D E C I S Ã O D E C I S Ã O

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1 Processo nº D E C I S Ã O I Dos embargos de Declaração Processo nº D E C I S Ã O I Dos embargos de Declaração 1. Trata-se de ação civil pública proposta pelo MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL (MPE) em face do ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (EES), CONCESSIONÁRIA RODOVIA DO SOL (RODOSOL) e SERVIX ENGENHARIA S.A (SERVIX), já qualificados. Após decisão proferida às fls. 3686/3687, o MPE apresentou embargos de declaração (fls. 3733/3742), alegando, em síntese, obscuridade (quanto ao reajuste aplicado no trecho da Rodovia do Sol) e contradição (quanto ao reajuste do valor correspondente à manutenção do trecho da Terceira Ponte). Pois bem. Certificada a tempestividade do recurso e presentes os demais pressupostos para sua admissibilidade, conheço dos embargos de declaração apresentados. Passo a análise das questões suscitadas. 2. Da obscuridade. O MPE alega, em resumo, que a decisão de fls. 3686/3687 foi obscura porque, embora tenha reconhecido que a decisão proferida anteriormente nestes autos não compreende o trecho da Rodovia do Sol, teria autorizado/determinado a aplicação de reajuste no referido trecho. Para o esclarecimento pretendido pelo MPE, é importante descrever o contexto em que a decisão de fls. 3686/3687 foi proferida. Veja-se que, segundo narrado pela RODOSOL na petição de fls. 3632/3637, e comprovado pelos documentos de fls. 3638/3643, a ARSI (Agência Reguladora de Saneamento e Infraestrutura Viária do Espírito Santo) se negava em conceder o

2 reajuste do pedágio instalado no trecho da Rodovia do Sol utilizando como fundamento a liminar anteriormente concedida neste processo. Diante deste fato, foi necessário esclarecer na decisão de fls. 3686/3687 que o trecho da Rodovia do Sol não foi objeto da decisão anteriormente proferida nos autos. Assim, não deveria a ARSI recusar-se a apreciar os pedidos da RODOSOL com fundamento exclusivo na decisão anteriormente proferida nestes autos. Deste modo, a decisão de fls. 3686/3687, ora impugnada, tratou tão somente de esclarecer à ARSI que a liminar anteriormente deferida nos autos não compreendia o trecho da Rodovia do Sol e, por este motivo, não poderia ser utilizada como fundamento para negar a apreciação dos pedidos da RODOSOL referentes a ele (trecho). Como pode ser visto na decisão de fls. 3686/3687, em nenhum momento foi determinado ou autorizado o reajuste do trecho que compreende a Rodovia do Sol (até mesmo porque isso não foi postulado pela empresa RODOSOL). Apenas foi esclarecido que a ARSI deveria analisar os pedidos do RODOSOL com relação àquele trecho, eis que a decisão proferida neste processo não interferia no mesmo. 3. Da contradição. Alega o MPE, em resumo, que a decisão de fls. 3686/3687 foi contraditória porque, em um trecho menciona o termo reajuste e depois determina que a ARSI indique valor atual a ser cobrado na Terceira Ponte correspondente à sua manutenção. Esclarecendo o questionamento, é importante dizer que o termo reajuste utilizado na decisão de fls. 3686/3687 deve ser interpretado em seu sentido literal, qual seja, ajustar de novo. Isso porque a decisão anteriormente proferida nestes autos havia determinado que a ARSI indicasse um valor de tarifa (pedágio) para o trecho da Terceira Ponte correspondente à sua manutenção. Ocorre que o valor foi indicado pela ARSI em De lá para cá, é fato notório que houve uma elevação nos preços praticados no mercado (na decisão de fls. 3686/3687, tomei como exemplo a variação do índice IPCA medido pelo IBGE, que é o índice oficial da inflação no Brasil). Deste modo, atendendo a pedido da RODOSOL, entendi razoável que a ARSI indicasse um novo valor (isto é, um valor atual) de tarifa (pedágio) para o trecho da Terceira Ponte, correspondente à sua manutenção (ou seja, que ajustasse de novo o valor). Não houve, como visto, qualquer determinação da forma de cálculo (por exemplo, não foi determinado que a ARSI aplicasse o índice da inflação, corrigindo monetariamente o valor anterior, ou que usasse qualquer outra fórmula específica). Repito, apenas foi determinado que a ARSI indicasse o valor atual a ser cobrado na Terceira Ponte, correspondente à sua manutenção. Tudo nos termos da decisão que já havia sido proferida anteriormente nos autos. Inclusive, por este motivo, não consta na decisão de fls. 3686/3687 qualquer menção a critérios que deveriam ser utilizados pela ARSI para o cálculo, razão pela qual não

3 tenho como apreciar as questões suscitadas pelo MPE neste tópico (aumento do fluxo de veículos, aumento natural da frota, dados de custos e receitas, aumento de arrecadação, etc). 4. Deste modo, à luz do exposto, conheço dos embargos e lhes dou provimento, esclarecendo a decisão de fls. 3686/3687 nos termos da fundamentação supra. II Do andamento do processo. 5. Quanto ao andamento do processo, vejo que os requeridos (EES, RODOSOL e SERVIX) ainda não foram intimados para: (i) ciência do laudo econômico e suas complementações; (ii) ciência do laudo ambiental; (iii) ciência das decisões de fls. 3629/3630 e 3686/ Outrossim, vejo que os pedidos formulados pelo MPE para ampliação do prazo de manifestação quanto à perícia ambiental perderam seu objeto, pois a manifestação já consta nos autos (fls. 3800/3823). 7. Deste modo: (i) intimem-se as partes desta decisão; (ii) intimem-se os requeridos para ciência e manifestação quanto aos laudos econômico (com suas complementações) e ambiental já apresentados, bem como para ciência das decisões de fls. 3629/3630 e 3686/3687. Diligencie-se. Vitória, 06 de maio de Felippe Monteiro Morgado Horta Juiz de Direito 1. Trata-se de ação civil pública proposta pelo MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL (MPE) em face do ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (EES), CONCESSIONÁRIA RODOVIA DO SOL (RODOSOL) e SERVIX ENGENHARIA S.A (SERVIX), já qualificados. Após decisão proferida às fls. 3686/3687, o MPE apresentou embargos de declaração (fls. 3733/3742), alegando, em síntese, obscuridade (quanto ao reajuste aplicado no trecho da Rodovia do Sol) e contradição (quanto ao reajuste do valor correspondente à manutenção do trecho da Terceira Ponte).

4 Pois bem. Certificada a tempestividade do recurso e presentes os demais pressupostos para sua admissibilidade, conheço dos embargos de declaração apresentados. Passo a análise das questões suscitadas. 2. Da obscuridade. O MPE alega, em resumo, que a decisão de fls. 3686/3687 foi obscura porque, embora tenha reconhecido que a decisão proferida anteriormente nestes autos não compreende o trecho da Rodovia do Sol, teria autorizado/determinado a aplicação de reajuste no referido trecho. Para o esclarecimento pretendido pelo MPE, é importante descrever o contexto em que a decisão de fls. 3686/3687 foi proferida. Veja-se que, segundo narrado pela RODOSOL na petição de fls. 3632/3637, e comprovado pelos documentos de fls. 3638/3643, a ARSI (Agência Reguladora de Saneamento e Infraestrutura Viária do Espírito Santo) se negava em conceder o reajuste do pedágio instalado no trecho da Rodovia do Sol utilizando como fundamento a liminar anteriormente concedida neste processo. Diante deste fato, foi necessário esclarecer na decisão de fls. 3686/3687 que o trecho da Rodovia do Sol não foi objeto da decisão anteriormente proferida nos autos. Assim, não deveria a ARSI recusar-se a apreciar os pedidos da RODOSOL com fundamento exclusivo na decisão anteriormente proferida nestes autos. Deste modo, a decisão de fls. 3686/3687, ora impugnada, tratou tão somente de esclarecer à ARSI que a liminar anteriormente deferida nos autos não compreendia o trecho da Rodovia do Sol e, por este motivo, não poderia ser utilizada como fundamento para negar a apreciação dos pedidos da RODOSOL referentes a ele (trecho). Como pode ser visto na decisão de fls. 3686/3687, em nenhum momento foi determinado ou autorizado o reajuste do trecho que compreende a Rodovia do Sol (até mesmo porque isso não foi postulado pela empresa RODOSOL). Apenas foi esclarecido que a ARSI deveria analisar os pedidos do RODOSOL com relação àquele trecho, eis que a decisão proferida neste processo não interferia no mesmo. 3. Da contradição. Alega o MPE, em resumo, que a decisão de fls. 3686/3687 foi contraditória porque, em um trecho menciona o termo reajuste e depois determina que a ARSI indique valor atual a ser cobrado na Terceira Ponte correspondente à sua manutenção. Esclarecendo o questionamento, é importante dizer que o termo reajuste utilizado na decisão de fls. 3686/3687 deve ser interpretado em seu sentido literal, qual seja, ajustar de novo. Isso porque a decisão anteriormente proferida nestes autos havia determinado que a ARSI indicasse um valor de tarifa (pedágio) para o trecho da Terceira Ponte correspondente à sua manutenção.

5 Ocorre que o valor foi indicado pela ARSI em De lá para cá, é fato notório que houve uma elevação nos preços praticados no mercado (na decisão de fls. 3686/3687, tomei como exemplo a variação do índice IPCA medido pelo IBGE, que é o índice oficial da inflação no Brasil). Deste modo, atendendo a pedido da RODOSOL, entendi razoável que a ARSI indicasse um novo valor (isto é, um valor atual) de tarifa (pedágio) para o trecho da Terceira Ponte, correspondente à sua manutenção (ou seja, que ajustasse de novo o valor). Não houve, como visto, qualquer determinação da forma de cálculo (por exemplo, não foi determinado que a ARSI aplicasse o índice da inflação, corrigindo monetariamente o valor anterior, ou que usasse qualquer outra fórmula específica). Repito, apenas foi determinado que a ARSI indicasse o valor atual a ser cobrado na Terceira Ponte, correspondente à sua manutenção. Tudo nos termos da decisão que já havia sido proferida anteriormente nos autos. Inclusive, por este motivo, não consta na decisão de fls. 3686/3687 qualquer menção a critérios que deveriam ser utilizados pela ARSI para o cálculo, razão pela qual não tenho como apreciar as questões suscitadas pelo MPE neste tópico (aumento do fluxo de veículos, aumento natural da frota, dados de custos e receitas, aumento de arrecadação, etc). 4. Deste modo, à luz do exposto, conheço dos embargos e lhes dou provimento, esclarecendo a decisão de fls. 3686/3687 nos termos da fundamentação supra. II Do andamento do processo. 5. Quanto ao andamento do processo, vejo que os requeridos (EES, RODOSOL e SERVIX) ainda não foram intimados para: (i) ciência do laudo econômico e suas complementações; (ii) ciência do laudo ambiental; (iii) ciência das decisões de fls. 3629/3630 e 3686/ Outrossim, vejo que os pedidos formulados pelo MPE para ampliação do prazo de manifestação quanto à perícia ambiental perderam seu objeto, pois a manifestação já consta nos autos (fls. 3800/3823). 7. Deste modo: (i) intimem-se as partes desta decisão; (ii) intimem-se os requeridos para ciência e manifestação quanto aos laudos econômico (com suas complementações) e ambiental já apresentados, bem como para ciência das decisões de fls. 3629/3630 e 3686/3687. Diligencie-se. Vitória, 06 de maio de Felippe Monteiro Morgado Horta Juiz de Direito

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