PIS/COFINS: o ato cooperativo pelo prisma constitucional. Marco Túlio de Rose
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1 MARCO TÚLIO DE ROSE GRADUADO EM DIREITO PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL UFRGS ; MESTRADO EM DIREITO, COM ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO DO ESTADO, DA FACULDADE DE DIREITO, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL UFRGS ;
2 PIS/COFINS: o ato cooperativo pelo prisma constitucional Marco Túlio de Rose
3 Repercussão Geral: o que significa: pré-requisito de todo o conhecimento:
4 CF Art Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III- julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.
5 CPC Art. 543-A. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não oferecer repercussão geral, nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei nº , de 2006). 1o Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa. (Incluído pela Lei nº , de 2006). Repercussão, não repercussões
6 Fundamentos Específicos da Repercussão, no caso; REPERCUSSÃO GERAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO RIO DE JANEIRO RELATOR: MIN. EROS GRAU A questão posta nos autos constitucionalidade das alterações introduzidas pela Medida Provisória n /99, que revogou a isenção da Contribuição para o PIS e COFINS concedida pela Lei Complementar n. 70/91 às sociedades cooperativas --- ultrapassa os interesses subjetivos da causa.
7 REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO CEARÁ RELATOR: MIN. JOAQUIM BARBOSA EM AMBOS RECORRENTE É A UNIÃO EM AMBOS RECORRIDA É UMA COOPERATIVA MÉDICA A meu sentir, está presente a repercussão geral da matéria discutida no item c da síntese precedente. Em di versas passagens, a Constituição protege e fomenta a atividade cooperativa (cf., e.g., a liberdade de associação - art. 5, XVIII; necessidade de adequado tratamento tributário, definido em lei complementar art. 146, c; estímulo regula tório ao cooperativismo e ao associativismo art. 174, 2 ; importância do cooperativismo na política agrícola art. 187, VI; expressa previsão das cooperativas de crédito - art. 192).
8 Essa relevância da atividade afasta do legislador infraconstitucional a liberdade irrestrita para definir conceitoschave do cooperativismo, de modo que a respectiva tributação deverá seguir o sentido constitucionalmente coerente para ato cooperativo", receita da atividade cooperativa" e cooperados". Em resumo, a discussão, tal como posta pelo acórdão recorrido e pelas razões recursais da União, tem alçada constitucional.
9 A importância do tema transcende interesses locais, na medida em que afeta diretamente um dos instrumentos expressamente previstos pela Constituição para alcançar objetivos como a redução das desigualdades regionais busca pelo pleno emprego, prestação universal e efetiva de serviços de saúde e educação, dentre outros.
10 Por outro lado, a Constituição não tolera a utilização dessas entidades como instrumentos de mera exploração econômica, isto é, "conduit shells", para unir tratamento regula tório-tributário favorecido ao singelo aumento patrimonial individual. Essa tensão, a meu pensar, confirma a repercussão geral da discussão.
11 Entendendo o Caso Cooperativas não contribuíam para a COFINS nos atos típicos de sua finalidade. Este status era conferido pela Lei Complementar nº 70/91, que foi expressamente revogada pela Medida Provisória nº de O art. 146, III, c, da Constituição, diz que lei complementar dará adequado tratamento tributário ao ato cooperativo. Pode então uma Medida Provisória revogar esta Lei Complementar?
12 O resultado? Pura especulação Tudo vale O que nos parece integra a pré-compreensão do caso.
13 A Norma não estabelece um privilégio, mas uma adequação à realidade da sociedade cooperativa, no intuito de dar ao ato cooperativo um tratamento distinto dos atos empresariais praticados pelas demais pessoas jurídicas. Certeza que advém dos Mandados de Injunção nº 701, 702 e 703, DF
14 MANDADO DE INJUNÇÃO - OBJETO. O mandado de injunção pressupõe a inexistência de normas regulamentadoras de direito assegurado na Carta da República. Isso não ocorre relativamente às sociedades cooperativas e ao adequado tratamento tributário previsto na alínea "c" do inciso III do artigo 146 da Constituição Federal. (São citados vários trechos que ressaltam o ato coopreativo como livre de tributos).
15 1º fundamento da repercussão: Revogação, pode ou não? Ponto a favor Lei Complementar estabelece o tratamento do ato cooperativo Era Lei Complementar e foi revogada por lei ordinária. Ponto contra: Não era lei genérica em matéria tributária de que fala o art. 146, III, c, esta Lei não tem.
16 2º o ato cooperativo implica faturamento quando decorre de negócios externos? Somente será possível sair deste imbróglio se for tudo contado por inteiro. Não era isenção, era não-incidência. Não é faturamento, pois que não é receita bruta de serviços ou bens da cooperativa, mas do cooperado. Ou seja, tudo o que for repassado ao cooperado, é ato cooperativo, que em face disto não é faturamento, nem receita de empresa. Não integra o patrimônio, no RE /MG, receita são valores que recebidos de terceiros incorporam à esfera patrimonial da pessoa jurídica.
17 3º um alerta axiológico Conduit Shell não, ou seja, não serve para enriquecimento sem causa. Mas autenticidade sim. Não é isenção, para algumas categorias, como vem sendo tratado. Mostrar o caso das cooperativas de táxi. É reconhecimento de uma atividade, seja ela exercida por quem for, desde que lícita. Não pode ser usado o conceito tributário que prescreve uma regra geral de conduta, como pressuposto para isenção.
Supremo Tribunal Federal
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