A Aurora do Pensamento

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1 A Aurora do Pensamento 1

2 ANTOLOGIA DE ENSAIOS FILOSÓFICOS A Aurora do Pensamento máximas e considerações que constituem prolegômenos a uma filosofia posterior. 2 Raul M. Brasil

3 A Aurora do Pensamento 3

4 A Aurora do Pensamento Conhecer para que?...6 Crítica à Literatura Contemporânea...12 A Amputação da Patologia Social...18 Tudo o Que é Belo é Abominável...21 Aos Compradores de Imagens...24 Da Consciência Coletiva...28 O Indivíduo...33 O Indivíduo, a Sociedade e o Devir...37 Dos Tipos de Satisfação...46 O Belo e O Satisfatório...56 Considerações Sobre a Moral...61 Considerações Sobre a Estética...70 Considerações Sobre a Beleza...76 Da Tirania da Beleza...82 Considerações Sobre a Arte...93 Novas Considerações Sobre a Arte Considerações Sobre a Ecologia Uma Crítica à Escola Sobre O Estado e A Educação O Nada Existe? Qual o Sentido da Vida? Pensando as Operações por Zero Uma Introdução Posterior Raul M. Brasil

5 Também é preciso ferrugem: não basta ser afiado! Senão sempre dirão: É jovem demasiado!. Friedrich Nietzsche. Seu conhecer é criar, seu criar é legislar, sua vontade de verdade é vontade de poder. Existem hoje tais filósofos? Já existiram tais filósofos? Não têm que existir tais filósofos? Friedrich Nietzsche. A Aurora do Pensamento 5

6 Conhecer pra quê? 6 Raul M. Brasil

7 Conhecer pra quê? ou das Ciências Humanas. I. Pra quê isso? Certa vez me perguntaram enquanto eu lia Filosofia da Miséria de Proudhon, livro que anterior à pergunta eu tinha dito ser um ensaio sobre economia do século XIX. E a criatura continuou Pra quê ler isso? Não vai te servir de nada, eu prefiro John Green, você conhece? E eu bufei de raiva. Pra quê ler isso? quantas vezes já não ouvi essa pergunta! Eles perguntam como se perguntassem Por que você quer saber dessas coisas? e esse pensamento que transmitem dá corda para um outro que diz que Tudo isso o que você lê não vai te servir de nada. As pessoas não vêem sentido em ler filosofia, economia, psicologia, clássicos ou poesia, ninguém da sincero valor a isso, uns poucos eu diria. Hoje dá-se importância a todo conhecimento que tem seu valor na sua imediatez, nos estudos da escola por exemplo, dá-se valor aos cálculos. E um adolescente que resolve meia dúzia de cálculos difíceis na visão da nossa sociedade será sempre mais inteligente do que aquele que sabe fazer pintura ou que declama poesias muito bem. Dá-se valor à física, à química, por quê? Porque isso é o que gera emprego, isso é o que produz capital e na consciência coletiva de nossa sociedade deve-se viver em função dos impostos que se paga ao estado. Trabalhar e nada mais! Muito Hegel e pouco Marx. E eles continuam: Mesmo com tantas exceções, a matemática é uma ciência indispensável à vida! é o que dizem. E quantas vezes eu já não escutei que A filosofia é inútil? Ah! A filosofia é inútil! Todos os grandes matemáticas foram também grandes filósofos e houve certa época da história em que não havia distinção entre o A Aurora do Pensamento 7

8 que era a matemática e o que era a filosofia, na verdade a matemática nasceu da filosofia, afinal, não foi Pitágoras também um filósofo? A filosofia é a mãe da ciência, a alma mater de tudo o que se pensa, foi pensado e será pensado e toda a ideia que se cultiva em nossa consciência coletiva um dia foi a ideia de um filósofo. Nossa sociedade não sabe disso, nem se preocupa em saber, nada perguntam e nem querem perguntar, e todo o questionamento dessa sociedade visceral é, como diria Skylab, Qual foi o lucro obtido? Essa é a filosofia da nossa sociedade, o capital! E tudo o que não pode produzir capital imediatamente não serve de nada. E por eu criticar nossa sociedade capitalista me chamam de comunista, logo eu que não consigo guardar 10 reais por mais de uma semana! Amo muito do que o capital produz, mas detesto com todas as forças essa sociedade que vive em função de produzir capital. Produzir capital! E que o conhecimento vá para o inferno. É assim que pensam, é assim que foram ensinados para pensar, esse é o pensamento vigente em nossa genética social, é o que herdaram e o que ensinarão para seus filhos, não com essas palavras é claro, mas produzir é o que dizem uns pros outros. Não se pergunta Qual o seu maior sonho quando se encontra um colega transeunte, mas sim Como vão os estudos? e quando parentes distantes vêm nos visitar não é o Sua saúde mental anda bem? que eles perguntam, mas sim já arranjou um emprego? e perguntas assim, perceba, são inevitáveis numa conversação onde não se têm intimidade com alguém, e essas conversas entregam a patologia social que é viver nessa sociedade de formigueiro. II. No entanto, ainda que me esforce para tal, não são um pensador ou um filósofo, não estou além ou aquém do que pensa a consciência coletiva, pelo contrário, sou a mais profunda vítima de tudo aquilo o que escutei durante a minha vida e de tudo aquilo o que me ensinaram, e entre esses meus 8 Raul M. Brasil

9 frequentes devaneios certa vez me perguntei: Pra quê isso?. Ora, ora! Não seria muito mais fácil e muito mais palatável deixar tudo isso de lado? Por que eu me perco tanto em pensamentos pessimistas e em divagações infames que me levam sempre à dor de cabeça? Por que dedico qualquer segundo do meu tempo às ciências humanas? À poesia, ao desenho, à filosofia e à psicologia? Que tudo isso vá pro inferno! Que eu me livre das Dores do Mundo as quais todas essas leituras vêm cultivando em mim! Afinal, a mediocridade sempre foi uma opção! Por que faço questão de me perder em tudo isso, pra quê isso?! E logo após essa epifania acéfala eu dei a mim a resposta para as minhas próprias perguntas: Todo leitor é um louco. Todo leitor é um esperançoso otimista, um louco a princípio de todas as coisas, um louco! E a leitura dos bons leitores é das mais inspiradoras. Todo poeta é um louco. Todo poeta é um esperançoso otimista, um louco a princípio de todas as coisas, um louco! E a poesia dos bons poetas é das mais inspiradoras. Todo filósofo é um louco. Todo psicólogo é um louco, todo músico e todo artista, todo ator e todo cronista, todo artesão e todo psicanalista: São todos uns loucos! E por que são assim, tão fora de si? Porque carregam, no fundo de seu coração uma esperança dantesca. Os que lêem, lêem porque o mundo não basta. Lêem para fugir de toda guerra e toda fome, toda dor e toda mágoa, lêem por que a vida não basta, e não é assim também com quem produz(digo no sentido humano)? O filósofo pensa para fugir da mazela humana, ou para resolvê-la, e em sua filosofia expressa a infinita esperança de que toda essa situação um dia escape, assim como faz o poeta e o psicólogo, assim como fazem os artistas e os artesãos. O poeta escreve, o psicólogo cura, o artista pinta e o artesão cria, e porque insistem em fazer o que fazem? Por que carregam em seus corações a infinita loucura de querer que suas atividades lhes protejam do mundo, ou ainda, que mude ele! E esses tipos são os mais inspiradores. Eles inspiram porque são ousadamente loucos para terem a esperança A Aurora do Pensamento 9

10 de que o que fazem mude o mundo, ou mude qualquer coisa, são eles os agentes da mudança! O artista inspira o garoto a desenhar, que começa, e se torna um artista que inspira tantos outros, e um dia, quem sabe, a arte mude o mundo! O filósofo ou o professor ensinam seus alunos a pensar, e esses se tornam mestres, e ensinam para tantos outros a loucura de querer mudar o mundo. E é assim, palavra por palavra que se muda qualquer coisa, é assim que se dá a mudança, não existe revolução súbita, nada acontece de um dia para o outro, toda grande revolução se antecedeu de pequenas mudanças, pequeninas, que acabaram por mudar tudo. Ora, antes de revolucionar a física, Newton teve que ler o seu primeiro livro, e página por página ele tecia o ornamento do seu devir. E é por isso que eu insisto em fazer o que faço, é por isso que me dou às ciências da alma, à filosofia, ao desenho, à poesia e à psicologia, porque carrego em meu seio a esperança de mudar o mundo! E senão, de mudar qualquer coisa, de mudar minha mágoa, minha tristeza, ou a mágoa e a tristeza de alguém, eu quero um phanta rei absoluto! Tenho a louca esperança de que um dia tudo vai ficar bem! E eu sei que os agentes da esperança não são os ignóbeis, os estáticos, os felizes e contentes, mas sim os que pensam, os que fluem, os inquietos, esses foram os que mudaram o mundo! Tenho a esperança de mudar as pessoas ao meu redor, e sei que muitas vezes já o fiz, tenho a esperança de mudar a mim, de me conhecer tão intimamente que poderei me considerar meu melhor amigo e meu próprio mentor, eu tenho essa esperança! Eu sei. Isso é ousado, é absurdo, mas eu não ligo. Eu quero mudar a condição da minha alma, quero elevar o meu espírito, e se não for algo muito presunçoso, quero elevar o espírito de tantos outros! É pra isso que servem as minhas leituras, as minha produções e isso é tudo o que eu quero, a ataraxia, a beatitude, a consonância da alma, isso é o que importa! 10 Raul M. Brasil

11 III. E se não for fazer o que faço, e se não for ler o que leio, produzir o que produzo, o que fazer da vida então? Pra quê isso? Pra que serve a filosofia? Ora! Pra que serve qualquer coisa então? IV. A física e a matemática já levaram o homem à lua, e eu, um louco, tenho a esperança de que a arte e a filosofia levem o homem a si mesmo!1 1. A ideia do ensaio veio quando lia Três Irmãs de Tchekhov, e num dos diálogos do livro tive a resposta para algo que me inquietava: Por que leio?, Por que ouso querer saber?. Inspirado pelos diálogo de Vachinin com as três irmãs, e ainda, inspirado em tantas outras coisas que não cabem na alma, às 4 da manhã fui escrever este ensaio, com a ironia na cabeça: Encontrei lendo, a resposta para porquê insisto em ler. E no fundo, é por isso que leio e é por isso que tantos lêem, procuramos nos livros as respostas que não conseguimos dar a nós mesmos. A Aurora do Pensamento 11

12 Crítica à Literatura Contemporânea 12 Raul M. Brasil

13 Crítica à Literatura Contemporâea: A imbecilização da Literatura. A condição deplorável da literatura atual(...) tem sua raiz no fato de os livros serem escritos para se ganhar dinheiro. Qualquer um que precisa de dinheiro senta-se à escrivaninha e escreve um livro, e o público é tolo o bastante para comprá-lo. A consequência secundária disso é a deterioração da língua 1. (Arthur Schopenhauer) Se no século XIX, época em que foi escrito o livro, Schopenhauer já via o teor cancerígeno que tomava a literatura, imagine como ele se sentiria se vivesse nos tempos de hoje. Na época, grandes romances foram publicados: Crime e Castigo(- Dostoiévski), Madame Bovary(Gustave Flaubert), Guerra e Paz(Liev Tolstói), Frankenstein(Mary Shelley), Drácula(Bram Stoker) são somente alguns dos clássicos que me vêm à cabeça quando eu penso neste período da história. Mas é claro, os bons livros não são a regra, e sim a exceção. E se em meio a tantos gigantes da literatura existiam ainda os autoreszinhos, imagine hoje! Onde os indivíduos considerados como grandes escritores e escritores de sucesso escrevem livroszinhos sem nenhum teor verdadeiramente literário, com uma escrita ridícula, temática saturada e desintelectualizada! E o pior, o que é realmente preocupante é que existem aqueles que compram dessa literatura idiota! idiotas comprando livros de idiotas... parando para pensar não é tamanha surpresa. Como foi dito no trecho, os livros são escritos para se ganhar dinheiro, e isso é inegável! Os autores contemporâneos não escrevem pela literatura em si, e tampouco pela arte de escrever, escrevem para vender! E daí utilizam os mais va- 1. Em A Arte de Escrever A Aurora do Pensamento 13

14 riados recursos para angariar a maior quantidade de imbecis possível: A temática comum; que é explorada até a última gota de criatividade, e daí vêm os livros de bruxos, vampiros, lobisomens, jovens problemáticos, deuses e semi-deuses e seus afins; personagens rasos, e sempre jovens para atingir o público alvo e vender mais, não existe mais uma psicologia ou uma complexidade por detrás dos conflitos dos protagonistas, na verdade, parando para pensar, os protagonistas são os mesmos em todos os livros! O típico padrão de jovem que precisa resolver um conflito - e resolve - onde está a criatividade nisso? E claro, sem falar da linguagem que chega a ser vergonhosa perto do que já foi um dia. O que os autores norte-americanos e ingleses fizeram com o legado deixado por Hemingway, Thoreau, Byron e Shakespeare? Nada! E é nessa miscelânea néscia que nasce a literatura popular, a literatura destinada às vendas, ao grande público, à massa! Pode perceber que os livros nas vitrines das livrarias seguem um mesmo padrão e sempre são de um teor imbecil(para aqueles que têm o mínimo de criticidade literária), livros de auto-ajuda que tentam misturar psicologia com religião e acabam mesmo é fazendo uma releitura(ou cópia, propriamente dita) das teorias psicológicas de Gardner, livros de filosofia de gurus que nunca contribuíram verdadeiramente para a filosofia como tal e os romances infanto-juvenis dos quais a pouco falei. Uma literatura idiota para um público contundentemente idiota(percebam que essa palavra vai se repetir muito no decorrer desse ensaio). O principal público alvo dos escritorezinhos são os jovens, ou os leitorezinhos estes últimos, tão burros quanto os primeiros. Claro, pois, escrever uma imbecilidade tem em si algo de útil(o dinheiro), mas comprar uma imbecilidade é ato que somente os verdadeiros imbecis fazem, e pior, ainda gostam da imbecilidade! 14 Raul M. Brasil

15 Tudo o que conhecem se resume em seus romancezinhos de vitrine de livraria, perceba, muitos conhecem o vampiro de Crepúsculo, os idiotas gostam do personagem, poucos conhecem O Vampiro de John Polidori, e pouquíssimos são os que sabem apreciar tal personagem. A literatura popular toma conta dos jovens, e é em parte por isso que a grande maioria destes tem a mente tão rasa. Ponha um jovem para ler 1000 livros de literatura popular(isso inclui toda a produção desintelectualizada moderna: os romances, poemas, livros de filosofia, finanças e auto-ajuda) talvez ele se divirta e sinta prazer em tal, mas 1000 livros depois vai continuar com a mente rasa e infecunda típica do jovem moderno. Agora ponha um jovem para ler 1000 livros de literatura clássica(dos grandes autores e filósofos como tal) e ele se tornará um erudito(claro, se tiver suficiente ócio para entender o que leu). E há uma deficiência ainda maior na poesia! Se são poucos os bons romancistas da atualidade, são raros - raríssimos - os bons poetas que atingem algum sucesso. Os poetinhas contemporâneos não escrevem nada mais que uma desconstrução tediosa(ai de Mallarmé se visse uma produção dessas), e quando não, escrevem os poemas curtos sobre amor que apesar de ser um tema atemporal é transmitido através de uma estética e linguagem tão saturada que somente os ingênuos conseguem apreciar. Há ainda aqueles que declamam sua poesia, e encantam os ouvidos de muitos leitorezinhos, esses últimos que nunca tiveram o prazer de ter o contato com uma poesia de verdade e, conhecendo somente a poesia popular, se encantam com quaisquer arranjozinhos e versozinhos que falam alguma coisa que lembre a eles uma decepção amorosa ou um traço de suas personalidades. A temática da poesia moderna é sempre a mesma, as linhas e entrelinhas do que se lê pouco ou nada têm a dizer de modo que o que importa na poesia é como soa o verso-chave. Se no poema, ou texto, houver uma frase bonita que soe bem, o leitorzinho vai A Aurora do Pensamento 15

16 se encantar, logo depois vai tirar uma foto, postar nas redes sociais com uma legenda quase sempre próxima de algo como tão eu!. A poesia contemporânea não passa de masturbação verbal: belas palavras(para os ouvidos dos ingênuos) ditas de uma maneira que soe bem, e está feita a poesia! Sem nenhum teor verdadeiramente literário, sem nenhuma ambição estética ou domínio da língua. De modo que, quem prefere um dos livros de poesia da vitrine de uma livraria à um clássico literário-poético como um Eu, Lira dos Vinte Anos, Hours of Idleness, Faust ou Les Fleurs du Mal é alguém no mínimo desintelectualizado e desinformado(para não dizer estúpido). A verdade é que não se escreve mais para a literatura e não se lê mais para a literatura, felizmente ainda existem alguns Bukowskis, Chico Buarques e Adonis que conseguem transmitir um pouco da boa literatura ao grande público. Mas a tendência é que os bons escritores aos poucos percam visibilidade, e isso já acontece, um bom escritor de verdade dificilmente é aquele que vai ser aceito por uma editora, pois a editora visa tão somente o lucro, enquanto o bom escritor visa a arte de escrever, e há aí um conflito de interesses, de modo que os bons escritores(ao menos boa parte deles) são marginalizados, no sentido de estarem à margem do mercado editorial, e muitos dos bons livros que são escritos nunca serão publicados, o que é uma verdadeira tragédia para a literatura. Os escritores contemporâneos não têm nenhuma ambição literária em suas obras, não visam nenhuma inovação e escrevem sempre mais do mesmo(pois isso vende) e a literatura se encontra estagnada e lenta em seu processo de crescimento, de modo que o mercado editorial só toma novas rédeas quando um bom escritor(outrora desconhecido) publica um bom livro e faz os autorezinhos terem um vislumbre do que é a verdadeira literatura, dando a eles algo sólido para se inspirarem. 16 Raul M. Brasil

17 Quer ler um bom livro? Digo, um livro de verdade com uma literatura de verdade? Compre o livro de alguém que já morreu, compre o livro de um escritor que poucos conseguem entender ou senão, procure nos confins das obras rejeitadas pelo mercado editorial. Aí se encontram os bons livros! A Aurora do Pensamento 17

18 A Amputação da Patologia Social 18 Raul M. Brasil

19 A Amputação da Patologia Social. A produção intelectiva é patológica. Não deveria ser, mas está sendo. Se eu fosse apontar um sintoma da imbecilização da cultura e da sociedade, atentaria à produção intelectiva nas prateleiras das livrarias. Estas, coitadas, deixaram de ser estantes de conhecimento e passaram a ser estantes de farmácia, as livrarias, hoje, são farmácias, e os livros são paliativos. E essa metáfora aparentemente louca e equivocada faz todo o sentido quando percebemos a patologia social e o escoamento do conhecimento, a sociedade está doente, intermitentemente doente e ela busca seus remédios. Como dito, o que vemos nas vitrines são paliativos e não remédios. Isso por uns tantos motivos, a começar pelo fato de que aqueles amontoados de folhas de papel que me recuso a chamar de livros não passam em seu âmago de um conhecimento regurgitado, algum guru querendo dinheiro vomitou um pouco de enganação e falsas esperanças em duas centenas de páginas e decidiu vender isso em uma livraria, a maioria desses livros que vemos não passa disso: vômito de quem acha que sabe alguma coisa. O propósito desses livros, perceba, não é ajudar o leitor, é gerar capital para quem o escreveu! Você não acha conveniente demais existir um livro com a proposta de resolver o que é exatamente o seu problema, ou o que é exatamente o problema de toda uma camada social? É conveniente demais sim, e por isso foi escrito, percebendo a demanda e necessidade de todo um público social sôfrego alguns autores decidiram vender a resolução para esses problemas sob a máscara de oferecer ajuda, no entanto, ajuda não se vende. Aquilo não é ajuda, não é resposta, aquelas produções, em sua grande maioria, são tentativas de ganhar dinheiro. A Aurora do Pensamento 19

20 E o público sedento, doente, cansado e desesperado corre para as livrarias comprar ajuda, comprar a resposta de seus problemas, e compram! O público cria o monstro que chamamos de best-sellers. E podemos notar que não estou equivocado quando notamos o produto do conhecimento desses livros: nada. Nunca vi em minha vida uma única pessoa que teve sucesso nas finanças através da leitura dos livros de finanças que prometiam conhecimento sobre o assunto. Nunca vi, em minha vida, um leitor de auto-ajuda que não precisasse desesperadamente fazer terapia. As pessoas lêem esses livros incansávelmente, por anos e anos, páginas e páginas e nada em suas vidas muda de fato, eles sentem a ilusão de uma mudança, a ilusão de um conhecimento, mas é tudo miragem, é tudo um paliativo para suas dores, embora os livros que compram consigam convencê-los de que estão bem, eles não estão. Continuam doentes, e os livros em suas cabeceiras não são seus remédios, são o sintoma de suas doenças intelectivas. 5 passos para a felicidade, 6 passos para o enriquecimento, 7 passos para a espiritualidade, 8 passos para o conhecimento. São tantos passos vendidos por aí dando a entender que qualquer tipo de conhecimento possa ser adquirido de maneira simples, o que não se pode que ao menos um deveria ajudar de fato. Ah! Queria eu amputar as pernas desses autores para mostrar o que são de verdade! Assim quando um pobre coitado fosse em busca de conhecimento nas prateleiras de sua farmácia bastaria olhar para os pés do autor e notar: Ele não tem pés! E... não tendo pés, como pode me vender seus passos?. 20 Raul M. Brasil

21 Tudo o que é Belo é Abominável A Aurora do Pensamento 21

22 Tudo o que é Belo é Abominável ou do Niilismo Estético. I. Eu condeno a beleza, isso é evidente, não é a primeira vez que escrevo sobre. Eu abomino tudo o que é belo! Por que? Muitas vezes me perguntam A que se deve tão radical pensamento?. A beleza é um raveña, um abantesma! Uma histeria social, um Deus perverso eu vos digo! E por quê? Porque ela é tudo o que importa! E isso é a mais pura verdade! A beleza está entre os deuses do mundo moderno, juntamente com a Mídia, o Lazer e o Dinheiro, eis o panteão do metamodernismo, eis tudo o que importa! Se mata por isso, suicida-se por isso, a beleza é tudo, quando não deveria ser nada! Eu estou louco? Absolutamente não! Você é quem não escuta a música que tanto dança! Não vê? Todos por aí esforçando-se para serem belos uns pros outros, comprando roupas que não precisam, se submetendo a cirurgias e tratamentos, chorando por não serem belos o suficiente, querem ser desejados não pelo que são mas sim pelo que parecem ser! E se apaixonam não pelo o que a pessoa é, mas pelo o que ela parece ser! A beleza é uma doença, e dos piores tipos! Nunca se é belo o suficiente, nunca! Nunca se é aceito o suficiente, nunca se deseja nem se é desejado o suficiente e aí as pessoas adoecem, adoecem pela beleza! E se entristecem eu não sou belo o suficiente, não sou desejado o suficiente, não sou atrativo o suficiente que patologia social! Pouco importa a alma, o espírito, o intelecto, o caráter, tudo o que se deseja é ser belo e consumir da beleza alheia, são uns loucos, completamente loucos! E loucura tão maior está nos que falam de aceitação. Ah! Esses não percebem! Não basta aceitar aquilo o que está fora dos padrões, o que não agrada à consciência coletiva, é preciso abolir os padrões, e não simplesmente aceitá-los, é preciso abolir a bele- 22 Raul M. Brasil

23 za! O niilismo estético é a verdadeira cura para essa sociedade repleta de espelhos que refletem imagens tristes de pessoas que não se acham o suficientes! II. A beleza é um Deus, como eu disse, e dos mais perversos! E como em toda religião, há entre os adoradores da beleza os fundamentalistas que não aceitam nada do que não é belo! Pelo contrário abominam o que não agrada a seus padrões! Eles vêem as coisas que são diferentes daquilo o que gostam e cospem, ou desejam a morte! E é daí que surgem os higienistas sociais, esses tritões psicopatas que vêem tudo o que não lhes é belo como uma poluição visual, e desejam a todo custo se livrar daquilo! Vêem um mendigo na rua, e desviam o olhar, ignoram, vêem com mau olhar, muitas vezes, matam ou queimam! Eles pensam Que horror! Que inutilidade! Que inconveniente! Essa criatura, que não agrada aos meus padrões é das mais horríveis, do tipo que não merece meu amor ou minha caridade, eu as desprezo e gostaria que morressem! É assim que pensam em seu inconsciente, e é assim que trabalham, subjugando pobres e deficientes, rindo de quem não é igual! III. É na ausência da Beleza em que tudo se torna belo! A Aurora do Pensamento 23

24 Aos Compradores de Imagem 24 Raul M. Brasil

25 Aos Compradores de Imagem. I. Existem imagens. Sim. Estão lá e cá para que todos vejam. Cada um tem a sua imagem, cada um passa e vende sua imagem, imagens únicas, diferentes e próprias. Todos somos uns pros outros reflexos de nós mesmos e apenas, uma fenomenologia de um Eu que nunca será a completude do eu mesmo. A imagem que nós mostramos uns pros outros não é e não pode ser nada mais do que uma simples imagem, uma visão estática e grosseira da infinita complexidade que é um ser humano, que é uma pessoa. Uma imagem mostra muitas coisas, e isso é fato. A imagem que eu tenho de você me mostra seu cabelo, seus olhos, suas roupas, suas mãos, sua voz, seu jeito de andar... Mas, sinceramente, de quê isso importa? Como eu disse, a imagem é um reflexo, uma sombra grosseira, um vulto avulso, que me importa o seu cabelo, a sua boca ou os seus olhos? Nada! Isso em nada muda minha vida! Sabe o que realmente me importa, e o que realmente deveria importar? Tudo o que não é imagem. Tudo o que a imagem não pode mostrar é o que realmente é importante. Sim, você tem belos olhos, mas por favor, me fale o que você achar ser a coisa mais bonita no mundo, ou talvez você se vista estranho, mas por favor, me conte qual o seu maior medo, ou ainda, você pode ter o cabelo pintado de muitas cores, mas me diga, qual é a sua filosofia de vida?. A imagem mostra muito como eu disse, mostra muita coisa, mas ainda assim, mostra tão pouco, tão pouco! Uma pessoa não se resume em sua imagem, uma pessoa é mil outras coisas, mil outras formas! Uma pessoa tem por trás de sua imagem um milhão de sentimentos, sonhos, desafios e tristezas! Sim, imagens podem ser belas e tentadoras, podem ainda ser intimidadoras e controversivas, mas do A Aurora do Pensamento 25

26 que diabos me importa esse maldito estereótipo? O que me importa é o espírito, a alma! A imagem não é nada perto dessas coisas e a imagem nada deveria importar perto dessas coisas! II. Mas, por um infinito infortúnio, por mal costume ou simplesmente por fraqueza de espírito existem ainda os compradores de imagem, ah! Esses tipinhos... Para essas pessoas de sentimento grosseiro e ignóbil tudo o que importa é a imagem, tudo o que importa é o que se vê e o que se aparenta! De que me importam os seus sonhos? Quero mesmo é saber por que você não está bem vestido. Idaí que você é uma pessoa cândida que faz tudo por quem ama? Eu quero mesmo é que você tire essa tinta do cabelo. Não quero saber se você é feliz ou não, quero mesmo é saber por que você tem uma imagem tão diferente da minha! Ah! Esses tipinhos tão trágicos! É triste ver pessoas um um espírito tão raso, quase inexistente! É uma fatalidade uma mente assim, que se cultiva na patologia dos nossos fatos sociais, um costume que vem de uns poucos anciões retrógrados e que se prolifera com uma doença na consciência coletiva de uns muitos. Ah que tristeza! Essas pessoas estão rodeadas de sentimentos superficiais, claro! Pois vêem imagens e não pessoas! Se relacionam com imagens, são amigos de imagens, amam imagens e fazem todo um lamento ribombante quando seus amigos ou namorados lhes traem ou mostram ser o que não parecia ser, quanta futilidade! Como esperar qualquer profundidade de sentimento numa pessoa cuja qual você só comprou a imagem? Você só quer a imagem, ser dúbio! Se se decepcionou com a alma deveria então ter procurado alma, oras! Chega a ser revoltante... E o que falar daqueles viciados no belo? Ah! A imagem do belo! Tudo o que importa é a beleza! Sê belo então sê tudo, 26 Raul M. Brasil

27 os compradores da beleza são uns doentes, loucos ensandecidos que, mais que comprar a imagem do belo, se vendem por isso! Se humilham por algumas migalhas de beleza, uns olhos bonitos, um queixo quadrado, para essas pessoas isso é tudo! Tudo! Não surpreendente são essas as pessoas que mais se frustram com as almas uns dos outros, ah! Esses malditos compradores de imagens! III. Não compre imagens. Não compre nada! Cultive almas, sentimentos, prazeres! Cultive o que há de rico em sí mesmo e em outrem, procure o espírito, o âmago alheio, e se surpreenda com a profundidade que você pode encontrar nos outros. Não compre imagens, cultive almas! E seja um pouco mais feliz com o mundo e consigo mesmo. A Aurora do Pensamento 27

28 Da Consciência Coletiva 28 Raul M. Brasil

29 Da Consciência Coletiva. I. Você já parou para pensar por que as coisas são como são? ; Isso é, por que as coisas funcionam como funcionam?, Por que você é como é?. Isso parece um tanto quanto prolixo, mas eu lhe convido ao pensamento: Qual a espetacular série de fatores levou você a ser como você é neste exato momento? Que tipo de influências decaíram sobre você para você ser como é? E ainda pergunto: por que você faz o que faz? E por que pensa o que pensa? Você faz o que faz porque assim deseja ou porque é coagido? E o que deseja é um desejo realmente próprio ou lhe é externo? Sim, são perguntas demasiadas e confusas para serem respondidas fácil e mecanicamente talvez requeiram um certo esforço do meu caro leitor, mas lhe adianto: a verdade é que muitas vezes(se não, todas), não sabemos a que se deve o nosso pensamento ou o porquê de fazermos certas ações. E, em poucas palavras, é sobre isso que o ensaio pretende transcorrer: a autonomia do indivíduo perante a sociedade. Afinal, até que ponto a sociedade influencia o indivíduo? No fluir de suas histórias as sociedades criam e cultivam uma cultura que tende a mudar e a se adaptar ao tempo. Essa identidade por sua vez pode ser percebida em diversas camadas da vida do indivíduo, em seu trabalho, na sua crença, em sua etiqueta, sua ética, sua moral, em suma a identidade do indivíduo não foi ele mesmo que criou isso porque sua realidade o antecede, seu ser-aí foi jogado na cultura de uma sociedade e nessa desenvolveu-se, não pode ser concebido Indivíduo para além de uma Sociedade pois o Indivíduo é A Aurora do Pensamento 29

30 a invenção da mesma. E os indivíduos, por biologia, tendem a se agrupar em sociedades. Isso deixa evidente uma simples questão que muitas deixam passar despercebido: A personalidade não é em si, não é autônoma e livre, ela depende de seu meio, de sua cultura e de sua sociedade. Uns dizem eu sou o que sou porque assim quero ser e eu faço o que faço porque assim quero fazer mas não percebem as cordas da sociedade em suas ações, fazem o que fazem porque bem querem ou passaram décadas de suas vidas sendo instruídos a quererem isso? Querem o que querem através de uma consciência totalmente plena e autônoma, ou nesse querer sempre houve a mão fantasma da sociedade sobre o desejo? E essas questões parecem ainda mais evidentes quando paramos para observar o quotidiano do indivíduo, ao meu ver, é aí onde a sociedade e a cultura mais expressa sua influência sobre a pessoa, pois é aí onde podemos ver a cultura enrijecida no inconsciente do indivíduo, através de suas atividades mecânicas, seu acordar, sua higiene, seu ir trabalhar, seu conversar, seu pensar, no quotidiano parece que o indivíduo não apresenta consciência de si mesmo e consciência de seu ser-no-mundo, ele está ali fazendo as atividades que têm que fazer, e não lhe é necessariamente um querer próprio, mas aqueles afazeres diários estão tão inerentes em sua mente que ele faz o que a sociedade lhe instrui a fazer de modo quase robótico, sem pensar muito, sem tanta consciência ele apenas vai e faz. Às vezes a sociedade se faz presente no indivíduo até nessas pequenas ações do dia-a-dia, assustador não? De mesmo modo acontece com as crenças, e não falo somente de religião aqui, falo de qualquer coisa na qual se acredita. A sociedade está nessa estilha de nós. O nosso código moral não é nosso ele nos antecede, nossa visão de mundo não é nossa construíram isso em nós, o nosso Deus nem sempre é necessariamente nosso, isso pois muitas vezes fomos incunbidos a acreditar nisso de tal modo que uns tantos não têm consciência de que podem questionar a isso, nossa 30 Raul M. Brasil

31 língua não é nossa, nosso jeito de sentar-se a mesa, quantos livros lemos por ano, nada disso é necessariamente nosso, muitas vezes essas questões antecedem a nossa existência, então nascemos e constroem em nós a consciência da sociedade. O Além-do-Eu como eu costumava chamar, esse nome que se dá à abstração da consciência da sociedade que exerce uma influência diretamente indireta sobre nós e sobre nossa individualidade. Além-do-Eu tudo o que está inconscientemente em mim e cujo qual a escolha está para além da individualidade do meu querer, isso pois, é indubitável o fato de que nem toda o pensamento, a escolha ou o desejo é uma construção do indivíduo, e sim, muitas vezes, uma sugestão da realidade que o antecede. Não estou dizendo que o homem é uma criatura cuja qual toda e qualquer escolha não lhe é própria. Não. O que estou dizendo é que o actio humano, o agir humano, é profundissimamente influenciado pela sociedade em que se insere. E note: estar sob influência não é estar sendo coagido, é estar sob sugestão. A sociedade não necessariamente coage as escolhas do Indivíduo(embora uns tantos sintam-se assim), ela age como um sussurro distante, aquela voz que está lá mesmo quando não escutada. Só para super-homens existe a livre-escolha independente do que lhe é Além, do que lhe é externo, todo Indivíduo se constrói numa sociedade, seja de homens ou de lobos, antropologicamente falando, Ser é Ser-em-Sociedade pois é aí que se significa o que é o indivíduo, e dificilmente uma ação desse Ser-em-Sociedade estará livre das influências da sociedade. II. Outro nome que aparece em certos ensaios é Consciência Coletiva, e explicar esse nome não poderia ser mais óbvio do que dizer que é a consciência de um conjunto de pessoas, mas extrapolando os limites do óbvio eu posso dizer: tem-se por Consicência Coletiva, as crenças do coletivo que, apesar A Aurora do Pensamento 31

32 de se manifestar na maioria da população de uma sociedade não se aplica a todos. Consciência Coletiva trata-se também da ja dita abstração das crenças da sociedade que recaem como influência sobre o indivíduo. Consciência Coletiva ou ADE (chame como preferir) pode-se entender também como o Outro (comparável ao Grande Outro em Lacan). Um outro invisível o qual estamos sempre pedindo a opinião e sempre preocupados em agradar, quando quero fazer certa coisa e logo eu me pergunto O que os outros vão achar disso?, Qual vai ser a reação da minha mãe, do meu amigo ou da minha namorada?, esse Outro ou esse outros é a Consciência Coletiva no consciente de nossa mente, e, perceba, só fazemos a nós mesmos essa pergunta supracitada quando queremos, pensamos ou fazemos algo que extrapola a Consciência Coletiva, isso é, que extrapola o que a sociedade, em geral, aceita por certo e errado, aceita por belo ou feio, enfim, extrapola o que a sociedade aceita. É pela reles existência desse pensamento que se percebe que não existe escolha plena e totalmente livre e que a escolha parece estar sempre sujeita ao Outro, mesmo contra-cultural, qualquer ação é pensada no Outro. Isso é algo que muitas vezes não se percebe, mas sempre está lá, esse Outro, essa Consciência Coletiva que tanto exige e tanto faz punirmos a nós mesmos, esse Além-do-Eu, abstrato, invisível, impalpável e incontrolável. Talvez não perceba ou se dê conta, mas você está sempre atendendo aos caprichos do Outro, e boa parte das escolhas de sua vida não são plenamente suas, visto que você foi instruído e criado para tal, o Homem é um construto social, e da sociedade nunca se livra, tanto que, dificilmente ele está consciente de si enquanto indivíduo, enquanto Ser-aí ou Ser- -em-mim ou Ser-em-sí, em boa parte da sua vida será um Ser- -em-sociedade, um homem-formigueiro, que não vive para si, e sim para O Outro! 32 Raul M. Brasil

33 O Indivíduo A Aurora do Pensamento 33

34 O Indivíduo. I. Eu diria que é impossível falar de indivíduo sem falar de sociedade. Pois vem da sociedade mesma a concepção de indivíduo, e essa dialética indivíduo-sociedade sempre decai na mesma pergunta: É o Indivíduo que cria a sociedade, ou é a Sociedade que cria o indivíduo? Pode-se conceber sociedade em dois aspectos distintos, a princípio temos a concepção espacial de sociedade, isso é: sociedade tratando-se de um agrupamento de indivíduos que atuam em harmonia e em colaboração mútua. Enquanto ser-vivo e animal, o ser-humano tem também a pulsão universal da autoconservação, isso é, a pulsão de querer conservar a própria vida, e para isso, tende a se unir com outros de sua espécie em função da sobrevivência, criando assim colônias que se agrupam e vêm a ser o que chamamos de sociedade. Sociedades de indivíduos tendem a se localizar espacialmente, determinado grupo se encontra em determinado território, lá habita e constrói-se a sociedade deste grupo. No entanto, o ser-humano tem um diferencial em relação aos demais seres-vivos, dizem que o que diferencia o homem do animal é a alma, o amor, o sentimento ou a razão. E tudo isso é um equívoco dantesco. Como podemos notar em Roque Laraia, e também em Yuval Noah Harari, é o advento da cultura que diferencia os seres-humanos dos demais animais! Sem cultura não haveria sequer a própria concepção dos conceitos ditos anteriormente, alma, amor ou razão, e nesse último não diferimos tanto de outros animais, a verdade é que a acumulação de experiências e o ato de herdar conhecimento desenvolveu a razão do homem. E enfim, é a cultura o outro aspecto da socie- 34 Raul M. Brasil

35 dade. Num agrupamento social os indivíduos tendem a criar suas próprias crenças, sua própria lógica, sua própria linguagem e seus próprios costumes, e o agregado desses construtos sociais é o que chamamos de Cultura, que se encontra armazenada na Consciência Coletiva(Ou Inconsciência Coletiva, não me importo muito com o termo). Isso não responde necessariamente a pergunta é o indivíduo que cria a sociedade, ou é a Sociedade que cria o indivíduo?, mas dá gancho à resposta. A sociedade, enquanto agrupamento de indivíduos é formada, obviamente, pela união de indivíduos, que, por fatores biológicos tendem a esse agrupamento como tal. Esses indivíduos, agora unidos, tendem a criar uma cosmovisão que lhes é própria e tende a ser coletiva, têm sua própria lógica, linguagem e posteriormente sua própria cultura. Os indivíduos posteriores à essa sociedade primordial, e que pertencem a mesma, tendem a ser construídos socialmente para serem adaptados à cultura de sua sociedade, herdam a cultura por assim dizer, e herdam a realidade que lhes é extrística. O indivíduo, a priori constrói a sociedade, e o indivíduo, a posteriori, é construído pela mesma. O indivíduo, é, portanto, um construtor e um construto social. O indivíduo é portanto, necessariamente, um Ser-em- -sociedade. Isso porque, por excelência não se pode pensar em um indivíduo para além de sua natureza social. Pensar em um indivíduo totalmente singular e totalmente distinto dos demais seria um equívoco isso pois, tanto por fatores tanto biológicos quanto sociológicos, a própria possibilidade de vir-a-ser do indivíduo é determinada pela facticidade de seu mundo ou de sua sociedade, como podemos ver em Heidegger. Conclui-se aqui que Ser(o ser-humano) é Ser-em-Sociedade pois é indissociável da sociedade e nisso encontra-se uma impossibilidade de pensar a existência para além de um aspecto social. O self humano vai estar sempre de encontro ao Outro, ao mundo, à sociedade. A Aurora do Pensamento 35

36 II. Sabe-se que o indivíduo tem também, além da pulsão da autoconservação, uma pulsão ao ego, uma pulsão à auto- -expansão como, grosso modo, podemos ver em Nietzsche. À medida em que o indivíduo é um ser que atua socialmente ele também é um ser que atua somente para si. E quando falo de atuar falo da ação propriamente dita, do actio humano. Como se pensa e como se age tende a ser pensado e agido em função, muitas vezes de si mesmo e muitas vezes, do Outro. Portanto, tal qual a sociedade, a consciência do indivíduo pode atuar de maneiras distintas. Em sociedade há a necessidade de estar e conviver em harmonia com O Outro, nesse quesito há quase sempre um conflito entre os quereres do indivíduo e a Consicência Coletiva, um embate de interesses que muitas vezes decai em dilemas morais, a verdade é que, para conviver em harmonia com a sociedade o indivíduo deve privar-se de certos desejos e ter como prioridade atuar da forma que sua sociedade considera a forma positiva de agir e pensar. Hegel chama essa consciência da percepção de que vivemos em sociedade, e essa necessidade de harmonia com a mesma de Espírito Absoluto. No entanto aqui chamarei de Ser-Social isso pois, essa tomada de consciência que tende a atender os caprichos do Coletivo é algo evidentemente social, e isso é a base da moral e da ética, a alteridade de ter que calar um pouco do self para atender ao Outro. O ser-humano, é, como já dito, por excelência, um Ser-Social, e essa é a maneira como sua consciência tende a agir em sociedade para a manutenção de si e da mesma: em função do Outro. Claro, não é tão somente em função do Outro que age o indivíduo, e se assim fosse, onde estaria a sua individualidade? O que diferiria o Eu do Outro? Acontece que todo indivíduo é dotado de individualidade, algo na sua consciência que tende a ir em desencontro com a Consciência Coletiva. O actio humano pode tender também para o ego, e essa tomada de consciência voltada para os próprios desejos, para as paixões e não para os deveres é aqui chamado de Ser-Individual. 36 Raul M. Brasil

37 O Indivíduo, a Sociedade e o Devir A Aurora do Pensamento 37

38 O Indivíduo, a Sociedade e o Devir. I. Sabe-se que: Tudo ocorre mediante uma ação, tudo é actio, tudo é um fluxo perpétuo de acontecimentos e mudanças, panta rhei disse Heráclito, e ele estava certo, a Forma do todo permanece inalterada em seu existir, mas sua Matéria está em constante mudança, e cada uma das contingências do todo, do Cosmos muda conforme correm os fluxos e refluxos do rio. As coisas mudam e acontecem. Claro, pois se não mudassem e não acontecessem não aconteceria o existir do todo, a existência ocorreu mediante uma ação a priori, uma Vontade intrínseca ao tudo, a essência da essência. Uma ação primeira. Chamem os religiosos e também os ateus de o que quiserem, sabe-se que a ação é a essência e o acontecer de todas as coisas e todo o Ser somente é mediante uma ação, seja dele como causa ou nele como efeito, e no homem(esse é foco do meu pensamento aqui) não é diferente, ele atua, tem ações, e executa suas ações mediante uma Vontade, um desejo, uma pulsão. E essa pulsão é a pulsão do prazer, o homem é hedonista por excelência, faz e deseja aquilo o que lhe regozija, claro, pois ninguém quer aquilo o que lhe faz mal. Como mostra Mário Ferreira dos Santos e também Ouspensky: em seu estado natural, o homem deseja aquilo o que lhe faz bem(lhe dá prazer) e rejeita aquilo o que lhe faz mal(não lhe dá prazer ou lhe dá desprazer). Porém o homem não atua individualmente, não atua em função somente da sua própria existência e de seu próprio prazer, por natureza, o homem se vê em sociedade, pois o homem tende à sociedade. E em sociedade ele está dividido entre as paixões e os deveres, como aponta Kant. Ele 38 Raul M. Brasil

39 está dividido entre o seu prazer individual e a ordem dos prazeres do todo de sua sociedade. O homem é o Ser do Prazer, mas o homem também é, e atua na sociedade, ele influencia a sociedade e também é influenciado por ela. Ele constrói a sociedade e também é construído por ela, como nos mostra Hegel. O homem é um construto social e também um construtor social, fruto e semente da sociedade, e essa dinâmica do Ser-em-sociedade só pode ser considerada em sociedade. O homem só pode ser dito como homem se estiver em sociedade, pois é a sociedade que constrói o conceito de homem, de Ser e de qualquer outra coisa; as coisas São, porque são em sociedade, e toda ideia veio de um Ser-Social. O homem só É em sociedade. Portanto: Ser é Ser-em- -sociedade. II. Foi através da leitura de Schopenhauer e posteriormente através das leituras de outros filósofos como Nietszche e Spinoza que eu pude perceber que a plena liberdade, o livre- -arbítrio a priori não existe; nossas escolhas, ações, vontades e Vontades são limitadas à algo que nos é extrínseco; em Cioran temos que as ideias e portanto, as ações são indiferentes em sí, no livre e aleatório agir das ações não há intencionalidade e portanto as ações por sí mesmas não carregam significados intrínsecos, mas significados extrínsecos, relativos à subjetividade do sujeito da ação. Mais tarde a leitura ou o conhecer de outros filósofos reforçou minhas ideias, Heiddeger, Lacan, Freud... desde que comecei essa viagem à filosofia já criei e destruí muitas ideias, mas esta que agora escrevo permanece inalterada em sua essência, apenas desenvolvendo-se conforme eu desenvolvo a minha cultura filosófica. Desde cedo eu soube que o homem não atua sob plena liberdade, mas decerto é que: atua. E se não atua mediante a sí mesmo, isso é, se não atua mediante a própria liberdade, a A Aurora do Pensamento 39

40 própria Vontade e às próprias pulsões então atua mediante a algo que lhe é externo. E esse externo não pode ser metafísico transcendente pois implicaria na existência de um Ente extremamente pessoal, que brinca de ventriloquismo com suas criaturas. portanto esse Externo deveria ser metafísico e imanente ou metafísico aparente; e ao pensar sobre o que pode ser esse Externo mediador de ações descobre que ele atua bivariantemente como metafísico imanente e também/ ás vezes como um metafísico aparente. Na tensão entre paixão e dever, entre o próprio prazer e o prazer do todo há no homem a síntese entre o seu querer pessoal e o seu dever social, um querer social. Um prazer guiado pelo ser-em-sociedade(isso é, estar em sociedade), um agir que não vem propriamente do indivíduo mas da sociedade onde ele se encontra. Um querer que lhe parece próprio a sí mesmo, mas lhe é Externo. E como as ações atuam mediante uma Vontade, uma pulsão do prazer, e o homem deve equilibrar-se entre o seu individualismo e a sua atuação em sociedade, temos que a maioria, senão, todas as ações do homem são guiadas pelo seu Eu-social, pela sua ação de ser em sociedade. O homem não é livre em sí e por sí, pois é um Ser-em-sociedade, um indivíduo em Todo com os demais indivíduo desses Todo. Suas ações não lhe são próprias, ocorrem mediante algo que lhe é externo, e esse Externo é a sociedade. O agir de suas ações não se encontra no homem, mas além dele. Há no homem um ADE, um Além-do-Eu. uma influência, ou muitas influências que estão no homem não por sí mesmo, mas influências que estão no homem porque estão na sociedade, e a sociedade é o grande influenciador do homem, o Grande Outro, o pai que diz o que é positivo ou negativo, o que deve ou não ser feito. 40 Raul M. Brasil

41 O ADE, ou os ADEs não são somente nossas muletas sociais, mas tudo aquilo o que fazemos, pensamos e somos que não vem propriamente de nós. O ADE é a grande mão do que nos é Externo sobre nós. III. Ao fazer uma Genealogia de nossas ações, das mais simples às mais complexas das nossas ações podemos perceber o Além-do-eu, claro, pois o ADE, este Grande-Outro-Social é influenciador e muitas vezes criador, das tendências de nossas ações; por trás de toda ação há um querer, um desejo, uma vontade e uma Vontade, e muitas vezes o grande determinador de nossas vontades é o ADE. Temos também o ADE como um tendenciador de nossas ações, aquilo por qual tendemos a realizar determinada ação e não qualquer outra senão aquela. Perceba; ao ler um livro, leio por uma liberdade de ação pela qual posso ler? Se tenho essa liberdade de ação por que então eu escolhi a ação de ler ao invés da realização de qualquer outra ação? Se eu tenho, supostamente, um livre agir por trás de todas as minhas ações o que me faz Escolher; o que me faz preferir certas ações e preterir à outras? Schopenhauer vai dizer; Sou livre para fazer o que quero, mas não sou livre para querer o que quero, isso é, não tenho controle sobre o querer por trás de minhas ações, no momento em que vou ler o livro estou a querer ler o livro, e naquele momento não conseguiria me forçar a querer fazer uma outra coisa na mesma intensidade em que quero ler o livro. Não temos controle sobre o nosso querer. Eu não posso, por exemplo, me forçar a gostar de um gênero musical que eu não gosto, como o Pop no meu exemplo. Se isso fosse possível a vida seria mais simples, se o homem tivesse um con- A Aurora do Pensamento 41

42 trole sobre o seu querer poderia ficar em paz na mais cruel das adversidades era somente querer ficar feliz. Mas o homem não controla o querer, o gostar, ou o desejar e no entanto ele quer, gosta e deseja e se a Escolha não vem propriamente dele, isso é, se ele é Sujeito Passivo da pulsão de sua ação, se ele é o tendenciado a fazer a ação, quem seria o tendenciador? Quem seria o Sujeito Ativo da pulsão da ação? Algo que lhe é externo, que está além de de sí porque está além de suas ações, o Além- -do-eu. No ato de ler o livro, de onde vem o querer específico de ler o livro? Posso ter lido porque a sociedade vê o ato da leitura com bons olhos, e eu como ser em sociedade quero os bons olhos que tem a sociedade para com quem lê, logo estou invisivelmente e imperceptivelmente condicionado à sociedade, de tal forma que no ato de ler, leio por que Sou em sociedade. Posso também, ter lido porque gosto de ler, mas de onde vem o tal gostar? Por que prefiro ler no momento do que fazer qualquer outra ação? o gostar é uma construção do indivíduo, que no decorrer de sua vida atuou de tal forma que tende á gostar de ler, o gostar é uma construção da sociedade no indivíduo, o gostar é um construto social, portanto, um ADE. E estou condicionado ao gostar que a sociedade construiu em mim(ou ao gostar que contruí em mim com a sociedade) e se estou condicionado, estou sendo influênciado e tendenciado à uma condição, uma muleta limitadora de querer e limitadora da ação, eis o ADE! Portanto nas ações, quaisquer que sejam, não há um livre agir, um livre querer, mas sim um querer que é condicionado à algo que é externo ao indivíduo, um querer construído e manipulado, um querer com uma raíz para além do indivíduo, um Além-do-eu. 42 Raul M. Brasil

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