Miseri-córdia = coração compadecido (capacidade de amar a miséria do outro/amor gratuito que se dá por compaixão a quem se encontra em desgraça);

Transcrição

1 JORNADAS AMOR FRATERNO Resposta do Povo de Deus à Misericórdia Divina Jornadas Socio-Caritativas AMOR FRATERNO Resposta do Povo de DEUS à Misericórdia Divina 1

2 Jornadas da Misericórdia AMOR FRATERNO RESPOSTA DO POVO DE DEUS À MISERICÓRDIA DIVINA Évora, 13 DE FEVEREIRO DE 2016 Silvestre Marques

3 Para entendermos a Misericórdia Miseri-córdia = coração compadecido (capacidade de amar a miséria do outro/amor gratuito que se dá por compaixão a quem se encontra em desgraça); Miserere = compadecer-se; Miseratio, onis = compaixão; Miser, i = desgraçado, que causa compaixão; Miséria (condição daquele que caiu em desgraça); Cor, cordis = coração; Cordia = qualidade de quem tem um coração (capaz de se compadecer).

4 Para entendermos a Misericórdia 1. A sua origem: Deus Amor, que, por sua iniciativa, desde a criação ama sempre em primeiro lugar e de modo gratuito; e na incarnação e redenção, por amor, redime o pecado humano. 2. Tal iniciativa divina revela-se sempre: Na história da Salvação do Povo de Deus E na mediação de Jesus e da Sua Igreja.

5 Para entendermos a Misericórdia 3. A resposta livre e pessoal do homem à iniciativa divina de o amar, pressupõe: A aceitação do amor gratuito e misericordioso de Deus; O reconhecimento da própria miséria; A aceitação interior do perdão recebido; Correspondência plena ao amor de Deus; Sair de si mesmo para amar os outros.

6 Para vivermos a Misericórdia Sede misericordiosos como o vosso Pai celeste é misericordioso! Lc 6,36 Para alcançar este convite de Jesus: Devemos acolher a misericórdia divina; Responder pessoalmente ao amor divino; Aceitar incondicionalmente a Jesus Cristo; Viver em comunhão trinitária, com e na Sua Igreja, o amor recíproco.

7 Meditando a Misericordiae Vultus Misericórdia: é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade. (MV 2) Misericórdia: é o acto último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro. (MV 2) Misericórdia: é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado. (MV 2)

8 Meditando a Misericordiae Vultus Misericórdia: é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida. (MV 2) O Espírito Santo, que conduz os passos dos crentes de forma a cooperarem para a obra de salvação realizada por Cristo, seja guia e apoio do povo de Deus a fim de o ajudar a contemplar o rosto da misericórdia. (MV 4)

9 «É próprio de Deususar de misericórdia e, nisto, se manifesta de modo especial a sua omnipotência» (São Tomás de Aquino) Estas palavras de S. Tomás de A. mostram como a misericórdia divina não seja, de modo algum, um sinal de fraqueza, mas antes a qualidade da omnipotência de Deus. Deus permanecerá para sempre na história da humanidade como Aquele que está presente, Aquele que é próximo, providente, santo e misericordioso. (MV 6) «Senhor, que dais a maior prova do vosso poder quando perdoais e Vos compadeceis»

10 «Paciente e misericordioso» é o binómio que aparece, frequentemente, no AT para descrever a natureza de Deus. (MV 6) a misericórdia de Deus não é uma ideia abstracta mas uma realidade concreta, pela qual Ele revela o seu amor como o de um pai e de uma mãe que se comovem pelo próprio filho até ao mais íntimo das suas vísceras. É, na verdade, o caso para dizer que se trata de um amor «visceral». Provém do íntimo como um sentimento profundo, natural, feito de ternura e compaixão, de indulgência e perdão. (MV 6)

11 «NaSagrada Escritura,como se vê,a misericórdia é a palavra-chave para indicar o agir de Deus para connosco.» (MV 9) Ele não Se limita a afirmar o seu amor, mas torna-o visível e palpável. Aliás, o amor nunca poderia ser uma palavra abstracta. Por sua própria natureza, é vida concreta: intenções, atitudes, comportamentos que se verificam na actividade de todos os dias. A misericórdia de Deus é a sua responsabilidade por nós. (MV 9)

12 «Há momentosem que somos chamados, de maneira ainda mais intensa, a fixar o olhar na misericórdia, para nos tornarmos nós mesmos sinal eficaz do agir do Pai.» (MV 3) A misericordia em si mesma, como perfeição infinita de Deus, é também infinita. Infinita e inesgotável é, portanto, a prontidão do Pai em acolher os fillhos pródigos que regressam à sua casa. [ ]. Nenhum pecado humano prevalece sobre esta força e nem sequer a limita (João Paulo Dives in misericordia,, n.13). (João Paulo II,

13 Com o olhar fixo emjesus e no seu rosto misericordioso, podemos individuar o amor da Santíssima Trindade. A missão, que Jesus recebeu do Pai, foi a de revelar o mistério do amor divino na sua plenitude. (MV 8) Agora este amor tornou-se visível e palpável em toda a vida de Jesus. A sua pessoa não é senão amor, um amor que se dá gratuitamente. O seu relacionamento com as pessoas, que se abeiram d Ele, manifesta algo de único e irrepetível. Os sinais que realiza, sobretudo para com os pecadores, as pessoas pobres, marginalizadas, doentes e atribuladas, decorrem sob o signo da misericórdia. Tudo n Ele fala de misericórdia. N Ele, nada há que seja desprovido de compaixão. (MV 8)

14 Nas parábolasdedicadas à misericórdia, Jesus revela a natureza de Deus como a dum Pai que nunca se dá por vencido enquanto não tiver dissolvido o pecado e superada a recusa com a compaixão e a misericórdia. (MV 9) A parábola contém um ensinamento profundo para cada um de nós. Jesus declara que a misericórdia não é apenas o agir do Pai, mas torna-se o critério para individuar quem são os seus verdadeiros filhos. Em suma, somos chamados a viver de misericórdia, porque, primeiro, foi usada misericórdia para connosco. O perdão das ofensas torna-se a expressão mais evidente do amor misericordioso e, para nós cristãos, é um imperativo de que não podemos prescindir. (MV9)

15 «Com a sua palavra, seus gestos e toda a sua pessoa,jesus de Nazaré revela a misericórdia de Deus.» (MV 1) «Então compreendi: Ele ama-me. me. Jesus encontrou-me: está próximo, Ele e eu apenas. Deu-me conforto, perdoou todos os meus erros e não me culpou do mal. Quando era seu inimigo e não respeitava os seus mandamentos, tratou-me como um amigo. Quando lhe fiz mal, retribuíu-me com o bem. Não me condenou pelo mal que fiz, e sem trégua e sem rancor me procurou.» (Dietrich Bonhoeffer, La fragilità del male,, escritos inéditos, Piemme, 2015).

16 Actuando a Misericordiae Vultus A Esposa de Cristo assume o comportamento do Filho de Deus, que vai ao encontro de todos sem excluir ninguém. No nosso tempo, em que a Igreja está comprometida na nova evangelização, o tema da misericórdia exige ser reproposto com novo entusiasmo e uma acção pastoral renovada. É determinante para a Igreja e para a credibilidade do seu anúncio que viva e testemunhe, ela mesma, a misericórdia. (MV 12)

17 «A arquitrave que suporta avida da Igreja é a misericórdia.» (MV 10) Toda a sua acção pastoral deveria estar envolvida pela ternura com que se dirige aos crentes; No anúncio e testemunho que oferece ao mundo, nada pode ser desprovido de misericórdia. A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo. A Igreja «vive um desejo inexaurível de oferecer misericórdia». (MV 10)

18 «Talvez, demasiado tempo, nos tenhamos esquecido de apontar e viver o caminho da misericórdia.» (MV 10) Em certos momentos, até a própria palavra parece desaparecer. Todavia, sem o testemunho do perdão, resta apenas uma vida infecunda e estéril, como se se vivesse num deserto desolador. Chegou de novo, para a Igreja, o tempo de assumir o anúncio jubiloso do perdão. É o tempo de regresso ao essencial, para cuidar das fraquezas e dificuldades dos nossos irmãos. O perdão é uma força que ressuscita para nova vida e infunde a coragem para olhar o futuro com esperança. (MV 10)

19 A Igreja tem a missão de anunciara misericórdia de Deus, coração pulsante do Evangelho, que por meio dela deve chegar ao coração e à mente de cada pessoa. (MV 12) «É o amor aos outros sob forma de misericórdia, o amor que faz alargar o coração e os braços aos miseráveis, [ ], aos despedaçados pela vida, aos pecadores arrependidos. Um amor que sabe acolher o próximo desviado, amigo, irmão ou desconhecido, e o perdoa infinitas vezes. O amor que faz mais festa por um pecador que volta do que por mil justos, e empresta a Deus inteligência e bens para Lhe permitir demonstrar ao filho pródigo a felicidade pelo seu regresso. Um amor que não mede e não será medido.» (Chiara Lubich)

20 Misericordiosos como o Pai, é o«lema» do Ano Santo. Na misericórdia, temos a prova de como Deus ama. Ele dá tudo de Si mesmo, para sempre, gratuitamente e sem pedir nada em troca. Vem em nosso auxílio, quando O invocamos. Ele vem para nos salvar da condição de fraqueza em que vivemos. E a ajuda d Ele consiste em fazer-nos sentir a sua presença e proximidade. Dia após dia, tocados pela sua compaixão, podemos também nós tornar-nos compassivos para com todos. (MV 14)

21 «É meu vivo desejo que o povo cristão reflicta, durante o Jubileu, sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual.»(mv 15) abrir o coração àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais. Quantas feridas gravadas na carne de muitos que já não têm voz, porque o seu grito foi esmorecendo e se apagou por causa da indiferença dos povos ricos. Não nos deixemos cair na indiferença que humilha, na habituação que anestesia o espírito e impede de descobrir a novidade, no cinismo que destrói. (MV 15)

22 Redescubramos as obras de misericórdia corporal: Dar de comer a quem tem fome; Dar de beber a quem tem sede, Vestir os nus; Assistir aos enfermos; Dar pousada aos peregrinos; Visitar os presos; Enterrar os mortos.

23 E não esqueçamos as obras de misericórdia espiritual: Dar bom conselho; Ensinar os ignorantes; Corrigir os que erram; Suportar com paciência as fraquezas do próximo; Consolar os tristes; Perdoar aos que nos ofendem; Rogar a Deus pelos vivos e defuntos.

24 «O espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu: enviou-me para levar a boa-nova aos que sofrem, para curar os desesperados, para anunciar a libertação aos exilados e a liberdade aos prisioneiros; para proclamar um ano de misericórdia do Senhor» (Is 61,1-2).

25 Viver «Um ano de misericórdia»: levar uma palavra e um gesto de consolação aos pobres, anunciar a libertação a quantos são prisioneiros das novas escravidões da sociedade contemporânea, devolver a vista a quem já não consegue ver porque vive curvado sobre si mesmo, e restituir dignidade àqueles que dela se viram privados. (MV 16)

26 Jornadas da Misericórdia AMOR FRATERNO RESPOSTA DO POVO DE DEUS À MISERICÓRDIA DIVINA Muito obrigado e bom Ano Santo

27 JORNADAS AMOR FRATERNO Resposta do Povo de Deus à Misericórdia Divina Jornadas Socio-Caritativas AMOR FRATERNO Resposta do Povo de DEUS à Misericórdia Divina 27