Revista paulista editada em São Paulo de 1911 até Tinha como principal articulador Oswald de Andrade e Emílio de Menezes.
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- Ronaldo Sabrosa
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1 Revista paulista editada em São Paulo de 1911 até Tinha como principal articulador Oswald de Andrade e Emílio de Menezes. Revista de cunho literário, esportivo, sociedade paulista, crítico e com ideias pré-modernistas. Muito bem impressa e redigida. Esta é a capa do nº59 de 21 de Setembro de 1912, com uma crítica feroz ao governo do Presidente Hermes da Fonseca ( ), que instituiu o Estado de Sítio no Brasil.
2 Vindo da Alemanha em 1913, o pintor Lasar Segall realizou uma exposição em São Paulo e outra em Campinas, ambas recebidas com uma fria polidez. Desanimado, Segall seguiu de volta à Alemanha, só retornando ao Brasil dez anos depois, quando os ventos sopravam mais a favor Perfil de Zulmira Bananal
3 A exposição de Anita Malfatti em 1917, recém chegada dos Estados Unidos e da Europa, foi outro marco para o Modernismo brasileiro. As obras da pintora, então afinadas com as tendências vanguardistas do exterior, chocaram grande parte do público, causando violentas reações da crítica conservadora A boba A Estudante
4 Paranoia ou mistificação Monteiro Lobato crítico de arte de O Estado de São Paulo Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas (...). A outra espécie é formada pelos que veem anormalmente a natureza e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...) Embora eles se deem como novos, precursores de uma arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu com a paranoia e a mistificação. (...) Essas considerações são provocadas pela exposição da sra. Malfatti onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e companhia.
5 SEMANA DA ARTE MODERNA
6 ENFIM, A SEMANA! "Seremos lindíssimos! Insultadíssimos! Celebérrimos. Teremos nossos nomes eternizados nos jornais e na História da Arte Brasileira. Trecho da carta-convite de Mário de Andrade a Minotti del Picchia para participar da Semana da Arte Moderna.
7 APRESENTAÇÃO DO EVENTO
8 TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO
9 Definições de posições bem determinadas e próprias. Rompimento com as estruturas do passado. Caráter anárquico e destruidor. Nacionalismo. Pesquisa através da volta às origens. Tentativa de criar uma língua brasileira; a língua falada nas ruas, pelo povo. Repensar a história da literatura no Brasil através da paródia e do humor. Liberdade formal; utilização do verso livre. Quase abandono das formas fixas, como o soneto. Ausência de pontuação, infringindo a gramática normativa. Simultaneidade de cenas, num procedimento semelhante ao da pintura cubista. Enumeração caótica de ideias, formando verdadeiras colagens. Emprego de imagens resultantes da livre associação de ideias, gerando uma aparente falta de lógica no texto.
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11 Publicado no Correio da Manhã em 18 de março de 1924, foi escrito por Oswald de Andrade em Paris. O título do manifesto prende-se à ideia de que o paubrasil tinha sido o primeiro produto genuinamente brasileiro de exportação. O movimento exaltava a inovação na poesia, o primitivismo e a era presente, ao mesmo tempo em que repudiava a linguagem retórica na poesia. Convivem dialeticamente o primitivo e o moderno, o nacional e o cosmopolita
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13 Tecia severas críticas ao que considerava o nacionalismo importado de Oswald de Andrade. Contrapunha a ele um nacionalismo. O grupo elegeu a anta como símbolo nacional e mais tarde autodenominou-se Escola da Anta. Tem por característica textos patrióticos, ufanistas e a idealização do país. Características formais, versos livres, sem rima, sem métrica, em estrofação e discurso não linear.
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15 Foram pronunciamentos feitos em 1926, quando se realizou o 1º Congresso Regionalista do Nordeste. O grupo de Recife, pregava a reabilitação da cultura regional nordestina e seu aproveitamento como motivo artístico.
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17 MANIFESTO GRUPO DA ANTA Seguiu uma linha de orientação política nitidamente de direita, da qual sairia, na década de 1930, o Integralismo de Plínio Salgado Recusando todo e qualquer contágio com ideias europeias, este movimento é uma reação às intenções primitivas do Pau Brasil.
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19 Surgiu em 1928, foi o manifesto mais radical de todos os manifestos da primeira fase modernista. Propunha a devoção da cultura e das técnicas importadas, transformando o produto importado em exportável. O nome do manifesto recuperava uma crença indígena - índios antropófagos comiam o inimigo, supondo que assim estavam assimilando suas qualidades.
20 REVISTAS: KLAXON ( SÃO PAULO) ESTÉTICA (RIO DE JANEIRO) FESTA ( RIO DE JANEIRO) TERRA ROXA E OUTRAS TERRAS ( SÃO PAULO) VERDE ( CATAGUAZES, MINAS GERAIS) REVISTA DE ANTROPOFAGIA ( SÃO PAULO) A REVISTA (BELO HORIZONTE)
21 Liberdade formal. Combate a sintaxe tradicional. Nacionalismo. Procura da linguagem brasileira. Tema principal: a cidade de São Paulo. Expressões ítalo-paulistanas. Linguagem coloquial. Pesquisa folclórica. Principais obras: Paulicéia Desvairada (1922); Lira Paulistana (1946); Contos Novos (1946); Amar, Verbo Intransitivo (1927); Macunaíma (1928); A escrava que não era Isaura (1925).
22 Ode ao Burguês Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, o burguês-burguês! A digestão bem feita de São Paulo! O homem-curva! o homem-nádegas! O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, é sempre um cauteloso pouco-a-pouco! Eu insulto as aristocracias cautelosas! os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros! (...) Eu insulto o burguês-funesto! O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições! Fora os que algarismam os amanhãs! Olha a vida dos nossos setembros! (...)
23 Descobrimento Abancado à escrivaninha em São Paulo Na minha casa da rua Lopes Chaves De supetão senti um friúme por dentro. Fiquei trêmulo, muito comovido Com o livro palerma olhando pra mim. Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus! muito longe de mim Na escuridão ativa da noite que caiu Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos, Depois de fazer uma pele com a borracha do dia, Faz pouco se deitou, está dormindo. Esse homem é brasileiro que nem eu.
24 MACUNAÍMA rapsódia (episódio épico = motivos populares) primitivista do herói sem nenhum caráter = sátira à linguagem usual = obra composta por uma sequência de lendas variadas e justapostas, mescladas com ações ora realistas, ora fantásticas, tudo de forma mais ou menos caótica. Origem narrativa = lenda dos índios amazônicos (Kock Grümberg) reelaborada, alterada, com uso de lendas sertanejas e caboclas, aspectos mágicos da cultura negra = um repertório quase inesgotável de mitos e fábulas + Colcha de retalhos da cultura brasileira + Tom satírico
25 Amar, verbo intransitivo Romance psicológico sobre a educação sexual de um adolescente (Carlos), realizada por uma governanta alemã (Elza). Paulicéia desvairada Primeira obra com elementos modernizadores = inovações técnicas = valorização da realidade de SAMPA
26 Lançou o movimento "Pau-Brasil" (1924) e o "Antropofágico" (1928). Linguagem telegráfica. Rupturas sintáticas. Capítulos curtos. Neologismos. Técnica cinematográfica. Linguagem coloquial e sintética. Humor, paródia. Temas do cotidiano. Quebra de fronteiras entre a prosa e poesia. Principais obras: Memórias Sentimentais de João Miramar (1924); Serafim Ponte Grande (1933); A Morta (1937); O Rei da Vela (1937).
27 Pronominais Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o [bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro Vício na fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados
28 Erro de português Quando o português chegou Debaixo de uma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português. Relógio As coisas são As coisas vêm As coisas vão As coisas
29 No início, influências simbolistas com ligações parnasianas. Fez poemas autobiográficos. Tom melancólico e lírico. Temas relacionados a doenças, mortes, principalmente a tuberculose. Linguagem coloquial, tese social. Folclore negro. Rebeldia e sátira. Uso da ironia. Versos livres. Temas populares. Saudade da infância. Desejo de libertação. Principais obras: A cinza das horas (1917); Ritmo Dissoluto (1924); Libertinagem (1930); Estrela da Manhã (1936); Itinerário de Pasárgada (1954).
30 Vou-me Embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconseqüente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d'água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcalóide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar Lá sou amigo do rei Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada.
31 (...) Enfunuando os papos, Saem da penumbra, Aos pulos, os sapos, A luz os deslumbra. Em ronco que aterra, Berra o sapo-boi: - "Meu pai foi à guerra!" - "Não foi" - "Foi!" - "Não foi!". O sapo-tanoeiro Parnasiano aguado, Diz: - "Meu cancioneiro É bem martelado." Vede como primo Em comer os hiatos! Que arte! E nunca rimo Os termos cognatos. O meu verso é bom Frumento sem joio. Faço rimas com Consoantes de apoio.
32 O Bicho Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem.
33 O Último Poema Assim eu quereria meu último poema Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos [intencionais Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais [límpidos A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
34 Alcântara Machado: Brás, Bexiga e Barra Funda. Cassiano Ricardo: Martim Cererê. Guilherme de Almeida: A flor que foi um homem. Menotti del Picchia: Juca Mulato. Plínio Salgado: O cavaleiro de Itararé. Música e Artes Plásticas: Anita Malfatti - Di Cavalcanti - Santa Rosa - Villa- Lobos - Guiomar Novaes Tarsila do Amaral.
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36 Retrato de Oswald Andrade Retrato de Mário de Andrade
37 A Boba
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39 Manifesto Pau-brasil
40 O Mamoeiro
41 Carnaval em Madureira
42 Manifesto Antropofágico
43 Abapuru
44 Antropofagia
45 Fase social
46 Segunda Classe
47 Operários
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