Revisão do Plano Diretor do Rio de Janeiro
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- João Lucas Nobre Valgueiro
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1 Revisão do Plano Diretor do Rio de Janeiro Maria Julieta Nunes Professora IPPUR/UFRJ Agosto 2010
2 Porque (e para que) a cidade cresce (e se transforma)? Por imposição das necessidades humanas - Para acolher demandas de pessoas e suas demandas (comércio, serviços, amenidades, áreas verdes e de lazer);. Por interesse de atividades econômicas - Para abrigar atividades econômicas - Cidade é matéria prima de um negócio, atividades imobiliárias urbanas - Elementos: solo urbano (lote); edificações; praças, espaço público em geral, ruas; - Secundariamente: setores agregados: transportes públicos; escolas; hospitais; comércio; etc
3 Necessidades humanas são mediadas pelo mercado soluções de moradia: aluguel; casa própria. para aqueles que não possuem renda suficiente para consumir no mercado: soluções habitacionais governamentais; soluções híbridas ( mercado paralelo); autoconstrução; ocupação de áreas e edificações ociosas. CONCLUSÃO: a lógica que prevalece no crescimento da cidade nem sempre é a do usuário (a moradia enquanto abrigo, por ex.); no mínimo conjuga atendimento a esta necessidade à do LUCRO, sem o que a atividade não sobrevive.
4 Atividades imobiliárias Aqueles que ganham com o solo urbano loteadores (esperam por valorizações ) Aqueles que ganham com as edificações promotores imobiliários ( e associados) (tendem a tirar o maior proveito possível de cada empreendimento (verticalizar, adensar, etc) Aqueles que ganham com o funcionamento da cidade transportadores; empreiteiras; ações setoriais (água, luz, telefone, gás etc)
5 Importância da ação reguladora do estado conter excessos dos agentes econômicos; ordenar a ação dos agentes econômicos com suas lógicas particulares de obter ganhos; Ordenar a ação dos órgãos da Prefeitura, cada qual com seu saber técnico, sendo sua ação mediada quase sempre por empreiteiras e empresas terceirizadas; Conter o afastamento da ação do próprio Estado, dos objetivos dos usuários; Ação dos usuários da cidade: com suas lógicas de benefícios particulares: relações de vizinhança CONCLUSÃO: cidade sem regulação : resultaria em caos; cada um dos agentes buscaria o ganho máximo.
6 Papel do PLANO DIRETOR Metodologia de Elaboração: - Princípios (a que veio): prioridades, visões etc núcleo organizador de ações convergentes - Objetivos ordenar a ação conjunta dos órgãos governamentais controlar a ação dos agentes econômicos orientar o crescimento urbano, dadas as tendências evitar adensamento excessivo minimizar tendências negativas que se fazem presentes proteger áreas, edificações e meio ambiente etc - Proposições instrumentos e locais onde incidirão. Para que? José Arthur Rios - Para tanto: é imprescindível a elaboração de um DIAGNÓSTICO - compreensão de cidade (mapeamento de diagnóstico) - Participação popular: deve ser garantida desde o primeiro momento
7 Instrumentos de regulação do uso e ocupação do solo - definem a quantidade de lotes permitida em cada loteamento; - definem a proporção de áreas privadas e áreas públicas num loteamento; - definem o quanto será permitido edificar em cada lote (índices e parâmetros urbanísticos IAT - ATE); - definem usos (residencial, industrial, comercial etc) as áreas da cidade (zonas). LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA: proteção de áreas; proteção de edificações de interesse arquitetônico; protege estoque de áreas para planos futuros.
8 Revisão do PD do Rio de Janeiro Porque a atual revisão do Plano Diretor? Como foi encaminhada esta revisão? O que há hoje sobre a mesa? O que propõe o Substitutivo 3?
9 Estatuto da Cidade Lei /2001 Função Social da Cidade : interesse coletivo deve prevalecer sobre o individual Direito à moradia e direito à cidade Justa distribuição de ônus e benefícios Coibição aos excessos dos agentes imobiliários: edificação compulsória; outorga onerosa do direito de construir; instrumentos de regularização fundiária; Controle social sobre a ação do Estado para garantia dos direitos do cidadão (gestão democrática da cidade) (Resoluções 25 e 34 CONCIDADES) PLANO DIRETOR obrigatório para cidades de população acima de habitantes; cidades integrantes de Regiões Metropolitanas; integrantes de áreas de especial interesse turístico; tem o papel de instituir a justiça social na cidade.
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16 Autonomização da Prefeitura (1) Instrumentos que conferem autonomia ao executivo: Outorga onerosa do direito de construir Operações Interligadas Operações urbanas Concessão urbanística (Mensagem 36)
17 Substitutivo 3: instrumentos de gestão do uso e ocupação do solo Instrumento Estatuto da Cidade Substitutivo 3 parcelamento,edificação ou utilização compulsórios - delimitação das áreas direito de preempção -delimitação das áreas NÃO - define o subutilizado, mas remete as condições e prazos de vigência do sucessivamente à Lei Complementar (art 56, 1º) NÃO - remete à Lei Municipal (art 59) outorga onerosa do direito de construir delimitação das áreas e fixação de coeficientes operações urbanas consorciadas - delimitação de áreas onde incidirá áreas sujeitas à intervenção - delimitação SIM, em toda a Macrozona de Ocupação Controlada, Áreas Sujeitas à intervenção nas Macrozonas Condicionada, Incentivada e Assistida, em Áreas de Especial Interesse em de Operações Urbanas (art 60, 1º) SIM, no anexo VIII. SIM, localizações específicas nas áreas sujeitas à intervenção. (art 70) SIM, no Anexo IV urbanização consorciada delimitação das áreas ou bairros operação interligada delimitação de áreas NÃO, áreas deverão ser declaradas AEI (art73, único) SIM - em todo o município (sem delimitação precisa). transferência do direito de construir delimitação de áreas sistema de acompanhamento e controle do Plano Diretor SIM, nas áreas de Operações Urbanas Consorciadas.(art 65) Previsto o sistema de planejamento urbano (art 120, 1º, inciso II)
18 Anexo VIII - Coeficientes de Aproveitamento para Aplicação da Outorga Onerosa do Direito de Construir MACROZONA DE OCUPAÇÃO CONTROLADA INCENTIVADA CONDICIONADA ASSISTIDA BAIRROS / ÁREAS PASSÍVEIS DE OUTORGA ONEROSA Centro - Área Central 2 (1) Demais Áreas da Macrozona AEIU Porto do Rio (2) Av. Brasil Av. Dom Helder Câmara Vias integrantes do eixo viário T5 Rodovia Presidente Dutra Estrada do Galeão Barra da Tijuca, Itanhangá Barra da Tijuca: Núcleos da Subzona A-18 (3) Jacarepaguá: Subzona A-37 (3) Recreio, Vargem Pequena, Camorim, Vargem Grande Av. Brasil COEFICIENTE APROVEITAMEN TO BÁSICO 11 2, , , ,5 3,5 COEFICIENTE APROVEITAMEN TO MÁXIMO 15 3,5 10 5,5 5 4,5 4,
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20 Autonomização da Prefeitura Áreas de exceção : AEIU; AEIS; AEIA; AEIT; AEIF; AEIG Áreas Sujeitas à intervenção Subzona de Incentivo à Moradia Popular
21 ANEXO IV. Áreas Sujeitas à intervenção do poder público MACROZONAS DE OCUPAÇÃO MACROZONA CONTROLADA MACROZONA INCENTIVADA MACROZONA CONDICIONADA MACROZONA ASSISTIDA ÁREAS E BAIRROS PRIORITÁRIOS PARA PLANOS, PROJETOS, OBRAS OU REGIME URBANÍSTICO ESPECÍFICO Bairros: Santa Teresa e Alto da Boa Vista; Áreas remanescentes da Linha 1- Metrô; Ilha de Paquetá; Favelas declaradas Áreas de Especial Interesse Social; Áreas sujeitas à proteção ambiental. Área Portuária: Saúde, Santo Cristo, Gamboa e Cajú; Bairros: Cidade Nova, Estácio,Rio Comprido, Praça da Bandeira, Maracanã, São Cristóvão, São Francisco Xavier e Galeão; Áreas limitrofes às ferrovias: Ramal Central e Ramal Leopoldina; Áreas limitrofes à Linha Amarela; Áreas limítrofes e remanescentes da Linha 2 Metrô; Áreas limitrofes aos eixos viários Av. Brasil, Av. Dom Helder Câmara, Via Light, vias que integram o Corredor Viário T5, Av. Ayrton Sena e Estr. dos Bandeirantes; Favelas e loteamentos irregulares declarados Áreas de Especial Interesse Social; Áreas sujeitas à proteção ambiental. Centro Metropolitano; Área em torno do Autódromo e Vila Panamericana; Áreas limítrofes aos eixos viários Estr. dos Bandeirantes, Av. Ayrton Sena e Av. Abelardo Bueno; Av. Salvador Allende, Av. Célia Ribeiro da Silva e Av. das Américas; Favelas e loteamentos irregulares declarados Áreas de Especial Interesse Social; Áreas sujeitas à proteção ambiental. Centros dos bairros Campo Grande e Santa Cruz; Distrito Industrial de Santa Cruz; Áreas limítrofes ao eixo viário Av. Brasil; Favelas e loteamentos irregulares declarados Áreas de Especial Interesse Social; Áreas sujeitas à proteção ambiental.
22 Além disso... Transformação dos PEUs em mero instrumento de revisão de índices e parâmetros urbanísticos ; Relatório de Impacto de Vizinhança: tratamento mínino; retrocesso em relação à Lei Orgânica do Município.
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