ANÁLISE DA DEMANDA POR VENTURE CAPITAL NO ÂMBITO DO FMIEE CRIATEC

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1 FACULDADE BOA VIAGEM CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL ANÁLISE DA DEMANDA POR VENTURE CAPITAL NO ÂMBITO DO FMIEE CRIATEC HAIM MESEL RECIFE 2010

2 HAIM MESEL ANÁLISE DA DEMANDA POR VENTURE CAPITAL NO ÂMBITO DO FMIEE CRIATEC Dissertação apresentada como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Administração do Centro de Pesquisa e Pós Graduação em Administração da Faculdade Boa Viagem. Linha de Pesquisa: Estratégia e Desempenho Organizacional Orientador: Prof. Walter Fernando Araújo de Moraes, Ph.D RECIFE 2010

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4 FACULDADE BOA VIAGEM CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO - CPPA CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL - MPGE ANÁLISE DA DEMANDA POR VENTURE CAPITAL NO ÂMBITO DO FMIEE CRIATEC HAIM MESEL Dissertação submetida ao corpo docente do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial (MPGE) do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração (CPPA) da Faculdade Boa Viagem (FBV) e aprovada, com distinção, em 20 de julho de 2010 Banca Examinadora: Walter Fernando Araújo de Moraes, Ph.D., Universidade Federal de Pernambuco (Orientador) José Arnaldo Deutscher, Doutor, Diretor da Antera Gestão de Recursos - Gestora do Fundo Criatec (Examinador Externo) Fábio Queda Bueno da Silva, Ph.D., Universidade Federal de Pernambuco (Examinador Externo)

5 Dedico este trabalho a minha esposa Sarah e a meus filhos Hannah e Ethan.

6 AGRADECIMENTOS A minha avó, Lety Martins Mesel (In Memoriam), por tudo!!! A minha esposa, Sarah Mesel, por sua presença em minha vida, companheirismo, compreensão e dedicação a mim e a nossos filhos. A minha mãe, Katia Mesel, pelo amor irrestrito. A meus irmãos, Avir e Ilan Mesel, e a minha cunhada, Melícia Carvalho Mesel, pelo carinho, companheirismo e momentos de descontração vividos ao longo deste trabalho. A meu amigo-irmão, Flávio Kreimer, por me estimular através do exemplo. Aos companheiros de jornada, sobretudo, Ricardo Mendonça, Roberta Fernandes e Vitor Andrade, pelos momentos de aprendizado vividos durante a longa caminhada. Ao amigo e mentor, Marcus Regueira, da FIR Capital, por ter me introduzido nesta indústria e pela generosidade em compartilhar seus conhecimentos. Ao amigo, Prof. Dr. Geber Ramalho, pelo estímulo e apoio em todas as horas. Aos colegas do FMIEE Criatec, Robert Binder, Paulo Renato, Alexandre Alves, Gabriela Gonçalves, Francisco Jardim, Eric Ribeiro, Reinaldo Coelho, Claudio Moraes, Mark Silva, Romero Correia, Gustavo Motta, Daniel Matoso e todos os demais que contribuíram direta ou indiretamente com este trabalho. Ao amigo, Gustavo Junqueira, idealizador do Banco de Dados do FMIEE Critec. Aos membros da banca: Prof. Dr. Fábio Queda Bueno Silva e Prof. Dr. José Arnaldo Deutscher, pelas preciosas sugestões oferecidas na defesa do projeto. Ao Prof. Dr. Walter Moraes, pela valiosa orientação no desenvolvimento do trabalho, pelas minuciosas revisões e pela ajuda na elaboração desta dissertação. Agradeço, finalmente, aos demais amigos e familiares, que de alguma forma contribuíram ou incentivaram a concretização desta dissertação. MUITO OBRIGADO!

7 RESUMO A indústria de venture capital vem crescendo no Brasil, sobretudo a partir do início do século XXI. O crescimento desta indústria é influenciado por fatores relacionados com a oferta e com a demanda por capital de risco, contudo, os fatores relacionados com a demanda têm maior influência. Apesar do aumento de importância econômica desta indústria, a literatura a respeito ainda é incipiente e enfatiza, sobretudo, os fatores relacionados com oferta, a estrutura da indústria e os aspectos relacionados com as organizações gestoras e os fundos de investimento, pouco se detendo sobre os fatores relacionados com a demanda por venture capital. Além disso, outro ponto que é abordado, diz respeito ao conteúdo dos planos de negócios desenvolvidos pelos empreendedores que buscam investimentos de capital de risco, pois o plano de negócios é o principal insumo fornecido pelos empreendedores para que os investidores procedam com a análise inicial de suas oportunidades. Desta forma, este trabalho identifica as características da demanda por venture capital no Brasil e evidencia quais elementos devem estar contidos em um plano de negócios para que as chances de obtenção de financiamento, via venture capital, sejam maximizadas. A partir de pesquisas em dados secundários contidos na base de dados do Fundo Mútuo de Investimentos em Empresas Emergentes Criatec e utilizando-se de metodologia quali e quantitativa, identifica-se as características principais da demanda por venture capital no Brasil. Além disso, analisa-se a qualidade desta demanda e estuda-se a influência dos critérios de seleção na escolha de uma determinada oportunidade de investimento. Por fim, analisam-se, à luz da Teoria da Visão Baseada em Recursos, os planos de negócios das oportunidades aprovadas para investimento e propõemse diretrizes para a elaboração de planos de negócios com chances elevadas de aprovação. Palavras-chave: Capital de risco. Capital semente. Empreendedorismo. Inovação. FMIEE Criatec.

8 ABSTRACT The venture capital industry is growing in Brazil, especially in the early twenty-first century. The growth of this industry is influenced by factors related to supply and demand for venture capital, however, the factors related to the demand has more influence than the factors related to the supply. Despite of the increased economic importance of this industry, the literature about it is still incipient and emphasizes especially the factors related to the supply, the industry structure and the aspects related to the venture capital companies and the venture capital funds, discussing superficially the factors related to the demand for venture capital. Also, another point that is addressed, concerns to the content of the business plans developed by entrepreneurs seeking venture capital investments, because the business plan is the main input provided by the entrepreneurs for the investors to proceed with the initial analysis of their opportunities. Thus, this study identifies the characteristics of the demand for the venture capital in Brazil and shows which elements should be contained in a business plan to the chances of obtaining funding through venture capital are maximized. From the research on secondary data on nearly 1,200 business plans contained in the database FMIEE Criatec and using qualitative and quantitative methodology, are identified the main characteristics of the demand for venture capital in Brazil. Furthermore, are analyzed the quality of this demand and the influence of the selection criteria in choosing a particular investment opportunity. Finally, are analyzed, based on the Resource Based View Theory, the business plans approved for investment, then, it was proposed a guideline for the preparation of business plans with high chances of approval. Key-words: Venture Capital. Seed Capital. Entrepreneurship. Innovation. FMIEE Criatec.

9 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 Planos de Negócios por Estado GRÁFICO 2 Diferenças Relativas das Participações das Unidades da Federação no PIB e na base de dados do FMIEE Criatec GRÁFICO 3 Planos de Negócios por Região Geográfica GRÁFICO 4 Planos de Negócios Analisados por Regional do FMIEE Criatec GRÁFICO 5 Planos de Negócios por Titulação Máxima do Pesquisador GRÁFICO 6 Planos de Negócios por Tecnologia GRÁFICO 7 Planos de Negócios por Situação da Patente GRÁFICO 8 Planos de Negócios por Estágio de Desenvolvimento do Produto GRÁFICO 9 Planos de Negócios por Percepção da Inovação GRÁFICO 10 Planos de Negócios por Intenção da Busca por Capital GRÁFICO 11 Planos de Negócios por Necessidade de Capital no Ano GRÁFICO 12 Planos de Negócios por Necessidade de Capital do Ano 2 ao GRÁFICO 13 Planos de Negócios por Necessidade de Capital Após o Ano GRÁFICO 14 Avaliação da Equipe GRÁFICO 15 Avaliação do Diferencial da Tecnologia GRÁFICO 16 Avaliação do Potencial de Mercado GRÁFICO 17 Avaliação do Resultado Financeiro Projetado GRÁFICO 18 Avaliação da Possibilidade de Desinvestimento GRÁFICO 19 Avaliação da Necessidade de Capital GRÁFICO 20 Planos de Negócio por Status da Avaliação GRÁFICO 21 Distribuição de Freqüência das Notas Finais GRÁFICO 22 Comparativo participação no universo de empresas aprovadas no Criatec / Participação no PIB GRÁFICO 23 Freqüência relativa dos Capitais Intangíveis

10 LISTA DE TABELAS TABELA 1 Participação das Unidades da Federação no PIB TABELA 2 Comparativo da Participação das Unidades da Federação no PIB e na base de dados do FMIEE Criatec TABELA 3 Regional X Titulação do Pesquisador TABELA 4 Regional X Setor Tecnológico TABELA 5 Regional X Situação da Patente TABELA 6 Regional X Estágio de Desenvolvimento do Produto TABELA 7 Regional X Percepção da Inovação TABELA 8 Regional X Intenção na Busca por Capital TABELA 9 Regional X Necessidade de Capital no Ano TABELA 10 Regional X Avaliação Final TABELA 11 Status dos Planos de Negócios com Relação ao Investimento TABELA 12 Investimentos Aprovados por Estado TABELA 13 Comparativo da Participação das Unidades da Federação no PIB e nas aprovações do Criatec TABELA 14 Correlação Entre os Critérios de Avaliação e a Avaliação Final TABELA 15 Evidências da Presença de Ativos Intangíveis

11 LISTA DE QUADROS QUADRO 1 Fases da história da indústria de Capital de Risco no Brasil QUADRO 2 Etapas do Ciclo do Venture Capital QUADRO 3 Papel desempenhado por cada um dos atores da indústria de VC/PE QUADRO 4 Principais contribuições para a RBV QUADRO 5 Importância relativa dos principais critérios de seleção de oportunidades de investimentos em empresas nascentes QUADRO 6 Principais métodos de precificação (valuation) de empresas QUADRO 7 Objetivos específicos, fonte de dados, método de análise QUADRO 8 Objetivos específicos e universo amostral QUADRO 9 Características do FMIEE Criatec QUADRO 10 Rating de Capitais Intangíveis QUADRO 11 Peso dos Ativos Intangíveis para Pequenas Empresas

12 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 Evolução do Capital Comprometido Alocado ao Brasil FIGURA 2 Evolução do Capital Comprometido como Percentual do PIB FIGURA 3 Gestoras de Capital Semente: 10 Maiores Volumes de Capital Alocado ao Brasil em 30/06/2008 (Valores em US$ Milhões) FIGURA 4 Diagrama dos Estágios dos Empreendimentos e Modalidades dos Veículos FIGURA 5 Principais processos do Venture Capital FIGURA 6 Principais interações entre os atores da indústria de VC/PE FIGURA 7 Evolução Risco e Retorno versus Necessidade de Recursos FIGURA 8 Framework RBV para o sucesso da empresa FIGURA 9 Modelo VRIN Pressupostos, condições e resultado FIGURA 10 Fatores para a vantagem competitiva sustentável FIGURA 11 Resumo do processo seletivo do Criatec FIGURA 12 Composição do Modelo com Chances Elevadas de Aprovação

13 LISTA DE ABREVIATURAS ABVCAP Associação Brasileira de Venture Capital e Private Equity ARD American Research and Development BNB Banco do Nordeste do Brasil BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDESPar BNDES Participações BVCA The British Private Equity and Venture Capital Association CI Capital Intelectual CGEE Centro de Gestão e Estudos Estratégicos CVM Comissão de Valores Mobiliários DEC Digital Equipment Company EVCA European Private Equity & Venture Capital Association FINEPE Financiadora de Estudos e Projetos FMIEE Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes FVG Fundação Getúlio Vargas GVcepe Centro de Estudos em Private Equity e Venture Capital da FGV IBGE Instituto Brasileiro de Geografia Estatística IEL Instituto Euvaldo Lodi IPO Initial Public Offering MBO/I Management Buyout/ in PE Private Equity PIPE Private Investment in Public Equity PME Pequenas e Médias Empresas RBV Resource Based View SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas VC Venture Capital VC/PE Venture Capital and Private Equity

14 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO CONTEXTUALIZAÇÃO PERGUNTAS DE PESQUISA OBJETIVOS Objetivos específicos JUSTIFICATIVA Razões Teóricas Razões Práticas ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA INTRODUÇÃO AO VENTURE CAPITAL Histórico da indústria A oferta de Capital de Risco no Brasil A demanda por Venture Capital no Brasil Conceituação dos termos Venture Capital (VC) e Private Equity (PE) Ciclo do Venture Capital Principais participantes da atividade de VC/PE Venture Capital como alternativa de financiamento do empreendedorismo inovador A importância do venture capital para a economia RESOURCE BASED VIEW (RBV) Interface entre critérios de seleção e precificação (valuation) e a RBV METODOLOGIA CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA Natureza da pesquisa Objetivos Procedimentos técnicos Abordagem metodológica AMOSTRA COLETA DE DADOS ANÁLISE QUALITATIVA... 54

15 3.5 FERRAMENTAS O FMIEE CRIATEC CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DO FMIEE CRIATEC Processo seletivo ANÁLISE DOS DADOS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA DEMANDA POR VENTURE CAPITAL NO BRASIL Planos de Negócios por Estado Planos de Negócios por Região Geográfica Planos de Negócios Analisados por Regional do FMIEE Criatec Planos de Negócios por Titulação Máxima do Principal Pesquisador Planos de Negócios por Setor Tecnológico Planos de Negócios por Situação da Patente Planos de Negócios por Estágio de Desenvolvimento do Produto Planos de Negócios por Percepção de Inovação Planos de Negócios por Intenção da Busca por Capital Planos de Negócios por Necessidade de Capital - Ano Planos de Negócios por Necessidade de Capital - Ano 2 ao Planos de Negócios por Necessidade de Capital após o Ano Regional X Titulação Máxima do Pesquisador Regional X Setor Tecnológico Regional X Situação da Patente Regional X Estágio de Desenvolvimento do Produto Regional X Percepção da Inovação Regional X Intenção da Busca por Capital Regional X Necessidade de Capital no Ano QUALIDADE DA DEMANDA POR VENTURE CAPITAL NO BRASIL Avaliação da Equipe Avaliação do Diferencial da Tecnologia Avaliação do Potencial de Mercado Avaliação do Resultado Financeiro Projetado Avaliação da Possibilidade de Desinvestimento Avaliação da Necessidade de Capital Regional X Avaliação Final... 90

16 5.2.8 Avaliação Final Investimentos Aprovados Investimentos Aprovados por Estado FATORES QUE INFLUENCIAM A APROVAÇÃO ANÁLISE QUALITATIVA DOS PLANOS DE NEGÓCIOS APROVADOS Resultados da análise dos dados qualitativos DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DE PLANOS DE NEGÓCIOS COM CHANCES ELEVADAS DE APROVAÇÃO Proposta de Diretrizes Para a Elaboração de Planos de Negócios com Chances Elevadas de Aprovação Considerações sobre as Diretrizes para a Elaboração de Planos de Negócios com Chances Elevadas de Aprovação CONCLUSÕES SUGESTÕES DE PESQUISAS FUTURAS LIMITAÇÕES DA PESQUISA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXO A FORMULÁRIO DE COLETA DE DADOS

17 16 1 INTRODUÇÃO Neste capítulo, é realizada a introdução sobre o tema e são apresentados os objetivos do estudo, bem como, sua importância e as justificativas para sua realização. 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO O termo capital de risco ou, em inglês, venture capital, é utilizado para definir os investimentos realizados em empresas que apresentem grande potencial de retorno, associado a altos níveis de risco. Estes investimentos são realizados, sem a exigência de garantias, na forma de aquisição de participação acionária destas companhias ou na aquisição de debêntures, que são títulos de dívidas de longo prazo conversíveis em ações (CGEE, 2003; TITERICZ, 2003). A indústria de venture capital vem crescendo no Brasil, sobretudo a partir do início do século XXI, conforme evidenciado por Ribeiro (2005); Carvalho et al. (2006); Meirelles et al. (2008). Pesquisa realizada pelo Centro de Estudos em Private Equity e Venture Capital da Fundação Getúlio Vargas - GVcepe, em conjunto com o Instituto Empreender Endeavor, demonstra que, no período de 2004 a junho de 2007, o setor evoluiu da seguinte forma: (a) o volume de recursos investidos pelas gestoras de Private Equity e de Venture Capital cresceu 200%; (b) o número de organizações voltadas para esta atividade aumentou de 71 para 89; (c) o número de fundos de investimento em Venture Capital e Private Equity passou de 101 para 153; e (d) o número de empresas no portfólio destes fundos saltou de 306 para 404 (GVCEPE; ENDEAVOR, 2008). Diversos estudos tentam explicar, utilizando uma abordagem macroeconômica, os motivos que influenciam as variações do tamanho da indústria de venture capital, seja em diferentes países ou em diferentes anos em um mesmo país (GOMPERS; LERNER, 1998; PORTEBA, 1999; JENG; WELLS, 2000;

18 17 SCHERTLER, 2003; ROMAIN ; VAN POTTELSBERGHE, 2004). Em geral, estes estudos examinam fatores relacionados com a oferta e com a demanda por capital de risco, focando suas análises em aspectos ligados ao mercado financeiro, às atividades de inovação e à atividade empreendedora (RIBEIRO, 2005). Os fatores de oferta estão relacionados ao desejo de investidores de aportar dinheiro em fundos de venture capital e à quantidade de recursos financeiros disponibilizados pelos investidores. Os fatores de demanda estão relacionados ao desejo de empreendedores de atrair fundos de capital de risco para seus empreendimentos e ao número e à qualidade destes empreendedores e de seus empreendimentos (RIBEIRO et al., 2006). Os estudos ressaltam que a variação do tamanho da indústria está relacionada tanto com fatores de oferta como por fatores de demanda, como evidencia Porteba (1998). É importante destacar, entretanto, o papel fundamental atribuído por Gompers e Lerner (1998) aos fatores relacionados com a demanda, que, têm maior influência do que os fatores relacionados com a oferta. Percebe-se que, no Brasil, não existe consenso entre os pesquisadores sobre os fatores limitadores da indústria, pois, se por um lado, evidencia-se que empreendedores queixam-se da falta de recursos para investimentos (SANTOS et al., 2009), por outro lado, estudos asseguram que investidores reclamam da falta de oportunidades de qualidade para que sejam realizados investimentos e afirmam que sobram recursos financeiros (SIMÕES, 2007). Apesar do aumento de importância econômica desta indústria, a literatura a respeito de capital de risco no Brasil ainda é incipiente. De sua revisão, pode-se notar que um número significativo de estudos - entre eles Pavani (2003), Titericz (2003), Ribeiro (2005), Carvalho et. al. (2006), Ferreira (2007) e GVcepe(2008) - enfatiza, sobretudo, os fatores de oferta, a estrutura da indústria e os aspectos relacionados com as organizações gestoras e os veículos de investimento. A literatura, entretanto, pouco se detém sobre os fatores relacionados com a demanda por venture capital.

19 18 Nesse sentido, este estudo contribui para cobrir uma lacuna importante, pois foca no entendimento dos fatores relacionados com a demanda por venture capital no Brasil. Outro ponto que é abordado, diz respeito ao conteúdo dos planos de negócios desenvolvidos pelos empreendedores que buscam investimentos de capital de risco. Este assunto é relevante, pois os processos de seleção das operações de venture capital possuem várias etapas e o plano de negócios é o principal insumo fornecido pelos empreendedores para que os investidores procedam com a análise inicial de suas oportunidades. No processo de identificação e de seleção de oportunidades, os investidores analisam centenas de planos de negócios, com a intenção de escolher empreendimentos que se encaixem em seus critérios de seleção. Caso o empreendimento atenda aos critérios, uma análise mais detalhada da oportunidade é realizada (FERREIRA, 2007). Desta forma, verifica-se que a qualidade do plano de negócios afeta, diretamente, as chances dos empreendedores obterem êxito na busca por investimentos para seus negócios. 1.2 PERGUNTAS DE PESQUISA Sendo assim, o presente trabalho se propõe a responder as seguintes perguntas: a) Quais as características da demanda por venture capital no Brasil? b) Que elementos devem estar contidos em um plano de negócios para que as chances de obtenção de financiamento, via venture capital, sejam maximizadas? Para responder estas perguntas, serão analisados dados secundários, contidos na base de dados do FMIEE (Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes) Criatec. Esta base de dados compreende mais de mil planos de negócios, que foram enviados para o FMIEE Criatec, no período de outubro de

20 a dezembro de 2009, por empreendedores interessados em receber investimento de capital de risco. 1.3 OBJETIVOS Os objetivos gerais da dissertação são os seguintes: 1) Identificar as características da demanda por venture capital no Brasil. 2) Evidenciar quais elementos devem estar contidos em um plano de negócios para que as chances de obtenção de financiamento, via venture capital, sejam maximizadas Objetivos específicos Criatec: Almeja-se os seguintes objetivos específicos, no âmbito do FMIEE 1) Identificar as características principais da demanda por venture capital no Brasil. 2) Analisar a qualidade da demanda por venture capital no Brasil. 3) Estudar a influência dos critérios de seleção na escolha de uma determinada oportunidade de investimento. 4) Analisar, à luz da Teoria da Visão Baseada em Recursos (Resources Based View Theory), os planos de negócios das oportunidades aprovadas para investimento. 5) Propor as diretrizes para a elaboração de planos de negócios com chances aumentadas de aprovação.

21 JUSTIFICATIVA A escolha deste tema foi influenciada pelo histórico profissional do autor, que foi empreendedor de base tecnológica, recebeu investimento de capital de risco e, atualmente, atua como Gestor Regional do FMIEE Criatec. Devido a esta vivência profissional, o autor tem tido contato com os protagonistas da indústria do venture capital no Brasil e tem participado ativamente da construção desta indústria. Por causa de sua posição e de seu acesso às informações contidas na base de dados do FMIEE Criatec, o autor vislumbrou a oportunidade de analisar tais informações e de gerar conhecimento valioso para os diversos atores da indústria, notadamente acadêmicos, governamentais e empresariais. Além disso, a realização deste trabalho justifica-se, tanto por razões teóricas quanto por razões práticas, conforme detalhado a seguir: Razões Teóricas Identificam-se as seguintes razões teóricas: a) Apesar da importância da indústria de venture capital para a atividade econômica e para o financiamento de empresas emergentes inovadoras, a literatura sobre o assunto é escassa no Brasil. b) Os poucos trabalhos realizados até o momento sobre a indústria brasileira de venture capital não contemplam de forma aprofundada as questões relacionadas com a demanda por capital de risco, enfatizando, notadamente, na estrutura da indústria ou nas questões relacionadas à oferta de capital de risco.

22 Razões Práticas Este trabalho tem, pelo menos, as seguintes utilizações práticas: a) Fornecer insumo para elaboração de estratégias dos gestores de fundos de investimento de capital de risco. b) Oferecer inputs para novas políticas públicas voltadas para o setor. c) Prover orientações para os empreendedores interessados em capital de risco. 1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO O primeiro capítulo apresenta uma introdução sobre o tema, descreve os objetivos a serem alcançados, trata da importância deste trabalho e apresenta as justificativas para sua realização. O segundo capítulo apresenta o referencial teórico que será utilizado neste trabalho. O terceiro capítulo descreve a metodologia que será utilizada no estudo. O quarto capítulo apresenta informações sobre o FMIEE Criatec. O quinto capítulo discorre sobre os resultados encontrados. Por fim, o sexto capítulo apresenta as conclusões do trabalho e as limitações da pesquisa.

23 22 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo, são estabelecidas as bases teóricas sobre as quais o presente estudo será desenvolvido. 2.1 INTRODUÇÃO AO VENTURE CAPITAL As operações de venture capital, ou capital de risco, são realizadas por investidores individuais ou institucionais e visam a obtenção de ganhos elevados de capital por via da aquisição de participação acionária em empreendimentos com alto potencial de crescimento e com a posterior revenda destes ativos, normalmente, em um prazo pré-determinado (GARCEZ; ANSELMO, 2005). Tais investidores também são conhecidos como capitalistas ou capitalistas de risco (SOUZA, 2008). Além de capital, normalmente, o investidor de risco aporta também conhecimento nas áreas comercial, financeira e jurídica (CALAZANS, 2005), bem como, auxilia na gestão, definição de estratégias e na montagem da equipe de administração (CGEE, 2003) e utiliza sua rede de relacionamento para agregar valor ao negócio (SONODA, 2008). Em outras palavras, ao receber investimentos de venture capital, além de receber recursos para se desenvolver, a empresa ainda ganha um sócio, que traz experiência administrativa e compartilha conjuntamente o risco do negócio (TITERICZ, 2003). Este amplo aporte visa aumentar a chance de sucesso do negócio em termos monetários e influenciar positivamente a possibilidade de ganhos de capital no longo prazo, que é o objetivo final dos investidores de risco (CGEE, 2003). Ademais, existem evidências de que as empresas apoiadas por venture capital têm um desempenho superior, conforme será visto ao longo deste capítulo.

24 23 Entretanto, para que uma oportunidade receba apoio de capital de risco, tem que se submeter a criteriosa seleção. No Brasil, apenas, 1% dos projetos apresentados aos investidores chegam ao final do processo e recebem investimento (CARVALHO et. al., 2006). O processo seletivo utilizado pelos fundos, geralmente contempla os seguintes passos eliminatórios, conforme Souza (2008): (a) análise do plano de negócios resumido; (b) análise do plano de negócios detalhado; (c) entrevista dos empreendedores; e (d) apresentação do projeto ao Comitê de Investimentos. Só após vencer todas as etapas e ser aprovada no Comitê de Investimentos é que a oportunidade está apta para ser investida. Mesmo assim, normalmente, o investimento ainda está condicionado a uma auditoria das informações fornecidas pelo empreendedor. O Plano de Negócios da oportunidade de investimento tem um papel fundamental neste processo de seleção, pois é considerado pelos investidores como o principal insumo do processo, em conseqüência, a qualidade deste documento influencia fortemente a decisão por investir ou não (SOUZA, 2008). Não existe um modelo único de Plano de Negócios, mas as principais seções que devem compor este documento são, como proposto por Salim et. al. (2001) e Biagio e Batocchio (2005): (a) Sumário executivo; (b) Descrição da empresa; (c) Planejamento estratégico; (d) Produtos e serviços; (e) Análise do mercado; (f) Plano de marketing; (g) Plano operacional; (h) Plano financeiro; e (i) Plano de investimentos Histórico da indústria A indústria de venture capital surgiu nos EUA, nos anos 40, e, posteriormente, se difundiu para outros países com as devidas adaptações para as realidades locais (NASCIMENTO, 2006). A primeira empresa moderna de capital de risco nos Estados Unidos foi a American Research and Development (ARD), focada em investimentos de alto

25 24 risco em empresas emergentes que desenvolviam tecnologias que seriam utilizadas na Segunda Guerra Mundial. A ARD foi criada em 1946 por Karl Compton (presidente do Massachusetts Institute of Technology) e Georges F. Doriot (professor da Harvard Business School). Cerca da metade dos lucros da ARD foram gerados pelo investimento de setenta mil dólares, feito em 1957, na Digital Equipment Company (DEC). Este investimento atingiu, quatorze anos depois, o valor de trezentos e cinqüenta e cinco milhões de dólares (GOMPERS, 1994; GOMPERS; LERNER, 1998). No Brasil, o capital de risco é recente e seu início está ligado às experiências do BNDES, iniciada em 1974, e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), em A primeira regulamentação do setor, com a edição da instrução CVM nº 209/94, nasceu para fazer frente às oportunidades de investimento surgidas com as privatizações realizadas na época do Plano Real (ABVCAP, 2008; MEIRELLES et al., 2008). De sua origem, na década de 70, até os dias atuais, a indústria de venture capital do Brasil passou por algumas fases bem distintas, conforme resumido no Quadro 1. Fase Período Descrição Origem 1970 a 1980 Início da indústria, incentivado, sobretudo, pelos investimentos do Governo em grandes projetos, com pouca participação do setor privado, seja como investidor ou como gestor de fundos. Período marcado, sobretudo, pela criação das bases necessárias para o crescimento: Estruturação 1981 a 1994 estabilidade econômica, com inflação baixa e regulamentação. Poucas experiências foram realizadas no período, em virtude da instabilidade econômica. Crescimento da indústria de Capital de Risco: aumento substancial do número de Crescimento 1995 a 2009 investidores, operações e do capital comprometido, que atingiu um valor superior a US$ 34 bilhões em QUADRO 1 Fases da história da indústria de Capital de Risco no Brasil Fonte: Adaptado a partir de Pavani (2003), GVcepe (2008) e Furtado (2010)

26 25 Diante da tendência evidenciada pela Figura 1, supõe-se que a fase de Crescimento da indústria não tenha se encerrado em 2009, final da série estudada por Furtado (2010). A Figura 1 demonstra o forte crescimento no capital comprometido, sobretudo, no período entre 2005 e Tendo ocorrido um expressivo aumento de 21% entre os anos de 2008 e 2009, taxa bastante significativa, principalmente se comparada à taxa de crescimento do PIB que foi negativa em 0,2% no mesmo período. Diante da tendência explicitada por esta figura,, supõe-se que a fase de Crescimento da indústria não tenha se encerrado em 2009, final da série estudada por Furtado (2010). FIGURA 1 Evolução do Capital Comprometido Alocado ao Brasil Fonte: Furtado (2010) Além disso, pode-se observar que, além de crescer em tamanho, a Indústria Brasileira de Private Equity e Venture Capital também cresce em relevância para a economia nacional, como demonstrado na Figura 2, que apresenta um consistente aumento da participação desta indústria no PIB.

27 26 FIGURA 2 Evolução do Capital Comprometido como Percentual do PIB Fonte: GVCEPE (2008) A oferta de Capital de Risco no Brasil A oferta de Capital de Risco no Brasil já vem sendo estudada há algum tempo. O principal trabalho neste sentido é o Primeiro Censo Brasileiro da Indústria de Private Equity e Venture Capital, viabilizado pelo GVcepe e realizado por Carvalho; Ribeiro e Furtado (2006). Este trabalho aborda, de forma bastante abrangente, as nuances da atividade de investimento em Venture Capital (VC) e Private Equity (PE) no Brasil, enfatizando, sobretudo, as organizações gestoras e nos veículos de investimento. A contribuição do Centro de Estudos em Private Equity e Venture Capital da FGV-EAESP, o GVcepe, para a compreensão da indústria não se restringe ao primeiro censo. Posteriormente, pelo menos, outros dois trabalhos do grupo apresentaram informações atualizadas sobre o setor. Os trabalhos são: (a) Guia GVcepe - Endeavor - Private Equity e Venture Capital (2008); e (b) Panorama da Indústria Brasileira de Private Equity e Venture Capital (2008). Estes trabalhos demonstram um forte crescimento da indústria no país, já comentado anteriormente no texto.

28 27 Para exemplificar este crescimento, pode-se verificar que, a partir de 2005, as empresas gestoras aumentaram o comprometimento de recursos a uma taxa de cerca de 50% ao ano, chegando a um valor de US$ 26,65 bilhões de capital comprometido em junho de Além disso, neste período, a indústria de VC/PE praticamente dobrou sua participação no PIB, contando com 482 empresas nas carteiras das organizações gestoras (GVCEPE, 2008). É importante ressaltar que, embora o segmento de Capital Semente (Seed Money) ainda tenha pouca representatividade na indústria de VC/PE no Brasil, sua importância vem crescendo nos últimos anos, em função de algumas políticas públicas e ações governamentais de apoio à indústria, conforme GVCEPE (2008), sobretudo, por via do BNDES e da FINEP. O crescimento deste segmento é relevante, pois ele está situado no começo da cadeia de valor dos investimentos de Private Equity e Venture Capital, afetando assim, positivamente, toda a indústria. Por sua vez, na Figura 3, que a Antera, empresa gestora do FMIEE Criatec, está classificada como a maior gestora de Capital Semente no Brasil. Como o FMIEE Criatec é o único veículo da Antera, demonstra-se que o FMIEE Criatec é o maior fundo de capital semente do país. FIGURA 3 Gestoras de Capital Semente: 10 Maiores Volumes de Capital Alocado ao Brasil em 30/06/2008 (Valores em US$ Milhões) Fonte: GVCEPE (2008)

29 A demanda por Venture Capital no Brasil Há algum tempo, a imprensa especializada noticiava que alguns gestores de brasileiros de fundos de capital de risco tinham dificuldades de encontrar projetos com potencial no país. A mesma notícia dava conta de que a Votorantim Novos Negócios tinha, no ano 2000, US$ 300 milhões para realizar investimentos e que, sete anos depois, em 2007, não tinha conseguido investir nem a metade deste montante (SIMÕES, 2007). Mais recentemente, jornais especializados noticiaram o aumento expressivo da demanda por venture capital no Brasil, sobretudo na área de Tecnologia da Informação, setor que passa por uma expansão no país e onde os investidores de risco têm conseguido boas taxas de retorno sobre o investimento (BOUÇAS, 2010). No que tange à academia, conforme já comentado, há escassez de estudos que analisem a demanda por capital de risco no Brasil e que tenham densidade suficiente para serem considerados seminais Conceituação dos termos Venture Capital (VC) e Private Equity (PE) Não existe consenso entre os autores com relação à utilização dos termos Venture Capital (VC) e Private Equity (PE). Uma das correntes utiliza os dois termos de forma distinta para representar o investimento em empresas em diferentes estágios de desenvolvimento. Esta distinção teve origem nos Estados Unidos e é amplamente divulgada (SHARP, 2002). Bons exemplos desta utilização são os trabalhos de Carvalho et al. (2006), Ferreira (2007) e Reuters (2010), que afirmam que os investimentos de Venture Capital são realizados em empresas nos estágios iniciais de desenvolvimento, da seguinte forma: (a) capital semente (seed capital); (b) estruturação inicial (start-up); e (c) estágio inicial (early stage). Já os investimentos

30 29 de Private Equity são realizados em empresas mais maduras, nos seguintes estágios de desenvolvimento: (a) estágios avançados (late stage); (b) financiamento de aquisições (aquisition finance); (c) tomada de controle pelos executivos (management buyout/ in); (d) estágio pré-emissão (bridge finance); (e) recuperação empresarial (turnaround); (f) financiamentos de mezanino, investimentos em estágios avançados do desenvolvimento da empresa que utilizam uma combinação de equity e dívida (mezzanine investments); e (g) Investimento Privado em Empresa Aberta de Baixa Liquidez (private investment in public equity). Por outro lado, Sharp (2002) e EVCA (2007) alegam que todos os investimentos privados em participações de empresas não listadas em bolsas são investimentos de Private Equity. Para estes, Venture Capital é um tipo de investimento de Private Equity, assim como buyout é um outro tipo deste investimento. Uma outra possibilidade é sugerida por BVCA (2010), que utiliza o termo Venture Capital como sinônimo de Private Equity, neste caso, ambos os termos são utilizados para caracterizar a indústria como um todo, cobrindo, de forma integral, as fases de investimento em participações de empresas não listadas em bolsas. Além disso, é importante notar que, no Brasil, o termo Private Equity, normalmente, não é traduzido para o Português, mas o termo Venture Capital é traduzido para o idioma nacional, gerando a expressão Capital de Risco. A expressão Capital de Risco enfrenta o mesmo problema da expressão Venture Capital e é utilizada, de forma intercambiável, ora para se referenciar a indústria como um todo, ora para tratar, apenas, dos investimentos nas fases iniciais. Ainda em relação ao Brasil, existe também quem utilize o termo Capital Empreendedor para representar os setores de Venture Capital e Private Equity em conjunto, como são os casos de Souza (2008) e ABVCAP (2010). Existem ainda, no Brasil, os que são refratários ao termo Capital de Risco, afirmando que o termo ressalta de forma errônea o caráter especulativo do

31 30 investimento, preferindo a utilização de Venture Capital. Tendo, inclusive, supostamente, a ABCR (Associação Brasileira de Capital de Risco) mudado seu nome para ABVCAP (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital) por este motivo. Nesta dissertação, os dois termos, em português e inglês, são utilizados de forma intercambiável, mas privilegia-se a utilização da expressão Venture Capital. Ademais, visando uma maior precisão conceitual, adota-se a classificação utilizada pelo Centro de Estudos em Private Equity e Venture Capital da FGV-EAESP, o GVcepe, que considerara que os investimentos realizados nos estágios Seed (capital semente), Startup (estruturação inicial) e Early Stage (estágio inicial) são investimentos na modalidade de Venture Capital. A Figura 4 ilustra a classificação do GVcepe. FIGURA 4 Diagrama dos Estágios dos Empreendimentos e Modalidades dos Veículos Fonte: GVCEPE (2008) Por fim, embora o foco primário do FMIEE Criatec seja investimentos em capital semente, pela classificação adotada, constata-se que o Fundo realiza investimentos em empresas emergentes que estão nos três estágios situados na faixa coberta pelos investimentos da modalidade de Venture Capital (Seed, Startup e Early Stage). Desta forma, considera-se, no âmbito desta dissertação, que o FMIEE Criatec se enquadra na modalidade de investimentos em Capital de Risco ou Venture Capital.

32 Ciclo do Venture Capital A indústria de Capital de Risco, conforme as propostas de Leonardos (1994) e Pavani (2003), possui um ciclo composto por seis etapas, a saber: (a) captação de recursos; (b) prospecção, seleção e enquadramento (screening) de oportunidades; (c) análise da oportunidade; (d) negociação e investimento; (e) acompanhamento e aceleração; e (f) desinvestimento. Estes eventos ocorrem, ao longo do tempo, conforme a Figura 5. FIGURA 5 Principais processos do Venture Capital Fonte: Pavani (2003)

33 32 Quadro 2, a seguir. O ciclo completo do Capital de Risco pode ser resumido conforme Etapa Captação de recursos Prospecção, seleção e enquadramento (screening) de oportunidades Análise da oportunidade Negociação e investimento Acompanhamento e aceleração Desinvestimento Descrição Nesta etapa, os gestores, por via de contato com investidores de longo prazo, captam recursos para a montagem do fundo. Normalmente, os fundos só entram em operação caso o valor total de captação supere um patamar mínimo pré-estabelecido. Nesta etapa, os gestores têm contato com várias empresas e empreendedores, fazem a divulgação do fundo e prospectam uma grande quantidade de oportunidades de investimento. Posteriormente, fazem uma análise preliminar, na tentativa de retirar do processo as oportunidades que não estejam enquadradas aos objetivos do fundo. Aqui, as oportunidades e seus planos de negócios são analisadas em detalhe. Questões como viabilidade do negócio, potencial de crescimento, riscos de insucesso, dinâmica do mercado, entre outras, são avaliadas. Algumas poucas empresas são aprovadas e seguem para a próxima etapa. Após a análise e aprovação de uma oportunidade, nesta etapa, o preço das ações, a participação do fundo e a forma de participação são negociados e o investimento é efetivado, geralmente, por via da assinatura de um acordo de acionistas. Neste ponto, a empresa já faz parte do portfólio do fundo. O investimento passa a ser acompanhado pela equipe do fundo, que aporta conhecimento nas áreas comercial, financeira e jurídica, bem como, auxilia na gestão, definição de estratégias e na montagem da equipe de administração. O fundo utiliza também a sua rede de relacionamento para agregar valor ao negócio e acelerar seu crescimento. Por fim, chega-se a etapa de desinvestimento ou saída, onde o fundo busca obter liquidez e retorno financeiro para seus investimentos. Idealmente, esta saída se daria por via da abertura de capital e venda das ações das empresas investidas na bolsa de valores, por meio da oferta pública inicial (IPO). Na prática, poucas empresas investidas por Capital de Risco conseguem chegar ao IPO, utilizando-se, alternativamente, uma das seguintes opções de saída: a) instrumentos autoliquidáveis (ações resgatáveis ou debêntures); b) acordos de recompra da participação pelo acionista original (buyback); c) venda financiada para os administradores da empresa (leveraged buy-out); d) venda da participação para outras empresas ou investidores (trade sale ou secondary sale); e e) liquidação do negócio (write-off). QUADRO 2 Etapas do Ciclo do Venture Capital Fonte: Adaptado a partir de Leonardos (1994) e Pavani (2003)

34 Principais participantes da atividade de VC/PE Diversos atores participam e interagem, de forma dinâmica, na indústria de VC/PE e estas interações geram fluxos de ativos, informações, conhecimento e autoridade. Os principais participantes desta indústria, como expresso por CGEE (2003), Pavani (2003) e Meirelles et. al. (2008), são: (a) business angels; (b) investidores (cotistas); (c) organizações gestoras; (d) veículos de investimento (fundos); (e) empresas investidas; (f) instituições governamentais; (g) organizações de fomento; (h) prestadores de serviços; (i) investidores estratégicos; e (j) bolsas de valores. O Quadro 3 contém o resumo descritivo dos principais papéis desempenhado na indústria de VC/PE por cada um dos seus atores.

35 34 Ator Descrição Papel na indústria Business angels (investidores anjos) Investidores Organizações gestoras Veículos de investimento (Fundos) Em sua maioria, são indivíduos de grande fortuna e com experiência de mercado. Também são chamados de investidores anjos ou, apenas, de anjos. São instituições públicas de fomento, fundos de pensão, fundações, grandes corporações, grandes investidores privados ou outras pessoas físicas e jurídicas. São, em geral, instituições financeiras ou gestores independentes, cadastradas na CVM. São condomínios fechados, têm um prazo predeterminado de funcionamento e são constituídos seguindo normas da CVM, utilizando, na maioria dos casos, uma das seguintes formas: (a) Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes (FMIEE), Instrução CVM 209/94; e (b) Fundo de Investimento em Participações, Instrução CVM 391/03. Investem em pequenas empresas com alto potencial de crescimento. Os investimentos realizados pelos anjos ocorrem, geralmente, nos estágios inicias das empresas e são realizados de forma direta, sem a intermediação de um fundo. Normalmente, os anjos participam, ativamente, da gestão das empresas investidas. Adquirem cotas e aplicam recursos de longo prazo nos fundos de investimento. Fazem a captação dos recursos, montagem e administração de um ou mais fundos de investimento. Adquirem ações, debêntures, bônus de subscrição, ou outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações de emissão de companhias, abertas ou fechadas, participando do processo decisório da companhia investida, com efetiva influência na definição de sua política estratégica e na sua gestão, notadamente através da indicação de membros do Conselho de Administração. Empresas investidas Instituições governamentais As empresas investidas são as que passaram por todos processo de seleção e receberam aporte de recursos financeiros dos fundos. Instituições tais como Congresso Nacional, Banco Central e CVM. Captam recursos financeiros dos fundos, visando financiar seu crescimento e desenvolvimento. Legislam, normatizam, regulam e fiscalizam o setor de VC/PE. Organizações de fomento Prestadores de serviços Investidores estratégicos Instituições governamentais ou não governamentais, tais como SEBRAE, IEL, FINEP, fundações de amparo à pesquisa, entre outras. São empresas de consultoria, empresas de auditoria, escritórios de contabilidade, escritórios de advocacia, incubadoras de empresas e institutos de pesquisa. Empresas que buscam consolidação de mercado por via aquisições de outras empresas. Atuam, sobretudo, em duas frentes, apoiando e fomentando a atividade de VC/PE e incentivando e dando suporte às empresas inovadoras e de base tecnológica, contribuindo assim com a redução do risco de investimento. Auxiliam os atores, dando suporte aos processos de tomada de decisão, planejamento e execução das atividades. Podem ser uma alternativa de saída para os fundos de VC/PE, por via de aquisição total ou parcial de participação nas empresas investidas. Bolsas de valores São instituições que operam mercados organizados onde se negociam ações de empresas de capital aberto (públicas ou privadas). Podem ser uma alternativa de saída para os fundos de VC/PE, por meio de oferta pública de ações (IPOs). QUADRO 3 Papel desempenhado por cada um dos atores da indústria de VC/PE Fonte: Elaborado a partir de CGEE (2003), Pavani (2003) e Meirelles et. al. (2008)

36 35 A complexidade das principais interações entre os atores da indústria de VC/PE pode ser observada na Figura. FIGURA 6 Principais interações entre os atores da indústria de VC/PE Fonte: Elaborado a partir de Pavani (2003) Venture Capital como alternativa de financiamento do empreendedorismo inovador As empresas emergentes de base tecnológica são responsáveis pela introdução no mercado e aproveitamento comercial de produtos, serviços e processos, que utilizam de forma intensiva o conhecimento científico e tecnológico gerados na academia. Os fatores mais importantes para a criação, expansão e consolidação dessas empresas são: a existência de potenciais empreendedores, existência de instituições de ensino e pesquisa, e a disponibilidade de recursos financeiros (GONÇALVES, 2002). As empresas emergentes de base tecnológica brasileiras, contudo, têm dificuldades em obter crédito via mecanismos de financiamento tradicionais, dado que as instituições financeiras julgam que o crédito para estas empresas é muito arriscado, sobretudo para as que ainda estão nos estágios iniciais de desenvolvimento. Em geral, estas empresas operam abaixo do ponto de equilíbrio,

37 36 não possuem garantias reais para oferecer em contrapartida e não possuem histórico de tomada de crédito ou tamanho suficiente para se adequarem ao mercado de financeiro tradicional (GORGULHO, 1996). Desta forma, para viabilizar os recursos financeiros necessários para a criação, expansão e / ou consolidação de suas empresas, alguns empreendedores buscam investimentos de capital de risco (TITERICZ, 2003). A elevada percepção de risco por parte do mercado financeiro tradicional pode ser ocasionada pelo fato de que as empresas emergentes de base tecnológica apresentem tanto fatores de risco mercadológico, que são inerentes à grande parte das empresas nascentes, como fatores de risco associados ao sucesso de suas tecnologias e produtos. Esta conjunção é inerente às empresas nascentes de base tecnológica. Como pode-se observar na Figura 7 elaborada por Titericz (2003), o grau de risco é diretamente proporcional ao potencial retorno sobre o investimento, sendo maior nos estágios iniciais, e inversamente proporcional à necessidade de recursos. FIGURA 7 Evolução Risco e Retorno versus Necessidade de Recursos Fonte: TITERICZ (2003) De fato, por causa de suas peculiaridades, o venture capital é especialmente adequado às empresas emergentes de base tecnológica, pois, se por um lado, essas empresas não dispõem de acesso ao mercado de capitais nem a outras fontes tradicionais de recursos, por outro lado, elas oferecem perspectivas de retorno elevado, o que é atraente para os investidores. Ademais, denomina-se de

38 37 capital de risco clássico a associação entre pequenas e médias empresas de base tecnológica e o capital de risco (GORGULHO, 1996). É importante destacar, como mencionado anteriormente, que as empresas investidas por venture capital têm níveis de investimento em pesquisa e desenvolvimento acima da média e isso se reflete, entre outras coisas, na geração de patentes. Essas empresas respondem por parte significativa das atividades de pesquisa e desenvolvimento dos Estados Unidos e produzem maior número de patentes e patentes mais valiosas do que as empresas que não contam com investimentos de capital de risco (KORTUM; LERNER, 2000). Neste sentido, Bottazzi e Da Rin (2001), argumentam que, na década de noventa, o ritmo acelerado de lançamento de produtos inovadores, guiado por empresas e empreendedores focados em inovação, contribuiu substancialmente para o aumento da competitividade e o crescimento da economia americana A importância do venture capital para a economia A habilidade de incentivar e apoiar as inovações tecnológicas é, como ressaltado por Bottazzi e Da Rin (2001), uma das principais fontes de crescimento econômico de um país. Observa-se ainda que existem alguns estudos que analisam a influência e os impactos da atividade de capital de risco na economia. Estes estudos foram realizados, sobretudo, nos Estados Unidos e na Europa, regiões onde a atividade é mais difundida. Neles, verifica-se que os efeitos positivos dos investimentos de venture capital podem ser percebidos em diversos níveis, que vão desde o mais básico, que é o impacto nas empresas investidas, passam por setores da indústria e conseguem influenciar os indicadores globais da economia do país. Existe um consenso entre profissionais de diversas áreas de que a existência de uma indústria de capital de risco forte e dinâmica nos Estados Unidos está associada à liderança daquele país em relação à comercialização de produtos relacionados com inovação tecnológica (BOTTAZZI; DA RIN, 2001). Importantes

39 38 empresas de tecnologia, como a Apple, Compaq, Digital Equipment Corporation, Federal Express, Google, Intel, JetBlue, Microsoft e Sun Microsystems são alguns exemplos de empreendimentos que floresceram apoiados por venture capital naquele país (GARCEZ; ANSELMO, 2005; REUTERS, 2010). Algumas destas empresas são, até hoje, referências globais em seus setores de atividade e boa parte delas obtiveram avaliações elevadas em suas aberturas de capital e propiciaram um alto retorno para seus investidores. Estes casos de sucesso foram responsáveis pela atração de bilhões de dólares e milhares de novos investidores para a indústria americana de venture capital. Entretanto, a importância da atividade de capital de risco para a economia não pode ser atribuída, apenas, aos casos de extremo sucesso, pois existem várias outras empresas apoiadas por venture capital, que são menos conhecidas, mas que, em conjunto, ajudam no desenvolvimento tecnológico e econômico dos Estados Unidos (GORGULHO, 1996). Estima-se que, naquele país, as empresas que receberam aporte de capital de risco foram responsáveis, em 2008, por doze milhões de empregos e faturaram, aproximadamente, três trilhões de dólares, o que equivale, respectivamente, a onze por cento dos empregos do setor privado e vinte e um por cento do produto interno bruto do país (GLOBAL INSIGHT, 2009). Este impacto na economia americana também fica evidente, quando observa-se as significativas contribuições da atividade de venture capital no desenvolvimento de novos segmentos industriais, alguns deles relevantes até hoje, como é o caso dos de Biotecnologia, Semicondutores, Software e Internet. Mais recentemente, o capital de risco vem desempenhando um importante papel na criação de um novo setor na economia americana, o de Clean Technology (tecnologias limpas, em uma tradução livre), que é uma grande promessa de geração de empregos e renda no futuro (GLOBAL INSIGHT, 2009). Na mesma linha, estudos realizados na Europa apontam evidências de que empresas que receberam investimentos de venture capital apresentaram maiores taxas de crescimento, potencial de criação de empregos, investimentos em

40 39 pesquisa e desenvolvimento e maior volume de exportações, quando comparadas às quinhentas maiores empresas européias (GONÇALVES, 2002). No Brasil, verifica-se que, no período entre janeiro de 2004 e junho de 2008, o Venture Capital e Private Equity auxiliaram na abertura de capital de várias empresas, estando relacionados com 39 IPOs - Initial Public Offering, permitindo que seus investidores realizassem a venda de suas participações com significativos retornos sobre os investimentos, contribuindo também para o crescimento do mercado de capitais no país. Os recursos levantados por estas empresas totalizam R$ 27,2 bilhões, que equivale a 31% dos recursos totais levantados em IPOs naquele período (GVCEPE, 2008). Empresas como Diagnósticos da América S.A., América Latina Logística, Submarino, Natura, GOL Linhas Aéreas, Localiza, Universo Online UOL, Lupatech (ABVCAP, 2008), bem como, Bematech e Totvs são exemplos de empresas de sucesso que se desenvolveram com o apoio de investimentos de VC/PE no Brasil. Gorgulho (1996) já identificava os benefícios que poderiam ser auferidos pelo desenvolvimento de uma indústria de capital de risco no Brasil. Utilizando dados das empresas apoiadas pelo Contec - Programa de Capitalização de Empresas de Base Tecnológica do BNDES, demonstrou que houve ganhos efetivos no desenvolvimento das empresas apoiadas pelo programa, com reflexos positivos no faturamento, na realização de investimentos, na geração de empregos e na criação de produtos inovadores. Mas, conforme a autora, a experiência do Contec foi incipiente e os resultados obtidos com a análise deste caso não foram capazes de representar o impacto na economia brasileira como um todo. Mais recentemente, não se tem notícias de estudos aprofundados sobre o impacto na economia da atividade de venture capital no Brasil.

41 RESOURCE BASED VIEW (RBV) No âmbito da dissertação, os pontos de maior interesse em relação à RBV Resource Based View - são relacionados com a forma que as empresas utilizam seus recursos tangíveis e, sobretudo, intangíveis para criar vantagens competitivas em relação aos seus concorrentes e obter desempenho acima da média. Pois, como formulado por Barney (1991), os recursos que cada empresa controla têm aspectos idiossincráticos que levam a diferenças no seu desempenho. Além disso, este trabalho também aborda, mesmo que de forma não aprofundada, a relação entre os recursos intangíveis e a valoração (valuation) das empresas. Para tanto, segue-se uma introdução sobre a RBV e a apresentação de alguns conceitos desta teoria. A visão da empresa baseada em recursos, no original, resource based view of the firm (RBV), nasceu com o trabalho seminal, publicado em 1959, por Edith Penrose. A partir de Wernerfelt (1984), ganhou importância acadêmica na literatura de estratégia empresarial. A teoria considera que o desempenho superior das empresas, suas vantagens competitivas, bem como, as estratégias para o desempenho superior, estão relacionados com a utilização dos seus recursos, sejam eles tangíveis ou intangíveis. Na opinião de Penrose (1959) a empresa deve ser administrada como um conjunto de recursos. Por sua vez, para Wernerfelt (1984), os recursos são ativos que possuem uma ligação semipermanente com uma dada empresa e estão relacionados com suas forças e fraquezas. Além dos trabalhos seminais mencionados, a RBV vem recebendo contribuições de diversos autores, dentre os quais destacam-se Prahalad e Hamel (1990), Barney (1991), Grant (1991) e Peteraf (1993), cujas contribuições estão resumidas no Quadro 4.

42 41 Autor Principal Contribuição para a RBV Empresa como um conjunto de recursos O crescimento da empresa é baseado no efetivo uso Penrose (1959) dos seus recursos e limitado pelos recursos gerenciais Retomada das idéias de Penrose (1959) Foco na análise dos recursos da empresa e das opções estratégicas derivadas dessa análise Alguns recursos podem levar a maior lucratividade Wernerfelt (1984) Papel da estratégia é balancear a exploração de recursos existentes com o desenvolvimento de novos Aquisições podem ser interpretadas como compras de recursos Popularização das idéias de Wernerfelt (1984) Prahalad e Conceito de capacidades dinâmicas e core Hamel (1990) competence Elaboração de uma teoria ampla da RBV Disseminação do conceito de recurso e introdução das capacidades como um dos recursos Barney (1991) Modelo baseado em pressupostos (heterogeneidade e imobilidade) e condições (valiosos, raros, imperfeitamente imitáveis e não substituíveis) para que os recursos sejam fontes de vantagem competitiva sustentável Diferenciação entre recurso (duráveis, não Grant (1991) transparentes e intransferíveis) e capacidade (resultado do uso conjunto de recursos) Modelo unificado, que explica a vantagem Peteraf (1993) competitiva sustentável com base em recursoschave QUADRO 4 Principais contribuições para a RBV Fonte: Elaboração própria Os recursos são todos os bens, capacidades, processos organizacionais, atributos empresariais, informações, conhecimentos, entre outros, que a empresa controla e que possibilitam ganhos de eficiência e eficácia na formulação e implementação de estratégias (BARNEY, 1991). A Figura 8 sugere que estes recursos podem ser tangíveis ou intangíveis e que são utilizados pela empresa em suas estratégias, visando o sucesso, seja em termos financeiros ou em termos de mercado.

43 42 FIGURA 8 Framework RBV para o sucesso da empresa Fonte: Adaptado a partir de Galbreath (2004) A vantagem competitiva está associada com a geração de valor para a empresa no processo de utilização de seus recursos na implementação de uma estratégia, que não esteja sendo implementada por concorrentes atuais ou potenciais. Caso estes concorrentes não sejam capazes igualar os efeitos benéficos da estratégia implementada pela empresa, tem-se a vantagem competitiva sustentável. Contudo, é importante salientar que nem todos os recursos são fontes de vantagens competitivas sustentáveis (BARNEY, 1991). Desta forma, no intuito de identificar quais os recursos responsáveis pelas vantagens competitivas sustentáveis, Barney (1991) sugere uma lista de atributos que estes recursos devem possuir, conforme descrito a seguir: (a) ser valiosos - que permitam a empresa conceber e implementar estratégias que melhorem sua eficiência e eficácia, explorando oportunidades ou neutralizando ameaças; (b) ser raros - que não sejam facilmente encontrados, escassos e nem existam em um grande número de empresas; (c) ser imperfeitamente imitáveis, que as empresas que não os possuam não possam obtê-los; e (d) ser não substituíveis, que não exista equivalente estratégico que possa desenvolver a mesma estratégia, mesmo

44 43 que de maneira distinta, mas que não sejam raro e imperfeitamente imitáveis entre os concorrentes. O resumo deste modelo proposto por Barney (1991), que ficou conhecido como VRIN, pode ser observado na Figura 9. Pressupostos Condições Resultado Heterogeneidade Imobilidade Valiosos Raros Imperfeitamente imitáveis o Condições históricas únicas o Ambigüidade causal o Complexidade social Não substituíveis Vantagem Competitiva Sustentável FIGURA 9 Modelo VRIN Pressupostos, condições e resultado Fonte: Barney (1991) Mais recentemente, Barney e Hesterly (2007) propõem o modelo VRIO, no qual os seguintes critérios devem ser atendidos pelos recursos que resultam em vantagem competitiva: (a) valor; (b) raridade; (c) imitabilidade; e (d) organização. Este último associado à capacidade da empresa de explorar os recursos que são valiosos, raros e de difícil imitação. Grant (1991) propõe uma distinção entre recursos e capacidades, e argumenta que os recursos são os inputs no processo de produção e incluem capital, equipamentos, habilidades de empregados, patentes, marcas entre outros. Por sua vez, uma capacidade é resultado da habilidade de uso conjunto de recursos para executar alguma tarefa ou atividade. Desta forma, enquanto recursos são a fonte das capacidades, estas são a fonte principal de vantagem competitiva de uma empresa. Neste contexto, ainda segundo Grant (1991), o desenvolvimento de uma vantagem competitiva é galgado por meio de recursos que são: (a) duráveis - de modo que não se tornem rapidamente obsoletos; (b) não transparentes para não permitir que outras empresas entendam e imitem a estratégia; (c) intransferíveis -

45 44 recursos e capacidades iguais aos que a empresa possui não podem ser adquiridos no mercado; e (d) não replicáveis - os recursos e capacidades não são replicáveis do mesmo modo em outras empresas. Outra contribuição que trata da criação da vantagem competitiva baseada em recursos para explicar a lucratividade da empresa, foi proposta por Peteraf (1993), partindo dos trabalhos de Wernerfelt (1984), Prahalad e Hamel (1990), Barney (1991), entre outros. O modelo possui duas suposições iniciais e duas condições relacionadas aos recursos que levam as organizações à vantagem competitiva sustentável, como pode ser visto na Figura 10. Ganhos Heterogeneidade Ganhos sustentados Limites Ex-Post à Competição Ganhos sustentados dentro da firma Mobilidade Imperfeita Vantagem Competitiva Sustentável Ganhos não erodidos pelos custos Limites Ex-Ante à Competição FIGURA 10 Fatores para a vantagem competitiva sustentável Fonte: Peteraf (1992) As suposições iniciais deste modelo, segundo Peteraf (1993), são: (a) heterogeneidade - assegura a posição de superioridade ou inferioridade de recursos, logo, de ganhos; e (b) mobilidade imperfeita - os recursos não devem ser comercializáveis, caso contrário, que possuam mais valor dentro da empresa que o utiliza atualmente do que teria em outra, ou seja, os ganhos devem ser sustentados dentro da empresa. As condições relativas, também segundo a autora, são: (a) limites ex-post à competição - tais como a imperfeição na imitação e substituição, de modo que os ganhos sejam sustentados; e (b) limites ex-ante à competição - o desempenho econômico da organização depende não só dos ganhos gerados, como também do

46 45 custo de se implementar a estratégia. Para tanto, esses limites devem ser avaliados para que os ganhos não sejam erodidos. Da análise dos modelos comentados nesta seção, observa-se que a RBV oferece algumas formas de identificação dos recursos relacionados com a geração de vantagem competitiva e desempenho superior das empresas Interface entre critérios de seleção e precificação (valuation) e a RBV As operações de capital de risco pressupõem a aceitação de um elevado risco, em troca da perspectiva de um alto retorno no futuro. No entanto, existem meios de minimizar o risco envolvido nestas operações. A seleção criteriosa das empresas que serão investidas é um dos principais instrumentos utilizados na mitigação deste risco. A pesquisa conduzida por Hill e Power (2001), com investidores de risco americanos, identifica os critérios mais importantes na avaliação de oportunidades de investimento em empresas nascentes. Nela, os investidores foram solicitados a pontuar, com uma nota de 1 a 5, os critérios que, nas suas visões, eram os mais importantes para a seleção de oportunidades de investimentos em empresas nascentes. A importância relativa dos principais critérios está descrita no Quadro 5.

47 46 Critério Pontos Qualidade de gestão 4,5 Tamanho do mercado 3,8 Qualidades do produto 3,7 Taxa de crescimento do mercado 3,5 Competição 3,5 Barreiras de entrada 3,4 Estágio de desenvolvimento da empresa 3,2 Indústria da qual a empresa faz parte 3,0 QUADRO 5 Importância relativa dos principais critérios de seleção de oportunidades de investimentos em empresas nascentes Fone: Adaptado a partir de Hill e Power (2001) Da análise do Quadro 5, pode-se observar que três dos principais critérios de seleção estão relacionados com recursos intangíveis das empresas, são eles: (a) qualidade da gestão; (b) qualidade dos produtos; e (c) estágio de desenvolvimento da empresa. Em outras palavras, estão relacionados com a Teoria da Visão Baseada em Recursos (Resources Based View Theory). Dado que a RBV define a empresa como um conjunto de recursos valiosos e salienta a importância dos recursos específicos de cada empresa e de suas capacidades organizacionais como fatores que ajudam a prever o desempenho da empresa (PENROSE, 1959), espera-se que critérios relacionados com esta teoria estejam presentes na seleção de oportunidades de investimentos em empresas nascentes. Como estes critérios são utilizados na seleção de oportunidades de investimento, pode-se imaginar que eles também influenciem na precificação (valuation) dos empreendimentos-alvo. Contudo, analisando o Quadro 6, pode-se notar que todos os principais métodos de precificação de empresas são baseados em indicadores econômico-financeiros, e não consideram os critérios listados anteriormente. O Quadro 6 apresenta os principais métodos de precificação utilizados pela indústria de VC/PE.

48 47 Método Múltiplos Valor Presente Líquido (VPL) Valor Presente Ajustado Descrição Este método estima o valor da empresa com base em múltiplos de receitas, lucros ou fluxos de caixa. Os múltiplos são baseados em empresas que possuam características comparáveis a empresa alvo, tais como: risco, taxa de crescimento, estrutura de capital e fluxo de caixa. Este método calcula o valor de uma empresa-alvo com base no valor atual do fluxo de caixa projetado para o empreendimento, que consiste na soma algébrica de todos os recebimentos e pagamentos atualizados com base em uma taxa de desconto que equivale ao custo de oportunidade do capital investido. Este método é uma variação do (VPL) e é usado, preferencialmente, em situações onde a estrutura de capital da empresa alvo não é constante. Este método é utilizado por alguns gestores da indústria de VC/PE e consiste em calcular o valor da empresa-alvo baseado no fluxo de caixa projetado pelos empreendedores, descontado para o valor presente com Capital de Risco uma alta taxa de desconto (entre 40% e 75%). Esta alta taxa de desconto é utilizada para diluir o risco provocado pela incerteza em relação às projeções dos empreendedores e é manipulada para que o valor final atinja patamares esperados pelos investidores. Este método é mais flexível que os métodos de VPL e VPA, pois abre a possibilidade do investidor exercer ou não o direito de investir, ao longo do tempo, a um preço pré-determinado, que é calculado com base no fluxo de Opções caixa projetado. Este método é utilizado pelos investidores para diminuir sua exposição a riscos e para incentivar os empreendedores a conseguirem bons resultados para ganharem mais investimento. QUADRO 6 Principais métodos de precificação (valuation) de empresas Fonte: Elaborado a partir de Lerner e Willinge (1998) e Rieche e Santos (2006) Os métodos de precificação de empresas baseados apenas em critérios econômico-financeiros podem não ser totalmente adequados para a valoração de empresas emergentes de base tecnológica, pois: (a) a incerteza relacionada aos resultados das empresas emergentes, sobretudo as de base tecnológica, é muito alta (TITERICZ, 2003); (b) o principal ativo das empresas intensivas em tecnologia é intangível, relacionado com conhecimento e vantagens comportamentais (GORGULHO, 1996); e (c) Estudo realizado por Shaikh (2004 citado por Thom; Greif, 2008) sugere que entre 50% e 90% do valor de uma companhia é decorrente, prioritariamente, do gerenciamento de seus ativos intangíveis, bem mais do que dos ativos tradicionais e tangíveis. Somando-se a isto, estudo conduzido por Galbreath (2005, citado por Thom; Greif, 2008), que trata da relação dos ativos tangíveis e intangíveis com a performance das empresas enfatiza que os ativos intangíveis influenciam mais a performance superior do que os ativos tangíveis.

49 48 Neste sentido, Deutscher (2008) alerta que a economia baseada em conhecimento necessita de novos instrumentos de avaliação, que levem em conta os capitais intangíveis e viabilizem o financiamento das empresas intensivas neste tipo de capital. Ainda segundo o autor, alguns bancos de investimento começam a se dar conta deste fato, como é o caso do BNDES, que já passou a utilizar dois instrumentos relacionados a capitais intangíveis para a avaliação de algumas empresas de sua carteira, são eles: Relatório dos Capitais Intangíveis (CI) e Rating (Métricas) de Capitais Intangíveis. Desta forma, parece conseqüente que os planos de negócios elaborados com o objetivo de captar financiamento de venture capital devam incluir, além das tradicionais informações sobre indicadores econômico-financeiros e ativos tangíveis do projeto, elementos que demonstrem a qualidade de seus recursos e capacidades intangíveis.

50 49 3 METODOLOGIA Neste capítulo, são descritos os aspectos metodológicos do estudo, tratando, entre outras coisas, da caracterização da pesquisa, do universo amostral, dos procedimentos de coleta de dados e das ferramentas utilizadas. 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA Pesquisas acadêmicas podem ser classificadas de diversas formas. Para Silva e Menezes (2001), as formas clássicas de classificação consideram os seguintes pontos de vista: (a) natureza da pesquisa; (b) objetivos; (c) procedimentos técnicos utilizados; e (d) abordagem metodológica do problema. Desta forma, nas próximas seções, será realizada a caracterização da pesquisa segundo estes critérios Natureza da pesquisa As pesquisas aplicadas têm como objetivo a geração de conhecimentos, que serão utilizados em aplicações práticas e na solução de problemas específicos (SILVA; MENEZES, 2001). Desta forma, em relação à sua natureza, considera-se que este estudo classifica-se como pesquisa aplicada, pois pretende-se gerar conhecimento relevante, com possíveis aplicações práticas para diversos atores da indústria nacional de VC/PE Objetivos O objetivo das pesquisas descritivas é, a partir de amostras, caracterizar uma população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Além disso, envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados (GIL, 2009). Sendo assim, considera-se este estudo como descritivo, pois o mesmo visa a descrição sistemática das características da demanda por venture capital no âmbito

51 50 do FMIEE Criatec, utilizando, para tanto, métodos estatísticos para a análise do fenômeno. Por outro lado, ainda conforme Gil (2009), as pesquisas exploratórias visam proporcionar um maior entendimento de um dado problema com o objetivo de torná-lo explícito ou de construir hipóteses, para tanto, utiliza-se análise de exemplos que estimulem o entendimento. Desta forma, também se considera este estudo como exploratório, pois, por via da análise qualitativa dos planos de negócios das oportunidades aprovadas para investimento pelo FMIEE Criatec, pretende-se evidenciar quais elementos devem estar contidos em um plano de negócios para que as chances de obtenção de financiamento via capital de risco sejam maximizadas. O fato de o estudo ser, ao mesmo tempo, descritivo e exploratório não deve causar espécie, pois, segundo Selltiz (1974 citado por Titericz, 2003), os diferentes tipos de estudos nem sempre são nitidamente separáveis, e qualquer pesquisa pode conter elementos de duas ou mais funções descritivas como características de diferentes tipos de estudo Procedimentos técnicos Os estudos de caso envolvem a análise profunda e minuciosa de poucos objetos, de forma que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento. Quando se estuda uma população, pode-se aprimorar o conhecimento sobre o universo ao qual pertencem e, sendo assim, tem-se um estudo de caso coletivo (GIL, 2009). Esta pesquisa pretende entender melhor as características da demanda por venture capital no Brasil por via do estudo pormenorizado da demanda por este tipo de investimento no âmbito do FMIEE Criatec. Desta forma, sob esta ótica, classifica-se este estudo como um estudo de caso coletivo, onde a unidade de caso é o conjunto de planos de negócios submetidos ao FMIEE Criatec.

52 Abordagem metodológica A escolha da abordagem metodológica está ligada ao tipo de estudo e aos objetivos que se pretende alcançar. Utiliza-se os métodos quantitativos, entre outras coisas, para descobrir e classificar relações entre variáveis, bem como, para investigar relações de causa e efeito entre fenômenos. Por outro lado, utiliza-se os métodos qualitativos, entre outros motivos, quando deseja-se alcançar um maior nível de entendimento do fenômeno. Os dois métodos não são mutuamente excludentes, podendo haver complementaridade dos métodos no planejamento, na coleta e na análise dos dados da pesquisa (RICHARDSON, 2008). Sendo assim, do ponto de vista de abordagem metodológica, pode-se classificar este estudo como uma pesquisa quali-quantitativa ou mista, pois serão utilizados métodos estatísticos de análise de dados para identificar as características da demanda por venture capital no Brasil e métodos qualitativos, sobretudo análise de conteúdo, para tentar evidenciar quais elementos devem estar contidos em um plano de negócios para que as chances de obtenção de financiamento via capital de risco sejam maximizadas. Os métodos utilizados para a análise dos dados variam conforme os objetivos específicos, como detalhado no Quadro 7. Objetivos específicos Fonte de dados Método de análise 1 - Identificar as características principais da demanda por venture capital no Brasil. 2 - Analisar a qualidade da demanda por venture capital no Brasil. 3 - Estudar a influência dos critérios de seleção da escolha de uma determinada oportunidade de investimento. 4 - Analisar, à luz da Teoria da Visão Baseada em Recursos (Resources Based View Theory), os planos de negócios das oportunidades aprovadas para investimento. 5 Propor as diretrizes para a elaboração de planos de negócios com chances elevadas de aprovação. Planos de negócios enviados para o FMIEE Criatec. Planos de negócios analisados pelo FMIEE Criatec. Planos de negócios analisados pelo FMIEE Criatec. Planos de negócios aprovados pelo FMIEE Criatec. Não aplicável. Análise quantitativa, com a utilização de recursos e técnicas de estatística descritiva e associativa. Análise quantitativa, com a utilização de recursos e técnicas de estatística descritiva e associativa. Análise quantitativa, com a utilização de recursos e técnicas de estatística descritiva e associativa. Análise qualitativa, com a utilização da técnica de análise de conteúdo. Não aplicável. QUADRO 7 Objetivos específicos, fonte de dados, método de análise Fonte: Elaboração própria

53 AMOSTRA O universo amostral da pesquisa será composto por todos os planos de negócios enviados para o FMIEE Criatec até o dia 31/12/2009. Os planos de negócios submetidos ao Fundo estão armazenados em banco de dados e podem ter um dos seguintes estados: (a) enviados e ainda não analisados; (b) enviados e já analisados; e (c) enviados, analisados e aprovados. O universo amostral vai variar conforme o objetivo específico que estará sendo estudado. As amostras serão não probabilísticas e escolhidas por tipicidade. Segundo Vergara (2009), as amostras escolhidas por tipicidade são constituídas de elementos que o pesquisador considere que são representativos da população-alvo. Desta forma, as amostras utilizadas para o estudo de cada um dos objetivos específicos estão descritas no Quadro 8. Objetivos específicos 1 - Identificar as características principais da demanda por venture capital no Brasil. Amostra Todos os planos de negócios enviados para o FMIEE Criatec até o dia 31/12/ Analisar a qualidade da demanda por venture capital no Brasil. 3 - Estudar a influência dos critérios de seleção da escolha de uma determinada oportunidade de investimento. 4 - Analisar, à luz da Teoria da Visão Baseada em Recursos (Resources Based View Theory), os planos de negócios das oportunidades aprovadas para investimento. 5 Propor as diretrizes para a elaboração de planos de negócios com chances elevadas de aprovação. QUADRO 8 Objetivos específicos e universo amostral Fonte: Elaboração própria Todos os planos de negócios enviados para o FMIEE Criatec e já analisados até o dia 31/12/2009. Todos os planos de negócios enviados para o FMIEE Criatec e já analisados até o dia 31/12/2009. Todos os planos de negócios aprovados pelo FMIEE Criatec até o dia 31/12/2009. Não aplicável.

54 COLETA DE DADOS Os dados necessários para o estudo foram coletados, primariamente, ao longo de pouco mais de dois anos, no período compreendido entre a data em que o site do Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes Criatec foi ao ar, em outubro de 2007, até o dia 31/12/2009, data escolhida para limitar o universo da pesquisa. Como instrumento de coleta primária de dados, utilizou-se o formulário contendo as seções do plano de negócios padrão do FMIEE Criatec (detalhado no Anexo 1). Tal formulário foi preenchido por cada um dos empreendedores interessados em submeter suas oportunidades de negócios ao Fundo. Os formulários preenchidos foram arquivados no banco de dados da instituição para posterior análise por parte de seus gestores. A coleta primária dos dados não tinha como objetivo a realização deste trabalho, sendo focada, apenas, no armazenamento de informações relevantes para o FMIEE Criatec. Desta forma, as informações armazenadas não estavam prontas para serem utilizadas nas ferramentas de análise dos dados (Microsoft Excel e SPSS ) utilizadas nesta dissertação. Sendo assim, para a elaboração deste trabalho, foi necessária uma coleta secundária dos dados, que consistiu nos seguintes passos: a) exportação dos dados contidos na base de dados do FMIEE Criatec; b) codificação destes dados; e c) importação dos dados codificados para Microsoft Excel e SPSS. Este processo iniciou-se no dia 10/03/2010 e foi finalizado, com os dados estando prontos para análise, no dia 15/04/2010.

55 ANÁLISE QUALITATIVA Esta seção descreve os aspectos metodológicos relacionados com a análise qualitativa dos dados, cujo resultado será detalhado na seção 5.4 deste trabalho. Para a análise qualitativa dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo, que pressupõe algumas etapas, conforme Bardin (2002): (a) pré-análise; (b) exploração do material ou codificação; e (c) tratamento dos resultados, inferência e interpretação dos resultados. Ainda segundo o autor, sua realização pode ser resumida por via dos seguintes passos principais: (a) definição do corpus de análise; (b) leitura flutuante dos documentos; (c) definição da unidade de registro; (d) definição das categorias analíticas; (e) análise categorial dos textos; e (f) tratamento e apresentação dos dados. Optou-se pela utilização do tema como unidade de registro, pois, conforme observado por Richardson (2008), o tema tem sido bastante utilizado para o estudo crenças, atitudes, opiniões e motivações, entre outros. Do ponto de vista operacional, ainda segundo este autor, o tema é uma frase simples ou composta, da qual podem-se formular observações. Utilizou-se o modelo fechado para a definição das categorias. Neste modelo, segundo Bardin (2002), o pesquisador decide, a priori, as categorias que serão utilizadas, apoiando-se em um ponto de vista teórico. Definiu-se o corpus da análise como sendo os 23 planos de negócios aprovados, disponíveis no banco de dados do FMIEE Criatec. Após esta definição, realizou-se a leitura flutuante destes planos de negócios. No caso deste trabalho, escolheu-se as categorias analíticas com base no Rating de Capitais Intangíveis sugerido no trabalho de Deutscher (2008), que reflete os vários tipos de capitais intangíveis e seus ativos.

56 FERRAMENTAS Nesta pesquisa, utilizou-se algumas ferramentas para auxiliar no armazenamento, organização e análise dos dados. Para a análise quantitativa dos dados, utilizou-se o software SPSS em sua versão 15, que é uma ferramenta para análises estatísticas extensamente utilizada no meio acadêmico e empresarial. Esta ferramenta oferece, entre outras coisas, diferentes possibilidades de análises de dados, testes de hipóteses, geração de tabelas e gráficos. Utilizou-se, também, o Microsoft Excel para a elaboração de alguns gráficos e tabelas. Para a análise qualitativa dos dados, utilizou-se a ferramenta Atlas.ti, que permite, entre outras coisas, o armazenamento de documentos, codificação de dados qualitativos e uma análise mais sistemática destes dados. Trata-se de software extensivamente utilizado em pesquisas acadêmicas e empresariais. 3.6 TESTES ESTATÍSTICOS Neste trabalho, utilizou-se dois tipos de testes estatísticos, visando aumentar a compreensão sobre a associação e correlação de variáveis. O teste Chi-square, ou Qui-quadrado, é um teste de associação entre variáveis independentes e cujas observações são discretas (escala nominal e ordinal). O seu objetivo é verificar se a distribuição das freqüências observadas se desvia significativamente das freqüências esperadas. O Qui-quadrado testa a associação entre variáveis, mas não permite obter qualquer evidência quanto a força ou sentido dessa inter-relação. Para que a associação entre duas variáveis seja significativa, o nível de significância obtido com o teste deve ser menor ou igual a 5%. Por sua vez, o teste Kendall Tau-b é uma estatística não paramétrica utilizada para medir o grau de associação de duas variáveis ordinais em uma

57 56 tabulação cruzada. Seus valores podem variar de -1 (associação 100% negativa, ou inversão perfeita) a 1 (associação 100% positiva, ou concordância perfeita). Um valor zero indica a ausência de associação. Esta estatística fornece, ainda, a possibilidade de verificar se as variáveis são estatisticamente dependentes ou não, por meio do valor do teste 2-tailed. Se o valor do teste 2-tailed estiver abaixo do nível de aceitação (no caso deste trabalho, 5%), as variáveis analisadas são dependentes, caso contrário, são independentes.

58 57 4 O FMIEE CRIATEC É oportuno ressaltar que, salvo registro específico, as informações analisadas a seguir são resultante da consulta ao site do FMIEE Criatec (disponível em acesso em 08/Abr/2010) e da própria experiência como protagonista do autor do projeto. O FMIEE Criatec estabeleceu-se a partir da iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e entrou em operação em novembro de 2007, regido pela Instrução CVM 209, com um patrimônio de R$ 100 milhões, cujas cotas foram subscritas pelo BNDESpar e pelo BNB (CGEE, 2008). O Quadro 9 resume as principais características do Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes Criatec. Objetivo Duração Foco Características do Investimento Forma de acesso das empresas ao Fundo Gestão do Fundo O objetivo do FMIEE Criatec é investir em micro e pequenas empresas inovadoras em estágio inicial e com grande potencial de crescimento, para obter ganhos de capital no longo prazo. Este retorno ocorre no momento da venda da participação do Fundo para um investidor estratégico ou financeiro. A venda da participação do FMIEE Criatec acontece em um período que pode variar 2 a 10 anos após o investimento. Dez anos, com um período de investimentos de quatro anos. O foco do Fundo são as empresas que atuam nas áreas de tecnologia da informação, biotecnologia, novos materiais, mecânica de precisão, nanotecnologia e tecnologias inovadoras para o agronegócio. Podem ser apoiadas empresas com faturamento líquido de, no máximo, R$ 6 milhões, no ano imediatamente anterior à capitalização do Fundo. O aporte inicial é de até R$ 1,5 milhões, podendo ter um segundo aporte de até R$ 3,5 milhões. As empresas interessadas devem cadastrar suas oportunidades de investimento no site do FMIEE Criatec ( O Cadastro consiste no preenchimento, por parte dos empreendedores, de um Plano de Negócios da oportunidade, contendo informações sobre a empresa, os empreendedores, as tecnologias, seus diferenciais, informações financeiras e de mercado, entre outras informações relevantes para a análise. O FMIEE Criatec é gerido por um consórcio da Antera Gestão de Recursos e do Instituto de Inovação. QUADRO 9 Características do FMIEE Criatec Fonte: Elaborado a partir de CGEE (2008) e Criatec (2010) Deve-se ressaltar que o modelo de funcionamento do Fundo prevê uma atuação nacional. Para tanto, além dos gestores nacionais, foram contratados gestores regionais, que atuam nos principais pólos inovadores do país e são

59 58 responsáveis pela prospecção e análise das oportunidades e pelo acompanhamento das empresas investidas pelo Fundo. As regionais estão situadas em sete cidades: Florianópolis, Campinas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife e Belém (CGEE, 2008). A expectativa é de que o Fundo invista em até 50 empresas emergentes inovadoras, das quais 24 já foram aprovadas até 31/12/2009. Além do investimento, o FMIEE Criatec participa ativamente da gestão das empresas, dando suporte estratégico e gerencial ao empreendedor, ajudando na seleção e formação da equipe, definindo metas e acompanhando os resultados. 4.1 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DO FMIEE CRIATEC Os critérios de seleção do FMIEE Criatec estão formalizados no Regulamento do Fundo e leva em conta vários fatores, entre eles tamanho e localização geográfica do empreendimento. Com relação ao tamanho do empreendimento, o FMIEE Criatec é focado em dois tipos de oportunidades: (a) empresas inovadoras com faturamento de até R$ 6 milhões/ano, com projeção de elevado retorno; e (b) pesquisadores empreendedores, que tenham tecnologias nas fases de Pesquisa Finalizada ou Protótipo/Planta Piloto, com alto potencial de mercado, e que tenham a intenção de criar empresas para colocá-las no mercado. Em relação ao critério de localização geográfica, como o FMIEE Criatec participa ativamente da gestão de suas investidas, as oportunidades que serão submetidas ao processo seletivo devem estar situadas próximas a uma das regionais do Fundo. Além dos fatores já mencionados, a seleção de oportunidades é realizada com base nos seguintes critérios: (a) perfil do empreendedor e de sua equipe; (b) diferencial tecnológico e/ou competitivo; (c) potencial de mercado; (d) resultados financeiros projetados; (e) necessidade de capital; e (f) possibilidade de saída

60 59 (desinvestimento). Após avaliar cada um destes critérios, os gestores e suas equipes fazem uma avaliação final, recomendando o descarte, acompanhamento para posterior decisão ou o investimento na oportunidade alvo da análise. Como mencionado anteriormente, o FMIEE Criatec aporta, em uma primeira rodada de investimento, recursos de até R$ 1,5 milhões. Existe ainda a possibilidade de um segundo investimento de até R$ 3,5 milhões, para as empresas que obtiverem sucesso significativo no primeiro investimento. Logo, empreendimentos que necessitem de valores mais elevados para sua realização como negócio precisam buscar outras fontes complementares de recursos. Em relação ao perfil dos empreendedores, o Fundo busca pessoas bem qualificadas, motivadas, conscientes dos desafios e obstáculos para criação de uma grande empresa, preparadas para trabalhar em equipe, compartilhar decisões e assumir riscos, e, principalmente, dispostas a dedicar-se prioritariamente ao empreendimento. As habilidades que porventura faltem ao empreendedor e a sua equipe atual, inclusive habilidades comerciais, administrativas ou gerenciais, são supridas por via de contratações previstas no plano de investimento, que será elaborado junto com a equipe do Fundo. Isto permite com que os pesquisadores que queiram permanecer no campo da pesquisa e desenvolvimento de novos produtos possam delegar a administração da empresa a pessoas de mercado selecionadas pelo FMIEE Criatec e pelo empreendedor Processo seletivo O processo seletivo é criterioso e muito competitivo, tendo como objetivo saber se a oportunidade se enquadra nos pré-requisitos do Fundo. Construído na forma de filtros sucessivos para poupar tempo do empreendedor e da equipe do FMIEE Criatec, o processo seletivo exige pouco esforço de formalização e elaboração de textos por parte dos empreendedores.

61 60 O conhecimento recíproco entre o FMIEE Criatec e o empreendedor acontece principalmente por meio da interação pessoal, face a face. À medida que a oportunidade evolui no processo, a dedicação do empreendedor em passar informações, tirar dúvidas e analisar as possibilidades aumenta e precisa ser prioritária para que o processo seja rápido. O processo seletivo, que contempla eventuais feedbacks, é resumido da seguinte forma, conforme Figura 11.

62 61 FIGURA 11 Resumo do processo seletivo do Criatec Cadastro da oportunidade Preenchimento no site, pelo empreendedor, de formulário resumo descrevendo a oportunidade de investimento com ênfase no mérito e diferencial. Diligência Conversa pessoal com a equipe Criatec de sua região para entendimento e análise da oportunidade. Finalização do Plano de Negócios Finalização do plano de negócio e de investimento. Valuation Valoração da empresa, com base em uma metodologia baseada em intangíveis Negociação Negociação da estrutura societária e do valor do investimento. Aprovação Interna Aprovação da equipe interna do Criatec. Aprovação Aprovação pelo Comitê de Investimentos do Criatec. Fonte: Elaboração própria Due Diligence Diligência contábil, tributária, jurídica e de propriedade intelectual. Este processo possui duração variada em função da qualidade e velocidade das informações prestadas à equipe do FMIEE Criatec. Estima-se que o período de mútuo conhecimento e formalização do investimento, para as oportunidades que sejam selecionadas, seja entre três e seis meses.

63 62 5 ANÁLISE DOS DADOS O Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes Criatec começou a operar em novembro de 2007, no entanto, no mês anterior, ocorreu o lançamento do seu site. Desta data até o dia 31/12/2009, foram enviados planos de negócios para serem analisados. Destes planos de negócios enviados, verifica-se que, até o dia 10/03/2010, data em que a amostra foi extraída do banco de dados do FMIEE Criatec, planos de negócios foram avaliados, ou seja, receberam a nota final por parte dos gestores regionais. Destes planos de negócios que foram avaliados, 23 foram aprovados. Nas próximas seções, sempre que se referenciar aos planos de negócios enviados ou submetidos, tratar-se-ão de todos os planos de negócios enviados. Quando se referenciar aos planos de negócios avaliados ou analisados, tratar-se-ão dos Por fim, quando se referenciar aos planos de negócios aprovados, tratar-se-ão dos PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA DEMANDA POR VENTURE CAPITAL NO BRASIL Nesta seção, serão analisadas as seguintes características da demanda por capital de risco no âmbito do FMIEE Criatec, todas elas decorrentes dos planos de negócios submetidos ao Fundo, por via do formulário padrão disponível em seu site: (a) estados de origem dos empreendimentos; (b) regiões de origem dos empreendimentos; (c) regionais responsáveis pela análise dos planos de negócios; (d) titulação máxima dos principais pesquisadores das empresas demandantes; (e) categorias das tecnologias apresentadas; (f) existência de patentes; (g) estágios de desenvolvimento dos empreendimentos; (h) percepção de inovação; (i) intenções da busca por capital; (j) necessidades de capital no primeiro ano; (k) necessidades de capital do ano 2 ao ano 5; e (l) necessidades de capital após o ano 5.

64 63 Além disso, serão realizados cruzamentos de informações entre algumas destas características, visando aprofundar o entendimento sobre os aspectos relevantes da demanda. Ao final desta seção ter-se-á atingido o Objetivo 1: Identificar as características principais da demanda por venture capital no Brasil Planos de Negócios por Estado Os planos de negócios analisados vieram de 21 estados do Brasil, do Distrito Federal e até mesmo dos EUA. O Gráfico 1 apresenta a distribuição de freqüência relativa de planos de negócios por estado da federação. O estado de São Paulo é responsável por 36,5% dos planos de negócios, seguido do Rio de Janeiro com 14,2% e Minas Gerais com 13,4%, demonstrando uma enorme concentração nos estados de SP, RJ e MG (totalizando 64,1%), superior, inclusive, a distribuição econômica do país, conforme a Tabela 1, referente aos PIB s dos estados brasileiros. 36,5% 14,2% 13,4% 06,3% 05,2% 04,5% 03,9% 03,0% 03,1% 02,8% 02,9% 02,9% 01,1% 00,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% SP RJ MG Não informado SC RS PR Demais estados BA CE PE PA DF GRÁFICO 1 Planos de Negócios por Estado Fonte: Elaboração própria

65 64 A Tabela 1 apresenta a participação dos estados no PIB Brasileiro, conforme dados, de 2007, fornecidos pelo IBGE. TABELA 1 Participação das Unidades da Federação no PIB Unidades da Federação Participação no PIB (em 2007) São Paulo 33,92% Rio de Janeiro 11,15% Minas Gerais 9,07% Santa Catarina 3,93% Rio Grande do Sul 6,64% Paraná 6,07% Bahia 4,12% Ceará 1,89% Pernambuco 2,34% Pará 1,86% Distrito Federal 3,76% Demais Estados 15,25% Fonte: Elaborado a partir de IBGE (2010) A Tabela 2 apresenta uma comparação entre a participação dos estados no PIB Brasileiro e a participação dos mesmos na composição da base de dados de planos de negócios do FMIEE Criatec, levando em conta, apenas, os planos de negócio cuja informação sobre o estado estava preenchida.

66 65 TABELA 2 Comparativo da Participação das Unidades da Federação no PIB e na base de dados do FMIEE Criatec Unidades da Federação Participação no PIB (em 2007) Participação no Criatec Diferença Relativa São Paulo 33,92% 39,0% 15,03% Rio de Janeiro 11,15% 15,2% 36,32% Minas Gerais 9,07% 14,4% 58,38% Santa Catarina 3,93% 5,6% 41,49% Rio Grande do Sul 6,64% 4,8% -27,42% Paraná 6,07% 4,2% -31,29% Bahia 4,12% 3,3% -19,02% Ceará 1,89% 3,0% 56,92% Pernambuco 2,34% 3,1% 30,70% Pará 1,86% 3,1% 64,43% Distrito Federal 3,76% 1,2% -67,96% Demais Estados 15,25% 3,2% -78,73% Fonte: Elaboração própria Analisando o Gráfico 2, que apresenta a diferença relativa das participações dos estados no PIB brasileiro e na composição da base de dados do FMIEE Criatec, observa-se que: (a) os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Ceará, Pernambuco e Pará têm maior representatividade proporcional na base de dados do Fundo do que na composição do PIB Brasileiro; e (b) os estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, bem como, o Distrito Federal e os demais estados, possuem uma menor representatividade proporcional na base de dados do FMIEE Criatec do que na composição do PIB Brasileiro. Os estados que possuem mais representatividade na base do FMIEE Criatec do que no PIB brasileiro são, justamente, aqueles onde estão instaladas as regionais do Fundo, podendo significar que estas diferenças ocorrem devido ao poder indutor da presença da regional na prospecção de oportunidades de investimento no estado. Por outro lado, este achado também pode significar que estes estados foram escolhidos para sediar as regionais do Fundo, exatamente, por seu potencial de geração de oportunidades acima da média. Os dois fatores não são mutuamente excludentes.

67 66 80,00% 60,00% 40,00% RJ MG SC CE PE PA 20,00% SP 0,00% -20,00% -40,00% RS PR BA -60,00% -80,00% -100,00% DF Demais estados GRÁFICO 2 Diferenças Relativas das Participações das Unidades da Federação no PIB e na base de dados do FMIEE Criatec Fonte: Elaboração própria Planos de Negócios por Região Geográfica Conforme evidenciado no Gráfico 3, a região Sudeste é responsável por 64,4% dos planos de negócios, seguida da região Sul com 13,6%, Nordeste com 10,1%, Norte com 3,5% e Centro-Oeste com 2%. Deve-se salientar que 6,3% dos Planos de Negócios não continham a informação sobre qual o estado de origem e 0,2% dos Planos de Negócios são dos EUA. 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% 64,4% 13,6% 10,1% 6,3% 3,5% 2,0% 0,2% GRÁFICO 3 Planos de Negócios por Região Geográfica Fonte: Elaboração própria Sudeste Sul Nordeste Não informado Norte Centro-Oeste

68 Planos de Negócios Analisados por Regional do FMIEE Criatec O Gráfico 4 apresenta a distribuição de freqüência relativa de planos de negócios analisados por cada uma das regionais do FMIEE Criatec. A regional Campinas realizou a análise de mais de um terço de todos os planos de negócios (38,6%), seguida pelas regionais do Rio de Janeiro (17,2%), Belo Horizonte (15,2%) Florianópolis (13,8%), Recife (8,1%), Belém (4,2%) e Fortaleza (2,9%). Embora o estado de Pernambuco responda por 2,34% dos planos de negócios, a regional Recife, auxiliada, em alguns casos, por seu posto avançado em Salvador, realizou 8,1% das análises, ficando responsável pela maioria dos planos de negócios enviados por empreendedores dos estados da Região Nordeste, com exceção para os planos de negócios dos empreendedores cearenses, que foram analisados pela regional Fortaleza. 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% 38,6% 17,2% 15,2%13,8% 8,1% 4,2% 2,9% Campinas Rio de Janeiro Belo Horizonte Florianópolis Recife Belem Fortaleza GRÁFICO 4 Planos de Negócios Analisados por Regional do FMIEE Criatec Fonte: Elaboração própria Planos de Negócios por Titulação Máxima do Principal Pesquisador O Gráfico 5 evidencia a distribuição de freqüência relativa dos planos de negócios segmentados pela titulação máxima do principal pesquisador da empresa. O gráfico demonstra que 39,4% dos planos de negócios foram enviados por empresas que possuem pesquisadores cuja titulação máxima é a graduação, enquanto que em 16,3% dos casos a titulação máxima é o mestrado, em 12,7% a titulação máxima é o doutorado e em 8,4% é o pós-doutorado.

69 68 Destaca-se o grande número de empresas que não forneceram esta informação (21,4%), podendo indicar que não possuem pesquisadores em seus quadros. Outro fator interessante é a baixíssima incidência (1,8%) de pesquisadores cuja titulação máxima é a especialização. Assim, pode-se afirmar que cerca de dois em cada cinco planos de negócios submetidos têm como pesquisador principal profissionais com pósgraduação, caracterizando qualificação elevada. 1,8% 8,4% 12,7% 16,3% 21,4% 39,4% Graduação Não informado Mestrado Doutorado Pós-doc Especialização GRÁFICO 5 Planos de Negócios por Titulação Máxima do Pesquisador Fonte: Elaboração própria Planos de Negócios por Setor Tecnológico O Gráfico 6 apresenta a distribuição de freqüência relativa de planos de negócios por setor tecnológico. O destaque é o elevado número de planos de negócios relacionados com Tecnologia da Informação (39,4%), o que sugere uma maior cultura deste setor em relação à busca de recursos de venture capital ou mesmo a facilidade de montagem de um negócio neste setor tecnológico, pois o mesmo não demanda investimentos elevados em laboratórios, maquinários ou infraestrutura física. Em seguida, surgem as tecnologias voltadas para o agronegócio (10,8%), e as engenharias mecânica (10,7%) e eletrônica (10,3%). Por fim, aparecem setores emergentes como novos materiais (9%), biotecnologia (7,8%) e nanotecnologia (1,5%).

70 69 45,0% 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% 39,4% 10,8% 10,7% 10,3% 9,0% 7,8% GRÁFICO 6 Planos de Negócios por Tecnologia Fonte: Elaboração própria 1,5% 0,7% 9,8% Tecnologia da Informação Agronegócio Mecânica Eletrônica Novos Materiais Biotecnologia Nanotecnologia Outros Não informado Planos de Negócios por Situação da Patente O Gráfico 7 apresenta a distribuição de freqüência relativa dos planos de negócios pela situação do patenteamento da tecnologia apresentada pela empresa ao FMIEE Criatec. Um número significativo de empresas (48%) não possui patente da tecnologia, enquanto que 17,8% das empresas estão com suas patentes em fase de elaboração, 17,8% já depositaram os pedidos de patente e, apenas, 6,6% já possuem patente. Evidenciando-se assim pouca tradição, mesmo em se tratando de empresas de base tecnológica, dos empreendedores em ter iniciativa de proteção às suas idéias e inventos, e a criação de ativo valioso de propriedade intelectual. 17,8% 48,0% 17,8% 6,6% 9,8% Não patenteado Em elaboração Pedido Depositado Patente Concedida Não informado GRÁFICO 7 Planos de Negócios por Situação da Patente Fonte: Elaboração própria

71 Planos de Negócios por Estágio de Desenvolvimento do Produto O Gráfico 8 apresenta a distribuição de freqüência relativa dos planos de negócios pelo estágio de desenvolvimento do produto apresentado. Cerca de um terço dos planos de negócios (32%) são de empresas que estão com os produtos para o início da produção em larga escala, 8,8% das empresas já possuem plantas piloto instaladas, enquanto que 20% das empresas possuem, apenas, protótipos de seus produtos. É relevante notar que, embora o FMIEE Criatec enfatize que não investe em oportunidades nestes estágios, 11,4% dos planos de negócios são baseados, apenas, em idéias e 8,8% são baseados em projetos de pesquisa. Em ambos os casos, não existindo protótipos ou produtos finalizados. Estando em estágio embrionário, tais oportunidades seriam melhor consideradas para a obtenção de crédito, a fundo perdido, em linhas de fomento à inovação, usualmente oferecidas pelas Fundações de Apoio à Pesquisa estaduais ou à FINEP. De forma similar, é grande o número de planos de negócios que não informaram o estágio de desenvolvimento tecnológico (12,7%). 11,4% 8,8% 8,8% Produto/Processo Final Protótipo 20,0% 12,7% Idéia Projeto de pesquisa 6,2% Planta piloto Não informado 32,0% Escala laboratorial GRÁFICO 8 Planos de Negócios por Estágio de Desenvolvimento do Produto Fonte: Elaboração própria

72 Planos de Negócios por Percepção de Inovação O Gráfico 9 apresenta a distribuição de freqüência relativa dos planos de negócios pela percepção da inovação por parte dos empreendedores e analistas. A grande maioria dos planos de negócios (74,3%) apresenta tecnologias ou produtos que são percebidos como inovadores. Este alto percentual pode sugerir um viés na informação, pois, embora possa ser posteriormente alterada pelos analistas, a informação sobre a percepção ou não de inovação é dada originalmente pelo empreendedor que está submetendo o plano de negócios para análise do FMIEE Criatec. 77,2% 16,7% 6,1% Sim Não Não informado GRÁFICO 9 Planos de Negócios por Percepção da Inovação Fonte: Elaboração própria Planos de Negócios por Intenção da Busca por Capital O Gráfico 10 mostra a distribuição de freqüência relativa dos planos de negócios pela intenção de busca por capital. Este gráfico evidencia que a maioria das empresas (52,4%) busca capital para o custeio de suas operações, enquanto que, apenas, 10,8% faz este movimento em busca de um parceiro estratégico. Para as empresas que buscam apenas capital, a visão do Fundo como um provedor de recursos sobrepuja a visão do Fundo como um sócio que agrega conhecimento, gestão, governança e contatos, o que talvez seja a sua contribuição mais valiosa.

73 72 Captação de recursos para a empresa 25,8% Busca de parceiro estratégico Captação de recursos para finalizar pesquisas 1,4% 4,2% 5,6% 10,8% 52,4% Captação de recursos para montar laboratório Licenciamento de tecnologia Não informado GRÁFICO 10 Planos de Negócios por Intenção da Busca por Capital Fonte: Elaboração própria Planos de Negócios por Necessidade de Capital - Ano 1 A distribuição de freqüência relativa dos planos de negócios pela necessidade de capital no primeiro ano do empreendimento é apresentada no Gráfico 11. Demonstra-se que aproximadamente a metade das empresas (48,8%) necessita de um montante de recursos de até R$ ,00 no primeiro ano, faixa que pode ser coberta com um primeiro aporte do FMIEE Criatec. Além disso, outras empresas (8,3%) necessitam de investimentos que alcancem o montante de R$ ,00 até R$ ,00 no primeiro ano. Estes valores poderiam ser cobertos por investimentos do FMIEE Criatec, se somados os dois aportes possíveis (um primeiro de R$ 1,5M e um segundo de R$ 3,5M). Por outro lado, 6,2% das empresas necessitam de valores superiores a R$ ,00. Esta faixa de investimento não pode ser coberta pelo FMIEE Criatec individualmente, mas, em alguns casos, o FMIEE Criatec pode se associar a um outro investidor para um co-investimento em uma oportunidade nesta situação. Causa espécie o grande número de empresas (36,7%) que não informaram sua necessidade de capital no primeiro ano, informação fundamental

74 73 para a análise de um possível investimento. Tal evidência pode demonstrar um despreparo técnico com as questões empresariais do investimento. Evidencia-se, ao todo, a necessidade de recursos na ordem de um bilhão e meio de reais (R$ ,00) para cobrir as necessidades de capital no primeiro ano de todos os projetos que forneceram esta informação. O investimento médio por projeto seria cerca de dois milhões de reais (R$ ,98). Estes números foram estimados a partir das classes médias de investimentos apresentadas. Para os cálculos, houve a exclusão dos 36,7% dos planos de negócios que não informaram os valores pleiteados. Desta forma, o total é ainda maior. 7,6% Até R$ 500 mil 36,7% 18,1% 23,1% De R$ 500 a R$ mil De R$ 1000 a R$ mil De R$ a R$ mil De R$ a R$ mil Acima de R$ mil Não informado 4,8% 1,4% 8,3% GRÁFICO 11 Planos de Negócios por Necessidade de Capital no Ano 1 Fonte: Elaboração própria Planos de Negócios por Necessidade de Capital - Ano 2 ao 5 O Gráfico 12 mostra a distribuição de freqüência relativa dos planos de negócios pela necessidade de capital entre o segundo e o quinto ano do empreendimento. Este gráfico evidencia que 20,3% das empresas precisam de até R$ ,00 neste período, enquanto que 7,8% necessitam valores entre R$ ,00 e R$ 1M, 3,9% necessitam de valores entre R$ 1M e R$ 1,5M e 3,1%

75 74 necessitam de valores entre R$ 1,5M e R$ 5M. Apenas 3,2% das empresas necessitam de valores acima dos R$ 5M. O número de empresas que não informaram sua necessidade de capital no período entre o segundo e o quinto ano foi bastante alto (61,7%), mas, neste caso, isto pode significar que a empresa não tem necessidade de capital neste período. 61,7% 20,3% 7,8% 3,9% 3,1% 2,9% 0,3% Até R$ 500 mil De R$ 500 a R$ mil De R$ 1000 a R$ mil De R$ a R$ mil De R$ a R$ mil Acima de R$ mil Não informado GRÁFICO 12 Planos de Negócios por Necessidade de Capital do Ano 2 ao 5 Fonte: Elaboração própria Planos de Negócios por Necessidade de Capital após o Ano 5 O Gráfico 13 mostra a distribuição de freqüência relativa dos planos de negócios pela necessidade de capital após o quinto ano do empreendimento. Este gráfico evidencia que 15,9% das empresas precisam de até R$ ,00 neste período, enquanto que, apenas, 7,8% necessitam valores maiores que este. O número de empresas que não informaram sua necessidade de capital após o quinto ano também foi bastante alto (75,5%), mas, assim como no gráfico anterior, neste caso, isto pode significar que a empresa não tem necessidade de capital neste período.

76 75 15,9% 2,3% 1,8% 1,1% 1,5% 1,1% Até R$ 500 mil De R$ 500 a R$ mil De R$ 1000 a R$ mil De R$ a R$ mil De R$ a R$ mil Acima de R$ mil 75,5% Não informado GRÁFICO 13 Planos de Negócios por Necessidade de Capital Após o Ano 5 Fonte: Elaboração própria Regional X Titulação Máxima do Pesquisador Conforme evidencia-se na Tabela 3, o cruzamento dos dados das Regionais do FMIEE Criatec com a Titulação Máxima do Pesquisador revelou alguns achados, os principais são: (a) mais da metade das oportunidades enviadas para as regionais de Recife (59,2%), Rio de Janeiro (56,1%) e Belo Horizonte (52,9%) possui pesquisadores pós-graduados (especialização, mestrado, doutorado ou pósdoutorado); (b) existe uma forte incidência de oportunidades cujos pesquisadores possuem mestrado nas regionais de Recife (36,8%) e Rio de Janeiro (31,6%); (c) existe uma alta incidência de oportunidades cujos pesquisadores possuem doutorado nas regionais de Belém (25%), Fortaleza (22,6%) e Belo Horizonte (22,1%). Por sua vez, evidenciou-se associação significativa (nível de significância Chi-Square <= 1%) entre as dimensões. Pode-se afirmar, por exemplo, que as regionais de Recife e do Rio de Janeiro têm uma maior probabilidade de receber planos de negócios nos quais os pesquisados tenham pós-graduação.

77 76 TABELA 3 Regional X Titulação do Pesquisador Regional * Formação do pesquisador Crosstabulation Regional Total Campinas Rio de Janeiro Belo Horizonte Florianópolis Recife Belém Fortaleza Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Formação do pesquisador Especiali Pós Graduação zação Mestrado Doutorado Doutorado Total ,8% 2,1% 15,1% 16,0% 13,9% 100,0% ,9% 3,9% 31,6% 11,6% 9,0% 100,0% ,1%,7% 16,9% 22,1% 13,2% 100,0% ,8% 1,5% 20,6% 12,2% 6,9% 100,0% ,8% 2,6% 36,8% 14,5% 5,3% 100,0% ,0% 2,5% 12,5% 25,0% 10,0% 100,0% ,6% 6,5% 16,1% 22,6% 3,2% 100,0% ,1% 2,3% 20,8% 16,1% 10,7% 100,0% Nível de significância Chi-Square <= 1% Fonte: Elaboração própria Regional X Setor Tecnológico A Tabela 4, apresenta o cruzamento dos dados das regionais do FMIEE Criatec com os setores tecnológicos dos planos de negócios. Pode-se observar que mais da metade das oportunidades das regionais Recife e Rio de Janeiro são relacionadas com Tecnologia da Informação, respectivamente 57,3% e 56,1% das oportunidades daquelas regionais. No caso de Recife, esta alta incidência evidencia o resultado positivo do trabalho de instituições como o Centro de Informática da UFPE, C.E.S.A.R Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife e Porto Digital na formação de empreendedores e empresas de TI. Além das oportunidades relacionadas com Tecnologia da Informação, que são as de maior incidência em todas as regionais, evidencia-se também uma importante presença de: (a) oportunidades de Agronegócio nas regionais de Belo Horizonte (20,1%), Belém (19,6%) e Fortaleza (17,6%); (b) oportunidades relacionadas com Mecânica nas regionais de Belém (17,4%), Campinas (13,4%) e Florianópolis (13,3%); (c) oportunidades relacionadas com Eletrônica nas regionais de Florianópolis (16,1%) e Campinas (14,1%); (d) oportunidades relacionadas com

78 77 novos materiais na Regional de Belém (15,2%); e (e) oportunidades relacionadas com Biotecnologia em Belém (15,2%), Fortaleza (14,7%) e Belo Horizonte (13,2%). Neste caso, também evidencia-se associação significativa (nível de significância Chi-Square <= 1%) entre as dimensões. Desta forma, pode-se afirmar, por exemplo, que as regionais do Recife e do Rio de Janeiro têm uma maior probabilidade de receber planos de negócios originários do setor de TI, por outro lado, os planos de negócios originários do setor de Agronegócios são mais prováveis na regional de Belo Horizonte. TABELA 4 Regional X Setor Tecnológico Regional * Categoria da tecnologia Crosstabulation Regional Total Campinas Rio de Janeiro Belo Horizonte Florianópolis Recife Belém Fortaleza Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Categoria da tecnologia Tecnologia da Novos Nanotecn informação Agronegócio Mecânica Eletrônica materiais Biotecnologia ologia Outros Total ,3% 10,7% 13,4% 14,1% 11,5% 8,8% 2,2%,0% 100,0% ,1% 7,5% 8,7% 11,6% 8,7% 4,0% 2,3% 1,2% 100,0% ,7% 20,1% 11,9% 6,9% 8,2% 13,2%,6% 1,3% 100,0% ,8% 9,1% 13,3% 16,1% 7,7% 6,3% 2,1%,7% 100,0% ,3% 10,7% 6,7% 6,7% 10,7% 6,7%,0% 1,3% 100,0% ,6% 19,6% 17,4%,0% 15,2% 15,2%,0%,0% 100,0% ,2% 17,6% 5,9% 5,9% 8,8% 14,7%,0% 5,9% 100,0% ,7% 12,0% 11,8% 11,4% 10,0% 8,7% 1,6%,8% 100,0% Nível de significância Chi-Square <= 1% Fonte: Elaboração própria Regional X Situação da Patente A Tabela 5, que apresenta o cruzamento dos dados das regionais do FMIEE Criatec com a situação das patentes das tecnologias apresentadas nos planos de negócios. A associação entre as dimensões, todavia, não se apresenta significativa. No geral, observa-se um pequeno número de planos de negócios com tecnologias patenteadas. O destaque fica por conta da regional de Belém, onde 37% dos planos de negócios tratam de tecnologias não patenteadas, 23,9% estão em processo de elaboração, 28,3% estão com o pedido depositado e 10,9% já tiveram as patentes concedidas.

79 78 TABELA 5 Regional X Situação da Patente Crosstab Regional Total Campinas Rio de Janeiro Belo Horizonte Florianópolis Recife Belém Fortaleza Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Existência de patente Não Em Pedido Patente patenteado elaboração depositado concedida Total ,7% 20,7% 20,0% 6,6% 100,0% ,8% 17,3% 16,8% 8,1% 100,0% ,2% 18,9% 23,9% 10,1% 100,0% ,8% 18,9% 14,0% 6,3% 100,0% ,0% 22,7% 20,0% 5,3% 100,0% ,0% 23,9% 28,3% 10,9% 100,0% ,8% 14,7% 23,5% 2,9% 100,0% ,3% 19,7% 19,7% 7,3% 100,0% Nível de significância Chi-Square >= 1% Fonte: Elaboração própria Regional X Estágio de Desenvolvimento do Produto A Tabela 6, que apresenta o cruzamento dos dados das regionais do FMIEE Criatec com o estágio de desenvolvimento dos produtos apresentados nos planos de negócios, não possuindo a associação significativa entre as dimensões. O que evidencia a inexistência de tendência significativa de concentração em qualquer regional no que diz respeito ao estágio de desenvolvimento do produto.

80 79 TABELA 6 Regional X Estágio de Desenvolvimento do Produto Crosstab Regional Total Campinas Rio de Janeiro Belo Horizonte Florianópolis Recife Belém Fortaleza Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Estágio de desenvolvimento da tecnologia/negócio Produto Apenas Projeto de Escala finalizado Protótipo uma idéia pesquisa Planta piloto laboratorial Total ,1% 25,3% 14,1% 11,4% 9,3% 6,8% 100,0% ,3% 17,4% 14,5% 9,3% 8,7% 8,7% 100,0% ,9% 23,0% 12,2% 10,1% 6,1% 6,8% 100,0% ,2% 26,2% 12,1% 7,8% 12,8% 5,0% 100,0% ,7% 18,1% 8,3% 13,9% 16,7% 8,3% 100,0% ,0% 24,4% 8,9% 2,2% 17,8% 6,7% 100,0% ,4% 18,8% 15,6% 12,5% 9,4% 9,4% 100,0% ,7% 23,0% 13,0% 10,1% 10,1% 7,1% 100,0% Nível de significância Chi-Square >= 1% Fonte: Elaboração própria Regional X Percepção da Inovação A Tabela 7, que apresenta o cruzamento dos dados das regionais do FMIEE Criatec com a situação das patentes das tecnologias apresentadas nos planos de negócios, evidenciando alguns achados interessantes. Os destaques são a altíssima incidência de oportunidades de investimento inovadoras em Florianópolis (95%) e, no outro extremo, a relativamente baixa incidência de oportunidades inovadoras em Recife (58,7%). Como evidenciase associação significativa (nível de significância Chi-Square <= 1%) entre as dimensões, pode-se afirmar, por exemplo, que a probabilidade de encontrar uma oportunidade de investimento inovadora em Florianópolis é quase o dobro do que a probabilidade de encontrá-la em Recife. Estas diferenças acentuadas podem decorrer de particularidades locais ou de diferenças de critério de avaliação desta característica.

81 80 TABELA 7 Regional X Percepção da Inovação Crosstab Regional Total Campinas Rio de Janeiro Belo Horizonte Florianópolis Recife Belém Fortaleza Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Percepção de inovação Sim Não Total ,5% 19,5% 100,0% ,9% 15,1% 100,0% ,0% 9,0% 100,0% ,0% 5,0% 100,0% ,7% 41,3% 100,0% ,4% 19,6% 100,0% ,6% 29,4% 100,0% ,9% 17,1% 100,0% Nível de significância Chi-Square <= 1% Fonte: Elaboração própria Regional X Intenção da Busca por Capital A Tabela 8, que apresenta o cruzamento dos dados das regionais do FMIEE Criatec com a intenção na busca por capital, não possuindo associação significativa entre as dimensões. Pode-se concluir, portanto, que a intenção da busca por capital independe da regional. TABELA 8 Regional X Intenção na Busca por Capital Crosstab Regional Total Campinas Rio de Janeiro Belo Horizonte Florianópolis Recife Belém Fortaleza Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Busca parceiro Captação de recursos para Intenção na busca de capital Captação de recursos para finalizar Captação de recursos para montar Licenciam ento de estratégico empresa pesquisa laboratório tecnologia Total ,5% 66,0% 10,7% 6,5% 2,4% 100,0% ,7% 80,7% 3,3% 6,7% 2,7% 100,0% ,6% 64,9% 6,0% 3,7%,7% 100,0% ,3% 75,4% 7,4% 4,1%,8% 100,0% ,8% 64,4% 11,1% 4,4% 2,2% 100,0% ,2% 76,3%,0% 7,9% 2,6% 100,0% ,8% 79,3% 3,4% 3,4%,0% 100,0% ,5% 70,6% 7,5% 5,6% 1,9% 100,0% Nível de significância Chi-Square >= 1% Fonte: Elaboração própria

82 Regional X Necessidade de Capital no Ano 1 A Tabela 9 apresenta o cruzamento dos dados das regionais do FMIEE Criatec com a necessidade de capital no primeiro ano do empreendimento proposto e possui associação significativa (nível de significância Chi-Square <= 1%) entre as dimensões. Pode-se afirmar, por exemplo, que as regionais de Campinas, Belo Horizonte, Florianópolis, Belém e Fortaleza têm uma maior probabilidade de receber planos de negócios com demandas na faixa que varia entre R$ ,00 e R$ ,00, enquanto que nas regionais de Recife e do Rio de Janeiro, a maior probabilidade é de demandas na faixa entre R$ ,00 e R$ ,00. TABELA 9 Regional X Necessidade de Capital no Ano 1 Crosstab Regional Total Campinas Rio de Janeiro Belo Horizonte Florianópolis Recife Belém Fortaleza Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Count % within Regional Até R$ De R$ 500 mil a R$ 1 Necssidade de capital ano 1 De R$ 1 milhão a R$ De R$ 1,5 milhão a R$ De R$ 5 milhões a R$ Acima de R$ 500 mil milhão 1,5 milhão 5 milhões 10 milhões 10 milhões Total ,2% 34,2% 24,7% 16,5% 2,8% 6,6% 100,0% ,7% 33,0% 36,6% 12,5% 5,4% 9,8% 100,0% ,0% 40,0% 33,0% 13,0%,0% 7,0% 100,0% ,0% 41,6% 23,6% 9,0% 1,1% 6,7% 100,0% ,3% 23,1% 46,2% 5,1%,0% 15,4% 100,0% ,7% 55,9% 20,6% 2,9%,0% 5,9% 100,0% ,0% 40,0% 24,0% 16,0%,0% 4,0% 100,0% ,1% 36,4% 28,6% 13,2% 2,2% 7,5% 100,0% Nível de significância Chi-Square <= 1% Fonte: Elaboração própria Com base nas análises realizadas ao longo desta seção, conclui-se que as características principais da demanda por venture capital no Brasil são: (a) existe uma forte concentração de oportunidades na região Sudeste; (b) os estados que possuem mais representatividade na base do FMIEE Criatec do que no PIB brasileiro são, justamente, aqueles onde estão instaladas as regionais do Fundo; (c) cerca de dois em cada cinco planos de negócios submetidos ao FMIEE Criatec têm como pesquisador principal profissionais com pós-graduação; (d) cerca de dois em

83 82 cada cinco planos de negócios submetidos ao FMIEE Criatec estão relacionados com Tecnologia da Informação; (e) cerca da metade das empresas não possui patente da tecnologia; (f) cerca de um terço dos planos de negócios é de empresas que estão com os produtos prontos para o início da produção em escala industrial; (g) cerca de três quartos dos planos de negócios trazem tecnologias ou produtos que são percebidos como inovadores, mas esta percepção não se confirma após a análise das oportunidades, pois, apenas, cerca de um quinto é avaliado como possuidor de diferenciais em termos de tecnologia ou produto; (h) mais da metade das empresas busca capital para o custeio de suas operações, enquanto que, apenas, cerca de um em cada dez faz este movimento em busca de um parceiro estratégico; e (i) aproximadamente a metade das empresas necessita de um montante de recursos de até R$ 1,5M no primeiro ano. 5.2 QUALIDADE DA DEMANDA POR VENTURE CAPITAL NO BRASIL Conforme comentado anteriormente, os planos de negócios enviados ao FMIEE Criatec sofrem uma análise baseada nos seguintes critérios: (a) perfil do empreendedor e de sua equipe; (b) diferencial tecnológico ou competitivo; (c) potencial de mercado; (d) resultados financeiros projetados; (e) necessidade de capital; e (f) possibilidade de saída (desinvestimento). Ademais, após a avaliação total ou parcial destes critérios, os gestores e suas equipes atribuem uma nota final ao plano de negócios. Esta nota final equivale a uma recomendação dos gestores e analistas para o descarte, acompanhamento para posterior decisão ou o investimento na oportunidade alvo da análise. Nesta seção, no intuito de traçar um perfil da qualidade da demanda por capital, serão analisadas as notas atribuídas nos seis critérios de avaliação, bem como, a nota final atribuída a cada um dos planos de negócios. Serão realizados também alguns cruzamentos de informações entre características relevantes e as notas obtidas nas avaliações, visando aprofundar o entendimento sobre a qualidade da demanda.

84 83 Ao final desta seção ter-se-á atingido o Objetivo 2: Analisar a qualidade da demanda por venture capital no Brasil Avaliação da Equipe O Gráfico 14 mostra a distribuição de freqüência relativa das notas atribuídas à equipe empreendedora. O gráfico demonstra que: (a) 24,1% das equipes empreendedoras foram consideradas sem diferencial técnico, motivacional ou gerencial e / ou de difícil relacionamento; (b) 21,4% das equipes foram consideradas com grande diferencial, mas não empreendedoras, o que pode evidenciar que sejam equipes compostas, sobretudo, por técnicos e pesquisadores; (c) 31,9% das equipes foram consideradas com grande diferencial e abertas a compartilhar a gestão da empresa, característica apreciada pelo Fundo; (d) 14,7% das equipes foram consideradas com grande diferencial e ótimo relacionamento, obtendo a melhor nota neste critério; e (e) por fim, 7,9% das oportunidades não foram avaliadas com relação a este critério. O quadro geral que emerge dos dados, indica que quase metade das equipes foram consideradas empreendedoras e com grande diferencial (46,60%) demonstrando a boa qualidade das equipes empreendedoras envolvidas nos planos de negócios avaliados e, também, demonstrando que este fator não é um dos limitadores do número de planos de negócios passíveis de investimento.

85 84 35,0% 1 - Equipe sem diferencial 31,9% (técnico, motivacional ou gerencial) e/ou de difícil 30,0% relacionamento. 25,0% 24,1% 21,4% 2 - Equipe com grande diferencial, mas não empreendedora. 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 14,7% 7,9% 3 - Equipe empreendedora, com grande diferencial e aberto a compartilhar a gestão. 4 - Equipe empreendedora, com grande diferencial e ótimo relacionamento. Não avaliado. 0,0% GRÁFICO 14 Avaliação da Equipe Fonte: Elaboração própria Avaliação do Diferencial da Tecnologia O Gráfico 15 demonstra a distribuição de freqüência relativa das notas atribuídas ao diferencial tecnológico apresentado nos planos de negócios. O gráfico demonstra que: (a) 28,8% das tecnologias não apresentaram bases científicas sólidas, além de serem facilmente copiáveis ou se assemelharem muito às tecnologias utilizadas pelos concorrentes; (b) 35,6% das tecnologias possuíam bases científicas, mas eram facilmente copiáveis ou ofereciam, apenas, diferenciais incrementais em relação aos concorrentes; (c) 17,4% das tecnologias possuíam bases científicas e não eram facilmente copiáveis, apesar de oferecerem um diferencial incremental em relação aos concorrentes, podendo representar uma vantagem competitiva para a empresa; (d) apenas 4,8% das tecnologias possuíam bases científicas, não eram facilmente copiáveis e apresentavam diferenciais radicais em relação aos concorrentes, podendo representar uma vantagem competitiva sustentável no longo prazo para as empresas possuidoras; e (e) por fim, 13,4% das oportunidades não foram avaliadas com relação a este critério.

86 85 Assim, pode-se concluir que, aproximadamente, um em cada quatro planos de negócios (22,60%) avaliados conta com tecnologias diferenciadas, com diferenciais incrementais ou radicais em relação à concorrência (notas 3 e 4), evidenciando assim uma boa qualidade da demanda sob aspecto tecnológico. 40,0% 1 - A tecnologia não tem bases científicas sólidas; é facilmente 35,6% copiável ou muito semelhante 35,0% aos concorrentes. 30,0% 25,0% 28,8% 2 - A tecnologia possui bases científicas; é facilmente copiável ou oferece diferencial incremental em relação aos concorrentes. 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 17,4% 4,8% 13,4% 3 - A tecnologia possui bases científicas, não é facilmente copiável; oferece diferencial incremental em relação aos concorrentes. 4 - A tecnologia possui bases científicas, não é facilmente copiável e oferece diferenças radicais em relação aos concorrentes. Não avaliado. 0,0% GRÁFICO 15 Avaliação do Diferencial da Tecnologia Fonte: Elaboração própria Avaliação do Potencial de Mercado O Gráfico 16 apresenta a distribuição de freqüência das notas atribuídas ao potencial de mercado demonstrado pelos planos de negócios. O gráfico demonstra que: (a) em 19,2% dos planos de negócios, não está claro o problema que a tecnologia resolve ou o mercado de atuação é difuso ou altamente competitivo; (b) em 27,1% dos planos de negócios, não está claro o problema que a tecnologia resolve, mas o mercado de atuação é crescente e / ou consistente; (c) em 23% dos planos de negócios, a tecnologia resolve um problema

87 86 claro e o mercado de atuação é difuso ou altamente competitivo; (d) em 9,7% dos planos de negócios, a tecnologia resolve um problema claro e o mercado é crescente e / ou consistente; e (e) por fim, 21,1% das oportunidades não foram avaliadas com relação a este critério. Desta forma, conclui-se que, apenas, cerca de um em cada dez empreendimentos (9,7%) demonstra que seu produto ou tecnologia resolve um problema claro e pode ser inserido em um mercado crescente ou consistente. Desta forma, evidencia-se que limitações em termos de mercado podem ser um empecilho para grande parte dos empreendimentos. 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 19,2% 27,1% 23,0% 21,1% 1 - Não está claro que problema a e tecnologia resolve e o mercado de atuação é difuso ou altamente competitivo. 2 - Não está claro que problema a tecnologia resolve (foco de atuação), mas o mercado de atuação é crescente e/ou consistente. 3 - A tecnologia resolve um problema claro e o mercado de atuação é difuso ou altamente competitivo. 10,0% 9,7% 4 - A tecnologia resolve um problema claro e o mercado é crescente e/ou consistente. 5,0% Não avaliado. 0,0% GRÁFICO 16 Avaliação do Potencial de Mercado Fonte: Elaboração própria Avaliação do Resultado Financeiro Projetado O Gráfico 17 evidencia a distribuição de freqüência das notas atribuídas aos resultados financeiros projetados pelos planos de negócios. O gráfico demonstra que: (a) 24,4% dos planos de negócios projetam um EBITDA abaixo de 15% para os próximos 5 anos; (b) 24,6% dos planos de negócios

88 87 projetam um EBITDA de até 30% e um faturamento de até R$ 5 milhões em cinco anos; (c) 8,8% dos planos de negócios estimam que, em cinco anos, atingirão um faturamento superior a R$ 15 milhões com EBITDA superior a 30%; (d) apenas 2,8% dos planos de negócios apresentam fortes indícios de que, em cinco anos, terão faturamento superior a R$ 15 milhões e EBITDA acima de 30%; e (e) por fim, 39,4% das oportunidades não foram avaliadas com relação a este critério, podendo sugerir que estes planos de negócios já haviam recebido notas baixas em outros critérios, que inviabilizariam suas aprovações, não sendo produtivo gastar tempo com uma análise detalhada deste critério. Conclui-se assim que, apenas 11,60% dos planos de negócios avaliados conseguem projetar resultados financeiros considerados atrativos (notas 3 ou 4), sendo este um dos maiores empecilhos para a aprovação de um maior número de investimentos. Vale salientar que não é suficiente que o empreendedor projete grandes resultados em termos de faturamento e EBITDA, mas é necessário, sobretudo, que, além de atrativos, os números projetados sejam coerentes e críveis. 45,0% 1 - Ebtida baixo (parâmetro inicial: estimado abaixo de 40,0% 39,4% 15%). 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% 24,4% 24,6% 8,8% 2,8% 2 - Estimativa em até 30% e faturamento acima de R$ 5 milhões. 3 - Estimativa de ebitda acima de 30% e faturamento superior a R$ 15 milhões em 5 anos. 4 - Indícios fortes de ebitda acima de 30% e faturamento superior a R$ 15 milhões em 5 anos. Não avaliado. GRÁFICO 17 Avaliação do Resultado Financeiro Projetado Fonte: Elaboração própria

89 Avaliação da Possibilidade de Desinvestimento O Gráfico 18 demonstra a distribuição de freqüência das notas atribuídas aos planos de negócios, relacionadas com o critério de possibilidade de desinvestimento (saída) por parte do Fundo. O gráfico demonstra que: (a) 23,2% dos planos de negócios descrevem negócios de difícil saída, onde o Fundo, provavelmente, teria dificuldade de, no futuro, vender a sua participação; (b) 24,9% dos planos de negócios apresentam oportunidades com potencial para que a saída do Fundo seja realizada por via de uma venda para um investidor financeiro, como, por exemplo, um outro fundo de investimentos; (c) um grande número de planos de negócios (39,4%) apresentam oportunidades com potencial para que a saída do Fundo seja realizada por via de uma venda para um investidor estratégico, como, por exemplo, uma empresa líder no setor da oportunidade analisada; (d) apenas 1,5% dos planos de negócios apresentam oportunidades de investimento em empreendimentos onde já existam potenciais compradores interessados; e (e) por fim, 11,1% das oportunidades não foram avaliadas com relação a este critério. Cerca de dois em cada três planos de negócios analisados (65,74%) demonstram alguma possibilidade de desinvestimento (notas 2, 3 e 4), evidenciando que este critério não é uma forte barreira para as oportunidades que buscam o investimento do Fundo, pois, qualquer uma das possibilidades de saída é vista com bons olhos.

90 89 45,0% 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 23,2% 24,9% 39,4% 1 - Negócio de difícil saída, mesmo se for significativamente lucrativo. 2 - Potenciais investidores financeiros. 3 - Potenciais investidores estratégicos. 15,0% 10,0% 5,0% 1,5% 11,1% 4 - Já há interessado em comprar o negócio. Não avaliado. 0,0% GRÁFICO 18 Avaliação da Possibilidade de Desinvestimento Fonte: Elaboração própria Avaliação da Necessidade de Capital O Gráfico 19 mostra a distribuição de freqüência das notas atribuídas à necessidade de capital projetada pelos planos de negócios. O gráfico demonstra que: (a) 16,0% dos planos de negócios descrevem negócios que são intensivos na utilização de capital, necessitando de mais de R$ 10 milhões até que a saída do Fundo seja viabilizada; (b) 15,2% dos planos de negócios apresentam oportunidades que, além da primeira rodada de investimentos, que pode chegar a até R$ 1,5 milhões, a oportunidade necessitará de uma segunda rodada de investimentos superior a R$ 2,5 milhões, mas, após esta segunda rodada, o valor da empresa será significativamente maior; (c) 13,4% dos planos de negócios descrevem oportunidades que necessitam de duas rodadas de investimento, que, em conjunto, chegam até a R$ 4 milhões e são suficientes para viabilizar a saída do Fundo no longo prazo; (d) pouco mais de um quarto dos planos de negócios (26,3%) descrevem oportunidades que necessitam de, apenas, uma rodada de investimentos de até R$ 1,5 milhões para que o Fundo consiga viabilizar sua saída no longo prazo; e (e) por fim, 29,1% das oportunidades não foram avaliadas com relação a este

91 90 critério, podendo sugerir que estes planos de negócios já haviam recebido notas baixas em outros critérios, que inviabilizariam suas aprovações. Pouco mais da metade dos planos de negócios avaliados (54,9%) necessitam de um volume de capital compatível com os objetivos do FMIEE Criatec (notas 2, 3 e 4), desta forma, evidencia-se que esta não é uma barreira importante para a aprovação de um maior número de oportunidades. 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 16,0% 15,2% 13,4% 26,3% 29,1% 1 - Capital intensivo (parâmetro inicial: necessidade de mais de R$ 10 milhões até a saída). 2 - Precisa de um 2º round (+ de R$ 2,5 milhões), mas valor da empresa será significativo maior no 2º Aporte. 3 - Com 2 rounds quem soma até R$ 4 milhões chega-se até a saída. 4 - Com apenas 1 round de até R$ 1,5 milhões chega-se até a saída. 5,0% Não avaliado. 0,0% GRÁFICO 19 Avaliação da Necessidade de Capital Fonte: Elaboração própria Regional X Avaliação Final A Tabela 10 apresenta o resultado do cruzamento de dados entre as regionais do FMIEE Criatec e as avaliações finais dos planos de negócios. O teste estatístico Chi-Square apresentou-se significativo no nível de 1% e a tabela demonstra que: (a) na média, 70,8% dos planos de negócios recebem nota final igual a 1; (b) 20,1% recebem nota final igual a 2; (c) 5,6% recebem bota final igual a 3; e (d) apenas 3,6% recebem nota final igual a 4. Os destaques são a relativamente alta incidência de oportunidades com nota 4 na avaliação final na regional de Fortaleza (14,3%) e, por outro lado, a relativamente baixa incidência de oportunidades com nota 4 na avaliação final na

92 91 regional Campinas (2,2%). Estas diferenças acentuadas podem decorrer de particularidades locais ou de diferenças de critério de avaliação desta característica. TABELA 10 Regional X Avaliação Final Crosstab % within Regional Regional Campinas Rio de Janeiro Belo Horizonte Florianópolis Recife Belém Fortaleza Total Avaliação final do gestor Descartar Ruim Acompanhar Investir Total 87,9% 6,8% 3,1% 2,2% 100,0% 59,6% 30,3% 5,9% 4,3% 100,0% 79,1% 11,7% 6,7% 2,5% 100,0% 36,9% 51,0% 9,4% 2,7% 100,0% 53,2% 36,4% 3,9% 6,5% 100,0% 73,8% 9,5% 7,1% 9,5% 100,0% 67,9% 3,6% 14,3% 14,3% 100,0% 70,8% 20,1% 5,6% 3,6% 100,0% Nível de significância Chi-Square <= 1% Fonte: Elaboração própria Avaliação Final O Gráfico 20 demonstra que, até o dia 10/03/2010, data em que a amostra foi extraída do banco de dados do FMIEE Criatec, planos de negócios haviam sido avaliados, ou seja, haviam recebido a nota final por parte dos gestores regionais e de suas equipes, o que corresponde a um percentual de 92% do total submetido. Os 8% restante continuavam no processo de análise, junto com os outros planos de negócios que continuaram a ser cadastrados no banco de dados do Fundo após o dia 31/12/2009.

93 92 92 Avaliado Não Avaliado 1061 GRÁFICO 20 Planos de Negócio por Status da Avaliação Fonte: Elaboração própria É importante ressaltar que, em alguns casos, sobretudo naqueles onde o descarte da oportunidade é recomendado, não é necessária a análise de todos os critérios para se chegar à nota final. Desta forma, alguns planos de negócios possuem uma nota final, mas não possuem nota em um ou mais critérios. O Gráfico 21 demonstra a distribuição de freqüência relativa das notas finais atribuídas aos planos de negócios avaliados. Estas notas finais levam em consideração a avaliação dos seis critérios, mas permite um grau de subjetividade dos gestores regionais e de suas equipes. A nota final atribuída a um plano de negócios corresponde à sugestão do gestor regional responsável pela análise em relação ao encaminhamento que deve ser dado a esta oportunidade. As notas 1 e 2 correspondem a uma sugestão de destarte da oportunidade. A nota 3 corresponde a sugestão de continuar acompanhando a oportunidade, pois a mesma é atrativa, mas ainda não tem evidências suficientes que apontem para a viabilidade do investimento. Por fim, a nota 4 corresponde à sugestão de investir na oportunidade. O Gráfico 21 demonstra que: (a) a grande maioria dos planos de negócios (90,9%) não foi considerada atrativa pelos gestores regionais e suas equipes, sendo indicado o descarte dos mesmos; (b) 5,6% dos planos de negócios apresentam oportunidades que foram consideradas atrativas, mas ainda necessitam de algum tipo de análise antes de se tomar a decisão sobre o investimento ou o descarte; e (c)

94 93 por fim, 3,6% das oportunidades foram consideradas atrativas e receberam recomendação para o investimento. 100,0% 90,0% 90,9% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% Não investir (notas 1 e 2) Acompanhar (nota 3) Investir (nota 4) 30,0% 20,0% 10,0% 5,6% 3,6% 0,0% GRÁFICO 21 Distribuição de Freqüência das Notas Finais Fonte: Elaboração própria Os 3,6% de oportunidades que receberam nota 4 e obtiveram a indicação para o investimento, por parte dos gestores regionais, seguiram para os próximos passos do processo de avaliação que inclui, entre outras coisas, a apresentação da oportunidade para o Comitê de Investimentos e, se aprovada pelo Comitê, a realização de uma Due Diligence, conforme o processo seletivo do FMIEE Criatec representado na Figura 11. É interessante notar que, se utilizado o valor médio de investimento calculado anteriormente (R$ ,98), seria necessário mais de R$ ,00 para investir em todas as oportunidades que receberam nota 4 e outros R$ ,00 para investir nas oportunidades com nota 3. Vale salientar que estes valores são resultados das oportunidades analisadas até 31/12/2009 e que o período de investimento do Fundo se encerra em novembro de 2011, portanto, os valores finais devem ser significativamente maiores. Demonstrando assim que, no âmbito do FMIEE Criatec, existem oportunidades de investimentos atrativas em maior número do que o capital do

95 94 Fundo permitirá investir, sinalizando a oportunidade de criação de outros fundos com o mesmo perfil do FMIEE Criatec Investimentos Aprovados A Tabela 11 demonstra que, dos 1061 planos de negócios que foram avaliados, até o dia 31/12/2009: (a) vinte e três haviam sido aprovados pelo Comitê de Investimentos; (b) dois aguardavam o parecer do Comitê de Investimentos; (c) três tinham sido reprovados pelo Comitê de Investimentos; (d) sessenta e nove, apesar de terem recebido notas 3 ou 4, ainda não haviam sido levados para o Comitê de Investimentos; e (e) novecentos e sessenta e quatro tinham sido descartados, pois haviam recebido notas 1 ou 2. Embora possa parecer pequeno, o percentual de oportunidades aprovadas até o momento (2,17%) é mais do que o dobro do que o percentual de investimentos da indústria brasileira em relação ao total de planos de negócios avaliados, que é de 1%, conforme verificado por Carvalho et. al. (2006), podendo chegar a um percentual ainda maior. O resultado evidencia que o Fundo tem sido diligente na condução de suas atividades. É importante salientar que, a rigor, 24 oportunidades haviam sido aprovadas até 31/12/2009, mas uma delas, a primeira a ser aprovada, não está cadastrada no banco de dados do Fundo e, por isso, não fez parte de nenhuma das estatísticas contidas neste estudo. TABELA 11 Status dos Planos de Negócios com Relação ao Investimento Status dos Planos de Negócios Número Percentual Investimento aprovado pelo Comitê 23 2,17% Aguardando o parecer do Comitê 3 0,28% Investimento reprovado pelo Comitê 2 0,19% Ainda não apresentados ao Comitê 10 0,94% Para acompanhamento (nota 3) 59 5,56% Descartados (notas 1 e 2) ,86% Fonte: Elaboração própria

96 Investimentos Aprovados por Estado A Tabela 12 apresenta a distribuição de freqüência relativa dos investimentos aprovados por estado. A tabela demonstra que: (a) o estado de São Paulo possui 34,78% das oportunidades aprovadas; (b) o estado de Minas Gerais possui 17,39% das oportunidades aprovadas; (c) os estados do Rio de Janeiro, Pernambuco e Santa Catarina possuem, cada um, 13,04% das oportunidades aprovadas; e (d) os estados do Ceará e do Pará, possuem, cada um, 4,35% das oportunidades aprovadas. TABELA 12 Investimentos Aprovados por Estado Estado Número Percentual São Paulo 8 34,78% Minas Gerais 4 17,39% Rio de Janeiro 3 13,04% Pernambuco 3 13,04% Santa Catarina 3 13,04% Ceará 1 4,35% Pará 1 4,35% Total % Fonte: Elaboração própria Por outro lado, a Tabela 13 apresenta a comparação entre a participação dos estados no PIB brasileiro e a participação na quantidade de aprovações do Criatec. TABELA 13 Comparativo da Participação das Unidades da Federação no PIB e nas aprovações do Criatec Unidades da Federação Participação no PIB (2007) % aprovação Criatec Diferença Relativa São Paulo 33,92% 34,78% 2,54% Rio de Janeiro 11,15% 13,04% 16,95% Minas Gerais 9,07% 17,39% 91,73% Santa Catarina 3,93% 13,04% 231,81% Ceará 1,89% 4,35% 130,16% Pernambuco 2,34% 13,04% 457,26% Pará 1,86% 4,35% 133,87% Fonte:Elaboração própria Analisando o Gráfico 22, que apresenta a comparação das participações dos estados no PIB brasileiro de 2007 e no universo de empresas aprovadas para

97 96 investimento pelo FMIEE Criatec, observa-se que: (a) os estados de São Paulo e Rio de Janeiro possuem participações no universo de empresas aprovadas para investimento do Fundo similares às suas participações no PIB; (b) Minas Gerais, Ceará e Pará, participam significativamente mais no universo de empresas aprovadas para investimento do FMIEE Criatec do que no PIB; e (c) Santa Catarina (231,81%) e, sobretudo, Pernambuco (457,26%) possuem participação muito maior no universo de empresas aprovadas no Fundo do que no PIB de ,00% 450,00% 400,00% 350,00% 300,00% 250,00% 200,00% 150,00% 100,00% São Paulo Rio de Janeiro Minas Gerais Ceará Pará Santa Catarina Pernambuco 50,00% 0,00% GRÁFICO 22 Comparativo participação no universo de empresas aprovadas no Criatec / Participação no PIB Fonte: Elaboração própria O quadro geral que emerge da análise da qualidade da demanda por venture capital no Brasil indica que: (a) quase metade dos planos de negócios avaliados traz equipes que foram consideradas empreendedoras e com grande diferencial; (b) aproximadamente um em cada quatro planos de negócios avaliados conta com tecnologias diferenciadas; (c) apenas cerca de um em cada dez planos de negócios avaliados consegue demonstrar que seus produtos resolvem problemas claros e que podem ser inseridos em mercados crescentes ou consistentes; (d) um número reduzido de planos de negócios avaliados conseguem projetar resultados financeiros considerados atrativos; (e) cerca de dois de cada três planos de negócios analisados demonstram alguma possibilidade de desinvestimento; e (f) pouco mais

98 97 da metade dos planos de negócios avaliados necessitam de um volume de capital compatível com os objetivos do FMIEE Criatec. 5.3 FATORES QUE INFLUENCIAM A APROVAÇÃO Conforme comentado na seção anteriormente, os planos de negócios enviados ao FMIEE Criatec sofrem uma análise baseada nos seguintes critérios: (a) perfil do empreendedor e de sua equipe; (b) diferencial tecnológico ou competitivo; (c) potencial de mercado; (d) resultados financeiros projetados; (e) necessidade de capital; e (f) possibilidade de saída (desinvestimento). Por fim, após a avaliação total ou parcial destes critérios, os gestores e suas equipes atribuem uma nota final ao plano de negócios. Nesta seção, visando verificar quais os critérios que mais influenciam na nota final e conseqüente aprovação dos planos de negócios, realizou-se o teste Kendall Tau-b na correlação entre os seis critérios de avaliação e a avaliação final da oportunidade de investimento. A Tabela 14 apresenta o resultado deste teste, indicando correlação significativa de todos os critérios, no nível de 1%, denotando consistência no modelo de avaliação. Por sua vez, os critérios de Diferencial da Tecnologia, Resultados Financeiros Projetados, Mercado e Equipe são, na ordem, os quatro critérios que mais explicam a Avaliação Final. Enquanto que a Possibilidade de Desinvestimento e a Necessidade de Capital seriam os que menos explicam.

99 98 TABELA 14 Correlação Entre os Critérios de Avaliação e a Avaliação Final Correlations Kendall's tau_b Avaliação da equipe Avaliação da tecnologia Avaliação do mercado Avaliação do resultado financeiro Avaliação da necessidade de capital Avaliação da possibilidade de desinvestimento Avaliação final do gestor **. Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed). Correlation Coefficient Sig. (2-tailed) N Correlation Coefficient Sig. (2-tailed) N Correlation Coefficient Sig. (2-tailed) N Correlation Coefficient Sig. (2-tailed) N Correlation Coefficient Sig. (2-tailed) N Correlation Coefficient Sig. (2-tailed) N Correlation Coefficient Sig. (2-tailed) N Avaliação Avaliação da Avaliação Avaliação do resultado Avaliação da necessidade Avaliação da possibilidad e de desinvestim Avaliação final da equipe tecnologia do mercado financeiro de capital ento do gestor 1,000,359**,345**,338**,172**,330**,296**.,000,000,000,000,000, ,359** 1,000,444**,471**,146**,308**,439**,000.,000,000,000,000, ,345**,444** 1,000,483**,180**,319**,394**,000,000.,000,000,000, ,338**,471**,483** 1,000,116**,318**,401**,000,000,000.,000,000, ,172**,146**,180**,116** 1,000,209**,147**,000,000,000,000.,000, ,330**,308**,319**,318**,209** 1,000,232**,000,000,000,000,000., ,296**,439**,394**,401**,147**,232** 1,000,000,000,000,000,000, Fonte: Elaboração própria Desta forma, alcança-se o Objetivo 3: Estudar a influência dos critérios de seleção na escolha de um determinado investimento. 5.4 ANÁLISE QUALITATIVA DOS PLANOS DE NEGÓCIOS APROVADOS As pesquisas que utilizam a metodologia qualitativa podem descrever as complexidades de alguns problemas e analisar a interação de determinadas variáveis, proporcionando, em maior nível de profundidade, o entendimento do fenômeno estudado (RICHARDSON, 2008). Desta forma, visando evidenciar quais elementos devem estar contidos em um plano de negócios para que as chances de obtenção de financiamento via capital de risco sejam maximizadas, nesta seção, serão analisados, à luz da Teoria da Visão Baseada em Recursos, os conteúdos dos 23 planos de negócios aprovados, disponíveis no banco de dados do FMIEE Criatec. Para tanto, será utilizada a técnica de análise de conteúdo.

100 99 Ao final desta seção ter-se-á atingido o Objetivo 4: Analisar, qualitativamente, à luz da Teoria da Visão Baseada em Recursos (Resources Based View Theory), os planos de negócios das oportunidades aprovadas para investimento Resultados da análise dos dados qualitativos Conforme já comentado, escolheu-se as categorias analíticas com base no Rating de Capitais Intangíveis sugerido por Deutscher (2008). As categorias analíticas escolhidas estão representadas no Quadro 10.

101 100 Categoria (Capitais) Sub-categoria (Ativos) 1.1 Competência em Monitorar o Mercado 1. Estratégico 1.2 Competência em Formular, Implementar e Acompanhar a Estratégia 2.1 Sistema de Financiamento 2.2 Ambiente Regulatório 2. Ambiental 2.3 Ambiente de Inovação e Empreendedorismo 2.4 Infra-estrutura e logística 3.1 Carteira de Clientes / Contratos 3.2 Fornecedores 3. Relacionamento 3.3 Marca Reputação 3.4 Rede - Fornecedores e Clientes 3.5 Inserção no Mercado 4.1 Sistema de Governança Corporativa 4. Estrutural 4.2 Processos 4.3 Capacidade de Inovação 5.1 Gestores 5. Humano 5.2 Operadores 6.1 Confiabilidade do Administrador 6. Financeiro 6.2 Administração Estratégica do Risco 6.3 Inteligência Financeira QUADRO 10 Rating de Capitais Intangíveis Fonte: Deutscher (2008) Após a definição das categorias analíticas, realizou-se a categorização dos 23 planos de negócios, visando encontrar evidências da presença dos ativos intangíveis, que estão representados pelas sub-categorias, em cada um dos planos de negócios. A Tabela 15 apresenta o resultado da categorização, onde o valor 1 significa a presença de evidências da existência do ativo e o valor 0 significa ausência.

102 TABELA 15 Evidências da Presença de Ativos Intangíveis 101 Sub-categoria (Ativos) P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P Competência em Monitorar o Mercado Competência em Formular, Implementar e Acompanhar a Estratégia Sistema de Financiamento Ambiente Regulatório Ambiente de Inovação e Empreendedorismo Infra-estrutura e logística Carteira de Clientes / Contratos Fornecedores Marca - Reputação Rede - Fornecedores e Clientes Inserção no Mercado Sistema de Governança Corporativa Processos Capacidade de Inovação Gestores Operadores Confiabilidade do Administrador Administração Estratégica do Risco Inteligência Financeira Fonte: Elaboração própria

103 102 O Gráfico 23 apresenta a freqüência relativa dos diversos tipos de ativos intangíveis nos planos de negócios aprovados pelo FMIEE Criatec. No primeiro quartil (incidência > 75%), pode-se verificar a presença dos seguintes ativos intangíveis: (a) a qualificação dos gestores; (b) a competência em monitorar o mercado; (c) a qualificação dos operadores; (d) a capacidade de inovação; e (e) ambiente de inovação e empreendedorismo. No segundo quartil (incidência entre 50% e 75%), pode-se observar a presença dos seguintes ativos intangíveis: (a) inteligência financeira; (b) inserção no mercado; (c) carteira de clientes / contratos; e (d) sistema de financiamento. No terceiro quartil (incidência entre 25% e 50%), pode-se observar a presença dos seguintes ativos intangíveis: (a) processos; (b) marca e reputação; (c) rede de fornecedores e clientes; (d) ambiente regulatório; e (e) administração estratégica do risco. Por fim, no quarto quartil (incidência entre 0% e 25%), pode-se observar a presença dos seguintes ativos intangíveis: (a) inteligência financeira; (b) inserção no mercado; (c) carteira de clientes / contratos; e (d) sistema de financiamento. Estes achados são compatíveis com o tipo de empreendimento alvo do FMIEE Criatec, que são as empresas emergentes de base tecnológica, que, notadamente, possuem empreendedores e equipes bem qualificadas, com capacidade de inovar, inseridas em ambientes que estimulam o empreendedorismo e inovação. Tais empreendedores atuam por oportunidade e, por isso, precisam ter capacidade de monitorar o mercado. As empresas neste estágio não possuem um sistema sólido de governança, não desfrutam de uma infra-estrutura adequada e ainda não criaram uma rede de fornecedores. Seus gestores, embora capacitados, ainda não possuem credibilidade no mercado e, devido à inexperiência, possuem uma baixa capacidade de formular, implementar e acompanhar estratégias.

104 103 52,17% 52,17% 86,96% 86,96% 78,26% 78,26% 78,26% 5.1 Gestores 1.1 Competência em Monitorar o Mercado 5.2 Operadores 4.3 Capacidade de Inovação 2.3 Ambiente de Inovação e Empreendedorismo 6.3 Inteligência Financeira 3.5 Inserção no Mercado 52,17% 3.1 Carteira de Clientes / Contratos 52,17% 2.1 Sistema de Financiamento 43,48% 43,48% 39,13% 34,78% 26,09% 21,74% 17,39% 17,39% 13,04% 4,35% 4.2 Processos 3.3 Marca - Reputação 3.4 Rede - Fornecedores e Clientes 2.2 Ambiente Regulatório 6.2 Administração Estratégica do Risco 1.2 Competência em Formular, Implementar e Acompanhar Estratégia 6.1 Confiabilidade do Administrador 4.1 Sistema de Governança Corporativa 2.4 Infra-estrutura e logística 3.2 Fornecedores 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% GRÁFICO 23 Freqüência relativa dos Capitais Intangíveis Fonte: Elaboração própria

105 DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DE PLANOS DE NEGÓCIOS COM CHANCES AUMENTADAS DE APROVAÇÃO Ao final desta seção ter-se-á atingido o Objetivo 5: Propor as diretrizes para a elaboração de planos de negócios com chances aumentadas de aprovação. Os seguintes elementos são considerados na proposta de diretrizes para a elaboração de planos de negócios com chances aumentadas de aprovação: (a) os critérios de avaliação do FMIEE Criatec e suas influências na decisão pelo investimento (Tabela 14); (b) os ativos tangíveis existentes no empreendimento; (c) os ativos intangíveis existentes no empreendimento e os achados em relação às suas freqüências nas oportunidades aprovadas pelo Fundo (Gráfico 23); e (c) a forma com que as informações devem ser organizadas e apresentadas, pois o FMIEE Criatec possui um modelo predeterminado de plano de negócios. A Figura 12 ilustra o processo de criação da proposta de diretrizes. Ativos Tangíveis Ativos Intangíveis e capacidades Critérios de Seleção Diretrizes para a elaboração de planos de negócios com chances aumentadas de aprovação Formato do Plano de Negócios FIGURA 12 Composição do Modelo com Chances Aumentadas de Aprovação Fonte: Elaboração própria Por sua vez, a Métrica dos Capitais Intangíveis, ou Rating de CI, sugerido por Deutscher (2008), é uma ferramenta que permite aos investidores avaliar o posicionamento competitivo dos empreendimentos com relação ao mercado. Desta

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