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2 PAGINA 2 BPPÜBLíQ^ POLÍTICA QUINTA-FEIRA,10 DE AGOSTO DE 1979 ANISTIA - B âhff A saída das pnsoese lenta: depende o STM Os revéis, por exemplo, só sairão se apresentarem habeas corpus. Quem se considerar injustiçado pela lei do governo também tem chances. Segundo Reynaldo, bastaria que pedissem eqüidade W i-s ^ív^**. J? r^sol. í, JtB^^^ ^*1!^^^*^^^ li \"%* **vv ir/f jefc. O carimbo ficou pronto ontem, e. a bem da verdade, é um objeto vulgar e muito pequeno. A palavra que imprime cabe no minúsculo espaço de um centímetro por quatro, e é extraordinário como pode resumir uma história tào difícil e importante. É o carimbo que desde ontem começou a sepultar processos na Auditoria Militar de Brasília com a pequenina palavra «anistia», impressa em azul claro, em maiúsculas. Foram carimbados 33 processos e recolhidos 31 mandados de prisão, pois dois dos anistiados já estavam em liberdade condidonal. L)as 31 pessoas beneficiadas, 30, provavelmente, estão no exilio foram condenadas em primeira instância à revelia e agora poderão Voltar. Para a trigésima primeira, a anistia não serve para nada: trata-se de Paulo de Tarso Celestino Silva, que está na lista de desaparecido.s. Mas. no despacho que o juiz, auditor Célio de Jesus Lobão Ferreira assinou or.tem. denominado «Processo de Aplicação da Lei de Anistia», estão também relacionados os nomes de onze réus condenados em primeira instância, todos revéis, todos com mandados de prisão e todos náo-anistiados. É que o juiz preferiu uma interpretaçâo restritiva da lei sancionada terça-feira pelo presidente João Figueiredo. O texto exclui dos benefícios da anistia os (condenados por assaito. terrorismo, seqüestro ou atentado pessoal» e o Palácio do Planalto, o ministro da Justiça, os parlamentares do Congresso e a maior parte dos juizes já ouvidos pensam que se deve entender por condenados apenas os réus gue estiveram condenados por sentença transitada cm julgado, isto é. por sentença sobre a qual não caiba mais nenhum recurso. Mas. para o juiz Lobão Ferreira, condenado é o réu condenado em qualquer instância, e, por isso, em seu "* CARLOS ALBERTO SARDENBERG despacho de ontem, ele excluiu aquelas onze pessoas. Entre elas está o lider estudántil llonestino Guimarães, o último presidente da UNE, também desaparecido. Contra todas aquelas onze pessoas inclusive Honestino continuam valendo os mandados de prisão, que só poderão ser derrubados através de Habeas Corpus impetrados junto ao Superior Tribunal Militar - STM. E provavelmente o STM concederá o beneficio. Algumas conversas, ontem, com o presidente dessa Corte, general Reynaldo Mello de Almeida, e com outros ministros, entre eles o almirante Júlio de Sá Bicrrenbach, indicam que o STM optará pela interpretação mais generosa e também mais de acordo com as intenções do governo. Números confusos. O STM começa a julgar hoje cedo 35 processos, envolvendo cerca de 200 réus, inclusive os 55 presos políticos que se encontravam nos cárceres no dia em que o presidente sancionou a lei de anistia. Na I WST* ür^ ^^HÊÊIÊÊÍ&iÊimmmmY BmWmm verdade, o STM não sabe se eram exatamente 55, tal a confusão dos número.1) que as auditorias enviaram a Brasília. Em todo caso, eram entre 54 e 5(5 e desses o general Reynaldo, dias atrás, pensava que 17 seriam imediatamente beneficiados pela anistia. Ontem, porém, ele especulava mais alto: talvez 27 presos estivessem já beneficiados, sendo possível que esse número se tornasse ainda maior. Como? Sc os juizes resolveram aplicar o principio da equidade, comentou o general. A explicação é a seguinte: imaginemos o caso de duas pessoas que foram condenadas por assalto a banco, das quais uma foi presa e condenada por sentença transitada em julgado e a outra, foragida, ficou condenada apenas em primeira instância. Isso porque, para recorrer da sentença de primeira instância, ele precisaria aprcsentar-se às autoridades, (o revel não pode apresentar recursoi. Ora, pela interpretação dominante da lei de anistia, a FIGUEIREDO COM REYNALDO Açora, a anistia é assunto para os juizes militares do STM pessoa que ficou presa não está anistiada. E a foragida, cuja sentença condenalória não transitou em julgado, está anistiada. Quer dizer, a lei contempla tratamento diferente para o mesmo caso e essa ê uma das flagrantes injustiças do texto sancionado por Figueiredo. A forma de reparar essa injustiça pode ser a aventada pelo general Reynaldo, ou seja, a aplicaçâo, pelas cortes do principio da equidade. O S1M começará hoje a examinar primeiro os processos de réus que estão presos o, se for o caso, a decisão favorável à libertaçào será imediatamente despachada aos juizes auditores. Há presos políticos em apenas seis capitais: Fortaleza, Natal, Recife, Salvador, Rio e Sâo Paulo. Entre aqueles cujos processos serão examinados hoje, está Haroldo Rodrigues Lima, preso em Salvador, na mesma prisão da qual fugiu Theodomiro Romeiro dos Santos, que ainda não apareceu. Haroldo Lima provavelmente está anistiado. O STM examinará hoje, também os casos de Wladimir Pomar e Aldo Arantes, ambos presos em São Paulo, acusados de tentativa de reorganização do PC do Brasil. Estão certamente, anistiados. Em Brasília, também estão anistiados, mas estes por decisão do juiz Lobão Ferreira, os cinco jovens que estavam sendo processados por militância na convergência socialista. Era o único prdeesso político em andamento na auditoria da capital do país e que agora será trancado. Os cinco jovens estavam respondendo ao processo em liberdade. Enfim, a,batalha da anistia está agora nos tribunais. Depois desta etapa, para os não-beneficiados restara a esperança de uma nova lei de anistia ou de um indulto, ambas as possibilidades em estudo nos gabinetes do governo. Mais informações sobre os presos na página 12. O REPORTEI " mmmmt"^^müèft^* j Todos os assuntas de ISTOÉ são assinados. \Jtt c ]m\ E essa noticia é analisada, criticada e levada até ^È^^^^^M^^L?ã0 7 *^. ^ Uma publicação de Encontro Editorial. Wj Hj^^ i I ARRAES, G0LBERY, SARNEY Teroo papel destacado na reforma. Arraes pode atrapalhar; Golbery é o inventor da fórmula e Sarney, o executante ONTEM EM BRASÍLIA Esta é a mágica partidária que o governo ja preparou Primeiro, forma o Arenão com gente de absoluta confiança para evitar surpresas. Enquanto isso, Arraes é avaliado. Em outubro, surge o projeto. E tudo termina em mais 45 dias O Palácio do Planalto decretou a morte dos atuais partidos políticos, Arena e MDB, no correr da reunião que o presidente Figueiredo manteve com sua liderança na última segunda-feira. A direção da Arena recebeu instruções precisas para iniciar um trabalho de avaliaação dos eventuais ganhos que o governo poderá ter com o novo dispositivo político e das perdas jã contabilizadas. Este resultado matemàtico e uma súmula das conversas que José Sarney terá a partir desta semana com as lideranças regionais serão levadas ao presidente da República, pelo próprio senador maranhense, presidente do partido, no próximo dia 9 de setembro. A data, na verdade, marca o início do cronograma da reforma partidária. Pretende-se conhecer, na primeira etapa, basicamente, os motivos que poderão levar alguns parlamentares governistas a se passar para outros partidos. A pesquisa se iniciou com os rebeldes arenistas que apoiaram a emenda Djalma Marinho. O número destes dissidentes foi inesperadamente expressivo e isto chamou a atenção dos articuladores do governo. Até então, a direção da Arena já se tinha habituado a um número próximo. de 10 dissidentes, revelado desde a votação da emenda Montoro, que estabelecia eleições diretas e colocava em cheque o instituto dos biônicos, então o f ANDRÉ GUSTAVO STUMPF recém-aprovado. Mas no episódio da emenda Djalma Marinho, surgiram 25 rebeldes, 14 que efetivamente votaram pela aprovação da emenda e 14 misteriosamente sumidos do plenário, no momento da votação. A explicação destas divergèncias vai conceder ao governo o primeiro traço do perfil de parlamentar que lhe interessa. Mas, José Sarney ainda irá aos Estados para tornar claro os desejos do Palácio do Planalto e tentar desenhar para as lideranças regionais o futuro quadro político. Enquanto isso, em Brasília, o secretário-geral da Arena, Prisco Vianna, está incumbido de fazer aqueles cálculos dos ganhos c perdas do governo na sua mais audaciosa jogada política. O papel de Golbery. Este trabalho deverá estar pronto no dia 9, data da próxima audiência de Sarney com o presidente da República. Mas é evidente que a formação de novos partidos não depende, apenas, destas providências administrativas ou de conversas de pé-de-ouvido ao longo das capitais brasileiras. Ela vai desevolver-se num espectro muito mais amplo de atitudes, conversas e negociações que, naturalmente, transcenderão do trabalho do partido do governo. Aliás, fez parte do conjunto de diretrizes entregues a José Sarney a possibilidade, efetiva, de personagens expressivas do comando político, como Golbery do Couto e Silva ou o próprio presidente da República, assumirem uma postura mais incisiva no trabalho de costurar os entendimentos para o novo partido do governo. A disposição govemamental se conjuga com uma outra, que é explicitada pelo lider do governo na Câmara dos Deputados, Nelson Marchezan: enquanto estiverem correndo as negociações oficiais, que serão discretas e quase sigilosas, o governo I federal vai avaliar a atuação dos exilados, retornados, principalmente de Miguel Arraes e Leonel Brizola. Pois, paradoxalmente ela pode ajudar a reforma. Se Arraes e Brizola demonstrarem poder de mobilização o processo de criação de novos partidos terá garantido seu desenvolvimento. Mas há outra preocupação: a possibilidade de absorção políticomilitar desses dois personagens, que eram inimigos do regime até muito recentemente. O governo deseja, e muito, que o retorno se faça em paz. Todos sabem que, tanto no Recife como em Porto Alegre, estão previstas gigantescas concentrações para receber os líderes punidos com o exílio. Fala-se muito no risco necessário a que o governo deve se submeter, mesmo porque a esta altura não existem meios de fazer o processo político retroceder. Enfim, não é difícil perceber que, apesar do cronograma de ADESISMO Ameaçado de novo, Chagas vai resistir A hora do pedido de expulsão foi mal escolhida. Aproxima-se a convenção onde Chagas tem força demais. Os chefes não, dispensarão seus votos O deputado Ulysses Guimarães, presidente do MDB, enfrentará na quarta-feira da próxima semana uma velha e delicada questão: o novo pedido de expulsão do governadorí Chagas Freitas, encaminhado à comissão executk va do partido pelo deputado Edson Khair, com o apoio de mais de uma centena de parlamentares. Além da expulsão, o abaixo-assinado pede a intervenção e a dissoluçao do diretório, regional do MDB do Rio de Janeiro, sobre o qual Chagas Freitas mantém controle absoluto. Motivo: o duro tratamento que o governador emedebista tem dado aos professores grevistas. Essa é a terceira vez que as correntes adversárias do velho cacique tentam, junto à direção nacional do MDB, acabar com a força de Chagas Freitas..Ele, porém, conta com bons amigos na cúpula oposicionista e sempre conseguiu livrar-se. impàvido. das acusações de adesismo. Apenas uma única vez Thales Ramalho e Tancredo Neves dois desses bons ARMANDO ROLLEMBERG amigos -r não conseguiram bons resultados: foi quando, no primeiro semestre de 1977, a comissão executiva divulgou uma nota considerando Chagas Freitas Personanon. O pronunciamento fez com que Chagas Freitas se afastasse temporariamente do partido. Mas de muito pouco adiantou. Ele voltou e reforçou seu poder de mando. Apesar da pressão desencadeada principalmente pelos deputados Edson Khair e Marcelo Cerqueira e pelo senador Roberto Saturnino, é muito imporvável que a direção nacional do MDB tome uma outra atitude contra o governador fluminense. Mesmo que essa não seja a intima disposição do próprio Ulysses. O comandante oposicionista, que nas vezes anteriores jâ havia demonstrado seu desacordo com a política desenvolvida por Chagas Freitas, recentemente assinou um documento condenando a repressão ao movimento grevista dos professores, fez mais: telefonou para o secretãrio do Interior e Justiça, Erasmo Martins Pedro (por sinal, presidente licenciado do diretório do MDB), cobrando dele medidas prâticas para solucionar a contento o conflito. Martins Pedro prometeu atender o apelo, mas não cumpriu o prometido. Apesar do flagrante desrespeito aos, princípios partidarios, existem outros aspectos, de natureza política, que deixam o governador adesista em boa situação. O deputado Mac Dowell Leite de Castro, da corrente chaguista, lembrava que após as convenções municipais Chagas Freitas passou a controlar cerca de 120 votos da convenção nacional, que reúne cerca de 800 votos e se realizará em novembro. Este é por si só, um grande argumento em favor de Chagas Freitas, ainda mais considerando se que a reforma partidaria está a caminho. Interessaria ao MDB abrir mão da máquina controlada por Chagas Freitas justamente nesse momento? Tancredo Neves, por exemplo, acha que não. reformulação partidária e das idéias de manter o frágil esquema de abertura, existe, de fato, medo. Este estado de espírito faz com que, vez por outra, políticos lembrem que justamente em Porto Alegre está o general Antônio Bandeira famoso por suas posições duras. O Arenão no dia 23. Alheia as preocupações dos mortais, a mais alta assessoria presidencial, marcou outra audiència de José Sarney com o presidente da República, para o dia 23 de setembro. Até lá, o Palácio do Planalto terá o seu novo partido, o Arenão, definitivamente formado. Por isso é fácil perceber que a mensagem presidencial que vai regulamentar a Emenda Constitucional n" 11 e possivelmente reduzir as exigências para a criação de novos partidos chega ao Congresso Nacional numa data ao redor de 1" de outubro. Os parlamentares terão, de acordo com o regimento interno do Congresso, 45 dias para apreciar e votar a proposição governamental. O cronograma se completará aí, pois o texto deverá ir a sanção presidencial no final de novembro e, se tudo der certo, terá força de lei a partir dos primeiros dias de dezembro. A carta que o governo guarda cuidadosamente no colete, portanto, é a estruturação de seu novo e maior partido antes mesmo de a reforma partidária acontecer. Um general adaptado ao jogo político O novo comandante do II Exército, Milton Tavares de Souza, surpreendeu, certamente, os reporteres que o aguardavam, ontem, no aeroporto de Congonhas. Em uma semana marcada pelas declarações de oficiais militares no sentido da preocupação com as reações populares ao processo de abertura, ele, sorridente, lembrou o óbvio: «Tudo o que está acontecendo, aqui no Brasil, agora, acontece em qualquer país democràtico do mundo». E quando alguém lhe lembrou a preocupação de setores da caserna com a chegada, próxima, de Arraes e Brizola, ele retrucou: «É só consultar a história do Brasil para ver que não é a primeira vez que exilados políticos retomam». Acessível aos jornalistas, Tavares prometeu novas entrevistas, «quando entender melhor a área de São Paulo,- para melhor responder âs perguntas». Inscreveu-se, assim, no elenco dos oficiais generais que se procuram adaptar ao processo de abertura. : ->»AOtt^^>JS^lK^fc*^-JiJ«U-?J*-J-,.t.WiJ> mm mn*«~ ~<Aã-a~t a^&â-i

3 "tubsc/. ^IflNl^HHHHHflHnHllHra VPWÔMJC? aixa Econômica do Estado de São Pau C.E.E.S.P. - CAIXA ECONÔMICA DO ESTADO DE SAO PAULO S.A. ADMINISTRAÇÃO CENTRAL E AGÊNCIAS NO ESTADO ysi NOSSA $SSS@s CAIXA C.G.C / BALANÇO PATRIMONIAL EM 30 DE JUNHO DE 1979 CIRCULANTE ATIVO DISPONIBILIDADES OPERAÇÕES DE CRÉDITO Empréstimos em Conta.. Títulos Descontados...,. ; Adiantamentos a Doposltontes Financiamentos Rurais Financiamentos Imobiliários Enquadrúveis no SFH Financiamentos Imobiliários Não Enquadrávois no SFH. Rendas a Apropriar Provisão para Créditos do Liquidação Duvidosa RELAÇÕES INTERBANCÁRIAS E INTERDEPARTAMENTAIS Cheques e Ordens a Recober Compensação de Pagamentos Compensação do Pagamentos Nossa Remossa Compensação de Pagamentos A Devolver.... A Compensação de Recebimentos Remeter... Sua Remessa Correspondentes no Pais Departamentos no País Numerário em Trânsito Suprimentos Interdepartamentais... Valores em Trânsito de Terceiros CRÉDITOS DIVERSOS "... BNH - Depósitos no F.A.L. Devedores Diversos - País Rendas a Recober Outros Créditos VALORES E BENS Mobiliários Títulos de Renda Fixa Títulos Vinculados a Revendas ou Vendas Outros Valores e Bens Bens não Destinados a Uso Outros Valores DESPESAS DE EXERCÍCIOS FUTUROS REALIZÁVEL A LONGO PRAZO OPERAÇÕES DE CRÉDITO Empréstimos em Conta Financiamentos Rurais Financiamentos Imobiliários Enquadrávois no SFH.... Financiamentos Imobiliários Não Enquadráveis no SFH Créditos em Liquidação Rendas a Apropriar Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa CRÉDITOS DIVERSOS Outros Créditos VALORES E BENS Mobiliários Títulos de Renda Fixa PERMANENTE INVESTIMENTOS Outros Investimentos Provisão para Desvalorização IMOBILIZADO ; } Equipamentos de Uso...;..; Imobilizações em Curso. Imóveis de Uso Outros Bens de Uso Provisão para Depreciação COMPENSAÇÃO TOTAL DO ATIVO 3.091, , , , , ,89 4, ,73 ( ,59) (50, ,00) , , , , , ,43 ( ,56) ( ,71) , , , ,41 ( ,59) , , , , , ,756, ,.787, , , , , , , , :508, , , , , , , , , ,19 ( ,27) , , , , , , ,08 ( ,38) , , , , ,75 ( ,00) , ,17 CIRCULANTE PASSIVO. DEPÓSITOS A Vista Pessoas Físicas... Pessoas Jurídicas Judiciais i Do Governos Vinculados...,v Poupança Livro - Judiciais o Administrativos com Correção Monotárla.. De Governos com Corroçâo Monetária A Prazo Poupança Programada RELAÇÕES INTERBANCÁRIAS E INTERDEPARTAMENTAIS Choques o Documentos a Liquidar Compensação do Pagamentos - Sua Romossa Compensação de Recebimentos - Nossa Remessa.. Dopartamontos no Pais Ordens do Pagamento Suprimentos Interdepartamentais Valores em Trânsito de Terceiros OBRIGAÇÕES POR EMPRÉSTIMOS OBRIGAÇÕES POR RECEBIMENTOS ESPECIAIS Operações de Conta Banco Central Tributos e Encargos Sociais OUTRAS OBRIGAÇÕES Provisão para Pagamento do Imposto do Renda Provisão para Pagamentos a Efetuar. Impostos e Contribuições a Recolher Credores Diversos - Pais Cheques Administrativos. Obrigações por Convênios Oficiais EXIGIVEL A LONGO PRAZO DEPÓSITOS A Prazo Poupança Programada PATRIMÔNIO LIQUIDO CAPITAL SOCIAL RESERVAS DE CAPITAL Reserva de Correção Monetária Capital Realizado Outras Reservas de Capital OUTRAS RESERVAS. Reserva Legal Reservas de Lucros a Realizar Reservas Estatutárias... Reservas para Contingências RETENÇÃO DE LUCROS Lucros Acumulados COMPENSAÇÃO TOTAL DO PASSIVO , , , , , , ,34, ,57 107, , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,17 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO 1. SEMESTRE DE 1979 RECEITAS OPERACIONAIS Rendas de Operações de Crédito Rendas de Serviços Bancários Rendas de Valores Mobiliários Outras Rendas Operacionais DESPESAS OPERACIONAIS... Despesas de Depósitos Despesas de Obrigações p/ Empréstimos Despesas de Serviços Bancários Despesas Administrativas Despesas Patrimoniais Outras Despesas Operacionais RESULTADO OPERACIONAL RECEITAS NAO OPERACIONAIS... Rondas de Aluguéis Lucros na Alienação de Bens Outras Receitas não Operacionais. DESPESAS NAO OPERACIONAIS... Perdas na Alienação de Bens Outras Despesas não Operacionais RESULTADO NAO OPERACIONAL RESULTADO DE CORREÇÃO MONETÁRIA.., RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA LUCRO LIQUIDO ,54! , , , ,87 S ,16 I , , , 722,66! , , , , , , , , , , ,75 ( ,35) ( ,60) ,43 ( ,12) ,31 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO NO 1. SEMESTRE DE 1979 Especificação Capital Social Saldos em 31 de dezembro de ,00 Aumento de Capital ,00 Correção Monetária Doações e Subvenções p/ Investimentos Recuperações Diversas Reversão de Reservas Transferência para Reservas Lucro Liquido do Período Corr. Monetária do Cap. Realizado ,32 ( ,32) ,72 Reservas de Capital Outras ,80 ( ,68) , ,00 Total ,12 ( ,00) , ,00 Legal , ,09 Lucros a Realizar ,41 Outras Reservas ,96 ( ,24) ( ,93) Outras , , ,77 Total , ,534,72 ( ,24) ( ,16) Lucros Acumulados , , , , , ,31 Patrimônio Líquido , , , , ,31 Destinação do Lucro Reserva Legal SALDOS EM 30 DE JUNHO DE , , , , , , , , , ,54 ( ,96) , , ,78 "FILIADA A ACRESP" m EDUARDO JOSÉ DE SOUZA PR1ANTI Diretor Presidente MARIO IGNACIO DA SILVEIRA Diretor Administrativo GUSTAVO DAMASIO MONTEIRO Diretor Financeiro ROBERTO LOPES DE SOUZA Diretor de Patrimônio LUIZ GONZAGA DE B. MASCARENHAS Diretor de Operações Habitacionais São Paulo, 30 de junho dj PLÍNIO MOREIRA SCHMIDT VISTO DO CONSELHO FISCAL Diretor de Operações a Municípios e Autarquias GENILSON SENCHE Diretor de Operações Especiais WALDEMAR GIOMI MAhClO BUENO DE MORAES ADIMIR JOSÉ PINHEIRO WALDEMAR BENVENIDO Contador C.R.C SP Governo do Estado de São Paulo i*jí**),«lirv*

4 PAGINA 4 "Mino: CARTAS Com n chegada dn República, ficou mais fácil fazer propaganda atuante c participante." João Francisco R. Rocha Valéria de Freitas, Publislan Propaganda "Querido Mino: Li hoje o primeiro número e gostei. Aliás, como sempre, sua equipe c excelente. Tempos novos, Mino, e isto é bom! Auguro ao Jornal da República o mesmo sucesso do Jornal da Tarde, Veja e ISTOÉ. Acho que é suficiente, não é, Mino? Um abraço do" Caio Rompeu de Toledo "Congratulo-me efusivamente pelo lançamento do magnífico Jornal da República. Parabenizo o distinto amigo formulando os melhores votos de crescente prosperidade. Saudações e abraços." Oswaldo Massaini "A Mino Carta e equipe: Claro que só rezar não adianta. No entanto, a torcida de toda a categoria de jornalistas é grande e até rezando está. Sua equipe também é um atestado para o êxito e a edição n9 1 de 27/8/79 assim demonstrou. Registro a minha (a nossa) esperança de que o "espaço vazio" seja definitivamente ocupado por vocês. O público leitor diário já não é mais órfão." Solsl Kanashiro, Jornalista "Mino Carta: Parabéns, com salvaguardas. Por que é que Orestes Quércia é anódino e José Sarney é apenas senador? Rabinho abanando não sai em jornal de repórteres? Por que é que o MDB sofre de thalização e a Arena apenas articula-se para ser Arenão? Mamadores da teta nacional e acobertadores de corrupção e arbítrio não são assunto para matérias assinadas? Ô Mino, desassombro assim tem até no Jornal de Jundiai e não era bem isso que a gente esperava da República. Ou será que esperava?" Erazê Martinho, Jundiai "Mino: Parabéns a você, ao "beque" Clóvis Rossi e a toda turma. Contem sempre conosco." Nelson Blecher, Meio & Mensagem "Os melhores votos ao Jornal da República, um jornal que no seu primeiro número já nasce adulto pelo conteúdo e pela paternidade. Parabens aos realizadores, parabéns a Mino Carta." CA DOro "Armando Salem:. Transmito ao prezado amigo os cumprimentos pelo lançamento do Jornal da Republica e formulo votos de muito sucesso." Marco Antônio Michalaute, secretário particular do governador do Estado "Jornalista Mino Carta: Li hoje, com a maior satisfação, o primeiro exemplar do Jornal da República, que espero venha se constituir num novo marco da imprensa brasileira. Desejando votos de êxito a essa sua nova iniciativa. cumprimenta-o, atenciosamente." Jqir Soares, ministro da Previdência e Assistência Social "Parabéns e sucesso ao Jornal da República" Gilberto di Pierro jornal dajggfubíiq^ PIRETOR-PRESIDENTE Raymundo Faoro, EDITQR-CHEFE ; Mino Carta CONSELHO DE DIREÇÃO Armando V. Salem, Cláudio Abramo, Domingo Alzugaray Hélio de Almeida, Mino Carta, Raymundo Faoro, Tão Gomes Pinto D1RETOR-RESPONSÁVEL Armando V. Salem ENCONTRO EDITORIAL LTDA. DIRETORES Cátia AlzugaSray, Domingo Alzugaray, Mino Carta SÃO PAULO Redação, Administração e Publicidade: Rua da Consolação, 293, 8 ao 12 andar Telefones: , , (Publicidade) b Caixa Postal: End. Tolegráfico: EDITRÊS (CEP: São Paulo-SP) Sucursal BRASlUA (DF): SCS Ed. Oscar Niemeyer, s/601! Fones: è SUCURSAL RIO DE JANEIRO (RJ): Editora Três Ltda. Av. Almirante Barroso, 63, grupo 517 Fones: :mpressd na S.A. Diário da Noite VENDA AVULSA São Paulo OS Rio (de Janeiro CrS 10,00 Demais cidades CrS 12,00 CAULOS EPUBLXCA; EDITORIAL ( DA O PE ( O NOME DELE \ LOURO f E/ IBOPE. j uem não está preparado O minsitro do Trabalho, Murillo Macedo, oriundo dos meios bancários, declarou que os operários não estão preparados para opinar sobre o próprio trabalho: "Não têm nível cultural - este o conceito que S. Exa. faz dos nossos trabalhadores - para apresentar sugestões no sentido de aumentar a produtividade da empresa". A gravidade da declaração não está no fato de ter sido pronunciada. Afinal, essa poderia ser uma opinião pessoal, estra-* nhamente abrigada no espirito do ministro que deveria ocupar-se do Trabalho e não refletir a opinião do capitai. A gravidade está precisamente no fato de que essa opinião consiste no raciocínio básico do Sistema, produtor dos últimos cinco governos brasileiros. Nesse conceito pejorativo e humilhante da condição humana do trabalhador brasileiro está contida toda a filosofia que orientou os atos de exceção, as restrições ao livre exercício de opinião, e a consciência dos infiéis O sr. Nelson Marchezan, líder do governo na Câmara, resolveu interpelar os parlamentares arenistas que votaram pela anistia ampla, geral e irrestrita. E ouviu dos que ele chama infiéis o que não gostaria de ouvir. Pois o líder parece confundir disciplina partidaria com sabujice política. Um problema como o da anistia, cujo grande objetivo é promover a concórdia nacional, não pode ser colocado em termos de obediência cega e passiva, porque ele implica, antes de tudo, em imperativo de consciência humana. Em matéria dessa magnitude não é possível concessões, até porque não se pacifica uma sociedade pela metade, não se promove concórdia pelo meio, não se une um pais conservando os resíduos do ódio e da intolerância. Os parlamentares da Arena, que votaram obedecendo aos imperativos de sua consciência, em vez de serem interpelados, deveriam interpelar o sr. Marchezan por ter fechado a questão por arbítrio próprio, sem consultar o partido. E agravou seu ato de arbítrio com a ameaça de que, se o Congresso não votasse o projeto governamental, nos defrontaríamos com uma crise político-militar set melhante à que gerou o AI-5. Se esse argumento for realmente levado a sério, teremos então o sr. Marchezan confessando que o presidente da República está sujeito a condicionamentos castrenses que cerceiam suà ação de chefe do governo. Desde quando ele é porta-voz dos bolsões radicais dos quais falava o general Geiseí? que gerou a censura feroz, as torturas, a intervenção nos sindicatos, as cassações de direitos politicos, o cerceamento da liberdade de cátedra, as tentativas de subordinação do Poder Judiciário e o aviltamento do Congresso (do qual ele começa a emergir agora). Não é sequer o binômio desenvolvimento e segurança que tem presidido as grandes decisões castrativas tomadas nestes últimos 15 anos. No cerne da análise está a noção de que o povo está sempre despreparado; está despreparado para eleger o presidente da República, os governadores dos Estados, os prefeitos das grandes cidades. Na visão a um tempo cataclísmica e rósea do Sistema, os operários não têm nível cultural, a classe média é imatura, a burguesia não é confiável. Não haveria assim alternativa senão a de confiar a condução dos negócios do país e a unificação da nação brasileira senão a um grupo, auto-eleito, suficientemente preparado para a tarefa. PRIMO FIGUEIREDO, No dia do soldado, ouvimos com muita atenção as criticas que os chefes militares fizeram às nossas greves. Eles têm razão. De fato, nosso movimentos reinvidicatôrios vêm sofrendo alguns desarranjos, indisciplinas e sérios prejuízos. Mas estive pensando. Os militares, que são os profissionais da estratégia, das táticas, da disciplina e da logística, bem que podiam instruir e até comandar as greves que o povo vemfazendo tão amadoristicamente, não? Já pensou? O povo organizado por eles ia ganhar todas! Abraços do primo, mê Anistia, mas clandestina A anistia, com a soltura de presos e a perspectiva do retorno dos exilados, está na ordem do dia. As cadeias se entreabrem, sem que os libertados, com a lembrança viva e próxima dos reclusos, possam saudar a liberdade. A liberdade não veio, senão a libertação seletiva. Esse quadro se reflete, no plano ofi- ciai, com o mesmo conteúdo, embora encoberto.. Basta comparar o céu de Brasília, festivo, com foguetes no ar, fa- Ias emocionadas, no envio da mensagem. Brasilia de ontem foi outra, com a sanção. O ato final se deu a portas fechadas.,sem o repique dos sinos da hora inicial. O resultado que se viu foi bem outro: quem não estava preparado era precisamente o restrito agrupamento do poder, obrigado a recorrer a soluções casuísticas, c hoje às voltas com uma inflação preocupante e que neste exato momento se vê forçado a avançar o adiamento das eleições marcadas para 1980 e a propor a liquidação, por cima, dos dois partidos que ele próprio aliás criou. A falta de visão não está certamente com os operários. Ela está, isso sim, com o Sistema, mergulhado nas hesitações e nas tias angus- da indecisão, impelido a rcver - uma por uma - as decisões que tomou nos anos pregressos, quando exilou os trabalhadores, tirou-lhes o direito de greve, im- pediu, durante mais de uma década, que surgisse qualquer liderança operária, e finalmente escamoteou os índices de custo de vida. Essa é a visão escatológica do grupo do poder. Uma visão que, além de estupidamente errada, levou ao que levou. Partidos fragmentados e maioria Movimentam-se os estrategistas para a próxima batalha, a de reformulação partidária. Rigorosamente, nos termos constitucio1 riais, cuidou-se da fragmentação dos atuais partidos. Não se esperava, todavia, que a realidade fosse mais forte do que o projeto. O partido que apoia o governo, não o partido que compõe o governo, sabe que não sobreviverá a 1982, quando se espera o dia do juízo da tese da nãoalternância do poder. Querem migrar os condenados eventuais, para a construção de sua arca, que passe incólume sobre o dilúvio. O risco ai está: a maioria não seria maioria por muito tempo. Dependeria, para imperar, do acordo" com uína das agremiações que sairiam dos salvados do atual regime. Este caminho levaria a uma alternância, fictícia no fundo mas possível na forma. Do flanco da Arena se constituiria um bloco auxiliar, que agora se percebe não será tão obediente, tão cabisbaixo como a matriz. Surgem os estrategistas da emenda n9 11, perplexos com a sua criação, com manobras táticas, que adiem, ainda que não o evitem, o desastre. A sublegenda seria um dos expedientes de ocasião, ao lado do voto distrital, a ser adotado por mero oportunismo. Até quando, de recuo em recuo, fugirão os táticos da verdade? Estimular o QUINTA-FEIRA 30 DE AGOSTO DE 1970 crescimento geral da economia pode acelerar a inflação O ovo de Colombo PAULO SINGF.R Tudo leva a crer que a substituição de Simonsen por Delfim no Ministério do Planejamento vai acarretar mais do que uma mudança apenas de tom de política econômica. O que se anuncia é a generalização da política de ampliar a produção a pleno vapor, da agricultura para o conjunto da economia. Até há pouco, a estratégia era enfatizar a expansão da produção agrícola, dado o seu potencial de aumentar as exportações, substituir importações (álcool de cana ou mandioca em lugar de petróleo) c ainda ampliar o abastecimento alimentar interno, limitando a subida dos preços de bens de primeira necessidade. Uma estratégia ambiciosa de - num mesmo movimento - reequilibrar o Balanço de Pagamentos, reduzir o ritmo inflacioriário c facilitar a redistribuição da renda. Mas esta estratégia pressupunha que os demais setores da economia cresceriam menos, liberando assim recursos para possibilitar a expansão da agricultura. É o que dava a entender, por exemplo, a política de crédito, que, enquanto reduzia os prazos de pagamento dos bens duráveis de consumo - ocasionando uma retração da procura que já se faz sentir - ampliava fortemente os créditos (c os preços de sustentação) para a agricultura. Com a queda das vendas internas, era de se esperar que a indústria tratasse de colocar maior parcela de sua produção no mercado externo e no mercado agrícola, produzindo para exportar mais caminhões c tratores em vez de automóveis de passageiros. Agora, porém, o novo ministro do Planejamento anuncia que o que era bom para a agricultura era bom também para os demais setores, devendo haver expansão generalizada da proclução. Afinal de contas, tanto o Balanço de Pagamentos quanto a inflação dependem não só dos produtos agrícolas mns também dos manufaturados. De modo que o aumento da produção parece ser o remédio para todos os males. Sc fosse verdade, seria o caso de se perguntar: como c que não pensaram nisso antes? A lógica do raciocínio parece tão óbvia, que lembra o famoso ovo que Colombo conseguiu deixar de pé. A dificuldade toda é que nem sempre é possível aumentar a produção tanto qufinto se deseja. Há pontos de estrangulamcnto cm numerosas áreas c nem todos são perfeitamente conhecidos. Também há capacidade ociosa em outras áreas e ela se explica muitas vczes pelos pontos de estrangulamento. Assim, pode haver capacidade ociosa na indústria de material elétrico precisamente porque há estrangulamentoi na produção de cobre. O exemplo é hipoiético, mas coisas assim se passam o tempo todo. É por isso que, cm determinadas ocasiões, tentar estimular o crescimento geral da economia pode ter por efeito acelerar a inflação e pressionar, pelo aumento das importações, o Bakmço de Pagamentos. Afinal de contas, se a indústria de material elétrico, devidamente porque há estrangulamento na sua produção além do imediatamente possível, os preços dos fios de cobre subiram c tratar-sc-ia de aumentar as importações de cobre. Se coisas assim vicrem a ocorrer, a panacéia do crescimento a todo custo terá falhado e em vez de um ovo de Colombo teremos... uma omelete. Paulo Singer é economista e pesquisador do Ccbrap Um presidente da República ama seu povo quando resolve ouvi-lo e servi-lo De vento em popa HÉLIO PliLLEGRINO É bem curiosa a relação narcísica que o presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo mantém com a própria cara. Ele confia nela e mais do que isto: chega a atribuir-lhe um charme ofuscante, que beira o irresistível, e nesta medida sente-sc compelido, conforme a circunstância, a submetê-la a um estrito e disciplinado controle castrense. É o que ocorreu, por exemplo, durante o governo Mediei, conforme nos confidencia o próprio general Figueiredo. Ao apresentar-se em público ao lado do presidente Emílio Mediei, o então chefe do seu gabinete militar amarrava (a cara, trombudo e arredio, uma vez que "todas as homenagens deveriam ser dirigidas ao presidente e não a mim". Nessa confessa e expressa intenção de não fazer sombra à figura presidencial, qualquer estudante de psicanálise poderá perceber justo o contrário, a saber: uma competição larvada e culposa que, na medida da impossibilidade de tornar-se consciente, aparecia disfarçada em seu opôsto. A cara, de qualquer maneira, ocupa o centro da cena. Um sorriso mais livre, um trejeito descontraído, um piscar de olhos entre intimo e brejeiro, e eis ameacada a estabilidade das instituições. Uma gargalhada, vista por esse ângulo mágico - narcísico, terá o poder de um golpe de Estado. Por isto mesmo, durante todo o longo tempo que precedeu sua chegada à Presidência, o general João Baptista de Oliveira Figueiredo cuidou de encobrir e disfarçar o segmento facial de sua figura física. Quando chefe do SNI, no governo Geisel, sua compulsão embuçadora atingiu niveis paroxisticos: "Aí eu desapareci de circulação. Ninguém me viu mais". Na verdade, não lhe restava outra alternativali Sua cara, capaz de provocar eclipses solares, passou naturalmente a ser considerada por ele matéria de segurança nacional. Era preciso ocultá-la, arquiva- Ia, subtraí-la da curiosidade maldosa e adversa dos subversivos, a quem não se poderia jamais revelar, ou sequer sugerir, os (altos poderes dessa verdadeira arma secreta do regime em que se transformou a cara do general João Baptista de Oliveira Figueiredo. Agora, na Presidência da República, o general que nos governa, liberto de quaisquer inibições metodológicas, pode dar rédeas soltas aos seus encantos fisionômicos. Não tendo ninguém acima dele e, portanto, sem o risco de derrubar quem quer que seja, o general Figueiredo assume com entusiasmo sua natureza folgazã e "brincalhão, alegre, fazendo blaguè". Oferece ao país inteiro o inestimável patrimônio do seu sorriso, de suas "boutades" cavalarianas, curtas e grossas, de suas bizarrices temperamentais tão suculentas e espontâneas. É claro que todo esse bulicio narcisico, centrado em torno da cara do general Figueiredo, tem sido usado - c abusado pela finória ciência do ministro da Comunicação Social, especialista cm pesquisas de opinião.o presidente da República, apeado para fins publicitários de seu trono eqüestre, pedestrizando-sc democraticamente, percorre vielas e betesgas, freqüenta feiras e botequins, apalpa tomates e aperta a mão de populares, tudo com o objetivo de mostrar, mesmo aos mais incréus, que a abertura política, em tão boa hora iniciada pelo general Ernesto Geisel, vai de vento em popa - ou de vento em popa - se quisermos dar ênfase ao apêndice nasal da augusta fisionomia que nos preside. Acontece, entretanto, que o narcisismo é de todos os negócios humanos o mais privado e ilusório, ao passo.que a Presidência da República è, de longe, o mais escancaradamente público, concreto e geral de todos os assuntos. Dele, na verdade, ninguém escapa, já que poder de um phesidente, através de infinitos desdobramentos, acaba por capilarizar-se a ponto de atingir o mais obscuro dos cidadãos. Seja ó peão de Belo Horizonte ao pau-de-arara nordestino ou o seringueiro da Amazônia. O poder da Presidência atinge a todos, envolve a todos - é coisa nossa, pública, de,todos. Por isto mesmo, ninguém consegue governar apenas com a cara e com a coragem. O que dá força a um presidente não é a boa cor da sua cutis nem a brancura dentifricia do seu sorriso. Um presidente vale, e é bom, quando representa o povo. Quando encarna - através de suas aççes - a vontade do povo. É esta a.essêpcia que fundamenta, de maneira legitima, a simpatia de um presidente. E é esta essência que falta ao presidente da República do Brasil, general João Baptista de Oliveira Figueiredo. Não é freqüentando botequins que se reverencia - e se aprecia - o povo. Um presidente ama o seu povo quando resolve ouvi-lo - e servi-lo. Esta escuta e este serviço têm estado sinistramente ausentes do momento brasileiro. Que o diga o projeto de anistia do Executivo, surdo e insensível ao coração do povo. Que o diga a Consolidação das Leis do Trabalho, legislação sem legitimidade, contra o direito de greve e, nesta medida - e por definição -, contra a imensa maioria do povo. Hélio Pellegrino é psicanalista e jornalista

5 .* i QUINTA-FEIRA 30 DE AGOSTO DE 1079 REPUBLJQ^ POLÍTICA PAGINA f) MDB Moderados enterram o partido independente MDB. O que eles querem mesmo é ficar com o Depois da eleição dos diretórios, tudo. será mais fácil. E até Ulysses pode ficar Há um dado novo e até agora desapercebido na reforma partidária, a partir da leiçâo dos diretórios municipais do MDB, no último domingo: Ê que os resultados da eleição, realizada num clima descolorido de disputa, acabaram fortalecendo o poderio do chamado grupo moderado do MDB, prenunciando, para as próximas eleições dos diretórios estaduais e do Diretório Municipal, em setembro e outubro, uma vantagem ainda mais definitiva dos moderados e adesistas. Aparentemente, tudo isto nâo passa de pura perda de tempo uma vez que os partidos estão jurados de morte pelos projetos de reforma do Governo e os emedebistas estariam assim disputando em torno de diretórios com prazo marcado para desaparecer Mas a verdade e bem outra. Adquirindo nitida maioria dentro do partido, os moderados, nos últimos dias, já mudaram completamente seu jogo. diante dos planos da reforma política do governo. Até aqui conformados em entregar o partido ã aliança dos autênticos com o grupo de liberais mais comprometidos com uma postura oposicionista formado pelo senador Teotônio Vilela, eles preferiam investir ttít formação do chamado «Partido Independente» uma espécie de alternativa para o poder dentro de alguns anos. quando se chegasse ao impasse definitivo entre a oposição e o governo. Agora, porém, os moderados preferi- «Povo de Pernambuco considera importante sua participação nas comemorações de regresso do exgovernador Miguel Arraes ao Brasil. Contamos com a sua presença». Este é um trecho da carta que o presidente do MDB de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, enviou a milhares de pessoas, no Brasil; Miguel Arraes chega dia 16, às 7 horas, no Rio, ao Recife, às 15 horas; às 19 horas, haverá uma concentração popular no bairro de Santo Amaro, Recife. No dia 30 de julho, o PUmalto divulgou carta enviada ao presidente João Figueiredo pela mãe do Frei Magno José Vilela, dominicano exilado hâ dez anos em Paris; a carta agradecia ao governo seu projeto de anistia. Condenado a 4 anos, à revelia, frei Magno soube tanto da carta quanto de sua utilização JOSÉ CARLOS BARDAW1L rão se fixar dentro do próprio MDB, fazendo dele o seu partido. Os autênticos é que correm o risco de marginalizaçâo, imposto pelo domínio da máquina partidária. A manobra,explicada. Entusiasmados com a nova realidade surgida das umas dos diretórios, os moderados faziam planos fantásticos, na tarde de ontem, durante aqueles encontros reservados e sigilosos em que costumam realizar suas articulações Em primeiro lugar, acham que, ficando no MDB, nâo dependem mais de alianças com políticos da Arena que dificilmente se conciliariam com seu principal lider. Tancredo Neves. Seria o caso do senador Magalhães Pinto. Ele já vinha atrapalhando a formação do independente de Tancredo Agora, fica falando sozinho Depois, há outro aspecto muito importante a ajuda que os formadores do PTB possivelmente darão aos moderados nas eleições direloriais que restam, as estaduais e a nacional. «Podemos fazer lacilmente uma aliança invencível com o PTB. porque o Brizola não engole mesmo o Arraes. É claro que ele vai mandar sua gente nos apoiar E ai expulsamos, pelo voto, os autênticos do futuro partido», dizia-me, ontem, um animado chefe dos «moderados». São cálculos sem dúvida bastante realistas. Mas os moderados vão ainda mais longe nas suas previsões sobre o futuro esquema politico de que disporão no pública. Ele nos escreve entre outras coisas: «... Essa carta exprime, sem dúvida, os sentimentos da mãe de um exilado e estou certo de que foi ditada pelo seu coração. Em outro contexto, não teria nenhum comentário a fazer... A anistia está muito aquém das aspirações de milhões de brasileiros... Não contem comigo para entoar os louvores de um projeto de anistia que comete o acinte de comparar os torturadores com suas vitimas e que nada diz dos inúmeros companheiros e amigos desaparecidos, assassinados ou mortos no exílio». Apesar dos pedidos da polícia gaúcha, Glènio Peres e Marcos Klassmann, cassados em 1977, reassumiram ontem suas cadeiras na Câmara Municipal de Congresso. Eles acham, por exemplo, que o próprio doutor Ulysses Guimarães, hoje aparentemente fazendo o jogo dos autênticos embora moderado histórico, acabará voltando ao ninho antigo. Segundo essa visão dos acontecimentos. a atuação de Ulysses, casa-se perfeitamente com sua condição de presidente do partido. «E claro que ele não pode articular a criação de outro partido, nem precisa fazer isso; é tarefa nossa. Mas quando o MDB acabar, onde ele ficará. Com Miguel Arraes?», perguntava ontem um credenciado àrticulador. ANOTE Colocadas as coisas, assim, até faz sentido o jogo de espera do governo nos últimos dias. Ele. simplesmente, aguarda que o MDB promova a sua própria divisão. a partir da chegada de Arraes e Brizola. Os moderados possivelmente estão informados deste propósito. Pois estão jogando na certa, nâo errando uma cartada. Fnquanto isso. os autênticos parecem vencidos pela inércia e pelas suas próprias divergências internas Um exemplo: sempre tiveram como certo o nome de Ulysses Guimarães como seu candidato a presidente do partido. Mas, e se não tiverem base para lhe assegurar a vitória? Muito possivelmente, sempre pragmático, prefirirà integrar a chapa dos moderados. E o governo terá, finalmente, atingido seu objetivo de isolar a esquerda brasileira. Porto Alegre. O Frase do ministro Petrónio Portella. ontem, na homenagem que lhe prestaram deputados e prefeitos, no escritório da representação paulista em Brasília: «O regime brasileiro caminha rumo a socialdemocracia». Quatro presos políticos de Pernambuco foram libertados anteontem à noite e 101 mandatos de prisão foram arquivados, entre eles o de Miguel Arraes, Francisco Julião e Gregório Bezerra. O Confirmada a presença do compositor Chico Buarque de Holanda no dia 16 de setembro, no Recife. Ele se integra às manifestações pela volta do ex-governador Miguel Arraes.,0 ministro das Minas e Energia, César Cais, não anda muito satisfeito com sua impopularidade comprovada em recentes pesquisas do Gallup. Para ele, a responsável é a General quer que Brizola e Arraes voltem comportados O general Samuel Alves Corrêa, chefe do EM das Forças Armadas, disse ontern em Salvador que Leonel Brizola e Miguel Arraes poderão causar problemas para a segurança nacional, «se iquiseremi encaminhar novamente parcelas da população para a inconformidade com relação âs nossas dificuldades». Mas, acrescentou, a volta de ambos «não tem a menor expressão, a menor importância», a mio ser que queiram comportar-se como antes de 64. «Qual teria sido esse comportamento?» perguntaram os repórteres. «Naquela época, Brizola e Arraes quiseram liderar uma parcela do povo brasileiro com demagogia, violência e radicalismo c quiseram tomar o poder através da desmoralização do Congresso, de campanhas a h tidemocráticas e de adoção de métodos não aceitos pelo povo brasileiro. Esta conquista de poder era pressionada por intermédio de organizações espúrias, como as Ligas Camponesas e o Grupo dos 11, organizações nitidamente subversivas»-respondeu o general. Para ele, tanto Brizola como Arraes ao voltarem ao país devem ajudar o governo no sentido de unir o povo para vencer os problemas e dificuldades por que o país vem atravessando. Suas declarações deixavam evidente, mais uma vez, a preocupação do governo em encontrar para Brizola e Arraes uma postura que nâo -irrite às Forças Armadas. Brizola, ao que tudo indica, já absorveu o recado com declarações sempre moderadas. E o próprio Arraes também não está disposto a colocar fogo no circo: ele já instruiu seus correligionários em Pernambuco para evitarem provocações nos dias da chegada. Paolo Marconi Secom. «que não vem promovendo de forma efici ente o nosso ministério». Há mais de uma década representando os banqueiros nas sempre traumáticas reivindicações salariais dos bancários, Theophilo Azeredo Santos, presidente da Federação Nacional dos Bancos, foi interrado simbolicamente. ontem, pelos empregados de bancos ca riocas. Motivo: endureceu demais nas negociações travadas na,semana passada entre as duas classes. O ex-governador Mauro Borges anunciou ontem em Brasília que será candidato ao Senado pelo MDB de Goiás, em General Otávio Medeiros, chefe do SNI, fala na Esco- Ia Superior de Guerra. O comando da ESG já advertiu que não permitirá que os jornalistas assistam â conferência ou que entrevistem o general. NOVO ENFOQUU A Igreja começa a deixar a política, lentamente A Igreja ou pelo menos a sua cúpula começa esta seiiiana a dar os passos iniciais para retirar-se do front político a que foi involuntari». amente lançada durante os anos mais duros de cerceamento político: a formalizaçâo desses passos consistirá em documento que a Conferència Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está terminando e vai «ncaminhar ao presidente João Baptista Figueiredo. No documento, segundo vem revelando, aos pedaços, dom Ivo Lorscheiter. presidente da CNBB, será proposta ampla alteração do atual modelo económico e dada muita ênfase à questão social, onde diz dom lvo «estamos vendo violentas distorções». limbora o enfoque do documento possa ser esse, a realidade é que a cúpula da Igreja pretende alcançar, com ele, uma nítida demarcação doutrinária, que a desobrigue, doravante, de tomar posição diante das mudanças do quadro político e. principalmente,do quadro partidário. Ou seja, a Igreja não tem e não quer ter vínculos de espécie alguma com nenhum dos partidos em gestação. Dom Ivo é claro: «Não vamos dar aval em branco para ninguém. A Igreja não fará frente comum, coisa que nunca fez. Talvez muitas bandeiras se identifiquem com a nossa». Marcando o campo. Lançado esse programa doutrinário, a Igreja estará automaticamente apoiando ou condenando aqueles setores que se identificarem ou, na.hipótese inversa, divergirem dele. E cessaria a peregrinação que já diminuiu muito, é verdade, mas ainda prossegue de jornalistas em busca do pensamento de cada bispo ou padre a respeito de PT. PI, MDB, etc. Mais importante: estaria definido também o limite para a atua- Wí&Syp. Em documento a Figueiredo, a CNBB proporá mudanças no modelo econômico-social. Mas também limitará a sua própria ação política ção conjunta de grupos e/ou organismos nascidos ã sombra da Igreja (movimento custo de vida, comunidades eclesiais de base e outros) com facções de cunho estritamente político que se.incorporaram a tais movimentos. E essa definição é fundamental para um setor numericamente importante e constantemente assediado pelas correntes políticas cm formação ou ainda clandestinas. É o caso das Comunidades Eclesiais de Base (80 mil em todo o pais, com um número de participantes avaliado, imprecisamente, em um milhão de pessoas). A espera de anexar pelo menos parte do imenso potencial político dessas comunidades, grupos políticos de centro e de centro-esquerda já procuraram contatos com as- lideranças comunitárias, buscando engajá-las nas suas respectivas agrupaçòes. m - j OTgi V. Como elas atuam com razoável grau de independência, as comunidades têm aceitado ou recusado composições (por enquanto, episódicas) com alguns desses grupos. Ora, ao definir uma espécie de «programa», dom lvo e a CNBB tencionam, aparentemente, delimitar melhor a.possibilidade dessas alianças. «Aval em branco». Até agora, quem tentou aproximar-se das comunidades foram os grupos liderados por Almino Affonso-Fernando Henrique Cardoso, Miguel Arraes-Márcio Moreira Alves e Leonel Brizola. Sem desprezar a hipótese de ações conjuntas eventuais, os lideres leigos das comunidades têm-se recusado a qualquer acordo mais firme e que pudesse desaguar na incorporação das CEBs a um dos partidos políticos que esses lideres pretendem formar. E. mttmw- WBBBgffl mmmmms" WÊBimaÊ- ^^i^^^s^r" iiimm^fwê Bafe ^ aái&bi DOM IVO Fixando os limites para o envolvimento político da Igreja ercado Futuro. ao vetar o tal de «aval em branco» para quem quer que seja, dom Ivo parece fechar de uma vez por todas as portas a uma eventual composição duradoura. Ê óbvio, entretanto, que os programas dessas formações políticas coincidirão com pontos fundamentais do documento que a CNBB está elaborando, na medida em que a preocupação geral- de políticos e da Igeja está. no momento, centrada na questão social. Ou, traduzindo: na questão dos trabalhadores e do respeito aos seus direitos. Não é por mero acaso que têm sido em igrejas quase todas as assembléias de trabalhadores para discutir suas reivindicações e. em muitos casos, votar pela greve. É a conseqüência, ainda, do longo período de fechamento político: a igreja passou a ser o único território para manifestações populares papel que conlinua desempenhando, pois os partidos políticos de oposição que seriam sedes também naturais para esses movimentos ainda não estão criados, nâo têm sedes e nem meios de proteger trabalhadores em movimentos reivindicatórios. E aí. outra vez. os novos partidos e a Igreja cruzarão seus caminhos, pois. como diz dom Ivo. esta, «desde Leão XIII, reconhece a greve como forma de defesa dos direitos, uma vez que estes direitos sejam líquidos e certos e que não haja outra solução». O que é importante é que o documento da CNBB deverá deixar implícito que a Igreja pode até ceder seus locais para reuniões sindicais mas nada além disso e do apoio moral. O resto é papel dos trabalhadores conquistarem por si mesmos. Se possível, gostaria a Igreja, sem a intermediação dos políticos. partidos Em um só lugar, todas as vantagens doutorai.^^e do campo. HEcanTQ Md CE3 Chácaras de frente para a Represa Santa Isabel Se você imagina seus, fins-de-semana passeando de barco, -Jelejando, esr/uiando, pescando, vá para o Recanto no Céu. : Se você imagina suas férias no meio do verde, lindas paisagens, ar puro e montanhas, vá parco Recanto no Céu. 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6 PAGINA O ANOTE Ditador, no cinema, está proibido A providencial mâo da censura chilena desadou ontem sobre um ciclo de filmes de Charles Chaplin que estava sendo exibido em alguns cinemas de Santiago. Já haviam sido apresentados Luzes da Cidade e O Circo, e com eles rtóo tinha havido problema. Mas a próxima atração seria O Grande Ditador, a célebre sátira de Chaplin a Adolf Hitler. Aí o ciclo foi atropelado pelo Conselho de Censura Cinematográfica, um órgão do Ministério da Educação, que confiscou a película. Circo pode. Quanto a grande ditador, chega um. ROBERTO POMPEU DE TOLEDO EPUBLIQ^ MUNDO ÜÊRW^m^m* J THATCHER EM BELFAST A primeiro-ministro visitou soldados ingleses feridos ONTEM, EM HAVANA OUINTA-FEIRA 30 DF. AGOSTO DE 1979 Os trabalhos de credenciamento da Conferência dos Nao-Alinhados terminaram na madrugada de ontem com um pequeno revés para Cuba, contornado, de maneira pouco sutil, pelo representante de Sri-Lanka (ex- Ceilflo) que presidia a sessão: apesar de a maioria dos participantes ter-se manifestado a favor da manutenção do representante do deposto regime cambojano de Pol Pot na reunião (sem direito à palavra), a presidência preferiu transferir a decisão sobre o tema para hoje, durante o primeiro encontro dos ministros das Relações Exteriores presentes em Havana. A medida do representante de Sri-Lanka acabou favorecendo o grupo minoritário liderado pelos cubanos, que apenas reconhece o atual governo do Camboja, pró-soviético e pró-vietnamita. Thum Prasit, embaixador do regime cambojano deposto perante as Nações Unidas, e Hun Sen, ministro das Relações Exteriores do governo instalado em Phnon Penh, encontramse desde segunda-feira na capital cubana à espera de uma decisão a respeito de quem representará seu país. Em li NÃO-ALINHADOS HWHP _AABH Zona neutra em Angola No quadro das negociações sobre a Namíbia, conduzidas por Estados Unidos. França, Inglaterra. Canadá e Alemanha Federal, o presidente Agostinho Neto. de Angola, concordou com o estabelecimento de uma zona desmilitarizada no sul do seu pais. na fronteira com a Namíbia, sob Supervisão da ONU Ainda riãò há resposta do governo sül-aíricanò. Para Agostinho Neto. a zona desmilitarizada torna mais difícil o apoio ás.lorças de libertação da Namíbia Em compensação, evita ataques e incursoes sul-africanas em território de Angola, aspecto que. para Agostinho Neto. é mais importante Os «tories» e a maconha Legalizar a maconha Esta é uma bandeira que vem tomando corpo no -setor da sociedade inglesa onde certamente menos seria de se esperar iniciativas desse tipo: o Partido Conservador Mais própriamente, é a Juventude do Partido Conservador quem vem levantando o assunto Jimmy Carter e índios estarão no roteiro do papa, João Paulo II em sua viagem de duas semanas pelos Estados Unidos, em outubro. O Vaticano anunciou ontem o itinerário Boston, Nova York, Filadélfia, Washington (encontro com Carter na Casa Brancai. Chicago, e Des Moines, Estado de lowa (encontro com índios americanos i O Alexandre Godunov, o bailarino do Bolshoi que pediu asilo nos Estados Unidos, está sentado em ouro e nadando em uísque. Isto é o que sugere o jornal Gazeta Literária, primeira publicação soviética a noticiar a deserção do artista. Segundo o jornal, «provocadores norte-americanos» seduziram Godunov com «montanhas de ouro e mares de uísque» As eleições vão ser antecipadas no A Dieta (Parlamento japonês) deverá ser dissolvida no dia 7 ou 8 de setembro É essa,pelo menos, a intenção do primeiro-ministro Masamoshi Ohira. que pretende convocar eleições gerais para o próximo mês de outubro. «Há boas razões para a medida», explicou ontem Ohira. «É preciso estabilizar a situação política para que o governo possa vencer as dificuldades domésticas e os problemas internacionais.» Ele espera que seu partido, o Democrata Liberal, consiga aumantar para 271 o número de cadeiras na Câmara, onde dispõe apenas de maioria simples 248 votos de um total de 551. Os partidos da oposição já se manifestaram contra a convocação das eleições as primeiras desde que Ohira tomou posse, em dezembro passado, em substituição a Takeo Fukuda. Segundo Charles Smedley. de 211 anos. vice-presidente da seção londrina dos Jovens Conservadores. 4U < dos membros de sua organizàçâo já fumaram maçonha Smedley pretende levar a questão da legalização ao congresso do Partido Conservador que será realizado em outubro próximo. Precedente perigoso Informação da imprensa de Pequim, no quadro da campanha do viceprimeiro-ministro Oeng Xiaoping para restabelecer o lucro e aumentar a produtividade: os detentos da prisão de Pequim, graças aos incentivos materiais que passaram a receber. estão conseguindo agora produzir 80 variedades de sapatos e 20 espécies de sandálias. A venda desses artigos, segundo a mesma informação, permite ã dia1- ção da prisão não apenas empatar seu orçamento. más até auferir um pequeno lucro. O precedente é perigoso Pode levar â constatação não apenas na China mas em outras partes, de que cárcere pode dar lucro. É tome cárcere Cresceu 2347, o comercio dos Estados Unidos com a China no primeiro semestre deste ano, em relação a Para o mesmo período, o Departamento de Comércio informou ontem os.seguintes dados gerais rios negócios com os países comunistas: exportações, 3 bilhões de dólares; importações, 1 bilhão de dólares. China e União Soviética são os maiores clientes. O O presidente da Colómbia, Júlio César Turbay, pode respirar um pouco mais aliviado: as quatro principais centrais operarias do país decidiram adotar uma política mais conciliatória e suspender a greve geral que estava sendo programada para meados do próximo mês. A greve será substituída por um ato público se o governo permitir. ONU debate os ataques israelenses no Líbano O Conselho de Segurança das Nações Unidas reuniu-se ontem para examinar mais uma quei- xa do Líbano contra os ataques da artilharia israelense a seu território. O renunciante embaixador Andrew Young, dos Estados Unidos, que preside este mês o Conselho e que deixará seu cargo no fim desse período abriu os trabalhos fazendo um relato dos últimos acontecimenlos no sul do Líbano. A seguir, o representante libanês, Ghassan Thueni, fez um veemente discurso, pedindo a restauração da paz em seu pais. Jacques Leprette, embaixador da França. que ontem condenou a agressão israelense, teve seu pronunciamento adiado para hoje, quando será encerrada a reunião. A delegação da Organização de Libertação da Palestina assiste aos debates do Conselho. ONTEM, NA IRLANDA O Papa João Paulo II cancelou a viagem que faria no fim de setembro à Irlanda do Norte, «em razão dos crimes selvagens dos últimos dias», conforme as palavras do porta-voz do Vaticano que ontem deu a informação à imprensa. Enquanto isso, a primeira-ministra britânica Margareth Thatcher fazia inesperada visita a Belfast, depois de duas reuniões em Londres com os ministros da área de segurança. Segundo fontes políticas, ela estaria preparando uma revisão completa do esquema militar britânico na Irlanda do Norte. Margareth Thatcher visitou o hospital onde estão internados cinco soldados feridos numa emboscada que vitimou dezoito de seus companheiros, para depois iniciar sua missão política em Belfast. Em Londres, antes de viajar, ela deu ordens ao Exército para reforçar a segurança da rainha Elizabeth e outros membros da família real, que estão em férias na Escócia. A rainha e seus familiares, a própria primeira-ministra e seus ministros, costumam ter, como guarda-costas, um único policial à paisana armado de revólver. IRLANDA A cena está pronta para o confronto Os atentados podem ser os sinais de uma guerra civil; os dois lados se armam e os ingleses não querem estar lá O que pretende o Exército Republicano Irlandês, o IRA (católico), com os brutais assassínios de segunda-feira e com a tentativa de massacre de uma banda de música militar inglesa que dava um concerto em Bruxelas no dia seguinte? O que pretende a Associação de Defesa do Ulster (protestante) ao anunciar, como o fez no último dia 13, que fortaleceria sua facção paramilitar, depois de assistir, durante ano e meio, sem intervir, às escaramuças entre o IRA e o Exército inglês e aos atentados da organização armada catolica? Talvez seja prematuro tentar uma avaliação precisa desses e outros acontecimentos, mas já é possível traçar, através de uma série de fatos das últimas semanas, alguns contornos novos no quadro da trágica situação irlandesa, que explicam a súbita e inesperada explosão de violências desta semana: Há um més o Departamento de Estado nortemericano numa iniciativa que em Londres se considerou como uma interferência sem precedentes no problema irlandês anunciou a suspensão das licenças para venda de armas à Polícia de Ulster (nome oficial da Irlanda do Norte), toda formada por protestantes; No dia 12, em Londonderry, 15 mil protestantes realizaram uma passeata para comemorar o aniversário de uma vitoriosa resisténcia popular a um cerco das tropas do rei Jaime (católico) há 291 anos e proclamaram sua disposição de retornar aos confrontos diretos com o IRA; No dia seguinte, um domingo, foi a vez de os catolicos realizarem passeata em seus redutos de Belfast, no 10" aniversário do início da intervenção militar inglesa; entre os 5 mil manifestantes, a atração maior foram quatro homens e uma mulher do IRA, encapuzados e exibindo ostensivamente suas metralhadoras, num aberto desafio às tropas inglesas; Na semana passada, finalmente, revelou-se que o governador de Nova York, Hugh. Carey, estava artiçulando para setembro uma reunião de cúpula, para a qual já teriam sido convidados Humphrey Atkins,. ministro britânico responsável pelo Ulster, e o ministro do Exte- FERNANDO JORDÃO rior da República da Irlanda, com a finalidade de discutir um plano de üarrct Fitzgerald, líder oposicionista de Dublin, para a unificação das duas Irlandas. Cena Armada. Em resumo, os dois lados aguçaram ainda mais a disposição de luta de seus combatentes, e a perspectiva da conferência de Nova York pode ter sido o detonador da violência. A realização do encontro de cúpula era desejada pelos setores moderados de ambos os lados e afirma-se que também pelo governo conservador de Margareth Thacher. que procura uma saída para o problema antes que uma guerra civil torne impossível qualquer solução negociada. Contaria também, embora não de forma explícita, com o apoio do governo Carter. igualmente interessado numa solução rápida do conflito, dado o peso que a questáo representa entre o numeroso eleitorado norte-americano de origem irlandesa. Mas, para os radicais armados, tanto católicos quanto protestantes, o plano Fitzgerald para a unificação é inaceitável. Há cinco meses, a Associação de Defesa do Ulster. numa publicaçâo intitulada Além da divisão religiosa, firmou posição pela independência do território, sem vínculos com a República da Irlanda, muito menos com Londres. Por seu turno, os chefes do IRA não escondem sua oposição a qualquer tipo de acordo que pudesse transformar a lrlanda do Norte em mero satélite econômico e político da lnglaterra; eles pregam a revolução total, coerentes com a linha das organizações terroristas da Espanha, da Itália e da Alemanha, com as quais suas ligações parecem claras. A cena da explosão está armada. O barril está cheio de pólvora: há 13 mil soldados ingleses,.1 mil homeas das oito brigadas paramilitares da Associação de Defesa de Ulster e um numero desconhecido de unidades de quatro homens, especialmente treinados e fortemente armados, que formam hoje a nova estrutura do IRA, reqfganizado em função da guerrilha. Resta saber se as gestões políticas extra-oficiais de Washington e Londres, ainda táo incipientes, consiquirão apagar a tempo o rastilho que os sangrentos acontecimentos desta semana reacenderam » -" # WÈ;^s%& $$Êí^W *~^mreammmablm, Wé;W%ÊSt^ ^>4-t3t ki - ; ^^ ra^:/a35«rejllm vmbbbr ;;#n "" tis^^pw^sslwssm SBfl&El"* " ^^BMWffiBffirrv^F WãBBSBm igf^^^^^amapmkm GUERRILHEIRO DO IRA Contra qualquer tentativa de conciliação O aeroporto talvez mais tranqüilo e menos congestionado do mundo, o José Marti, de Havana pintando de novo e enfeitado com bandeiras está servindo, neste momento, de portão central de ingresso de um festival internacional, e esta situação deverá continuar durante os próximos quinze dias. Os cortejos de limusines oficiais, acompanhados por motocidistas dos serviços de segurança cubanos, se sucedem percorrendo um trajeto algo sonolento sob o sol pesado do Caribe. Levam para a residéncias, bem preparadas por uma organização muito bem cuidada, os protagonistas, os coadjuvantes e as testemunhas daquela que sem dúvida alguma é a mais ampla e espetacular conferência de cúpula da qual se tem noticia na história. Quase cem chefes de Estado ou de governo, uma multidão de embaixadores, ministros e diplomatas-, representando dois terços do globo e possuidores de uma indiscutível maioria absoluta nos organismos da Nações Unidas, estáo convergindo para Cuba, juntamente com milhares de I jornalistas, para participarem da sexta Conferência de Cúpula dos Países Não- Alinhados. Aqueles não-alinhados que Tito, Nasser e Nehru reuniram pela primeira vez em Belgrado no início de setembro de 1961 quando o grupo contava com apenas 26 participantes em dezoito anos aumentaram muito de tamanho. Hoje, apresentam uma acentuada diferença de idiomas e já foram atropelados por diversas crises. A tal ponto que, hoje, só um grande mago poderia tentar darlhes alguma unidade, nem que apenas de fachada. E este mago, que não cessa de causar admiração no mundo todo, com seus 87 anos completos, está chegando disposto a conseguir, mais uma vez, o milagre no qual ele se empenhou durante uma boa parte de sua vida. O presidente iugoslavo Josip Broz Tito é dele que estamos falando desembarcou no aeroporto José Marti ontem, quatro dias antes do início da conferência própriamente dita. Questões-chave. Fidel Castro estava a sua espera no aeroporto porque o maréchal iugoslavo chegava em visita de Estado a Cuba, pela segunda vez na sua vida. Na verdade, esta visita de Tito, e este encontro entre dois lideres da iconografia popular e revolucionária Pidel e Tito, coloca todo o resto na sombra. Mas é isso mesmo que faz desta reunião em Havana em encontrodesencontro que sinceramente vale a pena ser visto. Há questões-chave envolvidas neste encontro. Um dos mais destacados membros da delegação iugoslava me dizia ontem: «A incerteza em relação a esta visita durou até uma semana atrás e, de fato, como você deve ter notado, os cubanos somente ontem a anunciaram; mas há pelo menos dois anos fala-se desta oportunidade em Belgrado e em Brioni». Quando, por ocasião da última reunião da cúpula dos países nãoalinhados em Colombo, agosto de 1976, Cuba foi indicada como sede da próxima reunião trienal. foi feita Só Tito pode conseguir a proeza de unir os que são contra e os a favor da União Soviética GIORGIO SIGNORINI Enviado especial do La Repubblica, de Roma uma escolha inevitável mas infeliz. Inevitável porque após Belgrado, Cairo, Lusaka, Argel, e Colombo, sedes das reuniões de cúpula precedentes, a região latinoamericana era a última, na variada composição geogrâfica do movimento, que ainda não tinha servido como local para uma reunião, e Cuba parecia ser a sede obrigatória. Infeliz porque já na época, e de maneira ainda mais vistosa e intensa nestes três anos que decorreram desde a reunião de Colombo, os empenhos internacionais de Cuba. suas intervenções armadas na Etiópia e em Angola e p seu alivismo ^, *^^***ffi^*^h ga-wjk3mwêmêmm^mw^êbkb^bíjm^mw8&\ TITO Sua presença dá:substânàa ao atual encontro-desencontro superpotências, no confronto das quais nós devemos continuar mantendo todas as distâncias, consigam separar o nosso náo-alinhamento em duas alas, o que não faria mais sentido». Foi para garantir tudo isto que Tito aceitou programar uma visita a Cuba e um coloquio- tète-à-tète com Fidel Castro. Na mesa dos embaixadores que desde ontem trabalham no novíssimo palacio de conferências Cubanacan, na periferia de Havana, e onde pedreiros e carpinteiros estão íreneticamente dando os últimos toques num gigantesco labirinto de dois andares, cada um dos inúmetw>7 internacional em função da estratégia soviética levaram uma parte do movimento a se questionar em relação ao «não-alinhamento» de Havana, levantando até mesmo a possibilidade de excluir-se Cuba do grupo. Aceitar o jogo. cisto, obviamente, era impensável», continuou o meu interlocutor.i «a não ser abrindo mão da idéia do não-alinhamento e concordando com a falência de todos os postulados sobre os quais esta idéia repousa e que Tito sempre defendeu. Mais do que uma derrota de Cuba, teria sido uma derrota nossa de dimensões incalculáveis. Era necessário aceitar o jogo e não apenas deixar que Havana hospedasse a reunião de cúpula, mas também preparar-se para o fato de que no decorrer dos próximos três anos, até que seja realizada a próxima reunião de cúpula, segundo os nossos estatutos e as nossas práticas. Cuba venha á deter a presidência e hospedar todas as atividades dos nossos organismos colegiais. E isto sem que haja uma ruptura, sem que as tensões existentes no interior do movimento, e que são induzidas pelas ros problemas que saem dos dossiês podem ser levados, em última análise, a uma escolha entre duas opções: devem os países nãoalinhados considerar que os países comunistas representam «aliados naturais» e agir com militância nesta direção, ou devem, em vez disto, manter a mais rigorosa equi- distância entro os blocos, considerando a hegemonia soviética e o capitalismo americano como dois braços de uma torquès que tenta constantemente separar os países do Terceiro Mundo ou. pelo menos, ligà-los a um, outro bloco? Resumindo: Castro contra Tito. Mas, na nossa opinião, os milagres ainda podem acontecer E Tito, talvez, possa realizar a proeza que todos os 88 países reunidos em título pleno em Havana, além dos convidados e observadores, esperam dele. «Um outro passo na estrada do náo-alinhamento», diz o slogan que os cubanos prepararam pára esta reunião de cúpula e que pode ser encontrado onde quer que se pouse os olhos. É necessário esperar para ver de que passo se trata. ),

7 QUINTA-FEIRA 30 DE AGOSTO DO 1979 rs As colônias de Gaza - ir ~~v TJradLi, A?W/ i HA ; VUNIS & l( \ Colônias i) Implantadas? Colônias > ser Implantadas NAHAL MORAfi \l f5~~ ~~_ "^ REPUBLICA- MUNDO/ECONOMIA O PODER A luta entre os ministros Murillo Macedo queria uma política salarial mais generosa. Rischbieter o apoiava, e defendia também o tabelamento de juros. Delfim Netto teve que fazer concessões PÁGINA 7 haiahk // Uit m^tuãfiyo {s~?\ sy/+ jf ^V i ^^ MINYAN \ ^^ \i.v -i^ SINAI _ ^^ M!liÉÍÉ!!É 2-n ISRAEL Plano de Begin: mais colônias em Gaza Com todas as atenções voltadas para o sul do Libano. Israel prepara-se, disca1- tamente. para inaugurar nesta semana uma nova colonia judia na faixa de Gaza ocupada, e dará início aos trabalhos de fundação de outra mais. na mesma região, dentro de dez dias. A decisão israelense, no minimo, é paradoxal. Como não se ignora, Israel está negpciando com o Egito, sob a supervisão dos Estados Unidos, a implantação de um regime de autonomia às populações palestinas de Gaza e da Cisjordãnia ocupadas. Essas negociações vem se processando em ritmo lento e dificultoso e têm contribuído, justamente, para tornar mais tensas as relações entre Jerusalém e Washington. É certo, por outro lado, que a nova «colônia» judia em Gaza tomará mais desconfortável ainda a posição dos egícpios face ao mundo árabe. Os árabes não deixarão de acusar o Cairo de, no mínimo, ser conivente com a política de espoliação da terra palestina pelos israelen- Os israelenses preparam-se paraeonstruir um «cinturão de segurança» contra eventuais invasões vindas do Sinai ses. Mas o governo Begin. ao que tudo indica, não está levando em conta essa conjunção. Três «colônias» já foram recentemente estabelecidas naquela área è três outras mais estão programadas para futuro próximo, além das duas que serão fundadas agora O objetivo israelense em Gaza é o de criar uma «zona tampão» ou «cinturão de segurança» formado por uma cadeia de «colônias» novas que substituirão aquelas que foram desmanteladas na península do Sinai ou que o serão em decorrência do acordo de paz com o Egito Esse cinturão se destinaria a bloquear a tradicional rota de invasão a partir do deserto contra o estado judeu. Problemas. Na Cisjordãnia ocupada, a política israelense de colonização tem-se deparado com inúmeros problemas em razão da expropriação de terras de propriedade privada. Os proprietários palestinos têm-se valido do sistema democrático vigente em Israel apelando à Corte Suprema em Jerusalém que. ITÁLIA na maioria dos casos, temlhes dado ganho de causa contra o governo Mas em Gaza a situação é outra. Isso porque oslocais onde tém sido e serão erigidas as «colônias» judias foram expropriados pelas autoridades militares israelenses sob a justificativa de que se constituíam em «áreas de segurança» As tentativas anteriores de se estabelecer «colônias» judias no interior de áreas densamente povoadas na faixa de Gaza falharam sobretudo porque os «colonos» não se mostraram muito entusiasmados em viver entre400 mil palestinos (a população da área), numa estreita faixa de terra de 40 quilômetros de extensão por 5 a 10 de largura. Hoje, os colonos da região, fortemente inquietos com o seu futuro, acabam de receber garantias do ministro da Defesa, Ezer Weizman, no sentido de que Israel não tem intenções de removê-los, independentemente de que resultar das negociações para a «autonomia palestina» (M. Ch., de Jerusalém) O novo governo de olho na burocracia Os projetos do ministro Massimo Severo Giannini, uma espécie de Hélio Beltrão italiano Na Itália, operários e funcio- J nários da industria trabalham, em média, 40 horas por semana, de segunda a sexta-feira. Há muitos anos as indústrias ficam fechadas aos sábados, como ocorre na maioria dos países industrializados Mas a situação é diferente nas empresas estatais. Os empregados na administração pública trabalham também aos sábados, apesar de o número de horas não ultrapassar a marca das 36. no caso dos funcionários, e das 40 horas, para os operarios. Por que não introduzir a «semana curta» isto é, a semana sem sábado também nos nas escolas* ministérios e Quem primejiro lançou esta idéia foi Filippo Maria Pandolfi. quando ainda era ministro da Fazenda no governo presidido por Giulio Andreotti A finalidade: tornar mais eficiente a administração pública, cuja produtividade se encontra em níveis baixíssimos. Pandolfi poderia ter realizado o seu sonho se o governo que tentou,formar, após o -maiogro do secretário do Partido Socialista, Bettino Craxi. tivesse recebido o voto de confiança do Parlamento. Logo depois dele, quem recebeu o voto de confiança do Parlamento foi o democratacristãb Francesco Cossiga, ministro do Interior na época GIUSEPPE MORABITO. de Roma do seqüestro de Aldo Moro. E no governo de Cossiga, atualmente no poder, quem retomou a idéia de Pandolfi foi Massimo Severo Giannini, um jurista próximo às posições do Partido Socialista. Giannini é um «técnico», ou seja, não é um parlamentar, e é considerado um dos maiores especialistas italianos em problemas de administração pública. Por este motivo, Cossiga confiou a ele um ministério novo, o das «Funções Públicas», ou seja, um ministério cuja finalidade será a de fazer com que os demais ministérios funcionem melhor; desta maneira, se conseguiria uma reforma da administração pública. «Capuccino» Na Itália, o horário de trabalho dos ministérios vai das oito da manhã às duas da tarde e, algumas repartições, há horas extras durante a tarde! Mas isso é teórico. Na realidade, estes horários são pouco respeitados. A maior parte dos íuncionrios chega com meia hora de atraso e sai mais cedo. Não existem formas eficazes de controle. Além disso, existe o hábito do «capuccino», o café com leite que sempre é tomado em algum barzinho das redondezas. Por est es e por outros motivos é dificílimo encontrar alguém nas repartições: «O doutor não está em sua sala», é a resposta que freqüentemente se ouve quando se tem desventura de telefonar para uma repartiçâo pública. Isso sem falar no problema das práticas acumulativas: o trabalho é feito dentro de um sistema de hierarquis e uma mesma folha deve passar por muitas mãos, do datilografo ao ministro, para ser assinada. Como tornar menos deficiente a administração do Estado? A idéia de Giannini é fechar as repartições aos sábados e distribuir o trabalho durante o dia todo, organizando-se turnos como nas fábricas. As horas de trabalho náo aumentariam, mas as repartições permaneceriam abertas durante mais tempo, não restrigindo o atendimento do público apenas à parte da manhã. Reorganizando-se melhor o trabalho, espera-se reduzir o índice de faltas. Os sindicatos estão de açordo. Querem porém que estas medidas para aumentar a produtividade dos funcionarios equivalham também a aumentos salariais. E os funcionários públicos, o que pensam? Habituados, por çxperiência própria, a esperar sempre.muito tempo antes que as reformas estatais sejam colocadas em prática, por enquanto eles parecem indiferentes. Na verdade, estão preocupados: muitos têm um segundo emprego na parte da tarde c isto não seria mais possível com o horário contínuo. Brasília viveu ontem um dia de intensa agitação, ante as reuniões do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Conselho Monetário Nacional, programadas para uma decisão final sobre a nova política salarial e o tabelamento dos juros. Sabia-se que as duas questões iriam provocar um confronto entre ministros, pois, nas ultimas semanas, haviam ficado claras as divergências existentes entre o ministro do Planejamento, Delfim Netto. e os ministros do Trabalho e da Fazenda, Murillo Macedo e Karlos Rischbieter. O tabelamento dos juros era defendido por Rischbieter, enquanto o Ministério do Planejamento acenava apenas com a rcdução dos juros para as duplicatas. Surgiu uma solução amenizada, mas que ainda assim reduz os juros cobrados às empresas, e os «tabe- Ia» a esses novos níveis <v matéria abaixo). Em relação à política salarial, o ministro Murillo Macedo, desde a época de Simonsen à frente do Ministério do Planejamento, defendia reajustes mais írcquentes, para impedir que u inflaçáo destruísse o poder aquisitivo dos trabalhadores. Sua proposta, de reajustes trimestrais ou quadrimestrais, encontrava uma alternativa ainda mais radical partida de Rischbieter, que propunha aumentos automáticos, sempre que a inflação acumulada atingisse determinado nível (proposta encapada pela Arena, no último fim de semanal A oposição. A saída de Simonsen em nada alterou as dificuldades encontradas por Macedo: também Delfim Netto considera os reajustes salariais como inflacionários. e mostrou-se favorável apenas a correções semestrais, que beneficiassem os salários até o limite de 20 salários mínimos- A decisão parecia consumada, mas a questão foi reaberta à medida que. como violento ritmo de inflação previsto para os próximos meses, começou-se a questionar, junto ao Palácio do Planalto, a viabilidade de, a esta altura, conceder apenas reajustes semestrais: eles eram considerados insatisfatórios. ante o ritmo ascendente das greves. Praticamente às vésperas da reunião do CDE, Murillo Macedo surgiu com uma proposta alternativa: aumentos salariais Wi acima da inflação para os trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos; iguais à inflação para quem recebe entre cinco e dez salários mínimos: 80^ da inflaão entre dez e trinta salários mínimos. A fórmula visava redistribuir a renda i aumento maior para os ganhos menores) e esvaziar os argumentos de Delfim Netto. de que os reajustes provocariam mais inflação; Ainda na manhã de ontem. Delfim Netto tentava reduzir o aumentode 10% para 5% Ao final, concordou com lü-- somente para quem ganha até três salários mínimos, mas não cedeu no que mais importava: os reajustes serão semetrais. A desigualdade a combater Até 1 Salário mínimo De 1 a 2 De 2 a 5 Acima do 5 Do 10 a 20 Acima de 20 Em CrS ató 1954 de 1954 a de a acima de de a acima de X- média dos salários mínimos no pais -X-vi- dados arredondados Milhões de pessoas % 13,1 33,7 10,0 25,7 6,9 17,7 2,3 5,9 1,1 2,8 0,39 0,1 Fonte: PNADH976 Delfim Netto, Rischbieter Murillo Macedo Maior equilíbrio entre as prioridades que o país precisa atender, sem predomínio do econômico sobre o social Uma saída diplomática, eis como pode ser classificada a solução encontrada pelo Conselho Monetário Nacional, em sua reunião de ontem, para o tabelamento dos juros, que, na verdade, não foram tabelados propriamente. Os bancos se comprometem a reduzir dé 10% as taxas de juros cobrados nos empréstimos aos clientes, de acordo com os níveis que cada um pratica atualmente e que serão comunicados ao Banco Central, individualmente, para fiscalização do comprimento da medida por parte das autoridades monetárias. Isto significa que, se a taxa de juros cobrada por um banco num empréstimo por 360 dias, para capital de giro. por exemplo, é de 60%, a partir de agora passará para 54%, isto é, 10%»de 60%. A redução de 10% das taxas de juros, segundo a determinação do CMN, terá de ser praticada por todas as instituições financeiras (bancos comerciais, bancos de invéstimento e financeiras) em suas operações ativas, à exceção daquelas realizadas a taxas subsidiadas e que beneficiam determinados setores e atividades da economia. Variedade-fica. Atualmente. as taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras variam segundo o risco do cliente (que engloba uma série de fatores, como grau de endividamento, perspectivas de faturamento, existência de garantias reais ou avais etc.) e o prazo da operação. Quanto maior o risco, maior é a taxa cobrada. prevalecendo igual raciocínio para o prazo do empréstimo: prazo maior. 6C1Q6b liljflsicé y bslâs Após essa baixa, as taxas só voltam a subir se o governo deixar. Mas a concorrência continuará a existir ANTÔNIO MACHADO taxa mais cara. Mais ainda, cada banco (ou financeira) tem a sua própria política de taxas uns cobrando mais que os outros. A nova medida do CMN em nada alterará a grande variedade de taxas que exis-. tem no mercado nem a política de cada instituição financeira. Simplesmente, todas as taxas serão a partir de agora 10% mais baixas. Isto, é claro, se os bancos cumprirem fielmente a decisão. Quem ganhou? Na conta de lucros e perdas certamente ninguém sairá perdendo com esta decisão. Do lado governamental, representa a manutenção da unidade ministerial. Karlos Rischbieter, ministro da Fazenda e presidente do CMN, Antônio Delfim Netto. ministro do Planejamento, e as diretorias do Barico Central e do Banco do Brasil entraram ontem na reunião sem terem conseguido superar suas divergências quanto ao modelo e amplitude do tabelamento. Rischbieter queria tempo para estudar melhor as distorções do sistema financeiro e assim poder partir para uma reforma mais substanciosa, embora não descartasse a idéia de um tabelamento global em todos os segmentos do mercado. Para Delfim, somente as taxas de juros das operações de desconto de duplicatas deveriam ser tabeladas, com o que nâo concordava o presidente do Banco do Brasil, Oswaldo Collin, sob o argumento de que o banco estatal já pratica as taxas mais baixas do mercado. E Ernane Galvèas, presidente do Banco Central, brigava pelo tabelamento apenas dos juros das operações de empréstimo das instituições financeiras. Tantas divergências, sem dúvida, não seriam superadas numa reunião colegiada, como é o plenário do CMN, em que participam seis representantes da iniciativa privada. A saída foi empurrar para os próprios banqueiros a responsabilidade pela redução das taxas vigentes atualmente que já haviam recuado de 58% para 50/52% nos últimos dias, pela simples ameaça do tabelamento. E cobrar deles, mais tarde, a responsabilidade pela baixa dos juros. De certa forma, portanto, venceu a tese de Rischbieter, que assim ganha tempo para estudar medidas mais amplas e a reação do mercado. Concorrência permanece. Os banqueiros, nesse sentido, não se podem queixar. A decisão do CMN presserva a concorrência no mercado conforme eles vinham defendendo. Mais ainda, representa um voto de confiança do governo no setor financeiro. E, por fim, n$o poderão também acusar o governo de aumentar a sua interferência sobre a economia, já que a idéia do redutar de 10% das taxas nasceu no próprio setor financeiro privado, mais precisamente dos diretores do Bradesco, Lázaro de Mello Brandão e José Carlos Moraes Abreu, do Itaú, que há três meses defenderam essa medida e foram os unicos a praticá-la efetivamente em seus bancos, no último malfadado «acordo de cavalheiros» firmado pelo governo com os banqueiros para a queda dos juros. i de queda de preços Foi uma farsa a ameaça do ministro Delfim Netto aos frigoríficos A ameaça feita pelo ministro Delfim Netto, de que puniria os frigoríficos e pecuaristas caso os preços da carne continuassem a subir, terminou numa farsa altamente lucrativa para os empresários, prejudicial ao consumidor e ao combate à inflaçáo. O ministro da Fazenda tomou uma decisão que pode ser qualificada como um dos maiores disparates de política econômica dos últimos anos: ò governo vai comprar boi dos frigoríficos e pecuaristas, em plena entressafra. Ou, traduzido em miúdos: o governo vai impedir que os preços do boi e da carne entrem em queda. Exatamente o contrario do que a opinião pública foi levada a acreditar, através de narrativas bombàsticas, surgidas na imprensa, descrevendo a «bronca» que o ministro dera nos especuladores. DANIEL LOBATO Bem explicado. Para entender bem o que está acontecendo, é preciso lembrar que, todos os anos, o governo compra bois para abate na época da safra (primeiro semestre), transforma-os em carne congelada, a ser vendida na entressafra, para evitar que os preços subam nessa época (agosto a dezembro, quando os pastos secam e o gado emagrece). Este ano, há coisa de um mês, surgiu uma notícia muito estranha na Folha de São Paulo: os frigoríficos iam pedir que o governo não, vendesse a carne congelada de seus estoques, porque tinham condições (isto è, havia gado gordo para abate), de abastecer o mercado com came fresca. Não se falou mais na questão, mas o. fato é que o «pedido» deve ter sido atendido, porque não surgiram governo noticias de que o teria proibido o abate na entressafra (o que sempre era feito, para evitar que, numa época teoricamente de escassez de gado gordo, a demanda continuasse normal, com pressão sobre os preços). Esse erro monumental do governo, cometido a pedido dos pecuaristas e frigoríficos, teve o efeito que todo mundo conhece: a arroba de gado, que havia subido 100% até junho, disparou mais ainda, e chegou à casa dos Cr$ 1.000,00, nas últimas semanas. Lucrativo. Delfim Netto chamou frigoríficos e pecuaristas a Brasília, e disse sjiber da existência de 500 mil bois gordos, prontos para abate, nos pastos dos frigoríficos. Em resumo, os preços haviam disparado não por uma questão de escassez, mas de retenção de gado. O ministro ameaçou, ameaçou e, no final, surgiu a decisão: o governo vai vender seus estoques de came congelada também nos açougues E vai começar a comprar gado nos frigoríficos, a Cx% 1.000,00 a arroba, para «refazer» os estoques. Em resumo: o ministro Delfim Netto anunciou que não quer que a arroba passe dos Cr$ 1.000,00. como se isso fosse o teto máximo. Mas o que fez foi garantir que os frigoríficos e pecuaristas recebam no mínimo aqueles CrÇ Pode-se apostar: os preços iam começar a cair. O gover no impedia

8 PÁGINA B ALOYSIO BIONDI Será que Brasília só sabe cometer erros? A velocidade com que os fatos se sucedem na área econômica leva, inevitavelmente, a dar-se prioridade. nas análises, aos problemas mais urgentes, com criticas freqüentes a diretrizes que começam a ser esboçadas e que nào atendem aos interesses do país. Nào há como contornar, essa situação concreta, embora ela crie o grave risco de dar-se à opinião pública uma visão unilateral da política econômica, c. mais ainda, a sensação de que nada de correto é feito por Brasília, com a repetição de velhos erros e fórmulas inadequadas para a realidade brasileira. Cair nessa visào maniqueísta seria um erro monumental, que impediria a exata compreensão do momento brasileiro. Com a «abertura» é o crescimento do debate desde o governo Geisel. o pais começou a enxergar com clareza as suas questões fundamèntais. Isso em todas as áreas. Já em 1978, por exemplo, surgia ria área oficial, originário do IPEA, um diagnóstico arrasador do modelo econômico brasi- -léinrde crescimento. Da mesma forma, na área empresarial, a IV Conclap Conferência das Classes Produtoras produzia uma radiografia de alto a baixo das distorções do capitalismo brasileiro, propondo que uma série de privilégios ao próprio empresariado fosse extinto. numa linha de raciocínio muito semelhante á do IPEA. ü governo Figueiredo foi formado e chegou ao poder com diretrizes econômicas em que, inegavelmente, já se podia notar a presença e _a influência das constatações surgidas do grande debate, com a proposta de mudanças em áreas fundamentais, e. principalmente, com 0 abandono de muitos mitos do agrado da teenóestrutura brasileira em anos recentes. Nào basta, porém, desejar mudar, para conseguir mudar. IIà problemas econômicos, concretos, inter-relaciphadps, a contornar. Há as inevitáveis resislendas às mudanças, partidas de setores beneficiários das distorções ou simplesmente incapazes de enxergar a nova realidade nacional. Por isso mesmo, seja em função de obstáculos na área econômica ou de dificuldades na área política, também o Brasil como do resto qualquer outra sociedade teria que viver uma fase de transição, em que erros do passado continuàriàrri a coexistir com diretrizes corretas, originadas da tomada de consciéncia em relação a seus problemas e objetivos. Essa dualidade compreensível, nesta fase de transição, repita-se é encontrada também nos próprios homens que compõem a máquina governamental. Um mesmo ministro tem. assim, duas faces: ora pode agir mostrando uma sensibilidade nova. desconhecida mesma, no trato dos problemas do país. Ora pode demonstrar a mesma rigidez antiga, a mesma visào teórica, estatística, anti-hu-.. mana, de questões fundamentais que já não podem ser tratadas como no passado, nos anos de regime fechado. Não se pode assim, a esta altura, ter uma visão maniqueísta, unilateral, nem da ação do governo nem da ação dos homens que o compõem. O controvertido e todopoderoso ministro Delfim Netto, como exemplo máximo dessa dualidade, preocupou-se no passado com fórmulas de ação que dessem a resposta mais rápida possível, pouco se importando com os efeitos de suas decisões. Quando surgiram problemas na área do abastecimento ainda no governo Costa e Silva, por exemplo, a fórmula nue ele encontrou para contomá-losifoi oferecer privilégios aos supermercados, para que eles reduzissem seus preços, esqueceudo-se de que a periferia, onde vivem as populações de baixa renda, não é atendida por supermercados e esquecendo-se, também, que, com sua política, centenas ou milhares de pequenos comercianles não poderiam enfrentar os concorrentes gigantescos, c iriam à falência. Sempre tomando decisões «rio atacado», repetia o erro em relação a agricultura, lançando a política de énfase e apoio a «grandes empresas agrícolas», nào querendo nem saber o que aconteceria a milhões de pequenos produtores. Hoje, na área agricultura/abastecimento, ele adota um estilo diferente; aplica «métodos de varejo». Não se está falando das alterações em favor do pequeno produtor, na área do. crédito rural, que elas sáo de iniciativa do ministro Karlos Rischbieter. Está-se falando de medidas «de varejo», mesmo, como a compra de cebola diretamente aos produtores, que estavam recebendo preços irrisórios dos intermediarios, e sua venda às populações da periferia, em caminhões da Cobal, por exempio. ü todo-poderoso ministro da Fazenda de alguns anos atrás jamais cogitaria de uma medida «pequena» como essa. dada sua postura «atacadista» e dogmática: é preciso entfinder que o fato do governo entrar no mercado, comprando, e entrar no mercado, vendendo, representa realmente uma intervenção do Estado na economia, que o ministro do Planejamento de hoje consideraria. naquela época, incompatível com os princípios da livre iniciativa, numa visão distanciada da realidade nacional. Hoje. o ministro do Planejamento mostra compreender que entre o atacado e a realidade vai uma grande distância, e que o pequeno produtor de cebola nào pode sei- arruinado em nome de uma teoria, e que realizar vendas diretas ao paupérrimo consumidor da periferia. a preços mais baixos, nao significa concorrência desleal do comércio. governo com o Substitui-se. em resumo, o dogmatismo. por um pragmatismo, que lida com situações de emergência, adotando medidas de emergéncia. entendendo que os princípios da livre iniciativa não serão arranhados, a longo prazo, apenas por uma decisão de curto prazo. (ü pragmatismo anterior atribuído ao ministro Delfim Netto, é um dado triste da mitologia nacional: ele deveria ser chamado, na verdade, de praticismo no seu pior sentido, isto é, a disposição de resolver problemas passando por cima de qualquer tipo de consideração.) Um outro exemplo recente do novo pragmatismo. ou entendimento da realidade nacional por parte do ministro Delfim Netto: a criação de «comandos agrícolas», grupos de técnicos que percorrerão as zonas rurais, para detetar todo tipo de problemas que possam prejudicá-los como demora na concessão de créditos, dificuldades para a compra de adubos, fertilizantes etc. Uma ação de «varejo», de tentativa de conhecer a realidade e não as estatísticas. Mas a dualidade caracleristica desta fase de transiçáo não poderia deixar de estar presente também no ministro Delfim Netto. como de resto no governo, nas lideranças empresariais, nos segmentos oposicionistas e assim por diante. Compreende-se o fenòme no, reconhecem-se as mudanças. Mas isso não significa transigir com as tentativas de repetição de erros do passado que custaram um preço descomunal à sociedade brasileira. g PUBLlQ^ ECONOMIA SURPRESA Nuclear: primeira decepção do Brasil com os alemães? O Brasil participaria de acordos nucleares com outros países do Terceiro Mundo. No entanto, os alemães assinam sozinhos um acordo com a Argentina Com a assinatura do açordo nuclear entre a Alemanha Federal e a Argentina, o Brasil acaba de sofrer a sua primeira grande decepção. Um dos pontos-chave para a assinatura do acordo entre Brasil e Alemanha era o interesse em vender ativas, tecnologia etc. ao países do Terceiro Mundo. Tanto isso é verdadeiro que o Itamaraty sempre enfatizou essa importância, ü próprio chanceler Ramiro Saraiva Guerreiro citou os países aos quais o Brasil esperava fechar negócios como trabalhos de construçáo civil, fornecimento de urânio e outros equipamentos. Esses países seriam a Argentina. México, Venezuela e Iraque, por enquanto. Essa participação no fomecimento de equipamentos era tão certa que o Brasil chegou a investir 450 milhões de dólares na construção da fábrica da Nuclep atualmente pronta e ociosa em virtude do atraso das usinas brasileiras, não havendo para quem fabricar ou para quem fornecer equipamentos, ü interesse do Brasil, claros nos documentos divulgados pela Nuclen, era de participar de acordos tripartites (Brasil-Alemanha e um país do Terceiro Mundoi. Ontem, no Itamaraty, o acordo assinado com a Argentina, igualzinho ao do Brasil, ou seja, com a KWU com 25fr das ações e a empresa argentina com 75% do controle acionário, havia quase que total desinformação sobre o assunto. No gabinete do chanceler Guerreiro sabia-se apenas que havia uma negociação entre a-kwu e a Argentina, mas não se conheciam os termos dessa negociação. Houve quem especulasse que talvez a Argentina tivesse incluído o Brasil, uma vez que. afinal, existe uma cláusula nesse sentido no acordo assinado com a Nuclen.. Um golpe de mestre Segundo a Frarice Presse, a República Federal da Alemãnha e a Argentina assinaram um acordo no setor nuclear. As negociações se realizaram / ti a^i^ííí \ entre o ministro da Economia da Alemanha, ütto Lambsdorff, e as autoridades da Comissão Nacional de Energia Atômica (CNEA). Entre os pontos principais do açordo figura o fim da construção da segunda central de Atucha-a lüükm a noroeste de Buenos Aires-com capacidade de 600 mw. refrigerada a água pesada. O acordo também prevê a construção de três outras centrais nucleares até 1995 e a formação de uma empresa de engenharia, que seria subsidiária da CNEA. RECESSÃO O presidente da CNEA, contra-almirante Carlos Castro Madera. desmentiu que tivessem surgidos «incovenientes» nas negociações com o ministro alemão, destacando a presença de Lambsdorff na Argentina, para estabelecer e reforçar vínculos comerciais e econômicos entre os dois países e «respaldar» a oferta da KWU». No entanto, notícias procedentes de Bonn indicavam que o governo argentino teria objetado o elevado preço do reator e também a negativa do governo alemão de avalizar a decisão da empresa, que se havia comprometido a náo impor no futuro, nenhuma cláusula de salvaguarda. Algumas exigências. A KWU teria condicionado o acordo a alguns requisitos. O principal deles seria o de mantef o grau contínuo de utilização da linha de fabricação de combustíveis de tipo empregado pela central de Atucha, para que a empresa alemã pudesse conservar sua capacidade de produção. Como contrapartida, a KWU proporcionará, mediante traasferência de tecnologia e experiência, o aumento da capacidade produtiva desses elementos à Argentina. O contra-almirante Castro Madero, fazendo uma tácita referência ao acordo, afirmou que «estamos encarando a construção de uma fábrica de elemento combustível, que será apoiada pela planta piloto já em funcionamento no Centro Atômico de Ezeiza». A central de Atucha é acionada pelo elemento combustível fornecido pela Alemanha Federal, país ao qual se envia urânio natural para ser convertido em «pastilhas», que se encontram nos tubos «zircaloy» da planta e que produzem o processo gerador de energia. Quanto à empresa de engenharia, cuja formação está em negociações, segundo fontes autorizadas, citadas pela agência France Presse, teria sob a sua responsabilidade a implantação total da infra-estrutura das usinas nucleares, o planejamento preliminar, planejamento e projeto, desenho, direção do projeto, construção e montagem, incluindo também o funcionamento das usinas, além da assistência de operação das centrais nucleares. ü presidente do CNEA. contra-almirante Madera, disse também que uma comissão interministerial analisava as ofertas para a construçáo do reator da futura central de Atucha e a planta de água pesada. «Possivelmente» afirmou «antes do final do mês a comissão deverá levar suas conclusões ao poder executivo». Mais desmentidos à crise Mais alguns dados sobre a «crise» da economia dos países desenvolvidos: o déficit da balança comercial dos Estados Unidos, segundo informações divulgadas pelo Departamento de Comércio, diminuiu de 1,9 bilhão de dólares, registrado em junho, para 1,1 bilhão no mês passado isto apesar do acrescimo de 2 milhões de barris às importações de petróleo, que foram em julho 11,5% superiores às do mês anterior. Numa conjuntura internadonal tida pelos especialistas como uma das mais críticas deste século, dado os grandes aumentos de preços ditados pela OPEP, o maior consumidor e importador de petróleo do mundo ainda assim consegue francos progressos em seus negócios com o exterior, diminuindo o déficit de sua balança comercial de 20,08 bilhões de dólares em junho do ano passado para menos de 13 bilhões em 30 dé julho deste ano. E a tendência do comércio internacional não indica que os resultados positivos possam ser frustrados nos próximos meses. Ainda em julho, as exportações norteamericanas cresceram 4,2% em relação a junho, enquanto as importações diminuíram 1% no mesmo período. Investimentos também. O empresariado norteamericano, também se mostra confiante quanto às suas possibilidades em outros países, talvez por ignorar os diagnósticos recessivos dos Os EUA reduziram seu déficit da balança comercial de 20 para 10 bilhões de dólares. No Japão, a economia alcança um crescimento de 6% ao ano ANTÔNIO MACHADO DE BARROS economistas. Houve enorme crescimento de seus investimentos no exterior que em 1978 evoluíram 18%, ao atingir um total de 40,8 bilhões de dólares. Em 1977, as empresas norte-americanas já haviam investido no exterior mais de 12% em relação ao ano anterior, isto é; 34,5 bilhões de dólares. Essa «fuga» do empresariado norte-americano para o exterior, no entanto, longe de indicar um esgotamento das possibilidades de seu mercado interno, reflete as elevadas oportunidades1 de ganhos em vários países subdesenvolvidos, entre os quais se inclui o Brasil, e na própria Europa. Os empresários europeus, ao contrário, vêm canalizando suas aplicações para o mercado norteamericano, sempre a procura do ponto ótimo de custosretorno que suas economias momentaneamente náo oferecem devido a uma política deliberada de estabilização. Uma indagação política de defesa do dólar leva as autoridades monetárias norte-americanas a adotarem uma política de juros altos, compatível com os níveis inflacionários de sua economia. Por isto, no mercado financeiro internacional as taxas também estão em alta na ultima sexta-feira a taxa interbancária para depósitos de seis meses em eurodólares, na praça de Londres (o Libor), passou de 11,125% para 12,5% refletindo muito mais a ação de politicas estabilizadoras praticadas pelos países desenvolvidos que algum temor de banqueiros e aplicadores em relação ao comportamento futuro da economia mundial. Se houvesse alguma possibilidade de recessão, dificilmente as autoridades monetárias norte-americanas, por exempio, permitiriam que os juros se mantivessem em patamares elevados. Mais «crises». A «crise» visualizada pelos economistas também não perturbar o sono das autoridades japonesas. O Produto Nacional Bruto do Japão de abril a junho, totaüzou 117 trilhões de ienes (cerca de 14 trilhões de cruzeiros), representando uma evolução de 1,5% em relação ao primeiro trimestre do ano. Numa base de 12 meses, o crescimento do PNB foi de 6,1% próximo à meta prevista pelo governo para todo o ano fiscal (6,5%), que no Japão vai de março a março. Em outras palavras, esse crescimento significa que o trabalhador japonês produziu no período mais 6,1% de bens e serviços, inclusive automóveis, televisores e outros produtos duráveis. Pode-se concluir, portanto, que a economia japonesa não anda bem das pernas: no ano fiscal de 1978 o produto nacional cresceu 5,5% e em 1979 se expandirá «apenas» 6,3%. Triste resultado. Demanda maior. O Ministério do Planejamento japonês divulgou ainda mais alguns dados sobre a «crise» que deprime a sua economia: os gastos dos consumidores, que respondem por mais da metade do PNB do Japão, cresceram 1,8% no primeiro trimestre deste ano e 1,6% de abril a junho o que constitui, desde a crise do petróleo de 1973, a primeiqa vez em que o consumo se expande a níveis elevados pelo trimestre consecutivo. Estas informações desmentem peremptoriamente os negros diagnósticos de vários economistas brasileiros, de que a economia mundial está em crise, a recessão se aproxima comprometendo assim o crescimento brasileiro. Não há crise. Na França. O governo adotou um pacote de medidas econômicas e sociais, com um custo de um bilhão de dólares, destinados a «amenizar as dificuldades causadas pelos aumentos de preços de petróleo». Dos 4 bilhões e 500 milhões de francos, 2 bilhões e 500 milhões serão para ajudar a indústria da construção civil, o maior empregador do pais. O restante será destinado a incrementar os benefícios, sociais para as famílias de baixa renda e os velhos. Um comunicado sobre as decisões tomadas em uma reunião de gabinete informa que o investimento de 2 bilhões e 500 milhões de francos na industria da construção poderia significar cerca de 12,5 bilhões de francos em novos trabalhos para os empreiteiros. QUINTA-FEIRA 30 DE AGOSTO DE 1979 ANOTE O Proálcool também apresenta riscos ao país «O Programa Nacional do Álcool não deve servir apenas como alternativa para a solução do problema energético. Antes de tudo, deve ser um dos caminhos para a maior participação do homem do campo na economia nacional.» A afirmação c do senador Marcos Freire imdb- Pernambuco), em palestra realizada cm Ribeirão Preto, na Semana de Estudos da Realidade Brasileira. Marcos Freire é de opinião de que embora o Proálcool seja «meio caminho para o problema energético», por outro lado poderá agravar o problema da monocultura no país e sugeriu como solução a instalação de minidestilarias de álcool. Disse que seria interessante que os trabalhadores das zonas canavieiras pudessem ter a sua vez. reunindo-se em cooperativas para a implantação de pequenas e médias destifarias. «Nâo nos interessa - acrescentou - partir para o Proálcool para conseguirmos apenas uma solução alternativa para o petróleo». O senador alertou ainda que grupos internacionais ja se mostram interessados no Proálcool, dizendo que "eles pretendem abocanhar justamente as melhores fatias do setor». Ameaça para quem sair do horário Após reunião com o ministro das Minas e Energia. César Cais, acompanhado do presidente da Petrobrás, Shigeaki Ueki, e do presidente do Conselho Nacional do Petróleo, Òziel de Almeida, dirigentes da Federação Nacional do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo comprometeram-se em envidar esforços junto ao sindicato de São Paulo para evitar a decisão dos postos de gasolina de fechar às 19 horas. Ü presidente da Federação. Benedito Brother Hood, disse que intervirá pessoalmente junto aos dirigentes classistas de São Paulo e até do Rio de Janeiro, caso seja necessário, para evitar o fechamento antecipado dos postos. U ministro César Cais pediu aos empresários que não tomem tal atitude, «evitando o prejuízo do abastecimento urbano de gasolina», lembrando que o horário de fechamento normal às 21 horas durante a semana, «foi decisão regulamentada do CNP». Somente em caso de não aceitação da propôsta do governo pelos postos. e se houver prejuízo no abastecimento, é que o ministro César Cais e o CNP intervirão no caso. possivilmente através de concessão de exploração do comércio de combustível a outros postos, entre eles os da Petrobrás. Petrobrás investe na estocagem A Petrobrás, a partir de outubro, estocará no terminal marítimo de Madre de Deus, no Recôncavo Baiano, 22 milhões de litros de álcool anidro, para serem adicionados à gasolina, no atendimento do mercado local. Esse estoque será formado com os excedentes de álcool dos Estados de Alagoas, Paraíba e Pernambuco. O transporte do álcool para a Bahia será por cabotagem, opção considerada pela Petrobrás mais barata. No início, a empresa, pensou em transporte por via rodoviária ou ferroviária, mas. através de estudos, constatou-se que essas duas alternativas sairiam mais caras. A empresa estatal está invéstindo Cr$ 3,5 milhões no terminal de Madre de Deus. incluindo, nessa verba, equipamentos específicos para manuseio de álcool. Por mês, segundo informações da empresa, serão movimentados 13 milhões de litros de álcool e o excedente de 9 milhões poderá ser utilizado para os carros movidos apenas à álcool. Prazos e IPI nos planos de Delfim Segundo assessores próximos ao ministro Delfim Netto, o combate à inflação e o reequipamento do Tesouro Nacional è uma questão de sobrevivência. No primeiro caso, a tática já declarada do ministro do Planejamento è combater a inflação com mais inflação. Quanto à escassez de recursos. Delfim já tem algumas idéias. Entre elas, voltar a aumentar o prazo de operações de financiamentos de bens duráveis ao consumidor, aumentando, simultaneamente, o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Ou seja, uma mão lava a outra, na medida em que, embora os preços subam (por causa do aumento do imposto i, a indústria não reclamaria muito em função da dilatação do prazo das vendas. Oito empresas buscam óleo em SP «Temos oito empresas nacionais que já se comprometeram a fazer perfurações em busca de petróleo, sem ônus para o Estado, a náo ser o pagamento para cada polegada perfurada» disse ontem em São Bernardo do Campo o assessor estadual para assuntos de energia. Jorge Nahas Siufi. Acrescentou que o governo do Estado de São Paulo irá explorar apenas a Bacia do Paraná, tendo já adquirido os estudos estratigráficos à Petrobràs, por 250 mil dólares, «o mesmo preço cobrado pela empresa estatal àsmultinacionais, por ocasião dos contratos de risco». De acordo com a Siufi, cada uma das oito empresas cujos nomes não foram revelados, porque «os contratos ainda não fossinados» irá explorar área equivalente a 11 mil metros quadrados, segundo ele. Afirmou ainda que atè o final do ano «serão perfurados no Brasii 262 poços de petróleo, enquanto na Argentina está prevista perfuração de 486». Caixa: reforço para a habitação O presidente da Caixa Econômica Federal, Gil Macieira, já obteve autorização do ministro do Planejamento, Delfim Netto, para elevar, «de forma substancial e em termos reais», os recursos orçamentàrios da instituição, em níveis capazes de permitir o financiamento de 250 mil imóveis no próximo ano, contra 40 mil em Macieira afirmou ontem que. para atingir essa meta, o orçamento em elaboração prevê maciços repasses de recursos à CEF pelo Banco Nacional da Habitação (BNH). Dentro do programa do governo de popularização da casa própria, Macieira anunciou que a Caixa passará a adotar, a partir de 1980, uma política mais agressiva de atuação. Por isso alertou que a instituição deverá receber muitas críticas dos concorrentes, uma vez que vai tirar maior proveito das regras do jogo e «incomodar os agentes financeiros privados». Áreas produtivas não terão imposto O deputado Rubem Figueiró afirmou ontem que o Ministério da Fazenda náo pretende abranger, com o imposto de lucro imobiliário, as glebas rurais, fazendas e chácaras recebidas em herança por descendente de linha direta de sucessão ou aquelas que sejam consideradas produtivas. O deputado revelou ter recebido a informação do ministro da Fazenda, com quem manteve audiência ontem e que lhe adiantou também que o governo encaminharâ ao Congresso a mensagem sobre a incidência de impostos sobre heranças e doações, sem, contudo, fixar prazo para sua apreciação. a fim de permitir o amplo debate do assunto.

9 QUINTA-FEIRA 30 DE AGOSTO DE 1979 PLÍNIO MARCOS Onde fazer pipi ]$PUHL1C& SÃO PAULO Adivinhe q Todos a TRANSPORTES PÁGINA 9 Uofi p roc«uerem mais. Táxis protestando, «perueiros» violentos e ilegais, ônibus pedindo tarifas maiores. E mais um plano oficial Km São Paulo, Ò sujeito faz a moda é otário entra pode ser encartado por com tudo. Nesse lance, atentado ao pudor se. por mio deu outra coisa. Todo exemplo, for flagrado papagaio enfeitado se fazendo xixi na rua Mas atirou nas famosas listas 6 muito melhor correr querendo faturar fácil. E PAULO SÉRGIO MARKUN esse risco do que. por se danaram naturalmente. exemplo, tentar fazer xixi É de lei Afobado come Táxis em passeta pedindo neamente, sem sequer a no mictório publico da cru ou queima a boca. IX; mais sogurança e rcivindicando melhores condições de trilhando Ontem, por exem- ajuda do sindicato, eles estão praça da República, um repente, as listas são dos raros que existem interrompidas, quebra a trabalho Lotações (clandestinos. mas muito procurados) ristas de táxis, muitos deles pio. quase quatrocentos moto- nesta cidade de quase corrente e o último coió a doze milhoes de haoitanles. Lá nâo é fácil pra falando sozinho sem ter entrar na mutreta fica exigindo legalização e o fim portando uma bandeira negra da perseguição Empresários na antena do carro, foram de ônibus ameaçando diminuir o serviço, se a tarifa não ninguém-sealiviar. Ate nego pra quem reclamar o falar com prefeito. de patuá de santo forte dinheiro que jogou fora. Tratamento desigual. Seus fica assombrado naquele Pois é Quem dançou nessa subir já no dia primeiro. O transporte coletivo em São pedidos foram anouidos pelo lugar. Além da sujeira, o é porque quis ser mais secretário dos Negócios nego tem de fazer a malandro que a Paulo enlouqueceu? Não. é malandragem Agora ficou Jubran. O Extraordinários. Tuffi apenas a chamada abertura e necessidade rodeado por a tal crise do uma patota de bicharocas sendo o famoso rhalandro-agulha: toma no rabo mente os empresários de õni- petróleo fazendo das suas. E nem mesmo prefeito, que na sexta-feira recebeu, pessoal- que, sem nenhuma ecrimônia, vaia ou aplaude, (atrás) e não perde a bus. estava muito ocupado. há esperanças de que o projeto de coordenação de transporte coletivo na Grande São conforme a apresentação linha. Dessa forma, foi a Jubran do bruto. Sc escapa desse Paulo, que o prefeito Reynaldo de Barros recebe hoje. que um dos líderes do movimento. Lino Ferreira dos vexame, o nego ao sair do mictório tem de encarar o Santos, apresentou as reivindicações: criação de pontos venha.solucionar esses arrocho dos trombadões que fazem ponto na Ter filho no colégio sai problemas. livres onde os motoristas O praça Ê uma façanha mais caro que ter amante plano, elaborado pela Empresa Metropolitana de possam parar, junto a estações do metrô, ruas centrais entrar ou sair cm mictório argentina E no entanto, o Transportes Urbanos - público Já nos bares, se o ensino brasileiro c uma de movimento, hospitais e REIVINDICANDO EMTU, nem mesmo se refere dono nâo tranca a porta avacalhaçáo tremenda aeroporto, do reservado à chave, não Por isso. muito Centenas de motoristas foram oo Ibirapuera, mas nõo falaram com o prefeito aos táxis e lotações. Cuida permissão para pai preferc deixar o dinheiro da circular apenas de como integrar os pela faixa exclusiva dá pra ninguém entrar O ônibus com os trens e o de ônibus e mais rigor na nego vai lá xixizar e sai educação do filho na aplicação de multas. metrô, um dos objetivos prioritários da EMTU. Objetivo Da conversa, surgiu uma xixizado, tal é a imundicie. Ai, quando o lucro vem, caderneta de poupança ANOTE que coloca muitos técnicos comissão de motoristas que. compra um diploma pro filho e pronto. O garoto Postos abertos do próximo fim de semana, para sábado, em Piracicaba, partindo do cemitério total ceticismo. Para concre- vezes do omisso sindicato, em pânico e leva outros a um na prática, deve fazer as dependendo apenas da está tão apto quanto os nas estâncias que fizeram o curso, pra publicação do alto no Diário até o rio Piracicaba, cujos tizá-lo, seria preciso obter o dirigido por Rogério Attorre Quem inventou a nutreta arrumar um emprego de Oficial. Em todo o país, há índices de poluição deram consenso da Rede Ferroviaria Federal, do metrô, das reunião para ouvir a resposta há muitos anos. E uma nova da «Corrente da Felicidade» foi um malaco que E comprar diploma è médico ou de engenheiro. Quem costuma passar os 87 cidades turísticas a mais início, há quatro anos, a um fins de semana nas de 150 quilômetros das rcgiões metropolitanas, em protesto. Este ano, já surgi- intermunicipais e da Fepasa, táxis a maioria (85rr) grande movimento de empresas de ônibus locais e do prefeito. São Paulo tem lodo estâncias, cidades históricas e no litoral, a mais de São Paulo, a decisão benefiram até alguns casos de desafio que, até o momento, autônomos e. desde os nãoassistiu ao dilúvio, uma baba-de-quiabo. mas que pisou na lama dia pia na parada um 150 Esse trambique é antigo escândalo envolvendo uma quilômetros das regiões ciará Águas da Prata, Águas febre tifóide, pois as constantes interrupções no da apregoada «sintonia» a Prefeitura não autoriza não foi ultrapassado, apesar tempos de Figueiredo Ferraz, metropolitanas, paca. Porém (e sempre dessas arapucas que se pode ficar de São Pedro, Águas de sossegado: os postos de Lindóia, Ilhabela, Lindóia. fornecimento de água obrigam a população a recorrer município. últimos anos, ao contrário, entre Estado. Uniáo e aumento desse número. Nos tem um porém), um dizem reconhecidas pelo malaco atual, vendo que a Ministério de Educação e gasolina abrirão a partir do Caraguatatuba, São Sebastião, Ubatuba. Cananéia, a bicas e nascentes conta- Portanto, se os motoristas diminuiu o número de táxis meio-dia de domingo. A decisão foi tomada ontem pelo Serra Negra, Socorro, minadas. Mas a revolta de táxis e seus arquiinimigos, de frota de (em 1975) classe média e os borboletáceos que gravitam em o diploma sem nenhuma Cultura, mas que vendem torno da grâ-finagem estavam cada vez mais desa- um cursinho «Supletivo presidente da Embratür, Claro e Aparecida do Norte. situação do rio. Espalhados maior parte soldados da PM uma redução do número de ministro César Cais, cerimônia. Essa semana, pelo Campos do Jordão. Rio maior, mesmo, é com a os lotações clandestinos na para 4.423, acompanhando Miguel Colasuonno, c nimados cie juntar moeda Total» e uma faculdade pelo pela cidade, grandes cartazes em vermelho mostram que conseguem, pelo seu empresas de 96 para 70. em latinha na vã esperança de ficarem ricos na ram na fita. É o país dos de Mogi das Cruzes entra- presidente do ConsclhoNacioional de Petróleo, Oziel de Passeata contra um frasco rotulado com posto, uma impunidade diante dos companheiros que se os técnicos da prefeitura O drama do lotação. Mas, Almeida. base da poupança, lançou doutores que mal assinam poluição do rio uma caveira e fazem a trabalham no DSV Em compensação, estes advertência: «Perigo pensam acham que o número de táxis que a solução de seus problemas poderá sair dos gabine- mostra outra coisa. Em toda é suficiente, a realidade na praça outra vez a o nome. mas que acabam, «Corrente da Felicidade». biônicos no Senado ou no postos fecharão ao meio-dia Uma grande passeata contém água do rio Piracicaba»tes de tenocratas, desistam. a cidade, servindo básica- de sexta-feira, já a partir popular está programada Sabe como é que é, sabido governo de algum Estado. O caminho é o que, esponta- mente a periferia, há cente- 1 nas. talvez milhares de peruas particulares irregular mente empregadas como lotações. As peruas nâo passam por vistorias, náo colocam taximetros, não compram alvarás e andam com mais de dez pessoas, sem recolher um tostão aos cofres públicos. Assim, conseguem cobrar menos que os lotações autorizados, gerando uma concorrência que os autónomos qualificam de «desleal». Boa parte dos donos dessas peruas são PMs, denunciam os motoristas, que acusam o responsável pela fiscalização do Departamento de Transportes Públicos da prefeitura. Eduardo Dente, de ter medo de enfrentar os perueiros. Há também acusações de corrupção. que Dente rejeita, como rejeita a anterior. De qual quer modo, a irritação dos motoristas de táxis transformou-se em revolta no dia 11. quando Douglas Roberto Vilas Boas foi esfaqueado pelo dono de uma perua. O problema é tão antigo quanto o da falta de integração entre os trens, ônibus e o metrô, que agora os tecnocratas prometem resolver, num projeto que o prefeito Reynaldo de Barros recebe hoje às nove da manhã. E. para ele, as soluções nunca virão de conversas de gabinete, como as que o prefeito manteve com os donos de empresas de ônibus particulares. O prefeito se esforçará para antecipar o aumento da tarifa (de 4.30 para 5 cruzeiros), marcado pelo CIP para 22 de setembro e que os empresários querem já no dia primeiro. E. em troca, estes se esforçarão para não reduzir o número de ônibus em circulação. C3&S> ^^ _s»!rai-,iw»5.«rs*, yfí^wii to^m _flh&i j : í. Essa beleza aí em cima é o AC 678, o novo auto-rádio/toca-fitas da Philips. E de cara eleja leva uma grande vantagem sobre a concorrência: o som dele é incrível, tanto no rádio como no toca-fitas. O FM estéreo, por exemplo, tem circuito triplo de sintonia e Sliding Decoder, um dispositivo ultra-moderno que garante a qualidade do som, mesmo com sinal fraco de recepção. E o toca-fitas, entre outros atributos, tem controle eletrônico de rotação, autostop e passagem automática para o rádio, assim que termina a fita. Quer dizer: é um som (de 12 watts reais) que toma conta do carro inteiro. Aqui entre nós: você coriseguiria deixar por menos? PHIL ABJT0-R Aiü)IO BAKASÜfê AU»ELETRÔN1CI ZÜN. -mmn spa- SUL FOTO El MESBLA Caixas e painéis acústicos. Pequeninos, mas resolvem. Respondem com incrível fidelidade em todas as faixas de freqüência. Para amplificadores com até 10 watts por canal. MoCAR-CENTER-JUNIBO* TRÔN3CA SÃO PAULO G. -som mm satovh st CRYSTALSOUND DAM ASCO* ELETRÔNICA»KIPAUT0 LOJAS ARAPUÃ MAPPIN RK ELETRÔNICA.

10 PAGINA 10 REPUBLICA; * TRABALHADORES QUINTA-FEIRA 30 DE AGOSTO DE 1979 I! TRIBUNA LIVRE Unidade sindical pelas bases AUGUSTO LOPES Nestes tempos de roformutação do sindicalismo, a tão almejada unidade deve ser tentada a nivel das bases. Não faz sentido a coalizão de cúpulas quando não se tem certeza de qe seus projetos e proposições contariam com o respaldo da massa de trabalhadores. Diz um velho ditado que a arrumação geral é feita a começar da casa de cada um de nós. Eis aí um princípio a ser levado em consideração para que sejam evitados alguns erros graves de avaliação cometidos em outras épocas. Recordemos que, não obstante um alto grau de politizaçào, o movimento sindical de outros tempos expedia ordens pouco acatadas pelos operários. Era um comando pensando aquém dos comandados, e, por isso, suas determinações nem sempre ressoavam na medida desejada. Hoje, é preciso se ver até que ponto a direção sindical política reflete, o sentimento dos trabalhadores para traçar-lhes rumos de luta. Nós, aqui do setor químico-farmacêutico, estamos muito preocupados com essa questão. Por isso, este ano decidimos realizar uma experiência em termos de campanha salarial que poderá ser o embrião da verdadeira unidade sindical, ou seja, aquela que se forja a partir das linhas de produção. Efetivamente, estamos unificando o movimento reivindicatório dos vários sindicatos agregados à federação estadual. A idéia é promover a aproximação entre os trabalhadores das várias cidades, onde os sindicatos mantém jurisdição, e engolfá-los num processo único de luta salarial. Com isso, os trabalhadores dos diversos ramos de produção em que se divide a nossa representação de classe adquirirão maior poder de pressão e isto poderá ser decisivo para o êxito das negociações com os empregadores. Aliás, no ano passado, demos os primeiros passos nesse sentido, ao lograrmos a convenção coletiva em algumas empresas do setor. Unidos pela base, os trabalhadores do ramo químico foram mais bem sucedidos nos entendimentos com os patrões, celebrando um acordo em que o reajuste previsto foi 10% superior ao índice governamental. Contraditoriamento, no ramo farmacêutico, onde as possibilidades teoricamente seriam melhores em vista da predominância de indüstrias multinacionais, o reajuste conseguido foi bem menor. E evidente que ai faltou, então, a união dos trabalhadores para pressionarem os patrões com maior vigor. Desse fato, porém, se extrai uma significativa lição: a unidade dos trabalhadores pelas bases é importante no processo de negociação coletiva, hoje insistentemente defendida pelos sindicatos como a melhor saída da camisa-deforça em que se encontram há mais de 40 anos. Ademais, a unidade pelas bases, com o propósito já citado, desde que vitoriosa, leva os trabalhadores a tomarem consciência do seu valor político dentro da sociedade. Então, eles passam a acreditar mais nos sindicatos, interessamse pelas questões gerais do país e acabam aprendendo o significado da unidade em sua dimensão total. Aí, a direção política será efetivãmente acatada. Augusto Lopes è secretariogeral da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Quimicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo REPRESSÃO Ha Sabesp, ser oposição dá rua Em quatro dias, 101 demissões. Mas a imagem do prefeito foi poupada Primeiro, a Sabesp teve ts cuidado de esperar o seu éxpresidente, Reynaldo* de Barras ser aprovado pela Assembléia Legislativa e tomar posse na Prefeitura. Preservada a imagem do atual prefeito, a empresa foi implacável: em quatro dias, demitiu 101 empregados. No dia 13, os demitidos foram 21 trabalhadores que integraram a chapa de oposição na eleição do Sindicato dos Trabalhadores na Industria de Purificação de Águas (Sabesp e Cetesb) ou que participaram das comissões salariais deste ano e do ano passado. Entre 14 e 16, a degola se completou, com a demissão dos 80 operários da unidade, de manutenção de hidrómetros, que aderiu totalmente, á proposta de greve, durante a última campanha salarial, em maio, e chegou mesmo a parar durante dois dias. Agora, a oposição sindical c os 101 demitidos estão pedindo o apoio de outros sindicatos, do cardeal Arns, da Comissão Justiça e Paz, do Conselho de Defesa dos Direitos Humanos e da Frcn: te Nacional do Trabalho, para a realização de uma concentração na Assembléia Legislativa, dè denúncia á tentativa de reprimir a luta dos trabalhadores por maiores salários e melhores condições dtí trabalho. Nessa campanha, porém, eles não têm o apoio de seu próprio sindicato que, desde a criação, em 1976, vem sendo dirigido por um grupo que mantém «cordiais relações* com as empresas. Exemplo dessa situação foi a campanha salarial de maio, quando o sindicato, apesar da intransigéncia patronal diante da reivindicação de 70< de aumento aprovada è mantida em sucessivas assembléiasgerais, conseguiu impedir a deflagração da greve. Sem novidade. Embora a Sabesp viesse mantendo uma tradição de não demitir até em casos de clara inadaptação ao trabalho, a represália patronal foi violenta. Na verdade, não há ai nenhuma novidade. Os exemplos da incapacidade dos patrões sejam eles do governo ou da iniciativa privada de conviver com os legítimos movimentos reivindicatórios dos trabalhadores são muitos e os próprios metalúrgicos do ABC ainda estão sentindo as conseqüências de sua última greve. A Tribuna Metalúrgica deste mês denuncia que as empresas da região vêm recebendo uma lista com 310 nomes de pessoas detidas durante a greve. A lista, evidentemente, foi obtida "PARA ANUNCIAR NESTE JORNAL" VENDER, COMPRAR, ALUGAR, através da polícia e seu objetivo também é claro: impedir os trabalhadores relacionados de conseguir emprego. Só que, como diz a Tribuna Metalürgiea, faltam alguns nomes na relação: os 120 mil metalúrgicos que escaparam da policia. LIGUE PARA GAP PUBLICIDADE Tels.: e Rua Capote Valente. 258 SOLIDARIEDADE Ontem, as reivindicações. Dia 12, as formas de se ajudarem INTERSINDICAL xp-\ H H3 lpt& O governo começa a pressionar os dirigentes sindicais que, pela segunda vez, se reuniram ontem para estudar a possibilidade de uma campanha salarial unitária entre os sindicatos que têm data-base para negociações entre outubro e dezembro deste ano. Mas, pelo menos por enquanto, essas pressões ainda estão ao nivel de correspondência. Na semana passada, a diretonada Divisão de Assuntos Sindicais da Delegacia Regional do Trabalho, Néúsa Martins de Sá, leu nos jornais que 35 sindicatos haviam se reunido na* sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo c, ousadia, não haviam informado a DRT sobre esse encontro intersindica!. A diligente funcionária não deixou por menos. Enviou, imediatamente, um oficio a Joaquim dos Santos Andrade, presidente dos metalúrgicos paulistas, informando que lera nos jornais do dia 23 sobre a reunião da véspera. E mais, solicitava, segundo suas próprias palavras, «os bons ofícios de V. Sa. no sentido de nos remeter a relação dos sindicatos signatá rios do pacto*. Pacto? Mas que pacto? Quais signatários? Certamente existe uni certo exagero lingüístico no ofício de dona Neusa. Esses dirigentes sindicais não fizeram pacto algum e não assinaram qualquer protocolo de intenções. Fizeram, isto dona Neuza tem razão, duas reuniões, tentando definir pontos em comum de categorias tão diversas como marceneiros, joalheiros ourives, metalúrgicos, jornalistas e tantas outras que estão participando ativamenté desses encontros, (a próxima reunião será às 9 horas da manhã do dia 12 de setembro no mesmo Sindicato dos Metalúrgicos). Sem resposta. Só que tem um detalhe: dona Neuza não vái ter resposta ao seu ofício. Quem garante é o próprio Joaquim dos Santos Andrade, que comunicou sua decisão aos dirigentes que estiveram ontem reunidos. Depois, com a imprensa. Joaquim foi mais enfático: «Não tenho respostas para coisas irrespondíveis. Os trabalhadores não vieram discutir subversão, contestação ou mudança do regime. Vieram discutir melhores salários e condições mais dignas de vida. Desafio quem quer que seja a me dizer que isso é crime». Já dona Neuza se recusou a falar à imprensa, dizendo que apenas dona Cenira de Campos, assessora do delegado regional para assuntos sindicais, poderia falar. «Que eu saiba disse dona Cenira não há nenhuma intenção de punir esses sindicatos». E complementou: «Esta cônsulta é rotina do departamento sindical para se saber o que I anda acontecendo no meio». Dirigente se recusa a responder ofício da DRT que pede informações a respeito da unificação das campanhas salariais Reivindicações comuns. Mas dona Cenira teve de concordar que não existe muita rotina em 35 sindicatos se reunirem. E, no encontro de ontem, ficaram acertadas algumas reivindicações comuns. Todos os sindicatos que tiverem a data-base de outubro a dezembro deverão reivindicar 50í- de aumento salarial, piso de Cr$ e um aumento mínimo de Cr$ A reunião se realizou na pequena sala da biblioteca do Sindicato, com a presença de 34 pessoas (atenção, dona Neuza, isto não significa que ali estavam 34 sindicatos, porque alguns deles tinham mais de um representante). Havia gente dos têxteis, padeiros, metalúrgicos de RICARDO CARVALHO Santo André, de São Caetano, de Santos, da Federação dos Gráficos, dos joalheiros ourives, químicos, bancários, entre outros. Lula não participou. mas durante a reunião ligou para falar com Joaquim dos Santos Andrade, que dirigindo a reunião, não pode atender ao presidente dos metalúrgicos de S ào Bernardo. As reivindicações estão dentro do razoável, pois de acordo com diretrizes do próprio Dieese (Departamento lntcrsindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Económicos). não se deve reivindicar aumentos astronômicos, respeitando-se a especificidade de cada categoria. E fica também calara que, ao pedir um piso de pouco mais de 6 Datas e categorias Reunindo quase 1 milhão de trabalhadores, 28 sindicatos têm sua database entre setembro e dezembro deste ano. O dissídio mais numeroso é o dos metalúrgicos de São Paulo, Guarulhos e Osasco: congrega 345 mil operários e se realiza em l" de novembro. Os sindicatos que têm suas datas-base ainda este ano e suas respectivas categorias são os seguintes: Setembro Bancários com c Petroleiros com Outubro Bebidas de Ribeirão Preto, trabalhadores. Construção Civil (Fábrica ide Cimento è Cal de Perus), 3.750; Gráficos WMÊ0 de Jornais e Revistas, 5.000; Artefatos de Papel e Papelão, ; Químicos de Salto, Guarulhos e Valinhos, 3.000; e Comissários de Despacho de Santos, Novembro Artefatos de Couro trabalhadores; Gráficos, ; Metalúrgicos de São Paulo, Guarulhos e Osasco, ; Tèx- leis, e Químicos de Jundiai, Osasco, Suzano e Campinas, ). Dezembro Padeiros, trabalhaores; Marceneiros, ; Sindicato dos Químicos de São Paulo, Lorena, Osasco, Santo André e São Carlos, ,e Trabalhadores em Calçados, t mil cruzeiros, os trabalhadores estão mostrando, na prática, a insuficiência do atual mínimo (CrS 2.268). pois a reivindicação se baseia em dados fornecidos pelo próprio governo c calculados pelo DIEESE. Consulta ás bases. De pouco adiantaria essa nossa discussão se a gente não descer às bases e discutir com os trabalhadores essas reivindicações*. A sugestão do membro da oposição sindical de São Paulo foi logo aceita pelos presentes que aguardarão até dia 12 de setembro para voltar a se encontrar. Nesse meio tempo, as reivindicações descerão às bases. No dia 12, esses e outros pedidos (delegado sindical, estabilidade para a comissão de fábrica, reajuste trimestral com negociação direta entre patrões è os sindicatos) passarão pelo crivo dos dirigentes que discutirão, principalmente, a operacionalidade das formas de luta e de ajuda reciproca, além da realização de um jornal intersindical para a divulgação do elenco de reivindicações. Dois dias antes, dia 10, haverá a reunião das comissoes de salários dos sindicatos metalúrgicos de Osasco. São Paulo e Guarulhos, que têm a data-base em 1" de novembro. E, de 10 a 15 de setembro, realiza-se em São Paulo a 2 Sensat (Semana de Saúde do Trabalhador). Tanta movimentação sindicalista só poderia mesmo arrancar essa expressão do presidente do Sindicato dos Jornalistas paulistas üavid dé Moraes: «Estamos vivendo a prática da Central Única dos Trabalhadores». titmomê& ALMIR PAZZIANOTTO Os vigilantes e sua greve justa Na verdade, eles deveriam reivindicar e não os 7 mil que solicitaram Mais rapidamente do que teria Imaginado, O governo vai sendo obrigado a deglutir os amargos resultados da suu antipolitica traba- Ihista, reaprendendo, talvez demasiado tarde, que «quem semeia ventos colho tempestades». Estamos vivendo, esta semana, os tumultuados episódios de mais uma greve, agora envolvendo os vigilantes bancários, greve, como as demais, justa e legítima, embora carente de melhor organização, comando e experiência. Conquanto numerosos, e desempenhai!- do funções da mais alta responsabilidade, os guardas bancários ganham salarios de fome, são submetidos a duríssimas condições de trabalho e se vêem impedidos de organizar um sindicato por pressões que partem dos seus empregadores e estariam encontrando apoio em círculos governamentais. Com esse quadro, fatalmente chegaríamos a ter, dia mais, dia menos, de um lado uma multidão de homens às vésperas do total desespero; do outro, empregadores que se julgam no direito de mandar e ser obedecidos, sem nenhuma oposição; no meio o Ministério do Trabalho, aparentemente confuso, revelando manifesta incapacidade de conduzir e resolver, de maneira satisfatória, uma simples questão salarial. Tempos passados, a pedido de um cidadão que se apresentou como presidente da Associação dos Vigilanles, remeti à DRT de São Paulo um ofício, solicitando que fiscalizasse uma série de empresas que exploram os serviços de vigilância patrimonial, por ele apontadas como infratoras habituais e até então impunes das normas legais protecionistas. Do que são acusadas essas organizações? Em primeiro e destacado lugar, do pagarem salários famélicos, abaixo de Cr$ mensais ou Cr$ 100 por dia Bastaria isso, mas náo é só. Sabe-se que exigem jornadas de 12 horas e que náo obedecem aos intervalos obrigatórios para alimentação e descanso; fazem descontos indevidos nos salários e chegam ao cúmulo de cobrar, aos empregados, o corte do cabelo, a farda e a graxa da botina. O que pedem esses trabalhadores senão um salário razoável, estimado por eles em Cr$ mensais, e o respeito pelos seus direitos? A modéstia das pretensôcs manifestadas pelos trabalhadores é digna de admiração, devendo ser levada à conta da pobreza e da precariedade em que se habituaram a viver. Cabe-nos, neste momento, dizer a esses companheiros trabalhadores que toda a população está solidária com a sua luta. que a respeita e apoia. E que, atentos para que não venham a ser vitimas de violências, ou de manobras que retirem sua campanha do curso a ser naturalmente seguido, desviando-a das suas reais finalidades, esperamos que o Ministério do Trabalho deixe de lado seu estilo formal e legalista, enfrentando o problema com mais realismo. Só o pagamento de salários adequados fará romper o circulo de fome e de desespero dentro do qual se encontram presos os nossos trabalhadores. Em tempo: os vigilantes devem reivindicar não CrS 7.000, mas Cr$ mensais. ANISTIA A reintegração dos jornalistas Demitidos após a greve, quatro dirigentes sindicais voltarão aos empregos RICARDO KOTSCHO A reintegração em seus empregos de quatro diretores do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo (três de O Estado de S. Paulo e uma da TV Globo), demitidos por sua participação na greve de maio último, é uma das conseqüências da -anistia parcial decretada pelo governo. O mesmo deverá ocorrer com 26 jornalistas do Diário do Grande ABC demitidos explicitamente pelo mesmo motivo. Mas o presidente do sindicato, Davi de Moraes, já estudava ontem uma fórmula para mover uma ação conjunta na Justiça do Trabalho, pedindo a reintegraçáo de todos os,250 jornalistas demitidos imediatamente após a greve, embora as empresas tenham alegado outras razoes ou razão alguma para justificar as dispensas. Assim que o decreto for publicado no Diário Oficial, Agenor Barreto Parente, advogado dos quatro dirigentes sindicais demitidos, vai requerer o trancamento dos inquéritos judiciais. Segundo ele, o próprio juiz deverá automaticamente determinar a reintegração dos jornalistas, pois «o artigo 7 da lei de anistia náo deixa dúvidas de que eles foram beneficiados». No caso dos três jornalistas de O Estado de S. Paulo - Adélia Borges de Gusmão, lia Ribeiro Dias e Wilson Moherdaui, a empresa, no melhor estilo AI-5, além de requerer a rescisão do contrato de trabalho, pede a aplicação de penas acessórias previstas no artigo 723 da CLT. Ou seja, perda dos cargos no sindicato e suspensão do direito de serem eleitos para cargos diretivos do mesmo sindicato no prazo de dois a cinco anos. Nem o tristemente famoso Armando Falcão faria melhor. Para Fernando Pachedo Jordão, que era editor-chefe do Giobo Repórter em São Paulo, a emenda do deputado Audálio Dantas, que beneficia os dirigentes sindicais, «corrige uma violência que não foi praticada contra mim, mas contra um princípio, a estabilidade dos dirigentes sindicais, uma das mais antigas conquistas dos trabalhadores». Outro jornalista atingido pela anistia foi o repórter Antônio Carlos Fon, do Jornal da República, que estava sendo processado pela Lei de Segurança Nacional na Auditoria Militar de São Paulo, em virtude de reportagens que publicou na revista Veja denunciando a prática de torturas nos órgãos de segurança. «Essa anistia, para mim, foi uma brincadeira. Eu não seqüestrei, não roubei, não torturei, nem, matei ninguém. E, quando ia provar que agentes do governo seqüestraram, roubaram, torturam e mataram, o processo foi trancado pela anistia», disse ele. PPRÊSERVE A NATUREZA. I SEU FILHO MERECE.

11 f1" li,1 "ii "^"wrrryw^^^fr^itio^ Ir f^"tr T fr*t,lrtnbj I QUINTA-FEIRA 30 DE AGOSTO DE 1979 SURPRESA E Kurt Mirow ataca de novo Um patrão vai à reunião sindical para falar mal das multinacionais «Esse alemão é patrão. O que ele veio fazer aqui? Será que vai falar contra os patrões,» perguntavam-se os 40 lideres sindicais de Sâo Paulo, Minas, lüo, Perniimbuco. Rio Grande do Sul c Bahia, na colônia de férias dos metalúrgicos de Sao Paulo, na Praia Grande. Eles estavam ali para o 4" Seminârio de Trabalhadores em Empresas Multinacionais. Já tinham ouvido Walter Barelli, diretor do DIEESE, explicar didaticamente, comoé seu costume, o que è e o perigo que representa uma multinacional no Brasil. E espantavam-se ao ver. diante do auditório, o empresário Kurt Rudolf Mirow, que se tornou famoso quando teve apreeendido o seu livro A Ditadura dos Cartéis. A estranheza transformouse em estupefação porque Mirow acabou revelando fatos que estarreceram os trabalhadores Logo de início, disse que a censura a imprensa, nos governos Mediei e Geisel, deu um prejuízo de 15 a 20 bilhões de dólares ao Brasil. Ele explicou que, ao proibir a divulgação de críticas ao modelo econômico do> pais, aqueles dois governos não deixaram o povo saber das importações desnecessárias, «feitas no período do milagre econômico, e que hoje contribuem para elevar nossa dívida externa a cerca de 50 bilhões de dólares». (O irônico, nessa nova denúncia, é que a grande imprensa simplesmente ignorou o simpósio realizado na Praia Grande, no último fim de semana. Importando o desemprego. Kurt Mirow classificou tais compras como «criminosas», garantindo que elas têm afetado diretamente a qualidade de vida do trabalhador brasileiro. E deu um exemplo: «O acordo nuclear Brasil Alemanha está custando cerca de 45 bilhões de dólares ao pais. o que corresponde à importação, pelo Brasil, de 450 mil horas/ano de trabalho. Assim, estamos importando o desemprego que existe na Alemanha. Daí o interesse do governo brasileiro em impedir que a imprensa divulgue os detalhes ainda secretos desse acordo nuclear». Mirow acha jque os brasileiros se equivocam ao pensar que a remessa de lucros é o maior dano causado pelas multinacionais ao pais: «Na verdade, o maior mal que elas fazem ao Brasil, e a todos os países do Terceiro Mundo onde atuam, é garantir o emprego aos contingentes de trabalhadores de seus países de origem, através da venda de equipamentos aos países subdesenvolvidos, depois de destruírem a empresa privada nacional, Apoiou a greve,, foi seqüestrado Em Divinópolis, quem tenta ajudar os metalúrgicos em greve há dezenove dias também enfrenta problemas com a Policia. Ontem, Patrícia Valentino Ribeiro acusou a Polícia de ter seqüestrado seu pai, Celso Aquino Ribeiro, integrante do MDB jovem da cidade. Ele foi preso por três policiais à paisana, que o colocaram em um carro e desapareceram DOPS e Polícia Federal dizem desconhecer a prisão que. para o diretor do sindicato dos jornalista de Minas, Dídimo- Paiva, é uma tentativa da polícia de envolver Celso Aquino com a greve dos metalúrgicos, quando ele tem apenas ajudado nas coletas de alimentos para os trabalhadores. Bancários debh: nova tentativa Os bancários de Minas Gerais reúnem-se hoje, pela terceira vez, na. Delegacia Regional do Trabalho, com os representantes do sindicato dos banqueiros,, que deverá apresentar nova como tem sido o caso do Brasil». «Economicida». Kurt Mirow disse aos lideres sindicais que a atuação das nr.iltinacionais na América Latina e, particularmente, no Brasil, esta sempre ligada ã corrupção da qual, afirma, hà provas; «Ej^ estão no exterior, nas matrizes das multinacionais. Na Alemanha, sabe-se que o governo permite que, do montante de cada fatura paga ao exterior, Wc sejam creditados em conta bancária na Suiça, o que ocorre freqüentemente». Diante de tais revelações, os trabalhadores ficaram boquiabertos. O silêncio da platéia foi quebrado por algumas exclamações raivosas quando Mirow disse que o ex-ministro Mário Henrique Simonsen, a quem chamou de «economicida», não pode negar que uma empresa do grupo Bozzano-Simonsen, do qual é um dos diretores, foi intermediária no fomecimento de 45 milhões de dólares em equipamentos ao Metrô de São Paulo. «Eesses mesmos equipamentos», contou Mirow, «poderiam ter sido comprados de empresas nacionais a, no máximo, 20 milhões de cruzeiros». Controle. Jorge Norman Neto. secretârio-geral da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos de Minas Gerais e delegado da Federação Internacional dos Trabalhadores nas Industrias Metalúrgicas, foi quem organizou o simpósio, que durou apenas dois dias. Ele admitiu que as lideranças sindicais de alguns setores «estão acordando agora para o problema do controle das multinacionais». E contou que a idéia dos trabalhadores é fazer a Organizaçào Internacional do Trabalho pressionar os governos dos países sedes de multinacionais e dos países onde elas estão instaladas, com o objetivo de superar os problemas causados pelas empresas Ou seja fazer reformas em sua legislação trabalhista, visando a adapta- Ias. à nova realidade de multinacionais. No segundo e ultimo dia do simpósio, os trabalhadores resolveram adotar uma rigorosa vigilância, através de seus sindicatos, dos métodos de aumento de produtividade das empresas, levando sempre em consideração «o fato de que, por ser mal remunerado, o trabalhador brasileiro é fisicamente menos dotado do que os empregados nos países de origem das multinacionais. E, portanto, as taxas de produtividade atingidas no exterior não podem ser simplesmente transferidas para a realidade brasileira, como elas pretendem» contraproposta ás suas reivindicações salariais. A intransigência dos banqueiros é tão grande que o próprio delegado regional do Trabalho, Onésimo Vianna. tomou a iniciativa de convidar o ministro Murillo Macedo para participar da feunião, como forma de pressiona-los. Mas não se espera que o presidente do sindicato dos bancos seja afastado, como aconteceu com o do sindicato dos bancários após a recente e fracassada tentativa de greve. ANOTE REPUBLICA TRABALHADORES/BRASIL A GREVE CONTINUA E hoje deve aumentar ainda mais, prometem os vigilantes VIGILANTES ora, as negociações incluem o sindicato Os patrões não queriam reconhecer mais a comissão de trabalhadores. À noite, porém, voltaram atrás A greve dos vigilantes particulares de Sâo Paulo continua, pelo menos até esta manhã, quando haverá nova assembléia geral, mas a situação não parece nada boa para eles. Ontem, depois de um dia de difíceis negociações, os patrões, jogando com inteligência e habilidade, conseguiram incluir o sindicato dos empregados até então omisso nos entendimentos, sob a ameaça de desconhecer a representatividade da comissão de vigilantes que vem conduzindo o movimento. Pela manhã, na reunião realizada na DRT, os patrões iniciaram sua ofensiva: conforme fora decidido na véspera pelas empresas de vigilância, eles retiraram a promessa de estabilidade de seis meses para os 44 membros da comissão, feita 24 horas antes, e passaram a desconhecer sua representatividade. embora a condição básica para a imunidade e para o pagamento dos dias parados fosse a suspensão da greve até a próxima segunda-feira. O sindicato patronal decidiu, a partir daquele momento, dialogar apenas com o Sindicato dos Empregados de Agentes Autônomos do Comércio de Empresas de Assessoramento. Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo, ao qual estão ligados os vigilantes. E. para complicar ainda mais os entendimentos, o delegado regional do Trabalho, Onadyr Marcondes, retirou-se da intermediação entre as partes. Além disso, o procurador da Justiça do Trabalho em São Paulo, encaminhou, no final da tarde de ontem, o dissídio coletivo da categoria sua condição para o prósseguimento das negociações também era a paralisação da Oposição para renovar a APM Ã classe médica ANTÔNIO CARLOS GUTDA greve e deverá decretar a ilegalidade do movimento, se não houver acordo, até no máximo segunda-feira. Entra o sindicato. Até o fim da tarde de ontem, o sindicato dos vigilantes não mostrava disposição de assu- mir o movimento, limitandose a alguns contatos com o sindicato patronal, numa forma de intermediação Essas informações, porém, não foram obtidas diretamente no sindicato, pois o reporter do Jornal da República foi considerado persona min grata pelo seu diretor Álvaro Fagundes, em resposta à matéria publicada segundafeira, em que o sindicato era qualificado de «abrangente» e o diretor dè «acomodado». À noite, porém, durante a assembléia geral dos trabalhadores. anunciou-se que o sindicato havia sido incluído nas negociações, ao lado da comissão, novamente reconhecida pelos patrões Marcou-se, então, uma nova assembléia para esta manhã, quando os vigilantes discutirão os resultados da reunião realizada, ontem a noite mesmo, entre as três partes. De qualquer forma, será difícil o sindicato melhorar a sua imagem diante da categoria. Para alguns membros da comissão, os diretores do sindicato estavam receosos de comparecer às assembléias, por não saberem qual será a reação dos vigilantes, que até ontem, pelo menos, não reconheciam a sua autoridade. Comentava-se, também, que os patrões já teriam uma proposta de 30% de antecipação guardada no bolso do colete. Essa proposta, porém, é considerada ridícula pelos vigilantes, que já estào prevendo o fracasso das i A Associação Paulista de Medicina e a Associação Médica Brasileira realizam hoje as eleições para a renovação das diretorias e dos conselhos fiscais das duas entidades. Concorrem duas chapas: Integração Médica, da situação, presidida por Pedro Kassab, e Renovação Médica, da oposição, encabeçada por Matheus Papaleo Netto. O movimento de renovação, iniciado hà dois anos, jâ conseguiu ganhar o sindicato e o Conselho Regional de Medicina e, agora, pretende assumir também a APM e a AMB, para afastar definitivamente um grupo que, nos últimos anos, caracterizou as entidades médicas. Na capital, haverá urnas em todos os hospitais e na sede da Associação Paulista de Medicina. t Desde o início da campanha eleitoral para a eleição da Associação Paulista de Medieina e Associação Médica Brasileira, manteve-se o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, enquanto entidade, afastado da disputa. Entretanto, nos últimos dias, o Conselho vem sendo alvo de intensa campanha difamatória. Desses insultos, são particularmente inadmissíveis aqueles que gostaríamos de ver definitivamente abolidos dos costumes de nossa sociedade. As estigmatizações políticas já causaram suficientes malefícios, dos quais a própria classe médica, como segmento sociai, lenta recuperar-se. Lembramos que na campapha eleitoral para as eleições dó Conselho, alguns colegas, que se identificam com aqueles que agora nos atacam, vieram publicamente invocar interesses escusos e inconfessos como base de nossa candidatura. Após nossa esmagadora vitória, tentaram, através de baixas manobras, impedir nossa posse, a qual acabou sendo garantida pelo Poder Judiciário. Agora, inclusive em termos rasteiros, ataca-se o Cremesp na pessoa de seu presidente, através do jornal da APM. que, no1 mínimo, não deveria" violentar a consciência de parte de.seus associados. È manifestando-nos contra esses fatos que vimos, perante a classe médica, reiterar nossa posição de independência e de intransigência pela manutenção do verdadeiro debate democrático no seio da classe,,sem estigmatizar quem qi^er que seja e sem recorrer a ofensas pessoais, requisitos básicos para a Valorização e o progresso da categoria. (Esta publicação foi paga pelos médicos signatários da mesma.) OS MEMBROS DO CONSELHO negociações Mesmo assim, eles acreditam que a tendència do movimento grevista é se ampliar, apesar de todos os percalços. Para hoje. eles esperam um número multo maior de adesões, porque ontem já era bem mais significativo o número de vigilantes em greve, comparando-se com os 20% admitidos pelas próprias empresas de vigilância, na terça-feira, primeiro dia do movimento. E os bancos, por exemplo, jâ começam a utilizar guardas à paisana, para evitar possíveis tumultos. PAGINA 11 POLÍCIA O radialista gaúclho é condenado a 12 anos Atirou no casal que namorava no carro parado diante de sua casa. Ela morreu. Foi há três anos. Inconformado com a presença de um casal numa Brasília estacionada defronte à sua casa.o conhecido radialista gaúcho, Flávlo Alcaraz Gomes, manda-os sair dali. Ante a recusa, volta armado com uma espingarda de caça, calibre doze, e dá um tiro na cabeça da jovem Maria José Alberton ií- Silva. Isso foi no inicio da madrigada de 11 de abril de Ontem, pouco depois das seis horas, Flávio foi condenado a doze anos de prisão. Impassível como permanecera durante as 14 horas e mela de duração do júri, o radialista ouviu. às 6,17 horas de ontem.- a sentença do juiz Luis Carlos Castelo Branco dos Santos. «Nove anos de prisão pela morte da estudante Maria José Alberton da Silva, pena reduzida para oito por ser primário, ter bons antecedentes e personalidade normal, e seis anos ouminuídos em um terço pela tentativa de homicídio do namorado da jovem, o médico Paulo Eduardo Peixoto de Freitas» Houve quem gritasse «boa» entre os 500 assistentes do júri. E algumas senhoras, ligadas à família de Maria Alberton. tiveram que ser retiradas, chorando, pouco depois da setenca. Os jurados foram unânimes na condenação pelo assassinato de Maria e votaram por 5 x 2 em relação à tentativa de homicídio. SÉRGIO BECKER A arma. De nada valeu a tentativa de Flávio de atribuir sua condição de réu ao «desejo natural de vingança da família da moça, que falseou a verdade» e acusar o médico de «autor moral da tragédia» por ter provocado a ele e sua senhora. Nem a defesa do deputado federal Eloar Guazzelli, que procurou descaracterizar a tentativa de homicídio alegando que o radialista não disparou uma segunda vez. o que significaria atribuir a morte de Maria Alber.ton a um acidente involuntário. Para Guazzelli, a espingarda calibre doze disparou quando bateu na janela da Brasília onde se encontrava o casal. Para seu azar. demorou-se imitando Flávio com a espingarda na mão e, pretendendo mostrar a facilidade com que poderia disparar, tentou montar a arma. Não conseguiu e pediu, então, ajuda ao promotor Amaro Borges Moreira, que também não conseguiu montá-la No momento em que Eloar se dirigia a um de seus assistentes, que. finalmente, juntou as duas peças-base da espingarda. um dos assistentes recomendou. «Dá pro Flãvio que ele sabe»: fazendo quase todos rirem. Fácil. Sem diminuir o trabalho do promotor e do assistente de acusação. Amadeu Weimann. não foi difícil convencer os jurados da culpabilidade do réu. Bastou fundamentar-se no depoimento de seis peritos do Instituto de Criminalística gaúcl» que asseguraram que aquele tipo de arma não pode disparar acidentalmente porque necessita de dois movimentos para isso um deles de pressão equivalente a um quilo e meio por cano Apesar da condenação Flávio ficará em liberdade até o ingresso do recurso que Eloar Guazzelli tentara na próxima semana Curiosa mente, a sentença surge doze dias depois de o radialista conseguir em primeira instância, condenar a Compa nhia Jornalística Caldas Júnior de propriedade de seu tio. Breno Caldas - ao pagamento de 13 milhões de cruzeiros por indenização e outros itens relativos a mais de trinta anos de trabalho na Rádio Gauiba. Foi nesta emissora que Flávio se proje tou, internacionalmente até pelos seus boletins de fatos como o seqüestro do cônsul Gomide e a Guerra dos Seis Dias. no Oriente Médio que lhe valeu, inclusive, a edição de um livro Além destes trabalhos eventuais. -Flávio mantinha três programas diários de meia hora um de entrevistas, pela manhã e dois de pesquisa histórica e cultural, ao meio-dia e à tarde. PEG1IENASE MÉDIAS EMPRESAS NOVASISTEMÀnCA^ Introdução Em convênio celebrado entre a COFIE - Comissão de Fusão e Incorporação de Empresas e o BADESP Banco de Desenvolvimento do Estado de São Paulo S.A., fica estabelecido o atendimento, a orientação e o encaminhamento, pelo BADESP, dos pedidos de pequenas e médias empresas que desejarem obter os benefícios fiscais previstos no Decreto-lei n? 1.532, de 30 de março de 1977, e, Resolução n? 13, de 10demaiode O que é COFIE A Comissão de Fusão e Incorporação de Empresas - COFIE foi criada pelo Decreto-lei n? 1.182, de 16 de junho de 1971, para administrar o incentivo fiscal criado para promover fusões e incorporações de empresas. Entretanto, a partir do Decreto-lei n? 1.532, de 30 de março de 1977, sua função básica passou a ser a de examinar pedidos de incentivo fiscal do imposto de renda visando a expansão de empresas. Assim, sua função principal, hoje, é a de promover o fortalecimento da empresa privada nacional, via incentivo fiscal à sua capitalização. A COFIE é um órgão colegiado que funciona junto ao Minptério da Fazenda sendo composta pelos seguintes membros:, a) Secretário Geral do Ministério da Fazenda; b) um representante da Secretaria de Planejamento da Presidência da República; c) um representante do Ministério da Indústria e do Comércio; d) um representante da Secretaria da Receita Federal; e) um representante do Banco Central do Brasil; f) um representante da Comissão de Valores Mobiliários. Junto ao Plenário da COFIE funciona uma Secretaria Executiva cuja atribuição básica é a de proceder às análises técnicas dos pedidos, submetendo-os à deliberação do Plenário, Beneficio O Decreto-lei n? 1.532, de 30 de março de 1977, possibilita às ejnpresas que desejam prgmover a expansão de suas atividades, a reavaliação dos bens integrantes do ativo imobilizado acima dostimites da correção monetária, até o valor de mercado, independentemente do recolhimento do imposto de renda incidente sobre o acréscimo de valor decorrente da reavaliação. As vantagens desse beneficio para a empresa são as seguintes: 1) fortalecimento do capital da empresa, sem que ocorra a incidência do imposto de renda sobre o acréscimoda reavaliação; 2) depreciação anual do acréscimo de valor autorizado, o que irá reduzir o lucro sujeito à tributação do imposto de renda; 3) melhoria da posição financeira da empresa, com as conseqüências daí resultantes em termos de captação de recursos; * 4) ganhos gerenciais promovidos pela necessidade de elaborar projetos de reorganização e/ou modernização. As vantagens desse benefício para o país são as seguintes: 1> concessão de incentivo fiscal indutor da reorganização ou modernização da atividade econômica; 2) aumento da capacidade produtiva; 3) geração de novos empregos; 4) beneficio que exige uma contrapartida real por parte da empresa em termos de aumento de produção e aumento de empregos; 5) aumento das exportações, e 6) possibilidade de substituição de importações. Exigências Para o gozo integral e efetivo do benefício, deverão ser atendidas as seguintes exigências: 11 empresa industrial localizada na Região Metropolitana de São Paulo será examinada pela COFIE, desde que o projeto tenha como objetivo principal a modernização de instalações já existentes, incluindo-se a implantação dos setores de controle de qualidade, de engenharia de produtos e de engenharia de projeto; 2) pedido seja instruído com parecer-. conclusivo dos órgãos estaduais ou municipais competentes, a fim de se comprovar que o projeto de expansão está de acordo com as normas que visam a preservação da qualidade da vida urbana e ao uso do solo; 3) a empresa deverá aplicar o valor total do acréscimo decorrente da reavaliação do seu ativo em aumento de capital; 4) a empresa deverá promover a venda dos bens imóveis não-necessários às suas atividades específicas; Enquadramento, Poderão pleitear o enquadramento a que se refere a Resolução COFIE n? 13, de 10 de maio de 1979, todas as empresas de pequeno e médio porte, quaisquer que sejam seus setores de atividades, atendidos os objetivos e condições mencionados no Decreto-lei n 1 532, de 30 de março de 1977 esua regulamentação posterior. A COFIE não examinará pedidos de enquadramento de projetos de expansão que, na data da apresentação do pedido, apresentem índices de realização X :-:frílr;?&#ã-fa: / *<jr?vv superiores a: 60% do investimento fixo, exceto terreno, para pequenas empresas; 40% do investimento fixo, exceto terreno, para médias empresas; Procedimento para concessão de incentivo proposto para as pequenas e médias empresas Pela Resolução COFIE n 13, de 10 de maio de 1979, o procedimento para concessão, proposto para as pequenas e médias empresas definidas como sendo aquelas que tenham receita bruta anual abaixo de vezes o maior valor de referência(mvr) edesdequenão pertençam, direta ou indiretamente, a grupo empresarial cuja soma das receitas brutas anuais das empresas que o formam seja superior aos níveis fixados neste item - é o seguinte: 1) apresentação de Carta-consulta, dirigida ao Presidente da COFIE, conforme roteiro baixado pela referida Resolução, e encaminhada através do BADESP Banco de Desenvolvimento do Estado de São Paulo S.A.; 2) a CBrta-consulta será analisada pela Secretaria Executiva e encaminhada ao Plenário da COFIE, 3) uma vez aprovada a Carta-consulta a empresa apresentará o Laudo de Avaliação e a Relação dos Bens Reavaliados para quantificação do Incentivo; 4) a Secretaria Executiva examinará o Laudo de Avaliação e a Relação dos Bens Reavaliados e os encaminhará à decisão do Plenário; 5) definido o valor do incentivo, o beneficio será aprovado por decisão do Ministro da Fazenda. Dessa forma as pequenas e médias empresas estarão dispensadas da apresentação do projeto, exigência essa que se faz com relação às grandes empresas As pequenas empresas, definidas como sendo aquelas com receita bruta anual inferior a vezes o maior valoi de referência (MVR) terão prioridade em termos de análise e exigências formais. Não existe limitação quanto ao setor de atividade para as pequenas e médias empresas, i O BADESP- Banco de Desenvolvimento do Estado de São Paulo S.A. atua junto à COFIE no sentido de: Prestar orientação às empres s que estiverem interessadas na obtenção do beneficio; Auxiliar as empresas na formalização do pedido do benefício; - Elaborar laudos de avaliação para as empresas interessadas no beneficio ESTAÉ MAIS UMAREAUZAÇÃQ DO BADESP EM APOIO AS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS DO ESTADO DE SÂO PAULO. MMÊ2L: " BADESP para BANCO DE DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DE SAO PAULO S.A. Av. Paulista, Loja - São Paulo - PABX Telex (011) SECRETARIA DA INDUSTRIA, COMÉRCIO, CIÊNCIA ETECNOLOGIA Filiado à $) ABDE - Associação Brasileira de Bancos de Desenvolvimento.****%> Sâo Paulo, vida nova.

12 PÁGINA.: ^EPÜBLÍQV DIREITOS HUMANOS OUINTA-PElRA 30 DE AGOSTO DE 197T BAHIA Ala T" da Lemos de Brito volta aos presos comuns Um saiu ontem, o outro fugiu e o terceiro preso político sai hoje A partir da próxima semana, a ala «F» da penilendária Lemos de Brito, em Salvador, não terá mais presos políticos e. em seu lugar, oitenta presos comuns ocuparão celas até quinze dias atrás destinadas á Theodomiro Romeiro dos Santos (PC.BR), Ilaroldo Lima (PC do B) c Luiz Paulino Vieira (PCB), este libertado na tarde de ontem por força da anistia. Condenado a oito anos de prisão em dois processos que o enquadram no artigo 43 da antiga Lei de Segurança Nacional (tentativa de reorganização de partido ilegal). Luiz Paulino cumpriu a metade da pena. Ao sair da prisão, onde exercia a sua profissão de ourives e relojoeiro para os detentos comuns, reafirmou sua condição de militante do Partido Comunista Brasileiro, no qual ingressou há trinta anos. Disso que, agora, irá lutar pela legalização do PCB, por uma anistia ampla, geral e irrestrita e por uma Constituinte. Tem 50 anos. Ilaroldo Lima. membro do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil, é agora o último preso político restante na Bahia, não 1AOLO MARC0N1 foi libertado ontem porque foi julgado em São Paulo c as informações do juiz auditor paulista deverão chegar hoje. Tanto Ilaroldo como Luiz Paulino deverão ainda ser ouvidos, desta vez cm liberdade, na Policia Federal, sobre a luga de Theodomiro. o unico que não seria alcançado pela anistia. Theodomiro. Este ainda náo deu qualquer notícia, mas, ontem, o Comitê Brasileiro pela Anistia, seção da Bahia, recebeu um telefonema de Londres, no qual Geràld Thomás, diretor da Liga pelo Direito de Libertação dos Povos, informou que o governo inglês decidiu dar asilo político a Theodomiro. <táo logo ele chegue ao país». Disse também que até agora ninguém na Europa sabe de seu paradeiro, estranhando por isso «o conteúdo de uma reportagem da revista Veja, que, nò seu último número, afirma que ele teria fugido para aquele continente com passaporte francês». Quem chegou ã Inglaterra, disse Gerald Thomás, foram «dois policiais brasileiros, um deles identificado como inspetor Coelho, para investigarem a presença de Theodomiro na Europa»; A noite de terça para quarta-feira foi de muito trabalho para os doze presos políticos do presidio do Barro Branco, em São Paulo. Primeiro, eles ajudaram seus cinco companheiros Aldo do Souza Arantes, Nelson Chaves dos Santos, Newton Cândido, Ricardo Zaratlnl e David Gongora Júnior, benelidados pela anistia a arrumarem as malas. Depois, durante a madrugada. o preso Aton Fon Filho tentou redigir.um pedido de habeas corpus a ser impetrado junto ao Superior Tribunal Militar (STM) para estender. com base no princípio de isonomia I casos iguais merocom tratamento igual) a anistia a todos os presos políticos do pais. O dia de ontem revelaria, porém, que toda essa atividade foi inútil. Logo pela manbá, enquanto escolhiam os livros com que representeariam os companheiros anistiados ii Elza Monnerat. presa na Penitenciária Feminina, foi dedicada um exumplar de Fazenda Modelo, de Chico Buarque de Holanda,. eles receberam a visita do advogado Luiz Eduardo Greenhalgh. Como membro da comissão executiva do Comitê Brasileiro pela Anistia de São SÃO PAULO Juizes não soltam anissiacios Os presos já estão de malas prontas, mas o alvará de soltura não chega. Enquanto isso, a OAB vai impetrar habeas corpus que amplia a anistia. E o STM pode conceder Paulo, Greenhalgh foi comunicar-lhes que havia sido convidado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, juntamente com o advogado Tales Castc- Io Branco, a participar do grupo da OAB que irá impe- Irar um habeas corpas some- Ihànte ao imaginado por Aton Fon Filho. STM vai aceitar. E a tendência do Superior Tribunal Militar, segundo já revêlou um ministro daquele tribunal, 6 a de conceder o habeas corpus. Se essa tendência se confirmar, podorá ocorrer, na área do judieiário, uma ampliação da anislia quase ao ponto de tomá-la geral, com a possível libertaçáo de todos os presos políticos existentes no Brasil. E isto porque praticamente todos eles foram condenados por ações praticadas em companhia de cxitras pessoas que. por terem sido banidas ou pofqué as sentenças não transitaram em julgado, serão agora beneficiadas pela anistia O exemplo mais conhecido dessa incongruência da lei de anistia do governo é o caso do preso político Manoel Cyrillo de Oliveira Netto, cumprindo pena em São Paulo. Manoel Cyrillo foi condenado por sua participação no seqüestro do embaixador norte-americano Charles Burke Klbrick. Tendo participado da mesma ação. Fernando Nagle Gabeira foi banido e por isso será anisliado. Não é o único caso. porém. Km companhia de Takao Amano. o próprio Manoel Cyrillo. Atòn Fon Filho e Francisco Gomes da Silva participaram do assalto ã agência do Banco Tozan, no bairro da Penha, em São Paulo, om que morreu um soldado da Polícia Militar. Por cse crime, Cyrillo, Aton e Francisco foram condenados e náo estáo anistiados. Takao. entretanto, que foi banido, será beneficiado pela anistia. A espera de instruções. Mesmo que o STM conceda o habeas corpus, ainda é difícil prever-se quando esses homens serão libertados. ANTÔNIO CARLOS FON Mesmo para os que foram beneficiados pelo projeto sancionado na terça-feira polo general João Baptista Figueiredo, o dia da libertação ainda é incerto. Com as malas prontas, eles esperaram durante todo o dia de ontem a chegada ao presidio político do Barro Branco do alvará de soltura que os colocaria em liberdade. A ordem acabou não chegando, enquanto os juizes auditores Nelson Guimarães e José Paiva, da T Circunscrlçào da Justiça Militar, em São Paulo, davam desculpas desencontradas para sua não expedição. Eu ainda nâo vi o Diario1 Oficial com a publicação da lei da anistia justificava-se o juiz auditor José Paulo Paiva. Náo posso mandar soltar Nelson Chaves, Ricardo Zâratini ou Newton Cãndido porque eles estão condenados por outras auditorias explicava Nelson Guimarães. como eu apenas os mantouno sob minha guarda, o alvará de soltura deve vir dos juizes que os condenarám. Na verdade, ambos os juizes aguardavam os resu lados da reunião, do STM, em que deveria ser estudada, casopor caso, a situação de cada preso, para informaraos juizes auditores sobre quais deveriam ser libertados e por quem. Por isso, o próprio diretor do presídio político do Barro branco, capitão da PM Lelces Moraes, informava aos presos 0 jornalistas que náo acredita na libertação de ni ngu em ainda nesta semana: Lu acho ele arriscaum palpite que isso só va vai acontecer a partir de segunda-feira. SfHHpr IV- A ESPERA INÚTIL A móe de David Gongora Júnior espera, inutilmente, a saída do filho cpresò político nâo fica sempre na prisão». Ao lazer tal afirmativa, na manhã de 10 de dezembro de 1970, logo após ouvir a sentença que 0 condenaria á prisão perpétua, Rholine Sonde Cavalcanti Silva, hoje com 31 anos de idade, alagoano e estudante, não imaginaria que seria ele o último preso político a deixar os cárceres brasilciros. O indulto, ele não aceitará e sonha, agora, com a manhã de 20 de maio de 2;003, quando livremente abandonará a penitenciária «Barreto Campeio», na ilha de Itamaracá. no litoral norte de Pernambuco. Preso no dia 31 de março de 1970, após trocar tiros com a policia, Rholine loi condenado num julgamento que durou mais de 8 horas. Evü o primeiro a ser condenado à prisão perpétua. Filiado ao PCBR,. assaltou banco e empresa essas são as acusações como a Comparihia Souza Cruz, o Banco Financial e a farmácia Jaime da Fonte. K foi acusado ainda de ter lançado uma bomba num palanque armado na avenida Conde da Boa Vista para o desfile de 7 de setembro de 19G9. Participante de seis greves de fome num total de 110 cljas em cinco anos Rholi- -. íie Sonde, ainda no leito do Hospital Geral da Polícia Militar de Pernambuco, após a recente greve de fome em defesa da anistia ampla, concedeu ao repórter Ricardo lübeiro de Carvalho a seguinte entrevista: JK Aceitaria o indulto que o governo pretende conceder? 1 >R _ Não. Nossa atividade foi sempre uma atividade política e nâo temos porque aceitar instrumentosque náo correspondem a esse caráter político da atividade. O recurso ocasional â violência nela compreendido e alegado pelo governo como causa de nossa exclusão da anistia capenga que concedeu foi O uso de um direito garantido a todo o cidadão na luta contra as tiranias. Na O ÚLTIMO A SAIR RECIFE iiooj ine espera o ano Após 110 dias de greve de fome em cinco anos, ele rejeita, o indulto e só estará livre daqui a 24 anos verdade, ao acenar com o indulto, o governo tenta esvaziar o movimento pela anistia ampla, geral e irrestrita. Mas. se depender dos presos políticos brasileiros que já se manifestaram expressamente em vários documentos. ele terá que arranjar outro mecanismo. Este do indulto, repelimos com ehergia. ainda que isso signifique alguns amos a mais de cárcere. Fomos uma reação a erros da esquerda JK Que tipo de critica faria ã ação do movimento desenvolvido á época de sua prisão. K Criticaria seu caráter eminentemente pequenoburguês tanto nos melodos, quanto nas proporções seu imediatismo, sua falta de embasamento teórico e conseqüente distanciamento da realidade brasileira. São fatores interligados. A grosso modo, podemos dizer que tomos uma reação ao acúmu- Io de erros que a esquerda brasileira vem carregando ao longo de sua história. Mas reação explosiva, incontida, que acabou se transformando também naquilo contra o que se estava reagindo. A despeito disso, não se pode subestimar a contribuição dada num momento cm que refluíram toda as alternativas de atuação. A apresentação na pràtica de uma perspectiva de revolução popular se bem que respaldada num erro básico de avaliação do nível real do movimento de massas questionou a impunidade do poder e demonstrou ser possível achar formas de enfrentá-lo em qualquer situação. JR Solto, que tipo de atuação política pretende desenvolver? R Meu futuro imediato ainda se encontra circunscrito pelas grades. Náo tenho assim muita clareza quanto ao que possa fazer pessoalmente quando solto. Uma coisa porém é certa, estarei sempre ao lado dos que este- 3^ - Oiàrn^.>.;"? $ RHOLINE «Meu futuro imediato ainda está circunscrito pelas grades» jam batalhando por um aprofundamento das conquistas democráticas num sentido popular. JR Que tipo de luta política deve desenvolver a oposição para sensibilizar os segmentos mais representativos da sociedade brasileira. K _ Fortalecer os mecanismos independentes da oposição popular. Trata-se de engrossar as fileiras dos movimentos surgidos naturalmente nos combates travados contra a ditadura, tais como os núcleos de anistia, os centros de defesa dos direitos humanos. O já citado Movimento contra o Custo de Vida, os sindicatos autênticos, etc. O que se tem que deixar claro é que o centro dessa luta não é o Parlamento embora possamos admitir sua interligação como tribuna de denúncias. Esperava mais a morte que a prisão JR Como descreveria a experiência que teve nos cárceres? Foi torturado. O que aconteceu. R A experiência com a tortura é antes de tudo uma experiência trágica. O torturador é o homem despojado de sua <essência humana, reduzido a uma condição meramente animal. Quando um tipo assim passa a ser peça-chave na engrenagem política-militar destinada a defender a ordem estabelecida, é que o sistema todo está podre, corroído por uma mentalidade exclusivamente destrutiva. Pessoalmente, estava despreparado ideologicamente para um enfrentamento desse tipo. Esperava muito mais a morte que a prisão. Resisti quando a polícia cercou a casa onde estava. Um companheiro que se encontrava comigo (Maurício Anizio de Araújo) rompeu o cerco, sendo ferido no peito e na coxa algumas ruas mais adiante. Eu fiquei na casa. dando cobertura ã fuga, ocasião em que saiu ferido um policial e fuiviolentamente espancado por outro. Lascaram-me a cabeça a coronhadas de revólver. Mas não fui muito torturado. Na época, aqui no Estado, as torturas dependiam de uma estrutura muito mais primaria e artesanal que a montada posteriormente através do DüT-CODI no QG do IV Exército. As seqüelas das torturas nâo se esgotam no momento em que se realizam. As concessões feitas vão atuar permanentemente no sentido de uma destruição não apenas física, mas moral. O combate que então se trava para vender caro a derrota é realmente dilace^ador. Apesar disso, a tortura é um profundo teste de conhecimento de nossa força real. Ali estamos nus. E não podemos recorrer às capas com que procuramos, às vezes, embelezar a imagem que fazemos de nós mesmos. Km busca de soluções globais JR E o governo Figueirodo. Acredita no seu modelo político. r _ Nossa preocupação é sempre a de destacar soluções globais para a sociedade brasileira. O que se coloca diante de todos é a sua Iransformação revolucionária. Nâo acreditamos que possa haver modelo satisfatório, dentro de uma estrutura econômicosocial a serviço do capital financeiro > e da burguesia ligada aos monopólios internacionais no Brasil. Figueirodo encaminha um governo de transição ninguém sabe ainda muito bem para onde. Promove algumas aberturas. O de Mediei foi o governo mais reacionário, obscurantista e ditatorial de nossa história mais recente. Mas Figueiredo era chefe da Casa Militar desse governo, de toda repressão no governo Geisel. Isso vem comprovar a correção de uma noção elementar do marxismo: não são os homens individualmente que respondem pelos destinos das nações; são os interesses econòmico-sociais sobre os atuando. quais eles estejam Quatro em liberdade. desempregados Curtindo a praia e preocupando-se com as perspectivas profissionais LUÍS AUGUSTO FALCÃO Depois de libertados, anteontem, quatro presos políticos «lutar para que o Brasil seja I camente. com o objetivo de de Pernambuco enfrentam realmente democrático e o um novo tipo de problema: a povo tenha condições de falta de perspectiva profissional. Nenhum deles sabe Ele participou da ultima determinar o seu destino». exatamente o que fazer da greve de fome dos presos vida de agora em diante e. políticos de Pernambuco. embora insistam que o Melhor situada profissionalmente, a médica Selma momento «é de curtir a hberdade», já começam a preocupar-se com a possibilidade de continuar trabalhando no Ins- Bandeira Mendes tenciona ficarem desempregados. tituto de Medicina Infantil de Onze anos entre a clandes- Pernambuco IMIP. Nos Unidade e a prisão fizeram anos de clandestinidade, com que o veterinário Valmir devorou vários volumes de Costa esquecesse quase tudo pediatria e não desaprendeu. que aprendera em seu curso ao contrário de Valmir. Seus da Universidade Rural de conhecimentos, o bom Pernambuco. Além disso, comportamento no cárcere, esta sem o diploma: no dia aliado â necessidade de ter da colação de grau. agentes que trabalhar, por rocomen- do DOPS estavam â sua procura com um mandado de prisão preventiva, pois. como presidente do.diretório da Veterinária, havia comandado um movimento pelo ensino gratuito, que resultou em uma greve dos estudantes de todo o Estado. Em 68. fiquei visado exatamente por causa dessa greve contou Valmir. ontem, quando tomava sol na praia da Casa Caiada, em Olinda, na primeira vez em Anatole e Lúcia Uva onze anos que podia ver o Jülieh, as crianças mar, tranqüilo, «sem o perigo uruguais seqüestradas em de ser preso ou morto pela Buenos Aires e localizadas, policia». três anos depois, em Va- Por causa de nossas Iparaiso, no Chile, deverão reivindicações, tivemos que ficar mesmo com seus pais tomar como refém o vicereitor da Universidade, Clau- Jesus e Sivil Larrabeiti. adotivos, o casal chileno dio Martiniano Selva, para Acordo nesse sentido está que ele concordasse em sendo discutido entre o manter os preços simbólicos casal e a avó legítima das do restaurante universitário, crianças. Maria Angélica üs preços foram mantidos. Julien. O acordo está bem Fui expulso, retornei depois, me prenderam em encaminhado: Ibiúna, pais adotivos no e avó concordam em que Congresso da UNE, e tive que Anatole e Eva Lúcia entrar na clandestinidade, fiquem no Chile até os 15 em função da política estudantildir por si mesmos seu anos, quando poderão deci- A pediatra. Antes de arranjar um emprego que caleu- tá-los sempre que quiser e destino. A avó poderá visi- Ia desde jà ser muito difícil terá influência na educação Valmir pensa em reaprender, fazendo um estágio, e pendente- a avó quer que dos menores. O único ponto em continuar atuando politi- dação médica, fizeram com que a Auditoria Militar permitisse que ela. durante o período da prisão, estagiasse no setor de pediatria do hospital, sem remuneração. De dia, Selma trabalhava, a noite voltava a sua cela da colônia teminina do Bom Pastor, no bairro do Engenho do Meio. Para os outros dois presos Maria Aparecida dos Santos e Edilson Freire Maciel as dificuldades profissionais são maiores Maria Aparecida pensa em rever a família em Eduardo Gomes, no Rio Grande do Norte. O estudante Edilson Freire Maciel não tem planos. CRIANÇAS URUGUAIAS Acordo à vista Elas ficam com os pais adotivos, até os 15 anos ou até o pai reaparecer as crianças continuem usando o sobrenome Julien (de seu pau, com, o que não concorda o casal chileno. Agora, caberá ao juiz referendar e. assim, legalizar o acordo, que. de Qualquer forma, mantém o pátrio poder de Rpger Cáceres de Julien. o pai legitimo das crianças. Se ele aparecer, os filhos ficarão com ele. Roger e sua mulher Victoria Grissonas foram seqüestrados pela polícia em Buenos Aires, em 197(5. e estão desaparecidos até hoje. Suspeita-se, a partir de uma indiscreção do presidente do Supremo Tribunal Militar uruguaio, que ele esteja no presídio Libertad. em Montevidéu

13 QUINTA FEIRA 30 DE AGOSTO DE 1970 REPUBLK& CULTURA PÁGINA 13 2" CADERNO CINEMA incesto está na moda E não é só o incesto: o Festival de Cinema de Veneza, reaberto dez anos depois, está mostrando também uma quantidade alarmante de homicídios e estupros Lembram-se de Por quem os sinos dobram, onde lngrid Bergman desiiza, com um sorriso, não se sabe se ingénuo ou convidativo, no slceping bag de Gary Cooper? Pois acabo de rever lngrid na sua filha isabella Rossellini, no filme íl Prato (O Campo), dos irmãos Paolo e Vittorio Taviani. Isabella, logo rebatizada Isabelíssima, tem tudo da mãe e quase nada do pai, Roberto, o célebre diretor neo-realista falecido no ano passado. Ela sorri como a lngrid de Mulher Exótica, mexe a cabeça como a lngrid de Casablanca e se contrai como a lngrid de Interludio. Isabela tem 27 anos e vive em Nova York. No momento vive um caso com o diretor americano Martin Scorsese, que também está cm Veneza estes dias. Ela tem realizado trabalhos jornalísticos para a TV italiana c acaba de assinar um contrato de colaboraçáo com o semanário Amica. Em suma, ela quer ser mais jornalista do que atriz, uinda que muitos, aqui em Veneza, lhe profetizem um tranqüilo e talvez brilhante futuro no cinema. Em todo caso, surge com uma nova maneira de interpretar; antiacadémica, desinibida. Essas qualidades, no entan- [o, não salvaram o filme, escolhido para inaugurar o renascido Festival de Veneza (por enquanto sem os prémios famosos dos «Leões de Ouro», que só voltarão no ano que vem). O filme náo convenceu. Encontra os seus momentos mais altos nos M*WÊÈ WllÊSÈmms ^m "WSKr J_P* *?M8j_Srjr sjfl TiÉ u :tfí SêÈÊÊ llm» wêmmèà IVl«r ÊiÈ- WÊÈÊÈ Eli JILL CLAYBURG A môe apaixonada pelo filho adolescente e toxicômano ISABELLA A estrela de 11 Prato, dos irmãos Taviani.. m G1USEPPE MOHABITO, de Veneza episódios de pura contemplação musical, como quando o herói do filme, que sonha ser diretor de orquestra mus acaba juiz, se prepara para um encontro com Isabella. Incestos. A partir desse inicio metafísico, o Festival de Veneza embrenhou-se por um caminho de homicídios, estupros, incestos. Ao que parece, aliás, este será o tema dominante nos filmes programados: as relações entre pais e filhos filtradas através de alguns tabus. Mas nem por isso ou seja, nem mesmo do ponto de vista do horrível ou do desagradável, ainda que estes assuntos sejam tratados com mãos sábias o Festival continua a crescer. Outra decepção foi Um drama burguês de Florcstano Vancini, extraído de um romance de Guido Morselli escritor que se matou aos 61 anos, em 1963, e que só a partir de então foi «descoberto» como um dos mais dotados da atual literatura italiana. O. filme, fiei ao livro, persegue o tema profundo da impossibilidade de conhecimento. Estamos em Lugano. Num hotel, em quartos comunicantes, hospedam-se por alguns dias um homem (Franco Nero) e sua_ filha (Lara Wandel). Ele viúvo há anos e correspondente de um jornal italiano na Alemanha, ela crescida longe de casa, educada num colégio suíço. A moça sente atração sexual pelo pai. Gostaria de ser sua mulher. O pai, perturbado pelo sentimento e pelas sensações, atormentado pela idéia de vir a ceder à tentação, procura afastar esse risco tendo um rápido caso com uma amiga da filha. O incesto foi evitado mas a filha mata-se. Na estréia do filme, l.ara foi impedida de entrar na sala: ela tem apenas 15 anos. As cenas de nu foram rodadas por uma doublée. Nus na neve. O japonês Kaneto Shindo também ofereceu a sua contribuição ao temi do incesto, assim como Bernardo Bertolucci em A laia, onde.jill Clayburg ama o filho adolescente e tóxicomano. O filme japonês chama-se Kosastu (Estrangulamento) e relata um fato verídico. Tsutomu é um estudante muito aplicado, mas seu pai percebe que ele tem algum problema sexual. O rapaz está apaixonado por uma colega. Um dia tenta violentá-la em um bambuzal. Subitamente descobre que o padrasto abusa dela. A moça, finalmente, mata o padrasto e se entrega a um dia de amor com Tsutomu, ambos nus sobre a neve. Depois asso ela se mata, atirando-se num lago. O rapaz desespera-se: agride o pai. que o surpreende tentando fazer amor com a mãe. Pouco depois o pai lava o rosto com água fresca, caminha para o quarto do filho e o estrangula com um cinto de seda. É condenado a três anos de prisão com sursis. Volta para casa. Mas a mulher diz: «Devolva-me Tsutornu». Ela passa as noites no quarto do filho, imaginando cenas de amor com ele e relendo as cartas que ele escrevia. Dizia Tsutomu: «Minha mãe é minha, há. há». Doce condessa. Ao contrario do diretor japonês, o espanhol Afonso Ungria, de 33 anos. mostra sensíveis progressos. Nos tempos de Franco ele dirigira o polêmico líl hombre oculto. Agora, em Veneza, mostra Soldados. Estamos nas fileiras republicanas em retirada rumo à Alicante, e nesse clima se descreve o desespero de cinco homens cujos caminhos e destinos se entrelaçam caprichosamente. Um outro momento feliz do Festival foi O Mago de Lublin, do israelense Menahem Golan. extraído do romance de Isaac Bashevis Singer, prêmio Nobel do ano passado. O filme já tinha sido apresentado em Quines sem concorrer a prêmios. Destaca-se a interpretação de Alan Arkin e de Louise Flechter. a terrível enfermeira de Um Estranho no Ninho, agora uma doce condessa por quem o mago se apaixona. De qualquer maneira, mesmo se alguns de seus aspectos justificam perplexidades, o primeiro julgamento sobre a ressurreição do Festivai de Veneza, dez anos depois, é positivo. Diga-se. porém, que seu calendário é infeliz se confrontado com o de Cannes. Não tem as estruturas imponentes e ao mesmo tempo ágeis do festival francês. O festival organizado em numerosas seções, entre as quais destaca-se Lofficina, destinada sobretudo a filmes experimentais e a documentãrios. Aí foi projetado Claire de Femme. de Costa Gavras. com Ives Montand e Romy Schneider. Eles se encontram, amam-se. deixam-se e reencontram-se inúmeras vezes no decorrer de uma única noite, contra um fundo povoado por artistas de cabaré. turistas japoneses e aristocratas russos: participam de uma festa na companhia de misteriosos embaixadores. A certa altura, não há mais nada para comer e beber, e os jornais, na madrugada, anunciam novas esperanças e vida em Marte. OS ROSSELINI. tem muito pouco do pai Roberto e muito da mae lngrid Bergman NAUSP Hora,do «bandeijcio», cartazes nas paredes e _ um aparente desinteresse peio voto UEE Com uma novidade Uma sexta tendência surgiu ontem, no último dia da campanha eleitoral para renovação dos dirigentes da União Estadual dos Estudantes de São Paulo: o «voto na entidade», alternativa para aqueles que ainda não se definiram ou não simpatizam com nenhuma das cinco chapas concorrentes, ao mesmo tempo que não concordam em anular a cédu- Ia ou deixá-la em branco. Essa opção é similar ao «voto na legenda»" descarregado tradicionalmente nas eleições parlamentares sobre o MDB, só que no caso estudantil a legenda é a própria UEE-SP. sigla que deverá ser inscrita nas cédulas pelos seus adeptos. O «voto na entidade» faz parte de uma campanha contra a abstenção no pleito que começa hoje e termina amanhã em todo o Estado. Quem lançou foi-um grupo de estudantes do 1" ano da Faculdade de Direito da USP: «A realidade mostra um distanciamento entre as entidades e grande parte dos estudantes, constatado no grande número de abstenções que se verificaram nas últimas eleições de DCEs, UEE, e até centros e diretórios acadêmicos». Das arcadas do largo São Francisco, esses universitários alegam que «no processo de formação e discussão das chapas não está havendo um debate amplo e necessário que permita a todos o conhecimento é o entendimento sobre as questões, rumos e lutas a serem travadas para o avanço do movimento; isso dá margens a votos sem embasamento político, sem uma visão clara do que deve < *, Surgiu uma sexta tendência: a do voto na legenda UEE. Um protesto contra o elitismo das cinco chapas FLAMÍNIO FANTINI ser um programa de uma diretoria de nossas entidades livres». O temor de um nãocomparecimento maciço dos estudantes projeta-se também para o futuro, já que neste semestre haverá ainda exaustivas eleições para a UNE, os DCEs e os centros académicos, todos,em épocas diferentes, o que restringirá muito as atividades do movimento estudantil. A atitude de abstenção é qualificada pelos alunos de direito de «comoda, despolitizada, condicionada, preguiçosa, inconseqüente e reveladora de falta de compromisso com a história». De acordo com um dos atuais dirigentes da UEE, Israel Henrique Weligora, a entidade terá que resolver ainda como contabilizar os «votos na entidade», já que oficialmente os mapas eleitorais admitem apenas as cinco chapas e as alternativas clássicas de nulos e brancos. Na sua opinião, a nova opção assemelha-se ao voto em branco, embora tenha um nítido caráter de fortalecimento daentidade e não de apatia. «Esse ano o número de votos em branco vai aumentar prossegue Israel, aluno de Geologia, mais conhecido pelo apelido de «Judeu» e candidato a presidente pela chapa Voz Ativa embora não alcance a mesma expressividade que a votação nas chapas». Sobre os prognósticos, ele acredita que «será um pleito bem dividido, pois não existe hegemonia marcada de nenhuma das correntes, ao contrário do ano anterior», quando a preponderància da Construção sobre a Liberdade e Luta era visível a olho nu. Os últimos debates entre as chapas Voz Ativa, Chegou a Hora, Liberdade e Luta, Convenção e Novação deixaram um saldo patético, resumido na fala do estudante Farid Salomão, apresentador da Convenção no encontro da hora do almoço na Fundação Getúlio Vargas: «O número de apenas 25 pessoas aqui presentes mostra o buraco em que se encontra o M.E. Isso é entristecedor». No mesmo horário, um contingente semelhante reuniu-se também na escola de Geologia da USP; na Politécnica, começou com uns trinta alunos e pouco depois se dissolveu, dando mostras do clima de desinteresse por parte da massa universitária. Contudo, a agitação da UEE ontem era febril, com muitos dos diretores deslocados para o interior para dirigir as eleições em cerca de 4Ü cidades, número esperado. Não havia ainda um cálculo preciso das cidades inscritas, respectivas faculdades e estimativas localizadas de votantes, mas a UEE reafirmava o total de 8ü mil como expectatica Ȯ colorido ás vésperas do inicio da votação ficou mais uma vez com a Libelu que parece estar estreiando seu new look para a temporada de verão a julgar pelos cartazes que seus militantes afixaram ontem nas faculdades: um pueril gatinho azulceleste substituía o vermelho-revoluçáo, mais típico da tendência, com os dizeres «nem todos os gatos são pardos», chamando a atenção dos universitários para as diferenças entre as Chapas. ANOTE A Bandeirantes não é mais aquela Parece que o esquema do milagroso Guga, para a Rede Bandeirantes, não está dando muito certo e a TV está dando prejuízo. Em conseqüência disso, estão querendo arrancar dinheiro de onde podem- Um exempio è a mudança sofrida pela FM Bandeirantes, antes muito boa e agora inaudivel. O que antes era MPB, agora foi substituidso por discoteque, trocaram Chico Buarque, Milton Nascimento^ João Gilberto e Cartola, por Santa Esmeralda, e congêneres. É que os mágicos da rádio acharam que o esquemão usado pela Excelsior e Difusora era lucro certo, iam atingir maior público e com isso amealhar maior número de publicidade. O resultado foi catastrófico, pois esse mercado já está saturado pelas dezenas de emissoras que usam (sem grandes faturamentos) a mesma, fórmula. Ainda por cima, 0 público fiel da FM Bandeirantes, composto em sua maioria por estudantes universitários, artistas e profissionais liberais, deixou de sintonizar a emissora. É bem feito, para aprenderem a nào ser macaco imitador. Agora, tudo bem com Cartola È a segunda vez que Cartola prega um susto nos amigos. Há dois anos, foi internado para extrair um tumor na garganta. Terçafeira última teve que repetir a operação. Ontem, o telefone do seu quarto no Hospital São Francisco de Paula, no Rio, nâo parava de tocar todo mundo queria saber como estava o compositor, que apesar dos 70 anos, passava muito bem. Como já permitiram as visitas. Zica, sua mulher, terá que ter muita paciência, pois há uma fila enorme de amigos e admiradores querendo ver o velho Angenor de Oliveira. A poetisa na arapuca da censura A abertura definitivamente nâo chegou a todas as partes: ao aeroporto de Congonhas, certamente não. A antropóloga e poetisa brasileira Márcia Teophilo teve recentemente apreendidos os poucos exemplares de seu poema Arapuca, que foi editado, a propósito,, na Itália, onde Márcia viveu nos últimos anos. O livro contém desenhos de gente célebre na Europa, como o espanhol Rafael Alberti e tenta mostrar a história de «um povo prisioneiro em sua própria terra», como diz a apresentação da leitura dramatizada do poema, que será feita segundafeira, dia 3, no Teatro Alfredo Mesquita. No aeroporto, a única explicação que Márcia recebeu foi a de que os livros teriam que ser encaminhados à censura. Ela, por meio do advogado Antônio Funari Filho, entrou com recursos junto à Justiça Ṅovamente a explosão de Pepeu Pepeu Gomes, o excelente guitarrista dos Novos Baianos que no ano passado gravou um disco solo (Pepeu) com muito sucesso e tem feito apresentações estrondosas por ai a última delas no festival de Montreux, onde se apresentou com John Maclaughlim acaba de ser contratado pela WEA e prepara um compacto de estréia. Forró Ano 2000, de parceria com Baby Consuelo e Meu Coração, dele e de Gilberto Gil são as músicas do disco. Chegou a hora de Tatá Guarnieri Depois de ler participado de festivais amadores, estudado técnica vocal e instrumental, formado e desfeito conjuntos, o cantor e violonista Tatá Guarnieri finalmente lança seu primeiro disco: um compacto duplo, da Continental, onde uma das músicas, Mar dos Camuflados é de sua autoria. O disco, com selo CLAM, tem o nome do autor. O Oriente mais perto de você das Se você è adepto teorias orientais e não tem dinheiro para ir até lá, vá até a rua Bahia, 871, Higienópolis. Hoje, às 20 horas, será realizada uma conferència sobre o «conhecimento revelado», pelo guru Maharaj-Ji. Os conferencista serão o jornalista Venceslal Soligo e o «iniciador» Celso Lousada, que veio dos Estados Unidos especialmente para «iniciar» alguns latinoamericanos. Dias 1" e 3 de setembro tem mais. NA FILA Os cartazes soo os de sempre, mas a Libelu desta vez melhorou o visual

14 4 PAGINA 14 REPUBLICA. BOAVIDA OUIMTA FFIRA 30 DF. AGOSTO DF 1970 TEATRO A censura adorou essa peça sobre a repressão A funcionária da Censura não só liberou Tiro ao Alvo como sentiu vontade de subir ao palco Assim que as luzes se apagaram e os atores entraram em. cena, a censora para quem o espetáculo estava sendo exibido virou-se para sua amiga ao lado. e com ar de desalento, declarou: «Ku acho que estou no lugar errado. Devia estar lá no palco». Foi para essa atriz Ilustrada, hoje conformada cm encenar peças amadoras com sêús colegas da Acádemia de Polícia, que os atores do Tiro ao Alvo repassaram pela última vez as cenas do espetáculo que estreou ontem, no teatro Faap. Talvez tenha sido constrangedor para ela ver e ouvir os personagens espicaçando de maneira ora comica, ora trágica tudo aquilo que, de uma maneira ou de outra, a Censura representa. CARMEN CAGNO «Tiro oo Alvo», na FAAP: roupas e personagens Mas é possível, também que clã nem tenha se importado: afinal; seu oficio por definição, consiste em encarar a repressão como rotina. O certo é que, ao final de uma hora e meia, quando Lilian Lemertz desceu á platéia sorrindo e suando multo, a censora e seus amigos cumprimentaram a atriz com entusiasmo. A peça passou. Sinal dos tempos. Certamente que sim, pois nesse Tiro ao Alvo, o autor Flávio Márcio não poupa ninguém. Através do dia-adia de uma família burguesa, ele leva os valores da classe média ás últimas consequèhcias e, consequentemente á completa decadência. Nessa família o pai (Sérgio Mambertii sonha ser «o homem de visão do ano», e TEATRO para isso faz tudo o que estiver ao seu alcance: sonega impostos, explora seus gperários, põe água no leite e empresta dinheiro ao Atalla. A mâc (Lilian Lemertz), elege o dinheiro e a televisão como seus ídolos e se escandalizii ao saber que a" filha (Cláudia de Alencar) ainda é virgem. Pois, nessa espécie de «ficção da realidade» as mocinhas começam a «dar» muito cedo, em troca de alguns cobres, cedidos pelos moços das famílias amigas. Tudo muito «chie». O filho (Géorge Otlo), finalmente, é especialista em tiro, e os alvos são as pessoas que não concordam com as regras do sistema. Sob a correta direção de Ronaldo Brandão, oespetácu- Io oscila entre o drama io próprio terna) ê a comédia i a Á escolha, entre outros programas, duas peças de Sérgio Jockyman. Pode ser O Inocente, no TBC, às 21 horas. Urna comédia que recorre à sociedade e ao absurdo. Quem quiser um Jockyman mais leve pode ver Treze, às 21h30. no Teatro Paiol, comédia pura e simples envolvendo um executivo e seu motorista. «Tiro ao Alvo, a última peça de Flávio Márcio, autor de Reveillon, é, segundo o diretor Ronaldo Brandão, uma história política que náo aborda diretamente temas políticos: a repressão, aqui, é analisada a partir da observação do universo de uma lamilia. Com Marco Nanini é Lilian Lemertz. Teatro Faap (Ru; Alagoas. 903, telefone ). De terça a sexta, ás 21 horas; sábado, ás 20 e 22; e domingo ás 18 e ás 21 horas; ingressos: quinta a domingo, Cr$ 200 e Cr$ 100 (éstud.i; sexta e sábado Cr$ 200. O O Inocente O autor Sérgio Jockyman depois de várias comédias leves até demais, tem um repente de humor sério. O Inocente em qtiestáo está preso numa ltália fascista que ainda hoje se repete em muitos lugares. Não falta situações absurdas que oscilam entre o riso é temor. Duas ótimas interpretações: Luis Carlos Arutin e Luis Serra. No TBC (rua Major Diogo, 315, tel ), ás 21 horas. Ingressos: Cr$ 120 e Cr$ 80 (estudante). 18 anos. O Sopro de Vida. Um raro momento de teatro feito com paixão. Marilena Ansaldi dança é representa um dos últimos textos de Clarice Lispeetor. Não o melhor, mas com a angústia sempre impressionante da escritora quando trata da vida e da morte. O espetáculo concilia,! porém, esta dor incurável com instantes de grande poesia. Ás 21h30. Ingressos Cr$ 150,00 e Cr$ 80,00 (estudantes). Teatro Ruth Escobar Sala Galpão (r. dos lngle- [sés, 209, tel ). Camas Redonças, casais Quadrados. Até os artistas de teatro não entendem o sucesso desta historieta de maridos infiéis e suas chatíssimas mulheres. Ocorre que o Auditório Itália (av. São Luiz, 50, tel ). está sempre lotado.um programa ideal para quem ri á toa. Com Francurlos Reis, Chico Martins e outros. Ás 21 h. Ingressos Cr$ 200,00 e Cr$ 100, anos. e Vejo um vulto na janela, me açudam que sou Donzela. Apesar da dificuldade da autpra Leilah Assunção em chegar ao essencial com poucas palavras, desta vez ela consegue retratar com sensibilidade o Brasil que desabou em Um grupo, de moças confinadas em um pehsionato discute pequenos sonhosenquanto na rua uma classe media exaltada marcha com Deus pela Família e pela Liberdade. Com Volanda Cardoso, Ruthinéa de Moraes. Cláudia Melo. Dériise Del Vechio. Yrriara Reis. Cristina Santos. Ás 21 h. Ingressos Cr$ 200 e Cr$ 100 (estudantes). Teatro Aliança Francesa ir. General Jardim, 182. tel ). 18 anos. O Quem tem medo de Itália Fusta? Um grupo de jovens artistas se dá ao luxo algo infantil, mas engraçado, de parodiar o velho teatro. F eles imitam muita gente mas não explicam quem foi Itália Fausta, o que talvez fosse o mais curioso. Teatro Bexiga ir. Rui Barbosa.672). Ás 21 h. Ingressos Cr$ 80 (preço único). «Sinal de Vida. Lauro César Muniz tenta questionar a sua geração, aquela que resolveu ganhar dinheiro e enterrar os ideais. Sincero, embora parcial. Km todo caso, um ensaio de discussão sobre a represâo política e o arrivismo de intelectuais, no caso um jornalista, que trocaram a luta pelo sítio com piscina. Antônio Fagundes é o astro e está sincero porque, ao contrário das telenovelas, o personagem é fraco mas não débil mental. Ás 21h. Ingressos: Cr$ 180 e Cr$ 80 (estudantes) Auditório Augusta ir. Augusta, 943). 18 anos. 9 Gimba, Presidente dos Valentes. De Gianfrancesco Guarniere. É a história de um malandro, Gimba, que é ídolo no morro onde vive. É um marginal que, apesar dessa condição, reúne todas as virtudes para subir na vida. Encenada pelo Grupo Teatral Itaü e dirigida por Herton Roitmar... Teatro Markanti (rua 14 de julho, 114, telefone ), Horário de quarta a domingo: 21 horas. Ingresso: Cr$ 30. Baixa Sociedade. Pretexto para se ir ver, ou não, Jucá de Oliveira. Comédia de vôo raso, abordando falta de dinheiro, golpe de baú e apertos da classe média baixa, baixa. Jucá continua fazendo lembrar que, se quiser, ainda poderá ser um ator importante para o teatro brasileiro. Às 21 h. Ingresso: Cr$ 70 (único e razoável, que bondade!) Teatro Brigadeiro (av. Brig. Luiz Antônio 884, tel ). 18 anos. Ér Independente de qualquer outra consideração, um espetáculo com Fernanda Montenegro e Fernando Torres, o que significa interpretaçoes brilhantes. O amadorismo fica de fora. Ambos discutem problemas conjugais segundo a ótica sutilmente conservadora de Millór Fernandes. Um sucesso que tem ainda o bom desempenho de David José. As 21 h. Ingressos: Cr$ 200 e Cr$ 100 (estudantes). Teatro Maria Delia Costa (r. Paim 72. tel ). 18 anos. Treze. Nessa comédia de Sérgio Jockyman, dois homens, um executivo e seu motorista, se vêem envolvidos subitamente pelo mesmo problema. Um cartão de loteria é o artista principal. Direção de Antônio Abujamra. Desempenho excelente de Rubem de Falco e Paulo Goulart, no Teatro Paiol, rua Amaral Gurgel, 164. Ingressos: Cr$ 100 e Cr$ 200. IX 41 a 6, ás 21h3ü. No Natal, a Gente Vm Te Buscar. Naum Alves de Souza não se sai tão bem escrevendo e dirigindo comedias como quando laz seus maravilhosos bonecos. Em todo caso vale a pena ver essa história que resume o drama das pessoas solitárias. Com Isa Kopeiman. J.C.Viol- Ia, Alexandra, Corrêa e Paulo Roberto Jantalla, na Sala Guiomar Novaes/Mec-Funarte. alameda Nothrnann Ingressos: Çr$ 100 e Cr$ 50. De 4: a sábado, ás 21 horas. HAPPY DAYS maneira de encará-lo). Tudo em cena è exagerado. Da decadência moral das pessoas aos figurinos de Bárbaia llulanicki, louquíssimos, cheios de um falso brilho perfeitamente adequado aos personagens. E se todos os atores se saem bastante bem. a perfeição fica por conta de Marco Nanini. o «Michélzinho», uma espécie de James Dean dos anos 80. que abusa das drogas para entrar no esquema. Nessa história que trnnscende mas nao muito a realidade, o único cantor permitido é Roberto Carlos. E o cúmulo da subversão é ter um disco de Mercedes Sosa escondido em casa. Atinai, como berra um personagem, a gente chega em casa cansado, querendo MAMÃE., O ÔDP- VOG - Ac44-aOE\AlDEJ$ coiao comrrribülc^o PAgA *$ WTO&AS / igualmente extravagantes esquecer de tudo, põe um disco na vitrola e essu mulher ainda fica reclamando! Outro achado de Flávio Márcio é a apresentação do espetáculo por um mestre de cerimonias i também feito por Nanini). Uma espécie de «dono do circo», que explica a história e cada um de seus personagens. Kle faz uma gloriosa entrada cm cena, pela platéia, com uma peruca dourada, cartola alta e Iraque preto e vermelho. Aliás, esse tipo de íhgredíenté reforça o espetáculo. Muita cor e brilho no elenco, nas fantasias (fantasia mesmo ) e no cenário, criado pelo decorador Márcio Colaferro. Pena que o Ijornal náo seja a cores. Bife* SiiiÉláiiiSi^^ RESTAURANTES Quem já provou das delícias do Barolo, nobre vinho piemontês, de antiga estirpe? Há um restaurante, em São Paulo, onde se pode saboreá-lo. E ainda se come bem La Bettola, rua Âmauri, 327. Nota: 7 Bettola, palavra italiana, quer dizer estalagem cuja freqüência deixa a desejar. É palavra antiga e por isso, talvez. La Bettola tem a pretensão de parecer pousada medieval. A boa comida compensa as cadeiras de encosto vagamente gótico. digamos. (Atenção: não pendure ali o seu paletó-1 Ataque honestos e, em alguns casos, importantes pratos de massa: Paglia e Fieno, ao molho de tomates, perfumado de manjerição; Tortelloni di Rieotta (no recheio, colhe-se também a pastosa prcsença das nozes) ao creme, ou, mais simplesmente, passados na manteiga e salpicados por folhas de salvia. Cogumelos secos italianos podem ser convocados sobre as mesas deste restaurante para enriquecer fatalmente um «risotto» de alta qualidade. Quanto á vodka que inflama o molho de um prato de "penne» (ao vodka, justamente), temos ai uma concessão ao exótico, discutível, decerto, mas de resultado razoável para urri repásto em busca de novidades. Importante: no La Betolla é possível tomar Barolo, coisa rara em São Paulo. Não se trata de melhor marca, nem das melhores safras. Mas o Barolo, um dos melhores tintos italianos, vinho piemontês de antiga estirpe e admirável resisténcia ao envelhecimento (e somente sai do tonei depois de cinco anos), vale sempre a pena. Sem Barolo, e sem outro vinho, você vai gastar entre 300 e 350 por pessoa. Tancredi D-Altavilla MIGUEL PAIVA 15 c<zozeifcc6 ^v À ) \Arj\x.^) /~} /1 7KaiJ i ) Cr] 4y )M~i m rr^jii) / í HA LJ^ff^ C_<l3 ^/j^y^-^ c / TV Destaque para Malu Mulher, apesar do enredo inverossímil do episódio de hoje. O feminismo não caminha a passos tão largos assim. A noite está forte em cinema. A Tupi e a Globo competem com Agonia è Êxtase, biografia de Michelangelo (com Charlton Hèstõn) e Zorba, o grego (com Anthony Quinn). Ás 11 da noite As 16h20, pela Bandeirantes, Mary Tyler Moorc. Pode náo agradar a todos, mas é a melhor comédia enlatada á disposição; A personagem titulo é redatora de um telejornal cujo apresentador, chamado Ted Baxter, tem a pinta do Cid Moreira e demonstra tanta inteligência quanto seu colega brasileiro: não consegue andar e falar ao mesmo tempo. e A fotografia foi inventada por um brasileiro. E o que a TV Cultura coloca em quêstão no seu Relatório dois (21h00)! destacando o trabalho pioneiro de Hércules Florençe. «Com nei Costa, estrangeiro náo canta*. Este é o lema do musical As mais mais (Bandeirantes. 21h00). que nesta quinta destaca o trabalho da jovem cantora e lelrista Fátima Guedes. Além dela. Jane e Herondi, Antônio Marcos, os Fevers e Vando aquele que canta «moça. sei que já não és pura...* A figura central de Malu mulher de hoje (Globo, 22h00) Alan Bates e ê Elisa, sua filha. Elisa encontra o pai numa lanchonele com a bela Sandra (Cristíane Torloni. que já foi chamada de *a Jane Mansfield global»), Náo gosta do que ve, e Malu tenta desencucar a filha convidando o exmarido Pedro Henrique i Denis Carvalho) e sua nova páquera para jantarem cm sua casa. O episódio se chama Com unhas e dentes e foi escrito por Manoel Carlos. As 23h00, na Cultura, Teatro 2. Em cartaz. A raiz do grito, que Afonso Cláudio de Figueiredo escreveu e Walter George Durst dirigiu. O argumento já foi utilizado em muitos lilmes, mas não deixa de ser sempre atraente «após um desastre de automóvel um policial e um criminoso encontram-se num local deserto, feridos e unidos por meio de algemas». O policial é Othon Bastos. O criminoso é Ricardo Petraglia. Você tem dois bons filmes para. encerrar sua noite na tevê. O primeiro é Agonia e Êxtase (Tupi, 23h00), biografia do pintor Michelangelo. Uma espécie de duelo de personalidades fortes, entre o artista (Charlton Heston) e o papa Júlio II (Rex llarrisoni tendo como cenário em execução o célebre teto da Capela Slxtina, O filme foi dirigido por Cnrol Reed em 1965 com um roteiro de 1lnllip Dunne. Se estiver com sono, tome cuidado: são duas horas e dez. só de projeção. O outro é Zorba, o grego i Globo. 23h30), produção americana de dirigida por Michael Cacoyannls. Alexi Zorba (Anthony Quinn) faz amizade com urn escritor inglês (Alan Bates), que herdou uma mina de carvão na ilha de Creta. Hospedamse no hotel de madame Hórtense (Lila Kedrovai, que i Zorba corteja enquanto se apaixona por outra mulher i Irene Papas). Enorme sucesso, três Oscars, e a famosa música de Mikos Theodorakis. De quebra, excelentes atores e as ilhas gregas ao fundo. Anthony Quinn, em Zonba: boa direção, melhor cenário ESPETÁCULOS Eu sou o espetáculo, de Zé Vasconcellos, está inaugurando a sala Oscarito, do Teatro de Bolso (avenida São João, 1737). O insistente comediante prometeu piadas novas, mas o maior desafio é certamente fazer rir com as velhas anedotas. Zé Vasconcellos tenta de 4- a sábado, às 9; e às 8, aos domingos Alaíde Costa. Uma das boas intérpretes da MPB está diariamente na Boate Pierrot, na ruá Rui Barbosa, 275 (telefone ). Cantando alguns sucessos de sua carreira e músicas famosas de outros cantores, ela pode ser ouvida por quem a desçonhecè dos discos. O couvert artístico é de 80 cruzeiros. O Dick Farney. O velho guru da bossa nova, mote da éterna ira de Zé Kamos Tinliorão, está tocando seu piano e cantando no Antonios Restaurante Dançante, na rua Jerònimo da Veiga, 37 (telefone: ). onde o couvert não é obrigatório e a comida bastante razoável. Para gáudio dos fãs, Dick inclui cm sua apresentação velhas canções americanas, além de Copacabana e Marina, ás 23h30. 0 Dada Cyrino. No Halleluyah, bar que é assim um.nisto de «escritório de arquitetos» com «snack executivo», na rua Henrique Schauman, 431, está apresentando o desconhecido mas excelente Dada Cyrino e Três Pipas. O conjunto na base o som embalado faz fundo musical para uisquinho e petiscos a gosto do freguês. 9 Elza Laranjeira., A Boate Enredo,.casa famosa em outras épocas, mas já um tanto cm decadência, tem agora uma oportunidade única para recuperar seu antigo brilho. Está apresentando a imortal intérprete de O Morro, que. apesar de ter sumido do mapa, ainda continua fazendo das suas em grande estilo. O Enredo fica na rua Santo Antônio 1.107, no Bexiga. 9 Luís Ayrão. Saiu dos palcos e vídeos diretamente para o restaurante Sinhá Moça, na rua Alves Guimarães, 70 (telefone: ). Lá ele canta seus sucessos antigos e novos, acompanhado pôr violão e percussão. O couvert obrigatório e de 160 cruzeiros. Maria Alcina. Já empolgou o Maracanãzinho, agora tem de se virar no Teatro Nidia Licia com o show Em Plénitude. Com sua voz tonitruante,. toneladas de plumas e paetês, a endiabrada canta e pinta o sete. sob a direção de José Briamonte. Os melhores lugares são os mais caros: 200, 150 e 100 cruzeiros, sendo que quem tem carteirinha paga a metade. Maria Bethania. Novamente, a autoproelamada «princesa da MPB» está em São Paulo. E, para variar, declama poemas épico-líricos, achando que assim dá um ar cultural a suas apresentações. Ainda assim, vale a pena ouvir os chiados e trinados de sua voz nas músicas Explode Coração e Sonho Meu, isso se o lã estiver disposto a desembolsar 250 cruzeiros cobrados pelo show. que custa mais caro do que o LP da moça que empresta o nome ao espetáculo. O local do crime é o Tuca, na rua Monte Alegre, 1024 itelefone: ). Nana Caymmi. Tem um repertório vastíssimo de boas composições que vão de João Bosco a Milton Nascimento, tudo cantado com a energia de uma das maiores inte rpretes du nossa música. O ambiente é bem agradável: Ópera Cabaret, na rua Rui Barbosa. 354 (telefone: ). È uma espécie de gafieira ciasse média, com a orquestra Elcio Alvares dando cor ao salão, e o Trio de Tango mandando brasa num açordeon furioso. Ao que tudo indica, não há programa melhor para uma noite de meio de semana, quando o couvert está a 150 cruzeiros, subindo para 200 cruzeiros nos fins de semana. e Sandra. Cantora de chorinho que se faz acompanhar por Evandro, Paulo Rosa. üenílson. Pedro José, Matogrosso,; está no República do Samba, casa que já foi Michelangelo, «um pedaço de Buenos Aires em São Paulo,,, 6 que agora ataca de MPB. Kica nu rua Santo Antônio 1.025, tem um garçom chamado Zé e cobra 100 cruzeiros de couvert. Sá e Guarabira. Os antigos mochileiros, que trocaram a poeira da estrada pelo ar condicionado dos estúdios publicitários, voltam agora aos placos com um novo show. O espetáculo faz parte do lançamento do LP Quatro de onde foram escolhidas as músicas para esta apresentação. Tudo na base do rock rural eletrificado: assim como Tônico e Tinoco em ritmo de discoteca. Para quem gosta do duo. que já teve Rodrix e para nossa sorte o perdeu, o ingresso está a 150 cruzeiros e os estudantes pagam 100 cruzeiros, no teatro Pixinguinha-SESC, rua dr. Vila Nova, 245 (telefone: ).

15 OUINTA-FEIRA 30 DE AGOSTO DF 1979 EPUBLÍQ^ BOAVIDA PAGINA 1G CINEMA O programa de hoje tem dois especiais. No MASP (av. Paulista, 1.578), 450 espectadores pagarão 10 cruzeiros para ver, às 21 horas, com legendas em espanhol, «Winifried Wagner» (1975),de Hans Jurge Syberberg, um estudo profundo e sensível sobre a história alemã. No MIS (av. Europa, 158), às 20h30, com entrada grátis mas somente 150 lugares, «Brasil, Ano 2.000» (1968), de Walter Lima Jr., um filme de ficção científica com. Anecy Rocha e músicas da fase tropicalista de Caetano e Gil. O Aconteceu em Marúsia. Operários enfrentando empresa estrangeira que, no começo do século, expiorava o salitre do Chile eis o tema deste filme mexicano leito em diretor é o chileno Miguel Littín, comparado a Eisenstein pela critica francesa e capaz de realizar um filme político no qual reflexão e espetáculo caminham juntos. Trata-se da mais intrigante estréia da semana. AcUis de Marúsia (título original i já foi considerado por alguns meramente como um subproduto de uma má safra do realismo socialista, de péssima memória. Mas também não faltam, da parte de outros, elogios pura a seca objetividade da narrativa do exilado Littín, incapaz de uma pieguice ou de um derramento melodramático-politico. È, portanto, um filme que, no mínimo, merece ser visto. Gian Maria Volonté fpi chamado para emprestar o physique du role contestatórip, mas. apesar da obviedade do apelo, conségue mostrar que é reálmente um brilhante ator. Não faltarão certamente, na platéia, aqueles que gostam de ouvira balada de «Santa Maria de Iquique» e de se abrigar sob ponchos peruano^. Mas Aconteceu em Marúsia merece mais do que isso. No Cine Rio. Horário: às 17h50; 20h00 e 22hl0 (censura 18 anos), Esposamantc. Marco Vicario em sua melhor forma, mostrando uma Itàlia do passado, na qual as mulheres já eram levadas a desempenhar papeis ativos. Com Marcelo Mastroiani e Laura Antonelli, no Metrópole e Top Cine. Horário: 13 h 15: 15h30. 17lvl5. 20h. 22hl5 (18 anos). A Ponte do Desejo. O roteirisla é o mesmo Herman Ráucher de O Verão de 42. Pode-se. portanto, aguardar um tratamento nostálgicopoético para esta história inspirada numa canção folclórica de Bobbie Gehtry. Odeio Billy Joe foi grande sucesso em 67 e é o titulo original deste filme interiorano dirigido por Max Baer em 76. Dois adolescentes experimentam uma lortu- rante aventura amorosa numa cidade/.inha de Mississipi, durante a primavera de 53. Com Robby Benson e Glynnis OConnor. no llelas Artes, Sala Mário de Andrade. Horário: 13h, I5li2(), 17h4ü. 2l)h e 22h20 (III anos). D Império da Paixão. D realizador é Nagisa üshima, cujo trabalho anterior e mais comentado (O Império dos Sentidos) não se exibirá tão cedo entre nós. Aqui ele é conhecido, entretanto, pelo que apresentou em Túmulo do Sol, Juventude Desenfreada e O Garo,to Toshio. Em clima de destoirio. o filme mostra o amor de., uma dupla de assassinos. Ambientada em a história traz o fantasma do marido para se encontrar com a esposa que o matara. Com Kazuko Voshiuki, no Cine Belas Artes. Sala Portinari. Ilorário: 13hl5, 15h30, 17h45 e 22hl5 118 anos). o O Campeão. Imbatívèl em matéria de lágrimas provocadas nas platéias, este filme de Franco Zeffirelli sobrevive ; reforma fhabbfflbsinr.wtfuhrarafléebfmk. jt^~""-n~^"^^^<! : ÍtWJ-^? ^5*; ". ".."4 í: " jbbb ^ralíbbrs«í^i^^»s<*^5ws^sj5^*^)5siftss*< romasbéserafifísi-^jiífiíl O # fjassayeiro: um pintor surrealista criando seus monstrengos góticos que determinou o fechamento do cine Comodoro e se transfere para outras salas. A tutela de um gàroto é disputada por um lutador de boxe e «sua exesposa, Com.John Voight e  segundo tragédia cie Marúsia Quem contou ao diretor Miguel Littin o que sucedeu em Marúsia foi um músico que. por sua vez, recebera a história de um amigo, tal como este a ouvira de um velho operário. Segundo ela, toda uma aldeia de mineradores foi massacrada pelo exército chileno em Us livros de história náo registram. mas o lendário relato Até os russos já sabem fazer filme político com descontração. Littín ainda tem de aprender é sempre confirmado pelos velhos líderes sindicais. Como acontece com toda a tradição oral, a narrativa pode receber nova interpretação em contato com temas mais significativos para quem a relembra. Por isso. no filme de Miguel Littin, os acontecimentos de 1907 em Marúsia transformararri-se em parábola do ^OttSR^BIWiHRb^B mmjmmvê&, - /$&M mm\ KjVhtIvF Volonté, em Marúsia: personagens ou caricaturas? golpe que em derrubou Allende Uma greve nus minas se radicaliza com a morte de um engenheiro. Um operario é inculpado e. sem qualquer julgamento legal, é executado pelo destacamento militar a serviço da companhia inglesa de mineração. Por vingança, os trabalhadores matam um soldado e a violência passa a conduzir os acontecimentos. Seguem-se torturas e fuzilamentos em massa. Um líder sindical mais experiente (Gian Maria Volonté) propõe uma reação organizada o se inicia um processo que termina com a conquista da aldeia pelos operários e o enírentamento final com as tropas do exército. Hoje em dia, até os soviéticos já filmam lendas populares, como Cavalos de Fogo (Sergei Paradjanov) por exemplo, esbanjando descontração e criatividade. Mas Littin. de apenas 37 anos. fixou-se no formalismo do cinema épico soviético dos anos 30. Os personagens limitam-se a funcionar como meras categorias históricas: o chefe sindical reformista, o funcionário representante do capital estrangeiro e o líder revolucionário. O resto das figuias atua como um imenso coro, absolutamente frio e descaracterizado. 0 texto do filme, por sua vez, não compensa a aridez da direção. Fica apenas a autocrítica final do líder operário que atribui a derrota dos grevistas à sua própria incapacidade para realizar uma indispensável política de alianças. Ü exemplo deveria valer também para Miguel Littin que. por um inexplicável purismo passadista. acredita que um filme políticamente sério precisa manter-se dentro das estrei- Ias fronteiras de um determinado estilo de fazer cinema. Luciano Ramos Faye Dunnaway, no Metro I. Gemini 2. Gazetão. limapuera 2. Horário: I4h30, 17h, 19h30e22h (livrei O X" Passageiro. Um espetáculo visual e propor ciónado pelo pintor Giger e outros desenhistas contratados para cuidar da pnxlução. Além disso, o filme garante sustos inevitáveis, na melhor tradição do suspenso. Um grupo de fcqáapi ccò dh cu Go^CbW, Wi 9 W rljírss^ca. GoGOU MÍAMA MOLTA Ao 1 To f/udítlada: n / De DoeAJÍA De ( CHAGAS e P!>. s rx HefAirre...; astronautas se encontra preso no espaço, lendo de enfrentar um assassino praticamente indestrutível. A direção é de Ridley Scòtt, o mesmo de Os Budistas. Com Tom Skerrit e Slgourney Weavcr, no Marabá, lguatemi e Del Rey. Horário: 13h.)0, 15h40, 17h50, 20 n, e 22h (14 anos). Encurralado para morrer. Filme policial francês na melhor tradição de.jean-pierre Melville, de quem o diretor Alain Corncau é um competente còntinuador. Um triângulo amoroso envolvendo pessoas de idade e posições sociais muito diferentes acaba gerando violência. Com Yves Montand e Marie Dubois no Paissandu, Sala Império. Horário: Uh30, llh. 16h30, 21h:i0(16anos). 9 Raoni. Documentário fiecionado tendo como tema uma tribo de índios sediada rio Parque Nacional do Xingu (hoje ainda vale.). U filme é dirigido por Jean Pierre Dutilléx e Luiz Carlos Saldanha. Concorreu ao prêmio Oscar pela sua mensagem da preservação Me Diz-. A MbTiA-^ cpue saíu e Ai \3coe TA" eiuvócuída GfiAVVA? das culturas indígenas. No entanto, não consegue delinir-se entre o rigor de uma reportagem e o proselitismo de um panfleto. Com na nação de Paulo César Perélo; no Belas Artes, Sala Villa-Lobos. Horário: 14h. 17h20. I9h, 20h40 e 22h (livrei. A Disputa dos Sexos. Comédia sobre problemas afetivos de jogadores de futebol que ironiza a proíusão atual de psicoterapia. D diretor é Michael Ritchie, revelado há dez anos como um dos cineastas mais promissores na nova geração norte-americana. Com Burt Reynolds, Kris Kristofferson, Jill Clayburg e Lotte lx:nya, no Gazeta, Copan, Vitrine e Cal Center. Horario: 14hÍ5, 17hlõ, 19h45 e 21hl5 il4 anos). Jonas que terá 25 anos no Ano Obra metafísica e humorística do suíço Alain Tanner, na qual oito personagens corporificam as esperanças de uma nova ordem social para o futuro. Com Jean-Luc Bideu, no Paulistano, Horário: 20h(6, 22li20 (18 anos). r~i MAoí TÀfi XC(Ài*Do$ De SAMGoe. ÜtOiifi9 _M &mv 1 é^l P ARTES As galerias reservam-se para a alta estação pré-natalina. Contentam-se, por ora, em ter alguém como Sônia von Brusky (na Renato Magalhães Gouvêa, rua Peixoto Gomide, 1.140). As mulheres que Sônia pinta mereciam a fila de desemprego que se formou quando a Metro despediu Esther Williams LUIZ GÊ vminhoeas mais cuias igual a regatos». Este é o título da exposição que Ana Maria inaugura hoje no SESC (r. dr. Vila Nova, 245). Seus objetos de barro ficam lã até dia 6. Ana Maria começou a se interessar por artesanato em Em 1976, estava trabalhando no ateliê de Miguel dos Santos, em João Pessoa. Um ano depois, volta a Cunha e Parati, onde encontra Alberto Cidraes e Toshyuki Yukezeki. A telúrica Ana Maria é um dos raros artistas brasileiros que se pode dizer realmente interessado em nossas raizes. Chamavam-na, primeiro, de primitivista. Pietro Maria Bardi reabilitou-a. dizendo que sua arte era, isso sim. espontânea. Liane Chammas Camasmie, uma aplicada pintora que trabalha desde a adolescência e já produziu mais de 300 obras, hoje prefere rotular sua pintura de algo próximo ao «espontâneismo mágico». Tradução correta para o vernáculo: Camasmie evita os ex-votos óbvios do primitivismo, só que pinta pessoas com um ar vagamente místico. Pelo menos nâo se investe da solenidade de outros artistas da mesma categoria: diz-se uma mulher «simples, direta e sem grandes perplexidades diante da vida»; não esconde que gosta de vender seus quadros; e confessa que adora «meu público de classe média*. Até 9 de setembro, na Portal (r. Augusta, 1961) Liane Camasmie e seu primitivo-espontãneo, na Portal

16 AGINA 16 pppubiíq^ ESPORTE OUINIA FEIRA HO DE AGOSTO DE 1970 NA ACADEMIA Uma rotina espartana: treinos puxados, bebida proibida, a mulher traindo Crispim sangra pela boca, vacila, apoia-se, nas cordas. A platéia se agita: «Arranca o olho dele, João». João é João Henrique, em quem o Brasil imaginou ver, certo dia, o sucessor de Éder Jofre. João bate, bate, mas Crispim resiste. Resistiria até o fim. João Henrique venceu por pontos, na sua volta ao boxe, terça à noite, no Ibirapuera. Mas não exijam dele muitas promessas para o futuro. João é apenas mais um personagem de um desesperado, pantanoso submundo, em que trafegam empresários vagamente cínicos e eventuais trombadinhas, e em que convivem pateticamente ex-campeões de rosto amassado e jovens sonhos de fama e fortuna. A LUTA NO RINGUE Jooo Henrique voltou, suou, venceu, mas as ilusões continuam proibidas O pantanoso boxe Ainda ú minto cedo, mas o em casamento O filho único negro Tóbis já está de pé- do casal, João Henrique Jr. Afinal, este promete ser um nasceu há quatro anos, logo dia duro, diferente, fora da depois que João perdeu a rotina Depois de quatro anos última decisão de que participou. contra Perico Feniari- sem lutar, quatro tentativas frustradas de chegar ao título dez. por nocaute. Foi uma mundial, João voltará ao sova Trêmula de nervoso, ringue O negro Tóbis se encostada num pilar do ginásio, Dagmar acha que a orgulha de conhecê-lo como a palma da mão Café engolido profissão do pai não é um depressa, ele parte para a bom exemplo para o filho: Academia, onde o lutador o «Ele pode achar que o pai espera Tóbis passou 24 anos é um herói de bater ou um ao lado de Kid Jofre. agora é covarde de apanhar Acho auxiliar de Ralph Zumbano e que é muito mau exemplo». loi campeão brasileiro dos Dagmar acha que «aquilo leves de 38 a 50 Tudo isso não é vida». Ela fica com um lhe dá, aos 65 anos de idade. medo danado todas as vezes a certeza de que João vai que o marido sobe num vencer. ringue, nem que seja para Mais tarde, na noite de treinar Ela não concebe terça-feira, João Henrique como um homem tranqüilo e lealmente venceria Crispim sossegado como ele esteja de Oliveira, numa luta de dez envolvido em tanta violência: assaltos, no ginásio do Pacaembu Mas não conseguiu pior do que ter um filho» «Moço, ver o João lutar é derrubá-lo «O excesso de Paixão. Os médicos do taimo estragou o João. Hospital Psiquiátrico do acabou com a sua agressividade». confessaria o empre- uma noite, para que João Mandaqui deram licença, por sário de boxe Kaled Curi Mendonça fosse ver a luta de João Henrique venceu por João Henrique. Há menos de pontos e os dois lutadores dois anos. em 77. Mendonça terminaram como dois bebados machucados, procurando campeão sul-americano dos conquistou o titulo de abraçar-se. Norman Mailer médios ligeiros, que perderia diz que, no boxe, a ausência na luta seguinte. do nocaute traz ao vencedor Depois disso, a sua vida uma frustração semelhante à degringolou: dizem que se de levar uma mulher para a apaixonou por uma psicóloga cama e não conseguir fazê-la que trabalhava para o seu clu chegar ao apogeu das sensações. razão nenhuma, andou baten- be, o Corinthians e, sem Para voltar ao ringue, João do nos amigos. Ele diz que ganhou uma bolsa de Cr$ 7,5 está internado há quatro mil e 25> da renda, que não meses, mas, na verdade, faz foi muita. Em toda a sua mais de um ano. carreira, o campeão mundial «O público ainda vai pedir dos médios. Carlos Monzón. um boxe bonito, ainda vai. ganhou muiló mais dinheiro pedir a volta de João que Pele O que João ganhou Mendonça». até agora deu para comprar João Mendonça não está uma casinha, mas Dagmar. sua mulher, ajuda muito no propriamento gordo, mas orçamento doméstico fazendo inchado em conseqüência dos doces e salgados para fora. medicamentos que vem tomando. Brincam com ele, Se dependesse de Dagmar. dizem que ele mudou de jamais João voltaria ao boxe categoria para peso pesado. As razões que levaram ela me conta como foi que o conheceu: fingiu que era João ao sanatório até hoje repórter e foi até a academia ninguém sabe ao certo. Para fazer.uma «entrevista». uns é simples esquizofrenia, Depois, pediu-o em namoro e outros garantem tratar-se de UM CAMPEÃO Tóbis ensina o que sabe sífilis congênita., e há quem fale até sobre uma rara enfermidade que lhe danificou o cérebro. Um conhecido lhe faz uma proposta: <<0 João. vamos comigo para a Itália, ganhar dólares...» Você está vendo. Como eu vou poder pegar nesse cacau se o pessoal souber que eu estou internado num hospital de loucos?». O conhecido, contudo, sabe da história e dá um veredito: «O João é um fósforo apagado...» Morte. O escritório de Kaled Curi está situado no quinto andar de uma galeria, na rua 25 de Março. Kaled me recebe preocupado com o retorno de João Henrique ao boxe. quatro anos depois. Ali perto, vendem-se flores de plásticos, calcinhas, eletrodomestiços, cortes de fazenda, tudo o que se imaginar. Kaled vende violência. Ele é um dos maiores empresários do boxe sul-americano mesmo assim, chora miséria. Diz que recebe apenas 15 < de participação sobro cada lula que empresaria: «Às vezes a situação fica preta, e eu sou obrigado a recorrer aos meus irmãos. Sabe como é. somos libaneses. eu sou o mais velho, vigora o regime patriarcal». O escritório não é grande, compõe-se de uma sala, uma secretária e dois oífice-boys. A primeira coisa que chama TONIOO DUARTE atenção é um cartaz de Jesus, ã Ia Tio Sam, com a inscrição «Você precisa de mim* llá fotografias de Ali. Koreman. Archie Moore, lutadores brasileiros empresariados por Kaled e. naturalmente, uma dele mesmo, nos seus tempos de campeão brasileiro dos leves. Kaled. 54 anos, não é nenhum Edward O. Ifobinson. o estereótipo do empresário corrupto de boxe dos filmes antigos «Você esperava me encontrar de terno, chapéu e charuto na boca, não é?» Nossa conversa é interrompida pelo telefonema de um ex-lutador1 que quer saber se há algo para ele, um djnheirinho pingado, qualquer coisa. Traído pela mulher, esse lutador meteu uma bala no ouvido. Sobreviveu, mas ficaram seqüelas: puxa de uma perna, o rosto ficou torto. Tentou voltar ao ringue, mas a própria aparência repulsiva tomou-se um empecilho: «Pensavam que ele tinha ficado assim por causa do boxe». Dramas como esse, segundo Kaled, são comuns neste mundo. Ele me explica que os lutadores, quando passam a profissionais, assumem uma rotina espartana. Treinam de manhã, de tarde, de noite, a física é puxada, o treino com luvas mais ainda. Não podem beber, nem fumar e as relações sexuais passam a ser limitadas: «Trepar, quando muito, uma vez por semana. Por isso acontecem as traições». Embora receptivo, Kaled me recebe com um pé atrás. Imagina que vou e vou mesmo falar sobre a violência do boxe. Se autodefine como «idealista» e diz que «a medicina moderna afirma que cada ser humano carrega dentro de si as razões da sua própria morte». Mas ele mesmo me ajuda a lembrar de alguns casos. Benedito Paretto, morto numa luta com Emile Griffith; o descolamento da rotina de Servílio de Oliveira, a maior promessa desde Eder Jofre, que não pôde continuar lutando. Quinta-feira passada, numa luta pelo Campeonato Brasileiro Amador, o pesomosca Manoel Simplício bateu com a nuca antes de cair no chão A lingua enrolou. ele ia morrer por asfixia, e isso só não aconteceu porque um dos jurados deulhe assistência. Não havia médico no ginásio Mais dramático ainda é o caso do ex-campeão sul-americano dos meio-médios. Fernando Barreto Numa luta que não valia nada. Barreto sofreu um derrame cerebral e ficou hemiplégico. Hoje, passados mais de dez anos. Barreto caminha com dificuldade e o seu falar é um balbucio. 0 "Np fígado". E João atende «No figudo, João-, «Arranca o olho dele!» «Parte o negrão ao meio. João!» E João Henrique atende a platéia. Sobre o ringue iluminado com luzes fortes, Crispim de Oliviera sangra pela boca. Recebeu uma combinação de jabs e cruzados, tenta evitar o castigo apelando para o cliiich, mas è apanhado por um potente hook no fígado. Vacila, apoia nas cordas o seu corpo baixo e músculoso, semelhante ao de urna MENDONÇA outro Jooo, na platéia: «Como um fósforo apagado» grande rã negra. Mas não sofre o esperado nocaute. Entre o público, o frenesi vai se transformndo em frustração. Levantam-se as celebridades do boxe brasileiro Eder Jofre, Diógenes Pacheco. Miguel de Oliveira. Agora é a vez de um petardo de Crispim explodir no rosto de João. Na platéia, Ricardo.Yoshio Silveira Ribeiro torce-se em nervosismo Ricardo. 11 anos de idade, é o campeão infantil brasileiro. Ele ainda tem voz de menina, e diz não tér medo de tanta O lema: «Um lutador a mais, um ladrão a menos» Pudesse. Ralph Zumbano exterminaria todos os ladrões do mundo. Ele tem tanto ódio que até pendurou um cartaz de sua autoria bem ao lado da mesa de trabalho. O cartaz é uma advertência a todos aqueles que procuram sua academia: «Perdão, canalha, mas, em clube de boxe, ladrão está arriscando os olhos, a lingua, as mãos. Não mexa no que não é téu, porque, se te pegarem, nem Deus te ajudará. Teus restos ficarão pendurados em praça pública, como exemplo para toda a corja». violência. Foi fortemente influenciado pelo pai Walter. que explica: «Ora. as mortes são uma conseqüência natural do esporte* Terminada a luta. João Henrique recebe festas de campeão. Vai para os vestiários onde, ao ar pesado, misturam-se os odores de suor. linimenlo e urina Tem o rosto arrebentado e sua mulher, Dagmar. desabafa: «Isso não é esporte. E uma falta do que fazer, o fim do mundo». Kalph me fala sobre a função social do boxe, algo assim como «um lutador a mais, um ladrão a menos». E justifica o seu ódio explicando que quase todos os boxeadores são originarios de uma classe semilumpen. A pobreza esta presente, não na academia mantida por um forte grupo financeiro, mas nos rostos Ralph, o legendário -bailarino» dos anos 40. desceudente de uma estirpe de lutadores, os Zumbano Jofre, vai me mostrando «Este mora num casebre, aquele é arrimo de família, ali mais adiante está um que poderia ser trombadinha». Todos fazem uma física puxada, alguns combinam para logo mais à noite a ida á luta de João Henrique, que freqüenta a academia. São garotos e a maioria apresenta o supercílio deformado, o nariz torto, a falta de dentes na boca. Ralph chama um deles, o Pedrão, médio-ligeiro campeão do torneio clu Gazeta Esportiva. Pedrão tem 19 anos, tem cinco irmãos e o pai é pedreiro. Fica constrangido com as perguntas de Ralph: «O que você come Pedrão?» <Eu como o que p<xje e quando pode, seu Ralph». FUTEBOL Um jogo como nos velhos tempos L ^^ vj^çjdbir^a "WR j>»-- asbfaffv WÈmÈmW *** ^Wmrnm " ^"^ a. -""rft.i ;;._. JÈÈS8Êmi33&^. - SOB PROTEÇÃO i Pênalti contra o Guarani e a reoçoo dos jogadores. Haveria mais um Foi um jogo emocionante, com gols por alacado. Mas, ao empatar com o Guarani por 3 a 3, ontem à noite, no Pacaembu, o Corinthians deu mostras de incompetência. Afinal, durante todo o.segundo tempo, o Guarani jogou com 10 homens e ainda ofereecu algum perigo ao adversario. O Corinthians, que jogou mal no primeiro tempo, deixou claro que está vivendo, como nos velhos tempos, uma rotina de altos e baixos. Com um homem á menos no meio de campo, já que Palhinha não marcava ninguém, o Corinthiansfoi inferior ao Guarani durante todo o primeiro tempo. Tanto Há quanto tempo não havia um 3 a 3 entre dois grandes times*? Coríntians e Guarani partiram para o ataque, os gols foram saindo. E o Guarani ainda teve um expulso assim que, a partir dos 30 minutos, a «Fiel» adotou o procedimento que a tem caracterizado nas últimas partidas: vaiou e pediu a cabeça de Zé Teixeira. Afinal, o que estava vendo ela? Um time confuso. Só mesmo graças a inocència de Edson e Gomes é que o Corinthians conseguiu terminar, o primeiro tempo com um empate. Os dois zagueiros de área do Guarani cometeram pênaltis absolutamente infantis, aos 8 e aos 43 minutos, ambos convertidos por Sócrates. Os gols do Guarani surgiram da confusão reinante no setor esquerdo da defesa corintiana, onde Zé Eduardo e Vladimir não se"entendiam, além da insegurança de Solito. O primeiro, aos 4 minutos, de um over-lapping de deixar Cláudio Coutinho todo arrepiado; Mauro desceu como ponta, cruzou, e Capitão fechou fazendo 1 a 0. O segundo foi aos 11, no lance que seguiu o primeiro gol corintiano. Zenon cobrou uma falta para Mauro cabecear na saída de Solitu. No segundo tempo, o Connthians parecia melhor e chegou ao desempate aos 3 minutos, num gol de Vladimir que o representante marcou para Palhinha. O Guarani reagiu e empatou aos 20, através de Careca. No fim. Zé Teixeira teve de ouvir o coro inevitável: «Burro, Burro, Burro!. V» O JOGO FOI ASSIM Corinthians Solito; Zé Maria, Amaral, Zé Eduardo e Vladimir; Caçapava, Romeu, e Palhinha; Vaguinho, Sócrates e Wilsinho. Guarani Neneca; Mauro, Gomes, Edson e Miranda; Zé Carlos, Renato e Zenon: Capitão, Careca e Bozó. Juiz: Roberto Nunes Morgudo. Renda: Cr$ ,00. Público Pagante: pessoas. Gols: Capitão aos 4. Sócrates aos 8, Mauro aos 11, e Sócrates aos 45 do primeiro tempo. Palhinha aos 3 e Careca aos 20 do segundo tempo. Cartão amarelo Mauro e Romeu. Cartão Vermelho: Alberto Silva e Bozó. Carlos Outros resultados: São Bento 3, Santos 1 em Sorocaba; Juventus 1, Ferroviária 2. na rua Javari, ambos á tarde. Marilia 0. Portuguesa Ò- inter 0; Botafogo 0;Comerciai 0, Botafogo l e Ponte Preta 1, Velo Clube 0 completaram a rodada.

17 QUINTA-FEIRA 30 DR AGOSTO DE 1970 REPUBLICA PÁGINA 17 ESPORTE WjBm msbsm M8M wafffiwèw.-- 0 vôlei podo anistia Agora só resta ao vaidoso C sempre muito perfumado Carlos Arthur Nu/.man, presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, esperar o perdão da Federação Internacional para Li no, Carlos Fonseca e Zé Ilenrique, que eram profissionais nos Estados Unidos. De resto, o vôlei brasileiro vai perdendo jogadores para ò exterior. Ontem foi a vez de Granjeiro, do Botafogo, que vai jogar em Turim, na Itálio, recebendo salário de Cr$ 60 mil, além de casa e automóvel á disposição. Isto, no entanto, a F1V náo considera profissionalização, mas «ajuda de custo». Uno, Carlos Fonseca e Zé Henrique já se desvinculaiam da Liga Profissional dos EUA, onde permanecem Bebeto, Luiz Eymard, Bonga, Kalache e Mário Marcos. Se obtiverem o perdão, os três integrantes da Seleção Brasileira que jugou em Munique poderão voltar a jogar n a s Olimpíadas do ano que vem, em Moscou. Nuzman está na cidade do México, onde participa das reuniões da FlV, e também faz parte da comissão criada para estudar o caso dos ex-profissionais que estão requerendo anislia. No entanto, a tendência é que a Federação Internacional mantenha a eliminação. Os jogadores que não tem problemas com a FlV, pois apenas estão recebendo ajuda de custo» no exlerior, são: Granjeiro e Bernardo, no vôlei italiano; Monlanaro, no Edimoglia; William, no Paolette; Mauro e Aloisio. no Obras Sanitárias de Buenos Aires, e Badalhoça, no Groud Plast, de Ràvèna; ANOTE :*r*ty^:%/j:? *",./!.;. * :^^#^/Mfí -1 ->*$$"** * ;*". ^" },:.vi,-/":: -. REINALDO Coutinho está dizendo que o atacante do Atlético Mineiro pode voltar a Seleção Entrou até o Arapiraca Os gênios da CBD continuam trabalhando em ritmo frenético. Na noite de terça-feira, divulgaram a tabela da (ase de classificação do Campeonato Brasileíro de 79. com um total de 7H clubes divididos em seis grupos de 13. Paulistas e Cariocas náo fazem parte de nenhum dos seis grupos, pois só entrarão na compelição na fase semifinal, a partir de 2» de novembro. A fase de classificação começará no dia ltí de setembro, ás 16 horas, com 11 jogos. Nessa primeira fase. que terminara a 25 de novembro, os clubes jogarão um único turno e apenas entre si, nos seis grupos. Sairão dois classificados de cada grupo, que irão se juntar aos dois paulistas e dois cariocas para, num total de 16 times, começarem a fase semifinal. A 5 Copa Brasil terá 492 jogos assim distribuídos: 460 na fase preliminar, 16 na semifinal, 4 no primeiro turno da fase final, mais 4 no segundo turno dessa mesma fase e dois na decisão do titulo, que será jogada nos dias 13 e 16 de dezembro. Como se vê, tudo parece muito claro. E apesar dos insistentes anúncios de que o critério da tabela seria o da regionalização, a CBD não conseguiu evitar a longa maratona de viagens que sempre caracterizou a Copa Brasil. O que conta mesmo é o critério político, apesar dos incipientes protestos em contrário do diretor de futebol da entidade, André Rlcher. Detalhe: náo faltarão ii Copa Brasil limes como o Itabuna, o [tambiara, o Guará, o Clinpecocnse e o Arapiraca. Repressão contra os cambistas Agora, ser cambista dá cadeia. O registro da Associaçáo dos Cambistas de Espetáculos Artísticos e IXsportivos do Estado de São Paulo foi cassado ontem á noite, pelo juiz Gilberto Valente, da I Vara de Registros Públicos. Além disso, o despacho do juiz determina que a Secretaria de Segurança Pública tome ^providências cabíveis contra quem emprestou foros de licitude a tal associaçáo», ou seja, contra o atual deputado Erasmo Dias, bem como alguns dos seus auxiliares. Na época em que a associaçáo obteve o registro, Erasmo era o secretário de Segurança P u b I i ça. Enquanto recebia mistériosas ordens de Brasília para jogar bombas em pacíficos estudantes, o coronel deu apoio, juntamente com o ClOP Còordenaddria de Informações e Operações da SSP ii legalização da tal sociedade. E ontem, o juiz Valente considerou a organização como ilícita, imoral, nociva á ordem social e ao Ixim público». Coutinho de olho cm Reinaldo A campanha está lançada: as mais de cem torcidas organizadas do Atlético Mineiro vão motivar os atleticanos a enviarem cartas a CBD, a Cláudio Coutinho e a Comissão Técnica. exigindo a volta de Reinaldo ii Seleção, bem como a rcconvocaçâo de Toninho Ccrezzo. A idéia surgiu domingo passado, no Mineirão, quando Reinaldo marcou dois gols sensacionnis contra o Cruzeiro, entusiasmando os torcedores com a prespectiva do Atlético voltar a ter o seu grande artilheiro, Os torcedores do Atlético argumentam que, além de estar na Europa, o técnico Cláudio Coutinho tem-se prendido muito a jogadores do eixo Rio-Sao Paulo, Então, pretendem sugerir a Coutinho que assista aos úllimos tnpes de jogos do Atlético, o que, na vcrdâclò, nem seria preciso. Numa çonyersa lélefônica com a sede do Fliimengo, Coutinho mandou avisar Reinaldo para «continuar erripenharide-se e marcando os seus gols». Pelo telefone, o técnico da Seleção afirmou nunca ter deixado de cogitar Reinaldo para a Seleção. T, dever de todos nós participar da guerra total contra o desperdício de combustível. Existem mil maneiras de se economizar, porém a que possibilita você de utilizar um pouco mais o carro no fim de semana, 6 dirigir o CORCEL II, coiiiprovadainenlc um cairo econômico, Você pode ter este veículo, cm 36 meses, sem juros e sem pesar 110 bolso, 110 maior revendedor Ford do Brasil - a CIA. SANTO AMARO DE AUTOMÓVEIS 1oncs: è R. 255 PRCWliFl AOS SÁBADOS das 19 às 20 hs. TV GAZETA, CANAL 11 - SÃO PAULO "Se você toca algum instrumento, dança ou conhece algum assunto interessante, fale c/ Sr. Alex na produção." Rua Pamplona, o Andar - CJ. 61 Tels: Ím^SmfmmtV"-^^^ Or X- Em convênio dedifusao culiu- f rui,1 MA Internacional de f tecnologia Administrativa / eeâoidc S,io Paulo e a Faculdade de Ciências Econômicas, São Paulo da Fundação Escola de Comércio "Alvares Penteado - PECÀP propioveni CURSO INTENSIVO DE SECRETÁRIA EXECUTIVA \ para seu melhor aproveitamento ás aulas serüo ministrada^ aos -ahadus. no horário das 13:30 as 2 18:30, cm 9 (nove) finais de semana consecutivos. 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IB. 20, 22li. s 2411 CAIRO - II Kormòsa, », O ullinlo plstoleiru, Kuinj lii i ub samurãb, assamlno», ihíi. II. I2.4U. Ili.JU. 21ll CVWCAN - II Cons Nebiás, lar, Z!2-lmm, HxpcnwiLtiis M-xuiih dos Cusanovaa, A iiilui du padre, 2iu, dohdv a li CKNTRAl. IM - Av l «ianna. Í52. ÜamáS do pnuer. IB. a. IU ,20, 20.40, 22.20, s 24h CENTRAL DOIS - Av Ipiranga. 752, O tasu aaudia l»a. a. II. IJ, I.23Í1 b 24h ( IM-SIAl IAI. - Av (iílo Jo,1o. IM ». Ocãso Cláudia, IBa. 14, 1b ll COFAN - Av Ipiranga SE>-7 6ít, A ujspuui riu sexo, 14a , lbi h. s 21ll «dicu. LM - II Sele de Abril, 381,.152:165. Dupla Iraiedo do sexo, IIM k Hi 24h CORAL LM Hua beu de Abril. fâl ~ Sb-jJòõ TnK-a uv ousais a italiana, 16a- ns IJ.». 18,40, 17,411, tln 22,IOh, S 21b ( ORAL IXJ1S - Kiai Scltj de Abni: J8I 35 2J65 M nau me inalo innrm. 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SEBASTIÃO - Hua Maria CarlOla, Crvusc nus lempus da hrtlhunliiui,nus ernuilus de babado u noile lb unos a-j ia horas SA1LRNO - Hua ItlgUncB, O enxame - 14 unos desde horas i SENADOR - Hua Senador Flaquer O caso Claudia - 18 anos e horas TIRIASSC _ H Iunassu nucres de uma mulher - IH atos as (1) e Isiras LNIVERSO - Av Celso Oama Õ57B O enxame 14 uu» desde li AMERICANA BRASIL - K Gonçalves Dias Caülomla adeus - II anua as 2U horas BAURU POP mi Al li) (INE - Foim Av Verg de I»reiia s II, sesívih-s as2l) e 22 - Kxprçsso de Chicago, colorido com Uíite Wilder, censura ltí tuios «IIAÜRl - I de agosto. 33 lolie M*s,«S as 20 e 22 horas Chapéu de Couro, colorido com Jofre Soares, censura livre. CAPRI Fone I de Agosto sessües as II C 20 huras. 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RIBEIRÃO PIRES ooktxn - Rua do Comércio, Cinderelo trapalhão livre - ui.sde h RIBEIRÃO PRETO BRISTOL Hua Siki Sebastião, üau Alien u oitóvo passageiro IH ânus ÍIS e 22 horas CENTENÁRIO Hua Harau do Amazonas. (J rhatador sexual, 18 anos as 14.30,20 e 22 hiras. MIRAGE Hua Laiaclc, Coslinha o King Mong - Uvrê as 14 e 16 liuras. Aula ansiedade - 16 áhos - as 20 e 22 huras. ll\/a It. U:qi» ik1 Caxias, 63tf, Unia mulher desciisada IH anos as e 22 horas. PEDRO II Hua Alvares Cabral, 376 Alien o oitavo passa- KCini- 18 ânus as e horas sao 1ALIXI Hua sau Sc&as- Uno. 437 Sede de amar - 18 anos us 14, e 22 Iwras. WINDSOR Hua LafacleV374 - SatKidoulULunanle IH unos as 14Í horas RUDGE RAMOS RUlXiE CENTER - Av. Camlnlw du Mar tel Jesus de Nazaré, Livro desde as 1030 SANTO AiNDRÉ. CARl/Ki (.OMFS - Rua Senado i Flaquer, 110 (I Enxame 14 aihi-s desde IH 30 Iwras CINEMA UM - Rua Usura. 360 Vila Alpina Carmcm a cigana Livre as b,4ü horas t>> meninos IH anos as e horas HTHHtlt CIATL-U U I>tampos Salles, 58-44K*tl6 A luslona de OOver livre as fjfj 22 Iwras SAO BERNARDO HAWAV - R Olavo Bilac!-40-44B.6488 Kncurralado para murrer 16 ânus às , Is c 21,30 huras S. BERNARDO - Rua Marechal Deudoru A espada magia du Kung Ku t>> vlolerilos profissionais do cnme - 18 anos - as ,30 i botas SÃO CAETANO AycAHii»- It Carlos Campos, , o jugo do sexo - 18 anos- às , e liuras COLONIAL llua Aliunoitas Tel Aliem, n oitavo passageiro 14 anos as e 21 Iwras ÜLIDO - Hua Manoel Coelho, Tel Aliem o oiulvo passageiro 14 anos as e huras. VITORIA I - Hua BaraWi O Campeão 1-ivrc Iwras VITORIA 2 - llua Baraldl, A Taberna do Inferno - 16 anos ia c 21 Iwras SÃO VICENTE JAM.ADA - II Martim Afonso. 4ál Iracema, a Virgem dos Lábios de Mel com Helena Ramos 20 e 22 horas PETRÕPOLIS - Av A Kmmcri ch, 665 Tunanlo ijentes du Mar e Catástrofe ha Selva 20 huras SANTOS CAIÇARA - Av. Cons Nebiás, H67 lido v bem servido - Lando Buaanca 16 anos 14, e 22 horas, CINEMA 1 - Av. V de Carvalho, caso Claudia - 18 anua e 22 Iwras INUAIA Av Ana Cosia, A disputa dos sexos C Iturt Keynolds somente em soire 20 e 22 huras. INDEPENDÊNCIA - Av Ana Costa, _ A labenia ao Irüernu C/Sylvester Stallone 16 anos e 22 huras IT.AJLTM - Av. 1. Wilson. I o r- Nau haverá espetáculo cinematográfico JLUO DANTAS - R Amador liueiw O Cusu Claudia 18 anos- II, , 20 e 22 horas ROXY Av Ana Cusla, Ü3-1 O Comando IU de Navarone - 14 anos , 18, 20 e 22 horas. S. ATLÂNTICO I - Av. Ana Costa Golpe Sujo - 14 atws 14, c 22 horas. S. ATLÂNTICO II _ Av. Ana Costa, t) Campeão I* ZefrirelO - livre , 18, 20 e 22 horas SUZANO SACI t\a. João Pessoa. 94 Cinderelo trapalhão livre as 19,30 Iwras. TEATRO A.CM. - K. Ncslor Pestana, 147 «ü Pequeno Príncipe» - síib. I8.:iü e 21 h. dom.: 10.30, 16h, e 20,30 h. Uva1. ALFREDO MESQUITA _ Kua Santa Madalena, «O Humor de Sérgio Kabello» de 4- a dom.: 21 hs. ALIANÇA FRANCESA - Hua General Jardim, «Vejo um vulto na janela, me açudam que eu sou donzela» de 4 a 6"; 21 hs. sáb. 20 e 22,30hs. dom.: 18 e 21 hs. ANCHIETA Kua Dr. Vila Nova, Dona Claudia 4 à 6 21:00 hs. Sab. 20 e 22 lis. Dom. 18 e 21 hs. até dia 25. «Mocinhos e Uandidos» cm Setembro. APLICADO Av. Brig. Luiz Antônio, 931, , «Aluga-se uma Barriga», de 4" a 6", 21 hs; sáb. 20 c 22 hs. dom. 18 e 21 hs. ARTHUR AZEVEDO - (tua Paes de Barros, «Com Panos e Lendas». Sab. 15,30 dom: 10,30 e 15,30 hs. «I" Mostra de Arte e Cultura Popular». De 3* a dom.: 21 hs. AUDITÓRIO AUGUSTA Rua Augusta, «Sinal de Vida» de 3 a 6" 21 hs. sáb. 20 e 22 hs. dom.: 18 c 22 hs. BEXIGA R. Rui Barbosa, «Quem Tem Medo de Itália Fausta» de 4 a dom.: 21 hs.-sáb.: 22hs. BOLSO - Av. São João «Eu Sou o Espetáculo» de 4" a dom. 21. horas. BRIGADEIRO - Av. Brig. Luiz Antônio, «Baixa Sociedade ou Apenas 500 milhões de dólares» de 4 a 6" 21 hs. sáb. 20 e 22,30 hs. dom. 18 e 21 hs. ida. CAFÉ TEATRO ODEON ilua Santo Antônio, «íirela Gasrbo. Quem Diria» de 3 a 6" 21 hs.: «Greta Garbo Quem Diria» Os Grandes momentos de Consuelo Leandro de 4 á Dom. Seção zero hora. EUGÊNIO KUSNET - (ex-teatro Arena) Rua Dr. Teodoro Baima, «A Vaca Surrealista» 4" a 6": 21 h. sáb. 20 e 22 h. dom. 18 e 21 h. F.A.Á.P. Rua Alagoas, «Tiro au Alvo» Estréia dia 29 de agosto. GRANDE TEATRO SAO PAULO R. Galváo Bueno, 714. «Os Três Medicos» de 3J a dom. 21 lis. ITÁLIA - Av. Sâo Luiz, «Camas Itedondas, Casais Quadrados» de 3 a fr 21 hs. Sáb. 20 e 22hs. dom. 18 BI hs. JOÃO CAETANO - Kua Borges Lagoa, Ballet EvoluçBo de 4^ a 6d 21 hs. UZA NEGRI K. Major Diogo, «Oh... Que Delicia de Freira.!!! de 4J a 6J 21 hs. sáb. 20 e 22 hs. dom. 18 c 21 h. 18 anos. MARKANTTI -Kua 14 de Julho, 114, «Gimba, Presidentes dos Valentes», 3 a dom hs. livre. MARIA DEIXA COSTA Rua Paim «È» de 3 a 6 21 hs. sáb. 20 e 22,30 dom. 18 e 21hs. MARTINS PENA - Largo do Rosário, «Toda a Rainha tem seus dias de Guerra» de 3 a dom. 21 hs. «O Pirata Trapalhão» sáb.. 15,30 dom. 10,30 e 15,30 hs ṀEC-Funart Al. Nothman 1058 No nalal a gente vem te Buscar 18 4* a Sáb 21 hs. Dom - 20 hs ṀUNICIPAL - Praça Kamos de Azevedo «Opera Nozze di Figaro de Mozart» dias 24 e 28 ás 21 hs. dia 26 às 10 hs. OFICIAN - Kua Jaceguai, «O Grupo Areré» de 3* a 5J 21 hs. «Ensaio Geral do Carnaval do Povo» sab. 20 hs. 6 a dom.: 21 hs. PAULO EIRO - Kua Adolfo Pinheiro, É Só Isso Que eu Sei Professor de 2 a 6J 21 hs. : PAIOL - llua Amaral Gurgel, «Treze» De 4" A 6* as 21,30 hs. Sáb. 20 o 22 hs. Dom. 18 e 21,30 hs. PROCÓPIO FERREIRA R. Augusta, «Guilherme Arantes» de 3J a dom. 21 hs. POPULAR DO SESI Av. Paulista, 1313 «A Falecida» de 4^ a 6J 21 hs. sáb. 20 e 22 hs. dom. 18 e 21 hs. RUTH ESCOBAR Sala do Melo Rua dos Ingleses, «Pré Seu Governo» estréia em setembro. RUTH ESCOBAR Rua dos Ingleses, «Caixa de Cimento» estréia em Setembro. SÀO PEDRO - Rua Albuquerque Lins, «Ópera do Malandro» estréia em Setembro. STUÜIO SAO PEDRO Rua Albuquerque Lins, «O Homem do Principio ao Fim» de 3" à 6J 21 hs. sáb. 20 e 22. dom. 18 e 21 hs. TEATRO BRASILEIRO DE COMEDIA - Rua Major Diogo «O Inocente» de 4 a dom. 21 hs. T.A.I.B. - Rua Três Rios «Quarteto em CY» de 5 a 6 21 hs. sáb. 20 e hs. dom. 18 e 20,30 hs. livre. * * ***** * **** *** *** ** Programaçõo fornecida pela APETESP e casa do Espectador (telefone ) *****

18 jornal da rfp** ^^> A VOLTA Entre três corações meu coração balança \ O ex-governador Leonel Brizola confirmou ontem de Nova York que embarca para o Brasil dia 5, às 8 horas da noite, num vôo da Braniff com escá- Ia final cm Assunção. Paraguai. Dali, onde chegará às 10 horas, da manhã, embarcará para São Borja/Rio Grande do Sul. num táxi aéreo fretado por seu sobrinho, Joáo Vicente Goulart, filho do ex-presidente. Brizola, que viaja com sua mulher, dona Neuza Goulart Brizola, e sua filha Maria Neuza, disse ontem que inicia sua viagem de regresso, após quinze anos de exílio, «sem nenhum ressentimento, sem espírito rcvanchista, mas com a firme intenção de trabalhar pelo ressurgimento do antigo Partido Trabalhista Brasileiro». Reafirmando entrevista concedida no dia anterior ao Diário de Notícias de Lisboa, Brizola defendeu a reforma partidária no Brasil. Disse que «devem ser abertas oportunidades para que todas as correntes de opinião, sem exceção, tentem se organizar em partidos. para que o povo em ultima instância diga quem deve permanecer ou não». Brizola insistiu na recriação do PTB, mas acrescenta que pretende integrar-se numa frente oposicionista, desde que essa frente «seja pluralista e respeite a identidade de cada um dos setores que o compõem» Ele insiste na necessidade de as oposições se manterem organizadas» «não apenas a partir de frentes parlamentares ou de cúpulas dirigentes, mas com a efetiva mobilização das bases, sobretudo dos setores trabalhistas», para «evitar uma recaída do regime», embora considere que no momento o recrudescimento da situação autoritária no Brasil seja «a menos provável de todas as possibilidades». Nas conversas que vem mantendo com os organizadores do PTB, Brizola revela grande preocupação com o quadro político de São Paulo, sobretudo com relação ao que ele chama de «humores da classe média». Em todo caso, sua estratégia para São Paulo, que ele considera vital, deverá ser a composição com setores oposicionistas já razoavelmente organizados. Aparentemente ele não possui, para Sâo Paulo, esquemas preestabelecidos; exceto pelo veto peremptório a qualquer composição com a ex-deputada ivete Vargas, ele parece disposto a conversar com todas, as correntes oposicionistas. Esboço de tática para São Paulo É possível, em todo caso, estabelecer o seguinte roteiro.paulista de Leonel Brizola: Leonel chega dia 5, via Assunção do Paraguai, com esquemas e táticas traçados, a disposição de entrar numa frente pluralista, ressentido com Ulysses Guimarães, mas sem uma estratégia definida para escolher os seus homens no Estado de São Paulo ^ " wflççbpe 3u ^ "*i ^Jfc^^JjiB qhi IB*^Bl HK^^z.***^-"*^» *^ffw ^rtrii *Orv^m Â<jMÊ Wm 1 Ele continua dando prioridade a um possível entendimento com o exministro Alrnino Affonso e o suplente de senador Fernando Henrique Cardoso, com os quais chegou a esboçar um açordo político, há seis meses, em Paris. Seja porque esse acordo não foi formalmente selado, seja porque tanto Alrnino Affonso quanto Fernando Henrique Cardoso fizessem restrições ao PTB junto aos setores intelectuais e às principais tendências de esquerda em São Paulo, o fato é que eles jamais defenderam de público a reorganização do PTB, embora não tenham deixado de manter contatos com o próprio Brizola ou com organizadores do partido. Apesar de certo ressentimento pessoal, sobretudo com o ex-ministro Alrnino Affonso, «afinal ele é um trabalhista histórico» o ex-governador gaúcho dá prioridade à organização do PTB de São Paulo a partir das correntes de Almino Affonso e Fernando Henrique Cardoso. 2 Se fracassassem as articulações via Almino ou Fernando Henrique, Brizola, procuraria uma composição com o senador Franco Montoro, tendo em vista as precauções que ele tem em relação à classe média paulista. Um dos dados que ele mais fixou foi-lhe fornecido pelo próprio Fernando Henrique, para que as esquerdas apesar do espaço político que LEONEL BRIZOLA E DNA. NEUZA A partido, em Lisboa: começa a longa viagem de volta do ex-governador (a bagagem nâo é dele) conseguem ocupar náo possuem.em todo o Estado mais do que 500 mil votos. 3 A última alternativa para o PTB. paulista, segundo o próprio Brizola, seria uma composição com o senador Crestes Quércia. evitada menos por quaisquer restrições pessoais ao senador, do que pelo temor de entregar toda futura máquina partidária aos setores que hoje controlam o MDB paulista. Reserva com Ulysses, cautela com Lula Quanto ao deputado Ulysses Guimarães e outros, tidos como liberais que controlam a cúpula nacional do MDB, Brizola mal consegue conter sua irritação. Certo ou errado, ele acha que essa cúpula emedebista usurpou a bandeira de vários setores oposicionistas; e embora afirme que retorna disposto a dialogar com todos os setores oposicionistas, não tenciona submeter-se à liderança da atual direção nacional do MDB. Sua tática, nesse sentido, será a de rachar o MDB quer pela esquerda, quer pela direita, conforme as circunstâncias. 5 Finalmente, a alternativa que o próprio Brizola considera menos viável «dado o grau de envenenamento a que foram submetidas as duas partes», é a de simplesmente entregar a organização do PTB aos dirigentes sindicais, principalmente a Luiz Inácio da Silva. Lula o metalúrgico. Para ele. os novos líderes sindicais precisam entender que o PTB em São Paulo deve ser nada mais nada menos que o PT. E ^dá a receita: um partido organizado e dirigido pelos trabalhadores, mas que náo se restrinja a determinadas categorias, que seja um partido de massas, permanentemente organizadas e que prescinda de alianças com setores da burguesia». A nova imagem é occc Seja como for. alguns políticos paulistas que tem mantido contato com o ex-governador gaúcho acham que sua evidente preocupação em apagar a imagem de líder radical e incendiário não obedece tanto a considerações de ordem estratégica (como. por exemplo, a de conquistar a classe médica paulistai. Sua principal preocupação seria a de não servir de pretexto para um novo fechamento do regime ou para a exarcebaçào dos ânimos da extrema direita. E citam, a propósito, as recentes ameaças do CCC (Comando de Caça aos Comunistas) no Rio Grande do Sul: «Leonel Brizola pisará no território brasileiro, mas por poucos momentos, pois aqui não ficará vivo». É esta a ameaça que o Comando de Caça aos Comunistas - CCC está fazendo em carta enviada aos políticos trabalhistas gaúchos ligados ao ex-governador. Entre os destinatários está Sereno Chaise. ex-prefeito, e Cleon Guatemozim. ambos do MDB. «Chegou a hora diz a carta de acertarmos contas com esse violador da lei que advertiu as mentes dos estudantes, trabalhadores e políticos.» D sr Leonel Brizola é acusado, nessas ameaças, de ter feito do Uruguai, de 64 a 77 base de sua conspiração, planejando a guerrilha em território brasileiro, e de ter «aliciado jovens para o terrorismo, enviando-os para treinamento de guérrilhas em Cuba». «O Partido Comunista, acrescentou, lhe foi constante aliado propiciando cobertura ampla, geral e irrestrita no terreno eleitoral, financeiro e doutrinário.» As cartas indicam o endereço do remetente como sendo o apartamento 603 do Edifício Jaguaribe, que, no entanto, é ocupado pela Associação Médica do Rio Grande do Sul. cujo presidente observou: «Só pode ser má fé utilizarem o endereço de amigos». gg B V fllh I, 99 B / YYYYYYw -. ;...;;: YY YY U^YY^YYY.Y. ;.-..?*H ; v ^ ^MvYViUYVY^YYYrwY^ - YYY-.Y:Y Y-Y-. 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