ICM - ZONA FRANCA DE MANAUS.

Transcrição

1 28 julho 98 SEGUNDA CÂMARA Proc. E-04/ / PALLADIO INDÚSTRIA ÓTICA LTDA. - Junta de Revisão Fiscal - Conselheiro Vanderlei Guilherme Doring Participaram do julgamento os Conselheiros: Vanderlei Guilherme Doring, Sylvio de Siqueira Cunha, Emílio Nunes do Amaral Semblano e Eduardo Caetano Garcia. IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS. ICM - ZONA FRANCA DE MANAUS. A comprovação de mercadorias na Zona Franca de Manaus, por intermédio de documentações hábeis face o que dispõe o art. 30, do Dec. 2473/79, faz prova legítima a internação na Zona Franca de Manaus. Auto de Infração julgado procedente em parte. R E L A T Ó R I O A empresa acima identificada, foi autuada em 01/11/89. Auto de Infração nº , fls. 02, por infringir os artigos nºs: 4, 20, 21 e 30, do Dec. Lei 5/75, por ter deixado de comprovar o internamento de mercadorias constantes das notas fiscais

2 ACÓRDÃO Nº 3.303/SEGUNDA CÂMARA 2 relacionadas no quadro demonstrativo, de fls. 03/04, totalizando 78 notas, destinadas a Zona Franca de Manaus. A ação fiscal baseou-se em ofício de SAT/CPOF nº 02/89, fulcrado em informe da SUFRAMA. Penalidade aplicada: Artº 61, inc XI, do Dec-Lei 5/75, c/a redação do Dec-Lei 403/78. Inconformada, a autuada tempestivamente apresenta a sua defesa de fls. 11/13, argumentando em síntese: a) Que relaciona 22 notas fiscais, anexando ao processo os respectivos conhecimentos de transporte, devidamente filigranados pela SUFRAMA; b) Solicita um prazo de 60 dias, para comprovar a internação das mercadorias descritas nas notas fiscais elencadas às fls. 12, totalizando 38 notas; c) Relaciona 05 notas de nºs , , , e , argumentando que as referidas notas não fazem parte de sua documentação, visto que em operações interestaduais somente utiliza Nota Fiscal Fatura Série Única; d) Relaciona 06 notas de nºs: 3.262, 3.263, 3.353, 3.423, e 3.570, alegando que foram remetidas para outros Estados, fora da Zona Franca de Manaus, portanto, dispensadas de internamentos. Finalmente pede, após tais comprovações, que o A.I. seja julgado improcedente.

3 ACÓRDÃO Nº 3.303/SEGUNDA CÂMARA 3 Instado a se pronunciar o fiscal autuante, após várias providências junto a SUFRAMA, no sentido de obter a comprovação das mercadorias na Zona Franca de Manaus, concluiu que somente algumas notas que enumerou às fls. 80, deveriam ser mantidas na exigência fiscal, inclusive às 05 notas fiscais relacionadas em sua defesa que afirma não pertencer à sua documentação, visto que a SUFRAMA, confirmou através do C.G.C., pertencerem a firma autuada, conforme se comprovou às fls. 75. A Junta de Revisão Fiscal, acolheu as conclusões do Fiscal autuante, e julgou procedente em parte o auto de infração, retificando, porém a penalidade para a do inciso VII, do artº 61, do Dec-Lei 5/75, na redação do Dec-Lei 403/78, por entender correta. Inconformada com esta decisão às fls. 90/160 o contribuinte interpõe recurso para apreciação do Egrégio Conselho de Contribuintes, juntando diversos documentos, inclusive cópia de um DARJ fls. 94. Às fls. 166 a Representação da Fazenda se manifesta opinando pelo não conhecimento do Recurso por ser intempestivo. RELATÓRIO COMPLEMENTAR Em sessão realizada em 04 de abril de 1995, foi convertido o processo em diligência, face a preliminar arguinda pela Representação da Fazenda, para que o processo retornasse a Inspetoria de origem a fim de esclarecer qual a data efetiva da intimação. Em 23 de maio de 1995 às fls. 174v, a Inspetoria informou que a data da ciência da intimação foi 19/03/95 através de A.R., estando portanto, tempestivo o recurso do contribuinte. A Representação da Fazenda se manifesta para que esta Egrégia Câmara guie-se pela habitual justiça, quer seja para

4 ACÓRDÃO Nº 3.303/SEGUNDA CÂMARA 4 converter o novamente o julgamento em diligência para definitivo atendimento do requerido às fls. 164, ou seja para decidir em definitivo sobre a presente ação fiscal. É o relatório. VOTO DO RELATOR A ação fiscal que resultou o Auto de Infração nº , teve início por determinação da própria Fazenda mediante Ofício SAT CPOF nº 02/89, encaminhado à repartição fiscal competente em informe da SUFRAMA, em atendimento ao previsto no artigo 101, inciso V, parágrafo 3º e 4º, Livro II, do Dec. 8050/85. Este artigo atribui competência exclusiva à SUFRAMA para atestar o ingresso de mercadorias na Zona Franca de Manaus. O Fiscal autuante constatou 78 notas fiscais sem comprovação pelo contribuinte conforme quadro demonstrativo de fls. 3/4. No transcurso do processo até a decisão de Primeira Instância, o contribuinte comprovou através de documentação idonêa, o internamento de diversas notas fiscais, bem como recolheu o imposto de algumas notas fiscais que não conseguiu comprovar, juntando para tanto o comprovante de DARJ de fls. 73, sendo comprovado a entrada em receita.

5 ACÓRDÃO Nº 3.303/SEGUNDA CÂMARA 5 A própria fiscalização foi diligente, solicitando através de ofícios, que a SUFRAMA se manifestasse sobre o internamento de algumas notas fiscais, que ainda restavam comprovar. Em seu recurso ao Conselho de Contribuintes de fls. 90/160, o contribuinte juntou farta documentação na tentativa de comprovar o internamento do restante das notas fiscais, anexou um DARJ de fls. 94, no valor de Cr$ ,89 relativo ao recolhimento do ICM de várias notas fiscais, que relacionou, cujo valor foi comprovado a entrada em receita. Na documentação juntada em processo o contribuinte apresentou cópias dos Conhecimentos de Transporte, que no meu entender bastam para comprovar o seu internamento. Infelizmente, o contribuinte não logrou, comprovar o internamento das seguintes Notas Fiscais: , , , 1.889, , , 8.758, e Considerando que a autuada teve garantido o amplo direito de defesa, e pode apresentar ao longo do desenrolar deste processo os argumentos que quiz, sendo portanto, respeitado o consagrado princípio constitucional de amplo direito de defesa que o 3º, do artigo 101, do Livro II, do RICM/85, procura inequivocamente restringir. Considerando que o contribuinte não comprovou o internamento das mercadorias constantes das notas fiscais acima mencionadas; Considerando o que mais consta do processo;

6 ACÓRDÃO Nº 3.303/SEGUNDA CÂMARA 6 Dou provimento parcial ao recurso do contribuinte, para manter a exigência fiscal relativamente as notas fiscais, acima mencionadas, que não foram comprovadas o seu internamento na Zona Franca de Manaus. É o meu voto. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos em que é Recorrente PALLADIO INDÚSTRIA ÓTICA LTDA e Recorrida Junta de Revisão Fiscal. Acorda a SEGUNDA CÂMARA do Conselho de Contribuintes do Estado do Rio de Janeiro, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso do contribuinte, nos termos do voto do Conselheiro Relator. provimento. Vencido o Conselheiro Eduardo Caetano Garcia, que negou SEGUNDA CÂMARA do Conselho de Contribuintes do Estado do Rio de Janeiro, de de JOSÉ TORÓS Presidente

7 ACÓRDÃO Nº 3.303/SEGUNDA CÂMARA 7 VANDERLEI GUILHERME DORING Relator LBF/.