1 INTRODUÇÃO. Cezimara Rodrigues de Sousa Camurça e Francisca de Oliveira 1 Franklin Vieira Alves 2

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "1 INTRODUÇÃO. Cezimara Rodrigues de Sousa Camurça e Francisca de Oliveira 1 Franklin Vieira Alves 2"

Transcrição

1 1 A INEFICÁCIA DA RESSOCIALIZAÇÃO DOS PRESOS NO SISTEMA CARCERÁRIO BRASILEIRO THE INEFFICIENCY OF THE RESOCIALIZATION OF PRISONERS IN THE BRAZILIAN PRISON SYSTEM Cezimara Rodrigues de Sousa Camurça e Francisca de Oliveira 1 Franklin Vieira Alves 2 Resumo: O presente artigo tem por objetivo analisar a ineficácia da ressocialização dos presos no sistema carcerário brasileiro, tendo em vista o grande aumento da população carcerária nos últimos anos. Dessa forma, a pesquisa desenvolvida pode ser classificada quanto aos critérios de objetivos, abordagem, e delineamentos da seguinte forma: trata-se de um estudo exploratório permitindo que haja a compreensão e interpretação dos fatos trazidos. Por sua vez, a abordagem do tema se deu de modo qualitativo, por meio do delineamento bibliográfico. Por fim, cabe ao Estado buscar projetos que visam a eficácia da ressocialização, bem como com a ajuda das entidades do terceiro setor. Palavras-chaves: Ressocialização, Lei de Execução Penal, presos. Abstract: This article aims to analyze the inefficiency of resocialization of prisoners in the Brazilian prison system, in view of the large increase in the prison population in recent years. Thus, the research developed can be classified as to the criteria of objectives, approach, and delineations as follows: it is an exploratory study allowing that there is understanding and interpretation of the facts brought. In turn, the approach to the theme was qualitative, through the bibliographic delineation. Finally, it is up to the State to seek projects aimed at the effectiveness of resocialization, as well as with the help of third sector entities Keywords: Re-socialization, Criminal Enforcement Law, prisoners. 1 INTRODUÇÃO O Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo, e, segundo o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias Infopen realizado pelo Departamento Penitenciário Nacional, entre os anos de 200 e 2017, a taxa de aprisionamento teve um acréscimo de mais de 150% no Brasil. No âmbito nacional, o Estado de Rondônia ocupa o segundo lugar do ranking nacional de taxa de aprisionamento, segundo dados do Infopen entre os anos já mencionados. A Lei n. 7210, de 11 de julho de 1984 Lei de Execuções Penais veio delinear o mundo ideal dos cumprimentos de pena, entretanto, é de conhecimento geral, que a aplicação da lei encontra inúmeros percalços. É nesse sentido que a ressocialização se insere, numa lei ideal para uma prática distante desse patamar. 1 Acadêmicas de Direito da Faculdade São Lucas. 2 Professor Orientador

2 2 Então, convém estudarmos como é atualmente o sistema carcerário brasileiro no que atine à preparação do apenado para ser reinserido na sociedade, estudando casos de sucesso e insucesso nos diversos regimes que as leis penais preveem. O estudo manterá o enfoque sobre a ressocialização de apenados no Estado de Rondônia, de forma a analisar de forma crítica com a proposição de soluções para se alcançar a eficácia da aplicação da lei supramencionada, e atingimento dos objetivos nela insertos. A pesquisa a ser realizada está classificada segundo os critérios de abordagem, objetivos e delineamentos. Quanto à abordagem este trabalho será qualitativo, uma vez que esta proposta de pesquisa visa à produção de documentos e relatórios. Por outro lado, quanto aos objetivos este estudo é exploratório, já que será baseado na análise dos institutos jurídicos com a finalidade de descrevê-los e, por conseguinte, permitir que haja a compreensão e interpretação dos fatos trazidos neste trabalho. Por fim, por sua natureza, será utilizado o método de delineamento bibliográfico, pois o estudo também será desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica, que busca compreender (assuntos trabalhados no tema proposto), nas perspectivas de autores. Haja vista que este trabalho trata de uma análise acerca da eficácia em ressocializar apenados, faz-se necessário tecer alguns comentários a respeito do conceito de ressocialização, do objetivo e efetividade da Lei de Execuções Penais e os meios de ressocialização. 2 SISTEMA PENITENCIÁRIO NO MUNDO BREVE HISTÓRICO A ideia de punição por erros/crimes cometidos pelos seres humanos remete aos primórdios da humanidade. Inicialmente, na Idade Antiga, o encarceramento era tido não como a pena propriamente dita, mas era uma forma de garantir que os castigos aos criminosos fossem efetivados. Os cárceres, portanto, eram calabouços, ruínas, torres de castelos, lugares absolutamente insalubres que propiciavam os castigos que eram essencialmente tormentos físicos aos criminosos. Na Idade Média, a ideia do encarceramento não evoluiu, de forma que as punições para os crimes não careciam de um prédio ou local específico, castigos como amputação dos braços, degola, guilhotina, entre outros, eram realizados em praça pública o que inclusive gerava entretenimento à população da época. Até o século XVIII, portanto, o Direito Penal tinha como marca a aplicação de penas cruéis, e porque não defini-las como desumanas, onde o encarceramento era um meio para

3 3 atingimento de um fim. Ou seja, utilizava-se da custódia para torturar os criminosos e, assim, produzir provas contra ele e chegar à sua condenação, para, então, privá-lo da liberdade. Na Idade Contemporânea e Moderna importantes acontecimentos definiram novos rumos às punições: o nascimento do movimento denominado Iluminismo e dificuldades econômicas. Nessa fase da história é que a pena privativa de liberdade passou a ser vista como um meio eficaz de controle social. Ora, o contexto era de muita pobreza o que culminava na prática de muitos crimes patrimoniais, e as penas anteriormente aplicadas passaram a não mais ter um caráter de correção, a população já não temia mais as punições que o Estado impunha, dessa forma, privar os criminosos do convívio social apareceu como uma alternativa de punição eficaz. Já o Iluminismo trouxe uma forte crítica às punições violentas, aos vexames aos quais os criminosos eram submetidos, e contribuíram para uma verdadeira mudança de mentalidade relativa às penas para os crimes. Michel Foucault (1998, p. 63) descreve o período: O protesto contra os suplícios é encontrado em toda parte na segunda metade do século XVIII: entre filósofos e teóricos do direito; entre juristas, magistrados, parlamentares; e entre os legisladores das assembleias. É preciso punir de outro modo: eliminar essa confrontação física entre soberano e condenado; esse conflito frontal entre a vingança do príncipe e a cólera contida do povo, por intermédio do supliciado e do carrasco. Não demorou para que as prisões se tornassem o centro do modelo punitivo, em que o Estado legitima o referido estabelecimento para fazer cumprir as penas privativas de liberdade. Logo, o antigo objetivo de torturar e causar ao criminoso toda espécie de castigo físico, foi sendo substituído pelo objetivo de que o isolamento, distanciamento dos familiares e da própria liberdade, pudesse gerar no preso reflexão sobre suas escolhas. Nesse contexto foi que começaram a surgir os primeiros projetos do que futuramente seriam penitenciárias. Nomes importantes como John Howard ( ) e Jeremy Bentham ( ) contribuíram para a modulação do sistema punitivo, visitando presídios mundo afora, estabelecendo suas críticas e propondo mudanças no referido sistema. Bentham é muito conhecido por ser o autor de Panóptico (1787) em que ele descreve um modelo de sistema penitenciário com estrutura circular em que as celas ficam de frente ao meio vazio onde se encontra a vigilância, e à borda ficam as celas, a posição do vigilante propicia que ele observe todos os prisioneiros sem serem vistos.

4 4 O panóptico foi também utilizado por Foucault em sua obra Vigiar e punir, entretanto, ele o utiliza para explicar metaforicamente as sociedades ocidentais que eram dominadas sem necessidade de grades, correntes ou barras. Os Estados Unidos foram pioneiros na implementação de penitenciárias. Na Filadélfia, no século XIX, foi implantado um dos primeiros presídios com o sistema celular que consistia em submeter o preso a um isolamento absoluto em sua cela, não tendo contato nem mesmo com outros presidiários. Sua cela (célula) era destinada ao repouso, ao trabalho e também à prática de exercícios físicos. Outro sistema estadunidense que serviu de base para a evolução de outros sistemas, foi o conhecido Sistema Auburn, também conhecido como Sistema de Nova Iorque onde havia o isolamento era apenas durante a noite, e na parte da manhã as refeições eram feitas de forma coletiva assim como os trabalhos. Esse sistema tinha como característica peculiar o fato de que os presos não podiam se comunicar entre si, havia a regra de silêncio salvaguardada por vigilância absoluta. Diversos outros sistemas foram sendo desenvolvidos, todos eles agregando características importantes como o trabalho, progressão, liberdade condicional, remuneração pelo trabalho, entre outros. Atualmente, entre as melhores prisões do mundo, estão aquelas com número reduzido de detentos, celas individuais com banheiro privativo, incentivo ao estudo, trabalho obrigatório e remunerado, locais específicos para a prática de atividades físicas, entre outras características que para a realidade carcerária brasileira poderiam se assemelhar a hotéis de luxo. Dentre as melhores prisões do mundo estão a Halden e Basten, localizadas na Noruega, Leoben Justice Center, na Áustria. 2.1 Breve histórico do sistema penitenciário no Brasil A história penitenciária brasileira remonta aos idos coloniais em que nosso país estava submetido às Ordenações Filipinas, entre as penas estava prevista a de morte, açoite, queimaduras, mutilações, humilhação pública, entre outras. O sistema de penas começou a ser modificado com a promulgação das constituições. Em 1824, as penas corporais foram banidas 3, assim como qualquer pena caracterizada como 3 As penas corporais foram mantidas para os escravos.

5 5 cruel. E, ainda, previu-se que as cadeias deveriam ser locais limpos, arejados, com celas para que os presos ficassem separados conforme a natureza dos crimes praticados. Em 1828, a Lei Imperial cria as então denominadas Câmaras Municipais que têm, dentre seu rol de obrigações, a visita a prisões civis, militares e eclesiásticas. As visitas originaram relatórios que descreviam a precariedade das prisões no Brasil e o claro descumprimento às disposições constitucionais de 1824 no que atine à estrutura dos cárceres. Em que pese revelassem desde então uma completa desestrutura desses prédios, os relatórios motivaram debates importantes o que forçou o Brasil a procurar sistemas penitenciários estrangeiros que inspiraram o funcionamento das Casas de Correção do Rio de Janeiro e de São Paulo inauguradas em 1850 e 1852, respectivamente. Apesar de toda preocupação em atender o que o Código Criminal do Império (1830) estabelecia, as mencionadas casas de detenção não trouxeram qualquer diferença das demais prisões pelo mundo afora, sobretudo porque não havia qualquer distinção ou classificação entre os presos pelas suas práticas criminosas. Alguma evolução das ideias de pena foi observada no Código Penal de 1890, já que as penas de morte e prisão perpétua foram abolidas, mas a realidade carcerária no Brasil continuava precária, com déficit de vagas, lugares inadequados para exercício do trabalho do preso, o que resultou em tentativa fracassada de implementação dos Sistemas Auburn e da Filadélfia. A bem da verdade, a história carcerária brasileira colecionou insucessos ao longo dos anos, as mudanças nas leis penais, culminando no Código Penal de 1940 que não trouxe alterações substanciais na prática da execução das penas. É bem verdade, entretanto, que ao longo dos anos foram sendo formados grupos políticos, organizações não governamentais, voltados à repressão do crime, os quais fazem trabalhos importantes até hoje. Entretanto, fatos como o Massacre do Carandiru, ocasião em que mais de 111 (cento e onze) presos foram assassinados, marcam muito mais a história brasileira do que os movimentos em prol da melhoria das condições carcerária. Alguma evolução foi observada quando começaram a ser implementadas as penitenciárias de segurança máxima comandadas pelo Governo Federal e destinadas a presos de alta periculosidade. Tais prisões se diferenciam por sua estrutura extremamente limpa, com celas individuais, isolamento do preso, vigilância reforçada com o apoio da tecnologia da informação. Todavia, as vagas das penitenciárias federais ainda estão muito aquém do que o sistema penitenciário brasileiro demanda.

6 6 Nesse breve panorama, observamos que desde os primórdios o sistema penitenciário brasileiro é precário, o que inclui muitos presos, poucas vagas o que gera superlotação dos presídios, falta de estrutura adequada, entre outros problemas observados em praticamente todos os cárceres do Brasil, com exceção das penitenciárias federais, como já mencionado alhures. 3 A LEI N DE 11 DE JULHO DE 1984 LEI DE EXECUÇÃO PENAL (LEP) Ao analisarmos o espírito da Lei de Execução Penal (LEP) concluímos que ela não objetiva tão somente ditar as regras sobre o cárcere, é claro que a lei dita as regras sobre as formas de como a pena será aplicada/executada, mas ela revela no cárcere inúmeras responsabilidades do Estado e diversos direitos do preso, conforme ver-se-á a seguir. 3.1 Lei de Execução Penal e a assistência à educação Dentre os deveres do Estado estão a assistência ao condenado e ao internado 4, conforme preconiza o artigo 11 da LEP, será: material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa. Por óbvio, todos esses tipos de assistência contribuem para que o condenado se restabeleça na sociedade após o cumprimento da pena, entretanto, daremos enfoque à assistência educacional, para, após, abordarmos sobre o trabalho do preso. A assistência educacional compreende a instrução escolar e a formação profissional do preso, incluindo o ensino de 1º grau obrigatório, o ensino médio (regular ou supletivo) com formação geral ou educação profissional de nível médio. O ensino a ser ministrado nos presídios deverá estar integrado com o sistema municipal e estadual de ensino. Além disso, é dever do Estado implementar uma biblioteca em cada penitenciária, com livros instrutivos e didáticos, conforme define o artigo 21 da LEP. Há alguns excelentes projetos educacionais os quais citaremos posteriormente, mas já é possível adiantar que as experiências de sucesso são sempre pautadas em parcerias com órgãos públicos e até instituições privadas, o que revela uma responsabilidade social de todos que serão beneficiados com condenados restabelecidos e melhor preparados para se inserir socialmente após o cumprimento de suas penas. 4 Adolescente infrator que cumpre medida socioeducativa.

7 7 3.2 A LEP e o trabalho do condenado Conforme está previsto no art. 6º da Constituição Federal, o trabalho é direito social de todo cidadão, e a LEP (art. 41, II), por sua vez, em seu capítulo III, estabelece que o preso deverá trabalhar, de forma remunerada, dentro dos estabelecimentos prisionais, sendo este um dever social e condição de dignidade humana, cuja finalidade é educativa e produtiva. Dessa forma, a lei traça um liame entre trabalho e educação, demonstrando o efeito didático e instrutivo que o exercício do trabalho agrega ao condenado, qualificando-o para a inserção no mercado de trabalho. Nesse sentido, um aspecto que merece destaque na LEP é a previsão inserta em seu artigo 22 na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas no mercado (...) grifo nosso. O desempenho do trabalho remunerado ganha protagonismo para a reinserção social do preso, sendo um dever e uma garantia importantíssima para o condenado. Maurício Kuehne (2013, p. 32) afirma: O trabalho, sem dúvida, além de outros tantos fatores apresenta um instrumento de relevante importância para o objetivo maior da Lei de Execução Penal, que é devolver à sociedade uma pessoa em condições de ser útil. É lamentável ver e saber que estamos no campo eminentemente pragmático, haja vista que as unidades da federação não têm aproveitado o potencial da mão de obra que os cárceres disponibilizam. O labor no ambiente prisional é um fator importante no processo de ressocialização, pois evita os efeitos corruptores do ócio, resgata a autoestima ao tornar o apenado produtivo, e, ainda, permite que este disponha de dinheiro para auxiliar na sobrevivência de seus familiares e necessidades pessoais, tornando-o apto para ser inserido no mercado de trabalho ao sair da prisão e buscar sua autossuficiência. 4 O PACOTE ANTICRIME E AS MUDANÇAS NA LEP Depois de amplos debates políticos e sociais Brasil afora, o Projeto Lei n foi aprovado e tornou-se a Lei n , de 24 de dezembro de Embora a referida lei tenha trazido importantes alterações nas leis penais nacionais, trouxe algumas modificações na Lei de Execuções Penais, cujas principais alterações serão a seguir mencionadas. 5 Aperfeiçoa a legislação penal e processual penal.

8 8 A LEP sofreu alteração em seu art. 112, inciso VI, alínea a, e inciso VIII passando a vedar o livramento condicional para os condenados por crime hediondo ou equiparado, com resultado morte. Outra alteração foi a ampliação do rol de pessoas sujeitas ao Banco Nacional de Perfis Genéticos, essa mudança pode ser observada da leitura do art. 9º-A da LEP. As alterações não modificam o cenário relativo à execução penal trazido no presente trabalho, entretanto, se faz necessária sua menção demonstrando que a presente pesquisa está atualizada conforme as modificações legais no Brasil. 5 RESSOCIALIZAÇÃO Ressocialização é reintegrar uma pessoa novamente ao convívio social por meio de políticas humanísticas, tornar-se sociável aquele que desviou por meio de condutas reprováveis pela sociedade e/ou normas positivadas (DIAS, 2009). Albergaria traz o seguinte conceito: (...) a ressocialização é um dos direitos fundamentais do preso e está vinculada ao welfare statate (estado social de direito), que (...) se empenha por assegurar o bemestar material a todos os indivíduos, para ajuda-los fisicamente, economicamente e socialmente. O delinquente, como indivíduo em situação difícil e como cidadão, tem direito à sua reincorporação social. Essa concepção tem o mérito de solicitar e exigir a cooperação de todos os especialistas em ciências do homem para uma missão eminentemente humana e que pode contribuir para o bem-estar da humanidade. Nesse sentido, a Lei de Execução Penal traz em seu artigo 1º que a execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do interno. Assim, com o fim do processo, e o fim da condenação é dado início a um novo movimento, por assim dizer, de ressocialização através do cumprimento da pena, devendo tratar esse indivíduo, o preso. Isso é o que preconiza a Lei de Execução Pena. A ressocialização tem como principal princípio a dignidade da pessoa humana - direito fundamental da república -, do qual com base nesse princípio se extrai todos os outros, tais como o respeito a integridade física e psíquica do preso, questões ligadas à saúde e higiene. De acordo com Alexandre de Moraes (2006, p. 48) o princípio da dignidade da pessoa humana representa: [...] um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que traz consigo a pretensão ao respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que, somente

9 9 excepcionalmente, possam ser feitas limitações ao exercício dos direitos fundamentais, mas sempre sem menosprezar a necessária estima que merecem todas as pessoas enquanto seres humanos. Assim, a ressocialização é a reintegração do delinquente na sociedade, presumivelmente recuperado, ou seja, o instituto objetiva o aperfeiçoamento pessoal, social, psicológico e moral, e esse desenvolvimento perpassa por diversos direitos a serem garantidos ao apenado, como o acesso à educação, trabalho e regular acompanhamento de progressão da pena. 5.1 Um diagnóstico da população carcerária brasileira Segundo o CNJ o Brasil possui pelo menos 812 mil presos, sendo que 41,5% são presos provisórios pessoas ainda não condenadas. É uma população formada por jovens de 18 a 35 anos, que na sua maioria não terminou o ensino médio, não tendo uma capacitação para enfrentar o mercado de trabalho, que conta com um déficit de vagas muito significativo no país, sendo aproximadamente mais de 100 mil vagas. De acordo com o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça, a base de dados do CNJ ainda não tem informações que permitam a comparação com outros anos. Em junho de 2016, o Brasil tinha 726,7 mil presos e, nesse mês, a população prisional brasileira havia ultrapassado a marca de 700 mil, segundo os dados do Depen. A maior parte dessa população carcerária é composta pelo sexo masculino e aproximadamente 12% do total é formada por mulheres, e que vem aumentando de modo progressivo muito maior do que a de homens. Assim, o perfil desses encarcerados é de pessoas sem capacitação formal, para as quais não foram oferecidos mecanismos inibidores da criminalidade informal que são, uma família bem estruturada, projetos de habitação onde pudessem ter seus núcleos familiares centralizados, acesso à educação, à saúde. No estado de Rondônia o Plano Estadual de Educação na Prisão oferece um diagnóstico da realidade educacional dos detentos, conforme é possível observar no quadro a seguir: Perfil Educacional dos Presos do estado de Rondônia Nível Quantidade Percentual Alfabetização % Ensino Fundamental Incompleto % Ensino Fundamental (anos iniciais) %

10 10 Ensino Fundamental (anos finais) % Ensino Fundamental Completo % Ensino Médio Incompleto % Ensino Médio Completo % Ensino Superior Incompleto 67 5% TOTAL % Fonte: Infopem/SEJUS/RO Março/ A eficácia da execução penal e os desafios para a ressocialização Dentro do panorama acima traçado, é mister que se analise se o objetivo dos estabelecimentos prisionais brasileiros está sendo alcançado, qual seja, a recuperação do recluso, tornando-o apto para ter novamente o convívio em sociedade. Por sua vez, é possível afirmar que, o atingimento do objetivo supramencionado perpassa pela suficiente aplicação da LEP. Para Paulo Nogueira (1996, p. 4-5), a Lei de Execução Penal, embora se encontre em vigor há mais de 20 anos, ainda não se tem meios de colocá-la em prática, tendo em vista a ausência de estabelecimentos adequados e a própria preferência dos juízes criminais pela aplicação das penas substitutivas. Ainda, Augusto Thompson (1993, p. 3) evidencia que a reforma penitenciária, para lograr êxito, deve propiciar à própria instituição condições de realizar a regeneração dos detentos e, concomitantemente, dispor de vagas o suficiente para recolher clientela que lhe é destinada. A superlotação das penitenciárias dificulta a ressocialização de qualquer pessoa, uma vez que o número crescente de detentos torna cada vez mais difícil para o Estado garantir as assistências que a LEP define conforme mencionado alhures, cite-se assistência jurídica e à saúde. Desta feita, as condições a que os condenados são expostos, favorecem para a exacerbação da criminalidade. No estado de Rondônia, mais de 700 (setecentas) pessoas estão em unidades com mais de 3 pessoas presas para cada vaga, o que reforça o que foi mencionado acima. Portanto, notase que a estrutura deficiente nos cárceres do estado de Rondônia não tem condições de oferecer dignidade aos presos, facilitando a prática de mais crimes dentro das cadeias, como o uso de entorpecentes, e distanciando-se da execução penal ideal traçada pela LEP.

11 Projetos de assistência educacional Após minuciosa pesquisa, observamos que todos os projetos educacionais realizados dentro dos cárceres do estado de Rondônia são feitos através de parcerias entre órgãos do poder público e, também, organizações não governamentais. A seguir citaremos alguns projetos educacionais que foram desenvolvidos através dessas importantes parcerias e tiveram resultados positivos. Asas de papel (2010): convênio entre o Estado e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen Ministério da Justiça), objetivando contribuir para a ressocialização do apenado através da leitura e do conhecimento adquirido pela leitura. Parceria entre o Instituto Federal do Estado de Rondônia Ifro e o Centro de Ensino de Jovens e Adultos (Ceeja) Padre Moretti (2011) - ministrou aulas na Unidade Penitenciária Federal voltada à Educação Profissional para jovens e adultos, com duas turmas de 13 (treze) alunos cada, com ensino presencial e 04 (quatro) horas aula duas vezes por semana, como curso Gestão e Negócio, concomitante com o Curso Modular do Ensino Fundamental. A unidade conquistou a medalha Paulo Freire reconhecida pelo Ministério da Educação. Um projeto educacional mais recente, denominado Boas Contas uma realização conjunta do Tribunal de Contas do estado de Rondônia TCE/RO - e a Secretaria de estado da Justiça Sejus -, desenvolve diversas ações como a arrecadação de livros a serem doados às unidades prisionais, e outra ação muito interessante é o projeto Oficina de redação para reeducandos, que ensinam as normas científicas para elaboração de resenhas de livros as quais devem atender as exigências do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e a Vara de Execuções Penais de Porto Velho para que os presos conquistem remição 6 de pena. Com base no Plano Estadual de Educação nas prisões do Estado de Rondônia, a oferta de educação nos cárceres ganhou novos rumos a partir do ano de 2005, quando foi criado o Projeto Educando para a Liberdade, que teve participação da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI). O projeto proporcionou educação nas prisões e mobilizou diversos atores da sociedade (gestores, professores, agentes penitenciários). 5.4 Projetos de desenvolvimento do trabalho remunerado 6 O direito do condenado de abreviar o tempo imposto em sua sentença penal, podendo ocorrer mediante trabalho e estudo.

12 12 A Associação Cultural e do Desenvolvimento do Apenado e Egresso ACUDA em Porto Velho-RO, oferece várias atividades com os presos em regime fechado nos presídios do Vale do Guaporé, Ênio Pinheiro e penitenciária Aruana. São ofertados cursos de fabricação de produtos para a venda, tais como tapetes, chilenos, mesas, cadeiras, e utensílios, cerâmicas, artes plásticas e esculturas, bem como serviços em oficina mecânica de veículos leves, funilaria e pintura. Também atua no viés educacional e social oferecendo cursos de informática, música, corte e costura, crochê, lavanderia, salão de corte de cabelo, atendimento odontológico, psicológico e terapêutico, atendendo, aproximadamente 100 reeducandos. De acordo com o Plano Diretor do Sistema Penitenciário do estado de Rondônia (2008), no município de Ji-Paraná, existia a Associação de Proteção e Assistência ao Reeducando - Apar, que foi transformada em Apac - Associação de Proteção e Assistência ao Condenado, e disponibiliza vagas de trabalho para presos do regime semiaberto da Penitenciária Agenor Martins de Carvalho e Casa de Detenção. Através de convênio com empresas privadas e públicas, a Apac de Ji-Paraná oferece oportunidade de trabalho no núcleo de costura, e um total de 87 (oitenta e sete) presos desenvolvem atividade laboral pela referida associação. Ainda segundo plano diretor, a SEJUS oferece estruturas laborais em 7 (sete) estabelecimentos penais sendo 6 (seis) penitenciárias, 1 (uma) colônia agrícola, e 1 (uma) ONG (Acuda Associação Cultural e de Desenvolvimento do Apenado e Egresso). Outro projeto que já foi mencionado e que se desenvolve não só na área educacional, mas também oportuniza trabalho para apenados e egressos é o Boas Contas executado pelo TCE/RO e SEJUS. O projeto oportuniza o desenvolvimento de trabalhos dentro da Corte de Contas rondoniense, sendo desempenhados serviços administrativos, pequenas reformas, apoio em demais trabalhos braçais, entre outros. 5.5 Panorama da assistência à saúde e ao trabalho do condenado em Rondônia Mesmo havendo importantes projetos que tem incentivado e tornado real a assistência à educação do condenado o trabalho se mostra insuficiente, senão vejamos. Das 57 (cinquenta e sete) Unidades Prisionais existentes no estado de Rondônia, apenas 27 (vinte e sete) tem atendimento educacional, e nessas 27 não existe uma equipe formada e treinada para atendimento aos sujeitos privados de liberdade, em sua política de gestão penitenciária como deve ocorrer nas unidades.

13 13 Outro indicativo alarmante é que a LEP, data de 1984, e mesmo depois de tantos anos de adequação, dentre as penitenciárias do estado de Rondônia, apenas a penitenciária Ênio Pinheiro dos Santos possui biblioteca instalada. Atinente à garantia de trabalho ao condenado, embora exista mobilização de entidades governamentais e não governamentais para oportunizar aos condenados a atividade laborativa, e assim fazer cumprir a Lei de Execução Penal, as ações também não se mostram suficientes, conforme demonstraremos a seguir. Segundo dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias de autoria do Infopen, em junho de 2016, 15% (quinze por cento) da população prisional estava envolvida em atividades laborais, internas e externas aos estabelecimentos penais, o que representa um total de (noventa e cinco mil e dezenove) pessoas. Segundo a mesma fonte, no estado de Rondônia, (mil oitocentos e sessenta e quatro) apenados estavam desenvolvendo algum trabalho, o que representa um percentual de 17%, muito próximo da média nacional. Dentre os condenados que trabalham 78% encontra-se em atividades internas ao estabelecimento entre as atividades estão a prestação de serviços para empresas, organizações sociais e instâncias do poder público, atividades de apoio à limpeza e gestão do próprio estabelecimento. Outro dado importante fornecido pelo mencionado levantamento do Infopen é relativo à remuneração dos presos que desenvolvem algum trabalho no cárcere, senão vejamos: (...) 75% da população prisional em atividade laboral não recebe remuneração ou recebe menos que 3/4 do salário mínimo mensal. Cabe ressaltar, no entanto, que a disponibilidade de informações acerca da remuneração recebida pelas pessoas envolvidas em atividades laborais no sistema prisional é ainda baixa em grande parte dos estados [...]. É preciso considerar as limitações impostas pelos dados coletados na construção de análises acerca das condições de trabalho a que estão submetidas as pessoas privadas de liberdade no Brasil. Educação e emprego são condições essenciais para o desenvolvimento pessoal para as pessoas livres, que não cometeram crimes, quanto mais para aquelas que se desviaram do caminho ético/moral e praticaram delitos ou crimes que os privaram da liberdade. Os dados acima trazidos revelam a inexistência de prioridade política para a implementação de dois dos direitos e deveres mais básicos dos apenados, e indicam uma execução penal precária, ineficiente, ineficaz. Tão logo não haja cumprimento da LEP, mais distante está a possibilidade de ressocializar os apenados, que, já cumprem uma estatística de baixa escolaridade, realidade que se agravará ao ter em sua ficha criminal o cumprimento de pena.

14 14 Tanto o trabalho quanto a educação podem tornar a vida no cárcere mais suportável, substituindo o ócio por atividades produtivas, resgatando a autoestima do condenado, e possibilitando que ele tenha esperança e planos para quando cumprir sua pena. Ademais, o desenvolvimento desses dois aspectos pode diminuir sua pena, se valendo do instituto da remição, e, ainda, o tornará mais preparado para voltar ao convívio com a sociedade. É certo que o não desenvolvimento de habilidades educacionais e de emprego devolverá à sociedade um indivíduo que ocupará subempregos, que exigirão do regresso um esforço considerável para sustentar-se, e, quiçá, sustentar sua família. Essa realidade poderá contribuir para a reincidência no crime, tornado a vida do egresso um verdadeiro círculo vicioso, que poderia ser modificado pela oferta suficiente de educação, ou seja, cumprimento do que as leis brasileiras garantem. 6 O DIREITO COMPARADO E A EXECUÇÃO PENAL Considerando a ampla reflexão trazida no presente trabalho relativa à execução da pena no Brasil, traremos a seguir informações sobre a execução penal no direito comparado o que nos trará importantes conclusões. Execução Penal em prisões da Noruega linhas gerais O que podemos afirmar de pronto é que a execução das penas na Noruega, são focadas totalmente na ressocialização do detento, nesse viés, não se busca que o preso seja castigado de nenhuma forma, e isso é comprovado, primeiramente, ao se observar a estrutura física dos cárceres. As prisões norueguesas estão entre as melhores do mundo, normalmente construídas em local isolado, mas cercado de uma natureza exuberante, são prédios com arquitetura invejável, com celas amplas e individuais, sem grades, o que permite a livre circulação dos detentos, banheiros privativos e etc. Outro quesito que evidencia a prioridade em ressocialização é o incentivo à atividade do preso. Os detentos realizam tarefas simples, como a preparação de sua própria refeição, feita com itens escolhidos pelos próprios detentos em mercados internos. É também incentivada a prática esportiva nos cárceres da Noruega, não sendo incomum encontrar estádios de esporte, campo de futebol e academias para ginástica.

15 15 Além disso, as prisões são equipadas com bibliotecas com vasto acervo didático, oficina de trabalho e até estúdios para produção musical como é o caso da prisão localizada em Bastoy. O sistema de execução penal norueguês resulta em baixíssimo nível de reincidência no país, uma vez que os presos que não apresentam condições de ressocialização podem ter suas penas prolongadas até que o objetivo do cárcere seja atingido. Dessa forma, observa-se que há sucesso na execução penal que priorize o desenvolvimento pessoal, profissional, e também o lazer do preso. Há de se observar, entretanto, que estamos debatendo sobre um país com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) invejável, com nível de criminalidade absurdamente baixo se comparado a países como o Brasil. Entretanto, as boas práticas podem e devem ser repetidas adaptando-se às realidades de cada localidade. Execução Penal nos Estados Unidos linhas gerais Nos EUA, a primeira questão a se dar destaque é a privatização das cadeias, realidade estadunidense. Logo, desde a construção, administração e execução das penas, são assuntos privativos das empresas contratadas pelo Governo americano. Ou seja, o judiciário estadunidense não interfere na execução penal daquele país, e isso se deve ao fato de que não há normativo específico sobre a execução das penas, uma vez que todas as garantias humanas estão descritas em sua Constituição. A privatização das cadeias estadunidenses, representam importante nicho empresarial no país, o que pode indicar alguma instabilidade no que tange à execução de penas quando o país enfrenta crises financeiras. Uma consequência dessas crises é a superlotação enfrentada por algumas prisões californianas. É de se observar, também, que nos EUA existe uma divisão de presos entre as penitenciárias federais, estaduais e municipais, onde os presos são encaminhados conforme a duração das penas, como exemplo, presos provisórios são encaminhados para as jails, isso é de grande importância para que presos que cometeram crimes de alta periculosidade não convivam com presos que cometeram crimes com menor potencial ofensivo. Há de se considerar também que a política criminal dos EUA é conhecida como tolerância zero o que leva a admissão de penas de prisão perpétua e pena de morte. No que atine às penas de prisão perpétua, podemos citar a famosa prisão estadunidense conhecida como Supermax, uma penitenciária de segurança máxima para onde foram encaminhados os presos

16 16 considerados mais violentos e com maior potencial de fuga, que, em sua maioria, cumprem prisão perpétua. Nesse modelo carcerário, há o isolamento completo do preso, o que sofre duras críticas a quem defende os Direitos Humanos do preso. Todavia, é considerada a prisão mais segura do mundo e inspira as prisões de segurança máxima brasileiras onde é cumprido o Regime Disciplinar Diferenciado. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente artigo abordou importantes previsões da Lei de Execução Penal que interferem de forma direta na ressocialização ou na ineficácia desta. Nesse sentido, abordou-se a assistência à educação e o trabalho do condenado dentro ou fora do cárcere, nos moldes conforme autorizado pela LEP. A LEP traz meios que visam à inserção do condenado à sociedade, ou seja, objetivando a reintegração de forma digna à comunidade, para tanto, foi trazido um panorama sobre a situação carcerária nacional, que permite endossar o viés de emprego e educação trazido pelo presente trabalho e, por sua vez, demonstra os principais problemas atinentes à ineficácia da ressocialização. No estado de Rondônia, projetos relevantes e importantes são desenvolvidos através de parcerias com órgãos públicos e entidades não governamentais, para assegurar acesso à educação para os condenados, incluindo o acesso a livros que podem possibilitar aos condenados conquistar remição de parte de sua pena. Entretanto, através da demonstração de dados, viu-se que as ações são insuficientes porque a realidade do cárcere ainda é de condenados com baixa escolaridade, e, ainda, quanto à implementação de bibliotecas nos presídios, apenas uma unidade prisional no estado de Rondônia conta com tal benefício. Assim como na área educacional, o desenvolvimento de trabalho pelos presos é contemplado com importantes projetos para tal oferta. Mencionou-se, inclusive, que esse aspecto auxiliar o desenvolvimento de habilidades dos apenados, entretanto, esses projetos também não são suficientes para mudar a realidade do trabalho que deve ser desenvolvido pelos condenados conforme previsão da LEP. Ora, apenas 17% da população carcerária desenvolve algum tipo de atividade laborativa, deste universo, 75% não recebe remuneração pelos trabalhos desenvolvidos, o que revela total ineficácia dos ditames da Lei de Execução Penal.

17 17 Viu-se, portanto, que sem acesso à educação e emprego, o condenado estará fadado a um círculo vicioso, uma vez que ao cumprir a pena, será devolvido à sociedade sem qualquer preparo, onde ocupará subempregos que dificultarão seu sustento e de sua família, abrindo grande possibilidade para reincidência nos crimes. Neste sentido, que o principal objetivo da Ressocialização, proposta pela Lei de Execução Penal (Lei n /84), qual seja, a melhora do egresso, perpassa, necessariamente sobre os dois pilares abordados. Portanto, é possível constatar que a ineficácia na ressocialização dos presos no sistema carcerário brasileiro se dá por falta de cumprimento na Lei de Execução Penal, sobretudo no que atine à assistência à educação e a oportunização de trabalho ao condenado durante o cumprimento de sua pena. A ineficácia nesses dois aspectos abordadas pelo presente artigo, contribui para o aumento da população carcerária, bem como no aumento do nível de violência, já que não recuperado, o condenado acaba por se aprimorar na prática delituosa deixando a sociedade cada vez mais vulnerável. Por fim, a solução para a ineficácia da ressocialização perpassa pela correta implementação da Lei de Execução Penal, que, datada de 1984, não tem mais escusas de não ser obedecida. É certo que o estado, e os órgãos responsáveis pela realidade penitenciária precisam estar aparelhados com recursos humanos e materiais para fazer cumprir tal realidade, sob de poder ser responsabilizado ante os órgãos de controle. Outrossim, caso o Estado priorize ações de assistência à educação e ao trabalho, nos moldes de como a LEP preceitua, os resultados serão positivos. É preciso intensificar as parcerias público-privadas para que se multipliquem os projetos sociais, que, como visto, são de excelente desempenho, entretanto, se apresentam insuficientes diante do universo caótico que é a realidade carcerária do país. É possível, também, que o Brasil possa estudar a execução penal de países como a Noruega e Estados Unidos, que, embora apresentem realidades sociais diferentes das nossas, podem contribuir com boas práticas como o trabalho, incentivo ao estudo, e privatização dos cárceres. Dessa forma, é certo que a solução não é eminentemente jurídica, soma-se vontade política e aspectos sociais relevantes, mas que, somados, produzirão os efeitos necessários. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBERGARIA, Jason. Das penas e da execução penal. 3ª Ed. Belo Horizonte: Del Rey, 1996.

18 18 BBC News Brasil, Porque a Noruega é o melhor país do mundo para ser preso. Disponível em <acessado em > BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, DIAS, Lindomar Xavier. Ressocialização. Dicionário Informal BRASIL. Lei de Execução Penal (1984). Institui a Lei de Execução Penal. Diário Oficial da União de 13 de julho de Brasília, 11 de julho de 1984 BRASIL. O Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo. Disponível em acessado em CAULYT, Fernando. Brasil, terceira maior população carcerária, aprisiona cada vez mais. Disponível em acessado em DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL, Levantamento nacional de informações penitenciárias atualização junho de Disponível em < rev pdf> acessado em Di Santis, et al. A evolução histórica do sistema prisional e a Penitenciária do Estado de São Paulo. Disponível em <acessado em > ESTADO DE RONDÔNIA, Plano estadual de educação nas prisões do estado de Rondônia. Disponível em < acessado em FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir - nascimento da prisão. Ed. Vozes. 42ª Edição, GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal, Vol. I. Ed. Impetus. 21ª Edição, MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE RONDÔNIA, Relatório da situação atual do Sistema Penitenciário. Disponível em < %A1rio+RO.pdf/b9d96f4b-c04f-4177-a931-d e57a> acessado em NOGUEIRA, Paulo L. Comentários à lei de execução penal. 3. ed. São Paulo: Saraiva, NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Execução Penal. Ed. Forense Universitária

19 19 ROSSINI, Tayla Roberta Dolci. O sistema prisional brasileiro e as dificuldades de ressocialização do preso. Disponível em < acessado em SANTOS, J. Seixas. Dicionário de criminologia. 3ª Ed. Campinas: Conan, SANTOS, Rafa. Impacto de possível decisão do STF é bem menor que o que se tem divulgado. Conjur. Disponível em < acessado em THOMPSON, Augusto. A questão penitenciária. 4. ed. Rio de Janeiro, 1993.

Educação no Sistema Prisional

Educação no Sistema Prisional Educação no Sistema Prisional Pacto Federativo Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece.

Leia mais

A 1. Princípios e Valores Fundamentais de Uma Política Penitenciária. Fonte: FALCONI, 1996.

A 1. Princípios e Valores Fundamentais de Uma Política Penitenciária. Fonte: FALCONI, 1996. ANEXOS I A 1 Princípios e Valores Fundamentais de Uma Política Penitenciária Fonte: FALCONI, 1996. II 1. Respeito à dignidade do homem, aos seus direitos individuais e coletivos e à crença no potencial

Leia mais

SISTEMA PENAL E A CRIMINOLOGIA MODERNA

SISTEMA PENAL E A CRIMINOLOGIA MODERNA SISTEMA PENAL E A CRIMINOLOGIA MODERNA Fabiano MAZZONI DO NASCIMENTO 1 RESUMO: O artigo compara o previsto nas Leis Penais em relação aos verdadeiros problemas sociais com a verdadeira realidade do sistema

Leia mais

A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E A RESSOCIALIZAÇÃO DO APENADO NA SOCIEDADE 1

A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E A RESSOCIALIZAÇÃO DO APENADO NA SOCIEDADE 1 A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E A RESSOCIALIZAÇÃO DO APENADO NA SOCIEDADE 1 Cátia Da Silva 2, Milena Marques Da Cruz 3, Marjana Souza 4, Eloísa Nair De Andrade Argerich 5. 1 Trabalho de pesquisa elaborada

Leia mais

Lei de Execução Penal (LEP) AULA 01

Lei de Execução Penal (LEP) AULA 01 Lei de Execução Penal (LEP) AULA 01 Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal Monster Guerreiros, a execução penal é um procedimento destinado à efetiva aplicação da pena ou da medida de segurança

Leia mais

O PROJETO PRÓ-LABOR DO PROGRAMA PATRONATO: ESTRATÉGIAS E ARTICULAÇÕES COM A REDE SOCIOASSISTENCIAL EM PONTA GROSSA-PR

O PROJETO PRÓ-LABOR DO PROGRAMA PATRONATO: ESTRATÉGIAS E ARTICULAÇÕES COM A REDE SOCIOASSISTENCIAL EM PONTA GROSSA-PR 15. CONEX Resumo Expandido - ISSN 2238-9113 1 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( X ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TECNOLOGIA

Leia mais

1.1.4 Execução penal: conceito, pressuposto fundamental e natureza jurídica

1.1.4 Execução penal: conceito, pressuposto fundamental e natureza jurídica SUMÁRIO 1. OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 Direito de execução penal 1.1.1 Direito de Execução Penal e Direito Penitenciário 1.1.2 Autonomia do Direito de Execução Penal 1.1.3 Antecedentes

Leia mais

1. OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 Direito de Execução Penal

1. OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 Direito de Execução Penal 1. OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 Direito de Execução Penal 1.2 Pena 1.1.1 Direito de Execução Penal e Direito Penitenciário 1.1.2 Autonomia do Direito de Execução Penal 1.1.3 Antecedentes

Leia mais

Pós Penal e Processo Penal. Legale

Pós Penal e Processo Penal. Legale Pós Penal e Processo Penal Legale EXECUÇÃO PENAL 1. LEP - Estrutura A LEP Lei das Execuções Penais é estruturada da seguinte forma: - Do objeto e aplicação da LEP - Do condenado e do internado - Dos órgãos

Leia mais

O presídio Feminino Júlia Maranhão como espaço de atuação do Projeto Ressocialização Feminina, Cidadania e Direitos Humanos

O presídio Feminino Júlia Maranhão como espaço de atuação do Projeto Ressocialização Feminina, Cidadania e Direitos Humanos O presídio Feminino Júlia Maranhão como espaço de atuação do Projeto Ressocialização Feminina, Cidadania e Direitos Humanos BEZERRA 1, Leonardo P. BRAGA 2, Rafaelle ORIENTADOR: Prof. Gustavo Barbosa de

Leia mais

PORTAL DE TRANSPARÊNCIA CARCERÁRIA

PORTAL DE TRANSPARÊNCIA CARCERÁRIA PORTAL DE TRANSPARÊNCIA CARCERÁRIA Atendendo-se os Princípios Constitucionais que regem a Administração Pública no Brasil, as diretrizes de Transparência em Gestão Pública contempladas na Lei n.º 12.527,

Leia mais

Roberto Motta Segurança Pública. Esboço de projeto de lei (reforma da legislação penal) versão 2

Roberto Motta Segurança Pública. Esboço de projeto de lei (reforma da legislação penal) versão 2 Roberto Motta 2030 - Segurança Pública Esboço de projeto de lei (reforma da legislação penal) versão 2 Justificação Este projeto de lei tem por objetivo principal extinguir o regime semiaberto de execução

Leia mais

A EDUCAÇÃO NO PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DO APENADO

A EDUCAÇÃO NO PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DO APENADO A EDUCAÇÃO NO PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DO APENADO Selson Garutti 1 ; Rita de Cássia da Silva Oliveira 2. RESUMO: Este trabalho apresenta um estudo qualiquantitativo exploratório que tem por objetivo

Leia mais

GT 4. EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS E INCLUSÃO

GT 4. EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS E INCLUSÃO GT 4. EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS E INCLUSÃO EDUCAÇÃO PRISIONAL: levantamento e análise das teses e dissertações publicadas na BDTD, no período de 1992 a 2012 Gabriela Pereira da Silva 1 RESUMO: O Direito

Leia mais

TEORIA GERAL DA PENA PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

TEORIA GERAL DA PENA PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES TEORIA GERAL DA PENA PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES 1 - Conceito de Pena: Uma das espécies de sanção penal, ao lado da medida de segurança. É a resposta estatal consistente na privação ou restrição de um

Leia mais

Recibo de cadastro de inspeção

Recibo de cadastro de inspeção PASSO 1 Dados gerais de cadastro Responsável USU4BF3D6BC4377B Data da Informação 29/07/2019 Mês/Ano referência Julho / 2019 Orgão ALTAMIRA Estabelecimento CENTRO DE RECUPERAÇÃO DE ALTAMIRA PASSO 2 Administração

Leia mais

Penitenciárias Federais, APAC S e PPP

Penitenciárias Federais, APAC S e PPP Penitenciárias Federais, APAC S e PPP O que são Penitenciárias? São estabelecimentos penais destinado ao recolhimento de pessoas presas com condenação a pena privada de liberdade em regime fechado. Há

Leia mais

Segurança pública no Brasil

Segurança pública no Brasil Segurança pública no Brasil Diagnóstico e propostas Buenos Aires Argentina 28/03/2019 Parte 1 - Panorama Geral da Segurança Pública PRINCIPAIS ESTATÍSTICAS 63.880 MORTES VIOLENTAS INTENCIONAIS Mortes Violentas

Leia mais

O DIREITO DO PRIVADO DE LIBERDADE DE ESTUDAR: A EXPERIENCIA DO CAMPUS AVANÇADO DO SERROTÃO-CAMPINA GRANDE-PB

O DIREITO DO PRIVADO DE LIBERDADE DE ESTUDAR: A EXPERIENCIA DO CAMPUS AVANÇADO DO SERROTÃO-CAMPINA GRANDE-PB O DIREITO DO PRIVADO DE LIBERDADE DE ESTUDAR: A EXPERIENCIA DO CAMPUS AVANÇADO DO SERROTÃO-CAMPINA GRANDE-PB Maria Aparecida Barbosa Carneiro UEPB Doutora em Sociologia - ccarneiro2007@oi.com.br Maria

Leia mais

TEMA: SISTEMA PENITENCIÁRIO ANGOLANO. Luanda, Fevereiro de 2016

TEMA: SISTEMA PENITENCIÁRIO ANGOLANO. Luanda, Fevereiro de 2016 1 TEMA: SISTEMA PENITENCIÁRIO ANGOLANO Luanda, Fevereiro de 2016 2 OBJECTIVO Prestar informação sobre a situação do Sistema Penitenciário Angolano. 3 SISTEMA PRISIONAL ANGOLANO O Sistema Penitenciário

Leia mais

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS A dificuldade de ressocialização dos egressos do sistema prisional envolve não apenas a situação particular de cada apenado e ex-apenado, mas toda a sociedade, sendo atribuição do

Leia mais

A ATUAÇÃO DO CONSELHO DA COMUNIDADE EM AUXÍLIO À REDUÇÃO DOS EFEITOS DA PRISIONALIZAÇÃO NA PENITENCIÁRIA ESTADUAL DE MARINGÁ

A ATUAÇÃO DO CONSELHO DA COMUNIDADE EM AUXÍLIO À REDUÇÃO DOS EFEITOS DA PRISIONALIZAÇÃO NA PENITENCIÁRIA ESTADUAL DE MARINGÁ A ATUAÇÃO DO CONSELHO DA COMUNIDADE EM AUXÍLIO À REDUÇÃO DOS EFEITOS DA PRISIONALIZAÇÃO NA PENITENCIÁRIA ESTADUAL DE MARINGÁ Michely Kivel Zani (PIBIC/CNPq/FA/Uem), Prof. Dr. Alexandre Ribas de Paulo (Orientador),

Leia mais

CRISE NO SISTEMA CARCERÁRIO

CRISE NO SISTEMA CARCERÁRIO CRISE NO SISTEMA CARCERÁRIO 1 PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos do MÓDULO TEMÁTICO e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativoargumentativo

Leia mais

Lei de Execução Penal Lei 7.210/84. Prof. Gladson Miranda

Lei de Execução Penal Lei 7.210/84. Prof. Gladson Miranda Lei de Execução Penal Lei 7.210/84 Prof. Gladson Miranda Legendas: - Já cobrado de 01 a 04 vezes em provas; - Já cobrado de 05 a 09 vezes em provas; - Já cobrado em Concursos da Banca ou do Cargo; Aplicação

Leia mais

A MODALIDADE DO REGIME FECHADO DE CUMPRIMENTO DE PENAS E A BUSCA DA FINALIDADE RESSOCIALIZATÓRIA

A MODALIDADE DO REGIME FECHADO DE CUMPRIMENTO DE PENAS E A BUSCA DA FINALIDADE RESSOCIALIZATÓRIA A MODALIDADE DO REGIME FECHADO DE CUMPRIMENTO DE PENAS E A BUSCA DA FINALIDADE RESSOCIALIZATÓRIA LIMA, Adriano Gouveia 1 MOURA, Nathalia Batista 2 1 Mestre em Ciências Ambientais da UniEvangélica em Anápolis.

Leia mais

REDAÇÃO População Carcerária No Brasil

REDAÇÃO População Carcerária No Brasil REDAÇÃO População Carcerária No Brasil INSTRUÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo

Leia mais

SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS

SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS ALUSÃO HISTÓRICA: TRAZER A PERSPECTIVA HISTÓRICA DO MUNDO E DO BRASIL PARA JUSTIFICAR A PRISÃO COMO PUNIÇÃO APENAS E NÃO COMO RESSOCIALIZAÇÃO; OBRAS: MEMÓRIAS DO

Leia mais

LEITURA NO CÁRCERE: CAMINHO PARA A LIBERDADE

LEITURA NO CÁRCERE: CAMINHO PARA A LIBERDADE Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) LEITURA NO CÁRCERE: CAMINHO PARA A LIBERDADE Neli Miotto (Banco de Livros) - neli.miotto@bancossociais.org.br Resumo: Aborda a importância dos espaços de leitura montados

Leia mais

DLDT Nº (N CNJ: ) 2014/CRIME AGRAVO EM EXECUÇÃO. VISITA POR

DLDT Nº (N CNJ: ) 2014/CRIME AGRAVO EM EXECUÇÃO. VISITA POR AGRAVO EM EXECUÇÃO. VISITA POR COMPANHEIRA ADOLESCENTE. TRANSFERÊNCIA DE ESTABELECIMENTO PRISIONAL. - Com efeito, o art. 41, inc. X, da Lei de Execuções Penais, prevê o direito do preso de receber visitas

Leia mais

TÍTULO: SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS INSTITUIÇÃO: FACULDADE ANHANGUERA DE TABOÃO DA SERRA

TÍTULO: SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS INSTITUIÇÃO: FACULDADE ANHANGUERA DE TABOÃO DA SERRA TÍTULO: SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: DIREITO INSTITUIÇÃO: FACULDADE ANHANGUERA DE TABOÃO DA SERRA AUTOR(ES): GABRIELA ROSSAFA ORIENTADOR(ES):

Leia mais

EXCELENTISSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO, CORREGEDOR DA VARA DE EXECUÇOES PENAIS DE LONDRINA, PARANÁ, DOUTOR KATSUJO NAKADOMARI

EXCELENTISSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO, CORREGEDOR DA VARA DE EXECUÇOES PENAIS DE LONDRINA, PARANÁ, DOUTOR KATSUJO NAKADOMARI EXCELENTISSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO, CORREGEDOR DA VARA DE EXECUÇOES PENAIS DE LONDRINA, PARANÁ, DOUTOR KATSUJO NAKADOMARI SINDIPOL, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob No. 80.930.779/0001-83

Leia mais

Propostas para reduzir a superlotação e melhorar o sistema penitenciário I D D D - I N S T I T U T O D E D E F E S A D O D I R E I T O D E D E F E S A

Propostas para reduzir a superlotação e melhorar o sistema penitenciário I D D D - I N S T I T U T O D E D E F E S A D O D I R E I T O D E D E F E S A Propostas para reduzir a superlotação e melhorar o sistema penitenciário IDDD - INSTITUTO DE DEFESA DO DIREITO DE DEFESA O IDDD Organização da sociedade civil de interesse público, fundada em julho de

Leia mais

Sumário CAPÍTULO 1 OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 DIREITO DE EXECUÇÃO PENAL Direito de execução penal e direito penitenciário

Sumário CAPÍTULO 1 OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 DIREITO DE EXECUÇÃO PENAL Direito de execução penal e direito penitenciário Sumário CAPÍTULO 1 OBJETO E APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL 1.1 DIREITO DE EXECUÇÃO PENAL 1.1.1 Direito de execução penal e direito penitenciário 1.1.2 Autonomia do direito de execução penal 1.1.3 Antecedentes

Leia mais

AS DEFICIÊNCIAS DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO E O AUMENTO VERTIGINOSO DA POPULAÇÃO CARCERÁRIA.

AS DEFICIÊNCIAS DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO E O AUMENTO VERTIGINOSO DA POPULAÇÃO CARCERÁRIA. AS DEFICIÊNCIAS DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO E O AUMENTO VERTIGINOSO DA POPULAÇÃO CARCERÁRIA. Matheus da Silva SANCHES 1 RESUMO: O sistema prisional brasileiro apresenta inúmeros problemas atualmente.

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI N o 2.684 DE 2015 Dispõe sobre o prazo para o julgamento de requerimento ou incidente referente a benefícios de execução penal. Autor: Comissão

Leia mais

Tema: Crise do sistema penitenciário brasileiro. Temas de redação / Atualidades Prof. Rodolfo Gracioli

Tema: Crise do sistema penitenciário brasileiro. Temas de redação / Atualidades Prof. Rodolfo Gracioli Tema: Crise do sistema penitenciário brasileiro Temas de redação / Atualidades Texto A prisão não é um espaço isolado. É um sistema onde, a toda hora, presos conseguem cavar buracos, advogados e parentes

Leia mais

TÍTULO: EXPERIENCIANDO A EDUCAÇÃO NO CÁRCERE CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: PEDAGOGIA

TÍTULO: EXPERIENCIANDO A EDUCAÇÃO NO CÁRCERE CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: PEDAGOGIA TÍTULO: EXPERIENCIANDO A EDUCAÇÃO NO CÁRCERE CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: PEDAGOGIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE AUTOR(ES): RAIRINE CASTRO DA SILVA

Leia mais

PRINCIPAIS VIOLAÇÕES ÀS REGRAS DE MANDELA NO SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO 1.

PRINCIPAIS VIOLAÇÕES ÀS REGRAS DE MANDELA NO SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO 1. PRINCIPAIS VIOLAÇÕES ÀS REGRAS DE MANDELA NO SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO 1. Por Ana Lucia Castro de Oliveira. Defensora Pública Federal titular do 2º Ofício Criminal da Defensoria Pública da União

Leia mais

DECRETO Nº, DE DE DE 2018

DECRETO Nº, DE DE DE 2018 DECRETO Nº, DE DE DE 2018 Institui a Política Nacional de Trabalho no âmbito do Sistema Prisional, voltada à ampliação e qualificação da oferta de vagas de trabalho, ao empreendedorismo e à formação profissional

Leia mais

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DO DISTRITO FEDERAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DO DISTRITO FEDERAL EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DO DISTRITO FEDERAL PROCESSO: 0034032-34.2011.807.0015 IZAQUIEL VERAS SANTOS, já devidamente qualificado nos autos, vem perante Vossa Excelência,

Leia mais

A FRAGILIDADE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE GENÊRO NO SISTEMA PENITENCIÁRIO: UMA BREVE ANÁLISE DO CASO BRASILEIRO 1

A FRAGILIDADE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE GENÊRO NO SISTEMA PENITENCIÁRIO: UMA BREVE ANÁLISE DO CASO BRASILEIRO 1 A FRAGILIDADE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE GENÊRO NO SISTEMA PENITENCIÁRIO: UMA BREVE ANÁLISE DO CASO BRASILEIRO 1 Tassiana Borcheidt 2, Laís Bassani 3, Lurdes Aparecida Grosmann 4, Ester Eliana Hauser 5.

Leia mais

Pós Penal e Processo Penal. Legale

Pós Penal e Processo Penal. Legale Pós Penal e Processo Penal Legale EXECUÇÃO PENAL 1. LEP - Estrutura A LEP Lei das Execuções Penais é estruturada da seguinte forma: - Do objeto e aplicação da LEP - Do condenado e do internado - Dos órgãos

Leia mais

Quem somos e por que queremos você nosso parceiro

Quem somos e por que queremos você nosso parceiro Carta de Apresentação: Quem somos e por que queremos você nosso parceiro Apresentação Criada em setembro de 1977, a Fundação Santa Cabrini, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária

Leia mais

SISTEMA PENITENCIÁRIO

SISTEMA PENITENCIÁRIO Avante Instituto Brasil SISTEMA PENITENCIÁRIO Natália Macedo Sanzovo Coordenadora e Pesquisadora do Instituto Avante Brasil Data: 31/12/2013 Evolução da População Carcerária (1990-2012*) 2 Evolução da

Leia mais

CURSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL SECRETARIA DE ESTADO DE POLÍTICAS PARA CRIANÇAS, ADOLESCENTES E JUVENTUDE DO DISTRITO FEDERAL

CURSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL SECRETARIA DE ESTADO DE POLÍTICAS PARA CRIANÇAS, ADOLESCENTES E JUVENTUDE DO DISTRITO FEDERAL CURSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL SECRETARIA DE ESTADO DE POLÍTICAS PARA CRIANÇAS, ADOLESCENTES E JUVENTUDE DO DISTRITO FEDERAL MÓDULO I: Legislação Aplicada e Ordenamento Interno PLANO DE ENSINO 1. IDENTIFICAÇÃO:

Leia mais

ENUNCIADOS VOTADOS DURANTE O I FÓRUM NACIONAL DE JUÍZES CRIMINAIS

ENUNCIADOS VOTADOS DURANTE O I FÓRUM NACIONAL DE JUÍZES CRIMINAIS ENUNCIADOS VOTADOS DURANTE O I FÓRUM NACIONAL DE JUÍZES CRIMINAIS ENUNCIADO N. 1 Para fins estatísticos, será considerado preso definitivo quem ostentar condenação, definitiva ou não, independentemente

Leia mais

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal DAS PENAS FINALIDADES DA PENA Por que punir? O que é pena? O que se entende por pena justa? Teorias sobre as finalidades da pena: 1) Absolutas: a finalidade da pena é eminentemente retributiva. A pena

Leia mais

NUCLEO DE EXECUÇÃO PENAL AVANÇOS E INOVAÇÕES DAS POLITICAS CRIMINAIS NA COMARCA DE PONTA GROSSA

NUCLEO DE EXECUÇÃO PENAL AVANÇOS E INOVAÇÕES DAS POLITICAS CRIMINAIS NA COMARCA DE PONTA GROSSA 1 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA (X ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TECNOLOGIA E PRODUÇÃO ( ) TRABALHO NUCLEO DE EXECUÇÃO PENAL

Leia mais

SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO E A RESSOCIALIZAÇÃO DO PRESO

SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO E A RESSOCIALIZAÇÃO DO PRESO SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO E A RESSOCIALIZAÇÃO DO PRESO STORINI. B.T. O Sistema Penitenciário sempre teve em sua estrutura, várias críticas acerca do tratamento que é oferecido para o condenado.

Leia mais

Sumário. Capítulo II Direitos dos condenados Punição e direitos gerais Cooperação da comunidade... 16

Sumário. Capítulo II Direitos dos condenados Punição e direitos gerais Cooperação da comunidade... 16 Sumário Capítulo I Noções gerais... 1 1. Fundamentos constitucionais... 1 2. Conceito de execução penal... 3 2.1. Sentença e decisão criminal... 3 3. Natureza jurídica da execução penal... 3 4. Autonomia

Leia mais

Carlos Daniel Vaz de Lima Jr. 16/05/2019

Carlos Daniel Vaz de Lima Jr. 16/05/2019 Carlos Daniel Vaz de Lima Jr. 16/05/2019 Apresentação 1. Uma audiência em São Bernardo do Campo. a) Existe um resultado certo no trabalho de ressocialização de pessoas? b) Quais competências, atores e

Leia mais

Mandato Alexandre Padilha

Mandato Alexandre Padilha Mandato Alexandre Padilha Análise do Pacote de Moro O ex-juiz Sergio Moro apresentou essa semana um documento com propostas de alterações legislativas em 12 leis e nos códigos Penal e de Processo Penal,

Leia mais

PRESÍDIO REGIONAL DE BLUMENAU: DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA REMIÇÃO DE PENA PELA LEITURA E A RESSOCIALIZAÇÃO DO REEDUCANDO ¹

PRESÍDIO REGIONAL DE BLUMENAU: DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA REMIÇÃO DE PENA PELA LEITURA E A RESSOCIALIZAÇÃO DO REEDUCANDO ¹ 93 PRESÍDIO REGIONAL DE BLUMENAU: DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA REMIÇÃO DE PENA PELA LEITURA E A RESSOCIALIZAÇÃO DO REEDUCANDO ¹ Suelen Ramos ² Karina Zendron da Cunha ³ INTRODUÇÃO A situação lamentável das

Leia mais

TÍTULO: A REINSERÇÃO SOCIAL DOS EGRESSOS DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO

TÍTULO: A REINSERÇÃO SOCIAL DOS EGRESSOS DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904 TÍTULO: A REINSERÇÃO SOCIAL DOS EGRESSOS DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA:

Leia mais

POLÍTICA CRIMINAL ALTERNATIVA À PRISÃO: A CONCEPÇÃO DE UMA POLÍTICA DE SEGURANÇA PÚBLICA E DE JUSTIÇA

POLÍTICA CRIMINAL ALTERNATIVA À PRISÃO: A CONCEPÇÃO DE UMA POLÍTICA DE SEGURANÇA PÚBLICA E DE JUSTIÇA POLÍTICA CRIMINAL ALTERNATIVA À PRISÃO: A CONCEPÇÃO DE UMA POLÍTICA DE SEGURANÇA PÚBLICA E DE JUSTIÇA 1. O INÍCIO: A IMPLANTAÇAO DO PROGRAMA NACIONAL DE PENAS ALTERNATIVAS PELO Instalado em setembro de

Leia mais

Rogério Greco. C u r s o d e. Direito Penal. P a r t e G e r a l. V ol u m e I. A rt s. 1 0 a d o C P. Atualização Curso de Direito Penal Vol.

Rogério Greco. C u r s o d e. Direito Penal. P a r t e G e r a l. V ol u m e I. A rt s. 1 0 a d o C P. Atualização Curso de Direito Penal Vol. Rogério Greco C u r s o d e Direito Penal P a r t e G e r a l V ol u m e I A rt s. 1 0 a 1 2 0 d o C P Atualização Curso de Direito Penal Vol. I Págs. 481 e 482 Substituição do 3º parágrafo e alteração

Leia mais

Penas Privativas de Liberdade

Penas Privativas de Liberdade LEGALE SURSIS Sursis é a suspensão condicional da pena Sursis Não se confunde com a suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9.099/95) Sursis No sursis o agente foi condenado a pena de prisão,

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº, DE DE DEZEMBRO DE 2010

PROJETO DE LEI Nº, DE DE DEZEMBRO DE 2010 PROJETO DE LEI Nº, DE DE DEZEMBRO DE 2010 Dispõe sobre a reserva de vagas para apenados em regime semi-aberto e egressos do Sistema Penitenciário nas contratações de mão-de-obra à Administração Pública

Leia mais

RESSOCIALIZAÇÃO DOS ASSISTIDOS DA JUSTIÇA FEDERAL. IDESF Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de

RESSOCIALIZAÇÃO DOS ASSISTIDOS DA JUSTIÇA FEDERAL. IDESF Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de TÍTULO: Proponente: Fronteiras. RESSOCIALIZAÇÃO DOS ASSISTIDOS DA JUSTIÇA FEDERAL IDESF Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Categoria: III. Boas práticas para a eficiência da Justiça Federal

Leia mais

REINCIDÊNCIA NO COMETIMENTO DE CRIME

REINCIDÊNCIA NO COMETIMENTO DE CRIME CURSO DE DIREITO LEOMAR PEREIRA MEIRELES REINCIDÊNCIA NO COMETIMENTO DE CRIME Brasília, 31 de maio de 2012 Págin2 LEOMAR PEREIRA MEIRELES REINCIDÊNICIA NO COMETIMENTO DE CRIME Projeto de pesquisa apresentado

Leia mais

Elionaldo Fernandes Julião A RESSOCIALIZAÇÃO ATRAVÉS DO ESTUDO E DO TRABALHO NO SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO

Elionaldo Fernandes Julião A RESSOCIALIZAÇÃO ATRAVÉS DO ESTUDO E DO TRABALHO NO SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Elionaldo Fernandes Julião A RESSOCIALIZAÇÃO ATRAVÉS DO ESTUDO E DO TRABALHO

Leia mais

Acadêmico do Curso de Direito da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul? UNIJUI.

Acadêmico do Curso de Direito da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul? UNIJUI. REALIDADE PRISIONAL BRASILEIRA E O (DES) RESPEITO A DIGNIDADE DO PRESO 1 BRAZILIAN PRISONAL REALITY AND THE (DES) RESPECT OF THE DIGNITY OF THE PRISONER Adelar Tonelli Menegazzi 2, Eloisa Nair De Andrade

Leia mais

Direito Penal. Teoria da Pena

Direito Penal. Teoria da Pena Direito Penal Teoria da Pena Conceito Pena é a sanção, consistente na privação de determinados bens jurídicos, que o Estado impõe contra a prática de um fato definido na lei como crime (Aníbal Bruno).

Leia mais

SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO, PEDE SOCORRO!

SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO, PEDE SOCORRO! SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO, PEDE SOCORRO! Thales Eduardo Haring BONANATO 1 Nome do autor SOBRENOME 2 RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo retratar com dados CPI carcerária um panorama do sistema

Leia mais

Complexo Penitenciário Industrial de Cuiabá

Complexo Penitenciário Industrial de Cuiabá EIXO TEMÁTICO: ( ) Arquitetura da Paisagem: Repensando a Cidade ( ) Arquitetura, Tecnologia e Meio Construído ( ) Cidade, Patrimônio Cultural e Arquitetônico ( ) Cidade: Planejamento, Projeto e Intervenções

Leia mais

ESTUDO DE USUÁRIOS DA BIBLIOTECA DO PRESÍDIO CENTRAL DE PORTO ALEGRE

ESTUDO DE USUÁRIOS DA BIBLIOTECA DO PRESÍDIO CENTRAL DE PORTO ALEGRE Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) ESTUDO DE USUÁRIOS DA BIBLIOTECA DO PRESÍDIO CENTRAL DE PORTO ALEGRE Bianca Soares Cunha (UFRGS) - bianca.soares.biblio@gmail.com Cleonice Maria Della Pasqua (UFRGS) -

Leia mais

cada órgão de segurança, através de publicação, de forma acessível.

cada órgão de segurança, através de publicação, de forma acessível. EIXO I - Gestão Democrática: Controle Social e Externo, Integração e Federalismo 1. Divulgação das atribuições específicas de cada órgão de segurança, através de publicação, de forma acessível. 1 EIXO

Leia mais

Mostra de Projetos 2011 PENAS ALTERNATIVAS E A COMUNIDADE

Mostra de Projetos 2011 PENAS ALTERNATIVAS E A COMUNIDADE Mostra de Projetos 2011 PENAS ALTERNATIVAS E A COMUNIDADE Mostra Local de: Cornélio Procópio. Categoria do projeto: Projetos em implantação, com resultados parciais. Nome da Instituição/Empresa: (Campo

Leia mais

SISTEMA PENITENCIÁRIO E VITIMIZAÇÃO. Vany Leston Pessione Pereira

SISTEMA PENITENCIÁRIO E VITIMIZAÇÃO. Vany Leston Pessione Pereira SISTEMA PENITENCIÁRIO E VITIMIZAÇÃO Vany Leston Pessione Pereira SISTEMA PENITENCIÁRIO E VITIMIZAÇÃO Vany Leston Pessione Pereira Advogada, professora de Direito Penal da Pós Graduação da Universidade

Leia mais

SUMÁRIO 1. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) LEI 8.069/ Introdução 2. Direitos fundamentais 2.1 Direito à vida e à saúde 2.2 Direito à

SUMÁRIO 1. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) LEI 8.069/ Introdução 2. Direitos fundamentais 2.1 Direito à vida e à saúde 2.2 Direito à SUMÁRIO 1. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) LEI 8.069/1990 2. Direitos fundamentais 2.1 Direito à vida e à saúde 2.2 Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade 2.3 Direito à convivência familiar

Leia mais

Penas Privativas de Liberdade

Penas Privativas de Liberdade LEGALE REMIÇÃO Remição é o benefício pelo qual a cada 3 (três) dias trabalhados ou estudados o condenado terá direito a 1 (um) dia a menos na pena (Alterado pela lei 12.433/11) Remição Principais alterações:

Leia mais

FALÊNCIA DO SISTEMA PRISIONAL Hugo Homero Nunes da SILVA 1 Francisco José Dias GOMES 2

FALÊNCIA DO SISTEMA PRISIONAL Hugo Homero Nunes da SILVA 1 Francisco José Dias GOMES 2 FALÊNCIA DO SISTEMA PRISIONAL Hugo Homero Nunes da SILVA 1 Francisco José Dias GOMES 2 RESUMO: O presente trabalho analisou os principais aspectos que levou a falência do sistema prisional brasileiro.

Leia mais

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ UNIVALI CURSO DE DIREITO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA COORDENAÇÃO DE MONOGRAFIA

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ UNIVALI CURSO DE DIREITO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA COORDENAÇÃO DE MONOGRAFIA UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ UNIVALI CURSO DE DIREITO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA COORDENAÇÃO DE MONOGRAFIA A SITUAÇÃO CARCERÁRIA BRASILEIRA À LUZ DA LEI DE EXECUÇÕES PENAIS VALDENICE CARVALHO DAS NEVES

Leia mais

Informe. Legislativo ESTADUAL

Informe. Legislativo ESTADUAL Informe Legislativo ESTADUAL Junho/2014 ÍNDICE 1. Comércio de Bens, Serviços e Turismo Assuntos de interesse geral 01 2. Economia e Sistema Tributário 05 Esta publicação reúne somente as íntegras das proposições

Leia mais

Penas Privativas de Liberdade

Penas Privativas de Liberdade LEGALE LIMITE DE PENA Penas Privativas de Liberdade Limite * A pena aplicada poderá ser superior, mas o condenado somente cumprirá 30 anos. PRESÍDIOS PRIVADOS Penas Privativas de Liberdade Presídios Privados

Leia mais

egurança Pública Segurança Pública

egurança Pública Segurança Pública V S egurança Pública Segurança Pública mensagem presidencial Segurança pública Desde 2003, as ações do Governo Federal para a garantia da segurança pública têm como objetivo agir sobre as causas da criminalidade

Leia mais

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO Publicado em: 25/07/2018 Edição: 142 Seção: 1 Página: 1 Órgão: Atos do Poder Executivo

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO Publicado em: 25/07/2018 Edição: 142 Seção: 1 Página: 1 Órgão: Atos do Poder Executivo DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO Publicado em: 25/07/2018 Edição: 142 Seção: 1 Página: 1 Órgão: Atos do Poder Executivo DECRETO Nº 9.450, DE 24 DE JULHO DE 2018 Institui a Política Nacional de Trabalho no âmbito

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Da prisão e da liberdade provisória Parte 6 Prof. Thiago Almeida . Atenção para as Súmulas do STJ:. Súmula 21 Pronunciado o réu, fica superada a alegação do constrangimento ilegal

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br (Artigos) redução da idade penal Maiana Vaz do Amaral Barbosa 1 INTRODUÇÃO Tramitam na Câmara Federal diversos Projetos de Emenda Constitucional pretendendo a redução da imputabilidade

Leia mais

CRISE PENITENCIÁRIA E PRISÃO PROVISÓRIA NO MUNICÍPIO GRANJA CEARÁ

CRISE PENITENCIÁRIA E PRISÃO PROVISÓRIA NO MUNICÍPIO GRANJA CEARÁ 1 CRISE PENITENCIÁRIA E PRISÃO PROVISÓRIA NO MUNICÍPIO GRANJA CEARÁ MATHEUS MOREIRA DE ARAÚJO1 BRENO QUEIROZ DE HOLANDA2 DR. FRANCISCO HÉLIO MONTEIRO JÚNIOR3 Resumo: Este artigo analisa a crise penitenciária

Leia mais

A SEGURANÇA É HOJE A PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO DO BRASILEIRO. Diversos fatores levaram à situação atual

A SEGURANÇA É HOJE A PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO DO BRASILEIRO. Diversos fatores levaram à situação atual A SEGURANÇA É HOJE A PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO DO BRASILEIRO Diversos fatores levaram à situação atual O problema foi tratado com uma série de OUs Natureza ou policial ou social Responsabilidade ou Federal

Leia mais

A SUPERLOTAÇÃO DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO

A SUPERLOTAÇÃO DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO A SUPERLOTAÇÃO DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO Lídia Mendes da COSTA 1 Marilda Ruiz Andrade AMARAL 2 RESUMO: O presente artigo trata de uma breve análise do quadro geral da superlotação nos estabelecimentos

Leia mais

Palavras-chave: Educação; sistema prisional; reintegração; barreiras culturais.

Palavras-chave: Educação; sistema prisional; reintegração; barreiras culturais. EDUCAÇÃO NO SISTEMA CARCERÁRIO: um dia de visita no Presídio de Naviraí- MS Fábio da Silva Rodrigues Universidade Estadual de Maringá (UEM) fabiosrod@gmail.com Andressa Pereira Cremoneze andressacremoneze@gmail.com

Leia mais

Indicações e propostas para uma boa política municipal de Educação

Indicações e propostas para uma boa política municipal de Educação ESTUDO DE CASO Limeira, São Paulo. Indicações e propostas para uma boa política municipal de Educação Adriana Dibbern Capicotto* Introdução Os sistemas educacionais não têm conseguido alfabetizar adequadamente.

Leia mais

OFERTA DA EDUCAÇÃO EM CACHOEIRA DO SUL: UM OLHAR SOBRE AS POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS

OFERTA DA EDUCAÇÃO EM CACHOEIRA DO SUL: UM OLHAR SOBRE AS POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS OFERTA DA EDUCAÇÃO EM CACHOEIRA DO SUL: UM OLHAR SOBRE AS POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS Mirian Cristina Hettwer Universidade Federal de Santa Maria mirian_hettwer@hotmail.com deboramellors@yahoo.com.br

Leia mais

ENCARCERAMENTO FEMININO

ENCARCERAMENTO FEMININO Policy Paper - Segurança e Cidadania ENCARCERAMENTO FEMININO Rio de Janeiro FGV DAPP 2018 Policy Paper Encarceramento Feminino 1 Mulheres e Prisão O crime de tráfico de drogas é, atualmente, o principal

Leia mais

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO SISTEMA PRISIONAL DE PARNAÍBA-PI

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO SISTEMA PRISIONAL DE PARNAÍBA-PI EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO SISTEMA PRISIONAL DE PARNAÍBA-PI Fábia Sandy Araujo Mendonça-UFPI/fabia_sandy@hotmail.com Miancy Eldine da Silva Vieira-UFPI/mia_eldine@hotmail.com Auricélia Patrícia Costa

Leia mais

Este Plano de Curso poderá sofrer alterações a critério do professor e / ou da Coordenação.

Este Plano de Curso poderá sofrer alterações a critério do professor e / ou da Coordenação. PLANO DE CURSO - 2010/01 Este Plano de Curso poderá sofrer alterações a critério do professor e / ou da Coordenação. DISCIPLINA: DIREITO PENAL II PROFESSOR: CARLOS EDUARDO TURMA: 4DM e 4EN UNIDADES CONTEÚDOS

Leia mais

Provimento n 17/2008

Provimento n 17/2008 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA Provimento n 17/2008 Ementa: Regulamenta o procedimento referente às inspeções nos estabelecimentos penais pelos juízes responsáveis

Leia mais

TESE. Fernando A. N. Galvão da Rocha. Resumo. 1. Introdução. 70 Revista ENM. Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis-MG)

TESE. Fernando A. N. Galvão da Rocha. Resumo. 1. Introdução. 70 Revista ENM. Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis-MG) TESE Formação dos juízes da Justiça Militar para atuação democrática Fernando A. N. Galvão da Rocha Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis-MG) Resumo As escolas judiciais devem capacitar os juízes

Leia mais

PROPOSTAS DO RELATÓRIO FINAL

PROPOSTAS DO RELATÓRIO FINAL PROPOSTAS DO RELATÓRIO FINAL 1. Construção de unidades prisionais com capacidade máxima entre 300 e 500 presos e em modelo de operação e administração idêntico à Penitenciária Estadual de Canoas I; 2.

Leia mais

EXECUÇÃO PENAL & TRABALHO DO PRESO: NOÇÕES GERAIS.

EXECUÇÃO PENAL & TRABALHO DO PRESO: NOÇÕES GERAIS. EXECUÇÃO PENAL & TRABALHO DO PRESO: NOÇÕES GERAIS. O presente e breve trabalho tem a simples intenção de apontar os principais mandamentos legais, no Brasil, a respeito do trabalho dos presidiários (em

Leia mais

SAÍDA TEMPORÁRIA: INSTITUTO DA EXECUÇÃO PENAL DESACREDITADO PELA SOCIEDADE

SAÍDA TEMPORÁRIA: INSTITUTO DA EXECUÇÃO PENAL DESACREDITADO PELA SOCIEDADE SAÍDA TEMPORÁRIA: INSTITUTO DA EXECUÇÃO PENAL DESACREDITADO PELA SOCIEDADE * GUSTAVO LANA Graduado em Direito pela Universidade Federal de Viçosa (2003) e mestre em Direito pela Universidade Gama Filho

Leia mais

JULGAMENTO COLEGIADO DE CRIMES PRATICADOS POR ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS

JULGAMENTO COLEGIADO DE CRIMES PRATICADOS POR ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS 1 JULGAMENTO COLEGIADO DE CRIMES PRATICADOS POR ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS No ano de 2012, foi publicada a Lei nº 12.694, a qual trata sobre o processo e o julgamento colegiado em 1º grau de jurisdição de

Leia mais

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 554, DE

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 554, DE SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 554, DE 2011 Altera o 1 o do art. 306 do Decreto-Lei n o 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), para determinar o prazo de vinte e quatro

Leia mais

TORRES PARECER Nº, DE

TORRES PARECER Nº, DE SENADO FEDERAL Gabinete do Senador DEMÓSTENES TORRES PARECER Nº, DE 2009 Da COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA, em caráter terminativo, sobre os Projetos de Lei do Senado n os 30, de 2008, que

Leia mais

Penas Privativas de Liberdade

Penas Privativas de Liberdade LEGALE REMIÇÃO Remição é o benefício pelo qual a cada 3 (três) dias trabalhados ou estudados o condenado terá direito a 1 (um) dia a menos na pena (Alterado pela lei 12.433/11) Remição Principais alterações:

Leia mais

Direito Penal. Penas privativas de liberdade. Regimes penitenciários. Prof.ª Maria Cristina

Direito Penal. Penas privativas de liberdade. Regimes penitenciários. Prof.ª Maria Cristina Direito Penal Penas privativas de liberdade. Prof.ª Maria Cristina - : a) fechado b) Semi-aberto c) Aberto. Art. 33 (...) 1º - Considera-se: a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança

Leia mais

Este Plano de Curso poderá sofrer alterações a critério do professor e / ou da Coordenação.

Este Plano de Curso poderá sofrer alterações a critério do professor e / ou da Coordenação. Este Plano de Curso poderá sofrer alterações a critério do professor e / ou da Coordenação. PLANO DE CURSO 2014/01 DISCIPLINA: DIREITO PENAL II PROFESSOR: CARLOS EDUARDO RIBEIRO LEMOS TURMA: 4º EM / FN

Leia mais

EXECUÇÃO PENAL E A JUSTIÇA RESTAURATIVA

EXECUÇÃO PENAL E A JUSTIÇA RESTAURATIVA 15. CONEX Resumo Expandido - ISSN 2238-9113 1 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( X ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TECNOLOGIA

Leia mais