III SEMINÁRIO DE ESTUDOS CULTURAIS, IDENTIDADES E RELAÇÔES INTERÉTNICAS GT 1: EXPRESSÕES URBANAS, ESTILOS DE VIDA E IDENTIDADES

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "III SEMINÁRIO DE ESTUDOS CULTURAIS, IDENTIDADES E RELAÇÔES INTERÉTNICAS GT 1: EXPRESSÕES URBANAS, ESTILOS DE VIDA E IDENTIDADES"

Transcrição

1 III SEMINÁRIO DE ESTUDOS CULTURAIS, IDENTIDADES E RELAÇÔES INTERÉTNICAS GT 1: EXPRESSÕES URBANAS, ESTILOS DE VIDA E IDENTIDADES DE CHAUFFEUR A TAXISTA: CIDADE, TRÂNSITO E ENGENHARIA SOCIAL AUTOR: EDMUNDO F. MACHADO JR. SÃO CRISTOVÃO SERGIPE NOVEMBRO DE

2 DE CHAUFFEUR A TAXISTA: CIDADE, TRÂNSITO E ENGENHARIA SOCIAL Autor: Edmundo F. Machado Jr. Universidade Federal da Bahia (UFBA) edfmjunior1@yahoo.com.br Em Urbanismo, globalização e etnicidade (2008:158) Lívio Sansone afirma que a população urbana no Brasil rapidamente passou de minoria a grande maioria, o que comprova a intensificação e aceleração de processos anteriormente operantes na constituição de redes de contatos mais extensas. O aumento da intensidade e do grau de urbanização das cidades no mundo se encontra associado a globalização tecnológica, das economias e das culturas, com a velocidade dos intercâmbios, das novas agregações e desagregações, e a consequente ampliação exponencial dos universos simbólicos que orientam a formulação das estratégias de sobrevivência dos grupos humanos. A partir disso penso que as consequências do processo de urbanização, da introdução de equipamentos urbanos como o automóvel e outros ligados aos meios de transporte se deu, como primeiro passo na forma de conceber e intervir na cidade de Salvador, no intuito de torna-la conectada a um movimento global de modernização das metrópoles ocorrido durante as primeiras décadas do século XX. É nesse contexto de mudanças estruturais e de valores sociais na cidade que emergem novas profissões. A demanda por serviços e por equipamentos que dinamizassem o ritmo das relações e da vida das pessoas levou a especialização e diversificação das atividades, no que identidades profissionais como os Chofer s 1 passaram a produzir territorialidade e domínios culturais próprios em Salvador. 1 No dia 07 e 08 de maio de 2012 estive no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB ) com o intuito de adquirir fotografias que registrassem na Salvador das primeiras décadas do século XX, os Chofer s e seus carros de praça. Sem prever a conversa que anteriormente havia tido com a arquivista (D. Zita) e seu assistente (Bruno), tal assunto chegou aos ouvidos da Diretora da Instituição, Consuelo Ponde Sena. Curiosa, acredito, comentou com a arquivista que se eu retornasse como prometido gostaria de falar comigo. Indo até seu gabinete a Diretora se encontrava acompanhada de um amigo, o senhor Edmar Torres. A Diretora e seu amigo passaram a falar sobre suas memórias na capital baiana que incluiam a utilização do serviço de Chofer de Praça, o que rendeu preciosas informações sobre estes indivíduos na Salvador dos anos 40 e 50 do século XX. Ambos passaram a elencar alguns dos pontos fixos na cidade de Salvador que se podia encontrar o Chofer de Praça e seus carros de aluguel: Campo Grande, Piedade, Campo da Pólvora, Barra, Comércio, Elevador Lacerda, Calçada, Praça Castro Alves etc... O amigo da Diretora comentou que nesse tempo não existia taxímetro, o pagamento do deslocamento era negociado com o Chofer, o que reforça a hipotese de que o táxi que na atualidade conhecemos deva ter surgindo durante a década de 60 ou 70 do século XX. Já a Diretora contribui afirmando que estes indivíduos eram de origem humilde não possuindo recursos financeiros para adquirir um automóvel, algo raro e caro 2

3 Esses motoristas alugavam seus automóveis (carros de praça) com o objetivo de deslocar a população de Salvador para outros pontos da cidade. Conhecidos de todos, nas primeiras décadas do século XX se encontravam em pontos fixos na cidade, particularmente nas principais regiões de fluxo de pessoas e mercadorias o que os aproxima no que tange a ocupação do espaço público constituída pelos taxistas soteropolitanos na contemporaneidade. Logo, ambos ao seu tempo foram se tornando indissociáveis da paisagem urbana e do cotidiano dos habitantes da capital baiana. Por isso, a relação entre taxista/cidade em Salvador pode ser compreendida como a prática do acumular e do constituir através de seus pontos fixos ou dos trajetos que percorrem na cidade, associações e variados sentimentos com partes dela o que lhes garante um vasto sistema de referências sobre a mesma. É como se cada taxista possuísse um GPS sociogeográfico programado de acordo ao quadro mental e físico que estes configuram e reconfiguram continuadamente, por meio do exercício de suas memórias e pelo conhecimento compartilhado sobre a cidade com seus passageiros e clientes. Acredito que quando transportam pela capital baiana aqueles desejosos de deslocamento por diferentes motivações, os taxistas podem ser compreendidos oscilando entre a condição de espectador ou protagonistas de uma infinidade de situações urbanas que lhes fazem sentir e compreender como poucos, o ritmo da vida e do cotidiano dos soteropolitanos. Podemos afirmar que os taxistas de Salvador se encontram, em certa medida, entre os quereres e a concretização dos quereres dos habitantes dessa cidade. Quando solicitado seu serviço, o taxista adquire importância no desdobramento das práticas naquela época. Elogiou o comportamento, a educação e a confiança tecendo um comentário especial acerca das vestimentas sempre alinhadas desses profissionais no exercício de suas atividades. Continuando, ambos afirmaram que o que acontecia geralmente é que estes indivíduos eram funcionários (Chauffeurs) particulares de famílias abastadas de Salvador e que dependendo da proximidade que possuiam com seus patrões eram financiados em troca de pagamento a juros desses automóveis. Completando a informação, segundo o amigo da Diretora nesse período o Brasil não possuia indústria automotiva, sendo os carros existentes em Salvador todos importados. Acrescentou que isso só iria se modificar no governo do Presidente J.K ( ) com a industrialização e a produção nacional de automóveis, o que causaria segundo ele mais tarde a padronização do modelo do táxi e o surgimento de locadoras em Salvador. Ainda, disse que um bom Chofer de Praça era aquele que conseguia ganhar a confiança dos clientes que lhes eram frequentes. Comentou que já neste período existia uma hierarquia nos preços dos transportes urbanos na capital baiana, no que o carro de praça era o mais caro em relação por exemplo ao bonde estabelecendo em sua opinião uma seleção quase que natural de seus usuários. Festas, casamentos, viagens (pelo antigo hidroporto na Ribeira), urgências, veraneio e distâncias longas eram aspectos da vida social dessas famílias baianas que justificavam seu uso. Afirmou também que estes indivíduos eram trabalhadores autônomos e conhecidos por todos na cidade. Se concentravam geralmente em locais de bastante fluxo de pessoas. Para atenderem as solicitações de seus serviços nos pontos que se reunião havia sempre um telefone perto que viabilizava a comunicação com o cliente e a prestação do serviço. 3

4 objetivadas pelos citadinos 2. Temos que ter em mente que a presença dos táxis na cidade de Salvador não pode ser resumida a um simples modal de transporte urbano que visa atender a mobilidade na capital baiana, pois a frente do volante e nos assentos de seus veículos transitam indivíduos que consequentemente tendem, a se comunicar e manter interações de diversas naturezas. Através de Park (1967:31) poderíamos afirmar que a cidade de Salvador seria o habitat dos taxistas. No percorrer da investigação sobre os taxistas mostrou-se indispensável a compreensão do processo de emergência desse grupo de trabalhadores do volante na capital baiana, os conhecidos Chofer s que alugavam seus carros de praça na Salvador do início do século XX 3. A investigação seguiu com a análise de dois fenômenos que ofereceriam as condições materiais para o surgimento desses profissionais: os impactos provenientes da introdução e popularização a nível mundial do automóvel para o cotidiano dos moradores de Salvador e os aspectos que constituíram o caráter das transformações urbanas nas primeiras décadas do século XX, que remodelaram a cidade instituindo novas formas de controle sobre o comportamento, particularmente os efeitos desencadeados pelo trânsito 4. 2 É com esse pensamento que as primeiras investidas a campo foram realizadas no intuito de dar desenvolvimento ao meu projeto de Doutoramento pelo Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em Antropologia da UFBA, Bandeira Livre: Uma etnografia sobre os motoristas de Táxi da cidade Salvador. Tal decisão possui suas raízes nas conversas que tive com o professor Lívio Sansone quando este me chamará a atenção sobre a existência de indivíduos conhecidos por Chofer (chauffeur) de Praça que desempenhavam função semelhante aos taxistas da contemporaneidade e que era interessante verificar, a ocorrência desse processo de transição em Salvador em paralelo aos impactos desencadeados pelas remodelações do espaço urbano ocorridas nas primeiras décadas do século XX na capital baiana, particularmente durante o primeiro governo de J. J. Seabra ( ). 3 Entre os meses de janeiro à maio de 2013 fiz pesquisas na Biblioteca Central da Bahia no setor de Jornais Raros. As fontes jornalísticas utilizadas no texto se encontram no Diário de Notícias da Bahia nos cadernos dos anos de O trato com as fontes jornalísticas foi semelhante ao dado por Boris Fausto (2009) em O Crime do Restaurante Chinês: Carnaval, Futebol e Justiça na São Paulo dos anos 30, ou seja, aplicando o método da Micro-história, porém, diferente dele, o interesse pela análise dessas fontes ficou por compreender como as notícias transmitem os impactos e transformações provocadas pela introdução do automóvel, o surgimento dos Chofer s de Praça e, em paralelo, as remodelações da estrutura urbana da cidade Salvador nas primeiras décadas do século XX, para os processos mentais e da vida cotidiana de seus habitantes. 4 Ver, Marshall Berman. Tudo que é solido desmancha no ar: A aventura da modernidade. São Paulo: Cia das Letras, 1986: Afirma que a imagem poética dos encontros cheios de glamour nos bulevares parisienses do século XIX, descritos por Baudelaire e aclamado como modelo a ser tomado como padrão nas cidades no mundo desde então, dava lugar a uma nova mentalidade na prática das intervenções nos espaços urbanos, a construção de vias que atenderiam ao aumento do tráfego de automóveis na rua. Berman (1986) ao falar através de Le Corbusier (1962) diz que agora os mouvements brusques e soubresauts se tornaram desnecessários, pois, ao homem da rua foi dado um novo poder, o do carro. Este homem irá viver e movimentar-se, falar na e da cidade de dentro do tráfego. O homem/carro de Le Corbusier produzirá os paradigmas que orientaram o planejamento e design urbanos 4

5 As transformações nas formas de apropriação do espaço público das cidades como as que ocorreram em Salvador impuseram um diálogo áspero entre costumes e leis escritas. Diz Roberto da Matta em Fé em Deus e Pé na tábua: ou como e por que o trânsito enlouquece no Brasil (2010:23), que o passado escravista de nosso país onde africanos e crioulos eram os responsáveis por desempenhar todo e qualquer tipo de serviço contribuiu, para uma longa resistência no uso de motores e instrumentos mecânicos, o que conta parte de nosso dilema social histórico, a continuidade de relações hierárquicas e verticalizadas. Outro aspecto, a velocidade que transformou o tempo e o espaço nas cidades, exigência da chegada da modernidade, não era tão presente como hoje nos cálculos do comércio e do transporte. Na análise de Da Matta a rua e o trânsito 5 se equivalem. Sair para a rua para o taxista de Salvador implicaria entre outras coisas encontrar-se com o trânsito, que assim no séc. XX. Nada de pedestres desprotegidos e desmotorizados para retardar o fluxo. Na cidade do futuro, o macadame pertencerá somente ao tráfego. 5 Ver, DA MATTA, Roberto. Fé em Deus e pé na tábua: ou como e porque o trânsito enlouquece o Brasil, 2010, (p. 21, 28 e 32): Gilberto Freyre está correto quando observa o bonde relativizando-o como instrumento de democratização, no sentido de promover o encontro a intimidade física, absolutamente igualitária, entre pessoas conscientes de seu posicionamento social, mas obrigadas a sentar-se lado a lado. Por outro lado, em meados do século XX, a onda desenvolvimentista (...) No brasil retornamos ao uso das cadeiras de arruar carregadas por escravos quando abrimos os braços para o transporte individual. Foi assim que nos tornamos modernos e parecidos com os europeus e americanos e permanecemos fieis ao nosso gosto por um espaço público construído hierarquicamente. Fizemos então a ginástica de adotar o carro. Ver, FLINK, James. The Car Culture. Cambridge, Massachusetts: MIT Press, Uma investigação abrangente sobre as transformações que afetaram tanto o cenário urbano quanto o planeta discutindo-se a passagem das carroças e carruagens para os automóveis nas cidades americanas que primeiro sentiram seus efeitos e suas complicações, ou seja, aquilo que chega com as máquinas e a gasolina, engendrando novos limiares de consciência e problemas. Ver, SAMPAIO, Novais Sampaio. 50 anos de Urbanização: Salvador da Bahia no século XIX, Também em Salvador foi oferecido serviços de transporte a particulares (urgências, deslocamentos longos, lazer, casamentos, funerais etc...) por uma empresa de gôndolas (carruagens) criada por um italiano naturalizado brasileiro de nome Raphael Ariani e que fez bastante sucesso na capital baiana. Pelos anos de 1850 Ariani se reportava ao Presidente da Província Baiana, Francisco Gonçalves Martins, apresentando um projeto que propunha um transporte coletivo urbano moderno que o faria mais tarde dominar comercialmente a mobilidade e o deslocamento sobre quatro rodas em Salvador. Rafael Ariani foi fundador da Companhia Posta Baiana em 1859 provendo a cidade de um transporte regular, assentos em quantidades satisfatórias, melhor equipados e revestidos materialmente e pessoalmente, como também limpos e descentes. As justificativas de Ariani no convencimento e busca de recursos junto ao governo baiano partia de seu conhecimento diante a pressão que o Brasil sofria dos ingleses para o fim do tráfico negreiro, no que seu projeto seria um instrumento que prepararia em grande escala a extinção da força braçal negra que ainda conduzia os palanquins e as cadeiras de arruar de seus senhores. Nos anos seguintes Ariani adquiriria uma loja na região de São Bento e uma fábrica de carros (gôndolas) na Baixa do Bonfim, sendo as peças para a montagem dos carros importadas da França, Inglaterra, EUA e principalmente de Portugal. As viagens de Ariani ao Rio de Janeiro durante a formulação de seu negócio foram constantes tanto para adquirir financiamento, novos modelos de carros, quanto para se inteirar sobre o que havia de mais moderno nesse gênero. O empresário dos transportes passou a fornecer carros de aluguel descentemente preparados a população das Freguesias da Sé, São Pedro, da Conceição da Praia 5

6 como a rua é perigoso, violento, anônimo, individual, dinâmico, excitante e marcado por situações de imprevisibilidade e circunstâncias das mais diversas entre as pessoas e as coisas. Como impactos penso, nas modificações oriundas do aumento da circulação de veículos que veio a estabelecer um novo panorama urbano para as atuais metrópoles de nosso país nas primeiras décadas do século XX, particularmente a emergência de profissionais especializados em dirigir um automóvel, novos tipos de pavimentação, traçado e alargamento das avenidas, ruas e tantos outros equipamentos urbanos introduzidos. Tudo isto agindo como um conjunto aspectos que vieram a estabelecer um novo estilo de controle sobre a mobilidade dos habitantes das cidades, sendo esses aspectos algumas das condições materiais para que o chauffeur/taxista fosse gradativamente tornando-se um importante instrumento mediador nas relações sociais e indissociável de nosso cotidiano. Em Salvador é possível observar tais transformações, o preparo da cidade para a introdução do automóvel a partir do primeiro governo de J. J. Seabra ( ) 6. O caráter das intervenções urbanas realizadas na metrópole baiana nas primeiras décadas do século XX dizem respeito a preocupação de integrar a capital baiana a um movimento global moderno de se pensar e intervir na cidade. O que parece diferenciar Seabra de outros governantes antecessores foi sua perspectiva prática e concreta dos problemas baianos. Era necessário saneá-la, desenvolver meios de transportes que tornassem mais rápida a mobilidade das pessoas e das mercadorias, comunicações, serviços e equipamentos urbanos diversos (ferrovias, navegação a vapor, eletricidade, telégrafos, telefones, bondes, planos inclinados, elevadores, cinema, automóvel), como também reeducar a população e seus costumes. e do Pilar. Esse serviço que seria rápido e cômodo partiria das três principais Praças da cidade na época: do Palácio, do Teatro e do Comércio. Contudo, a precariedade das ruas e a condição topográfica da cidade de Salvador impunham grandes dificuldades a um desenvolvimento mais acelerado. O que parece, é que essa indústria de transporte de pessoas por gôndolas de quatro rodas e puxadas a cavalo, ao contrário da Europa, Inglaterra por exemplo, não durou muito, pois logo seria substituída por meios de transportes mais sofisticados como os bondes elétricos. 6 Ver, Silvia Noronha Sarmento. A Raposa e a Águia: J. J. Seabra e Rui Barbosa na Política Baiana da Primeira República Dissertação de Mestrado - Pós-Graduação de História - Faculdade de Filosofia e Ciência Humanas UFBA, 2009). Ver, Maria Helena Ochi Flexor. J. J. Seabra e a reforma urbana em Salvador. Artigo - 49º ICA - Congresso Internacional de Americanistas - Quito Equador Julho de Ver, Eloísa Petti Pinheiro, Europa, França e Bahia: difusão e adaptação de modelos urbanos (Paris, Rio e Salvador), Salvador: EDUFBA,

7 Salvador passava a ser modernizada e romper com os vestígios da antiga cidade colonial. A cidade seria nova, bela, arejada e salubre. Segundo Eloisa Petti Pinheiro (2011) em Europa, França e Bahia: difusão e adaptação de modelos urbanos (Paris, Rio e Salvador), o governo de Seabra foi a tentativa de adequar a área urbana da cidade de Salvador às demandas de uma sociedade que aprendia a viver sem a mão de obra escrava adaptando-se às novas tecnologias e transformações sociais e estruturais. De acordo com a autora, além da recuperação econômica da Bahia quando Seabra assumiu o governo do Estado em 1912, graças aos contatos que mantinha com grandes empresários brasileiros e também com representantes do capital financeiro internacional devido a sua longa carreira política em vários cargos no congresso nacional, as obras de melhoria realizadas em Salvador puderam ser financiadas. A influência da Paris de Hausmman 7 do final do século XIX e sua versão City Beautiful 8 norte-americana dos primeiros anos do século XX sobre o Rio de Janeiro de Pereira Passos parece ter sido, a fonte inspiradora de Seabra para suas intervenções no tecido urbano de Salvador. Diz Pinheiro (2011:271) citando Marcel Roncayolo em 7 Ver, Heloísa Barbuy. O Brasil vai a Paris em 1889: um lugar na Exposição Universal. Anais do Museu Paulista, São Paulo, n. sér. v.4 p jan./dez Entendemos as Exposições Universais como modelos de mundo materialmente construídos e visualmente apreensíveis. Trata-se de um veículo para instruir (ou industriar) as massas sobre os novos padrões da sociedade industrial. Mas ao se realizarem, as Exposições ultrapassam seus próprios objetivos e constituem-se, para muito além do projeto pedagógico de seus organizadores, em representações sociais cuja dinâmica pressupõe um processo interativo de produção, consumo e reciclagem o Panorama pintado de Victor Meirelles ao mostrar a conjugação da natureza exuberante com a urbanização do Rio de Janeiro atestava o esforço brasileiro, em mostrar a civilização em marcha no território tropical. Com este mesmo sentido foi organizado o Álbum de Vues do Barão do Rio Branco que se abre com uma vista panorâmica do Rio de Janeiro e apresenta uma grande maioria de aspectos urbanos das principais cidades brasileiras, a partir do que se tem a impressão de um Brasil realmente europeizado. Ver, Memoir of the State of Bahia. Manuscrito produzido para a Exposição Universal de Chicago, EUA, Ver, Eloísa Petti Pinheiro. O Desenho da Cidade: o movimento moderno e as propostas de uma nova forma urbana entre 1920 e IX SHCU São Paulo, A organicidade do fenômeno urbano e sua interna coerência formal a ideia de que a cidade como um todo é a manifestação final da ordem parcial que pode encontrar-se em cada um dos seus fragmentos constitui, a expressão mais global da concepção naturalista e orgânica que domina a concepção da arte e da cidade. Encontramos a conexão entre a Civic Art, que levanta a ideia da cidade artisticamente planejada e as tentativas que o movimento City Beautiful levava a cabo naqueles anos nos EUA. Apesar de suas críticas quanto ao formalismo dos traçados em quadrícula o positivo no movimento City Beautiful é o triunfo do desenho global superando os procedimentos de simples política regulamentar a base de ordenanças genéricas e de zonificações. A cidade aparece como um todo ordenado em seu conjunto grandes espaços, eixos de tráfego, os centros como resultado de uma vontade formal que se impõe a ordem do mercado. Coloca um sistema de espaços públicos prefigurados e também uma ideia de cidade não como um tabuleiro para o livre jogo do mercado imobiliário, mas como a representação do poder coletivo, da coerência civil e como a vitória da arte sobre a casualidade. O movimento contempla a cidade como um todo e é capaz de enfrentar-se com esta totalidade a partir de instrumentos tipicamente formais, filhos das mesmas regras de desenho que presidiam os traçados setoriais dos arquitetos formados pela tradição Beaux Arts. 7

8 Villes et civilizations urbaine XVIII-XX siècle (1992), que o ciclo haussmanniano deve ser compreendido como integração entre fenômenos de momentos cronológicos distintos que contam sobre a trajetória lenta de renovação de conceitos e representações sobre a cidade, um encontro entre o urbanismo autoritário e as novas estruturas do capitalismo expressas no físico, no social e no simbólico da cidade. O que nos parece muito significativo é o fato de Salvador não mudar sua malha urbana, não introduzir elementos novos alheios à sua configuração. O que aconteceu foi o aproveitamento do tecido urbano existente e o alargamento de algumas de suas artérias principais criando-se eixos de importância e orientando a expansão da cidade para outros lugares. Por ser respeitado o traçado original das ruas essas não resultam necessariamente em vias retas. O novo alinhamento foi conseguido pelo alargamento de ruas e becos existentes mantendo-se o traçado original. As intervenções na rede viária foram feitas através da demolição de partes das edificações de um dos lados da rua com o intuito de alargá-la. Para a execução dos alargamentos não era desapropriada toda a edificação, apenas a parte de que se necessitava para a ampliação da via. O resultado são novas vias com o mesmo traçado das anteriores e a demolição completa de algumas edificações importantes. As fachadas reconstruídas das edificações das ruas de Salvador são submetidas à análise através dos requerimentos de aprovação e licença para construção, enviados à Intendência Municipal, que delibera sobre questões técnicas e também estéticas. São realizadas demolições, desapropriações e a consequente expulsão de parte da população de baixa renda que habitava o centro de Salvador. Os modernos serviços de infraestrutura e o novo mobiliário urbano foram implantados nas novas vias fazendo com que na Cidade Alta, as ruas reformadas se transformem em cenário para a elite passar seus momentos de lazer, caminhando por entre as lojas de moda e as casas de chá ou de sorvetes. Na Cidade Baixa, a nova avenida, de nome Jequitaia, estabeleceu a ligação entre a estação ferroviária da Calçada e o porto reformado, ampliado e dotado dos modernos equipamentos necessários para seu bom funcionamento facilitando a conexão de Salvador com seu interior. Implantaram-se duas novas urbanizações afastadas do Centro. Em finais dos anos 10 a Pituba e outra nos anos 20, Montserrat. Com a especialização funcional do Centro da cidade os banqueiros, pessoas enriquecidas pelo comércio e pela indústria, exportadores e importadores mudam suas residências para áreas como Graça, Barra, Ondina e o litoral de mar aberto, enquanto a classe pobre se 8

9 dispersava pela cidade criando novos aglomerados habitacionais em direção ao norte e leste de Salvador. O projeto de Seabra era introduzir a modernidade nas ruas da velha capital em função das novas necessidades de circulação atreladas a uma espacialização/modelo, um novo modo de vida, uma nova estética, um novo sentido público e isso tudo com muita velocidade. Se é no governo de Seabra ( ) que se efetiva as principais intervenções no tecido urbano de Salvador com o intuito de tornar a cidade limpa, bela e ordenada, dois anos antes, em 1910, as preocupações sobre as condições estruturais da cidade e a necessidade de transformações urgentes já se mostravam bastante evidentes. Acompanhada por jornalista do Diário de Notícias da Bahia e também médico, Américo Barreiro, em 07 de abril de 1910 ocorreu uma reunião na Associação Comercial que contava com a presença de proprietários comerciais, capitalistas, os diretores da Companhia Light e Power, médicos, engenheiros, advogados e representantes de outras classes. Nessa reunião o primeiro ponto de discussão foi a preocupação em dar início as obras que viessem a resolver os problemas de saneamento da cidade Baixa e do bairro Comercial, pois esse por estar em contato com as principais praças comerciais do mundo merecia melhor sorte, porém as condições estruturais e de salubridade do porto eram péssimas. 9

10 Fonte: Diário de Notícias da Bahia, Abril de A cidade carecia de outros serviços como a recuperação de praças, rede de esgoto para o escoamento de materiais orgânicos e tubulação para a distribuição de águas fluviais. O engenheiro Theodoro Sampaio pedindo a palavra sugeria fazer de imediato, a drenagem e o dessecamento dessa região da cidade Baixa. Para tanto, apresentava uma planta de esgotos parciais abrangendo desde a Preguiça até Água de Meninos. Concordando com Sampaio o senhor Reis Magalhães lembrava da necessidade de levar o melhoramento indicado até a Calçada para não se fazer o despejo dos esgotos no mar, em vista das obras do porto e futuras condições do ancoradouro. Já o Dr. Pacífico Pereira abordou considerações a respeito da salubridade pública insistindo na importância e necessidade absoluta, da guerra ativa e persistente aos ratos, mosquitos, muriçocas não só fazendo-os desaparecer como extinguindo os focos, pelo desaparecimento das poças d água e de todas as depressões de terreno que as possam determinar seu fechamento, por meio de tampas e dos tubos de ferro que servem de condutores dos fios de eletricidade. O Sr. Conde Filho, Presidente da Associação Comercial comentou sobre a degradante condição do porto e do comércio de Salvador comentando de casos de 10

11 cônsules ou ministros de países amigos, como foi o do ministro da Áustria que preferiu acreditar em informações estranhas e pessimistas de seu cônsul na Bahia acerca do estado sanitário de Salvador. Propunha o orador uma comissão formada pela Associação Comercial com a intenção de receber da Intendência e do governo do Estado uma demonstração formal sobre as reais condições em termos de recursos financeiros para a realização dos melhoramentos projetados. Segundo Conde Filho, os principais proprietários de prédios e comerciantes da região se encontravam dispostos a cortar prédios como fosse possível para o alargamento das ruas e saneamento das casas em troca de alguma indenização por conta de demolição ou reformas que tivessem que realizar em seus imóveis. Como podemos perceber através da fonte jornalística (1910) a higiene pública passava a ser uma prioridade no processo de remodelação do espaço público na Salvador das primeiras décadas do século XX. Lilian Schwarcz (1993) em Espetáculo das Raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil argumenta que a ênfase dada a esse aspecto respondia a uma tendência mais ampla da medicina que entendia a prática da higiene como forma de atuação na coletividade. A noção de higiene se encontrava conectada a de saneamento, como bem demonstra a fonte jornalística analisada pela autora que apresenta os comentários do mesmo Dr. Pacífico Pereira (médico) que entendia ser importante para a cidade de Salvador a higiene, a primeira necessidade de um povo, e não há paiz civilizado em que não esteja radicada a compreensão e a prática dessa verdade (...) O saneamento é a exigência da civilização, que o patriotismo e a humanidade estão impondo como uma necessidade inadiável (Gazeta Medica da Bahia, Ibid, 1993: 206). Seabra enfatizava a questão da salubridade, da construção de redes de esgoto, eletricidade e distribuição de água potável. Ao intervir nas ruas derrubando edificações e alargando os espaços públicos procurava a eliminação de tudo que pudesse contribuir para a contaminação. Passou a intervir no espaço privado com o objetivo de reeducar hábitos e modos de vida no que o poder público por meio das obras e da consequente valorização do solo na área central da cidade, gradativamente ia retirando a população pobre deslocando-a para áreas específicas para deixar livre o Centro, espaço agora da burguesia, o que desencadeou um processo de exclusão social na cidade. O que se depreende, é que o projeto higienizador seabrista teve como objetivos intervir no espaço público e no espaço privado buscando a normatização das habitações, além de invadir a família com o propósito de estruturar os comportamentos individuais e coletivos. 11

12 Outra característica das intervenções realizadas no tecido urbano de Salvador a partir do primeiro governo de J. J. Seabra foi a abertura e alargamento de ruas, desapropriação e demolições de imóveis civis e religiosos. A ordem durante o governo Seabrista é derrubar o passado, antigos casarios e monumentos para abrir avenidas e conquistar espaços no mar (aterros), tendo como objetivos principais a higiene, o embelezamento da cidade, a circulação e o fluxo. Citando novamente a fonte jornalística de 1910, acerca da presença dos proprietários da Light e Power em reunião na Associação Comercial da Bahia discutindo sobre as condições estruturais da cidade e possíveis intervenções para seu melhoramento, também Pinheiro (2011 :217) comenta sobre a empresa Guinle que sendo proprietários da Linha Circular de Carris Urbano participavam também das intervenções de remodelação da cidade (avenida Oceânica), com o interesse de expandir sua linha de trilhos e consequentemente disponibilizar um maior número de bondes pelo surgimento de novos bairros. Outro dado é a participação de capital privado oriundo dos comerciantes (d o bairro Comercial) na ampliação e reforma do porto empreendida pela Companhia Cessionária das Docas da Bahia durante o governo Seabra. Já em 1910 os comerciantes e proprietários de prédios na região do bairro Comercial estavam motivados a dispor recursos financeiros ao município em favor da realização das obras de melhoramento que eram urgentes na região. Segundo o intendente municipal na época, Carneiro da Rocha; facilitará tudo aos proprietários em tal sentido, inclusive a concessão de 30 anos de isenção de décimas que a lei concorde. Em replica, Conde Filho; tenho fundado esperanças de ver em breve iniciada as reformas das ruas das Grades de Ferro, Santos Dumont e Santa Barbará visto como todos os proprietários comprometem-se a fazer as reformas que foram indicadas para seus prédios. A lógica das intervenções de Seabra se fundamentava na melhoria do saneamento, do conforto e da plástica arquitetônica indispensáveis à vida moderna. Para alargar as ruas foram derrubados exemplares da arquitetura dos séculos XVIII e XIX. A abertura das vias procuraram ser feitas sempre em função da salubridade pública, do trânsito e da diminuição das distâncias. Seabra pretendia implementar um novo esquema viário com um vetor de expansão sul pela criação de uma avenida Beira Mar, da Conceição da Praia até a Barra, um túnel na Barroquinha, fazendo a ligação entre a Cidade Alta e a Baixa, e uma avenida na Cidade Alta, entre a Praça Castro Alves e o Campo Grande, o que demonstrava a urgência em agilizar os deslocamentos entre as regiões alta e baixa da cidade. 12

13 Entre a Praça do Conselho e a Praça Castro Alves executam-se grandes demolições. Para o alargamento da Rua Chile derrubam-se as partes frontais de todas as edificações dos quarteirões até a Praça Castro Alves que tem suas fachadas reconstruídas. Ainda no setor sul derrubou-se a Igreja da Ajuda em As partes renovadas agora constituem um ambiente limpo e belo onde as pessoas circulam elegantemente vestidas pelas confeitarias e lojas de moda que se inauguram apresentando as mais recentes coleções da Europa. A mais importante intervenção realizada em Salvador durante o período do primeiro governo seabrista ( ) foi a abertura da avenida Sete de Setembro. A obra é o resultado da retificação e do alargamento de várias ruas e vielas que se estendiam da Praça Castro Alves até o Farol da Barra e da demolição de importantes edifícios da cidade entre eles, a Igreja de São Pedro Velho, parte do edifício do Senado do Estado e parte da Igreja do Rosário de João Pereira (ou dos brancos) e do Convento das Mercês. O objetivo foi a abertura de um vetor de expansão que desafogasse o Distrito da Sé. Logo a avenida do governador (Sete de Setembro) se encontrava com asfalto e equipada com tubulações para as redes de água, esgoto, águas pluviais e instalações para a iluminação elétrica. Uma parte estava localizada no Distrito de São Pedro numa área antes ocupada por uma parte da elite econômica e intelectual da cidade e que sofria um intenso processo de empobrecimento, com partes deterioradas e muitas edificações convertidas em cortiços. A outra parte se desenvolve sobre o eixo do Distrito da Vitória. O trecho entre a Igreja de São Pedro e a Praça do Campo Grande foi o mais afetado no que diz respeito às demolições e intervenções no espaço urbano de Salvador. Os pontos do traçado da avenida menos afetados pelas obras por já terem as ruas mais largas foram os trechos entre a Ladeira de São Bento e a Igreja de São Pedro e o do Corredor da Vitória, além do da Ladeira da Barra. O que percebemos sobre as transformações na Cidade Alta é a confirmação de um eixo dinâmico que orientou o crescimento da forma urbana de Salvador da Igreja da Sé para a Barra buscando o litoral sul e melhorando as comunicações nessa direção. Já se pode notar esse vetor desde os princípios da expansão da cidade ligando o centro à área nobre e definindo bairros para a classe abastada, locais mais agradáveis, arejados e saneados. A Cidade Baixa passa por diversos aterros que ampliam sua área. As intervenções tem o objetivo de criar um moderno centro de comércio, ampliar e equipar o porto e em áreas conquistadas ao mar construir quarteirões separados por amplas ruas 13

14 que facilitem a circulação das mercadorias. As antigas ruas estreitas que acompanhavam a sinuosidade da montanha tiveram seus percursos corrigidos atingindo-se uma dimensão mais espaçosa por meio da demolição de edifícios. A Companhia Cessionária das Docas da Bahia vende a parte que conquista ao mar à Companhia Imobiliária da Bahia. Essa divide a área em quarteirões separados por largas ruas dando origem a uma nova urbanização chamado de bairro das Nações. A companhia também tem a obrigação de fazer a pavimentação, os jardins e a arborização e de implantar a infraestrutura como água, esgoto e iluminação. Sob a responsabilidade do governo do Estado e com o apoio dos comerciantes representados pela Associação Comercial o governo interveio na parte construída da Cidade Baixa demolindo edificações para ampliar as ruas e alinhar as construções, que como em outras partes da cidade manteve seu traçado urbano original (ibid, 2011: 236). Três de suas principais ruas passam por esse processo. Nas duas primeiras, a Nova das Princesas e a Nova do Comércio, sentido Alfândega/Associação Comercial, derrubaram-se as construções do lado da terra, pois as edificações do outro lado eram (e são) do século XIX. Uma vez acabadas as obras os edifícios são reconstruídos de acordo com os padrões modernos. A Rua de Santa Bárbara perpendicular às demais é alargada para a obtenção de uma melhor união entre o porto e a Cidade Alta através da Ladeira da Montanha, que apresentava as melhores condições técnicas para se chegar a Cidade Alta. A princípio as melhorias limitaram-se àquele espaço entre a Alfândega e a Associação Comercial. Porém, não terminaram por ai. Havia a necessidade de ligar a área comercial da Cidade Baixa à península de Itapagipe e o porto à Estação Ferroviária da Calçada. Não se podia continuar com uma única rua estreita que contornava a montanha com habitações insalubres e de trânsito difícil. Para resolver esse problema projetou-se uma avenida (Jequitaia) entre o Mercado do Ouro e a Jequitaia que possibilitasse o fácil acesso de pessoas e mercadorias até a estação ferroviária e aos bairros da península. O que mudou na parte baixa da cidade foi a linha do mar. Alguns elementos como armazéns antigos, trapiches, fortalezas e igrejas que antes se localizavam à beira da baía ficam longe do depois dos aterros. A reforma urbana teve como objetivo garantir a fluidez das mercadorias para o comércio internacional. As reformas realizadas no conjunto da Cidade Baixa também facilitaram o deslocamento de produtos e de pessoas melhorando o comércio e agilizando as comunicações com a Cidade Alta. As ruas de Salvador foram beneficiadas 14

15 com intervenções que além de transformarem sua imagem mudaram também a localização das atividades nelas desenvolvidas. Não se pode dizer que é uma transformação homogênea, pois alguns pontos permaneceram com seus usos tradicionais e outros alteraram suas funções. A Cidade Baixa se manteve como centro comercial e financeiro e a Cidade Alta como centro administrativo, político e religioso. Nessa época a maioria das atividades permaneceu como antes e apenas o comércio varejista subiu a encosta em busca das ruas da Cidade Alta. Na parte baixa as obras do porto se intensificaram e o comércio de importação e exportação atraiu os novos bancos, sedes de empresas e casas comerciais localizados em suas ruas reformadas passando a área a ser conhecida definitivamente como hoje, o Comércio. De forma geral, o que se sucedeu no núcleo inicial de Salvador foi a transformação de pequenos negócios locais para a criação de um centro urbano. Dentro do diminuto espaço do Distrito da Sé as atividades ou ocupações desenvolvidas defiram espaços frequentados por populações distintas. A Rua Chile abriga bonitas confeitarias e luxuosas lojas de moda, onde se encontravam os últimos lançamentos da Europa, que atraiam a classe mais rica, a elite social e intelectual da capital. A Rua da Vala era frequentada por uma população mais pobre e remediada que buscava lojas mais simples, oficinas e serviços mais humildes. Nas ruas do Pelourinho havia uma população pobre que ainda habitava em cortiços e casas de cômodo, muitos artesãos e prostitutas, com um comércio modesto. O comércio e os serviços dominavam a parte mais central da cidade e as novas áreas residenciais da burguesia seguiam crescendo em direção ao sul em busca do litoral. O eixo principal, a avenida Sete de Setembro depois de valorizada e reformada foi apropriada pelas classes dominantes que ali fixaram residências, instalaram seus escritórios e estabeleceram as melhores lojas da cidade. As obras expulsaram a antiga população empobrecida que vivia em edificações encortiçadas em partes do Distrito da Sé e do Distrito de São Pedro e que tiveram de buscar novos locais para morarem. O projeto de abertura da avenida Oceânica ligando a Barra ao Rio Vermelho orientou a expansão da malha urbana, além de atender aos investimentos especulativos do solo urbano. A reforma de confirmou essa nova divisão espacial na cidade e a segregação social, dois processos que vinham sendo gerados desde meados do século anterior. Como alternativa a burguesia criava espaços onde poderia fabricar essa cidade idealizada, europeizada, a exemplo da Barra, da Ondina, da Vitória e da Graça. A classe 15

16 média assentou-se predominantemente em bairros como Nazaré, Barris, Barbalho e outros. O operariado em Roma e na região próximo ao Bonfim. Os mais pobres amontoavam-se em áreas centrais não reformadas ou se deslocavam para bairros ao norte do Centro como Liberdade e São Caetano. Nos bairros centrais a população que não pode ou não quis se afastar concentrou-se nos sobrados cada vez mais subdivididos ou em casebres. A nova Salvador, a cidade moderna e capitalista ia definindo os novos espaços por classes sociais distintas, contudo o certo é que isso nunca foi algo homogêneo. É nesse contexto de transformações no tecido urbano da capital baiana que cada vez mais rápido o automóvel e consequentemente os Chauffeurs passavam a fazer parte da paisagem urbana da cidade e do cotidiano de seus moradores, o que necessariamente exigiu regulamentações instituídas por leis municipais para controle e fiscalização dos autos. A população de Salvador iniciaria uma convivência conflituosa com a grande quantidade de fumaça que emitiam por seus escapamentos abertos, com a poeira que levantavam em ruas ainda precariamente pavimentadas, sem falar na velocidade que assustava. Em fontes jornalísticas do Diário de Notícias da Bahia dos dias 9 de janeiro e 19 de fevereiro de 1916, último ano do primeiro governo de Seabra, é possível perceber os primeiros efeitos do trânsito para o cotidiano dos soteropolitanos através das notícias intituladas A disparada dos autos e a A fumaça dos automóveis, onde os Chauffeurs são retratados como criminosos, imprudentes, uma classe trabalhadora perigosa que oferece risco a sociedade soteropolitana, que abusando da velocidade atravessavam em disparada as ruas de Salvador, principalmente aos sábados, domingos e segundas-feiras, da cidade Baixa a Itapagipe quando estas se encontravam com grande fluxo de pessoas. Os moradores dessa região da capital baiana cobravam da Inspetoria de Veículos a fiscalização dos autos, já que estavam a acontecer muitos acidentes e atropelos como o ocorrido na região da Calçada, que vitimou Crispiniana de S. Menezes de 10 anos de idade. 16

17 Fonte: Diário de Notícias da Bahia, 9 de janeiro de 1916 e 19 de fevereiro de 1916 respectivamente. Por outro lado, Cid Teixeira, Cydelmo Teixeira e Rino Marconi (1978) em A grande Salvador: posse e uso da terra, projetos urbanísticos integrados consideram este profissional um dos símbolos da modernidade triunfante em Salvador, os Chofer s com seus carros de praça 9. Os autores afirmam que além de sobreviverem do transporte de pessoas pela cidade alugando seus carros eram bastante conhecidos de todos, principalmente por seus apelidos. Ninguém, mesmo, chamava de táxi. Todos conheciam era carro de praça. Estacionados nas próprias, aguardando chamadas pelo telefone. Carro, mesmo Ford de Bigode ainda era caro e somente alguns mais ricos se podiam permitir ter um próprio. Tomava-se, mesmo, era carro de praça (Ibid, 1978:32). 9 No mês de maio 2013 com o objetivo de explorar fontes escritas sobre o processo de urbanização da cidade de Salvador fui ao setor de Documentação Baiana na Biblioteca Pública pretendendo encontrar registros de quando o automóvel foi introduzido como meio de transporte urbano na cidade e a partir de que momento a presença do mesmo fez emergir uma classe trabalhadora de profissionais do volante, em espacial o Chofer de Praça Ver, Consuelo Novais Sampaio. 50 anos de Urbanização: Salvador da Bahia no século XIX. Rio de Janeiro: Versal,

18 Fonte: Diário de Notícias, 17 de janeiro de A presença desses profissionais do volante que sobreviviam exclusivamente do que a cidade lhes ofereciam é tão marcante nas primeiras décadas do século XX em Salvador, que em 17 de janeiro de 1925 a capital baiana amanhecia deserta de carros, nenhum de aluguel se via pelas ruas, era a greve dos Chouffeurs. Procurando saber o que aconteceu um enviado do Diário de Notícias se dirigiu ao Centro Automobilístico na ladeira de São Bento. Lá se encontravam para uma reunião a maioria dos Chauffeurs da capital baiana, no que o Sr. João Gaspar Ribeiro presidente da Assembleia Geral do Centro foi o porta voz do movimento. Estes paralisaram suas atividades até o meio dia por conta de uma nota que havia saído anteriormente, com uma informação ameaçadora e que estes não sabiam se era oficial. A comissão que procurava explicações do Chefe de Polícia era formada pelos Chauffeurs Eurico Senna, Oscar Celestino, Gustavo Farinha, Aparício Dantas Ribeiro e Roberto Moreira. 18

19 O que é importante frisar, é a força coletiva desses profissionais que organizados em assembleia decidiram entrar em greve o que abre a possibilidade de imaginar o impacto desastroso que seria a extinção desse serviço de transporte urbano para estes profissionais, suas famílias, as receitas do município e em consequência para população da capital baiana, já que sem esses agravos não faria o menor sentido a paralisação pela busca de direitos que garantissem melhores condições de trabalho e o continuísmo da profissão. Outro aspecto a ser ressaltado é a relação dos Chauffeurs com o órgão fiscalizador e regulamentador (Inspetoria de Veículos) exercido na época pela polícia que estabelecia os locais de parada, circulação e tabela de preços cobrados a hora dos carros de aluguel. Enfim, parece que o Centro Automobilístico local qual se reuniram os Chauffeurs pode ser visto como expressão de um primeiro sindicato que tinha por função intervir e representá-los durante suas reivindicações. Fonte: Diário de Notícias, 31 de janeiro de Nesse mesmo ano, em 31 de janeiro, outro caso noticiado pelo Diário de Notícias da Bahia Ainda não se sabe porque morreu Cyriaco! aparece o Chauffeur 19

20 Pedro Bemvenuto e seu ajudante Juvenal Amorim Telles como suspeitos de um assassinato. Ambos foram convocados a 1º DP para serem ouvidos pelo Delegado Pedro Gordilho. Afirmava Bemvenuto ao delegado que apenas havia conduzido o indivíduo do Largo do Teatro até a Barra em seu carro Bruick nº 102 e que este encontrava-se com uma garrafa de champanhe comprada no Palace Club, onde desta havia bebido a metade encerrando ai sua participação no contexto do crime. Encontrado por um pescador boiando perto das pedras da praia da Barra a dúvida do Chefe de Polícia era se a morte de Cyriaco Serpa havia sido um suicídio ou homicídio, o que fez Bemvenuto retornar a delegacia para prestar outros esclarecimentos. O crime de grande repercussão na sociedade baiana por seu mistério abriu precedentes para especulações em suspeitar da participação de pessoas conhecidas do público soteropolitano, o que dava a entender ter acontecido um crime passional, ou mesmo por vingança ou ainda cobrança de dívida, porém, o delegado afirmava que os indícios levavam a crer num possível suicídio de Serpa. Diante das fontes jornalísticas penso que a modernidade representada pela introdução de novos equipamentos urbanos que reordenaram o cotidiano, os hábitos e o comportamento dos habitantes da capital baiana foi sentida a princípio, pelo desenvolvimento acelerado, mesmo sem as condições estruturais ideais, dos meios de transporte, estes que se tornaram novos mediadores das relações sociais na cidade. Não é por acaso que quase ao mesmo tempo surgem guindastes hidráulicos, elevadores, planos inclinados, bondes, telefones e os próprios automóveis. Nesse contexto de transformações urbanas ao longo de todo o século XX em Salvador o Chauffeur e seu carro de praça podem ser considerados como ícones da modernidade baiana. Por isso, não me detive apenas em encontrar dados específicos sobre este profissional urbano e seu estilo de vida, mas preocupei-me em tomar conhecimento sobre o estado estrutural que se encontrava a cidade de Salvador, contexto em que estes indivíduos emergiam com maior visibilidade. Apesar das intervenções realizadas nas primeiras décadas do século XX faltava iluminação, era grande a existência de buracos, precário o calçamento das ruas e sem saneamento dos esgotos, greves, quebra-quebra, faltas de linha de bondes que atendessem com eficiência as localidades mais distantes, superlotação e não cumprimento de horários, acidentes, violência, crimes e epidemias, aspectos que falam sobre a realidade de Salvador. Por outro lado, grandes vapores trazendo turistas de várias partes do mundo, além de muitos estrangeiros prevendo a primeira Guerra que em 14 se iniciaria, se 20

FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO

FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO É claro que o Brasil não brotou do chão como uma planta. O Solo que o Brasil hoje ocupa já existia, o que não existia era o seu território, a porção do espaço sob domínio,

Leia mais

GRITO PELA EDUCAÇÃO PÚBLICA NO ESTADO DE SÃO PAULO

GRITO PELA EDUCAÇÃO PÚBLICA NO ESTADO DE SÃO PAULO Apresentação Esta cartilha representa um grito dos educadores, dos estudantes, dos pais, dos trabalhadores e da sociedade civil organizada em defesa da educação pública de qualidade, direito de todos e

Leia mais

A URBANIZAÇÃO SOB O CAPITALISMO E SEUS PROBLEMAS. www.tiberiogeo.com.br A Geografia Levada a Sério

A URBANIZAÇÃO SOB O CAPITALISMO E SEUS PROBLEMAS. www.tiberiogeo.com.br A Geografia Levada a Sério A URBANIZAÇÃO SOB O CAPITALISMO E SEUS PROBLEMAS 1 Industrialização e urbanização A industrialização dá o tom da urbanização contemporânea; Teve seu início próxima as áreas de matériasprimas e água; Ela

Leia mais

difusão de idéias EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO

difusão de idéias EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias outubro/2007 página 1 EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO Moysés Kuhlmann :A educação da criança pequena também deve ser pensada na perspectiva de

Leia mais

difusão de idéias AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM

difusão de idéias AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias dezembro/2006 página 1 AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM Celso João Ferretti: o processo de desintegração da educação atingiu em menor escala as escolas técnicas.

Leia mais

1 INTRODUÇÃO. 1.1 Motivação e Justificativa

1 INTRODUÇÃO. 1.1 Motivação e Justificativa 1 INTRODUÇÃO 1.1 Motivação e Justificativa A locomoção é um dos direitos básicos do cidadão. Cabe, portanto, ao poder público normalmente uma prefeitura e/ou um estado prover transporte de qualidade para

Leia mais

Freelapro. Título: Como o Freelancer pode transformar a sua especialidade em um produto digital ganhando assim escala e ganhando mais tempo

Freelapro. Título: Como o Freelancer pode transformar a sua especialidade em um produto digital ganhando assim escala e ganhando mais tempo Palestrante: Pedro Quintanilha Freelapro Título: Como o Freelancer pode transformar a sua especialidade em um produto digital ganhando assim escala e ganhando mais tempo Quem sou eu? Eu me tornei um freelancer

Leia mais

Urban View. Urban Reports. Higienópolis: como o metrô de gente diferenciada influencia no mercado imobiliário

Urban View. Urban Reports. Higienópolis: como o metrô de gente diferenciada influencia no mercado imobiliário Urban View Urban Reports Higienópolis: como o metrô de gente diferenciada influencia no mercado imobiliário Programa Falando em dinheiro, coluna Minha cidade, meu jeito de morar e investir Rádio Estadão

Leia mais

Revisão Participativa dos Instrumentos de Planejamento e Gestão da Cidade de São Paulo Volume 1

Revisão Participativa dos Instrumentos de Planejamento e Gestão da Cidade de São Paulo Volume 1 Revisão Participativa dos Instrumentos de Planejamento e Gestão da Cidade de São Paulo Volume 1 Entenda quais são os Instrumentos de Planejamento e Gestão Urbana que serão revistos Revisão Participativa

Leia mais

Urbanização Brasileira

Urbanização Brasileira Urbanização Brasileira O Brasil é um país com mais de 190 milhões de habitantes. A cada 100 pessoas que vivem no Brasil, 84 moram nas cidades e 16 no campo. A população urbana brasileira teve seu maior

Leia mais

UM RETRATO DAS MUITAS DIFICULDADES DO COTIDIANO DOS EDUCADORES

UM RETRATO DAS MUITAS DIFICULDADES DO COTIDIANO DOS EDUCADORES Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias novembro/2011 página 1 UM RETRATO DAS MUITAS DIFICULDADES DO COTIDIANO DOS EDUCADORES Claudia Davis: É preciso valorizar e manter ativas equipes bem preparadas

Leia mais

PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE MAPUTO

PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE MAPUTO PLANO DE ESTRUTURA URBANA DO MUNICÍPIO DE MAPUTO Seminário sobre Pobreza Urbana Maputo, 16 de Abril de 2009 RAZOES E FILOSOFIA DO PEUMM O PEUM é o primeiro plano de ordenamento urbano elaborado pelo próprio

Leia mais

Módulo 1 Questões Básicas da Economia. 1.1. Conceito de Economia

Módulo 1 Questões Básicas da Economia. 1.1. Conceito de Economia Módulo 1 Questões Básicas da Economia 1.1. Conceito de Economia Todos nós temos uma série de necessidades. Precisamos comer, precisamos nos vestir, precisamos estudar, precisamos nos locomover, etc. Estas

Leia mais

SÃO PAULO GANHA PROGRAMA DE PROTEÇÃO AO PEDESTRE PARA REDUZIR ATROPELAMENTOS

SÃO PAULO GANHA PROGRAMA DE PROTEÇÃO AO PEDESTRE PARA REDUZIR ATROPELAMENTOS SÃO PAULO GANHA PROGRAMA DE PROTEÇÃO AO PEDESTRE PARA REDUZIR ATROPELAMENTOS Em 2010, a cidade de São Paulo registrou 7.007 atropelamentos resultando na morte de 630 pedestres. Apesar de representar uma

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação

Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação Coordenação de Biblioteca ANUNCIO DE MUDANÇAS NO SISTEMA FINANCEIRO

Leia mais

Apartamentos Disponíveis em Salvador

Apartamentos Disponíveis em Salvador Apartamentos Disponíveis em Salvador Não é surpresa que um apartamento em Salvador seja a escolha de muitos compradores que querem viver ou investir nessa linda cidade litorânea. Tem tudo o que um investidor

Leia mais

Colégio Senhora de Fátima

Colégio Senhora de Fátima Colégio Senhora de Fátima A formação do território brasileiro 7 ano Professora: Jenifer Geografia A formação do território brasileiro As imagens a seguir tem como principal objetivo levar a refletir sobre

Leia mais

A observância da acessibilidade na fiscalização de obras e licenciamentos de projetos pelos municípios

A observância da acessibilidade na fiscalização de obras e licenciamentos de projetos pelos municípios A observância da acessibilidade na fiscalização de obras e licenciamentos de projetos pelos municípios Luciano de Faria Brasil Promotoria de Justiça de Habitação e Defesa da Ordem Urbanística de Porto

Leia mais

FUNDAMENTOS DE MARKETING

FUNDAMENTOS DE MARKETING FUNDAMENTOS DE MARKETING Há quatro ferramentas ou elementos primários no composto de marketing: produto, preço, (ponto de) distribuição e promoção. Esses elementos, chamados de 4Ps, devem ser combinados

Leia mais

CONTEXTO HISTORICO E GEOPOLITICO ATUAL. Ciências Humanas e suas tecnologias R O C H A

CONTEXTO HISTORICO E GEOPOLITICO ATUAL. Ciências Humanas e suas tecnologias R O C H A CONTEXTO HISTORICO E GEOPOLITICO ATUAL Ciências Humanas e suas tecnologias R O C H A O capitalismo teve origem na Europa, nos séculos XV e XVI, e se expandiu para outros lugares do mundo ( Ásia, África,

Leia mais

Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos. "Uma arma verdadeiramente competitiva"

Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos. Uma arma verdadeiramente competitiva Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos "Uma arma verdadeiramente competitiva" Pequeno Histórico No período do pós-guerra até a década de 70, num mercado em franca expansão, as empresas se voltaram

Leia mais

Divulgação do novo telefone da Central de Atendimento da Cemig: Análise da divulgação da Campanha

Divulgação do novo telefone da Central de Atendimento da Cemig: Análise da divulgação da Campanha XVIII Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica SENDI 2008-06 a 10 de outubro Olinda - Pernambuco - Brasil Divulgação do novo telefone da Central de Atendimento da Cemig: Análise da divulgação

Leia mais

ABCEducatio entrevista Sílvio Bock

ABCEducatio entrevista Sílvio Bock ABCEducatio entrevista Sílvio Bock Escolher uma profissão é fazer um projeto de futuro A entrada do segundo semestre sempre é marcada por uma grande preocupação para todos os alunos que estão terminando

Leia mais

Estudo de Caso. Cliente: Rafael Marques. Coach: Rodrigo Santiago. Duração do processo: 12 meses

Estudo de Caso. Cliente: Rafael Marques. Coach: Rodrigo Santiago. Duração do processo: 12 meses Estudo de Caso Cliente: Rafael Marques Duração do processo: 12 meses Coach: Rodrigo Santiago Minha idéia inicial de coaching era a de uma pessoa que me ajudaria a me organizar e me trazer idéias novas,

Leia mais

Rompendo os muros escolares: ética, cidadania e comunidade 1

Rompendo os muros escolares: ética, cidadania e comunidade 1 PROGRAMA ÉTICA E CIDADANIA construindo valores na escola e na sociedade Rompendo os muros escolares: ética, cidadania e comunidade 1 Ulisses F. Araújo 2 A construção de um ambiente ético que ultrapasse

Leia mais

---- ibeu ---- ÍNDICE DE BEM-ESTAR URBANO

---- ibeu ---- ÍNDICE DE BEM-ESTAR URBANO INSTITUTO NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA CNPq/FAPERJ/CAPES ---- ibeu ---- ÍNDICE DE BEM-ESTAR URBANO COORDENAÇÃO LUIZ CÉSAR DE QUEIROZ RIBEIRO EQUIPE RESPONSÁVEL ANDRÉ RICARDO SALATA LYGIA GONÇALVES

Leia mais

Como estruturar empreendimentos mistos

Como estruturar empreendimentos mistos 1 Como estruturar empreendimentos mistos Por Mariana Borges Altmayer Advogada esclarece dúvidas sobre o registro de incorporação, a convenção de condomínio e o modelo de gestão para empreendimentos de

Leia mais

Diretrizes para o Plano de Mobilidade Urbana 2015 da Cidade de São Paulo referentes à mobilidade a pé

Diretrizes para o Plano de Mobilidade Urbana 2015 da Cidade de São Paulo referentes à mobilidade a pé Diretrizes para o Plano de Mobilidade Urbana 2015 da Cidade de São Paulo referentes à mobilidade a pé Introdução Este material surge como resultado do acompanhamento das apresentações do Plano de Mobilidade

Leia mais

os projetos de urbanização de favelas 221

os projetos de urbanização de favelas 221 5.15 Favela Jardim Floresta. Vielas e padrão de construção existente. 5.16 Favela Jardim Floresta. Plano geral de urbanização e paisagismo. 5.17 Favela Jardim Floresta. Seção transversal. 5.18 Favela Jardim

Leia mais

GRUPO DE TRABALHO DE INFRAESTRUTURA E MOBILIDADE URBANA

GRUPO DE TRABALHO DE INFRAESTRUTURA E MOBILIDADE URBANA DESENVOLVIMENTO DE LAY-OUT DE PROPOSTA ALTERNATIVA PARA O SISTEMA G DE TRANSPORTE PÚBLICO MULTIMODAL PARA A REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA GRUPO DE TRABALHO DE INFRAESTRUTURA E MOBILIDADE URBANA

Leia mais

O céu. Aquela semana tinha sido uma trabalheira! www.interaulaclube.com.br

O céu. Aquela semana tinha sido uma trabalheira! www.interaulaclube.com.br A U A UL LA O céu Atenção Aquela semana tinha sido uma trabalheira! Na gráfica em que Júlio ganhava a vida como encadernador, as coisas iam bem e nunca faltava serviço. Ele gostava do trabalho, mas ficava

Leia mais

introdução Trecho final da Carta da Terra 1. O projeto contou com a colaboração da Rede Nossa São Paulo e Instituto de Fomento à Tecnologia do

introdução Trecho final da Carta da Terra 1. O projeto contou com a colaboração da Rede Nossa São Paulo e Instituto de Fomento à Tecnologia do sumário Introdução 9 Educação e sustentabilidade 12 Afinal, o que é sustentabilidade? 13 Práticas educativas 28 Conexões culturais e saberes populares 36 Almanaque 39 Diálogos com o território 42 Conhecimentos

Leia mais

Governança de TI. ITIL v.2&3. parte 1

Governança de TI. ITIL v.2&3. parte 1 Governança de TI ITIL v.2&3 parte 1 Prof. Luís Fernando Garcia LUIS@GARCIA.PRO.BR ITIL 1 1 ITIL Gerenciamento de Serviços 2 2 Gerenciamento de Serviços Gerenciamento de Serviços 3 3 Gerenciamento de Serviços

Leia mais

Especificidades das mortes violentas no Brasil e suas lições. Maria Cecília de Souza Minayo

Especificidades das mortes violentas no Brasil e suas lições. Maria Cecília de Souza Minayo Especificidades das mortes violentas no Brasil e suas lições Maria Cecília de Souza Minayo 1ª. característica: elevadas e crescentes taxas de homicídios nos últimos 25 anos Persistência das causas externas

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação

Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação Coordenação de Biblioteca II. POLÍTICA INTERNACIONAL RIO DE

Leia mais

SAÚDE COMO UM DIREITO DE CIDADANIA

SAÚDE COMO UM DIREITO DE CIDADANIA SAÚDE COMO UM DIREITO DE CIDADANIA José Ivo dos Santos Pedrosa 1 Objetivo: Conhecer os direitos em saúde e noções de cidadania levando o gestor a contribuir nos processos de formulação de políticas públicas.

Leia mais

PLANO DIRETOR DE TRANSPORTE E MOBILIDADE DE BAURU - PLANMOB

PLANO DIRETOR DE TRANSPORTE E MOBILIDADE DE BAURU - PLANMOB PLANO DIRETOR DE TRANSPORTE E MOBILIDADE DE BAURU - PLANMOB O QUE É O Plano Diretor de Transporte e da Mobilidade é um instrumento da política de desenvolvimento urbano, integrado ao Plano Diretor do município,

Leia mais

Título do Case: O papel do Movimento Empresa Júnior na formação de empreendedores que transformam a vida das pessoas Categoria: EJ Empreendedora

Título do Case: O papel do Movimento Empresa Júnior na formação de empreendedores que transformam a vida das pessoas Categoria: EJ Empreendedora Título do Case: O papel do Movimento Empresa Júnior na formação de empreendedores que transformam a vida das pessoas Categoria: EJ Empreendedora Resumo: O Movimento Empresa Júnior (MEJ) brasileiro há mais

Leia mais

Ituran: compromisso com a qualidade de vida

Ituran: compromisso com a qualidade de vida Ituran: compromisso com a qualidade de vida INTRODUÇÃO: O mercado de rastreadores veiculares começou a crescer verdadeiramente no início dessa década. Curiosamente, é nesse mesmo momento que aumenta definitivamente

Leia mais

Shopping Iguatemi Campinas Reciclagem

Shopping Iguatemi Campinas Reciclagem Shopping Iguatemi Campinas Reciclagem 1) COMO FUNCIONA? O PROBLEMA OU SITUAÇÃO ANTERIOR Anteriormente, todos os resíduos recicláveis ou não (com exceção do papelão), ou seja, papel, plásticos, vidros,

Leia mais

O Dever de Consulta Prévia do Estado Brasileiro aos Povos Indígenas.

O Dever de Consulta Prévia do Estado Brasileiro aos Povos Indígenas. O Dever de Consulta Prévia do Estado Brasileiro aos Povos Indígenas. O que é o dever de Consulta Prévia? O dever de consulta prévia é a obrigação do Estado (tanto do Poder Executivo, como do Poder Legislativo)

Leia mais

Eixo Anhanguera-Bandeirantes virou polo lean, diz especialista

Eixo Anhanguera-Bandeirantes virou polo lean, diz especialista Eixo Anhanguera-Bandeirantes virou polo lean, diz especialista Robson Gouveia, gerente de projetos do Lean Institute Brasil, detalha como vem evoluindo a gestão em empresas da região O eixo Anhanguera

Leia mais

Duplo sentido ciclável. Experiência de Paris.

Duplo sentido ciclável. Experiência de Paris. Duplo sentido ciclável. Experiência de Paris. Thiago Máximo É preciso pensar a mobilidade urbana, como um sistema. Muitas vezes a questão da circulação nas grades cidades é pensada apenas para sanar problemas

Leia mais

Fácil e comum é se ouvir uma empresa levantar a bandeira do fluxo de informação com seus diversos públicos, inclusive o interno. A este, a maioria das empresas enaltece com orgulho um setor específico,

Leia mais

Distribuidor de Mobilidade GUIA OUTSOURCING

Distribuidor de Mobilidade GUIA OUTSOURCING Distribuidor de Mobilidade GUIA OUTSOURCING 1 ÍNDICE 03 04 06 07 09 Introdução Menos custos e mais controle Operação customizada à necessidade da empresa Atendimento: o grande diferencial Conclusão Quando

Leia mais

DIREÇÃO NACIONAL DA CUT APROVA ENCAMINHAMENTO PARA DEFESA DA PROPOSTA DE NEGOCIAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO, DAS APOSENTADORIAS E DO FATOR PREVIDENCIÁRIO

DIREÇÃO NACIONAL DA CUT APROVA ENCAMINHAMENTO PARA DEFESA DA PROPOSTA DE NEGOCIAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO, DAS APOSENTADORIAS E DO FATOR PREVIDENCIÁRIO DIREÇÃO NACIONAL DA CUT APROVA ENCAMINHAMENTO PARA DEFESA DA PROPOSTA DE NEGOCIAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO, DAS APOSENTADORIAS E DO FATOR PREVIDENCIÁRIO A CUT e as centrais sindicais negociaram com o governo

Leia mais

MANUAL DO USO DE ELEVADORES ÍNDICE: I Procedimentos e Cuidados

MANUAL DO USO DE ELEVADORES ÍNDICE: I Procedimentos e Cuidados MANUAL DO USO DE ELEVADORES ÍNDICE: I Procedimento e Cuidados II Verificação pelo usuário do funcionamento seguro do elevador III Procedimentos a evitar na utilização do elevador IV Orientação para a escolha

Leia mais

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum 1. O direito constitucional à educação é concretizado, primeiramente, com uma trajetória regular do estudante, isto é, acesso das crianças e jovens a

Leia mais

A solução do BANCO i para aprovação de crédito

A solução do BANCO i para aprovação de crédito A solução do BANCO i para aprovação de crédito Autoria: Profª Sheila Madrid Saad Mestre em Administração de Empresas Universidade Presbiteriana Mackenzie Gislaine Stangalin Avelar Graduando em Administração

Leia mais

Sistemas de Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente (Customer Relationship Management CRM)

Sistemas de Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente (Customer Relationship Management CRM) CRM Definição De um modo muito resumido, pode definir-se CRM como sendo uma estratégia de negócio que visa identificar, fazer crescer, e manter um relacionamento lucrativo e de longo prazo com os clientes.

Leia mais

Unidade II FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL. Prof. José Junior

Unidade II FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL. Prof. José Junior Unidade II FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL Prof. José Junior O surgimento do Serviço Social O serviço social surgiu da divisão social e técnica do trabalho, afirmando-se

Leia mais

Opinião N13 O DEBATE SOBRE AÇÕES AFIRMATIVAS NO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL E NA ÁFRICA DO SUL 1

Opinião N13 O DEBATE SOBRE AÇÕES AFIRMATIVAS NO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL E NA ÁFRICA DO SUL 1 Opinião N13 O DEBATE SOBRE AÇÕES AFIRMATIVAS NO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL E NA ÁFRICA DO SUL 1 GRAZIELLA MORAES SILVA 2 O debate sobre ações afirmativas no Brasil é geralmente tratado como uma questão

Leia mais

MÓDULO 14 Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9000)

MÓDULO 14 Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9000) MÓDULO 14 Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9000) Ao longo do tempo as organizações sempre buscaram, ainda que empiricamente, caminhos para sua sobrevivência, manutenção e crescimento no mercado competitivo.

Leia mais

Mídias sociais como apoio aos negócios B2C

Mídias sociais como apoio aos negócios B2C Mídias sociais como apoio aos negócios B2C A tecnologia e a informação caminham paralelas à globalização. No mercado atual é simples interagir, aproximar pessoas, expandir e aperfeiçoar os negócios dentro

Leia mais

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago. 2003 117 GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo*

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago. 2003 117 GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo* GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo* Como deve ser estruturada a política social de um país? A resposta a essa pergunta independe do grau de desenvolvimento do país, da porcentagem

Leia mais

No modo de produção escravista os trabalhadores recebiam salários muito baixos.

No modo de produção escravista os trabalhadores recebiam salários muito baixos. Atividade extra Fascículo 2 Sociologia Unidade 3 Questão 1 Leia com atenção o texto de Paul Lovejoy sobre escravidão: Enquanto propriedade, os escravos eram bens móveis: o que significa dizer que eles

Leia mais

Revisão Participativa dos Instrumentos de Planejamento. Reunião com Entidades da Subprefeitura de Pinheiros

Revisão Participativa dos Instrumentos de Planejamento. Reunião com Entidades da Subprefeitura de Pinheiros Revisão Participativa dos Instrumentos de Planejamento Urbano da Cidade de São Paulo Reunião com Entidades da Subprefeitura de Pinheiros 1 Revisão Participativa dos Instrumentos de Planejamento Urbano

Leia mais

- ÁREAS DE REABILITAÇÃO URBANA -

- ÁREAS DE REABILITAÇÃO URBANA - - ÁREAS DE REABILITAÇÃO URBANA - ARU do Centro Histórico de Beja ARU do Centro Histórico de Beja II ARU do Bairro Social de Beja ARU da Rua da Lavoura - Beja ESCLARECIMENTOS E INSTRUÇÕES PARA OS INTERESSADOS

Leia mais

Empresário. Você curte moda? Gosta de cozinhar? Não existe sorte nos negócios. Há apenas esforço, determinação, e mais esforço.

Empresário. Você curte moda? Gosta de cozinhar? Não existe sorte nos negócios. Há apenas esforço, determinação, e mais esforço. Empresário Não existe sorte nos negócios. Há apenas esforço, determinação, e mais esforço. Sophie Kinsella, Jornalista Econômica e autora Você curte moda? Gosta de cozinhar? Ou talvez apenas goste de animais?

Leia mais

Quem muda a cidade somos nós: Reforma Urbana já!

Quem muda a cidade somos nós: Reforma Urbana já! CONFERÊNCIA MUNICIPAL DAS CIDADES IBOTIRAMA Maio/2013 Quem muda a cidade somos nós: Reforma Urbana já! Apresentação: Jocélio Hércules Corneau Engenheiro, Especialização em Automação Industrial, Pós Graduação

Leia mais

Globalização e solidariedade Jean Louis Laville

Globalização e solidariedade Jean Louis Laville CAPÍTULO I Globalização e solidariedade Jean Louis Laville Cadernos Flem V - Economia Solidária 14 Devemos lembrar, para entender a economia solidária, que no final do século XIX, houve uma polêmica sobre

Leia mais

PORTAS E JANELAS: A LIGAÇÃO DA CASA COM O MUNDO

PORTAS E JANELAS: A LIGAÇÃO DA CASA COM O MUNDO PORTAS E JANELAS: A LIGAÇÃO DA CASA COM O MUNDO É dito no ditado popular que os olhos de uma pessoa são as janelas de sua alma, trazendo este pensamento para uma residência, podemos entender que as janelas

Leia mais

Os encontros de Jesus. sede de Deus

Os encontros de Jesus. sede de Deus Os encontros de Jesus 1 Jo 4 sede de Deus 5 Ele chegou a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, que ficava perto das terras que Jacó tinha dado ao seu filho José. 6 Ali ficava o poço de Jacó. Era mais ou

Leia mais

O Mundo industrializado no século XIX

O Mundo industrializado no século XIX O Mundo industrializado no século XIX Novas fontes de energia; novos inventos técnicos: Por volta de 1870, deram-se, em alguns países, mudanças importantes na indústria. Na 2ª Revolução Industrial as indústrias

Leia mais

Alexandre Brasil André Prado. Carlos A. Maciel Danilo Matoso. Revitalização do Centro de Goiânia Goiânia, GO projeto: 2000 concurso 1o lugar

Alexandre Brasil André Prado. Carlos A. Maciel Danilo Matoso. Revitalização do Centro de Goiânia Goiânia, GO projeto: 2000 concurso 1o lugar Alexandre Brasil André Prado Carlos A. Maciel Danilo Matoso projeto: 2000 concurso 1o lugar O conjunto objeto desta proposta se constitui de três partes de caráter notadamente diferenciadas: a primeira,

Leia mais

Conheça a trajetória da empresa no Brasil através desta entrevista com o Vice- Presidente, Li Xiaotao.

Conheça a trajetória da empresa no Brasil através desta entrevista com o Vice- Presidente, Li Xiaotao. QUEM É A HUAWEI A Huawei atua no Brasil, desde 1999, através de parcerias estabelecidas com as principais operadoras de telefonia móvel e fixa no país e é líder no mercado de banda larga fixa e móvel.

Leia mais

MUDANÇAS NO FEUDALISMO. Professor Sebastião Abiceu 7º ano Colégio Marista São José de Montes Claros - MG

MUDANÇAS NO FEUDALISMO. Professor Sebastião Abiceu 7º ano Colégio Marista São José de Montes Claros - MG MUDANÇAS NO FEUDALISMO Professor Sebastião Abiceu 7º ano Colégio Marista São José de Montes Claros - MG MUDANÇAS NO FEUDALISMO A partir do século XI Expansão das áreas de cultivo, as inovações técnicas.

Leia mais

Análise de obra arquitetônica: O prédio do Museu Brasileiro da Escultura (MUBE), de Paulo Mendes da Rocha.

Análise de obra arquitetônica: O prédio do Museu Brasileiro da Escultura (MUBE), de Paulo Mendes da Rocha. Análise de obra arquitetônica: O prédio do Museu Brasileiro da Escultura (MUBE), de Paulo Mendes da Rocha. Por Talles Lucena, educador do MuBE. O prédio do Museu Brasileiro da Escultura é um projeto do

Leia mais

Jogos. Redes Sociais e Econômicas. Prof. André Vignatti

Jogos. Redes Sociais e Econômicas. Prof. André Vignatti Jogos Redes Sociais e Econômicas Prof. André Vignatti Teoria dos Jogos Neste curso, queremos olhar para redes a partir de duas perspectivas: 1) uma estrutura subjacente dos links de conexão 2) o comportamentos

Leia mais

Futuro Profissional um incentivo à inserção de jovens no mercado de trabalho

Futuro Profissional um incentivo à inserção de jovens no mercado de trabalho Futuro Profissional um incentivo à inserção de jovens no mercado de trabalho SOUSA, Pedro H. 1 Palavras-chave: Mercado de Trabalho, Formação Acadêmica, Empreendedorismo. Introdução: O mercado de trabalho

Leia mais

VOLUNTARIADO E CIDADANIA

VOLUNTARIADO E CIDADANIA VOLUNTARIADO E CIDADANIA Voluntariado e cidadania Por Maria José Ritta Presidente da Comissão Nacional do Ano Internacional do Voluntário (2001) Existe em Portugal um número crescente de mulheres e de

Leia mais

Vendas - Cursos. Curso Completo de Treinamento em Vendas com Eduardo Botelho - 15 DVDs

Vendas - Cursos. Curso Completo de Treinamento em Vendas com Eduardo Botelho - 15 DVDs Vendas - Cursos Curso Completo de Treinamento em Vendas com - 15 DVDs O DA VENDA Esta palestra mostra de maneira simples e direta como planejar o seu trabalho e, também, os seus objetivos pessoais. Através

Leia mais

Viva Rio lança trabalho socioambiental que contempla Nova Friburgo

Viva Rio lança trabalho socioambiental que contempla Nova Friburgo Início Notícias Viva Rio lança trabalho socioambiental que contempla Nova Friburgo Iniciativa é parte do projeto Rios da Serra. Sede provisória da organização é montada no Prado TERÇA FEIRA, 19 DE MAIO

Leia mais

Atribuições dos Tecnólogos

Atribuições dos Tecnólogos UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL TECNOLOGIA EM CONTRUÇÃO CIVIL EDIFÍCIOS E ESTRADAS Atribuições dos Tecnólogos Prof.ª Me. Fabiana Marques Maio / 2014 SOBRE O TECNÓLOGO Segundo

Leia mais

CONSTITUINTE EXCLUSIVA E SOBERANA DO SISTEMA POLITICO

CONSTITUINTE EXCLUSIVA E SOBERANA DO SISTEMA POLITICO HQ se lga! i CONSTITUINTE EXCLUSIVA E SOBERANA DO SISTEMA POLITICO CONSTITUINTE EXCLUSIVA E SOBERANA DO SISTEMA POLITICO Defender a CONSTITUINTE é um erro! Erro, por que? A direita vai aproveitar uma Constituinte

Leia mais

Aprimoramento através da integração

Aprimoramento através da integração Aprimoramento através da integração Uma parceria para implementar uma solução de aprendizagem em tempo recorde Visão Geral Com mais de 70 anos de excelência na produção de conhecimento no Brasil, a Fundação

Leia mais

abril/2013 CICLOVIA ZONA NORTE

abril/2013 CICLOVIA ZONA NORTE abril/2013 CICLOVIA ZONA NORTE introdução Das temáticas de crise das grandes cidades nos dias de hoje, uma das questões mais contundentes é a mobilidade urbana. A cidade de São Paulo, metrópole que sofre

Leia mais

Enercoutim investe 18 milhões na plataforma de demonstração de energia solar em Martim Longo

Enercoutim investe 18 milhões na plataforma de demonstração de energia solar em Martim Longo Enercoutim investe 18 milhões na plataforma de demonstração de energia solar em Martim Longo Por Elisabete Rodrigues 17 de Maio de 2013 09:05 Comentar A plataforma de demonstração de energia solar que

Leia mais

História da Habitação em Florianópolis

História da Habitação em Florianópolis História da Habitação em Florianópolis CARACTERIZAÇÃO DAS FAVELAS EM FLORIANÓPOLIS No início do século XX temos as favelas mais antigas, sendo que as primeiras se instalaram em torno da região central,

Leia mais

REFORMA UNIVERSITÁRIA: contribuições da FENAJ, FNPJ e SBPJor. Brasília, outubro de 2004

REFORMA UNIVERSITÁRIA: contribuições da FENAJ, FNPJ e SBPJor. Brasília, outubro de 2004 REFORMA UNIVERSITÁRIA: contribuições da FENAJ, FNPJ e SBPJor Brasília, outubro de 2004 FEDERAÇÃO NACIONAL DOS JORNALISTAS FENAJ http://www.fenaj.org.br FÓRUM NACIONAL DOS PROFESSORES DE JORNALISMO - FNPJ

Leia mais

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012 Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012 O RISCO DOS DISTRATOS O impacto dos distratos no atual panorama do mercado imobiliário José Eduardo Rodrigues Varandas Júnior

Leia mais

São Paulo/SP - Planejamento urbano deve levar em conta o morador da rua

São Paulo/SP - Planejamento urbano deve levar em conta o morador da rua São Paulo/SP - Planejamento urbano deve levar em conta o morador da rua Pesquisa traz reflexões para melhorar a situação da população de rua e indica falhas nas políticas públicas. Moradores de rua na

Leia mais

A moeda possui três funções básicas: Reserva de Valor, Meio de troca e Meio de Pagamento.

A moeda possui três funções básicas: Reserva de Valor, Meio de troca e Meio de Pagamento. 29- A lógica da composição do mercado financeiro tem como fundamento: a) facilitar a transferência de riscos entre agentes. b) aumentar a poupança destinada a investimentos de longo prazo. c) mediar as

Leia mais

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr. A Chave para o Sucesso Empresarial José Renato Sátiro Santiago Jr. Capítulo 1 O Novo Cenário Corporativo O cenário organizacional, sem dúvida alguma, sofreu muitas alterações nos últimos anos. Estas mudanças

Leia mais

Vamos fazer um mundo melhor?

Vamos fazer um mundo melhor? Vamos fazer um mundo melhor? infanto-junvenil No mundo em que vivemos há quase 9 milhões de espécies de seres vivos, que andam, voam, nadam, vivem sobre a terra ou nos oceanos, são minúsculos ou enormes.

Leia mais

Motivar pessoas para o foco da organização

Motivar pessoas para o foco da organização PORTWAY Motivar pessoas para o foco da organização Série 4 pilares da liderança Volume 3 4 pilares da liderança Motivar pessoas para o foco da organização E m Julho de 2014, fui procurado por algumas diretoras

Leia mais

IDÉIAS EM CONSTRUÇÃO DOCUMENTOS PARA ESTUDO 03-03

IDÉIAS EM CONSTRUÇÃO DOCUMENTOS PARA ESTUDO 03-03 1 IDÉIAS EM CONSTRUÇÃO DOCUMENTOS PARA ESTUDO 03-03 O PAPEL DO FUNDO ROTATIVO NA FORMAÇÃO DE UMA NOVA CULTURA DE CRÉDITO Introdução Obedecendo a mesma dinâmica dos dois números anteriores, esse texto trata

Leia mais

Comunidades de prática

Comunidades de prática Comunidades de prática Objetivos (Henrique Bizzarria para o site Ebah) Comunidades de praticas! O que são?! Para que servem?! Porquê falar delas? Comunidades de prática! O termo "comunidade de prática"

Leia mais

A origem latina da palavra trabalho (tripalium, antigo instrumento de tortura) confirma o valor negativo atribuído às atividades laborais.

A origem latina da palavra trabalho (tripalium, antigo instrumento de tortura) confirma o valor negativo atribuído às atividades laborais. 1 Origem do termo O trabalho é o conjunto de atividades por meio das quais o ser humano cria as condições para sua sobrevivência. Por esta característica, sempre foi indispensável na vida dos indivíduos.

Leia mais

Gestão da Informação e do Conhecimento

Gestão da Informação e do Conhecimento Gestão da Informação e do Conhecimento Aula 05 Aquisição da Informação Dalton Lopes Martins dmartins@gmail.com 2sem/2014 Aquisição da Informação PROCESSO 2 - A aquisição da informação envolve as seguintes

Leia mais

SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO

SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO MESTRADO SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO Justificativa A equipe do mestrado em Direito do UniCEUB articula-se com a graduação, notadamente, no âmbito dos cursos de

Leia mais

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS APRESENTAÇÃO ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS Breve histórico da instituição seguido de diagnóstico e indicadores sobre a temática abrangida pelo projeto, especialmente dados que permitam análise da

Leia mais

Resgate histórico do processo de construção da Educação Profissional integrada ao Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA)

Resgate histórico do processo de construção da Educação Profissional integrada ao Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) Resgate histórico do processo de construção da Educação Profissional integrada ao Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) Mário Lopes Amorim 1 Roberto Antonio Deitos 2 O presente

Leia mais

Educação Patrimonial Centro de Memória

Educação Patrimonial Centro de Memória Educação Patrimonial Centro de Memória O que é história? Para que serve? Ambas perguntas são aparentemente simples, mas carregam uma grande complexidade. É sobre isso que falarei agora. A primeira questão

Leia mais

Instalações Máquinas Equipamentos Pessoal de produção

Instalações Máquinas Equipamentos Pessoal de produção Fascículo 6 Arranjo físico e fluxo O arranjo físico (em inglês layout) de uma operação produtiva preocupa-se com o posicionamento dos recursos de transformação. Isto é, definir onde colocar: Instalações

Leia mais

EDUCAÇÃO SUPERIOR, INOVAÇÃO E PARQUES TECNOLÓGICOS

EDUCAÇÃO SUPERIOR, INOVAÇÃO E PARQUES TECNOLÓGICOS EDUCAÇÃO SUPERIOR, INOVAÇÃO E PARQUES TECNOLÓGICOS Jorge Luis Nicolas Audy * A Universidade vem sendo desafiada pela Sociedade em termos de uma maior aproximação e alinhamento com as demandas geradas pelo

Leia mais

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Setembro/2013 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 1. O que são unidades de conservação (UC)?

Leia mais

A Preservação do Patrimônio Cultural na Esfera Municipal

A Preservação do Patrimônio Cultural na Esfera Municipal A Preservação do Patrimônio Cultural na Esfera Municipal 1. Introdução O patrimônio cultural de cada comunidade pode ser considerado a sua cédula de identidade. Por isso, cada vez mais os municípios necessitam

Leia mais

A OPERAÇÃO DE CROSS-DOCKING

A OPERAÇÃO DE CROSS-DOCKING A OPERAÇÃO DE CROSS-DOCKING Fábio Barroso Introdução O atual ambiente de negócios exige operações logísticas mais rápidas e de menor custo, capazes de suportar estratégias de marketing, gerenciar redes

Leia mais