REACÇÃO DO SOLO (protocolo fornecido pela FCUP)
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- Rosa Vidal Marreiro
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1 REACÇÃO DO SOLO (protocolo fornecido pela FCUP) Objectivo: medição do ph de amostras de solo em água e em soluções salinas; comparação do valor da reacção do solo em água e em soluções salinas Considerações gerais Reacção do solo A reacção do solo é avaliada através da medição do ph. O ph é uma das mais comuns e importantes determinações das análises do solo. A determinação do ph em laboratório recorre ao uso do potenciómetro. O ph pode ser avaliado em água ou em soluções salinas, numa proporção de 1:1 até 1:10 (em Portugal usa-se normalmente a proporção de 1:2,5). O ph (H 2 O) dá indicação da actividade do H + presente na solução do solo (associa-se nos solos ácidos, à chamada acidez real ou actual); o valor é dependente de vários factores e sofre acentuadas oscilações ao longo do ano em função do teor de humidade do solo (é dependente da razão solo-solução), temperatura e fertilizantes aplicados. Contudo, é com base no valor de ph avaliado em água que se faz a classificação dos solos quanto à sua reacção. De facto, a acidez real ou actual tem muita importância, pois refere-se à população de protões a que as raízes das plantas e organismos do solo estão expostos. A determinação do ph em solução de CaCl 2 0,01 M em relação ao ph (H 2 O), apresenta vantagens para os solos agrícolas, porque a medição é menos dependente da fertilização e o ph não é afectado dentro de certos limites pela razão usada solo:solução. O ph pode ser também determinado numa solução de KCl 1M [ph (KCl)]. O valor obtido traduz a quantidade de protões que existiam na solução do solo mais os que surgiram por permuta do ião potássio com iões alumínio e hidrogénio, traduzindo portanto a soma da acidez real com a potencial. Assim, o ph em KCl é mais baixo que o quantificado em água, sobretudo em solos ácidos e desde que exista um predomínio de cargas negativas no complexo de troca. Reagentes Ca Cl 2. 2 H 2 O 0,01 M: Preparar 100 ml (MM = 147,00 g/mole) KCl 1 M: Preparar 100 ml (MM = 74,56 g/mole) Execução laboratorial I - Determinação do ph em H 2 O - ph (H 2 O)
2 1 - Pesar 10 g de solo seco e crivado (< 2 mm) e adicionar 25 ml de água destilada e desionizada. Para amostras orgânicas usar 2 g de solo em 25 ml. Registar a razão solo:solução. Preparar duplicados. 2 - Agitar a suspensão intermitentemente durante 15 min. 3 - Repousar aproximadamente cerca de 30 min. 4 - Introduzir o eléctrodo no sobrenadante límpido e registar o ph. II - Determinação do ph em CaCl 2 0,01 M - ph (CaCl 2 ) 1 - Pesar 10 g de solo seco e crivado (< 2 mm) e adicionar 25 ml de uma solução de CaCl 2 0,01M. 2, 3 e 4 Proceder como descrito em I III- Determinação do ph em KCl 1 M - ph (KCl) 1 - Pesar 10 g de solo seco e crivado (< 2 mm) e adicionar 25 ml de uma solução de KCl 1M. 2, 3 e 4 Proceder como descrito em I Tabela de resultados ph (H 2 O) Amostra A Amostra B ph (CaCl 2 ) ph (KCl)
3 Bibliografia HENDERSHOT, W. H., LALANDE, H. & DUQUETTE, M Soil Reaction and Exchangeable Acidity. In: Soil Sampling and Methods of Analysis. pp Lewis Publishers. QUELHAS DOS SANTOS, J Fertilização. Fundamentos da utilização dos adubos e correctivos. Publicações Europa América.
4 DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA EM AMOSTRAS DE SOLO Objectivo: determinação do carbono orgânico e da matéria orgânica em amostras de solo Considerações gerais A designação de matéria orgânica é atribuída a um vasto e heterogéneo conjunto de substâncias orgânicas que podem apresentar características bastantes diferentes, consoante o grau de transformação que tenham sofrido, embora apresentando em comum o facto de serem produtos orgânicos. A matéria orgânica é muito importante para a capacidade produtiva dos solos, sendo a sua influência benéfica manifestada sob diversos aspectos, dizendo-se, muitas vezes, que a matéria orgânica constitui a verdadeira base da fertilidade. A matéria orgânica total do solo pode ser determinada por diversos métodos, podendo distinguir-se entre métodos directos, como é o caso da perda de peso por calcinação e, os métodos indirectos de oxidação por via seca ou oxidação por via húmida, em que se determina o carbono orgânico obtendo-se a partir dele a matéria orgânica, mediante a multiplicação por um factor empírico - 1,724 o qual é calculado com base no princípio de que a matéria orgânica contém cerca de 58% de carbono (100/58 = 1,724). Reagentes 1- Dicromato de potássio 0,167 M - dissolver 4,9 g do sal em 70 ml de água e perfazer 100 ml (MM = 294,19 g/mole) 2- Ácido sulfúrico concentrado (MM = 98,08 g/mole) 3- Ácido fosfórico concentrado (MM = 98,00 g/mole) 4- Fluoreto de sódio sólido (MM = 41,99 g/mole) 5- Difenilamina - dissolver 0,125 g em 5 ml H 2 O e juntar posteriormente 25 ml H 2 SO 4 e agitar até completa dissolução (MM = 169,23 g/mole) 6- Sulfato de amónio ferroso 0,5 M - dissolver 19,6 g de sal de Mhor [(NH 4 ) 2 Fe(SO 4 ) 2 ] em 75 ml H 2 O (MM = 392,1 g/mole). Juntar 1,5 ml de H 2 SO 4 concentrado e perfazer 100 ml. Execução laboratorial - (Método de Walkley-Black) 1. Colocar 1 g de solo num Erlenmeyer de 500 ml. Juntar 10 ml de dicromato e 20 ml
5 de H 2 SO 4 concentrado. Misturar, agitando suavemente, para evitar que o solo fique aderente às paredes do matraz. Deixar em repouso 30 min. Paralelamente fazer um branco. 2. Diluir com 200 ml de H 2 O, juntar 10 ml de ácido fosfórico, 0,2 g de fluoreto de sódio e 1 ml de difenilamina. 3. Titular até cor verde com sulfato de amónio ferroso. 4. Calcular a quantidade de carbono pela expressão: % carbono = 3,89 (1 - A ) A - volume gasto na amostra (ml) B B volume gasto no branco (ml) Para passar a matéria orgânica facilmente oxidável: % M. O. facilmente oxidável = 5,15 (1 - A ) B A matéria orgânica total calcula-se pela expressão: % M. O. = 6,7 (1 - A ) B Tabela de resultados Vol. gasto na amostra (ml) Vol. gasto no branco (ml) % carbono % MO facilmente oxidável % MO total Amostra A Amostra B Amostra C Amostra D
6 O facto de a influência da matéria orgânica estar bastante associada à fracção mineral do solo justifica a razão, pela qual, na classificação dos solos quanto aos teores de matéria orgânica, se atenda também à textura do solo. Bibliografia LOPEZ RITAS, J. & LOPEZ MELIDA, J El Diagnostico de Suelos y Plantas. Ediciones Mundi-Prensa, QUELHAS DOS SANTOS, J Fertilização. Fundamentos da utilização dos adubos e correctivos. Publicações Europa América.
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