DECISÃO MONOCRÁTICA. Poder Judiciário do Estado da Paraíba Tribunal de Justiça Gabinete da Desembargadora Maria das Neves do Egito de A. D.

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1 AC /001 Poder Judiciário do Estado da Paraíba Tribunal de Justiça Gabinete da Desembargadora Maria das Neves do Egito de A. D. Ferreira DECISÃO MONOCRÁTICA 4, APELAÇÃO CÍVEL No /001 - POMBAL RELATORA: Desembargadora Maria das Neves do Egito de A. D. Ferreira :APELANTE: Bradesco Auto/Re CIA de Seguros S/A ADVOGADO: Samuel Marques Custódio de Albuquerque APELADO: Alandes Farias Sobrinho Linhares!I, ADVOGADO: Jaques Ramos Wanderley 1. synt, 1 APELAÇÃO CI L. AÇÃO DE COBRANÇA. SEGURO OBRIGATÓRIO DPVAT. ACIDENTE DE MOTOCICLETA. PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA. GRAU DE INVALIDEZ. NECESSIDADE DE PERÍCIA MÉDICA. SUMULA 474 DO STJ. ACOLHIMENTO. JULGAMENTO MONOCRÁTICO NOS TERMOS DO 1 -A DO ART. 557 DO CPC. POSSIBILIDADE. PROVIMENTO. - "A indenização do seguro DPVAT, em caso de invalidez do beneficiário, deve ser paga de forma proporcional ao grau da invalidez." (Súmula 474 do STJ, publicada em ). A r - Assim, independentemente da data em que ocorreu o sinistro, ausente laudo oficial mostra-se necessária a realização de perícia para aferir o grau da invalidez em tela. A,gtk. - O 1 0-A do art. 557 do CPC autoriza o relator a prover o apelo "Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior".

2 w** AC /001 2 Vistos etc. BRADESCO AUTO/RE CIA DE SEGUROS S/A, já qualificado, interpôs apelação cível contra sentença do Juízo de Direito da 1a Vara Mista da Comarca de Pombal (fls. 111/120), que julgou procedente o pedido formulado na ação de cobrança de Seguro DPVAT ajuizada por ALANDES FARIAS SOBRINHO 'LINHARES, condenando-o ao pagamento de R$ 7.695,00, a título de indenização, acrescidos de correção monetária e juros de mora de 1% a partir da citação. Mormo.* O apelante pugna pela reforma da sentença aduzindo as preliminares de (a) cerceamento de defesa por ausência de perícia médica do IML; ilegitimidade passiva ad causam, argumentando que a responsável pelo seguro obrigatório é a Seguradora Líder dos Consórcios e (c) carência de ação por falta de interesse de agir, ante o pagamento de parte da indenização pela via administrativa. ;ffiga, No mérito, aduz que o pedido deve ser julgado improcedente, uma vez que não há provas nos autos de invalidez permanente que incapacite o apelado para o trabalho. Caso não seja esse o entendimento do Colegiado, pede que a indenização seja reduzida, levando em consideração a proporcionalidade do percentual de debilidade do requerente e, ainda, que houve pagamento parcial recebido. administrativamente. Nas contrarrazões (fls. 127/132) o apelado refutou as alegações da parte adversa, pugnando pelo desprovimento do recurso. A Procuradoria de Justiça, no parecer de fls. 132/145, opinou apenas bela rejeição das preliminares e prosseguimento do apelo, deixando de adentrar no mérito, por entender ausente o interesse público. É o relatório. ;. DECIDO. Os autos historiam que o autor/apelado foi vítima de acidente de trânsito (queda de motocicleta) em 11/03/2007, na cidade de Condado-PB, resultando em fratura da perna esqueda, perda do 2 0 dedo da mão esquerda, além de outras fraturas que o deixou com debilidade física permanente. hzin Alega que a Seguradora pagou-lhe a quantia de R$ 3.780,00

3 AC /001 3 (três mil setecentos e oitenta reais) em 27/03/2QÇ na via administrativa, requerendo em juízo o complemento no valor de R$ 7,695,00 (sete mil seiscentos e noventa e cinco reais). A Seguradora apelante suscitou a necessidade de anulação da - sentença por cerceamento de defesa, ante a ausência de perícia médica a ser realizada pelo Instituto Médico Legal na forma requerida, para constatar a invalidez da parte autora e respectiva graduação. iny 4 Pois bem, compulsando os autos verifico, às fls. 94/97, que a parte autora, ao impugnar a contestação, requereu o julgamento antecipado da lide. Mo contínuo, observando o contraditório, o Juiz determinou a intimação do promovido para informar se pretendia produzir outras provas. Por sua vez, a seguradora apelante apresentou a petição de fls. 102/103, requerendo_a perícia médica pelo IML, para aferir-se o real percentual de invalidez do acidentado, afim de calcular o quantum indenizatório devido. Ao decidir, o Juiz optou pela não realização da prova pericial, por entender que, estando o feito nutrido de prova essencial ao seu deslinde, seja, para acolher, seja para rejeitar o pedido, o julgador não é obrigado a acatar todos os pedidos.cle provas, mas aqueles que entender necessário ao desate da causa. Sob a minha ótica, entendo que não agiu com maestria o juízo a quo., Isso porque o Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula 474, segundo a qual "a indenização do seguro DPVAT, em caso de invalidez parcial do beneficiário, será paga de forma proporcional ao grau da invalidez." No caso em tela, ausente a prova da invalidez total da vítima, independentemente da data do sinistro, afigura-se necessária a realização de perícia para aferir o grau da invalidez. Reforço que, embora a perícia médica particular (fls. 21) ateste z.,,qge,,wauto'r/apelado apresenta deficiência do uso do membro esquerdo em 100 /0 (cem por cento), não resta comprovado, de forma clara, a extensão dos danos, qual membro, nem o grau da invalidez necessária à fixação do montante da indenização. Assim, ante a ausência do grau de invalidez do autor, faz-se.4.necessária dilação probatória, a fim de influir-se no convencimento do Magistrado, devendo os autos retornar à primeira instância para instrução probatória. m:m

4 'f4k AC /001 4 Nesse sentido, destaco precedentes do STJ: CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. SEGURO DPVAT. INVALIDEZ PERMANENTE. NECESSIDADE DE PERÍCIA PARA AVALIAR A EXTENSÃO DA LESÃO. PAGAMENTO PROPORCIONAL AO GRAU DA LESÃO. SÚM. 474 DO ST3. 1. "A indenização do seguro DPVAT, em caso de invalidez parcial do beneficiário, será paga de forma proporcional ao grau da invalidez". Súmula n. 474 do ST3. 2. Agravo regimental a que se nega provimento.' Sem destoar, a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, in verbis. oo, AGRAVO INTERNO. DECISÃO MONOCRÁTICA EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. COBRANÇA DE SEGURO. DPVAT. INVALIDEZ PERMANENTE. NECESSIDADE DE PROVA PARA GRADUAR A INVALIDEZ. APLICAÇÃO DA SÚMULA 474 DO STJ. Com a adoção do entendimento da Súmula no 474 do STJ, que determina independente da data da ocorrência do sinistro, "a indenização do seguro DPVAT, em caso de invalidez parcial do beneficiário, será paga de forma proporcional ao grau da invalidez" e que deverá ser quantificada nos termos da tabela respectiva, se torna necessária a realização de perícia médica, para apurar o grau da invalidez.' APELAÇÃO CÍVEL. SEGUROS. DPVAT. AÇÃO DE COBRANÇA. INVALIDEZ PERMANENTE. COMPLÇÃO DA INDENIZAÇÃO. ACIDENTE OCORRIDO EM DATA ANTERIOR À EDIÇÃO DA MP 451/2008. QUANTIFICAÇÃO DA LESÃO DETERMINADA PELO E. STJ. Ainda que o acidente de trânsito tenha ocorrido em data anterior à MP 451/08, posteriormente convertida na Lei Federal , faz-se necessária a desconstituição da sentença, a fim de que seja realizada perícia médica para a apuração do grau de invalidez do autor, em razão de decisão proferida pelo colendo Superior Tribunal de Justiça. Súmula 474 do STJ. Necessidade de graduação da invalidez, independentemente da data do sinistro. 3 - AgRg no REJ /PR, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 25/09/2012, We 03/10/ AC , Relator: Gelson Rolim Stocker, Quinta Câmara Mel, Julgamento: 26/07/2012, Publicação: Diário da Justiça do dia 27/07/2012.

5 AC /001 5 Isto posto, acolho a preiin1tna de cerceamento de defesa, dando provimento à apelação, o que faço arrimada no 1 -A do art. 557 do CPC, para anular a sentença e determinar o retorno dos autos à primeira instância ça fim de ser realizada perícia médica com o escopo de aferir o grau de invalidez do autor, nos termos da Súmula 474 do STJ. Intimações necessárias. '!,, : 'N, - Cumpra-se. João Pessoa/PB, 20 de março de Desa MARIA DAS NEVES R ITO DE A. D. FERREIRA ra "Ç P'àtk, 1,,, < 1 441;10114,*. 3 AC , Relator: Isabel Dias Almeida, Quinta Câmara Cível, Julgamento: 29/08/2012, Publicaçáo: Diário da Justiça do dia 05/09/2012. ;r k ~~set: tskk,,

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