Avaliação de impacto do Programa Escola Integrada de Belo Horizonte
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- Rachel Figueira Covalski
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1 Avaliação de impacto do Programa Escola Integrada de Belo Horizonte
2 Índice Programa Escola Integrada Avaliação de impacto Amostra Pesquisa Indicadores Resultados Impactos estimados Comentários
3 Programa Programa Escola Integrada da Prefeitura de Belo Horizonte: Objetivo: contribuir para a melhoria da qualidade da educação, por meio da ampliação da jornada educativa dos estudantes Público: alunos do ensino fundamental das escolas municipais Estratégia: transformar espaços próximos à escola em locais de aprendizado Agentes envolvidos: diferentes esferas governamentais, escolas, instituições de ensino superior e ONGs.
4 Atividades no contra-turno escolar: realizadas por monitores (alunos universitários) e agentes culturais (da comunidade local) diferentes áreas do conhecimento: Programa 60% ações de acompanhamento pedagógico e conhecimentos específicos 40% ações de esporte, cultura, lazer e artes, e de formação pessoal e social atividades realizadas dentro e fora da escola Igrejas, ONGs, Associações de Moradores, Clubes e Academias, Parques, Campos de Futebol, entre outros
5 Programa Início do programa em 2007 (piloto em 2006): 42 escolas integradas em junho de 2007 Critérios de participação: vulnerabilidade social (proporção de beneficiários do bolsa-família nas escolas) e disponibilidade de espaços públicos no entorno das escolas. adesão voluntária das escolas e dos alunos
6 Rede Municipal 181 Escolas 098 Associações 174 Parques 051 Núcleos Esportivos 309 Equip. Esportivos
7 Avaliação de impacto A avaliação de impacto pressupõe a comparação de 2 grupos, de beneficiários (ou tratamento) e de comparação (ou controle) Além disso, leva em conta problemas de seleção ( controle de características entre grupos) para garantir comparabilidade entre grupos, e inferência de causalidade entre Programa e impactos estimados
8 Amostra Amostra total: 165 escolas (140 mil alunos) 30 escolas 2675 alunos 165 entrevistas institucionais Amostra de 30 escolas 60 participantes (Total: 882) 15 tratamento 15 controle 60 não participantes (Total: 893) 60 não participantes (Total: 900)
9 Pesquisa entrevistas com os responsáveis pelos alunos, nos domicílios entrevistas institucionais, realizadas nas escolas: por escola: 1 diretor, 2 professores, 1 professor comunitário, 2 monitores e 2 agentes culturais comunitários pesquisa de campo: Nov/Dez de 2007 entrevistas incluem perguntas retrospectivas
10 Indicadores Categorias de Análise: identificação de elementos que criem as possibilidades ou o ambiente de capacitação para melhoria do desempenho escolar Dimensões de impacto contempladas: indicadores educacionais e culturais, indicadores gerais de bem-estar, socialização e convivência, alocação do tempo da criança e de seu responsável
11 Resultados Seletividade na participação no Programa: maior proporção de bolsa-família, menor nível de posse de bens, menor escolaridade e maior probabilidade de desemprego do chefe do domicílio, crianças mais jovens necessidade de técnicas econométricas
12 Resultados A seguir, apresentação de: Comparação de resultados entre grupos (sem controle): dentro da escola participante (Comparação 1) em uma escola não participante (Comparação 2) Impacto: controlando-se por seleção (por características dos alunos) verificação se impactos diferenciados por tipos de escolas alguns comentários dos agentes escolares
13 Resultados Características utilizadas nas estimativas: a) Criança: idade, sexo, raça b) Responsável: idade, sexo, anos de estudo c) Família e do domicílio: chefe feminino, domicílio próprio, identificação da rua, tipologia de posse de bens, recebimento de benefício de transferência de renda, número de cômodos per capita
14 Resultados d) Escolas: estrutura (2 tipos baseados na infra-estrutura); índice de vulnerabilidade social; índice de complexidade sócioeconômica; taxa de distorção idade-série; taxa de abandono
15 Leitura Leitura de Jornais e Revistas Tratamento Comparação 1 Comparação 2 Aumento da Leitura 18 p.p 11 p.p 9 p.p Valores em % 62% 60% Leitura de Livros Tratamento Comparação 1 Comparação 2 Aumento da Leitura 12 p.p 10 p.p 6 p.p Valores em % 69% 69%
16 Leitura Aumento diferencial entre grupos (p.p.) Leitura de jornais e revistas Leitura de livros Tratamento vs. Comparação 1 0,07 0,08 Tratamento vs. Comparação 2 0,09 0,09 Com controles pelas características das escolas: em escolas com pior infraestrutura, os diferenciais (ou impacto) de leitura de jornais e revistas são maiores.
17 Uso do computador Uso do computador Tratamento Comparação 1 Comparação 2 Aumento do Uso 50 p.p 25 p.p 14 p.p Valores em % 41% 42%
18 Uso do computador Aumento diferencial entre grupos (p.p.) Uso do computador Tratamento vs. Comparação 1 0,26 Tratamento vs. Comparação 2 0,35 Com controles pelas características das escolas: o efeito está concentrado nas escolas com maior índice de vulnerabilidade social
19 Cultura e esporte Freqüência a atividades culturais Tratamento Aumento 12 p.p Comparação 1 3 p.p Comparação 2 1 p.p Valores em % 59% 49% Prática de esportes Aumento 24 p.p 7 p.p 3 p.p Valores em % 71% 65% Informações e Cultura Geral Há melhora após Programa 68% 60% 62%
20 Cultura e esporte Aumento diferencial entre grupos (p.p.) Tratamento vs. Comparação 1 Tratamento vs. Comparação 2 Freqüência a atividades culturais Prática de esportes 0,08 0,12 0,13 0,12 Diferencial de melhora após Programa Informações e Cultura Geral 0,09 0,07 Com controles pelas características das escolas: Para atividades culturais: efeito concentrado nas escolas com maior índice de vulnerabilidade social Para a prática de esportes: diferenciais reforçados em parte pela melhor infra-estrutura da escola
21 Saúde Percentual de melhora após Programa Tratamento Comparação 1 Comparação 2 Lavar a mão 62% 54% 53% Escovar os dentes 62% 55% 54% Tomar banho 58% 53% 50% Estado Geral de saúde 48% 47% 54% Diversificação da alimentação 62% 55% 50%
22 Saúde Lavar a mão Diferencial de melhora entre grupos (p.p.) Tratamento vs. Comparação 1 0,08 Tratamento vs. Comparação 2 0,10 Escovar os dentes 0,07 0,12 Tomar banho 0,05 0,10 Estado geral de saúde 0,06 Diversificação da alimentação 0,08 0,12 Com controles pelas características das escolas: o efeito está concentrado nas escolas com maior índice de vulnerabilidade social
23 Estudo Percentual de melhora após Programa Tratamento Comparação 1 Comparação 2 Motivação com o conteúdo das disciplinas 65% 57% 54% Número de horas estudadas 68% 54% 48% Responsabilidade com as Lições de Casa 60% 55% 49% Mudança no hábito de fazer a lição (criança respondeu) 8% 5% 4% Motivação com as Atividades Extra-Classe 68% 55% 53% Motivação para ir a Escola 70% 60% 52%
24 Estudo Motivação com o conteúdo das disciplinas Diferencial de melhora entre grupos (p.p.) Tratamento vs. Comparação 1 0,08 Tratamento vs. Comparação 2 0,09 Número de horas estudadas Responsabilidade com as Lições de Casa Mudança no hábito de fazer a lição (criança respondeu) Motivação com as Atividades Extra- Classe Motivação para ir a Escola 0,13 0,05 0,14 0,13 0,19 0,10 0,06 0,17 0,17 Com controles pelas características das escolas: o efeito está concentrado nas escolas com maior índice de complexidade
25 Interação social Percentual de melhora após Programa Interação Tratamento Comparação 1 Comparação 2 Família 58% 55% 53% Amigos 56% 54% 55% Colegas 59% 56% 54% Comunidade 54% 51% 52% Professores 61% 56% 53%
26 Interação social Diferencial de melhora entre grupos (p.p.) Interação Família Tratamento vs. Comparação 1 Tratamento vs. Comparação 2 0,06 Amigos Colegas 0,05 Comunidade Professores 0,08 Com controles pelas características das escolas: em escolas com pior estrutura, os diferenciais entre os grupos (ou efeitos do programa) são maiores
27 Interação social No curto prazo não foi possível constatar impacto de interação social, quando baseado na percepção da família. Na visão dos agentes das escolas professores e diretores -, ao contrário, esta percepção é de há impacto do Programa em termos da interação dos alunos com a comunidade e com colegas.
28 Comportamento Percentual de melhora após Programa Tratamento Comparação 1 Comparação 2 Comunicação 68% 63% 62% Diminuição de agressividade 33% 26% 30%
29 Comportamento Diferencial de melhora entre grupos (p.p.) Comunicação Tratamento vs. Comparação 1 Tratamento vs. Comparação 2 Diminuição de agressividade 0,06
30 Alocação do tempo da criança (em minutos) Tratamento vs. Comparação 1 Tratamento vs. Comparação 2 Tratamento em 2006 Afazeres domésticos -3,47 18 Cuidado a crianças, idosos, etc., no domicílio 12 Estudo na escola 150,20 152, Estudo em casa -9,34-10,64 63 Leitura de jornais, revistas ou livros 25 Atividade econômica com rendimento em casa 0 Atividade econômica com rendimento fora de casa -1,70 1 Trabalho comunitário 2 Atividades culturais 8,65 13,03 67 Lazer na escola 43,71 42,04 73 Lazer fora da escola -27,55-23, Alimentação 59 Esporte na escola 31,05 28,90 53 Esporte fora da escola 5,46 8,70 42 Assistir televisão -36,47-34, Descansar e dormir -3,87 522
31 Alocação do tempo da criança (em minutos) Diferenças observadas não sugerem uma realocação do tempo das crianças participantes do Programa, no sentido de que eles deixam de fazer alguma atividade para se dedicar ao tempo no Programa, mas uma ocupação de tempo ocioso, em que não havia declaração de atividade alguma no ano anterior
32 Alocação do tempo do responsável (em minutos) Tratamento vs. Comparação 1 Tratamento vs. Comparação 2 Tratamento em 2006 Cuidado com higiene da criança -3,75 53 Preparo de refeições -2,83-4,45 87 Orientação do estudo da criança -3,51-5,02 61 Cuidado a crianças, idosos, etc., no domicílio -7, Outras atividades domésticas 148 Estudo 26 Leitura -2,30 36 Atividade econômica com rendimento em casa 26 Atividade econômica com rendimento fora de casa 15,04 18, Trabalho comunitário 10 Procura de trabalho -10,28 29 Outra atividade econômica sem rendimento fora de casa Atividades culturais 39 Atividades físicas 18 Alimentação 55 Descanso
33 Entrevistas institucionais Em termos gerais, todos os agentes destacam um aumento do interesse e da motivação das crianças participantes do Programa em relação à escola, ainda, neste momento, insuficiente para aumentar o desempenho escolar, na opinião dos professores (comparação entre grupos). Em relação ao Programa, as maiores dificuldades mencionadas se referem a questões de implementação do Programa ou a características intrínsecas às famílias, e não diretamente à concepção do Programa.
34 Transbordamentos Na maior parte das dimensões, maiores valores de diferenciais do grupo de participantes do Programa em relação ao grupo de não participantes de fora da escola possível interpretar como um efeito de spillover: disseminação dos resultados positivos do programa para os não participantes dentro das escolas participantes; contudo, os resultados de diferenciais na alocação do tempo no final de semana maiores em relação ao grupo de comparação de dentro da escola sugerem que os alunos não participantes não levam para o ambiente fora da escola o efeito de spillover
35 Eqüidade Muitos impactos foram reforçados pelo nível de vulnerabilidade social: indicação de impacto eqüitativo do Programa Destacam-se os seguintes tópicos: uso de computador, freqüência a atividades culturais, hábitos de higiene e alimentação, redução do tempo da criança alocado a afazeres domésticos.
36 Comentários Conclusivos Impactos positivos do Programa em quase todas as dimensões analisadas: desenvolvimento no curto prazo (1 ano de Programa) de um ambiente de melhores condições de capacitação das crianças, que constitui condição necessária e crucial para a melhora do desempenho escolar destas crianças.
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