SELEÇÃO SEMANAL DE NOTÍCIAS CULTURAIS

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1 SELEÇÃO SEMANAL DE NOTÍCIAS CULTURAIS Edição Nº 170 [ 26/12/2013 a 1º/1/2014 ]

2 Sumário CINEMA E TV... 3 BRASIL ECONÔMICO - Cinema nacional com respaldo da bilheteria... 3 VALOR ECONÔMICO Estreia São Silvestre, o melhor filme brasileiro do ano... 4 O ESTADO DE S. PAULO Leandro Hassum toma de assalto mais de 700 salas... 5 ESTADO DE MINAS Reflexão na tela... 7 CORREIO BRAZILIENSE No embalo de Minhocas... 9 FOLHA DE S. PAULO - Reis do riso FOLHA DE S. PAULO - Roteiros são alterados de olho no sucesso FOLHA DE S. PAULO - Filme de Paulo Caldas confronta cangaceiros e nazistas ZERO HORA - Mais tempo para um clássico ZERO HORA - Serra Pelada também na TV FOLHA DE S. PAULO - Cultura estreia desenho sobre garoto de tribo da Amazônia TEATRO E DANÇA O ESTADO DE S. PAULO - Presença estrangeira no teatro O ESTADO DE S. PAULO - Produção de musicais tem maior diversificação e atinge a maioridade. 16 O ESTADO DE S. PAULO - Um ano na batida de Chico, Cyro e Édipo ARTES PLÁSTICAS O ESTADO DE S. PAULO - Livro sobre o construtivista Geraldo de Barros foi um dos melhores de MÚSICA O ESTADO DE S. PAULO - Lançado há 50 anos, conto de João Antônio inspira disco de Thiago França ZERO HORA - Bethânia dá seu recado FOLHA DE S. PAULO - Ana Cañas lança DVD em show sensual ZERO HORA - Bethânia dá seu recado ESTADO DE MINAS - Capas de disco ganham status de obra de arte no livro 'Onda infinita' LIVROS E LITERATURA FOLHA DE S. PAULO - Em livro, crianças imaginam significados para diferentes palavras CULT - Das possibilidades expressivas de uma dramaturgia logocêntrica / Artigo / Welington Andrade CULT - Folheando o tempo CULT - O vício e as drogas / Crítica / Carla Milani Damião CULT - Cacos De Prosa / Coluna / Heitor Ferraz CULT Era uma vez... / Artigo / Ricardo Ramos FOLHA DE S. PAULO - Crítica: Ano começa com boas biografias de Cartola e Aleijadinho MODA FOLHA DE S. PAULO - Grife Zuzu Angel será relançada em FOLHA DE S. PAULO Quem é essa mulher O ESTADO DE S. PAULO - Passarela agitada GASTRONOMIA FOLHA DE S. PAULO Fogo de Chão inaugura unidade em Nova York, nos EUA

3 BRASIL ECONÔMICO - Cinema nacional com respaldo da bilheteria CINEMA E TV Embalada pelas comédias, produção brasileira bate recorde de lançamentos em 2013, aumenta arrecadação com público e enfrenta desafios para a indústria deslanchar Moacir Drska O filme "Minha Mãe é uma Peça", visto por 4,6 milhões de pessoas, foi a maior bilheteria do país em 2013 (26/12/2013) Se o roteiro do cinema brasileiro em 2013 fosse transportado para as grandes telas, o fruto dessa empreitada não seria exatamente um épico. No entanto, a produção traria uma saga de desafios e feitos dignos de narrativas heróicas que marcaram a história da sétima arte. Em meio a uma série de barreiras históricas, financeiras e culturais, a produção nacional ainda está longe de ser uma indústria consolidada, mas pode comemorar conquistas importantes, que abrem a perspectiva de uma boa sequência para os próximos anos. Segundo a Agência Nacional do Cinema (Ancine), o país atingiu o recorde de 119 lançamentos até a primeira semana de dezembro, contra 83 longas no mesmo intervalo do ano passado. Na mesma base de comparação, o público total dos filmes brasileiros foi de 25,3 milhões de espectadores, ante 15,5 milhões em A previsão é encerrar o ano com 27,5 milhões. Em bilheteria, as produções nacionais arrecadaram R$ 269,7 milhões, alta de 71,5% sobre um ano antes. Com esse desempenho, a participação do cinema nacional no público total do país saltou de 10,62%, há um ano, para 18,11%. A participação em renda, por sua vez, evoluiu de 9,75% para 16,48%. Seguindo o script dos últimos três anos, a comédia deu o tom. Dos sete filmes que superaram a marca de um milhão de espectadores, o gênero foi responsável por cinco títulos. A despeito de críticas que volta e meia apontam essa concentração nos filmes de humor como prejudicial, os produtores ouvidos pelo Brasil Econômico dizem que esse movimento pode desempenhar um papel importante na evolução do setor. O cinema brasileiro só vai ser forte se tiver resultado comercial bom e relevante. Só assim é possível fomentar o cinema mais crítico e artístico. Se você mata o cinema comercial, mata toda a cadeia, diz Silvia Fraiha, sócia da Fraiha Produções, responsável por Vai que dá certo, terceira maior bilheteria brasileira do ano. Hoje, temos uma base para uma produção mais profissional, que já nasce com data de estreia e já é pensada com número de cópias de lançamento. Isso é cada vez mais comum e mostra que os distribuidores e exibidores estão enxergando o filme brasileiro como uma produção que traz rentabilidade,afirma Mariza Leão, sócia da Atitude Produções e da Morena Filmes, responsáveis, respectivamente, por Meu Passado me Condena, segunda bilheteria desse ano, e por De Pernas pro Ar 2, lançada em dezembro de 2012 e que alcançou 4,8 milhões de espectadores. O cronograma de produções dos dois estúdios inclui três longas para os próximos em 2014 e Produtora de Mato sem Cachorro, a Mixer tem sete produções programadas para os próximos três anos. O próximo filme do estúdio a entrar em cartaz é o thriller Confie em Mim, que entra em circuito em abril. Cada vez mais a indústria está criando essa cadência de lançamentos. Até pouco tempo, um ou dois filmes passavam de um milhão de espectadores. Em curto prazo, não duvido que tenhamos dez ou doze longas desse porte, diz Hugo Janeba, executivo-chefe da Mixer. O mercado está em 3

4 uma fase inicial de aprendizado, tanto de produção e planejamento, como no que diz respeito a contar boas histórias, especialmente em outros gêneros. Mas só vamos adquirir esse conhecimento comesse calendário constante. Outro desafio a ser vencido é o estímulo à produção de filmes de médio porte, com bilheterias entre100 mil e 500 mil espectadores.nesse ano, onze longas atingiram esse patamar. É esse tipo de produção fazer de cada filme um blockbuster. E superar essa barreira passa por questões como espaço nas salas e mecanismos de financiamento específicos,observa Iafa Britz, sócia da Migdal Filmes, produtora de Minha Mãe é uma Peça, maior bilheteria nacional de Com uma biografia de Irmã Dulce, um documentário de Cássia Eller e as sequências de Nosso Lar e Minha Mãe é uma Peça no horizonte, Iafa destaca ainda os impostos que incidem sobre toda a cadeia produtores, distribuidores e exibidores como outro dilema do setor. Por conta dessa tributação em cascata, um filme como Minha Mãe é uma Peça não consegue se pagar, diz. O longa registrou uma bilheteria de R$ 49,5 milhões. Bianca de Felippes, sócia da Gávea Filmes, de Faroeste Caboclo, aponta outra dificuldade que não atinge apenas os filmes brasileiros, mas que causam mais impactos na produção nacional, ainda bem distante da maturidade e do nível de investimentos dos filmes estrangeiros, especialmente os americanos. Hoje, com a quantidade de lançamentos e de salas disponíveis, um filme não fica mais que dois meses em cartaz. A bilheteria tem que ser feita nas três primeiras semanas, diz Bianca. Há 18 anos, fizemos 1,2 milhão de espectadores com Carlota Joaquina, mas ficamos onze meses em cartaz. VALOR ECONÔMICO Estreia São Silvestre, o melhor filme brasileiro do ano Em filme sobre a tradicional corrida, diretora faz da música a alma da criação Luiz Carlos Merten (27/12/2013) São Paulo e a música nutrem a obra de Lina Chamie. A topografia da cidade não fornece somente uma paisagem. Torna-se personagem. E a música... O cinéfilo lembra-se. Em Tônica Dominante, de 2000, Fernando Alves Pinto desce a Xavier de Toledo deserta, num amanhecer, rumo ao Teatro Municipal. A cena não é narrativa, mas visa provocar uma emoção. Mostra o personagem em seu ambiente a cidade, o teatro. E a música, que faz parte da vida dele é instrumentista, superpõe-se aos ruídos urbanos, inunda a trilha. Erik Satie, uma peça para piano. Em São Silvestre, que estreia nesta sexta, 27, os corredores que participam da prova fazem o percurso final da Xavier de Toledo e passam pelo glorioso Municipal. Entra a música de ópera. O efeito é mágico. E um dos corredores é ele Fernando Alves Pinto, o ator-fetiche, o alter ego de Lina. Saem os carros, entram as pessoas. Desde 1925, ano de sua criação, a Corrida de São Silvestre integra o calendário e a paisagem de São Paulo. A mais famosa e tradicional do Brasil e da América Latina, compõe-se de um trajeto de 15 km através da área central da cidade. No início, era disputada à noite, e terminava na virada. Para encaixá-la em sua grade, a Globo fez com que fosse disputada à tarde, para não prejudicar sua programação noturna. A cidade e o Centro, 364 dias por ano, são ocupados por carros. No 365.º, o humano tem preferência. Lina Chamie ama São Paulo, e não é possível amar a cidade sem amar a São Silvestre. Antes, era só uma corrida de brasileiros, e de homens. A participação oficial das mulheres começou só em 1975, 50 anos mais tarde. E a corrida, claro, internacionalizou-se. São Paulo é uma cidade cosmopolita. Abriga em seu seio mesmo que, às vezes, os rejeite imigrantes de várias latitudes e etnias, do 4

5 País e de fora. Lina já contou que morava na Av. Paulista, no prédio contíguo ao da TV Gazeta. A São Silvestre estava sendo disputada lá fora, e ela sabia disso. Mas só muito recentemente ela desceu, e estava ali, na boca da chegada. O que viu, transtornou-a, como experiência humana. Massa humana. Existem os grandes corredores o queniano Paul Tergat detém o recorde de cinco vitórias na prova masculina; a portuguesa Rosa Mota é recordista feminina, com seis vitórias. Existem os anônimos que se esforçam para vencer, até como forma de adquirir notoriedade. E existe uma imensa massa humana que participa da corrida como quem vai a uma festa. Chegam estropiados, mas felizes. Diante do que viu, Lina diretora, autora pensou com olho de cinema. Aquela explosão de humanidade dava filme, tinha de dar, e ela imediatamente quis fazê-lo. A ideia amadureceu. De cara, a tentação é definir São Silvestre como um documentário, e Lina documenta a corrida. Mostra o começo, o fim, segue a trajetória dos corredores, recria a topografia da cidade através do esforço humano, focaliza até os campeões. Tudo isso relaciona São Silvestre ao documentário, mas logo a ficção se impõe. São Silvestre deixa de ser um híbrido. Vira ficção. A presença de Fernando Alves Pinto e a trilha são fundamentais para isso. O que faz Fernando na corrida? Representa um personagem? É ele próprio em cena? Deve ser o sonho de todo ator fazer um personagem levado ao limite, sem que se saiba onde começa um e termina o outro. Fernando Alves Pinto preparou-se durante seis meses para fazer a prova. Lina colou uma câmera ao seu corpo. Para testar a viabilidade da filmagem em tempo real, ela foi com sua câmera, e seu ator/personagem, integrar-se ao grupo dos que, nos últimos dias antes da prova, treinam para ela. Ocorreu algo mágico numa curva, o sol despontou. E a aurora, no imaginário da musicóloga Lina Chamie, evoca Mahler, a Sinfonia nº 1. É como ela gosta de dizer A música vem, a música surge quando você acorda de manhã, quando está no banheiro. Não é na hora da montagem. O raciocínio intelectual, sim, vem depois. Logo que vi o sol nascer, me veio a Primeira de Mahler. O próprio Mahler fala dessa sinfonia como o despertar da natureza. Mas a música tem vida própria. Independentemente do que ele diz, ela contém o despertar e foi o que me veio, é o que vem sempre que vejo o nascer do sol. Quando a corrida dá a largada, aquilo é um despertar, uma aurora. A diretora fala numa costura entre intelecto e sentimento. E diz algo muito importante: O intelecto sozinho não dá conta de um filme. O fio condutor é a emoção. Tempo. Pensando, sendo racional, pode-se dizer que o cinema e a música são similares, porque acontecem no tempo e, no caso da São Silvestre, a questão do tempo também é fundamental. O corredor que corre para vencer, o que corre pelo desafio ou pelo prazer, todos enfrentam o desafio do tempo para finalizar a provar, não importa que sejam minutos, ou horas. Fernando Alves Pinto corre, e enquanto o faz, estirada a corda do cansaço e da resistência, ele balbucia palavras que são difíceis de entender e que, na verdade, você não precisa se preocupar em decifrar. O texto, em São Silvestre, o filme, não é o mais importante. Mas, assim como a Primeira de Mahler dá o start, a corrida tem um ponto de chegada, e a trilha, aí, é Poema do Êxtase, de Alexander Scriabin. Há quem diga críticos e historiadores musicais que o opus 54 do compositor russo eleva-nos ao maior grau do conhecimento humano, a intuição. Scriabin foi um místico que tentou simplesmente decifrar os mistérios do homem e do universo. Que Lina Chamie o tenha escolhido para pontuar essa vitória do esforço humano que é a chegada na São Silvestre diz bem da humanidade e até espiritualidade que atravessa seu filme. Algum espectador atraído por esse texto e que vá ver o filme tem de saber que não vai encontrar nenhuma história (nem a da corrida). O filme propõe uma viagem interior na cidade, no corpo e no rosto dos corredores, na música. Pode não ser nada, se você não entrar no clima. Mas, se entrar, é tudo. O cinema tem nos levado a espaços e alturas inimagináveis. Talvez seja necessário ser um louco sonhador como Lina, como Scriabin para viver tão intensa epifania. O ESTADO DE S. PAULO Leandro Hassum toma de assalto mais de 700 salas Até que a Sorte nos Separe 2 tem o maior lançamento de um filme nacional Luiz Carlos Merten 5

6 (27/12/2013) Vai ser o maior lançamento de um filme brasileiro 734 salas, mais do que as 700 e tantas de Tropa de Elite 2. Até pouco antes do Natal, a produtora Downtown e a distribuidora Paris ainda recebiam pedidos de integração ao monumental circuito que vai exibir Até que a Sorte nos Separe 2. Após o estouro de Até que a Sorte nos Separe uma das grandes bilheterias do ano que se encerra, todo mundo quer entrar bem em 2014 com Leandro Hassum. Ele é o homem. O próprio Leandro relaxa. Terminou de rodar Os Caras de Pau O Filme e se mandou para sua casa em Miami. A gente faz o melhor que pode, mas chega um momento em que não faz mais nada. Só espera. O momento é este. Até que a Sorte 2 vai tomar de assalto o circuito exibidor. Um blockbuster brasileiro com números de blockbuster hollywoodiano. A Paris e a Downtown aprenderam a fazer esses lançamentos gigantescos. O segredo é o mesmo de Hollywood ocupar o maior número de salas para forçar o faturamento no primeiro fim de semana. Pode-se retomar aquela radiografia do cinema brasileiro que o Caderno 2 já fez recentemente. O share do cinema brasileiro, a participação no próprio mercado, aumentou neste ano algo em torno de 17% (ou 18%). Mas se o cinema vai bem, os filmes nem tanto. Os números vistosos foram fornecidos pelas comédias e não todas. Elogiadíssima pelos críticos, endo ou Alugo, de Betse de Paula, não foi lá essas coisas. Em compensação, Ingrid Guimarães (De Pernas pro Ar 2), Paulo Gustavo (Minha Mãe É Uma Peça) e Leandro Hassum arrebentam. Até que a Sorte 2 entra em mais de 700 salas e também hoje estreia São Silvestre. O longa de Lina Chamie é simplesmente o melhor filme brasileiro do ano que está terminando. Mas é aquilo que se chama de biscoito fino. Vai entrar em três salas de São Paulo, Rio e Curitiba, e em apenas um horário de cada uma delas. Cada filme tem seu tamanho. Até que a Sorte 2 foi projetado para ser grande, e cresceu mais ainda. O diretor Roberto Santucci, que também fez o 1, beneficia-se do sucesso. O faturamento do 1 aumentou os recursos do 2. Com mais dinheiro, deu para fazer um filme melhor e mais caprichado. Ele não exagera. É a lógica do mercado. A própria Lina Chamie não se queixa. Somos loucos eu porque fiz o São Silvestre, você porque dá toda força ao filme, ela disse ao repórter. São Silvestre é um acontecimento, uma epifania. Mas Até que a Sorte 2 não deixa de ser outro acontecimento, e de outra natureza. O 2 é melhor que o 1, como De Pernas pro Ar 2 também é melhor que o 1. Roberto Santucci fez os quatro. É o rei Midas do cinema brasileiro. Ele defende sua criação e até apresenta motivos para explicar o tropeço em sua carreira recente Eu Odeio Dia dos Namorados, feito com o mesmo empenho, apresentou números decepcionantes. Além de um elenco menos aquecido um jargão de mercado, o filme não tinha a mídia da Globo Filmes, e isso, sim, faz a diferença, embora Santucci, e todo o cinema brasileiro tenham a experiência de que nem a Globo salva, quando (ou se) o filme não corresponde à expectativa do público. Até que a Sorte 2 repete o ponto de partida do 1, só que maior. Você se lembra o casal Leandro Hassum/Danielle Winits ganhava na loteria, ficava rico, mas gastava tudo, até o último centavo. Eles começam o 2 pobres (de novo) e ganham uma herança, do tio rico de Danielle. Ops, Danielle caiu fora, substituída por Camila Morgado. Escalada para a atual novela das 9, Danielle não poderia cumprir o cronograma da filmagem no exterior. Porque a herança veio de Maurício Sherman, que ganhou seu primeiro milhão em Las Vegas e pede que suas cinzas sejam jogadas na cidade do jogo. Você já sacou embora rico, riquíssimo, Hassum perde tudo nas roletas de Vegas. Fica devendo para mafiosos. O diretor Santucci sempre teve o pé no policial remember Bellini e a Esfinge. Até a história ficou melhor. O achado de Até que a Sorte 2 ocorre de cara, nos primeiros minutos como justificar a presença de Camila Morgado no lugar de Danielle Winits? Afinal, não se mexe em time que está ganhando... A solução nasceu durante as leituras de mesa que Santucci gosta de fazer com seu elenco, antes da rodagem, e é tão simples quanto engenhosa. Um movimento de câmera, uma frase de diálogo explicam tudo. E a ideia não foi do diretor. Nasceu no grupo. O que é bom, a gente aproveita, diz Santucci e essa é a tônica do profissionalismo que ele (e outros...) vem imprimindo ao cinema brasileiro. Várias outras ideias também foram agregadas filmar no Venetian, o hotel que reproduz a cidade italiana, com gôndolas e tudo; e ter Jerry Lewis no papel do bellboy, o mensageiro. Jerry Lewis aparece pouco, mas suas cenas fazem toda a diferença, como as de Camila. A Danielle é ótima, mas a Camila tem aquela coisa intensa, dramática, do Olga. Não duvidava que ela também soubesse fazer comédia, mas o bom é que Camila, segurando o humor, trouxe um fundo de drama 6

7 que torna os problemas familiares mais consistentes, avalia Hassum. Ele curte o humor familiar, aquela coisa dos Trapalhões ( da grande fase, ressalta). Alguns colegas humoristas o acham ingênuo demais, numa época em que outras comédias apostam na grossura (e no sexo). Não faz mal, eu gosto de fazer e de ver cinema em família, define Hassum. Casa em Los Angeles, filmagem em Vegas. Tenho um amigo RP do Venetian que nos ajudou a conseguir o hotel. E foi ele quem me falou de um show do Jerry Lewis no cassino. Fui correndo. O repórter diz que também ama Jerry Lewis. Todos nós, né, meu irmão? Dependendo da sua sensibilidade, o plano final de Santucci aplaudindo Jerry Lewis após a filmagem pode ser emocionante. Um amigo conhecia a Pat, que é cantora e na verdade é brasileira e se chama Patrícia. É nora do Jerry, e também ajudou para que ele fizesse o papel. Pat deu a dica Jerry curte demais seu primeiro longa, The Bellboy/Mensageiro Trapalhão. Ele adorou fazer o bellboy. No final, depois de toda a confusão, Hassum e Camila casam-se vestidos de Elvis e Marilyn. Eu também casei assim, conta Hassum. Mas não tem vergonha de ser brega, hein cara? Eu não. Quero mais é ser feliz. Pelos números, Hassum tem feito o público ser feliz com ele. ESTADO DE MINAS Reflexão na tela Em período marcado pelo sucesso comercial das comédias, cinema brasileiro mostra força em produções realizadas fora do eixo Rio-São Paulo. Amor foi o filme do ano Gracie Santos Som ao redor, de Kléber Mendonça, navegou na contracorrente dos filmes descartáveis, propondo reflexão madura sobre a violência brasileira (27/12/2013) Na contramão das comédias que renderam recordes à produção nacional deste ano, dois dramas merecem especial atenção. O som ao redor, estreia em longa do pernambucano Kléber Mendonça Filho, reflexão sobre a violência e os ruídos do cotidiano. E barulho é exatamente o que ele vem fazendo. Exibido em mais de 100 festivais, premiado em vários (o mais recente é o troféu de Diretor Estreante do Festival de Toronto, no Canadá), o filme conquista pela sutileza da trama e pela narrativa diferenciada. A câmera passeia por uma rua de bairro de classe média, na Zona Sul do Recife, que acaba de ganhar seguranças particulares. Curiosamente, é a partir da promessa de proteção que a tensão se instala (ou cresce). Ainda que a vida de vários personagens comece a se desenhar, o foco é mais amplo: o contexto urbano. Aquela rua são várias, aquelas pessoas poderiam ser seus vizinhos e um deles poderia ser você, ator da sociedade contemporânea, prisioneiro do medo construído pelo fracasso econômico, político e social. A violência é implícita. Não há armas nem sangue, mas algo de muito ruim pode (ou está para) ocorrer. O Recife pode ser qualquer lugar e o diálogo é universal. O segundo filme também se apoia em questão urbana (atual e milenar): a solidão. O homem das multidões, parceria do mineiro Cao Guimarães com o também pernambucano Marcelo Gomes, ainda 7

8 não estreou nas salas do país (a previsão é para maio) mas faturou o Redentor de Direção no Festival do Rio e acaba de ser anunciado para a mostra paralela do 64º Festival de Berlim (6 e 16 fevereiro), a Panorama, dedicada ao cinema autoral/experimental. A obra se encaixa perfeitamente, pela abordagem do tema e pela estética, o aspect ratio ( 3x3 ou proporção quadrada). Nada de historinha com princípio, meio e fim. A trama transcorre como se Cao e Marcelo passassem pelas vidas de Juvenal (Paulo André) e Margô (Sílvia Lourenço), metroviários que sofrem do mal de bilhões: extrema solidão. A câmera bisbilhota, espremida pelo quadrado claustrofóbico e deixa os dois quase como os encontrou. São dois filmes instigantes, incômodos e inteligentes. Ambos se apoiam na sutileza elegante de quem denuncia sem julgar o que vê. Bom para variar e refletir, em meio ao vazio do riso fácil. BH bombou Duas entre várias mostras promovidas este ano pelo Cine Humberto Mauro do Palácio das Artes sacudiram a cidade, e levaram público recorde ao espaço de exibição que passou por reforma estrutural. De abril a maio, a Mostra Howard Hawks, inédita no Brasil, revisitou a obra de um dos cineastas americanos mais aclamados nos últimos 60 anos. Exibiu 44 longas (de 1926 a 1970). Destaque também para a Mostra Hitchcock é o cinema (de julho a setembro), que apresentou filmografia completa do cineasta inglês (54 filmes) e exibiu parte das produções televisivas dos anos 1950 e 60. Cinema de qualidade com entrada franca. Que a iniciativa de Rafael Ciccarini, gerente de Cinema da Fundação Clóvis Salgado, não morra. Riso rende Merece registro o burburinho e a dança dos números gerada por comédias escrachadas, filão que não só o brasileiro como plateias do mundo inteiro teimam em valorizar, muito provavelmente no afã de desopilar o fígado. Por aqui, o resultado deste ano deixou o mercado em polvorosa. O Brasil comemorou recordes de público (27 milhões), renda (R$ 260 milhões) e lançamentos (126 longas). Destaque para Minha mãe é uma peça, de André Pellenz, com o ator Paulo Gustavo travestido de dona Hermínia, esposa abandonada pelo marido; e de Pernas pro ar 2, de Roberto Santucci, com Ingrid Guimarães. A promessa é de mais do mesmo em Região criativa Não por acaso dois dos diretores dos filmes citados na abertura, Kléber Mendonça e Marcelo Gomes, são pernambucanos. A produção do estado vive verdadeiro boom, com obras marcadas pela pluralidade temática e estética, que vêm conquistando cada vez mais espaço em festivais e salas de cinema. No site que cataloga realizadores locais ( o crítico André Dib escreve: Apenas nos 10 anos deste início de século foram realizados mais filmes do que nos 100 anos anteriores. Entre os destaques de 2013, Era uma vez eu, Verônica, de Marcelo Gomes, e Tatuagem, de Hilton Lacerda. Tudo começou com Baile perfumado, de 1996 (de Lírio Ferreira e Paulo Caldas), que traz no letreiro os nomes dos principais realizadores do estado, que ainda hoje alternam dobradinhas. Pacto de amor Vencedor do Oscar de Filme em Língua Estrangeira e da Palma de Ouro em Cannes, Amor, do cineasta austríaco Michael Haneke, pode ser considerado um dos melhores, se não o melhor filme do ano. Com trama contundente e abordagem mais que realista, conta a história de um casal de idosos (interpretações impecáveis de Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva) que mantém, até o fim, seu pacto de amor, companheirismo e solidariedade. Dura, a trama do filme teve companhias temáticas bem mais amenas, num ano em que a terceira idade compareceu às telas variadas vezes. É o caso de E se vivêssemos todos juntos?, de Stéphane Robelin, com Jane Fonda e Geraldine Chaplin, que em BH manteve longa temporada. Oscar dividido Não há como recordar o ano sem falar em Oscar. A 85ª edição da premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA deu o prêmio de Filme, Roteiro Adaptado e Edição a Argo, dirigido por Ben Affleck (também em cena na trama). Mesmo tendo vencido o Globo de Ouro de Direção, ele nem sequer foi indicado ao prêmio em Hollywood, o que causou certo frisson. Venceu Ang Lee, por As aventuras de Pi. Candidato mais incensado (que teve 12 indicações), Lincoln venceu apenas o Oscar técnico de Design de Produção e o de Ator, para um impecável Daniel Day-Lewis, 8

9 inglês que, com o feito, tornou-se único a receber três Oscars. O disputado prêmio de atriz ficou com Jennifer Lawrence (O lado bom da vida). Bola dividida, este ano não houve um grande vencedor. CORREIO BRAZILIENSE No embalo de Minhocas Primeiro longa stop-motion brasileiro foi feito em sete anos por dupla iniciante de diretores. O filme tem versão até em inglês Olivia Florência Cena do filme Minhocas, uma animação brasileira com padrão internacional que está em cartaz nas principais salas de cinema do país (28/12/2013) Lançada no último dia 20, a animação Minhocas é um feito dos diretores Paolo Conti e Arthur Nunes por ser a primeira produção quadro a quadro feita no Brasil. A técnica de stop-motion foi utilizada em longas que tiveram sucesso de bilheteria, como A fuga das galinhas (2000) e Coraline e o mundo secreto (2009). Feito em sete anos, o filme custou cerca de R$ 10 milhões (ou US$ 4,6 milhões), valor considerado uma pechincha para animações em geral, e tem uma versão em inglês visando distribuição global. Paolo Conti, de 36 anos, falou com o Diversão & Arte sobre o projeto e explicou por que o longa é um marco no mercado de animação brasileiro, que ainda engatinha contra a indústria de animação dominante americana, e sua escolha pela técnica inédita no país. Conti entrou no cinema por meio de uma produtora de vídeo na qual conheceu Nunes. Em 2000, os dois deixaram a produtora e abriram a própria agência, onde fizeram vários vídeos publicitários, mas a ideia embrionária de Minhocas veio muito antes disso, quase 20 anos atrás. O curta, porém, foi feito em Aos poucos, nossa produtora foi ganhando corpo e, em 2004, a gente decidiu começar o projeto do filme. Para não perder tempo, porque um longa demoraria anos para ficar pronto, decidimos começar com um curta e testar o tema. Se esse curta fosse bem e as pessoas gostassem, a gente desenvolveria o tema para o longa, diz Conti. O projeto do curta foi bem-sucedido e, em 2006, essa primeira versão de Minhocas recebeu 12 premiações no Brasil e um importante prêmio no Japão, que selecionou 30 curtas do mundo inteiro a partir de quatro mil inscritos. E para completar a injeção de ânimo, Conti e Nunes, que até então trabalhavam em São Paulo, receberam um convite do Sapiens, um parque de inovação tecnológica, para trabalhar em Florianópolis. A proposta era para que a dupla ajudasse num projeto e, em troca, pudesse utilizar toda a tecnologia do parque no longa que queriam produzir. A ajuda foi bem-vinda e eles se mudaram para Santa Catarina. O principal resultado da parceria foi o uso de robôs para filmar cenas e de impressoras 3D na hora de fazer as feições dos personagens. O primeiro filme que usou impressora 3D foi Coraline. Começamos a fazer o longa antes deles, mas a gente não tinha perna e atrasamos em dois anos nosso lançamento, lembra Conti. E por que o uso stop-motion? Conti diz que sentiu que a técnica seria mais barata do que computação gráfica e que demoraria mais a envelhecer. O quadro a quadro é uma técnica que nunca foi muito explorada, mas que sobrevive há várias gerações no cinema, como o lançamento de Fuga das galinhas, no ano 2000, que provavelmente foi o primeiro lançamento mundial de um filme stop-motion. Eu pensei que, com o quadro a quadro, quando se monta e ilumina bem, é possível alcançar uma qualidade incrível do frame (na imagem), que dificilmente você encontraria com outra técnica mesmo computação gráfica, que chegue a esse patamar da foto, destaca. 9

10 O preço foi um fator preponderante: o stop-motion permitia fazer um bom filme com um baixo custo. A demora de sete anos para o lançamento do longa, porém, está relacionada ao fato deles serem relativamente novatos com o uso da técnica em um projeto tão grande. Próximos passos Conti anuncia a existência de uma continuação para o filme. No próximo, usaremos mais computação gráfica no stop-motion. Já temos um roteiro de Minhocas 2, mas antes de trabalhar nisso, queremos ver a percepção do público, afirma o diretor, que ainda não recebeu os primeiros resultados da audiência, porém foi a várias sessões e percebeu que as crianças se divertem muito com seu longa de estreia. À medida em que a gente souber mais a reação dos espectadores, a gente vai poder mexer, ver os problemas e melhorar. Mas o grande barato é o Brasil ter uma animação produzida aqui e que vai ser distribuída em outros países, anuncia. O diretor está otimista e até chuta datas. Vamos continuar em Floripa e encaminhar o Minhocas 2 num prazo acelerado de três anos. É que agora já pegamos o jeito, brinca. Arte de baixo custo US$ 60 ilhões Orçamento convencional de uma animação quadro a quadro US$ 4,6 milhões Foi o valor da produção de Minhocas Dublagens Famosos que fazem as vozes dos personagens no longa: Daniel Boaventura empresta a voz a dois personagens: Mister Jumping, um herói canastrão; e o tatu-bola Big Wig, o vilão da trama Rita Lee faz a voz de Martha, mãe do protagonista Júnior Anderson Silva é o Cabelo, um verme de cabelo black power com a voz um pouco fina FOLHA DE S. PAULO - Reis do riso Cinco produtores arrastam 25 milhões de brasileiros aos cinemas Em 4 anos, Mariza Leão, Iafa Britz, Augusto Casé e os irmãos Caio e Fabiano Gullane arrecadam R$ 266 mi Fabio Brisolla, do Rio (30/12/2013) Com oito comédias lançadas nos últimos quatro anos, os produtores Mariza Leão, Iafa Britz, Augusto Casé e os irmãos Caio e Fabiano Gullane atraíram mais de 25 milhões de espectadores aos cinemas. Somadas, as bilheterias superam R$ 266 milhões. São números equivalentes ao resultado da produção cinematográfica nacional ao longo de todo o ano de A comparação dá a dimensão da importância dos cinco produtores na atual safra de comédias brasileiras. Mariza levou mais de 7 milhões aos cinemas neste ano com "De Pernas Pro Ar 2" e "Meu Passado Me Condena". Iafa chegou à marca de 4,5 milhões de espectadores com "Minha Mãe é Uma Peça", outro recordista do ano. 10

11 Na sexta-feira passada (27), entrou em cartaz "Até Que a Sorte Nos Separe 2", uma produção da dupla Caio e Fabiano Gullane, que espera superar os 3,4 milhões de espectadores do primeiro filme. Outra sequência, "Muita Calma Nessa Hora 2", chega ao circuito em 17 de janeiro com a chancela de Augusto Casé, que acumula mais de 7 milhões de ingressos vendidos por seus três últimos filmes. Todos comédias. "Nossa meta sempre foi fazer um filme de grande sucesso comercial", disse Fabiano Gullane à Folha, ao falar sobre a concepção de "Até Que a Sorte Nos Separe". Seguindo esta premissa, os sócios da Gullane Filmes encomendaram um roteiro baseado em "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos", best-seller sobre finanças familiares. "E acrescentamos uma história de amor. Afinal, são dois temas que interessam às pessoas, dinheiro e amor", disse Fabiano Gullane. Na sequência da história, estrelada por Leandro Hassum sob a direção de Roberto Santucci, os produtores decidiram filmar 80% das cenas em Las Vegas, nos EUA. "Queríamos dar um valor de produção maior para este filme", disse o produtor, que contratou o comediante americano Jerry Lewis para uma participação especial. "Até Que a Sorte Nos Separe 2" estreou em 763 salas de cinema, circuito recorde para o lançamento de um filme nacional. Com frequência, para formatar um sucesso comercial, os produtores participam também do processo de criação, como a elaboração do roteiro, entre outras tarefas. "Considero o produtor um coautor. Não é aquela figura de charuto atrás da mesa", definiu Mariza Leão, que marca presença nos sets de filmagem de suas produções. "Acompanho de perto o roteiro, o corte final (edição do filme), escolha da trilha, mixagem, campanha publicitária, criação dos cartazes, do trailer, estudo a data de lançamento com os distribuidores", disse Mariza. FOLHA DE S. PAULO - Roteiros são alterados de olho no sucesso Exemplo de alteração, 'E Aí... Comeu?' teve menção a aborto na peça original cortada para aumentar seu público Além de tentar prever impacto do filme no espectador, responsável pelo projeto precisa convencer anunciantes Fabio Brisolla, do Rio (30/12/2013) Do roteiro à escalação do elenco, os produtores tentam prever o impacto que o filme terá no espectador. Ao adaptar a peça "E Aí... Comeu?" para o cinema, Augusto Casé avaliou que teria de expandir o público-alvo. "A comunicação do filme com a classe C tem de existir", disse o produtor. Ele eliminou do roteiro uma menção a aborto, existente na peça, e alterou a idade de uma adolescente. No filme, ela tem 18 anos. "Não tinha como um cara mais velho transar com uma garota de 16. São detalhes que fazem a diferença", disse Casé. Foi de Mariza Leão a ideia de filmar "Meu Passado Me Condena" em um transatlântico. O filme, com Fábio Porchat e Miá Mello, é baseado na série de mesmo nome, produzida por Mariza para a TV. "Esse filme não tinha DNA de blockbuster. Mas neste negócio há uma dose de imponderável", disse Mariza. Yafa Britz aprendeu as minúcias de projetos bem sucedidos quando atuou na Total Filmes, produtora responsável por sucessos como "Divã" (2009) e "Se Eu Fosse Você" (2006). Em 2010, ela fundou a Migdal Filmes e lançou naquele ano o filme com tema espírita "Nosso Lar", visto por 4,1 milhões de pessoas. 11

12 No segundo projeto, o principal desafio foi convencer os patrocinadores do potencial do personagem politicamente incorreto vivido por Paulo Gustavo nos palcos em "Minha Mãe é Uma Peça". "É diferente, um homem no papel de mãe de família. Havia dúvidas sobre o desempenho no mercado." Amparada por 4,5 milhões de ingressos vendidos, ela já prepara a continuação. FOLHA DE S. PAULO - Filme de Paulo Caldas confronta cangaceiros e nazistas Com início de gravações marcado para 2014, nova obra do diretor paraibano quer ir além do realismo ao tratar de choque cultural O diretor Paulo Caldas visita a réplica de um submarino alemão localizada em Munique; a nave será usada como locação de seu novo longa-metragem Fernando Masini, de São Paulo (30/12/2013) A imagem de marinheiros alemães desembarcando na costa de Pernambuco não sai da cabeça do diretor Paulo Caldas. Ele costumava ouvir do pai a história de nazistas que chegaram em Porto de Galinhas e foram presos num quartel. Pensou: como seria um encontro deles com cangaceiros na praia? A ideia tomou forma e virou o roteiro de seu novo filme, "O Sertão Vai Virar Mar e o Mar Vai Virar Sertão", referência ao cineasta baiano Glauber Rocha ( ). O projeto, em pré-produção, inicia as filmagens em A história gira em torno de um casal de cangaceiros que vaga pelo sertão, no começo dos anos 1940, após o declínio do cangaço. À beira-mar, eles encontram um marinheiro alemão, interpretado por Peter Ketnath, que sobreviveu a um naufrágio. Peter é um rosto conhecido do público brasileiro. Foi o vendedor de remédios de "Cinema, Aspirinas e Urubus" (2005), filme de estreia de Marcelo Gomes, e trabalhou em "Deserto Feliz" (2007), de Caldas. Falta definir quem serão os cangaceiros. Caldas quer fugir dos clichês tanto do sertanejo heroico quanto do alemão atroz. "Tem um momento na praia que eles deixam de ser o cangaço e o nazismo, são seres humanos. Estabelece-se ali uma interação que prevê todo tipo de sentimento: amor, paixão, compreensão", diz o autor que codirigiu, ao lado de Lírio Ferreira, "Baile Perfumado" (1997), um marco do cinema pernambucano. Para colaborar no roteiro, Caldas chamou o amigo Hilton Lacerda, diretor do premiado "Tatuagem", em cartaz nos cinemas. Hilton vislumbra um tom fantástico nesse choque cultural: "O encontro é delirante, são culturas muito distantes, não será uma representação clássica de dois povos". 12

13 Submarino alemão A produção, cujo orçamento deve ficar em torno de R$ 5 milhões, envolve três países: Brasil, Alemanha e Portugal. Um cenário já é certo: o interior de uma réplica de um submarino alemão usado na Segunda Guerra Mundial. Em viagem a Munique neste ano, Caldas ficou encantado com o navio: "O motor funciona, estão lá os torpedos. As pessoas faziam uma decoração na parte interna como se fosse a própria casa". Toda a trajetória do personagem de Peter antes de chegar à praia será filmada ali dentro. O mais curioso é que o navio foi usado num filme alemão muito popular na Europa, "O Barco" (1981), de Wolfgang Petersen, e fica instalado nos estúdios da Bavaria Film, em Munique. Ao falar de sua nova obra, Caldas não esconde referências como Ruy Guerra e Mário Peixoto. Não quer se limitar a um retrato naturalista. "O mar continua sendo um símbolo de liberdade, de encontro com a fantasia, de descoberta da natureza", diz. ZERO HORA - Mais tempo para um clássico Versão ampliada do filme O Tempo e o Vento, microssérie de três episódios estreia nesta quartafeira, na RBS TV Mayana Moura e Igor Rickli vivem personagens que ficaram fora do longa de Jayme Monjardim (31/12/2013) Depois da minissérie dos anos 1980 e de chegar aos cinemas em 2013, a obra O Tempo e o Vento, de Erico Verissimo, volta à TV, agora em formato de microssérie de três episódios. Com direção de Jayme Monjardim, responsável pelo filme, a nova versão da saga da família Terra Cambará estreia nesta quarta-feira na RBS TV, após Amor à Vida. A adaptação tem como base o mesmo material filmado no Rio Grande do Sul para o longa-metragem, mas ganha nova edição, além de três personagens, vividos por Igor Rickli, Mayana Moura e Rafael Cardoso. A versão que vai ao ar na TV é diferente. Tem 30 minutos a mais e uma fase inteiramente inédita. Entram as cenas de Bolívar (Rickli) e Florêncio (Rafael Cardoso) conta Monjardim. A opção por incluir outras histórias não se deu, segundo o diretor, em função da necessidade de aumentar o tempo de duração da microssérie o filme tem pouco mais de duas horas. Os três novos 13

14 personagens estavam presentes nas cenas filmadas para o longa, mas, na montagem, conta o diretor, optou-se por deixá-los para a versão a ser feita para a TV. Durante a produção do filme, não se sabia ao certo como seria ou se haveria a microssérie. Na TV, como são três dias, três capítulos, dá para desenvolver mais as várias histórias dentro de O Tempo e o Vento detalha Monjardim. Igor Rickli comemora o novo papel na TV, como o filho do Capitão Rodrigo (Thiago Lacerda). Para ele, o personagem abriu portas profissionais, que o levaram a ser chamado para Flor do Caribe, antiga novela das seis. As filmagens foram um divisor de águas. Foi onde conheci Jayme e, então, fui convidado para fazer a novela. O fato de minhas cenas terem ficado fora do filme não me prejudicou. Ganhei muitos frutos. E, nesse momento, voltar a falar do Bolívar é muito gostoso comemora o ator. Atualmente no ar em Joia Rara, o ator gaúcho Rafael Cardoso vai dar vida ao primo de Bolívar e se encantar por sua mulher, Luzia (Mayana). Vi algumas imagens na ilha de edição, na época, e achei incrível. Foi a melhor solução deixar nossas histórias para a minissérie. E, como gaúcho, me identifico com a história sublinha o ator. Quem ainda não viu o filme terá a chance de conhecer a saga desses e de outros personagens, como o corajoso Capitão Rodrigo, papel vivido por Thiago Lacerda. Ele é intimidador. Tem a capacidade de te fascinar e de te amedrontar ao mesmo tempo afirma Lacerda. ZERO HORA - Serra Pelada também na TV Personagens de Juliano Cazarré e Júlio Andrade são amigos na corrida pelo ouro (31/12/2013) Além de O Tempo e o Vento, outro filme de 2013 que ganha versão especial para TV é Serra Pelada, de Heitor Dhalia. Em quatro capítulos, a serem exibidos de 21 a 24 de janeiro, a atração apresentará a vida no garimpo do Pará na década de No elenco, Juliano Cazarré e Júlio Andrade vivem os amigos de infância Juliano e Joaquim. Os dois protagonistas caem nas armadilhas da corrida do ouro. Wagner Moura está na pele do bandido Lindo Rico. E, para apimentar a trama, Sophie Charlotte é a ex-prostituta Tereza, por quem Juliano se encanta o que o leva a matar o marido dela, um perigoso coronel interpretado por Matheus Nachtergaele. Nem tivemos tempo para ficar de frescuras diz Cazarré, sobre a força das cenas de violência e sexo em Serra Pelada. O filme marcou a estreia de Sophie nas telonas, em cenas bastante picantes e controversas. Fiquei muito tempo lendo o roteiro. Não dormi por causa da Tereza. Foi a melhor experiência da minha vida afirma a atriz, comentando as cenas de sexo: O roteiro não te dá saída. Tem que ter coragem. 14

15 FOLHA DE S. PAULO - Cultura estreia desenho sobre garoto de tribo da Amazônia De São Paulo (1º/1/2014) A TV Cultura estreia neste sábado (4), às 12h30, a série de animação "Inami". O desenho, que já é exibido pela TV Brasil, conta a história de um garoto de 11 anos da tribo Bellacaibos, da floresta amazônica. Apesar do enredo, a produção não é brasileira, mas francesa. Foi feita por produtoras da França, em parceria com o TF1, canal de TV do país. Inami tem pressa para crescer e, com esse mote, o seriado explora os rituais de passagem da infância para a vida adulta. Para se tornar um homem, o garoto precisa conhecer as histórias e aprender com os mais velhos. Também enfrenta aventuras em meio à floresta. Seu animal de estimação é Tatuane, um tatu fêmea. TEATRO E DANÇA O ESTADO DE S. PAULO - Presença estrangeira no teatro Espetáculos de outros estados foram destaque nos palcos paulistanos em 2013 Maria Eugenia de Menezes (30/12/2013) O teatro de grupo legou os melhores espetáculos das temporadas recentes. Nos últimos anos, também é insuspeito o protagonismo da cidade no que diz respeito às artes cênicas nacionais. Em 2013, a qualidade da cena local permanece indissociada do trabalho dos coletivos. Mas, por alguma razão, invertendo-se a ordem até então estabelecida, várias das melhores criações vistas por aqui foram produzidas e gestadas em outros Estados do País. Pode-se supor razões para o novo quadro: um esgotamento dos modelos vigentes de financiamento ou até mesmo uma natural entressafra no percurso das companhias. Não há como saber. É possível dizer, porém, que foi um ano em que a quantidade de estreias veio a sobrepujar em muito a qualidade. O número de produções só faz crescer, mas o tempo de depuração dos criadores sobre uma obra é cada vez mais ligeiro. Em tempos de editais e mecanismos de incentivo, pouco interessa estar em cartaz ou ser visto pelo público. O dinheiro vem por outras vias. Vários foram os títulos que cumpriram suas enxutas temporadas de dois meses para depois sair de cartaz como se não tivessem existido. Consideremos, feitas essas ponderações, que é o próprio teatro que se esforça para ser dispensável ou inócuo à cidade. Ao retirar do espectador a sua importância, ao reduzi-lo a um elemento absolutamente prescindível na equação da produção, a arte que prima pela presença trilha um caminho perigoso. Enfim, são apenas elucubrações. Para encurtar a conversa, passemos a uma seleção - falha, imperfeita e subjetiva, como não poderia deixar de ser - do que marcou Comecemos pelos "estrangeiros". Nesse cenário cabe destacar a presença de Cine_Monstro, criação de Enrique Diaz a partir do texto de Daniel MacIvor. É a terceira vez que o artista se debruça sobre a 15

16 dramática do canadense. Difícil precisar se essa incursão resultou melhor que as duas anteriores: In on It e A Primeira Vista, ambas belas montagens. Cabe, porém, considerar o peso que Diaz traz à cena com sua presença. Agora, ele não ocupa apenas o lugar do encenador. Como intérprete, desdobra-se em mais de uma dezena de personagens. Deve-se considerar o seu virtuosismo, sem dúvida. O mérito maior, contudo, está na radicalidade, na verticalidade desse seu mergulho. A entrega de Luís Mello em Ausência também merece ser saudada. Criada em parceria com a companhia franco-brasileira Dos à Deux, a peça concentra no corpo, não nas palavras, a história que pretende contar. No ano de 2036, em uma Nova York devastada, ele transparece a sua aguda angústia em um bordado repertório de gestos. Concebido para a Feira Literária de Frankfurt, Puzzle não é uma única peça, mas três. A direção de Felipe Hirsch opta por caminhos diferentes ao conduzir cada uma delas. Alguns mais, outros menos felizes. Mas com méritos incontestes. Um deles é a apropriação que faz dos escritores brasileiros contemporâneos. Foi capaz de manter as peculiaridades da literatura, sem curvar os livros a simples adaptações teatrais e sem diminuir a potência da cena. Nossa Cidade nos obriga a prestar atenção no grande encenador que é Antunes Filho. Tendo em mãos o clássico de Thornton Wilder, o diretor deu o salto há tanto prenunciado em sua trajetória. Ao contrário de algumas de suas recentes montagens, deixou agora evidente que não lhe basta simplesmente lançar mão dos inúmeros recursos de que dispõe nem tampouco embaralhar as letras do vocabulário que desenvolveu ao longo de tantas décadas no palco. Nossa Cidade deslumbra porque não é "novo" nem "velho" teatro. Porque se coloca no presente, como um encontro entre a experiência e o frescor, entre a maturidade e a descoberta. Cantata para um Bastidor de Utopias passou de relance pela temporada. Apenas algumas apresentações. O público merecia a chance de reencontrar esse trabalho da Cia. do Tijolo em O texto de Federico García Lorca, Mariana Pineda, é inflado com outros sentidos. A Guerra Civil Espanhola entrelaça-se aos anos do regime militar no Brasil. As encruzilhadas políticas da atualidade são trazidas à tona sem incorrer em dogmas esvaziados. E, talvez o mais importante, a excelência com a qual o jovem grupo executa tudo isso. Palavra, música, corpo. Nada falta ou excede. Foi uma lufada de esperança no ano, uma chance de renovar a fé: no mundo e na arte. O ESTADO DE S. PAULO - Produção de musicais tem maior diversificação e atinge a maioridade Musicais de fórmula consagrada, como 'O Rei Leão', já convivem com espetáculos de temas espinhosos Ubiratan Brasil (30/12/2013) Em 2013, o teatro musical apresentado em São Paulo atingiu a maioridade. Não deixou de oferecer o modelo clássico, que mescla dança, comédia e belas canções, mas abriu espaço também para temas espinhosos, como o luto da perda, ética na psiquiatria moderna e bipolaridade. E, de quebra, belas homenagens a artistas e grandes eventos. O ano começou com a estreia de Quase Normal, que veio de uma temporada de sucesso no Rio. O espetáculo dirigido por Tadeu Aguiar revelou-se uma obra intrigante, com uma história adulta, complexa e inovadora para os palcos acostumados a tramas multicoloridos e essencialmente otimistas. Tudo gira em torno da trajetória de Diana Goodman (Vanessa Gerbelli Ceroni, em atuação inesquecível), típica dona de casa classe média que, de repente, começa a exibir distúrbios na conduta - primeiro, algo pueril, como enfileirar fatias de pão no chão como se preparasse o almoço; depois, mais grave, como preparar um bolo de aniversário para o filho que há muito está morto. Relações familiares também são o fio condutor de O Rei Leão, o megassucesso da Broadway, que chegou em produção caprichada e terminou o ano com um novo recorde - em nove meses de temporada, atraiu 455 mil espectadores, batendo O Fantasma da Ópera. Os números traduzem a fidelidade da montagem brasileira à concepção original de Julie Taymor, que sempre apostou na 16

17 fantasia ao não esconder os atores que interpretariam os animais. Destaque para marcante presença de Tiago Barbosa, como Simba. Com uma produção mais modesta, Vingança conquistou os fãs da música romântica ao contar a vida do compositor Lupicínio Rodrigues por meio de suas canções. Um trabalho delicado, sob a direção de André Dias, que felizmente volta em cartaz em fevereiro, novamente no CCBB. Também fruto de um investimento relativamente baixo, Tudo por um Pop Star encantou um público habitualmente desinteressado em musicais, os adolescentes. Ou melhor, as adolescentes, que faziam fila na saída do teatro, à espera dos atores. O motivo estava na trama, que traduz os dramas da juventude de forma bem-humorada. Os palcos paulistanos receberam também produções de grande porte, inspiradas em clássicos da Broadway, como O Mágico de Oz e Alô, Dolly!. Com Crazy for You, Claudia Raia tornou-se pioneira ao apresentar um espetáculo em que o sapateado ocupa uma posição determinante, além de propiciar uma engraçada e marcante apresentação de Jarbas Homem de Melo e Marcos Tumura. Pioneirismo também é a marca de A Madrinha Embriagada, primeira produção bancada pelo Sesi/Fiesp, que vai financiar também o primeiro curso de formação de atores do teatro musical, iniciativa inédita no País, previsto para A montagem, dirigida e adaptada por Miguel Falabella, oferece um adorável passeio pela São Paulo dos anos 1920, comandado por um inspirado Ivan Parente. Apostas nacionais trouxeram ainda montagens que se tornarão clássicas no repertório brasileiro, como Rock in Rio - O Musical, dirigido por João Fonseca, e, principalmente Gonzagão - A Lenda, de João Falcão, adorável homenagem ao rei do baião. O ESTADO DE S. PAULO - Um ano na batida de Chico, Cyro e Édipo Temporada teatral do Rio abre 2014 com musicais de perfis diversos (31/12/2013) Entre a evocação de Chico Buarque, a homenagem a Cyro Monteiro e a apropriação do mito de Édipo, a temporada teatral carioca de 2014 iniciará com musicais de portes e propostas variados. No dia 3, Amigo Cyro, Muito Te Admiro! chega ao Centro Cultural Banco do Brasil apresentando um painel da trajetória do cantor e compositor emoldurado por canções, como Beijame, Os Quindins de Iaiá e Se Acaso Você Chegasse. No dia 9, Charles Möeller e Claudio Botelho surgem no Teatro Clara Nunes com Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos, espetáculo no qual reúnem músicas de Chico, que completará 70 anos no próximo ano, concebidas para peças, filmes e novela de TV. No dia 11 será a vez de A Aquela Companhia, dirigida por Marco André Nunes, desembarcar no Espaço Sesc, em Copacabana, com Edypop, trabalho oriundo de uma mescla de referências heterogêneas (tragédia de Sófocles, Sigmund Freud, John Lennon), além de um mergulho no mundo pop. Möeller e Botelho têm longa parceria com Chico Buarque, a julgar pelas montagens de Na Bagunça do Teu Coração (1998), Suburbano Coração (2002), Ópera do Malandro (2003) e Ópera do Malandro em Concerto (2006). "Minha paixão pelo Chico começou quando estava em Uberlândia (MG) e escutei Meus Caros Amigos", lembra Botelho. Nesse novo trabalho, Möeller e Botelho trazem à tona uma vasta produção de Chico, principalmente em relação ao elo com o campo teatral. Ambos juntaram músicas como Sem Fantasia, composta para Roda Viva (1968), Tatuagem e 17

18 Bárbara, para Calabar (1973), Basta um Dia, Bem Querer, Flor da Idade e Gota D'água, do musical Gota D'água (1975), Pedaço de Mim e O Meu Amor, criadas para Ópera do Malandro (1978) Dueto, de O Rei de Ramos (1979), Tango de Nancy, de O Corsário do Rei (1985), além de Biscate, da trilha de Suburbano Coração (1989). Também selecionaram canções que integraram filmes: Mambembe e Baioque, de Quando o Carnaval Chegar (1972), de Carlos Diegues, O que Será, incluída em Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto, Não Sonho Mais, de República dos Assassinos (1979) e A Violeira, de Para Viver um Grande Amor (1983), ambos longas de Miguel Faria Jr. E inseriram a canção João e Maria, tema da novela Dancin' Days (1978), de Gilberto Braga. As cerca de 50 músicas do espetáculo serão reunidas em um CD, a cargo da gravadora Biscoito Fino. Em Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 minutos, Möeller e Botelho imprimem uma atmosfera de teatro brasileiro antigo, mesmo sem a intenção da contextualização histórica, através da jornada de uma companhia mambembe. O dono do grupo, interpretado por Botelho, passou a se esquecer dos fatos referentes à companhia e, ao tentar lembrá-los, mistura acontecimentos de maneira desordenada. "Estamos falando sobre artistas como Procópio (Ferreira), Dulcina (de Moraes) e Odilon (Azevedo). Eu sou ligado a Procópio. Bibi até me disse: 'você é a cara do papai'", diz Botelho. Essa encenação remete não só aos trabalhos anteriores de Möeller/Botelho com a dramaturgia e a música de Chico, apesar do projeto ser distinto, como a outras montagens, como O Despertar da Primavera, de Frank Wedekind. "O universo do Chico beira o operístico, mas, ao mesmo tempo, o circo, o mambembe, o teatro de vaudeville. Acaba nos levando a (Bertolt) Brecht e (Kurt) Weill e, em seguida, a Wedekind, autor que influenciou na criação da cenografia, com escadas de ferro", assinala Möeller acerca do cenário de Rogério Falcão. Biografia e subversão. Mais próximo do perfil biográfico, Amigo Cyro, Muito Te Admiro! revisita vida e obra de Cyro Monteiro, desde a infância em Niterói, passando pela convivência com o tio pianista, o ingresso no rádio, a dupla com Sílvio Caldas, o contrato com a Mayrink Veiga, o dueto com Carmen Miranda, o relacionamento conturbado com Odete Amaral, as implicâncias com Ary Barroso, os programas de TV com Elizeth Cardoso. "Cyro era querido, gentil, meigo, humilde, sem ambições. Adorava a família. Não tinha glamour", sublinha o diretor André Paes Leme. Mas a montagem não segue o formato convencional do levantamento de dados da trajetória do retratado. Paes Leme dá continuidade à sua investigação sobre teatro narrativo e faz com que os quatro atores - Rodrigo Alzuguir (autor do texto), Alexandre Dantas, Claudia Ventura e Milton Filho - interpretem Cyro e se desdobrem para viver os personagens coadjuvantes. Além disso, o diretor frisa a filiação ao musical de bolso. "O porte desse trabalho é delicado, intimista. Não há coreografias. Gosto do musical menos espetacular, mais romântico e humano", resume. Já a Aquela Companhia de Teatro vem firmando um lugar singular no panorama do teatro musical por meio de Outside (2011) e, agora, Edypop. "Procurei radicalizar na subversão da estrutura do grande musical. Não há os números habituais do gênero. As coreografias se aproximam mais de movimentações. A luz é climática, sem muita cor. Os figurinos realçam tons fechados", enumera o diretor Marco André Nunes. Em Edypop, o grupo conecta o Édipo da tragédia de Sófocles a Sigmund Freud (Complexo de Édipo) e a John Lennon. "Incluímos Lennon porque ele encarou o mito de Édipo quando lançou o álbum John Lennon Plastic Ono Band, o primeiro após a separação dos Beatles. Na época, ele fazia a terapia do grupo primal e teve que abandonar o processo no meio. Voltou para a Inglaterra e seguiu na terapia através do disco, que é raivoso", afirma Nunes. Edypop traz sete músicas de Lennon com novos arranjos de Felipe Storino e outras cinco compostas por Pedro Kosovski, autor do texto, e Storino, mais narrativas. O espetáculo representa ainda um aprofundamento da pesquisa da companhia em torno do universo pop. "Existe algo de excessivo, extravagante e até vulgar no pop, no que se refere à espetacularização de tudo", observa Nunes. "O pop nivela, não permite muita gradação. Há, nesse sentido, uma perda da aura da arte como instância especial." ARTES PLÁSTICAS 18

19 O ESTADO DE S. PAULO - Livro sobre o construtivista Geraldo de Barros foi um dos melhores de 2013 Organizada pela filha do artista, obra refaz a trajetória de um dos grandes nomes brasileiros Antonio Gonçalves Filho (01/01/14) Um dos melhores livros de arte lançados em 2013, Geraldo de Barros: Isso, da Edições Sesc SP, refaz a trajetória artística de um dos grandes nomes do concretismo brasileiro, permitindo ao mesmo tempo uma revisão da arte concreta paulista, uma vez que a obra, organizada por sua filha Fabiana de Barros, traz entrevistas com poetas que participaram do movimento, como Augusto de Campos, pintores que mantiveram ligação com o artista, entre eles Hermelindo Fiaminghi ( ), e críticos que analisam a evolução do construtivismo brasileiro, como Paulo Herkenhoff. Fabiana de Barros, também curadora da obra do pai, esclarece que, apesar de ser uma publicação de referência, o livro não é um produto acadêmico convencional, concentrando seu foco num processo criativo que volta de forma contínua ao passado em busca de inspiração para o presente. Ele segue, ainda assim, uma sequência cronológica que retrata desde o período inicial de sua produção, em 1944, até o último, marcado pela série Sobras, entre 1996 e 1998, ano de sua morte, em que Barros retoma uma técnica anteriormente testada com fotos de família cujos negativos foram recortados e montados sobre placas de vidro. O nome Geraldo de Barros ficou automaticamente ligado às fotoformas, obra fotográfica produzida entre os anos 1940 e o início da década de 1950 que pode ser associada tanto à vertente construtiva como à herança expressionista pela variedade de figuras que emergem da superposição de fotogramas. No entanto, a arte de Barros cruzou fronteiras estéticas e saiu do bidimensional para o tridimensional, quando passou ao design de móveis e criou a Unilabor, verdadeiro laboratório de pesquisa industrial voltado à produção de objetos, infelizmente fechada nos anos difíceis do regime militar, após 13 anos de existência, pressionada por dificuldades econômicas. Mas, em 1964, ano do golpe, ele ainda fundaria a Hobjeto, responsável pela renovação estética do mobiliário no Brasil. O fato de Barros ser mais lembrado pelo conjunto de obras fotográficas é explicado no livro pelo pesquisador colombiano Andres Burbano de modo direto: ele encontrou a abstração em um meio eminentemente figurativo e isso pode ser atestado em especial no conjunto das suas fotoformas. A série experimental revela imagens inauditas porque, como diz Burbano, Geraldo trabalhava com a fotografia como se ninguém houvesse utilizado esse meio antes. Não exclusivamente fotógrafo, Barros foi um artista multidisciplinar, intuitivo, que, lembra o colombiano, desenvolveu um trabalho similar ao de Man Ray com as fotoformas sem conhecer as Rayographs do fotógrafo norteamericano, desenvolvidas em 1923, justamente o ano de nascimento do artista brasileiro, em Xavantes, interior de São Paulo. No momento em que Barros realizava as fotoformas, ele desenvolvia simultaneamente pinturas figurativas de nítido vínculo expressionista e o livro traz raras imagens de nus femininos pintados em 1947, pertencente à coleção da família do artista, que evocam as formas de Nolde e Kirchner. Foi mais ou menos por essa época que o pintor Hermelino Fiaminghi conheceu Barros, então se preparando para a primeira exposição das fotoformas no Masp, em 1951, ano da primeira Bienal de São Paulo. As bienais, observou Fiaminghi, tiveram um papel fundamental no desenvolvimento da arte construtiva no Brasil, incentivando o surgimento de grupos e manifestos em favor da arte abstrata como o Ruptura, embrião da arte concreta paulista, criado em 1952 por Waldemar Cordeiro, Geraldo de Barros, Luiz Sacilotto e Lothar Charoux. Entre os artistas concretos, apenas Barros e Maurício Nogueira Lima viriam a produzir pinturas pop nos anos A independência ideológica do artista é explicada por Fiaminghi numa entrevista concedida ao suíço Michel Favre, marido de Fabiana de Barros: O Geraldo tinha uma liberdade muito grande e um comportamento que lhe permitia ir e voltar, não dava satisfação a ninguém. Prova disso foi a volta de Barros ao geométrico nos anos 1970, após a passagem pela arte pop. De 1978 a 1985, ele produziu a série Jogos de Dados, em homenagem ao poeta francês Mallarmé, autor 19

20 do longo poema Um Lance de Dados, de 1897, sua obra-prima. Para muitos, trata-se também da melhor obra do brasileiro, como comprova um dos exemplares na foto maior desta página, o painel em fórmica do Metrô Clínicas, grande momento da arte concreta no Brasil. MÚSICA O ESTADO DE S. PAULO - Lançado há 50 anos, conto de João Antônio inspira disco de Thiago França Lucas Nobile / Especial para o Estado (28/12/2013) Avesso a holofotes e a posar de celebridade, em uma das poucas entrevistas que concedeu, o escritor paulistano João Antônio ( ) disse ao jornalista Aramis Millarch: Não estou brincando de escritor. Joguei a vida nessa aí. Abandonei uma situação que era muito mais cômoda, era muito mais razoável. Eu não tenho uma relação intelectual com a literatura, é uma relação vital. Há alguns anos, nomes como Thiago França, Rodrigo Campos, Kiko Dinucci, Romulo Fróes, Marcelo Cabral, Juçara Marçal, entre outros, também não têm brincado de ser músicos. Lançam uma enxurrada de discos por ano, faixas, bootlegs, participam de diversos projetos, circulam em festivais por todo o país (sem leis de incentivo ou editais) e tocam em todo tipo de casa de show a preços acessíveis. Independentes, são eles que dão as cartas na música contemporânea de São Paulo. Nesse ritmo intenso, de alta produtividade, esse grupo de músicos está presente em mais um lançamento. Trata-se do álbum Malagueta Perus e Bacanaço, do saxofonista e compositor Thiago França, feito em homenagem ao conto de mesmo nome de João Antônio, que completou 50 anos em O conto foi escrito em 1958 e, dois anos depois, os originais se perderam em um incêndio na casa do pai do escritor. João Antônio reescreveu a história e lançou o livro em Com a obra, recebeu prêmios como o Jabuti (autor revelação e melhor autor de contos), algo inédito, até então, para um estreante. O álbum, gravado pela YB Music e que sairá também em vinil pela Goma-Gringa, foi lançado gratuitamente na internet (thiagofrancaoficial.blogspot.com.br) no último dia 17 e é mais um redescobrimento do talento de João Antônio. Das 11 faixas, oito são instrumentais, trilha sonora criada a partir do conto que narra a história de três malandros paulistanos que vagam por bairros da cidade, como Lapa, Água Branca, Barra Funda, Perdizes e o Centro, atrás de jogos de sinuca, valendo dinheiro. Da leva de temas instrumentais, três (Malagueta, Perus e Bacanaço, que abre o disco; São Paulo de Noite e De Volta à Lapa, que no disco conta com breve locução de Maurício Pereira) surgiram em 2010, quando a faísca do projeto acendeu na cabeça de Thiago França. Na época, ele se apresentava no Ó do Borogodó com o projeto Gafieira Nacional, que contava com integrantes que estão no disco: Rodrigo Campos (voz, cavaquinho, violão e guitarra), Marcelo Cabral (baixo), Welington Pimpa Moreira (bateria e percussão), Amilcar Rodrigues (trompete e flughelhorn) e Didi Machado (trombone). A este time, para as gravações do álbum, somaram-se Anderson Quevedo (sax barítono), Kiko Dinucci (voz, guitarra, violão e percussão) e Daniel Ganjaman (hammond, em duas faixas). Eu gosto muito disso, de ter um disco contando uma história, e não é um disco de saxofone. O disco nem tem improviso. O de Malagueta, Perus e Bacanaço está dentro da composição, tem ideia de ser uma parte da composição, não tem aquela coisa de chorus, é só tema, diz França. Ainda entre as faixas instrumentais está o Tema do Carne Frita, sobre um dos maiores tacos, como dizia João Antônio, da história da sinuca brasileira, verdadeira lenda da arte do tapete verde e que aparece com reverência no conto. Além dela foram compostas três vinhetas, para apresentar cada 20

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