São aquelas em que há uma multiplicidade de sujeitos. Posso ter na obrigação vários devedores, vários credores ou vários credores e vários devedores.
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- Mateus Canedo Leveck
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1 OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS São aquelas em que há uma multiplicidade de sujeitos. Posso ter na obrigação vários devedores, vários credores ou vários credores e vários devedores. A classificação em obrigações divisíveis e indivisíveis só é importante quando existe a multiplicidade de sujeitos, pois, havendo um só credor e um só devedor, a prestação deve ser cumprida por inteiro independentemente se seu objeto é divisível (10 sacas de arroz ou indivisível entregar um animal). Obrigações divisíveis são aquelas cujo objeto da prestação pode ser dividido entre os sujeitos. Nesse caso passam a existir tantas obrigações iguais e distintas quantos forem os devedores ou credores (art.257). A prestação é rateada, repartida entre as partes segundo a regra concursu partes fiunt (as partes se satisfazem pela divisão). Assim, cada devedor só responde por sua quota parte enquanto que cada credor só pode exigir sua quota parte. A insolvência de um devedor não aumenta a quota dos demais. Ex: 3 devedores se comprometem a pagar ,00 para um credor. Cada um será obrigado apenas por Do mesmo modo, tenho 1 devedor se compromete a pagar ,00 a 3 credores. O devedor deverá pagar ,00 para cada credor. Obrigações indivisíveis são aquelas cujo objeto da prestação NÃO pode ser dividido entre os sujeitos. O Código Civil de 2002 conceitua a obrigação indivisível no artigo 258. Essa indivisibilidade do objeto da prestação pode decorrer da Lei (servidões prediais art.1386), da natureza da coisa (indivisibilidade natural Ex.animal) e da vontade das partes (indivisibilidade intelectual).
2 Bens divisíveis são aqueles que se pode fracionar sem que: a) percam a sua substância; b) tenham diminuição considerável de seu valor; c) tenham prejuízo do uso a que se destinam (art.87). Bens indivisíveis: são aqueles que NÃO se pode fracionar sem que: a) percam a sua substância; b) tenham diminuição considerável de seu valor; c) tenham prejuízo do uso a que se destinam. DIVISIBILIDADE E INDIVISIBILIDADE NAS OBRIGAÇÕES DE DAR, FAZER E NÃO FAZER DAR A divisibilidade ou indivisibilidade das obrigações de dar dependerá se o objeto da prestação (dar o quê) for divisível (entregar 10 sacas de café a dois credores) ou indivisível (entregar um animal). FAZER: Pode ser divisível ou não dependendo do objeto da prestação. Serão indivisíveis se o objeto da prestação for uma unidade, um trabalho completo. (construir uma casa, pintar um quadro, fazer uma estátua). São divisíveis se o objeto da prestação for determinado por quantidade ou duração de trabalho. (construir cem metros de muro, pode ser cumprida por dois herdeiros do devedor, fazer 10 estátuas em 10 meses). NÃO FAZER: em geral são indivisíveis (obrigar-se a não construir além de certa altura). Poderá ser divisível se o devedor se obrigar a não praticar determinados atos completamente independentes, como não vender e não alugar, não plantar e não colher.
3 REGRAS DAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS DIVISÍVEL: Só o art.257. INDIVISÍVEL E PLURALIDADE DE DEVEDORES Neste caso cada um dos devedores será obrigado pela dívida toda (art.259). Aquele devedor que pagar sub-roga-se no direito de credor em relação aos outros coobrigados. (par.único). Dispõe de ação regressiva contra os demais devedores para cobrar a quota parte de cada um. INDIVISÍVEL E PLURALIDADE DE CREDORES Cada credor poderá exigir a dívida inteira, mas o devedor(es) se desobrigará da obrigação pagando: 1) a todos conjuntamente; 2) ou um deles, dando este caução de ratificação dos outros credores. Art.260. Exemplo: Mario deve um carro a alberto e a joão. Chegado o dia do pagamento só comparece alberto exigindo o carro de Mário. Deve Mário pagar? Só se alberto trouxer caução de ratificação de joão que é uma garantia de confirmação de joão autorizando alberto a receber o carro. Outra solução é exigir que ambos credores dêem quitação a Mário. Pago a prestação por inteiro a um só dos credores os outros terão direito de receber sua quota parte. No nosso exemplo se alberto retirasse sozinho o carro, joão teria direito de receber o valor correspondente a metade do carro. Art.261.
4 E se um dos credores remitir a dívida na obrigação indivisível? Remissão é o perdão da dívida. No nosso exemplo se alberto perdoa a dívida de Mário (desincumba Mário de entregar sua parte no carro) como fica joão? João poderá exigir a prestação ou seja o carro desde que pague a Mário o valor correspondente da parte de Alberto. (art262). Par.único: O mesmo caso ocorre se o devedor fizer com um dos credores transação, novação, compensação ou ocorrer confusão. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. Art.263 Portanto se o objeto da prestação desaparecer o devedor deverá entregar o equivalente em dinheiro mais perdas e danos. Se houver culpa de todos os devedores responderão todos em partes iguais pelo equivalente mais perdas e danos. Se houver culpa só de um devedor só o culpado responderá por perdas e danos, os demais pelo equivalente em partes iguais. ART.263. OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS São aquelas em que há uma multiplicidade de devedores ou credores ou de ambos, sendo que cada um dos credores tem direito à totalidade da prestação, como se fosse credor único e cada um dos devedores deve cumprir a prestação na sua totalidade como se fosse devedor único. O art.264 do CC define a ocorrência de solidariedade. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
5 A solidariedade não se presume, decorre da Lei ou da vontade das partes (art.265) e pode ser: ativa (vários credores); passiva( vários devedores) e mista ou recíproca (vários devedores e credores). O CC 2002 regrou somente as duas primeiras deixando de lado as obrigações solidárias recíprocas ou mistas. Raramente se encontram na vida prática sendo aplicáveis a elas a combinação das regras de solidariedade ativa e passiva. Solidariedade decorrente da Lei: art.942 e seu parágrafo único. E decorrente da vontade das partes? Como se dá? Se no contrato em que José e João, por exemplo, obrigam-se a entregar duas sacas de café a outrem (obrigação divisível), incluirse cláusula estabelecendo a solidariedade passiva, o credor pode cobrar de um deles as duas sacas. Como a solidariedade deve resultar da lei ou do contrato, a obrigação não será solidária se tal qualidade não for expressamente estabelecida, mas divisível ou indivisível, dependendo da natureza do objeto. Esses credores ou devedores que se obrigam solidariamente, uns podem se obrigar pura e simplesmente outros podem se obrigar sob condição, ou a termo (prazo). O lugar e o tempo do pagamento podem ser iguais ou diferentes para todos os interessados. Art.266. CARACTERÍSTICAS 1) Pluralidade de credores ou devedores ou de ambos; 2) Integralidade da prestação: devedor responde pela dívida toda e credor pode exigi-la integralmente; 3) Co-responsabilidade dos interessados: o devedor que solve a obrigação por inteiro pode reaver as quotas dos demais. Da
6 mesma forma, o credor que recebe sozinho deve pagar a quota de cada um dos demais. DIFERENÇAS DA SOLIDARIEDADE COM A INDIVISIBILIDADE Em ambas o credor pode exigir de um só dos devedores o pagamento da totalidade do objeto devido. 1) Na solidariedade cada devedor pode ser compelido a pagar a dívida toda por ser devedor do todo. Na indivisibilidade o devedor só é compelido a cumprir toda a prestação porque é impossível fracionar o seu objeto. Não é devedor da dívida toda mas só de sua quota parte. Ex. animal 2) Na solidariedade convertendo-se a obrigação em perdas e danos, subsiste a solidariedade, continuando indivisível seu objeto. (art.271 e 279). O equivalente pode ser exigido integralmente de qualquer um dos codevedores salvo as perdas e danos que só do culpado. Já as obrigações indivisíveis perdem a qualidade de indivisibilidade se resolverem-se em perdas e danos (art.263). O equivalente é rateado entre os codevedores cada qual com sua quota parte e só o culpado responde por perdas e danos.
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