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1 041, t.: tfifidepirtcáadria MUIZal ftkstma c&ado aiz, Mirada fflaéiacia da. 2Q 91 1,a Xiana, art,o~ OWejawa 9%4w/tante' ACORIDÃO REMESSA DE OFICIO N / 001 Campina Grande RELATOR : Dr. Francisco Francinaldo Tavares, Juiz Convocado AUTORA : Antônia José da Silva ADVOGADO : Kerginaldo Cândido Pereira APELADO : Estado da Paraíba, representado por seu Procurador Geral REMETENTE : Exmo. Juiz de Direito da 3 a Vara da Fazenda de Campina Grande REMESSA OFICIAL OBRIGAÇÃO DE FAZER FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS ENFERMIDADE E HIPOSSUFICIÊNCIA RECONHECIDAS OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE FORNECER MEDICAMENTOS INDISPENSÁVEIS AO TRATAMENTO E A GARANTIA DO DIREITO À SAÚDE REMESSA DESPROVIMENTO O Sistema Único de Saúde, por imperativo legal, deve incluir no seu campo de atuação a execução de ações direcionadas à assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica (Lei n /90, art. 6, inc. I alínea "d"). O medicamento deve ser fornecido gratuitamente pelo Estado - entendendo-se este em todos os seus níveis, seja federal, estadual ou municipal - se comprovada a necessidade do paciente. VETO@ fte, MOREM a Segunda Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, por votação unânime, em conhecer e desprover a remessa, nos termos do voto deste relator. 4 5 ANTÔNIA JOSÉ DA SILVA propôs Ação de Obrigação de Fazer c/c de Tutela Antecipada contra o ESTADO DA PARAÍBA alegando, em síntese, que por ser portadora da enfermidade de mal de Parkinson, e estando necessitada dos seguintes medicamentos: Propola 200/50mg e Tryptanol 25mg, para seu tratamento e, por não possuir condições financeiras para arcar com o custo da aquisição de tal medicamento, deve o Estado suprí-lo, pois compete a este assegurar a proteção à saúde de todos cidadãos. Deferida a antecipação de tutela fls Não houve contestação (fl. 34). Sobreveio, então, a sentença pela qual o Juiz a quo julgou procedente o pedido, tornando definitiva a tutela antecipada concedida, para determinar que o Estado da Paraíba forneça ininterruptamente, enquanto for necessário os medicamentos elencados na inicial para o tratamento da enfermidade da Promovente.

2 2 );\ ~Ume.. X e.e.frfiate cerea.r. tr...a. ffraimon arede géri- Condenou-o, ainda, ao pagamento de honorários advocatícios que fixou no valor de R$ 600,00 (Seiscentos Reais). Feito sujeito à remessa necessária (fl. 41). Instada a se pronunciar, a Douta Procuradoria de Justiça emitiu parecer, opinando pelo conhecimento e desprovimento da remessa (fls.49/52). É o relatório. varo 110 Consta do álbum processual que a autora sofre da doença "Mal de Parkinson" e que necessita do medicamento para tratá-la. Dos elementos trazidos aos autos, evidencia-se com os requerimentos médicos acostados na inicial (fls. 14, 16 e17). Dessa forma, se restou comprovada a necessidade de consumo do medicamento descrito, bem como a impossibilidade financeira da Autora em adquiri-lo, impõe-se a conclusão de que exsurge evidente nos autos o direito líquido e certo ao seu fornecimento por parte do Poder Público. Aliás, nas normas de regência não há restrição alguma relacionada à condição econômica do paciente. A saúde, conforme o disposto no art. 196 da Constituição Federal, "é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação". A respeito desse preceito, a melhor orientação doutrinária é aquela que, a partir do século XX, considera que as normas pertinentes à saúde, por ser ela o mais típico dos direitos sociais, têm aplicabilidade imediata, independendo de norma regulamentadora. que: Mais adiante, a Constituição Federal, no seu art. 198, consigna " I- as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: [...] II - atendimento integral, com prioridade para atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; ( O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes".

3 fift. 4411, ord,fid~. Mé..dakfidwo.a. 55~6 d. gr...o. `alma no 3 Diante dessas disposições, observa-se que o sistema único de saúde garante o fornecimento de cobertura integral aos seus usuários - não importando se de forma coletiva ou individualizada, como no caso em apreço -, e por todos os entes estatais da Administração Direta: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Sobre a universalidade da cobertura, no âmbito infraconstitucional, a Lei n /90, ao regular o Sistema Único de Saúde - SUS e dispor sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, bem como sobre a organização e funcionamento dos serviços a ela correspondentes, estabelece no art. 6 que "estão incluídas ainda no campo de 111 atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): I - a execução de ações: d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;", (grifo nosso). Nesse sentido é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça: 411 "CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. OBJETIVO: RECONHECIMENTO DO DIREITO DE OBTENÇÃO DE MEDICAMENTOS INDISPENSÁVEIS AO TRATAMENTO DE RETARDO MENTAL, HEMIATROPIA, EPILEPSIA, TRICOTILOMANIA E TRANSTORNO ORGÂNICO DA PERSONALIDADE. DENEGAÇÃO DA ORDEM. RECURSO ORDINÁRIO. DIREITO À SAÚDE ASSEGURADO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (ART. 6 E 196 DA CF). PROVIMENTO DO RECURSO E CONCESSÃO DA SEGURANÇA.I - É direito de todos e dever do Estado assegurar aos cidadãos a saúde, adotando políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e permitindo o acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (arts. 6 e 196 da CF). II - Em obediência a tais princípios constitucionais, cumpre ao Estado, através do seu Órgão competente, fornecer medicamentos indispensáveis ao tratamento de pessoa portadora de retardo mental, hemiatropia, epilepsia, tricotilomania e transtorno orgânico da personalidade. III - Recurso provido" (ROMS n /MG, Min. Garcia Vieira)1. I (ROMS n /MG, Min. Garcia Vieira)

4 1, Nt7.;:t: 1 Áli ',,.., 1...!.. se.0** t..' '&..ó4 O...a. (85... gua., "RECURSO ESPECIAL. MANDADO DE ' SEGURANÇA. FORNECIMENTO GRATUITO DE MEDICAMENTOS. SUS. LEI N /90. O v. acórdão proferido pelo egrégio Tribunal a quo decidiu a questão no âmbito infraconstitucional, notadamente à luz da Lei n , de 19 de setembro de O Sistema Único de Saúde pressupõe a integralidade da assistência, de forma individual ou coletiva, para atender cada caso em todos os níveis de complexidade, razão pela qual, comprovada a necessidade do medicamento para a garantia 111 da vida de paciente, deverá ser ele fornecido. Recurso especial provido. "2 Percebe-se assim, que o Sistema Único de Saúde pressupõe a integralidade da assistência, de forma individual ou coletiva, para atender cada caso em todos os níveis de complexidade, razão pela qual, comprovada a necessidade do medicamento para a garantia da vida da paciente, deverá ele ser fornecido. Tendo, portanto, a recorrente, visivelmente, direito líquido e certo ao recebimento do remédio. Em assim sendo, além da prova documental trazida aos autos, dando conta da necessidade do medicamento, bem como, diante do quadro que se apresenta um mínimo de bom senso e de sensibilidade o melhor caminho a escolher é obrigar o Estado a fornecer a medicação pleiteada. (110 Pelo exposto, CONHEÇO E DESPROVEJO A REMESSA NECESSÁRIA, mantendo a sentença de 1 Grau em todos os seus termos. É como voto. Presidiu a sessão o Exmo. Des. João Machado de Souza. Participaram do julgamento, além do relator, eminente Dr. Francisco Francinaldo Tavares, Juiz convocado para substituir a Exma. Desa. Maria de Fátima Moraes Bezerra Cavalcanti, o Exmo. Des. João Machado de Souza e o Exmo. Des. Manoel Paulino da Luz. Presente ao julgamento o Exmo. Dr. Francisco Sagres Macedo Vieira, Procurador de Justiça. João Pessoa, 2;.e setembro de 2006.,,, ~2ea -, '''' -, e /,Yruicmg Juiz Convocado - Relator 2 Decisão unânime (REsp n /RJ, Min. Franciulli Netto).

5 . TRIBUNAL DE JUSTIÇA COónienaderia Judieiária 1