com a do município de Itapuca, observa-se uma igualdade em relação a essa ocupação, ficando a maior parte dos remanescentes arbóreos nativos nas encostas e nos fundos dos vales, locais com dificuldade de acesso ou baixa aptidão agrícola. O uso do solo no município de Itapuca é caracterizado pela existência de grandes áreas de florestas nativas remanescentes nos vales e mescla com áreas alteradas pela ação antrópica. Nas propriedades rurais destacam-se monoculturas como: milho, soja, erva-mate, pinus, eucaliptos, além de grandes áreas com pastagens permanentes para criação de gado. O mapa de ocupação e cobertura do solo do muncípio de Itapuca-RS é apresentado na Figura 12.

53 Figura 12 - Mapa de ocupação e cobertura do solo no município de Itapuca RS Fonte: Plano Ambiental do município de Itapuca (2009).

54 De acordo com o Plano Ambiental do Município de Itapuca, foram identificadas 8 classes de uso e cobertura do solo, as quais são: Floresta Estacional Decidual, Floresta Ombrófila Mista, Estepe/Mata de Galeria, Floresta Industrial, Campos, Agricultura e Pastagens, Área Urbanizada e Hidrografia e Sombra, conforme Tabela 6. Tabela 6 - Cenário do uso e cobertura do solo do município de Itapuca. Classe de Uso do Solo Área (Km²) % Floresta Estacional Decidual 36,33 19,67 Floresta Ombrófila Mista 44,03 23,85 Estepe/Mata de Galeria 8,55 4,63 Floresta Industrial 1,90 1,03 Campos 48,14 26,07 Agricultura/Pastagem 39,25 21,26 Continuação Tabela 10 Classe de Uso do Solo Área (Km²) % Área Urbanizada 0,57 0,31 Hidrografia/Sombra 5,86 3,18 Total 184,64 100,00 Fonte: Plano Ambiental do município de Itapuca (2009). O município de Itapuca está inserido no Bioma Mata Atlântica e faz parte da Zona Núcleo da Reserva da Biosfera, apresentando as formações florestais classificadas como Floresta Estacional Decidual, Floresta Ombrófila Mista e Estepe com Mata de Galeria. Conforme a análise da Tabela 6, constata-se que 49,18% da área do município de Itapuca apresenta cobertura florestal, seja ela composta por espécies da flora nativa ou exótica. As florestas exóticas, formadas essencialmente por eucaliptos e pinus, ocupam uma pequena área do município, com a participação em 1,03% em relação à área total. As florestas nativas, em diferentes estágios de regeneração florestal, correspondem a 48,15% de Itapuca. Além disso, as porções de campo nativo são utilizadas para a pecuária, que mantém o ambiente natural alterado e estas áreas concentram-se nas regiões central e oeste de Itapuca. A área urbanizada é pequena, em função da baixa densidade populacional do município e da economia essencialmente agrícola.

55 55 A área do município de Itapuca classificada como Hidrografia ou Sombra representa um total de 5,86 Km². Como constatado, a Hidrografia de Itapuca ocupa uma área aproximada de 4,50 Km². Deste modo, a área sombreada classificada através da imagem de satélite representa um total de 1,36 Km². Em geral, essa sombra é resultante do ângulo de visada do sensor a bordo do satélite, no momento da aquisição da imagem, e costumam representar áreas do terreno com acentuada declividade (áreas escarpadas). O conhecimento sobre o uso do solo propicia informações acerca das condições de ocupação do mesmo em um determinado momento. Ao conhecer esse uso é possível acompanhar sua evolução e compreender melhor os processos de ocupação antrópica presente nestes locais e assim evitar futuros danos ao meio ambiente Área Urbanizada O município de Itapuca apresenta um adensamento urbano pequeno e bem definido, que ocupa 0,57 Km² de área. Apenas o núcleo urbano encontra-se parcialmente pavimentado e é importante mencionar a existência de uma estação de tratamento de esgotos residenciais para a área urbana, implantada recentemente pelo município. 2.3 Metodologia aplicada Para a elaboração deste estudo, o qual objetiva oferecer diretrizes para a elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para o município de Itapuca optouse em utilizar uma metodologia separada por etapas, sendo elas: Levantamento preliminar: buscou-se reconhecer inicialmente os principais problemas e o contexto nos quais os mesmos estão inseridos, através de visitas técnicas, saídas de campo, observações do cotidiano das fontes geradoras de resíduos. Diagnóstico: foi efetuado o recolhimento e análise de dados referente aos aspectos ambientais, culturais e socioeconômicos, considerando a origem, descarte, coleta, transporte, tratamento, separação, reciclagem e destinação dos resíduos sólidos, através de visitas técnicas, levantamentos de campo, registros fotográficos, entrevistas, elaboração de gráficos, planilhas, fluxogramas, elaboração de mapas das fontes geradoras de resíduos. Para a realização da amostragem da gestão ambiental dos resíduos gerados nos empreendimentos existentes em funcionamento e de acordo com as normas municipais foi obedecida a metodologia de amostragem constante na Tabela 7.

56 56 Tabela 7 - Enquadramento para amostragem dos empreendimentos existentes. Número de empreendimentos em funcionamento Porcentagem mínima de empreendimentos a serem entrevistados (%) Acima de Prognóstico: nesta etapa foram feitas as propostas para o serviço de coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos, focando na viabilidade técnica, econômica e ambiental, onde as proposições realizadas foram na identificação de áreas favoráveis para a disposição final ambientalmente adequada de rejeitos, identificação de geradores de resíduos sujeitos a elaboração de plano de gerenciamento específico, definição das responsabilidades quanto a implantação e operacionalização, programas e ações de educação ambiental que promovam a não geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos, metas, programas, projetos e ações de gerenciamento de resíduos sólidos, medidas saneadoras dos passivos ambientais e ações de emergência e contingência. 2.4 Diagnóstico da situação atual Responsabilidades A responsabilidade pela coleta e destinação do lixo gerado pode variar de Estado para Estado e de município para município de acordo com a legislação local. No município de Itapuca-RS não existe legislação específica quanto a responsabilidade para coleta e destinação, mas geralmente se distribui da seguinte forma: Municípios: são responsáveis pela coleta e destinação dos resíduos domiciliares, comerciais e públicos; Gerador: os resíduos de serviços de saúde, industrial, de portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários, agrícolas e entulhos, são de responsabilidade de quem os gerou; O Quadro 8, relata resumidamente de quem é a responsabilidade pelo gerenciamento de cada tipo de resíduo, de acordo com a Política Nacional dos Resíduos Sólidos.

57 57 Quadro 8 - Responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos. Classificação quanto a origem Responsabilidade Domiciliar Comercial Público Serviços de Saúde Industrial Portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários Agrícola Entulho Mineração Prefeitura Prefeitura* Prefeitura Gerador (hospitais, postos de saúde) Gerador (indústrias) Gerador (portos...) Gerador (agricultor) Gerador* Gerador Obs.: * A Prefeitura é co-responsável por pequenas quantidades, e de acordo com a legislação municipal específica Caracterização dos Serviços de Limpeza Pública Existentes No município de Itapuca ocorre uma coleta seletiva dos resíduos gerados no perímetro urbano e na zona rural, sendo que a coleta e o transporte até o aterro sanitário da Prefeitura Municipal de Itapuca-RS é feita pela própria administração pública, através de funcionários e veículo da secretaria de obras, sendo que no perímetro urbano ocorre coleta 03 vezes por semana, já na área rural a coleta é realizada a cada 02 meses. A segregação dos resíduos encaminhados para o aterro sanitário é feita por empresa terceirizada, a qual disponibiliza 02 funcionários para a execução da segregação e classificação dos resíduos. Os materiais considerados rejeitos são destinados para a própria célula do aterro sanitário e os demais resíduos com algum interesse econômico são transportados, por veículo específico e licenciado pela FEPAM, para a central de transbordo da Empresa Canaã Reciclagem e Transporte de Resíduos, localizada no município de Anta Gorda-RS. A coleta dos resíduos sólidos domésticos é realizada por um único veículo, juntamente com uma equipe formada por três funcionários, geralmente no turno da manhã. Na Tabela 8 é apresentada a frequência e os tipos de resíduos que são recolhidos no perímetro urbano.

58 58 Tabela 8 Frequência de coleta dos resíduos sólidos domésticos no perímetro urbano. Dia da semana Tipo de Resíduo Segunda feira Quarta feira Sexta feira Fonte: Prefeitura Municipal de Itapuca (2013). Orgânico Reciclável Orgânico Já na área rural a coleta dos resíduos recicláveis é feita a cada 02 meses sendo sempre realizada na segunda semana do mês par. A coleta é realizada obedecendo o seguinte itinerário, o qual é apresentado na Tabela 9. Tabela 9 - Itinerário para coleta dos resíduos sólidos na área rural do município. Dia da semana Turno Localidade Segunda feira Terça feira Terça feira Quarta feira Quinta feira Tarde Manhã Tarde Tarde Manhã Linha Oitava Mistura Linha Oitava Scheffer Linha Oitava Miotto Linha Oitava Nervis Linha Sétima São José Linha Sétima São João Linha Nona Linha Décima Linha Coxilha Seca Linha Araponga Linha Lajeado Ferreira Linha Capinzal Linha Campo Bonito Quinta feira Tarde Linha Campo Bonito Fonte: Prefeitura Municipal de Itapuca-RS (2013). Os resíduos de serviço de saúde de origem pública possuem os serviços de coleta, transporte, tratamento e disposição final terceirizado, sendo que os mesmos são realizados pela empresa Aborgama do Brasil, com unidade em Sapucaia do Sul. Já os resíduos de serviço de saúde de origem privada também possuem ambos os serviços terceirizados, ficando a cargo do próprio gerador a responsabilidade de contratação e pagamento do mesmo.

59 59 No que se diz respeito aos resíduos provenientes da limpeza urbana, a coleta, transporte e destinação final é feita de forma semelhante aos resíduos domiciliares sendo o que ocorre também para os resíduos de origem da construção civil. Para as demais atividades geradoras de resíduos sólidos sua destinação é de inteira responsabilidade do próprio gerador, sendo que a administração pública apenas deve fiscalizar o cumprimento da legislação Central de Triagem e Aterro Sanitário Após realizada as atividades de coleta dos resíduos sólidos, os mesmos são encaminhados para a central de triagem do próprio município, onde ocorre uma segregação, sendo que os resíduos que não possuem valor comercial são destinados para a célula de disposição final, a qual possui sua vida útil estimada em 6,5 anos, sendo que a mesma já está sendo ocupada desde janeiro de O aterro sanitário é de propriedade da Prefeitura Municipal de Itapuca, localizado na Linha Capinzal à 2 Km do perímetro urbano do município. Possui licença ambiental emitida pela FEPAM sob a ordem LO /10-2 com vencimento em 29 de agosto de O mesmo já apresenta uma célula de disposição final de resíduos encerrada. O aterro sanitário possui superfície de 6.451,00 m², onde atualmente estão instaladas uma central de triagem, uma célula de disposição final de resíduos já encerrada e uma célula de disposição final de resíduos a qual encontra-se em operação. Os resíduos recebidos são apenas oriundos do próprio município. O sistema de tratamento do efluente gerado pela central de triagem e pela célula de disposição de resíduos consiste em uma caixa coletora de chorume, sendo que quando ocorre o esgotamento da capacidade da mesma é feito o reciclo do efluente para a célula de disposição. Para o monitoramento do aterro também existem outros dispositivos instalados, além da caixa coletora de chorume como: dois piezômetros e uma bacia de dissipação Escolha da área para implantação do aterro sanitário A área atualmente utilizada como aterro sanitário, antigamente era de utilização para depósitos de resíduos e rejeitos sem qualquer proteção ambiental. Devido a esse motivo e por a área contar com espaço físico favorável para a implantação do aterro sanitário, a mesma foi readaptada para que houvesse possibilidade de utilização. Outro fator levado em consideração foi que uma possível desapropriação de nova área e a realização de obras de limpeza (como

60 60 remoção de vegetação), terraplanagem, abertura de estradas, etc., causaria um maior impacto ambiental e uma nova área com passivo ambiental. O aterro sanitário apresenta alguns aspectos favoráveis para tal utilização, como: topografia entre 1 e 15% de declividade, coeficiente de permeabilidade inferior a 10-6 cm/s, distância menor de 500 m de núcleos habitacionais, maior de m de centros urbanos, maior de 200 m de cursos hídricos, lençol freático com profundidade superior a 2 m, mais de 300 m de redes de alta tensão, distância inferior a 15 Km dos pontos de coleta e vias de acesso em bom estado. O acesso à área do aterro é feito por estrada municipal sem pavimentação, porém em boas condições de conservação e trafegabilidade. A área possui isolamento com cerca de tela de altura de 1,80 m, em todo o perímetro. O acesso ao aterro é feito através de uma única passagem, a qual permanece fechada com cadeado durante todo o tempo em que o aterro não está sendo operado. Junto ao portão de acesso principal estão instaladas placas informativas de acesso restrito a pessoas não autorizadas. Junto ao perímetro da cerca possui implantado um sistema de cortinamento vegetal que apresenta-se em desenvolvimento, fechando de maneira satisfatória a área utilizada para depósito de resíduos Célula do aterro sanitário A célula do aterro sanitário está construída no sistema trincheira com as seguintes dimensões: Dimensões do topo da célula: 29,00 m x 21,50 m; Dimensões da base da célula: 18,40 m x 8,80 m; Área superior: 599 m²; Área de geomembrana total: 795 m²; Profundidade: 3,0 m; Profundidade útil: 2,60 m; Inclinação dos taludes: 30 ; Volume da célula: m³; Volume útil da célula: m². A impermeabilização inferior da célula consiste de uma camada de argila de 0,50 m compactada, geomembrana (PEAD) de 1,5 mm de espessura, seguida de mais uma camada de argila de 0,50 m compactada e uma camada de brita, com espessura de 0,40 m.

61 61 Os taludes laterais possuem uma camada de argila de 0,50 m compactada e geomembrana (PEAD) de 1,5 mm de espessura. Atualmente a célula está operando em condições normais, com ocupação de cerca de 55%, conforme Figura 13 - Célula do aterro sanitário antes da cobertura dos rejeitos com solo.figura 13. Figura 13 - Célula do aterro sanitário antes da cobertura dos rejeitos com solo Central de Triagem A central de triagem ( Figura 14) é composta por um galpão de alvenaria com área construída de 165 m² (11 x 15m), piso impermeabilizado e canaletas de contenção. As canaletas servem para conduzir o efluente de lavagem dos pisos e equipamentos e do chorume produzido durante o manuseio dos resíduos até a caixa coletora do efluente. Internamente o galpão de triagem é subdividido em setores: chegada ao aterro. Setor de descarga: onde os resíduos são descarregados do caminhão, logo na Setor de triagem: onde ocorre a separação propriamente dita dos resíduos, composto por mesa de separação com tampo de tela, bombonas, peneiras e carrinho para transporte dos resíduos. Setor de baias: onde os resíduos permanecem armazenados em baias de concreto (3x3,5m) até sua coleta e transporte para a central de transbordo. O setor possui 5

62 62 baias, as quais são destinadas para alumínio e latão, papel e papelão, plásticos, vidros e materiais perigosos. Setor de banheiro e vestiário: para higiene pessoal dos funcionários. Figura 14 - Central de triagem do aterro sanitário Monitoramento Ambiental O monitoramento ambiental realizado consiste na inspeção e manutenção do sistema de drenagem pluvial, do sistema de drenagem do percolado, do sistema de impermeabilização e dos recursos hídricos Caracterização dos Geradores e seus Resíduos Sólidos Geradores e Resíduos Sólidos Domiciliares e Comerciais A geração de resíduos sólidos domiciliares é realizada em todas as propriedades rurais e residências urbanas, sendo que em propriedades rurais, por serem de maior dimensão e visando um aproveitamento orgânico dos resíduos considerados orgânicos a coleta é realizada a cada período de 02 meses onde ocorre apenas o recolhimento de resíduos recicláveis. Em informações obtidas na Prefeitura Municipal de Itapuca e com a empresa responsável pela destinação final dos resíduos obteve-se os seguintes dados: População atendida: habitantes;

63 63 População zona urbana: 450 habitantes; Populaçao zona rural: habitantes; Geração: 1 kg/hab.dia (urbana) e 0,5 kg/hab.dia (rural); Densidade média dos resíduos: 0,85 ton/m³; Geração mensal: 43,56 toneladas; Geração diária: kg; Volume mensal: 51,25 m³; Volume diário: 1,70 m³. No Quadro 9 é apresentado a composição gravimétrica média dos Resíduos Sólidos Urbanos da central de triagem do município de Itapuca, considerando como base a quantidade de resíduos sólidos urbanos coletados no ano de Quadro 9 - Composição gravimétrica média dos resíduos sólidos no município de Itapuca. Resíduo % Zona Urbana kg/dia Zona Rural kg/dia Matéria Orgânica destinada ao Aterro Sanitário Matéria Orgânica não destinada para o Aterro 26,70 120,15 267,54 26,70 120,15 267,54 Papel/papelão 21,0 94,50 210,42 Plásticos 8,90 40,05 89,18 Alumínio 5,40 24,30 54,11 Vidros 2,60 11,70 26,05 Outros 8,70 39,15 87,17 Total , ,00 Fonte: Prefeitura Municipal de Itapuca (2013). Devido a população do município de Itapuca ter o hábito de cultivar hortas a quantidade de matéria orgânica destinada para a coleta convencional reduz em aproximadamente 50%, com isso tem-se que: Disposição mensal: 15,42 toneladas; Disposição diária: 514 kg; Volume mensal: 18,14 m²; Volume diário: 0,60 m³.

64 Mecânica Posto de Combustível Geradores e Resíduos Sólidos de Limpeza Urbana Os serviços de limpeza urbana desenvolvidos, consistem basicamente na varrição manual das ruas, capina dos canteiros centrais e poda da vegetação arbórea das vias públicas, os quais são executados pelos funcionários públicos municipais. Os resíduos de varrição são coletados e encaminhados para ao aterro sanitário, já os da capina e da poda de vegetação são coletados e encaminhados para áreas de disposição deste tipo de material, já que o mesmo é considerado orgânico. As áreas de destinação desses resíduos não obedecem nenhuma regra, e muito menos possuem licenciamento ambiental para tal finalidade. A frequência da execução destes serviços ocorre conforme a demanda, sem uma certa periodicidade, porém são executadas de forma eventual. A atividade de varrição que ocorre com maior frequência, sempre é realizada no dia seguinte ao acontecimento de eventos públicos e comemorativos Geradores e Resíduos Sólidos Comerciais e de Prestadores de Serviços O município de Itapuca-RS não possui muitos empreendimentos considerados como prestadores de serviços, sendo que no quadro 10 é apresentado os geradores de resíduos sólidos comerciais e de prestadores de serviços, onde também é descrito os resíduos sólidos gerados. Quadro 10 - Atividades de prestação de serviços geradoras de resíduos. Ativi Código dade FEPAM Empresa Localização Resíduos Gerados 4751,30 Comercial de Rua Floriano * Óleos lubrificantes usados; Depósito e Combustíveis Borges de * Embalagens de óleos; Comércio Burille Góes, 330 * Resíduos domésticos; Varejista de * Estopas contaminadas com Combustíveis óleo. Rua Floriano * Óleos lubrificantes usados; Não licenciadas Mecânica DCM Mecânica Macedo Borges de Góes, 600 Rua José Sebben, 120 * Pilhas e baterias; * Pneus; * Resíduos domésticos; * Embalagens de óleos;

65 Madeireira 65 Mecânica Borelli Avenida Julio Cardoso, 995 * Estopas contaminadas com óleo; * Resíduos de solventes Geradores e Resíduos Sólidos Industriais Os resíduos sólidos industriais foram disciplinados anteriormente a Politica Nacional dos Resíduos Sólidos, pela Resolução do CONAMA 313/2002. Com ela em vigor, diversas indústrias devem enviar registros para a composição do Inventário Nacional dos Resíduos Industriais. No município de Itapuca, por sua economia ser basicamente de origem agrícola, não existem muitas indústrias, no Quadro 11 é apresentado as atividades industriais desenvolvidas no município, com os seus respectivos resíduos gerados, bem como uma identificação das empresas e localização. Quadro 11 - Atividades industriais geradoras de resíduos. Ativi Código Empresa Localização Resíduos Gerados dade FEPAM RS 132, Km 3 * Residuos de madeira; Madeireira - Linha Campo * Casca de árvores; Itapuca Bonito * Lâmpadas; RS 132, Km 1 * Pilhas e baterias; 1510,20 Madeireira - Linha Campo * Óleo usado e suas Serraria e Gambatto Bonito embalagens. Desdobramen Pagnussatt to sem Indústria e Tratamento Linha Oitava Beneficiamento de Madeira de Madeira Madeireira Linha Campo Amilton Borges Bonito de Oliveira

66 Ervateira ,10 Erva mate Rua Floriano * Resíduos de madeira; Fabricação de Ponche Verde Borges de * Lâmpadas; Erva-mate Góes, 540 * Pilhas e baterias; * Óleo usado e suas embalagens; * Embalagens de produtos danificadas. Destinação dos resíduos: Os resíduos gerados nas atividades listadas anteriormente são destinados conforme sua classificação. As lâmpadas, embalagens danificadas, óleos usados, pilhas e baterias são materiais da logística reversa. As ripas, toretes, e madeiras danificadas sofrem processo de trituração onde ocorre a geração de resíduos de madeira, conforme Figura 15 e 16, os quais são vendidos imediatamente para frigoríficos e cerâmicas, que utilizam o produto como fonte de energia para a produção dos seus respectivos produtos. Os resíduos de madeira que não tiverem sua comercialização imediata são armazenados em ambiente aberto para sofrerem decomposição, ficando em média 180 dias estabilizados, para em seguida, serem utilizados como matéria orgânica em meio a cultura de erva-mate. Figura 15 - Resíduos de madeira armazenados em ambiente aberto, para posteriormente serem destinados como matéria-prima na cultura de erva-mate.

67 67 Figura 16 - Resíduos provenientes do processo de beneficiamento de toras, os quais serão triturados para transformação em resíduo de madeira e posterior venda ou utilização como matéria orgânica. Na Figura 17 - Localização das indústrias.figura 17 é apresentado o mapa com a localização das indústrias no município de Itapuca-RS, em relação ao perímetro urbano e a RS 135. Madeireira Amilton Borges de Oliveira Figura 17 - Localização das indústrias. Perímetro Urbano RS 135 Madeireira Gambatto Madeireira Itapuca Erva-mate Ponche Verde Madeireira Pagnussatt

68 Geradores e Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde A legislação brasileira através da RDC 306/04 da ANVISA estabelece o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Esta define o gerenciamento dos RSS como um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases cientificas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente. O manejo dos RSS é entendido como a ação de gerenciar os resíduos em seus aspectos intra e extra estabelecimento, desde a geração até a disposição final, englobando as seguintes etapas: segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno, armazenamento temporário, tratamento, armazenamento externo, coleta e transporte externos e disposição final. Caracterização dos estabelecimentos: Farmácia Ideal: os resíduos sólidos gerados nesta atividade são segregados conforme a RDC 306/04, sendo basicamente o que ocorre é a geração de resíduos Classe B e D, sendo que os de Classe B são acondicionados em recipiente específico os quais aguardam a coleta da mesma empresa que efetua o recolhimento na Unidade de Atendimento Básico de Saúde. Já os resíduos de Classe D são destinados para a coleta seletiva. Consultório Odontológico Bonatto: o mesmo ocorre para os resíduos provenientes do consultório dentário, sendo que aqui ocorre a geração de resíduos Classe A, B, D e E. Os de Classe D são destinados para a coleta seletiva e os demais são acondicionados e armazenados em recipientes específicos e aguardam o recolhimento pela empresa especializada no ramo. Unidade de Atendimento Básico de Saúde UABS: o manejo dos resíduos sólidos proveniente das atividades realizadas foi subdividida em etapas, as quais estão descritas a seguir, onde foram feitas observações do cotidiano e identificação das práticas realizadas na unidade de saúde. Identificação das fontes geradoras de RSS Os resíduos de serviços de saúde da UABS são provenientes basicamente dos seguintes lugares:

69 69 sala de vacinas; consultórios odontológicos; ambulatório; sala de cirurgias; e sala de recuperação. Quantificação e classificação dos resíduos gerados Os resíduos oriundos das fontes geradoras foram classificados pela ANVISA RDC 306/04 e quantificados através de unidades de peso e unidade propriamente ditas. O período considerado para quantificação dos resíduos ocorreu do dia 01 de abril de 2013 à 30 de abril de No Quadro 12 é apresentado a classificação, descrição, e quantidades dos resíduos. Quadro 12 - Quantificação e geração dos resíduos de serviços de saúde da Unidade de Atendimento Básico de Saúde. CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO QUANTIDADE DESCRIÇÃO Classe A Biológicos 21,40 Kg Curativos, material com sangue, peças anatômicas Classe B Químicos 90 frascos Frascos de medicamentos Classe C Radionuclídeos* - - Classe D Resíduos domiciliares** - - Classe E Perfurocortantes 2 caixas Agulhas e ampolas Obs.: * Não ocorreu geração de resíduos de Classe C. ** Os resíduos domiciliares não foram quantificados nessa amostragem, uma vez que os mesmos são destinados para a coleta seletiva. Identificação das práticas de gerenciamento Segregação: ocorre a separação dos resíduos no local de geração, conforme sua classificação. Para essa prática o estabelecimento possui em cada local de geração três recipientes, um para resíduo biológico, um para resíduo comum seco e outro pra resíduo comum úmido, além de uma caixa para perfurocortantes. Os resíduos químicos são armazenados em um único recipiente, devido a pouca demanda destes resíduos. Acondicionamento: os resíduos segregados são embalados em sacos e recipientes que evitam o vazamento e resistam à punctura e ruptura. Os resíduos de Classe A são

70 70 acondicionados em sacos plásticos de cor branca leitosa, com simbologia de resíduo infectante. Os resíduos de Classe B são acondicionados inicialmente na própria embalagem, e colocados em sacos plásticos impermeáveis e resistentes, de cor branca leitosa, com simbologia de resíduo infectante. Os resíduos de Classe E são acondicionados em recipiente apropriado (caixa de papelão Descarpak) rígida, resistente a punctura, ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificado com símbolo de infectante/perfurocortante, sendo expressamente proibido o esvaziamento deste recipiente para o seu aproveitamento (Figura 18). Figura 18 Acondicionamento interno dos resíduos de serviços de saúde. Identificação: prática onde é feita o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes. Os recipientes para resíduos de Classe A são identificados como resíduos contaminados, os recipientes para resíduos de Classe B são identificados como resíduos químicos, os recipientes para resíduos Classe D são identificados como resíduo comum seco e resíduo comum úmido e os recipientes para resíduos Classe E são identificados pela caixa descarpak. Transporte: por se tratar de um estabelecimento de pequeno porte e movimento considerado razoável, o translado dos resíduos ocorre diretamente do ponto de geração até o

71 71 local destinado ao armazenamento externo. O transporte é realizado duas vezes ao dia, sempre ao final de cada expediente de trabalho. Armazenamento externo: é necessário para a guarda dos recipientes dos resíduos até a realização da etapa de coleta externa. O armazenamento externo possui ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores, conforme Figura 19. O armazenamento é feito em bombonas esterilizadas, com tampa de fechamento hermético e identificadas com cada tipo de resíduo. Figura 19 - Armazenamento externo dos resíduos de serviços de saúde da UABS. Coleta e transporte externo: é feita a remoção dos resíduos do armazenamento externo até a unidade de tratamento ou disposição final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores e meio ambiente, devendo estar de acordo com as orientações dos órgãos fiscalizadores. A coleta e o transporte externo são realizados uma vez por mês por uma empresa terceirizada e com pessoal treinado e capacitado para a realiza-los. Disposição final: é feita a disposição dos resíduos no solo, previamente preparado para recebê-lo obedecendo critérios técnicos de construção e operação e de acordo com o licenciamento ambiental. Segundo informações da empresa contratada para a realização da

72 72 coleta, transporte e disposição final, os resíduos de Classe A e E sofrem tratamento através de esterilização por autoclaves à uma temperatura de 150 C por um espaço de tempo de 30 minutos, tornando-se inertes e após são encaminhados para um aterro industrial classe II Geradores e Resíduos Sólidos da Construção Civil O município de Itapuca por ser de pequeno porte, não apresenta um percentual considerável de geração de resíduos da construção civil, uma vez que em consulta ao setor de engenharia da Prefeitura Municipal de Itapuca, constatou-se que ocorreu a liberação de apenas 5 habite-se e 9 alvarás de construção durante o ano de Em casos onde a geração deste tipo de resíduos é pequena (Figura 20), a responsabilidade de coleta e destinação final dos resíduos é da Administração Pública, sendo que quando ocorre a geração dos mesmos, a secretaria de obras fica responsável pela sua destinação final, os quais habitualmente são destinados para a realização de alguma terraplanagem, levantamento da cota de um terreno e/ou para melhoria das vias de circulação da área rural. Figura 20 - Resíduos da construção civil Geradores e Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris O município de Itapuca apresenta grande crescimento no que diz respeito a atividade agropecuária, o que consequentemente acarreta em um aumento na produção de resíduos e dejetos agrícolas. A principal atividade que apresenta um considerável crescimento é a de suinocultura, além das já desenvolvidas de avicultura, bovinocultura e produção de grãos.

73 73 A suinocultura é uma atividade que merece uma atenção especial em relação ao controle de dejetos, pois os mesmos têm um potencial poluidor alto, principalmente com relação à poluição dos cursos da água e do solo, que ocorre com a aspersão dos dejetos suínos na lavoura. Em um levantamento feito observou-se que todas as propriedades vinculadas às integradoras de produção de suínos possuem a atividade com licenciamento ambiental, porém se mostra necessário uma fiscalização mais próxima para que se cumpram as medidas mitigadoras propostas e condicionantes exigidas pelo Órgão Ambiental licenciador. As atividades de avicultura e bovinocultura de leite também estão presentes no município, sendo que as mesmas causam impactos menores se considerarmos os causados pela atividade suinícola, mas da mesma forma, merecem um atenção mais próxima com relação ao destino de dejetos gerados nas propriedades. No município existem 31 propriedades que desenvolvem a atividade de suinocultura, as quais formam um plantel total de animais criados anualmente, levando em consideração a Norma Técnica da FEPAM, a qual objetiva orientar os procedimentos para o licenciamento ambiental de empreendimentos destinados a suinocultura no Estado do Rio Grande do Sul, através da definição de critérios técnicos para esta atividade, que um suíno gera em média 1 m³ durante o seu ciclo de crescimento, ocorre uma produção anual de m³ de dejetos os quais permanecem 120 dias estáveis para que haja estabilização dos mesmos. A atividade de avicultura de corte possui 14 propriedades que desenvolvem a atividade, as quais apresentam um plantel total de aproximadamente frangos, levando em consideração que a cama de aviário é utilizada nos lotes durante o período de 365 dias e que cada aviário possui em média m³ de substrato de cama e dejetos das aves perfaz um montante anual de resíduos avícola no valor de m³, os quais deverão ser estabilizados e posteriormente poderão ser aplicados em áreas agrícolas. A atividade de bovinocultura de leite semi-confinada está presente em poucas propriedades rurais, sendo que em apenas 8 a atividade está licenciada, porém em consulta a Secretaria da Agricultura obteve que possuem no município 76 produtores de leite cadastrados, com um plantel total de animais em lactação. Conforme a norma técnica da FEPAM, para esta atividade a cada período de 120 dias ocorre a geração média de m³ de dejetos, os quais deverão permanecerem por mais 120 dias estáveis para posteriormente serem aplicados em áreas agrícolas. No Tabela 9 é apresentado uma comparação entre as atividades de avicultura, suinocultura e bovinocultura de leite, na geração de dejetos e a quantidade mínima de área necessária para a aplicação dos mesmos.

74 74 Quadro 13 - Comparação produção de dejetos agrícolas por atividade. Atividade Qtidade de Qtidade de dejetos Quantidade mínima N de animais produzidos de solo agrícola para produtores por ano anualmente (m³) aplicação (ha) Suinocultura Avicultura Bovinocultura de leite ,60 Uma situação que se deve destacar é a produção em pequena escala de aves, suínos e bovinos, pois nestas propriedades pode-se observar que a destinação de dejetos gerados, de forma geral, não ocorre de forma correta, ou seja, ocorre lançamento de forma direta em águas superficiais ou mesmo a localização das esterqueiras se encontram próximas de córregos, colocando em risco a ocorrência de acidente ambiental Geradores e Resíduos Sólidos com Logística Reversa Pilhas e baterias Constatou-se que apenas um estabelecimento comercial, a mecânica DCM, apresenta ponto de coleta voluntária de pilhas e baterias, o qual é representante autorizado da Empresa PIONEIRO, sendo que os resíduos ali entregues são recolhidos por ela Lâmpadas Não foi observado nenhuma campanha ou programa específico para a coleta dos referidos resíduos, apenas observou-se a existência de um ponto de coleta voluntária em uma loja de material de construção, a qual pratica a política da logística reversa. Apesar da existência desse ponto de coleta observou-se na célula do aterro sanitário a presença de diversos exemplares de lâmpadas, o que demonstra a necessidade da realização de campanhas educacionais voltadas para esse tema e a criação de novos postos de coleta Óleos e Graxos Todos os resíduos gerados na manutenção dos veículos realizada nas oficinas mecânicas é acondicionado em recipiente especifico e recolhido quando apresentar uma quantidade razoável pela empresa que efetuou a venda dos mesmos, praticando assim, a política da logística reversa.

75 Pneus Os pneus descartados pela Administração Pública são armazenados em ambiente fechado e coberto junto à garagem de máquinas da Secretaria de Obras, onde permanecem aguardando a coleta a ser realizada por empresa terceirizada, a qual processa o material recolhido transformando-o novamente em matéria-prima para a fabricação de produtos ecológicos e na utilização para fabricação da manta asfáltica. O mesmo processo ocorre para os pneus recolhidos pelas oficinas mecânicas, que armazenam os mesmos em ambiente fechado e ficam aguardando empresas do ramo de reciclagem efetuar o recolhimento Embalagens de Agrotóxicos Em uma fiscalização ocorrida no ano de 2011 pelos agentes da FEPAM, autuaram e embargaram a venda de agrotóxicos dos estabelecimentos que a praticavam, devido aos mesmos não estarem licenciados pelo Órgão Ambiental. Atualmente no município não existe nenhum estabelecimento comercial apto para a comercialização de agrotóxicos, apenas a agropecuária do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itapuca está em processo de licenciamento de um depósito de agrotóxicos para poder efetuar a venda. Não constatou-se a existência de nenhuma ação de recolhimento das embalagens de agrotóxicos junto às propriedades rurais. Alguns agricultores conscientizados praticam a política da logística reversa devolvendo a embalagem tríplice lavada e perfurada aos estabelecimentos que os efetuaram a venda Embalagens de Medicamentos Veterinários Desde 2011, uma ação desenvolvida pela empresa Atitude Ambiental e pela BRF Brasil Foods efetua o recolhimento dos frascos de medicamentos utilizados pelos integrados da BRF. Cada propriedade rural recebe um recipiente específico conforme a sua demanda, onde os frascos são acondicionados e permanecem no aguardo da coleta, a qual ocorre de forma semestral, através de veículo específico e devidamente licenciado para o devido fim Cemitério e seus Resíduos Sólidos Os resíduos sólidos com origem no cemitério da Paróquia São Miguel Arcanjo são formados pelos materiais particulados de restos florais resultantes das coroas e ramalhetes, vasos plásticos ou cerâmicos de vida útil reduzida, resíduos de construção e reforma de túmulos, da infra-estrutura, de exumações, de resíduos de velas e seus suportes, e restos de

76 76 madeiras. Nas datas emblemáticas das religiões é quando se dá uma concentração maior da geração de resíduos. Em relação aos resíduos caracterizados como domésticos ou residenciais, pode-se mencionar que são gerados os seguintes resíduos: Resíduos Recicláveis: Restos de coroas de flores, flores artificiais, papel, pet, plástico, restos de velas queimadas (parafina). Resíduos Orgânicos: Flores naturais, restos de podas de árvores e de cortes de gramas, etc. Diante da classificação pela RDC 306/04 da ANVISA os resíduos de serviços de saúde gerados consistem basicamente nos resíduos pertencentes ao Grupo A sendo eles: luvas, urnas, roupas, sacos plásticos, todos gerados na exumação de corpos. Já quanto aos resíduos da construção civil gerados, tem-se os resíduos Classe A, conforme CONAMA 307/02, sendo eles: restos de tijolos/blocos, argamassa e concreto. 2.5 Prognóstico Programas, Projetos e Ações Os programas, projetos e ações aqui apresentados foram definidos para um horizonte de 4 anos, conforme periodicidade para revisão do plano definido a seguir. Faz-se necessário uma análise do desenvolvimento das atividades a serem executadas através de um monitoramento das ações, sendo que a mesma deverá ser realizada juntamente com a elaboração do plano plurianual de cada gestão administrativa municipal. A seguir é apresentado os programas e projetos indicados para a melhoria do processo de gestão dos resíduos sólidos no município. Sendo que em cada programa ou projeto é apresentado seu objetivo, ações para alcançá-los, responsáveis, possíveis parceiros, indicadores sociais e ambientais e o tempo para execução. Quanto à temporalidade dos programas definiu-se da seguinte forma: Curto prazo: 1 ano Médio prazo: 2 anos Longo prazo: 3 anos Para a proposição dos programas e projetos seguiu-se fundamentos para uma gestão eficiente de resíduos, onde objetiva-se a não geração, redução, minimização, reuso, reciclagem, recuperação, tratamento e a destinação final adequadas, proporcionando assim segurança à saúde pública e proteção ao meio ambiente, concomitantemente garantia de

77 77 regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos. Com esse intuito, foram definidos alguns programas e projetos na esfera deste plano para os serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos.

78 78 PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO MUNICÍPIO DE ITAPUCA Objetivo: Orientar sobre o manejo correto dos agrotóxicos, e maior controle de geração destes. Motivo: Reduzir os potenciais impactos da produção agropecuária através dos defensivos agrícola, dando a estes a destinação adequada, diminuindo o descarte indevido das embalagens proporcionando diminuição de problemas de saúde decorrentes do uso indevido de agrotóxicos, visando a melhoria na qualidade de vida, diminuição dos problemas de saúde pública relacionados ao uso inadequado de agrotóxicos e suas embalagens aliados a redução da poluição do meio ambiente e dos recursos hídricos. Ações: Ampliar as campanhas juntamente com as agentes da saúde, visando criar nos pequenos agricultores uma consciência ambiental mais aprofundada sobre o tema. Implantar uma central e armazenamento de embalagens de agrotóxicos, devidamente projetada e licenciada segundo a legislação vigente, visando uma melhor adequação temporária destes. Instituir um sistema de controle de venda de agrotóxicos, realizando um mapeamento do uso deste por parte dos revendedores, que será apresentado à secretaria do Meio Ambiente. Com base nos dados coletados e o registro de embalagens recebidas, será possível realizar um balanço de entradas e saídas, apresentando qual a comunidade do município que necessita de uma campanha mais intensa. Disponibilizar um agente municipal treinado e um turno semanal definido para que as embalagens sejam recebidas e acondicionadas, sendo entregue ao agricultor o recibo de entrega destas. Responsáveis: Possíveis Parceiros Secretaria Municipal do Meio Ambiente Emater Secretaria Municipal da Agricultura Sindicato dos Trabalhadores Rurais Secretaria Municipal da Saúde Indicadores: * Número de embalagens recolhidas anualmente;

79 79 * Número de embalagens dispostas em áreas irregulares; * Número de atendimentos de intoxicação por agrotóxicos; Execução: curto prazo PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO MUNICÍPIO DE ITAPUCA Objetivo: Realizar estudo de impacto de vizinhança na área atual de disposição final dos resíduos no município de Itapuca. Motivo: Obter noção real quanto aos passivos e impactos ambientais gerados pelo aterro sanitário. Ações: Efetuar uma avaliação da qualidade da água, do ar e do solo; Efetuar levantamento com os moradores vizinhos a respeito da circulação de animais pela área; Efetuar estudo referente à trafegabilidade e movimento de veículos na região circunvizinha; Responsáveis: Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Indicadores: * Número de moradores vizinhos insatisfeitos com a destinação da área como aterro sanitário; * Número de amostras de água e solo com presença de contaminação; * Índices de alteração da qualidade do ar; * Número de veículos que circulam diariamente com destino ao aterro sanitário. Execução: longo prazo

80 80 PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO MUNICÍPIO DE ITAPUCA Objetivo: Orientar sobre o manejo correto dos resíduos industriais. Motivo: Estabelecer diretrizes para o desenvolvimento das atividades industriais do município, regendo desta maneira um crescimento ambientalmente equilibrado do setor. Ações: Auxiliar as empresas existentes a elaborarem um plano de gestão de resíduos sólidos em seus estabelecimentos, visando reduzir a sua geração e reinserir os rejeitos gerados no mercado na forma de matéria-prima co-processadas. Estabelecer regramentos para a gestão dos resíduos sólidos provenientes da atividade industrial; Conscientizar os empreendedores da importância da correta gestão dos resíduos industriais. Responsáveis: Secretaria Municipal do Meio Ambiente Secretaria Municipal do Desenvolvimento Indicadores: * Presença de resíduos industriais na coleta seletiva; * Quantidade de áreas com passivos ambientais de resíduos sólidos industriais; Execução: médio prazo

81 81 PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO MUNICÍPIO DE ITAPUCA Objetivo: Atingir a eficácia do manejo de resíduos de fontes especiais (pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, óleos e graxas), no município de Itapuca. Motivo: Precaver a contaminação ambiental por parte destes, tendo em vista a alta toxicidade dos compostos presentes nestes. Ações: Promover a continuação dos programas existentes na cidade, dando um enfoque diferenciado aos diferentes públicos alvos abordados; Promover campanha referente ao destino final de lâmpadas fluorescentes, instituindo pontos de coleta voluntária, objetivando a conscientização da população. Construção de local próprio e separado, para o armazenamento temporário de óleos e graxas do setor público, este podendo ser próximo do local atual. Este local deverá ser construído para evitar acidentes de derramamento deste tipo de resíduo; Criar Eco-pontos que sirvam para a coleta dos resíduos especiais. Responsáveis: Possíveis Parceiros Secretaria Municipal do Meio Ambiente Comércio local Secretaria Municipal da Saúde Indicadores: * Quantidade de resíduos recolhidos anualmente nos Eco-pontos; * Quantidade de resíduos destinados para o aterro sanitário; Execução: médio prazo

82 82 Na Figura 21 é apresentado o mapa com a localização dos Ecopontos propostos no perímetro urbano do município visando a coleta dos resíduos especiais. Figura 21 - Localização dos Ecopontos propostos no perímetro urbano.

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