Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação
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- Alessandra Castanho Santarém
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1 Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação Coordenação de Biblioteca
2 14 DE MARÇO PALÁCIO DO PLANALTO BRASÍLIA-DF DISCURSO POR OCASIÃO DO QUARTO ANIVERSÁRIO DO GOVERNO As palavras do nobre Ministro Walter Pires, amigo de todas as horas, traduzem, de modo fraterno, os cumprimentos do Ministério pelo transcurso, amanhã, do quarto aniversário da minha investidura na Presidência da República. Depois de lembrar as lutas e dificuldades desses quatro anos, assinala, com propriedade, o Ministro Walter Pires, a diferença entre o Brasil de hoje e o Brasil de Realça, com isso, a crescente rapidez das mudanças, que se operam na sociedade brasileira bem como a complexidade, também crescente, dos problemas que o Governo é chamado a resolver. O Ministro traça, com segurança, o quadro das realizações governamentais no campo econômico, social e político; lamenta a incompreensão dos negativistas; exprime sua crença na viabilidade do sistema democrático e na governabilidade da democracia; externa sua confiança no futuro do País e manifesta apoio incondicional à obra que venho realizando. Sobrevém essa manifestação de solidariedade, ampla e incondicional, em momento histórico da nossa vi-
3 40 da política. Faz poucos dias, em mensagem dirigida ao Congresso, formulei, quanto aos opositores, proposta de trégua. Há quem a tenha interpretado como tentativa de silenciar a Oposição. A proposta de trégua, que agora reitero, é ato de grandeza. Não constitui convite à capitulação, nem envolve capitulação. Constitui isso sim convite a que se identifiquem, pelo diálogo, zonas de entendimento. A trégua deve ser vista como processo, mediante o qual as parcialidades políticas se disponham a superar, acerca de pontos determinados, radicalismos ou divergências injustificáveis em face do interesse nacional. Trégua é procura de conciliação e desarmamento dos espíritos. Trégua supõe a crença de que, pela argumentação entre interlocutores de boa-vontade e de boafé, é possível chegar à união dos espíritos e à unidade de ação. Ressalta, por outro lado, a já mencionada manifestação de solidariedade, ampla e incondicional, quando nos encontramos na véspera da posse dos novos Governadores, acontecimento que abre outra e importante etapa no caminho da democratização do País. A escolha de novos condutores políticos, nas eleições de 15 de novembro, impõe alteração nas relações de poder, até então existentes, entre as quais a que se refere à trégua, que propus, na luta partidária. Nesta última fase do meu mandato, continuarei a assegurar condições para a defesa e consolidação das instituições, por via do entendimento e da solução pacífica dos nossos problemas. Minha disposição é de manter com os novos Governadores, independente de cor partidária, relações funcionais construtivas. Guardados os interesses gerais da União, os interesses particulares dos Estados cuja au-
4 41 tonomia, nos termos da Constituição, è imperativo respeitar serão superiormente apreciados. Reafirmo meu propósito de manter diálogo com a Oposição. Combaterei, não obstante, frontalmente, os que se dispuserem a contestar o regime. Não se confunda oposição leal e construtiva com a contestação extremista. Espero que a lucidez e a moderação levem a que se entenda devidamente o momento histórico que vivemos. A esmagadora maioria da Nação deseja, não o confronto e o revanchismo, mas o entendimento e a conciliação entre os brasileiros. Reafirmo, também, por lealdade institucional e convicção pessoal, o meu inabalável compromisso com a democracia, a crença nos seus valores, a fé nas suas instituições e nos seus métodos. Assegurarei a liberdade, que é instrumento da democracia e do bem-comum. Não tolerarei, porém, que a liberdade degenere em licença ou abuso das franquias constitucionais. Velarei pela rigorosa manutenção dos princípios éticos, não permitindo desvios de conduta na gestão dos negócios públicos. A hora é de austeridade, disciplina, respeito à lei. É preciso que estes valores inspirem a ação dos dirigentes políticos e de todos os agentes do Governo. No quadriênio que amanhã se completa foram inegáveis os êxitos alcançados. Mas a missão não está concluída. Insisto em que, a partir de agora, entraremos na fase mais importante do processo de abertura política: a consolidação das instituições democráticas. Tarefa árdua, cheia de riscos, mas nem por isso menos necessária. Dentro das diretrizes já traçadas, conclamo todas as forças democráticas para um esforço conjunto, a fim de
5 42 superar as posições irredutíveis, evitar o retorno a querêlas estéreis e radicalismos divisionistas. Só pelo diálogo, a negociação leal, flexível e objetiva, será possível estabelecer em nosso País uma sociedade politicamente livre, economicamente forte e socialmente justa. Aos novos Governadores, que dentro de poucas horas virão compartilhar comigo as responsabilidades executivas e os compromissos com a Nação, os meus votos de pleno êxito e serena condução dos destinos de seus Estados. Aos Senhores Ministros, que me vieram testemunhar seu apreço e sua confiança, os meus agradecimentos e o meu abraço. Muito obrigado.
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