Straumann SLActive EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS QUINTA EDIÇÃO (2011) Straumann Dental Implant System
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- Paulo Fernandes Amarante
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1 Straumann SLActive EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS QUINTA EDIÇÃO (211) Straumann Dental Implant System
2 ITI (International Team for Implantology) é o parceiro académico da Institut Straumann AG nas áreas de investigação e formação.
3 Índice 2 Inovação: SLActive 3 Descrição geral dos estudos 4 Estudos pré-clínicos 2 Estudos clínicos 3 Bibliografia 1
4 Innovation: SLActive O desafio clínico A maioria das falhas dos implantes ocorre no período crítico inicial, entre as semanas 2 e 4 1. Esta é a lacuna central ( lacuna de estabilidade ), presente no período de transição entre as fases de estabilidade primária e secundária do processo de formação óssea (Fig. 1). Esta tendência, paralelamente com a necessidade de maior segurança e previsibilidade na primeira fase do tratamento, constituiu o principal motivo para o desenvolvimento da SLActive 2. Assim, o objectivo consistiu em melhorar a previsibilidade e segurança do tratamento, na perspectiva do médico e do paciente. A inovação: Activação de todo o potencial de cicatrização Para atingir este objectivo, a equipa de pesquisa concentrou-se nos processos biológicos de cicatrização na fase inicial e até quatro semanas após a colocação do implante. A finalidade deste processo de pesquisa e desenvolvimento foi a activação total e directa do potencial natural de cicatrização do corpo humano. O resultado é a nova superfície SLActive. A SLActive baseia-se na topografia cientificamente comprovada. Além disso, apresenta uma composição química da superfície substancialmente melhorada. A superfície hidrofílica SLActive, quimicamente activa, promove a reacção de cicatrização inicial e permite uma interacção celular directa na primeira fase do processo de osseointegração. A formação óssea é iniciada imediatamente, resultando num desenvolvimento mais rápido da estabilidade secundária e reduzindo, por conseguinte, a lacuna da estabilidade (Fig. 2). A próxima geração na tecnologia de implantes Desde o primeiro estudo realizado em 1994, a superfície osseocondutiva, macro e micro-estruturada SLA, tornou-se na norma industrial para superfícies de implante dentário (Fig. 3). Com a nova superfície hidrofílica e quimicamente activa SLActive, a Straumann impõe agora um novo padrão na implantologia oral, reduzindo ainda mais os tempos de cicatrização para 3 4 semanas. As vantagens para o paciente Medições comparativas, realizadas 2 semanas após a colocação de implantes com SLActive, revelaram que o contacto entre o osso e os implantes revestidos com SLActive foi 6 % mais elevado do que o verificado nos implantes revestidos com SLA (d. Buser et al., 24). A substancial melhoria verificada na estabilidade do implante na fase crítica do tratamento, entre a 2ª e a 4ª semana, proporciona novas opções de tratamento e maximiza a segurança e previsibilidade do mesmo, para os desafios encontrados na prática diária. Säureätzung Topografia SLA Ácido na superfície Lavagem com água Superfície quimicamente activa Superfície hidrofílica Estabilidade (porcento) Estabilidade (porcento) Estabilidade primária (osso antigo) Tempo (semanas) Fig. 1: entre a 2ª e a 4ª semana após a colocação do implante, a diminuição da estabilidade primária e o aumento da estabilidade secundária resultam numa diminuição da estabilidade total (lacuna). SLActive (linha azul) SLA (linha azul tracejada) Estabilidade primária (osso antigo) Lacuna da estabilidade (porcento) Tempo (semanas) Fig. 2: devido à optimização do processo de osseointegração, a superfície SLActive permite obter uma maior estabilidade do implante entre a 2ª e 4ª semana. SLA SLA Tratamento convencional da superfície Formação de uma camada passiva Estabilidade total Estabilidade secundária (osso novo) Estabilidade total Estabilidade secundária (osso novo) O organismo tem de remover a camada passiva para ocorrer a osseointegração S. Raghavendra, M. Wood, T.D. Taylor SLA SLActive Tratamento com SLActive a superfície permanece activa a superfície atrai o sangue (hidrofílica) SLActive Titânio Ácido Titânio Óxido Água 2 SLA & SLActive SLA & SLActive Inovação: processo de produção Fig. 3: preparação das superfícies SLA versus SLActive ; a superfície SLActive é preparada sob condições de isolamento gasoso, seguindo-se o armazenamento líquido em substituição do armazenamento a seco. 1 Raghavendra S, Wood MC, Taylor TD. Int J Oral Maxillofac Implants. 25 Maio-Junho; 2(3): SLActive é o nome comercial de modsla ou SLA modificada, designações estas por vezes utilizadas nas publicações científicas. O organismo pode aceder de imediato à superfície activa para osseointegração Atmosfera de nitrogénio
5 Descrição geral dos estudos ESTUDOS PRÉ-CLÍNICOS # 1 ASSUNTO AUTORES REFERÊNCIA PÁG. Comparação da aposição óssea na superfície de implantes D. Buser et al. J. Dent. Res. 24;83: SLA e SLActive 2 Efeitos das interacções moleculares e celulares sobre várias superfícies de titânio tratadas L. Scheideler et al. Poster #87, 83rd General Session and Exhibition of the International Association for Dental Research (IADR), 9-12 de Março 25, Baltimore, MD, USA Comparação da actividade celular inicial em superfícies hidrofílicas e hidrofóbicas Avaliação da energia livre de superfície (SFE - Surface Free Energy) e da hidrofilicidade de diferentes superfícies de titânio G. Zhao et al. J. Biomed. Mater. Res. A. 25;74A: F. Rupp et al. J Biomed Mater Res A 26;76(6): Comparação das propriedades biomecânicas dos S.J. Ferguson et al. J. Biomed. Mater. Res. A. August implantes SLA e SLActive 26;78(2): Efeitos da hidrofilicidade e microtopografia da superfície sobre as etapas iniciais da integração dos tecidos moles e rígidos Schwarz F. et al. J Periodontol 27;78(11): Avaliação da ligação inicial e precoce do tecido Schwarz F. et al. Clin Oral Investig 27;11(3): conjuntivo sub-epitelial aos implantes SLA e SLActive 8 Avaliação da osseointegração inicial e precoce nos F. Schwarz et al. Clin. Oral Impl. Res. 27;18: implantes SLA e SLActive 9 Proliferação de células MG63 e primárias em várias superfícies de titânio tratadas X. Rausch-Fan et al. Dental Materials 28;24: Uma comparação experimental de dois modelos de implante e de superfícies utilizados clinicamente J. Gottlow et al. Gottlow J., Barkarmo S., Sennerby L. Clin Implant Dent Relat Res. 212 May; 14 Suppl 1:e Comparação da aposição óssea em redor de implantes M. Bornstein et al. Clin. Oral Impl. Res 28;19: SLA e SLActive 12 Regeneração óssea com SLActive em defeitos do tipo deiscência F. Schwarz et al. Estudo 1: J Clin Periodontol 27;34: Estudo 2: J Clin Periodontol 28;35: Comparação da aposição óssea em redor de implantes SLA e SLActive em locais com defeitos circunferenciais coronais Influência das características da superfície do implante sobre a regeneração óssea em defeitos do tipo deiscência Lai H-C et al. Clin Oral Implants Res 29;2(3): F. Schwarz et al. J Clin Periodontol 21;37(5): Estudos clínicos # 15 ASSUNTO AUTORES REFERÊNCIA PÁG. Comparação da estabilidade dos implantes T.W. Oates et al. Int J Oral Maxillofac Implants 27;22: SLA e SLActive 16 Carga imediata e precoce dos implantes SLActive na região posterior dos maxilares inferior e superior J. Ganeles et al. Clin. Oral Impl. Res 28;19: semanas com carga de implantes SLActive na região molar do maxilar M. Roccuzzo/ T.G. Wilson Int J Oral Maxillofac Implants 29;24: Alteração da estabilidade dos implantes palatais com M. Schätzle et al. Clin. Oral Implants Res. 2, 29; superfície SLActive Carga precoce de implantes SLActive não submersos Bornstein M. M. et al. Clin Implant Dent Relat Res 29;11(4): Carga precoce ao fim de 21 dias de implantes SLActive não submersos Carga precoce ao fim de 21 dias de cicatrização de implantes SLActive não submersos Um estudo prospectivo multicêntrico não intervencional sobre os implantes Straumann SLActive Osseointegração precoce em superfícies de implante hidrofílicas e hidrofóbicas em humanos Bornstein MM. et al. J Periodontol 21;81(6): D. Morton et al. Clin. Implant Dent. Relat. Res., 21, 12(1), G. Luongo et al. J Oral Implantol 21;3(4): NP Lang et al. Clin. Oral Implants Res. 211;22:
6 1 Enhanced bone apposition to a chemically modified SLA titanium surface D. Buser, N. Broggini, M. Wieland, R. K. Schenk, A. J. Denzer, D. Cochran, B. Hoffmann, A. Lussi, S. G. Steinemann J. Dent. Res. 24;83: Resumo: o grau de aposição óssea na superfície do implante foi comparada entre implantes SLA e SLActive em porcos anões. Ao fim de 2 e 4 semanas, verificou-se uma percentagem significativamente maior (até 6 % superior) de contacto osso-implante nos implantes SLActive. Estudos pré-clínicos A melhoria da aposição óssea foi avaliada e demonstrada em implantes de superfície áspera, incluindo os implantes SLA. Contudo, mais recentemente, tornou-se evidente que a composição química da superfície constitui outro factor importante no estabelecimento do contacto osso-implante (BIC Bone-to-Implant Contact). Uma maior molhabilidade e um maior nível de energia livre de superfície desempenham, ambos, uma influência positiva sobre a aposição óssea. Por conseguinte, o objectivo deste estudo foi o de avaliar o grau de aposição óssea com a superfície SLActive, quimicamente modificada, comparativamente com a superfície SLA, que apresenta a mesma micro e macrotopografia. Material e métodos Foram colocados implantes SLA e SLActive em defeitos ósseos circulares, criados nos maxilares de porcos anões, no mínimo 6 meses após a extracção dos dentes. Foram colocados três ou quatro implantes de ambos os lados no maxilar superior, num desenho de boca dividida, permitindo-se a sua cicatrização numa posição submersa. Os implantes e locais de implante foram examinados ao fim de 2, 4 e 8 semanas. Ao fim de 2 e 4 semanas de cicatrização, as evidências demonstraram que o nível de BIC foi significativamente maior nos implantes SLActive. Ao fim de 2 semanas, o BIC nos implantes SLActive era 6 % superior ao verificado nos implantes SLA (49,3 % ± 7,49 versus 29,42 % ± 7,58; p <,2). Além disso, observou-se o padrão típico de formação de osso novo com uma estrutura óssea reticulada. (Fig. 1a). Ao fim de 4 semanas, o BIC nos implantes SLActive era de 81,91 % ± 3,59, comparativamente com os 66,57 % ± 8,14 (p <,2) verificados nos implantes SLA. A densidade óssea aumentou, conforme indicado pelo reforço das trabéculas ósseas reticuladas (Fig. 1b). Ambas as superfícies apresentaram resultados semelhantes ao fim de 8 semanas (Fig. 1c), altura em que foram detectados os primeiros indícios de remodelação óssea. Por conseguinte, a superfície SLActive proporcionou um aumento da aposição óssea durante os estágios precoces da regeneração óssea. Comparação da percentagem de contacto osso-implante (BIC) entre as superfícies SLA e SLActive Período 2 semanas 4 semanas 8 semanas Superfície do implante n SLActive 8 SLA 8 SLActive 8 SLA 8 SLActive 7 SLA 7 Média em % 49,3 29,42 81,91 66,57 78,47 75,45 Desvio padrão 7,49 7,58 3,59 8,14 11,14 7,66 Conclusões A superfície SLActive melhora significativamente a aposição óssea nos estágios precoces de osseointegração Ao fim de 2 semanas, a superfície SLActive proporciona mais 6 % de osso (BIC) do que a superfície SLA Formação mais precoce de osso mais maduro A superfície SLActive reduz ainda mais o período de cicatrização após o implante 1a 1b 1c 5 μm 5 μm 5 μm 4 Fig. 1a: ao fim de 2 semanas, verifica-se um depósito ósseo na parede óssea da câmara tecidular e na superfície do implante. Ambas as camadas estão interligadas por uma estrutura de trabéculas minúsculas. O osso reticulado caracteriza-se pela coloração intensa da matriz mineral e pelos numerosos osteócitos localizados em lacunas grandes (secção esmerilada, não descalcificada, superfície colorida com azul de toluidina e fucsina básica (barra = 5 μm). Fig. 1b: ao fim de 4 semanas, a densidade volumétrica da estrutura aumentou devido à formação de novas trabéculas e ao depósito de osso mais maduro, com fibras paralelas, na estrutura primária. O osso reticulado é caracterizado, sobretudo, pelas numerosas lacunas osteocíticas grandes (cor clara). O espaço entre o osso e a superfície do implante representa um artefacto (barra = 5 μm). Fig. 1c: ao fim de 8 semanas, o crescimento e o reforço resultaram num aumento adicional da densidade óssea e num revestimento quase perfeito da superfície do implante com osso. Iniciou-se a remodelação, na qual o osso primário é substituído por osteonas secundárias (barra = 5 μm).
7 Storage conditions of titanium implants influence molecular and cellular interactions L. Scheideler, F. Rupp, M. Wieland, J. Geis-Gerstorfer Poster #87, 83 rd General Session and Exhibition of the International Association for Dental Research (IADR), 9-12 de Março 25, Baltimore, MD, USA 2 Resumo: foi analisado o efeito que as diversas superfícies de titânio tratadas, incluindo as superfícies SLA e SLActive, têm sobre as interacções proteicas e celulares. Verificou-se que a superfície quimicamente modificada SLActive aumenta a proliferação osteoblástica e intensifica nitidamente a absorção proteica. A hidrofobicidade inicial das superfícies dos implantes de titânio, tratadas com jacto de areia e com ácido, resulta da microtopografia e da contaminação atmosférica, as quais podem influenciar o condicionamento inicial da superfície por componentes sanguíneos, afectando, desta forma, as interacções celulares. Por conseguinte, foram analisadas as interacções superfície-proteínas e superfície- -células, bem como a proliferação celular, na superfície hidrofílica SLActive, comparativamente com uma variedade de outras superfícies. Materiais e métodos Foram preparados vários discos de titânio de grau II: Polidos (Ti) Tratados com ácido (A) SLA (SLA) SLActive em NaCl com ph de 3 4 (A modificado) SLActive em NaCl com ph de 4 6 (SLA modificado). A absorção de fibronectina foi determinada através do método eli- SA, e a taxa de proliferação osteoblástica inicial foi determinada pela incorporação BrdU (taxa de síntese de ADN). fibronectina em %, em relação ao titânio polido com platina (1%) polido SLA SLActive Todos os tratamentos da superfície aumentaram o nível de condicionamento de fibronectina na superfície. Nas superfícies SLA e A, a quantidade média de fibronectina aumentou para 187 % (p <,1) e 242 % (p <,1), respectivamente, comparativamente com a superfície Ti de referência. O armazenamento de amostras SLA em NaCl com um ph de 4 6 resultou num aumento significativamente maior da absorção de fibronectina (162 %, comparativamente com o verificado nas superfícies SLA não modificadas, p <,1). O armazenamento de amostras tratadas com ácido em NaCl com um ph de 3-4 ou 4-6 aumentou a proliferação osteoblástica para 121 % (p =,6) e 117 % (p =,15), respectivamente, comparativamente com as amostras A armazenadas na atmosfera ambiente. Conclusões A superfície SLActive melhora as interacções superfícieosteoblastos e superfície-células, comparativamente com a superfície SLA A superfície SLActive revela uma absorção nitidamente maior de fibronectina (162 %), comparativamente com a superfície SLA e outros tipos de superfície Estes efeitos podem dever-se aos maiores níveis de hidrofilicidade e de energia livre de superfície, podendo melhorar a cicatrização clínica in vivo Estudos pré-clínicos 5
8 3 High surface energy enhances cell response to titanium substrate microstructure G. Zhao, Z. Schwartz, M. Wieland, F. Rupp, J. Geis-Gerstorfer, D. L. Cochran, B. D. Boyan J. Biomed. Mater. Res. A. 25;74A: Resumo: a actividade celular precoce na superfície hidrofílica SLActive foi analisada e comparada com a verificada na superfície hidrofóbica SLA. A reacção celular (diferenciação osteoblástica) foi melhor na superfície SLActive, e a produção de factores osteogénicos, como a osteocalcina, a fosfatase alcalina, PGE 2 e TGF- 1, revelou um aumento significativo. Estudos pré-clínicos As pesquisas relativas à reacção osteoblástica à composição química da superfície de titânio, revelaram que a osteogénese é melhorada por superfícies hidrofílicas. Contudo, até há pouco tempo, as superfícies de titânio convencionais disponíveis apresentavam uma baixa energia de superfície e características hidrofóbicas evidentes, devido à microtopografia e aos hidrocarbonetos absorvidos. O objectivo desta análise era o de comparar a reacção celular a diversas microestruturas de titânio, incluindo a superfície SLActive. Material e métodos Foram preparados vários discos de titânio de grau II: Titânio pré-tratado SLA SLActive Foram também preparados discos de plástico. Em seguida, foram cultivados osteoblastos nestas superfícies e avaliou-se a reacção celular através da medição da fosfatase alcalina, da osteocalcina, e dos factores PGE 2 e TGF- 1. Os osteoblastos cultivados na superfície SLActive apresentaram um fenótipo mais diferenciado do que o revelado nas outras superfícies testadas. Comparativamente com a superfície SLA, a actividade da fosfatase alcalina na camada celular foi 3 vezes superior na superfície SLActive. Além disso, a osteocalcina (um marcador de diferenciação tardio) aumentou de forma significativa (Fig. 1) e verificou-se uma maior produção dos factores de crescimento locais PGE 2 (produção 1 vezes superior) e TGF- 1 (produção 2,5 vezes superior), criando um microambiente altamente osteogénico (Fig. 2). O efeito da 1,25-dihi-droxivitamina D3, uma hormona osteotrópica que aumenta a diferenciação osteoblástica, também melhorou na superfície SLActive, de forma sinérgica com a elevada energia de superfície. Os resultados sugerem que o aumento da formação óssea observado na superfície SLActive in vivo se deve, em parte, aos efeitos estimulantes do maior nível de energia livre de superfície (actividade química) sobre os osteoblastos. Conclusões A produção de osteocalcina é aumentada de forma significativa na superfície SLActive A actividade osteoblástica precoce revelou-se claramente melhorada, como resultado da superfície SLActive activada quimicamente Verifica-se um aumento de até 1 vezes da produção de factores de crescimento locais As propriedades osteogénicas são optimizadas SLA Superfície parcialmente coberta com carbonos da atmosfera SLActive Redução de 56 % dos carbonos na superfície Produção de osteocalcina Produção TGF- 1 ng osteocalcina/célula (x1 5 ) # Controle 1-9 M 1-8 M # * * # # # * # * # * * ng TGF- 1/Célula (x1 5 ) Controle 1-9 M 1-8 M # # # # * # * * # * Plástico PT SLA SLActive Plástico PT SLA SLActive 6 Superfície Fig. 1: produção de osteocalcina por células MG63 durante a cultura em discos de plástico ou Ti. Os valores representam a média SEM de seis culturas. * p <,5, discos de Ti versus discos de plástico. # p <,5, controlo tratado versus controlo não tratado para uma determinada superfície. p<,5, 1-9 M 1,25(OH) 2 D 3 versus 1-8 M 1,25(OH) 2 D 3. Superfície Fig. 2: produção latente de TGF- 1 por células MG63 durante a cultura em discos de plástico ou Ti. Os valores representam a média SEM de seis culturas. * p <,5, discos de Ti versus discos de plástico. # p <,5, controlo tratado versus controlo não tratado para uma determinada superfície. p<,5, 1-9 M 1,25(OH) 2 D 3 versus 1-8 M 1,25(OH) 2 D 3.
9 Enhancing surface free energy and hydrophilicity through chemical modification of microstructured titanium implant surfaces Rupp F, Scheideler R, Olshanka N, de Wild M, Wieland M, Geis-Gerstorfer J. J Biomed Mater Res A 26;76(6): Resumo: foram avaliadas a hidrofilicidade e a energia livre de superfície (SFE Surface Free Energy) de diferentes superfícies preparadas de titânio, incluindo a superfície SLActive. A SFE e a hidrofilicidade aumentaram com a superfície SLActive, tendo-se observado uma redução da contaminação atmosférica. A hidrofobicidade (repulsão à água) provocada pela aspereza, um fenómeno bem conhecido das superfícies naturais das plantas, foi identificado em superfícies microestruturadas de implantes de titânio. Dado que esta hidrofobicidade pode inibir as interacções primárias com o biosistema aquoso, foi desenvolvida uma nova superfície de titânio modificada, possuidora de uma maior molhabilidade, que impede a contaminação e mantém a superfície de titânio mais activa. Consequentemente, foram avaliadas a hidrofilicidade e o nível de energia livre de superfície da superfície modificada. Métodos Amostras de titânio, com seis diferentes tipos de superfícies (SLA, SLActive, tratadas com jacto de areia de grão grosso [SL], tratadas com ácido [A], tratadas com ácido modificadas [A modificada] e polidas [P]), foram caracterizadas em termos de aspereza e topografia, tendo sido submetidas a análises do ângulo de contacto dinâmico, do nível de energia livre de superfície e a espectroscopia de electrões por raio X. A superfície SLActive revelou um aumento da energia livre de superfície e da hidrofilicidade, com ângulos iniciais de contacto com a água, avaliados pelo método de balança electrónica de Wilhelmy, de, comparativamente com os 139,9 verificados na superfície SLA (Tabela 1). Esta hidrofilicidade manteve-se mesmo após a secagem. A menor contaminação com hidrocarbonetos foi identificada como tendo uma possível influência na alteração da termodinâmica da superfície. Observou-se uma hidrofilização inicial comparável em superfícies SLA armazenadas em água após secagem com N2, mas o efeito foi completamente invertido pela subsequente secagem no vácuo, a qual não relevou qualquer efeito sobre a hidrofilicidade das superfícies SLActive. A estabilidade do comportamento hidrofílico das superfícies SLActive foi demonstrada pela diferença nos ciclos de histerese (Fig. 1), onde nem a limpeza por ultra-sons nem a secagem no vácuo das superfícies SLActive alcançaram o ciclo de força progressivo verificado nas superfícies SLA. F/L [mn/m] SLA mod. no vácuo SLA mod. US + vácuo SLA Profundidade de imersão [mm] Fig. 1: ciclos de histerese 1 vezes maiores das superfícies SLA e SLActive (SLA modificada), revelando a estabilidade da hidrofilicidade das superfícies SLActive (F = força, L = comprimento, F/L representa a histerese), o que indica que a limpeza por ultra-sons (US) e a secagem em vácuo (vác.) das superfícies SLActive não atingiram o ciclo de força progressiva das superfícies SLA. Estudos pré-clínicos n = 6 SLA SLA mod. A A modificada SL P u 1.Avanço ( ) 139,88 122,4 16,58 91,31 Média (DP) (8,69) (7,39) (4,18) (7,3) u 2.Avanço ( ) <5 82,32 Média (DP) (11,79) u 1.Retrocesso ( ) <5 8,85 15,35 42,99 Média (DP) (2,7) (3,1) (11,37) u 2.Retrocesso ( ) <5 8,63 14,25 4,83 Média (DP) (3,3) (2,79) (1,71) Tabela 1: molhabilidade dinâmica de modificações de superfícies de titânio, correspondente aos primeiros e segundos ângulos de contacto com a água dos ciclos de avanço e retrocesso Conclusões A superfície SLActive é altamente hidrofílica (ângulo de contacto com a água de 139,9 versus na superfície SLA ) A superfície SLActive apresenta uma reduzida contaminação atmosférica A energia livre de superfície é muito mais elevada na superfície SLActive 7
10 5 Biomechanical evaluation of the interfacial strength of a chemically modified sandblasted and acid-etched titanium surface S. J. Ferguson, N. Broggini, M. Wieland, M. de Wild, F. Rupp, J. Geis-Gerstorfer, D. L. Cochran, D. Buser J. Biomed. Mater. Res. A. August 26;78(2): Resumo: as propriedades biomecânicas dos implantes SLActive e SLA foram comparadas num estudo de boca dividida, realizado em porcos anões adultos. Ao fim de 2, 4 e 8 semanas de cicatrização, os valores relativos ao binário de remoção e à rigidez interfacial revelaram-se significativamente mais elevados nos implantes SLActive. Estudos pré-clínicos A capacidade de carga de implantes dentais ossointegrados depende muito da interface osso-implante, a qual pode ser grandemente influenciada pelas características da superfície do implante. A superfície hidrofílica e quimicamente activada dos implantes SLActive demonstrou melhorar a aposição óssea e promover um rápido contacto entre o osso e o implante. Como tal, é natural concluir que uma melhor ossointegração pode originar uma maior estabilidade inicial do implante. A fim de avaliar tal possibilidade, as características biomecânicas da superfície SLActive foram comparadas com as da superfície SLA. Materiais e métodos Foram colocados implantes SLActive e SLA, com 4,8 mm de diâmetro, num desenho de boca dividida (três implantes a cada lado), em nove porcos anões adultos, ao fim de 6 meses, pelo menos, de cicatrização após a extracção dos dentes. Ao fim de 2, 4 e 8 semanas, os implantes foram avaliados testando-se o binário necessário para a remoção, utilizando-se uma curva de binário de remoção para avaliar a resistência ao cisalhamento interfacial e o binário de remoção de cada implante. Tanto o tempo de cicatrização como o tipo de superfície do implante revelaram-se factores importantes na determinação da capacidade biomecânica. De um modo geral, o binário de remoção dos implantes SLA e SLActive atingiu um valor máximo ao fim de 4 semanas e, em seguida, diminuiu (Fig. 1). Os binários de remoção apresentados pelos implantes SLActive foram significativamente mais elevados (8 21 %; p =,3) do que os revelados pelos implantes SLA em cada um dos pontos temporais (1,485, 1,79 e 1,345 Nm às 2, 4 e 8 semanas, respectivamente, comparativamente com 1,231, 1,585, e 1,143 Nm nos implantes SLA). Os valores da rigidez interfacial foram aproximadamente 9 14 % mais elevados nos implantes SLActive do que nos implantes SLA (p =,38). As alterações das propriedades biomecânicas da interface podem reflectir o processo natural de aposição óssea e remodelação, já que a interface resulta duma transformação dum sistema puramente mecânico num sistema biologicamente integrado. Por conseguinte, o resultado aponta para uma maior fixação óssea na superfície de implante SLActive. Conclusões A aposição óssea é melhor na superfície SLActive A rigidez e resistência mecânica interfacial é significativamente maior na superfície SLActive A superfície SLActive confere uma maior estabilidade do implante durante as primeiras semanas críticas da ossointegração Torque de remoção [Ncm] SLA SLActive semanas 4 semanas 8 semanas Fig. 1: 3 animais por ponto temporal e 3 implantes (3 + 3) por animal [3]. 8
11 Effects of surface hydrophilicity and microtopography on early stages of soft and hard tissue integration at non-submerged titanium implants: an immunohistochemical study in dogs Schwarz F, Ferrari D, Herten M, Mihatovic I, Wieland M, Sager M, Becker J. J Periodontol 27;78(11): Resumo: foram colocados implantes SLA ou SLActive em cães, com diferentes preparações da superfície transmucosa, sendo avaliados através de histomorfometria e imunohistoquímica por um período de até 28 dias. A hidrofilicidade da superfície revelou exercer um maior efeito sobre a integração dos tecidos moles e rígidos. Os resultados a longo prazo dos implantes podem ser influenciados pela integração dos tecidos moles marginais, os quais isolam o osso alveolar adjacente do ambiente oral. Como tal, este estudo, realizado em cães, pretendeu investigar as etapas iniciais da integração dos tecidos moles e rígidos em implantes não submersos. O BIC médio foi significativamente maior no maxilar superior e maxilar inferior nos grupos de implantes SLActive ao 7º e 14º dia, tendo-se revelado significativamente maior no maxilar superior nos grupos de implantes SLActive ao 7º, 14º e 28º dia. Métodos Implantes SLA com uma peça transmucosa maquinada ou SLA (MSLA ou SLA-SLA), ou implantes SLActive com uma peça transmucosa tratada com ácido e modificada ou SLActive (A mod.- SLActive ou SLActive -SLActive ), foram colocados bilateralmente nos maxilares inferiores e superiores de 15 cães. As reacções dos tecidos foram analisadas histomorfometricamente e imunohistoquimicamente ao fim de 1, 4, 7, 14 e 28 dias. Dia 1: algumas áreas transmucosas revelaram uma junção íntima com fibroblastos e fibras colagénicas adjacentes em ambos os tipos de implantes SLActive, e a estabilização do coágulo foi comum nestes implantes. Dia 4: o tecido conjuntivo adjacente aos implantes do tipo SLActive revelou uma densa rede de estruturas vasculares. Dia 7: o tecido conjuntivo sub-epitelial revelava um contacto profundo com os implantes do tipo SLActive, e os fibroblastos e fibras colagénicas fixados apresentavam-se, no geral, perpendiculares relativamente à superfície do implante. Dia 14: as células epiteliais apresentavam um contacto profundo com os implantes A mod.- SLActive, observando-se em ambos os grupos de implantes SLActive tecido conjuntivo bem vascularizado, com fibras colagénicas estendendo-se e fixando-se perpendicularmente na superfície do implante (Figura 1). Dia 28: a histologia era semelhante à verificada no dia 14 em todos os grupos, mas, nos grupos de implantes SLActive, as fibras colagénicas apresentavam-se sob a forma de filamentos perpendiculares à superfície do implante (Figura 1). Fig. 1: fibroblastos e fibras colagénicas fixos numa direcção parcialmente perpendicular relativamente à superfície do implante ao 14º dia (esquerda: A mod.- SLActive, ampliação x 4) e tecido conjuntivo acima da crista com numerosas fibras colagénicas estendendo-se e fixas perpendicularmente na superfície do implante ao 28º dia (direita: SLActive -SLActive, ampliação x 4) Conclusões A integração dos tecidos moles e rígidos foi influenciada, sobretudo, pela hidrofilicidade, não pela microtopografia Estudos pré-clínicos 9
12 7 Histological and immunohistochemical analysis of initial and early subepithelial connective tissue attachment at chemically modified and conventional SLA titanium implants. A pilot study in dogs Schwarz F, Herten M, Sager M, Wieland M, Dard M, Becker J. Clin Oral Investig 27;11(3): Resumo: a ligação do tecido conjuntivo sub-epitelial a implantes SLA e SLActive foi avaliada em cães, por um período de 14 dias. Os resultados indicaram que a superfície SLActive pode apresentar o potencial de melhorar a ligação do tecido conjuntivo, com uma formação bem organizada de colagénio e de vasos sanguíneos. A integração dos tecidos moles marginais desempenha um papel importante no processo de cicatrização que se segue à colocação de um implante. O objectivo desta pesquisa consistiu em avaliar a ligação inicial e precoce do tecido conjuntivo sub-epitelial às partes transmucosas de implantes SLA e SLActive, sendo ambos do tipo submerso de modo a impedir a contaminação bacteriana. Métodos Quatro cães receberam, cada um, oito implantes SLA e oito implantes SLActive (cinco de cada tipo no maxilar inferior e três de cada tipo no maxilar superior), num desenho de boca dividida. Os implantes eram do modelo Rn Ø 3,3 mm, com um comprimento de 8 mm. Foram efectuadas análises histológicas e imunohistoquímicas ao fim de 1, 4, 7 e 14 dias (um animal em cada ponto temporal). Fig. 1: vistas histológicas das reacções do tecido conjuntivo a implantes SLA (esquerda) e SLActive (direita) ao fim de 7 dias Estudos pré-clínicos O procedimento cirúrgico de implante submerso resultou numa lacuna artificial na área transmucosa de ambos os tipos de implante ao fim do 1º dia. Ao fim de 4 dias, as lacunas apresentavam-se minimizadas em ambos os tipos de implante, com uma largura de aproximadamente 8 μm, mas as fibras colagénicas na superfície SLActive aparentavam ter sido substituídas por tecido conjuntivo solto, ao passo que a densidade das fibras colagénicas na superfície SLA aparentava ter aumentado. Ao fim de 7 dias, o recém- -formado tecido conjuntivo tinha unido as lacunas e apresentava um contacto profundo com a superfície dos implantes SLActive, com fibras organizadas perpendicularmente à superfície. Em contraste, nos implantes SLA observou-se tecido conjuntivo denso, com fibras colagénicas paralelas à superfície, sem adesão directa à superfície (Figura 1). Ao fim de 14 dias, observou-se uma bem organizada formação de colagénio e de vasos sanguíneos nos implantes SLActive, e o tecido conjuntivo sub-epitelial não podia ser separado em diferentes zonas. Por outro lado, os implantes SLA mantinham-se separados por uma cápsula de tecido conjuntivo denso ao 14º dia (Figura 2), e a formação de vasos sanguíneos era escassa. Fig. 2: vista histológica das reacções do tecido conjuntivo a implantes SLA (esquerda) e SLActive (direita) ao fim de 14 dias Conclusões A superfície SLActive aparenta possuir o potencial de promover a ligação do tecido conjuntivo sub-epitelial à parte transmucosa dos implantes Os resultados sublinham o impacto biológico da superfície SLActive 1
13 Histological and immunohistochemical analysis of initial and early osseous integration at chemically modified and conventional SLA titanium implants: preliminary results of a pilot study in dogs F. Schwarz, M. Herten, M. Sager, M. Wieland, M. Dard, J. Becker Clin. Oral Impl. Res. 27;18: Resumo: foram avaliadas as reacções tecidulares precoces em redor de implantes SLA e SLActive. Durante o período de 14 dias, verificouse uma formação óssea mais rápida e estruturada em torno dos implantes SLActive, com um maior nível de vascularização e de actividade da osteocalcina. A avaliação do contacto osso-implante (BIC), um factor essencial para o sucesso da osseointegração, é normalmente realizada por coloração histológica convencional. No entanto, este método pode não ser adequado para a investigação de reacções tecidulares muito precoces, que se iniciam com a adesão de proteínas à superfície do implante, as quais podem influenciar a formação tecidular, dependendo do tipo de proteínas presentes. As células osteogénicas e a diferenciação osteoblástica também podem ser importantes para a osseointegração, podendo também estar associadas a uma actividade angiogénica precoce. O objectivo deste estudo consistiu em avaliar as reacções tecidulares precoces a implantes SLA e SLActive (até aos 14 dias), utilizando técnicas convencionais e imunohistoquímicas. SLA SLActive Material e métodos Foram colocados implantes SLA ou SLActive, num desenho de boca dividida, 4 meses após a extracção dos dentes, em quatro perdigueiros; cada animal recebeu seis implantes (três de cada tipo) no maxilar superior e dez implantes (cinco de cada tipo) no maxilar inferior. Foram recolhidas amostras para avaliação imunológica e imunohistoquímica ao fim de 1, 4, 7 e 14 dias de cicatrização. A extensão da formação óssea nova foi avaliada com azul de toluidina, tendo sido empregue tricrómico de Massner Goldner para avaliar a qualidade e quantidade de colagénio e de formação óssea nova. Ao contrário da coloração convencional, este método permite detectar alterações na diferenciação num espaço de tempo muito curto (dias, em vez de semanas). Fig. 1: histologia no Dia 1; coágulos de sangue colapsados (SLA ) versus coágulos de sangue estabilizados ( SLActive ). SLA SLActive Estudos pré-clínicos Ao fim de 1 dia, a infiltração vascular do coágulo de sangue junto ao implante era visível em ambos os tipos de implante, estando em contacto com a superfície dos implantes SLActive, mas não dos implantes SLA. O coágulo de sangue em torno dos implantes SLActive aparentava ter estabilizado, ao passo que o coágulo em torno dos implantes SLA aparentava ter sofrido um colapso parcial (Fig. 1). Além disso, era visível uma infiltração do coágulo por macrófagos. No 4º dia, observou-se tecido conjuntivo rico em colagénio em torno dos implantes SLActive, bem como os primeiros indícios de síntese de osteocalcina, a qual alcançara a superfície do implante (Fig. 2 e 3). Ambos os fenómenos sugerem processos de osseointegração mais rápidos. Por outro lado, os implantes SLA apresentavam- -se rodeados por tecido granular novo e algum tecido conjuntivo provisório, sem síntese de osteocalcina (Fig. 2 e 3). O tecido em redor dos dois tipos de implante continha estruturas vasculares, mas estas aparentavam uma maior densidade em torno dos implantes SLActive. No 7º dia eram bem visíveis tecido conjuntivo fibroso denso, com feixes de fibras colagénicas, vasos sanguíneos envoltos por novas trabéculas de osso reticulado e osteocalcina em redor dos implantes SLActive, indicando remodelação óssea (Fig. 4, 6 e 7). Por outro lado, observou-se, em redor dos implantes SLA, tecido conjuntivo não estruturado, com uma densidade de vasos sanguíneos e uma concentração de osteocalcina inferiores (Fig. 4 e 6). Fig. 2: histologia no Dia 4; ausência de síntese de osteocalcina (SLA ) versus primeiros indicadores de síntese de osteocalcina ( SLActive ). SLA SLActive Fig. 3: histologia no Dia 4; tecido granular (SLA ) versus tecido conjuntivo rico em colagénio ( SLActive ). 11
14 8 Ao fim de 14 dias, tinha-se formado osso trabecular novo em redor dos implantes SLA, ao passo que em torno dos implantes SLActive havia osso reticulado maduro, firmemente ligado, com fibras paralelas (Figs. 5 e 8). No osso em torno dos implantes SLActive verificou-se a formação de osteonas primárias, com um depósito acentuado de osso lamelar em torno do núcleo de tecido conjuntivo que envolve os vasos sanguíneos, ao passo que nas imediações dos implantes SLA era visível osso trabecular SLA SLActive 3 2 SLA SLActive 1 Dia 1 Dia 4 Dia 7 Dia 14 Fig. 6: a osteocalcina, um indicador de remodelação óssea, foi sintetizada mais rapidamente e revelou-se consistentemente mais elevada com as superfícies SLActive. 8 Fig. 4: histologia no Dia 7; ausência de osso estruturado (SLA ) versus osso organizado e mineralizado ( SLActive ) SLA SLActive Estudos pré-clínicos SLA SLActive Dia 1 Dia 4 Dia 7 Dia 14 Fig. 7: o BIC aumentou com a superfície SLActive a partir do 7º dia. Fig. 5: histologia no Dia 14; trabéculas recentemente formadas (SLA ) versus osso reticulado maduro, firmemente ligado, com fibras paralelas e osteonas primárias (SLActive ) SLA SLActive Conclusões Proliferação significativamente maior das estruturas vasculares com a superfície SLActive, do 1º ao 14º dia Actividade significativamente maior da osteocalcina na interface osso-implante, e melhoria dos processos de formação óssea com a superfície SLActive A análise quantitativa e qualitativa revelou diferenças significativas na formação óssea Dia 1 Dia 4 Dia 7 Dia 14 Fig. 8: níveis de transglutaminase consistentemente mais elevados com a superfície SLActive. 12
15 Proliferation of MG63 and primary cells was highest on controls, followed by A surfaces, moda and SLA surfaces being almost the same level and lowest on modsla ( SLActive ) surfaces 9 X. Rausch-fan, Z. Qu, M. Wieland, M. Matejka, A. Schedle Dental Materials 28;24: Resumo: os processos celulares precoces foram avaliados em diferentes superfícies de titânio tratado. Os resultados iniciais revelam um aumento considerável da produção de osteocalcina e dos factores de crescimento local e de vascularização com a superfície SLActive. As propriedades da superfície do implante, como topografia e composição química, desempenham um papel decisivo no estabelecimento de interfaces célula-biomaterial. A molhabilidade e a carga superficial têm um papel importante na absorção das proteínas, a qual pode ser modulada de acordo com as alterações das características físico-químicas da superfície, influenciando subsequentemente a adesão celular. Com base nestes princípios, o processo de adesão celular, a temporização do movimento, a orientação de contacto e a proliferação celular, foram avaliados em superfícies de titânio com diferentes atributos topográficos e químicos, de modo a obter conhecimentos mais profundos sobre a forma como estas diferentes superfícies influenciam o comportamento celular. Material e métodos Foram utilizados quatro tipos de discos de titânio: tratados com ácido, SLA, tratados com ácido e modificados e SLA modificados (SLActive ). Foram utilizadas células humanas primárias (osteoblastos, fibroblastos gengivais e células epiteliais gengivais), para reproduzir da melhor forma possível a situação in vivo. Além disso, foram utilizadas linhas celulares apropriadas: MG-63 (linha celular osteoblástica humana), HGf-1 (linha celular fibroblástica gengival), HSC-2 (linha celular epitelial) e uma linha celular endotelial. O crescimento nas superfícies de titânio foi monitorizado com a ajuda de marcação fluorescente e de fotografias temporizadas (Fig. 1). Os primeiros resultados, obtidos com as células MG-63 e osteoblastos alveolares, revelaram que a actividade da succinato desidrogenase (indicativa da função celular mitocondrial), a síntese de fosfatase alcalina (Fig. 2) e a produção de osteocalcina, osteoprotegerina (Fig. 3), TGF- 1 e VEGF (um importante factor de vascularização), eram todas mais elevadas na superfície SLActive, comparativamente com as superfícies SLA, tratadas com ácido ou tratadas com ácido e modificadas. Conclusões Verificou-se uma reacção celular precoce claramente melhorada como resultado da superfície SLActive activada quimicamente Na superfície SLActive, a produção de osteocalcina e osteoprotegerina é substancialmente aumentada Aumento considerável da produção dos factores de crescimento local e de vascularização com a superfície SLActive Estudos pré-clínicos Mol pi/mg Proteína/minuto 1,6 1,2,8,4 SLA SLActive Fig. 1: células MG-63 vivas, crescimento durante 24 horas numa superfície SLA modificada ( SLActive ). Fig. 2: síntese de fosfatase alcalina de células MG-63 desenvolvidas em superfícies SLA e SLActive. 1 Osteoprotegerina (pg/ml) SLA SLActive Fig. 3: produção de osteoprotegerina de células MG-63 desenvolvidas em superfícies SLA e SLActive. 13
16 1 An experimental comparison of two different clinically used implant designs and surfaces Gottlow J., Barkarmo S., Sennerby L. Clin Implant Dent Relat Res. 212 May;14 Suppl 1:e Estudos pré-clínicos O presente estudo realizado em animais teve por objetivo comparar as respostas ao nível do tecido ósseo, bem como a estabilidade dos implantes, de dois modelos de implantes de diferentes superfícies, ao fim de 1 dias, 3 e 6 semanas de cicatrização. Materiais e métodos Os dois implantes comparados foram o Straumann Standard Plus (Ø 4,1 mm, RN, SLActive, 1 mm) e o Replace Select Taper (Ø 4,3 mm, TiUnite, 1 mm) da Nobel Biocare. Foi selecionado um total de 3 coelhos adultos para o estudo. Foram colocados três implantes de ambos os grupos SLActive e TiUnite no fémur distal, na tíbia proximal e na tíbia distal de cada coelho, empregando um esquema rotativo. Foram sacrificados grupos de dez animais 1 dias, 3 semanas e 6 semanas após a cirurgia, sendo avaliados a histologia e o binário de remoção. Os valores do binário de remoção foram normalizados de acordo com o modelo do implante, de modo a calcular a resistência à fractura. Os valores normalizados da resistência à fractura apresentados na Figura 1 revelam que, ao fim de 1 dias, a resistência ao à fractura de ambos os implantes era similar, mas, 3 e 6 semanas após a cirurgia, os valores médios de resistência à fractura apresentados pelos implantes SLActive foram significativamente mais elevados do que os exibidos pelos implantes TiUnite. A histologia revelou um contacto osso-implante (BIC) mais elevado, estatisticamente significativo, no caso dos implantes SLActive ao fim de 1 dias, similar para ambos os tipos de implantes ao fim de 3 semanas e mais elevado e estatisticamente significativo no caso dos implantes TiUnite decorridas 6 semanas (ver Figura 2). Resistência ao cisalhamento (N/mm 2 ) Fig. 1: Resistência à fractura apresentada como força de resistência normalizada à fractura por área de superfície, 1 dias, 3 semanas e 6 semanas após a colocação dos implantes. **p <,1 Valor médio de BIC (%) dias 3 semanas 6 semanas SLActive TiUnite * SLActive TiUnite 1 dias 3 semanas 6 semanas Fig. 2: Contacto osso-implante 1 dias, 3 semanas e 6 semanas após a colocação do implante. *p <,1 ** ** * Conclusão Neste estudo, realizado no fémur e tíbia do coelho, ambos os tipos de implantes revelaram uma boa integração óssea e uma estabilidade crescente desde a colocação até às 6 semanas. Analisando estes dois tipos de implantes, não é possível isolar e comparar de forma independente nenhum fator particular, como o modelo ou o tipo de superfície. Os implantes SLActive apresentaram um binário de remoção significativamente mais elevado ao fim de 3 semanas e uma resistência à fractura significativamente mais elevada ao fim de 3 e 6 semanas. O BIC foi mais elevado nos implantes SLActive ao fim de 1 dias e significativamente mais elevado nos implantes TiUnite ao fim de 6 semanas. Os autores indicaram que os resultados podem dever-se a diferenças na rugosidade e propriedades hidrofílicas das superfícies. TiUnite e Replace são marcas comerciais registadas da Nobel Biocare Services AG, Suíça. 14
17 Bone apposition around two different sandblasted and acid-etched titanium implant surfaces: A histomorphometric study in canine mandibles 11 M. M. Bornstein, P. Valderrama, A. A. Jones, T. G. Wilson, R. Seibl, D. L. Cochran Clin. Oral Impl. Res 28;19: Resumo: o grau da aposição óssea em torno de implantes SLActive e SLA foi comparado em cães da raça perdigueiro. Os primeiros resultados sugerem um crescimento ósseo maior e mais maduro 2 semanas após a colocação dos implantes. Este estudo avaliou a aposição óssea na superfície de implante SLA modificada ( SLActive ), no maxilar inferior de cães, comparativamente com a verificada na superfície padrão SLA. Os implantes de teste e de controlo possuíam a mesma topografia de superfície, porém a superfície SLA modificada apresentava uma composição química diferente, com características hidrofílicas melhoradas. A hipótese do estudo defendia que os implantes com uma superfície SLA modificada promoveriam uma aposição óssea mais rápida, comparativamente com os implantes com a superfície SLA padrão. Material e métodos A raça perdigueiro foi seleccionada para permitir a avaliação in vivo da superfície SLActive numa espécie animal mais desenvolvida, biologicamente similar ao homem. Inicialmente, foram extraídos bilateralmente todos os pré-molares e primeiros molares de cinco animais, a fim de criar sulcos edêntulos. Após um período de cicatrização de 6 meses, os sulcos foram refeitos, sendo inseridos aleatoriamente seis implantes (três com superfície SLA e três com a superfície SLA modificada) em cada maxilar inferior e deixados sem carga. Os implantes foram avaliados através de análise histológica e histomorfométrica (pacote de software vis, Visiopharm A/S, Horsholm, DK), 2 e 4 semanas após a respectiva colocação. Neste estudo, ambas as superfícies de implante testadas SLA e SLActive demonstraram uma excelente osseointegração ao longo do período de cicatrização de quatro semanas. Observou-se osteogénese distante e de contacto simultaneamente ao fim de duas semanas de cicatrização, tendo perdurado durante a fase de observação de quatro semanas. A osteogénese de contacto, representada nas secções histológicas como recobrimento ósseo, é considerada uma fase crucial no processo da osseointegração. Como não havia osso nas superfícies de implante quando os dispositivos foram colocados, as superfícies dos implantes tiveram de ser colonizadas por uma população de células osteogénicas antes do início da formação da matriz óssea, de modo a possibilitar a osteogénese de contacto. Contudo, a extensão do contacto implante-osso (BIC) de osso recém-formado com a superfície dos implantes SLActive revelou, ao fim de 2 semanas de cicatrização, valores 25 % superiores aos verificados com a superfície SLA. Estudos pré-clínicos SLA SLActive Fig. 2: inserção de um implante dentário com superfície SLActive. As propriedades hidrofílicas desta superfície são evidenciadas pela ascensão de sangue através das roscas. BIC (osso recém-formado) em % * * * SLA SLAmod Fig. 1: dois exemplos de lâminas histológicas de implantes SLA e SLActive, após duas semanas de cicatrização. 2 semanas 4 semanas Fig. 3: Extensão do contacto do osso recém-formado com o implante (BIC), 2 e 4 semanas após a colocação do implante. Os resultados são apresentados sob a forma de percentagens ± o desvio padrão. As diferenças estatisticamente significativas (P <,5) são identificadas por um asterisco (*). Conclusões Aumento pronunciado da formação óssea em torno superfície SLActive, comparativamente com a superfície SLA, na etapa inicial da integração do implante in vivo Aumento significativo da formação óssea no período entre 2 e 4 semanas de cicatrização, tanto nos implantes SLA como nos implantes SLActive 15
18 12 Bone regeneration with SLActive in dehiscence-type defects in dogs: histological, histomorphometric and immunohistological analyses Estudo 1: F. Schwarz, M. Herten, M. Sager, M. Wieland, M. Dard, J. Becker. Bone regeneration in dehiscence-type defects at chemically modified ( SLActive ) and conventional SLA titanium implants: a pilot study in dogs. J Clin Periodontol 27;34: Estudo 2: F. Schwarz, M. Sager, D. Ferrari, M. Herten, M. Wieland, J. Becker. Bone regeneration in dehiscence-type defects and non-submerged and submerged chemically modified (SLActive ) and conventional SLA titanium implants: an immunohistochemical study in dogs. J Clin Periodontol 28;35: Resumo: o objectivo destes estudos consistia em avaliar a regeneração óssea em defeitos do tipo deiscência em implantes de titânio com superfícies SLActive e SLA. Os resultados indicaram que a superfície SLActive promove a regeneração óssea em defeitos do tipo deiscência. A obtenção de contacto directo osso-implante sem que exista tecido conjuntivo entre o implante e o osso constitui um pré-requisito para a osseointegração. No entanto, defeitos ósseos, em particular deiscências e fenestrações ósseas, podem comprometer a osseointegração. Embora as técnicas guiadas de regeneração óssea possam ser bem sucedidas nestes casos, a sobrevivência do implante tende a ser inferior, o que sugere que o osso que se desenvolve nos pontos onde existem roscas do implante expostas cria factores de risco adicionais. A formação óssea em tais defeitos pode, no entanto, ser melhorada através das propriedades hidrofílicas da superfície SLActive. Por conseguinte, estes dois estudos avaliaram o efeito de implantes com a superfície SLActive, comparativamente com a superfície SLA, em defeitos do tipo deiscência em cães. No segundo estudo também foi avaliado o potencial efeito do procedimento cirúrgico, usando implantes submersos ou não submersos. Estudo 2: ao fim de 8 semanas, os valores dos parâmetros NBH, PLF, BIC-D e Bf revelaram-se significativamente mais elevados nos implantes SLActive, comparativamente com os implantes SLA (Figs. 2a e 2b), confirmando, desta forma, os resultados do estudo anterior. SLActive A SLA C Estudos pré-clínicos Material e métodos Defeitos de deiscência padronizados foram criados nos maxilares superior e inferior de quatro cães (Estudo 1) e de 12 cães (Estudo 2), tendo sido colocados implantes SLA ou SLActive. Foram obtidos blocos dissecados ao fim de 2 e 12 semanas (Estudo 1) ou 1, 2, 4 e 8 semanas (Estudo 2). Em ambos os estudos, foram avaliadas histomorfometricamente a altura do osso novo (NBH), a percentagem de enchimento linear (PLF), a percentagem do contacto ossoimplante (BIC-D) e a área de preenchimento ósseo novo (BF), sendo realizada uma análise imunohistoquímica adicional no Estudo 2. B D Estudo 1: Ao fim de 12 semanas, os defeitos em torno dos implantes SLActive estavam completamente preenchidos com osso novo. Observaram-se trabéculas recém-formadas de osso reticulado ao fim de 2 semanas, com origem nas paredes e no fundo dos defeitos, e os implantes apresentavam-se envoltos por osso maduro, reticular, com fibras paralelas à 12ª semana (Fig. 1a). Verificou-se um aumento significativo da NBH, da PLF, do BIC-D e da BF Por outro lado, a cicatrização das feridas nos defeitos com implantes SLA apresentava tecido conjuntivo mal vascularizado e denso, quer ao fim de 2 como ao fim de 12 semanas, com apenas pequenas quantidades de formação óssea na parte apical do defeito e sem aumentos significativos da NBH, da PLF, do BIC-D ou da BF (Fig. 1b). SLActive SLA Fig. 2a: vista histológica da cicatrização da ferida em implantes SLActive não submersos (A) e submersos (B). Fig. 2b: vista histológica da cicatrização da ferida em implantes SLA não submersos (C) e submersos (D), mostrando o colapso parcial do retalho mucoperiósteo, comprometendo a regeneração óssea. Conclusões A superfície SLActive promove a regeneração óssea em defeitos do tipo deiscência A superfície SLActive promove uma produção óssea significativamente maior e de osso mais maduro, comparativamente com a superfície SLA Constataram-se aumentos significativos na altura do novo osso, do preenchimento ósseo e do contacto osso-implante com a superfície SLActive Pode obter-se um preenchimento ósseo completo com a superfície SLActive 16 Fig. 1a: avaliação histológica dos defeitos em torno dos implantes SLActive, mostrando o preenchimento completo do defeito com osso novo, reticulado e com fibras paralelas; BIC = 8 %. Fig. 1b: Avaliação histológica dos defeitos em torno dos implantes SLA ao fim de 12 semanas, mostrando formação óssea limitada apenas na parte mais apical do defeito; BIC = 5 %.
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