RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL

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1 RESUMO RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL FADERGS Diego Henrique Ferreira da Silva 1 O presente artigo tem por objetivo discorrer sobre a responsabilidade civil no âmbito do Direito Ambiental, desenvolvendo considerações gerais sobre a responsabilidade civil, em sentido amplo, tais como critérios conceituais, pressupostos e espécies subjetiva e objetiva. Ato contínuo, analisa a responsabilidade civil ambiental propriamente dita, aliás, fundamentada na responsabilidade civil objetiva. Logo após, adentra nas teorias cabíveis no âmbito do nexo causal, em sede de responsabilidade civil ambiental, ou seja, a teoria do risco integral, a teoria do risco criado ou mitigado e a teoria intermediária. Por fim, conclui no sentido de que é necessário distinguir as atividades de alto potencial ofensivo ao meio ambiente, onde admite a aplicação da teoria mais exacerbada do risco integral, das atividades de baixo potencial de dano, nas quais a aplicação das teorias do risco criado ou a teoria intermediária, são admissíveis, pois aceitam as excludentes de responsabilidade civil, cada uma dentro de seus próprios critérios, amenizando eventuais rigorismos desnecessários. Palavras-chave: Responsabilidade civil. Responsabilidade civil ambiental. Responsabilidade civil objetiva. Teorias do Risco. ABSTRACT This study aims to discuss the liability under Environmental Law, develops general considerations on liability, in the broad sense, such as conceptual criteria, premises and subjective and objective species. Immediately thereafter, analyzes the environmental liability itself, moreover, based on objective liability. Soon after, enters the theories applicable within the causal relationship, based on environmental liability, ie, the theory of integral risk, the created or mitigated risk theory and intermediate theory. Finally, concludes in the sense that it is necessary to distinguish the activities of high offensive potential to the environment - which allows the application of the more exacerbated 1 Pós-graduando do Curso de Especialização com Ênfase em Direito do Trabalho e Direito Processual do Trabalho da Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP); Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun

2 REVISTA NOVATIO IURIS theory of the full risk -, of the activities of low damage potential, in which the application of risk created or intermediate theories are admissible because accepts the liability excludents, each within their own criteria, softening any unnecessary rigorism. Keywords: Liability. Environmental liability. Objective liability. Theories of Risk. INTRODUÇÃO É inegável a evolução da ideia de reparação do dano ao meio ambiente em vários países, visto que o progresso e a modernização tecnológica nas últimas décadas determinaram uma intensa exploração dos recursos naturais e, por consequência, geraram riscos iminentes de degradação ecológica. Consagrouse que o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado pertence à categoria dos direitos ou interesses difusos, tendo como titulares pessoas indeterminadas ou indetermináveis. É cediço que hoje a responsabilidade ambiental encontra-se, também, amplamente recepcionada pelo ordenamento jurídico brasileiro, onde há lugar de destaque para a responsabilidade civil. E o legislador pátrio determinou que a responsabilidade civil ambiental é de ordem objetiva, vale dizer, não se avalia subjetivamente a conduta do autor, mas a efetiva ocorrência do dano. E o dano ocasionado ao meio ambiente deve ser sempre reparado ou compensado. Em assim sendo, a todo o dano acarretado ao meio ambiente corresponde uma reparação, no âmbito civil, que deverá ser efetivada, preferencialmente com a imposição do retorno do status quo ante e/ou por intermédio de indenização pecuniária. Com efeito, as teorias do risco defendem a necessidade ou não da exigência de nexo causal entre a conduta e o dano para determinar a responsabilização civil. A teoria do risco integral, mais exacerbada, não aceita qualquer excludente de responsabilidade civil. As teorias do risco criado e a teoria intermediária denominada, também, tertium genus, aceitam as excludentes, sendo consideradas mais amenas em sede de responsabilidade civil ambiental. O certo é que, antes de qualquer responsabilização, impõe-se despertar a consciência da sociedade de que a degradação ambiental resulta em 40 FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun. 2014

3 FADERGS decadência econômica e grande preocupação para as futuras gerações. E a importância do presente estudo é inegável, pois a responsabilidade civil em matéria ambiental objetiva alcançar, de certa maneira, a reparação do dano acarretado ao meio ambiente pela ação ou omissão do ser humano. Na atualidade, a preocupação com o meio ambiente vem se tornando cada vez mais intensa, até mesmo porque surgem estudos derivados das mais diversas áreas da ciência, dando conta de que o progresso da sociedade está gerando, por consequência, a degradação ambiental, o que poderá ameaçar a continuação da vida na Terra no futuro. 1 RESPONSABILIDADE CIVIL 1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS DA RESPONSABILIDADE CIVIL O estudo da responsabilidade civil é parte inerente do direito das obrigações, sendo a reparação do dano algo sucessivo à transgressão de uma obrigação, dever jurídico ou direito. A palavra responsabilidade encerra a ideia de segurança ou garantia da restituição ou compensação do bem sacrificado. Teria, assim, o significado de recomposição, de obrigação de restituir ou ressarcir (GONÇALVES, 2006). Nessa linha, quando um bem ou interesse é injustamente lesionado, a prática desse ato ilícito impõe seu ressarcimento por parte daquele que o feriu, sendo a obrigação de natureza pessoal (VENOSA, p. 2). É cediço que a responsabilização civil tem duas funções. A primeira funciona como meio de segurança, na medida em que os indivíduos agem com plena consciência de que devem respeitar o patrimônio alheio, uma vez que todo o prejuízo causado acarreta, como consequência natural, em uma reparação indenizatória à vítima. Em um segundo momento, a responsabilização civil tem um efeito preventivo, visando a inibir futuras condutas danosas em razão da punição civil econômica a ser aplicada acaso o dano ocorra efetivamente (FERREIRA, 2002). A expressão responsabilidade exprime, desde logo, o sentido de obrigação, encargo, contraprestação. Há dissensões na doutrina para conceituar FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun

4 REVISTA NOVATIO IURIS a responsabilidade civil. Serpa Lopes observa que a responsabilidade civil é a obrigação de reparar um dano, seja por decorrer de uma culpa ou de uma circunstância legal que a justifique, como a culpa presumida, ou por uma circunstância meramente objetiva (LOPES, 1962, v. 5). Maria Helena Diniz, em sua manifestação ressalta: A responsabilidade civil é a aplicação de medidas que obriguem uma pessoa a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiros, em razão de ato por ela mesma praticado, por pessoa por quem ela responde, por alguma coisa a ela pertencente ou de simples imposição legal (DINIZ, p. 51). Giselda Maria Fernandes afirma: (...) a responsabilidade civil nada mais é do que o dever de indenizar o dano, que surge sempre quando alguém deixa de cumprir um preceito estabelecido num contrato, ou quando deixa de observar o sistema normativo que rege a vida do cidadão (HIRONAKA, p ). Rui Stoco, por seu turno, arremata considerando a responsabilidade civil como sendo uma obrigação da pessoa física ou jurídica ofensora de reparar o dano causado por uma conduta que viola um dever jurídico preexistente de não lesionar. Segundo, também, o referido autor, a responsabilidade civil envolve, antes de tudo, o dano, o prejuízo, o desfalque e o desequilíbrio ou descompensação do patrimônio de alguém (STOCO, p.120). Silvio de Salvo Venosa entende que uma pessoa é responsável quando suscetível de ser sancionada, independentemente de ter cometido pessoalmente um ato antijurídico. Em outras palavras, este jurista diz que a responsabilidade pode ser direta, se disser respeito ao próprio causador do dano; ou indireta, quando se referir a terceiro que, de uma forma ou de outra, esteja ligado ao ofensor (VENOSA, 2006, p. 4). O Artigo 927 do atual Código Civil, no Título IX Da Responsabilidade Civil, correspondente do artigo 159 do ordenamento civil de 1916, dispõe, verbis: Aquele que, por ato ilícito (artigos 186 e 187) causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo (BRASIL. p. 1-74, 11 jan. 2002). Em assim sendo, 42 FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun. 2014

5 FADERGS e considerando as conceituações dos juristas antes mencionados, em cotejo com a legislação civil, ousamos definir a responsabilidade civil, sinteticamente, como sendo a obrigação de alguém que praticou uma ação ou omissão danosa em ressarcir o prejuízo a outrem, de maneira que possa compensá-lo pelo dano experimentado. 1.2 PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL A caracterização dos pressupostos basilares à configuração da responsabilidade civil não tem sido tarefa fácil, diante das imprecisões doutrinárias a respeito do aludido tema. Embora a existência de tal quadro, entendemos que a responsabilidade civil requer a existência de uma ação, comissiva ou omissiva, a ocorrência de um dano moral e/ou patrimonial causado a outrem e o nexo de causalidade entre o dano e a ação geradora da responsabilidade AÇÃO/OMISSÃO O primeiro elemento caracterizador da responsabilidade civil é a ocorrência de uma ação, comissiva ou omissiva, qualificada juridicamente. Vale dizer que se apresenta como um ato ilícito ou lícito, pois, a par e passo com a culpa, como fundamento da responsabilidade, temos o risco (DINIZ, p. 53). Mas antes de fazer qualquer análise sobre ação ou omissão, torna-se essencial tecer um breve comentário sobre o conceito de conduta que, na acepção de Sérgio Cavalieri Filho, significa: Entende-se, pois, por conduta o comportamento humano voluntário que se exterioriza através de uma ação ou omissão, produzindo consequências jurídicas. A ação ou omissão é o aspecto físico, objetivo da conduta, sendo a vontade o seu aspecto psicológico, ou subjetivo (CAVALIERI FILHO, 2002, p ). Segundo tal posicionamento, a conduta humana é dotada de voluntariedade, resultante do livre arbítrio do agente capaz e imputável, para agir com discernimento necessário e consciência de seu proceder. Desta FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun

6 REVISTA NOVATIO IURIS forma, a ação ou omissão está mais diretamente relacionada à consciência do que a própria intenção do agente na prática do ato. A ação ou omissão é o aspecto físico e exterior da conduta, sendo a vontade o seu aspecto anímico ou subjetivo. A ação (comissiva ou omissiva) é a forma mais conhecida da exteriorização da conduta humana, importando em um comportamento ativo, positivo, onde a conduta do agente implica um facere, isto é, na prática pelo agente de um ato que não deveria ter sido realizado e determinante de um evento danoso (CAVALIERI FILHO, p ). A omissão, por seu turno, gera a responsabilidade nos casos em que o ordenamento jurídico descreve determinado dever jurídico de agir e o agente se omite perante o fato, não evitando o evento danoso. A omissão é um non facere, isto é, a inércia em praticar ato que deveria ter sido praticado. É uma atividade negativa que produz dano ou prejuízo a outrem, quando na verdade existia o dever legal de atuar para evitar o resultado produzido (CAVALIERI FILHO). Maria Helena Diniz preleciona: A regra básica é que a obrigação de indenizar, pela prática de atos ilícitos, advém da culpa. Ter-se-á ato ilícito se a ação contrariar dever geral previsto no ordenamento jurídico, integrando-se na seara da responsabilidade extracontratual (CC, arts. 186 e 927), e se ela não cumprir obrigação assumida, caso em que se configura a responsabilidade contratual (CC, art. 389). Mas o dever de reparar pode deslocar-se para aquele que procede de acordo com a lei, hipótese em que se desvincula o ressarcimento do dano da ideia de culpa, deslocando-se a responsabilidade nela fundada para o risco. Para melhor elucidar esta segunda hipótese ventilada pela eminente mestre acima transcrita, podemos referir os exemplos contidos nos arts. 927, parágrafo único, e 931, ambos do Código Civil, e ainda acrescentar os arts. 12, 18, 19 e 23 a 25 do Código do Consumidor, que preveem situações de responsabilidade por ato lícito (DINIZ, p. 53). Em síntese, a ação implica um comportamento positivo que viola direito de terceiro, enquanto que a omissão adquire relevância jurídica, a partir do momento em que omitente responsável descumpre o seu dever de agir. 44 FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun. 2014

7 FADERGS DOS DANOS Não há responsabilidade civil sem a ocorrência de um dano, que deve ser certo e dirigido contra um bem ou interesse jurídico, sendo imperiosa, também, a prova objetiva e concreta dessa lesão. Consoante, Carlos Roberto Gonçalves: Ação de indenização sem dano é pretensão sem objeto, ainda que haja violação de um dever jurídico e que tenha existido culpa e até mesmo dolo por parte do infrator (GONÇALVES, p. 356). Venosa define o dano da seguinte forma: Dano consiste no prejuízo sofrido pelo agente. Pode ser individual ou coletivo, moral ou material, ou melhor, econômico e não econômico ( VENOSA, p. 40). Com efeito, o dano é elemento fundamental e indispensável à responsabilização do agente, seja essa obrigação resultante de ato lícito, quando existir expressa previsão na lei, tiver sido decorrente de ato ilícito ou, ainda, for decorrente de descumprimento contratual, sem qualquer necessidade para a caracterização do dano, se tratar de responsabilidade objetiva ou subjetiva (STOCO, p. 129). O certo é que o dano não emana, obrigatoriamente, de um descumprimento à lei ou de uma conduta antijurídica, sendo admissível que nenhuma infração se consume e, mesmo assim, nasça o dever de indenizar, uma vez que simplesmente pode surgir um dano, e a lei é clara no sentido de impor a obrigação do dever de indenizar (RIZZARDO, p. 15). Sergio Cavalieri Filho ressalta a importância do dano no âmbito da responsabilidade civil, asseverando: O dano é sem dúvida, o grande vilão da responsabilidade civil. Não haveria que se falar em indenização, nem em ressarcimento, se não houvesse o dano. Pode haver responsabilidade sem culpa, mas não pode haver responsabilidade sem dano. Na responsabilidade objetiva, qualquer que seja a modalidade do risco que lhe sirva de fundamento risco profissional, riscoproveito, risco criado etc. -, o dano constitui o seu elemento preponderante. Tanto é assim que, sem dano, não haverá o que reparar, ainda que a conduta tenha sido culposa ou até dolosa (CAVALIERI FILHO, p. 73). FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun

8 REVISTA NOVATIO IURIS O artigo 944 do Código Civil dispõe, verbis: A indenização mede-se pela extensão do dano (BRASIL. p. 1-74, 11 jan. 2002). E o artigo 946 do citado Diploma diz, verbis: Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no contrato disposição fixando a indenização devida pelo inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei processual determinar ( BRASIL. p. 1-74, 11 jan. 2002). Portanto, a determinação do dano é essencial para a caracterização da responsabilidade civil, conforme já foi dito, e encerra que, quanto maior o dano, maior será a indenização cabível. Inegável, também, que no âmbito da responsabilidade civil há uma enorme dificuldade de se quantificar o dano, tanto de origem contratual como no extracontratual. Na forma contratual, o ressarcimento poderá vir expresso no contrato ou em cláusula penal livremente fixada pelas partes contratantes, visando, de certa maneira, a recomposição do dano. Na forma extracontratual ou aquiliana, a reparação dependerá da demonstração da extensão do dano, conforme o caso (DINIZ, 2012, p. 77). O dano patrimonial ou material importa na lesão concreta, que atinge um interesse da esfera do patrimônio da vítima, determinante na perda ou deterioração, total ou parcial, dos bens materiais que lhe pertencem, sendo apto de mensuração pecuniária e de indenização pelo responsável. Pode-se incluir nos danos patrimoniais a privação do uso da coisa, os estragos nela causados, a debilidade do lesado para as ocupações habituais, a ofensa a sua reputação pessoal, profissional ou em seus negócios. E a reparação do dano poderá efetivar-se pela restituição do statu quo alterado pela lesão ou pela indenização pecuniária (DINIZ, 2012, p. 78). No âmbito do dano patrimonial podemos referir o dano emergente, que indica exatamente aquilo que a vítima efetivamente perdeu, e também o lucro cessante, que implica o aumento que o patrimônio da vítima teria, mas deixou de ter, em virtude do evento danoso. Ao se admitir a indenização por lucro cessante, procurar-se-á, por natural e lógico, perquirir sobre eventual perda de chance ou de oportunidade, de acordo com o desenvolvimento dos fatos (DINIZ, 2012). 46 FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun. 2014

9 FADERGS Devemos destacar, também, a existência do dano imaterial ou moral, que ocorre quando há ofensa à esfera personalíssima da pessoa, como, por exemplo, sua privacidade, honra e imagem, bens tutelados constitucionalmente conforme o artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal. Conforme preceitua Maria Helena Diniz: O dano moral vem a ser a lesão de interesses não patrimoniais de pessoa natural ou jurídica (CC, art. 52; Súmula 227 do STJ), provocada pelo fato lesivo. Qualquer lesão que alguém sofra no objeto de seu direito repercutirá, necessariamente, em seu interesse; por isso quando se distingue o dano patrimonial do moral, o critério da distinção não poderá ater-se à natureza ou índole do direito subjetivo atingido, mas ao interesse, que é pressuposto desse direito, ou ao efeito da lesão jurídica, isto é, ao caráter de sua repercussão sobre o lesado, pois somente desse modo se poderia falar em dano moral, oriundo de uma ofensa a um bem material, ou em dano patrimonial indireto, que decorre de evento que lesa direito de personalidade ou extrapatrimonial, como, p. ex., à vida, à saúde, provocando também um prejuízo patrimonial) (DINIZ, p ). Sergio Cavalieri Filho esclarece: À luz da Constituição vigente, podemos conceituar o dano moral por dois aspectos distintos. Em sentido estrito, dano moral é a violação do direito à dignidade. E foi justamente por considerar a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem corolário do direito à dignidade que a Constituição inseriu em seu art. 5º, V, X, a plena reparação do dano moral (...). Em suma, os direitos de personalidade podem ser realizados em diferentes dimensões e também podem ser violados em diferentes níveis. Resulta daí que o dano moral, em sentido amplo, envolve esses diversos graus de violação dos direitos da personalidade, abrange todas as ofensas à pessoa, considerada esta em suas dimensões individual e social, ainda que sua dignidade não seja arranhada (CAVALIERI FILHO, p. 82). O certo é que, para se reconhecer a ocorrência de dano moral, é essencial que o dano atinja a dignidade do ofendido, produzindo-lhe reações psicológicas tais como dor, humilhação, abalos emocionais e sofrimento, somente para exemplificar, estados de espírito estes que constituem a consequência do dano. FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun

10 REVISTA NOVATIO IURIS E nada impede a coexistência de dano patrimonial e moral como pressuposto de um mesmo direito. Vale dizer, na violação de determinado direito poderão resultar ao mesmo tempo lesões de natureza patrimonial e moral. Por isso, importa a identificação do dano moral, pois corriqueiramente este se interliga a um prejuízo material oriundo do mesmo evento danoso (DINIZ, p. 109). Ressalte-se, a reparação do dano moral encontra respaldo na Constituição Federal (artigo 5, V, X, e no Código Civil, nos artigos 186 e 927, parágrafo único, e demasia não é reprisar, que é admitida a cumulatividade com o dano material). Para finalizar, a Súmula 37 do Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento acima mencionado, afirmando que as indenizações por dano material e dano moral, que procedam do mesmo fato, podem ser cumuladas DO NEXO CAUSAL O nexo causal é o terceiro elemento da responsabilidade civil e implica uma ligação entre a conduta praticada pelo agente e o dano acarretado à vítima. Com efeito, para a caracterização da responsabilidade civil, a existência do nexo causal torna-se imperiosa. Sergio Cavalieri Filho preleciona: O conceito de nexo causal não é exclusivamente jurídico; decorre primeiramente das leis naturais. É o vínculo, a ligação ou relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado. A relação causal estabelece o vínculo entre um determinado comportamento e um evento, permitindo concluir, com base nas leis naturais, se a ação ou omissão do agente foi ou não causa do dano, determina se o resultado surge como consequência natural da voluntária conduta do agente (CAVALIERI FILHO, p. 47). Para Maria Helena Diniz: O vínculo entre o prejuízo e a ação designa-se nexo causal, de modo que o fato lesivo deverá ser oriundo da ação, diretamente ou como sua consequência previsível. Tal nexo representa, portanto, uma relação necessária entre o evento danoso e a ação que o produziu, de tal sorte que está é considerada como sua causa. Todavia, não será necessário que o dano resulte apenas imediatamente do fato que o produziu. Bastará que se verifique que o dano não ocorreria se o fato não tivesse acontecido. Este 48 FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun. 2014

11 FADERGS poderá não ser a causa imediata, mas, se for condição para a produção do dano, o agente responderá pela consequência (DINIZ, p. 129). Silvio de Salvo Venosa, em suas lições sobre o nexo causal como pressuposto da responsabilidade civil, explica: É o liame que une a conduta do agente ao dano. É por meio do exame da relação causal que concluímos quem foi o causador do dano. Trata-se de elemento indispensável (VENOSA, p. 53). No entanto, importante salientar que existem causas excludentes da responsabilidade civil. Estas causas impedem que se concretize o nexo causal; são circunstâncias que atacam um dos elementos da responsabilidade civil, descaracterizando o nexo causal e, dessa forma, a responsabilidade civil. Temos como causas excludentes de responsabilidade civil o estado de necessidade (artigo 188, inc. II, do C.C), a legítima defesa (artigo 188, inc. I, do C.C), o exercício regular de direito (artigo 188, inc. II, do C.C, inc. I, segunda parte), o estrito cumprimento do dever legal, o caso fortuito e força maior (artigo 393 do CC), a culpa exclusiva da vítima, o fato de terceiro e, por fim, a cláusula de não indenizar (GRANJA, 18 ago. 2012), aliás, esta tida por muitos como nula. 1.3 ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE CIVIL No âmbito do direito civil, a regra predominante para a responsabilidade civil decorrente de ações ou omissões pessoais está focada na doutrina subjetiva ou da culpa, que exige a comprovação da culpa lato sensu do sujeito a quem se busca fazer ressarcir o dano. O artigo 186 do Código Civil consagra uma regra aceita universalmente, no sentido de que todo aquele que causa dano a outrem é obrigado a repará-lo, verbis: Artigo 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito (BRASIL. p. 1-74, 11 jan. 2002). FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun

12 REVISTA NOVATIO IURIS Repita-se, a responsabilidade civil impõe ao infrator a obrigação de reparar o prejuízo causado por obra de sua conduta ou atividade. Segundo José Afonso da Silva: (...) a responsabilidade civil pode ter natureza contratual, por fundamentar-se em um contrato, ou extracontratual, por ocorrer de exigência legal (responsabilidade legal) de ato ilícito (responsabilidade por ato ilícito) ou mesmo lícito (responsabilidade por risco) (SILVA, 1995, p. 214). O fundamento da responsabilidade civil subjetiva é, portanto, a culpa, ficando o indivíduo que deu causa ao evento danoso obrigado a ressarcir o dano na sua plenitude. Sílvio Rodrigues ensina: (...) a responsabilidade do agente causador do dano só se configura se agiu culposamente ou dolosamente. De modo que a prova da culpa do agente causador do dano é indispensável para que surja o dever de indenizar. A responsabilidade, no caso, é subjetiva, pois depende do comportamento do sujeito (RODRIGUES, p. 11). E, para complementar, Silvio de Salvo Venosa explica: Na responsabilidade subjetiva, o centro do exame é o ato ilícito. O dever de indenizar vai repousar justamente no exame da transgressão ao dever de conduta que constitui o ato ilícito. (...) No sistema da responsabilidade subjetiva, o elemento subjetivo do ato ilícito, que gera o dever de indenizar, está na imputabilidade do agente (VENOSA, p. 21). Conforme Rui Stoco, o Código Civil de 2002 manteve a culpa como pressuposto do ato ilícito e do dever de indenizar, tanto quanto o Código de 1916, embora o atual Código tenha omitido conceituar pontualmente a culpa, o que gerou a construção criada pela doutrina e pela jurisprudência (STOCO, p. 132). José Aguiar Dias assevera: É tão difícil definir a culpa, que muitos mestres negam a própria possibilidade de o fazer. RIPERT é, a este respeito, muito expressivo, por sustentar, sem disfarce, que não há definição legal da culpa, que não se pode, mesmo, tentar formulá-la (DIAS, p. 115). 50 FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun. 2014

13 FADERGS Rui Stoco entende que a culpa em sentido estrito traduz o comportamento equivocado da pessoa, despida de intenção de lesar ou violar eventual direito, mas da qual se poderia exigir comportamento diverso, posto que erro inescusável, sem justificativa plausível e evitável a teor do homem médio (STOCO, p. 132). Simplificando, denota-se que na culpa está presente a displicência do ofensor, a sua falta de zelo ou falta do dever de cuidado, para agir com prudência e evitar o evento danoso. Segundo Carlos Roberto Gonçalves, agir com culpa significa atuar o agente em termos de, pessoalmente, merecer a censura ou reprovação do direito, só podendo ele ser pessoalmente censurado quando, em face das circunstâncias concretas da situação, possa-se afirmar que ele podia e devia ter agido de outro modo (GONÇALVES, p. 531). Sergio Cavalieri Filho faz a distinção do dolo e da culpa nos seguintes termos: Tanto no dolo como na culpa, há conduta voluntária do agente, só que, no primeiro caso a conduta já nasce ilícita, porquanto a vontade se dirige à concretização de um resultado antijurídico o dolo abrange a conduta e o efeito lesivo dele resultante-, enquanto que no segundo a conduta nasce lícita na medida em que se desvia dos padrões socialmente adequados (CAVALIERI FILHO, p. 43). Resumindo, diversamente da culpa, em que o agente age ilicitamente por descuido, no dolo há a vontade direta e consciente do agente em praticar o evento danoso. A responsabilidade objetiva, por seu turno, independe da culpa e está contida no parágrafo único, do artigo 927 do Código Civil, verbis: Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem (BRASIL. p. 1-74, 11 jan. 2002). Trata-se de responsabilidade fundada no simples risco ou pelo simples fato de desenvolver determinada atividade de risco, independente de culpa do agente que cause o dano. Nesse caso, havendo o dano, emerge, por FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun

14 REVISTA NOVATIO IURIS consequência, a obrigação natural de reparação. Wellington Pacheco Barros ensina em sua obra o que segue: A chamada responsabilidade civil objetiva é, portanto, o estágio avançado, mas intermediário da teoria da responsabilidade civil. Sua verdadeira natureza jurídica é a de que, ficando demonstrado o dano e a sua prática por alguém, emerge como consequência o dever de indenizar. Ao analisarmos especificamente a culpa, lembramos a tendência jurisprudencial cada vez mais marcante de alargar seu conceito. Surge, daí, a noção de culpa presumida, sob o prisma do dever genérico de não prejudicar (...). Esse fundamento fez surgir a teoria da responsabilidade objetiva, presente na lei em várias oportunidades, que desconsidera a culpabilidade, ainda que não se confunda culpa presumida com responsabilidade objetiva (BARROS, p. 210). Venosa resume: Na responsabilidade objetiva, como regra geral, levase em conta o dano, em detrimento do dolo ou da culpa. Desse modo, para o dever de indenizar, basta o dano e o nexo causal, prescindindo-se da prova da culpa (VENOSA, p.17). E no âmbito do Direito Ambiental brasileiro, a teoria objetiva foi adotada para fins de responsabilidade civil, conforme comentaremos na sequência deste estudo. 2 RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL A responsabilidade civil ambiental, em razão das particularidades dos danos ambientais, está submetida a regras específicas na legislação de regência. Em matéria ambiental, o dano pode afetar uma pluralidade de vítimas. Isso ocorre em virtude da própria natureza do bem jurídico ameaçado, caracterizado como bem de uso comum do povo. Mesmo que o dano afete patrimônios jurídicos isolados, haverá também, necessariamente, a ofensa a uma coletividade indefinida (OLIVEIRA, 2009). Em síntese, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado pertence à categoria dos direitos ou interesses difusos, tendo como titulares pessoas indeterminadas ou indetermináveis. Com efeito, no plano do direito interno, a responsabilidade por danos causados ao meio ambiente é tema com status constitucional, até mesmo porque foi inserido na Constituição Federal no capítulo elaborado especificamente para a proteção do meio ambiente 52 FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun. 2014

15 FADERGS (ANTUNES, 2010), ou seja, o meio ambiente ecologicamente equilibrado foi elevado ao seleto grupo dos direitos fundamentais. Os direitos fundamentais caracterizam-se como direitos humanos positivados nas Constituições, nas leis, nos tratados internacionais. E a constitucionalização do meio ambiente ecologicamente equilibrado ensejou certa relativização às tradicionais prerrogativas do direito de propriedade, com a inserção de limites tanto implícitos quanto explícitos, valendo lembrar a exigência da função sócio-ambiental da propriedade (COMPARATO, 2005). Convém reprisar que o artigo 225 da Constituição Federal preceitua: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL. 1988). Nesse sentido, para aqueles que praticam atos abusivos e que agridem o meio ambiente, suas responsabilidades decorrem de condutas que violam um dever jurídico, porquanto toda a atividade que acarrete um prejuízo a alguém traz em seu bojo a noção de responsabilidade. E o parágrafo 3º do acima citado dispositivo constitucional estabelece: (...) as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados (BRASIL. 1988). O conceito moderno de responsabilidade civil pressupõe a existência de uma relação jurídica entre aquele que sofreu as consequências de um ato lesivo e aquele que deve repará-lo, fazendo com que se restabeleça o equilíbrio anterior. A responsabilidade civil em matéria ambiental traz estampada a ideia de restabelecer a harmonia e o equilíbrio anteriormente violados, por uma atitude danosa que lhe constitui a fonte geradora. Traz, também, a concepção de desestimular que novos atos danosos sejam praticados. Assim, faz-se presente a noção de reparação (MALUF, 2009). FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun

16 REVISTA NOVATIO IURIS Com efeito, entende-se como dano ambiental toda e qualquer modificação estrutural no ambiente que o torne inapto para a sobrevivência, tendo-lhe sido alterada forçosamente a substância pela ação abusiva do homem (MALUF, p. 19). A responsabilidade civil ambiental deve ser compreendida o mais amplamente possível, de modo que a condenação a recuperar a área prejudicada não exclua o dever de indenizar - juízos retrospectivo e prospectivo. A cumulação de obrigação de fazer, não fazer e pagar não configura bis in idem, porquanto a indenização, em vez de considerar lesão específica já ecologicamente restaurada ou a ser restaurada, põe o foco em parcela do dano que, embora causada pelo mesmo comportamento pretérito do agente, apresenta efeitos deletérios de cunho futuro, irreparável ou intangível (BRASIL, 14 ago. 2012). E a intenção de obrigar o agressor à reparação da realidade ambiental anterior está insculpida no artigo 13, da Lei 7.347/85, com o princípio restituto in integrum, que determinou que os recursos provenientes das indenizações pecuniárias em razão de dano ambiental serão direcionados à recomposição dos bens lesados. Havendo condenação em dinheiro, sua destinação será a de constituir recursos dos Fundos de Reconstituição de Bens Lesados, de âmbito federal ou estadual, geridos na forma da lei. A determinação contida na sentença, visando ao cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer recebeu, na Lei nº 7.347/85 dois instrumentos de coercibilidade, pois o juiz pode determinar tanto a execução específica como impor multa diária. A cominação de multa diária há de ser suficiente ou compatível com o fim desejado, isto é, levar o devedor ao efetivo cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer (TEIXEIRA; ÁLVARES, p. 124). Ademais, pode ser sujeito ativo de dano ecológico qualquer pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que pratique lesão ao meio ambiente por sua conduta ou atividade. E a responsabilidade civil resolve-se pelo adimplemento da obrigação de fazer ou não fazer e no pagamento da indenização pecuniária, conforme acima referido. Na esteira do ensinamento de Silvio de Salvo Venosa: 54 FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun. 2014

17 FADERGS Em princípio, deve ser considerada abusiva qualquer conduta que extrapole os limites do razoável e ocasione danos ao ambiente e desequilíbrio ecológico. A noção desse abuso não é de índole individualista, como enunciado nos princípios do Código Civil, mas deve ter em vista a coletividade. Em princípio, toda atividade individual que cause dano efetivo ou potencial à coletividade deve ser reprimida (VENOSA, 2006). Em síntese, não há controvérsia de que a proteção ambiental é medida de interesse coletivo. A preservação ambiental é essencial para a preservação da vida em toda a sua plenitude. O direito ao meio ambiente saudável abriga-se entre os interesses difusos da sociedade. E se caracteriza como interesse eminentemente público, que deve prevalecer sobre interesses de natureza privada (BARROSO, 11 jul ). A reparação material implica que o pretendente demonstre e quantifique quais foram os danos produzidos. No que tange aos danos extrapatrimoniais, estes, aliás, de difícil reparação, deve-se mensurar o valor dos bens ambientais lesados para a coletividade (CARVALHO, 2010). Considerando-se a irrepetibilidade e a complexidade do bem ambiental agregadas às dificuldades para quantificação monetária dos valores associados aos danos ambientais é possível afirmar que o ordenamento jurídico pátrio, a começar pela Constituição, prioriza, sempre que possível, a via da reparação in natura, em obediência ao princípio da restauração natural (MARCHESAN, 2011, p ). Também, o dano ambiental comporta uma extensão extrapatrimonial que, consoante Ana Maria Marchesan, abarcam lesões de natureza social e moral coletiva. Nessa Senda, o dano caracterizar-se-ia em um impacto negativo causado ao bem-estar social da coletividade pela degradação ecológica. Por isso mesmo, a doutrina e a jurisprudência admitem a ocorrência de dano moral em virtude de danos ambientais (MOREIRA; STEIGLEDER; MARCHESAN, 2006, p. 149). É cediço que há duas formas de reparação do dano ambiental. A primeira, tida como ideal, é a restauração integral do bem lesado. A segunda, chamada de compensação ecológica e com função subsidiária da primeira, implica a indenização pecuniária ou a substituição do bem lesado por outro equivalente (LEITE, J. R. et al. 2001, p.387, 2002). FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun

18 REVISTA NOVATIO IURIS O artigo 5º, da Constituição Federal, por seu turno, assegura a inviolabilidade de alguns valores, garantindo o direito à indenização, caso haja dano material ou moral decorrentes de sua eventual violação. No plano constitucional, é suficiente que haja a demonstração da lesão. O constituinte não se interessa, em momento algum, em investigar se houve ou não culpa no momento da ação que gerou o evento danoso (OLIVEIRA, 2009). A Constituição, desta forma, não define se o regime de responsabilidade civil é objetivo ou subjetivo. 2.1 TEORIA DO RISCO INTEGRAL Com efeito, a responsabilidade civil na esfera ambiental independe da existência de culpa, e se funda na ideia de que aquele que cria o risco deve reparar os danos decorrentes de sua atuação. Bastaria, portanto, a prova da ação ou omissão do réu, da existência de dano e da relação de causalidade É impertinente até mesmo ventilar sobre eventual legalidade do ato praticado, porquanto o que importa questionar é a potencialidade do dano que o ato possa trazer aos bens e valores naturais e culturais (MALUF, p. 20). Geny Helena Fernandes Barroso assevera: Para a reparação ou compensação dos danos causados ao meio ambiente, o ordenamento jurídico positivo brasileiro adotou a responsabilidade objetiva, como se verifica pelo disposto no art. 14, 1º, da Lei 6.938/81, Lei da Política Nacional do Meio Ambiente. Art. 14 (...) Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade (BARROSO, 11 jul. 2010). Paulo Afonso Leme Machado assim se posiciona sobre o assunto: A responsabilidade objetiva ambiental significa que quem danificar o ambiente tem o dever jurídico de repará-lo. Presente, pois, o binômio dano/reparação. Não se pergunta a razão da degradação para que haja o dever de indenizar e/ou reparar. A responsabilidade sem culpa tem incidência na indenização ou na reparação dos danos causados ao meio ambiente e aos terceiros afetados por sua atividade (art. 14, 1º, da Lei 6.938/81). Não 56 FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun. 2014

19 FADERGS interessa que tipo de obra ou atividade seja exercida pelo que degrada, pois não há necessidade de que ela apresente risco ou seja perigosa. Procura-se quem foi atingido e, se for o meio ambiente e o homem, inicia-se o processo lógico-jurídico da imputação civil objetiva ambiental. Só depois é que se entrará na fase no estabelecimento do nexo de causalidade entre a ação ou omissão e do dano. É contra o Direito enriquecer-se ou ter lucro à custa da degradação do meio ambiente (MACHADO, p ). E a denominada teoria do risco integral está fundamentada na responsabilidade civil objetiva. Tal teoria sustenta que, uma vez ocorrido o dano ambiental, o agente deve reparar o prejuízo independentemente da análise da vontade, ou da existência de qualquer das excludentes de responsabilidade. O autor do dano assume todo o risco que sua atividade acarreta e o mero fato de existir a referida atividade, aliado à existência do nexo causal entre essa atividade e o dano, impõe o dever de indenizar. O dever de reparar, neste caso, independe de questões subjetivas do agente e é assentado pelo simples fato de existir a atividade de onde adveio o dano ambiental. Recepcionando-se a teoria do risco integral às hipóteses de dano ao meio ambiente à risca, ao poluidor incumbe assumir todos os riscos que advêm de sua atividade, não importando se o dano ecológico ocorreu por falha humana ou técnica, ou se foi obra do acaso ou resultante de força da natureza (BARROSO, 11 jul. 2010). Na esteira destas considerações, verifica-se que a legislação ambiental pátria optou pela teoria objetiva, principalmente quando foi instituída a Política Nacional do Meio Ambiente, através da Lei 6.938/81, trazendo normas fundamentais sobre o meio ambiente e o próprio direito ambiental. Essa mesma Lei tratou de responsabilizar o poluidor em seu artigo 14, parágrafos 1º e 3º, IV, verbis: Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores: I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, a (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs, agravada em casos de reincidência específica, conforme dispuser o regulamento, FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun

20 REVISTA NOVATIO IURIS vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou pelos Municípios. II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público; III - à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; IV - à suspensão de sua atividade. 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente. 2º - No caso de omissão da autoridade estadual ou municipal, caberá ao Secretário do Meio Ambiente a aplicação das penalidades pecuniárias previstas neste artigo. 3º - Nos casos previstos nos incisos II e III deste artigo, o ato declaratório da perda, restrição ou suspensão será atribuição da autoridade administrativa ou financeira que concedeu os benefícios, incentivos ou financiamento, cumprindo resolução do CONAMA (BRASIL, 31 de agosto de 1981). Evidencia-se, assim, que o legislador foi categórico ao adotar a teoria objetiva no Direito Ambiental, por entender que a teoria subjetiva não atende adequadamente ao casuísmo prático, em especial por impor à vítima o encargo do ônus da prova da culpa do causador do dano, conforme anteriormente já foi mencionado. Ademais, tratando-se de matéria ambiental, acatada-se a teoria da responsabilidade civil subjetiva. Por certo, a relação de causalidade exigível e obrigatória poderá tornar casos específicos de danos ecológicos em casos insolúveis. Isso porque a teoria aquiliana implica uma extensa limitação à tutela ambiental, porquanto é da sua essência a necessidade de produção de provas sobre culpabilidade, identificadas, geralmente, por perícias técnicas e de alto custo (VENOSA, 2006, p. 245). Ademais, a responsabilidade subjetiva admite toda e qualquer excludente, o que ensejaria ao causador do dano uma variedade de teses defensivas tendentes a evitar eventual pretensão indenizatória aforada pelos legitimados a agir. O sistema da responsabilidade objetiva está fundado, ainda, no risco inerente da atividade e foi previsto, também, no artigo 927, parágrafo único, do novo Código Civil, que assevera, verbis: 58 FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun. 2014

21 FADERGS Art Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem (BRASIL. p. 1-74, 11 jan. 2002). Nesse diapasão, e aplicando-se subsidiariamente a acima citada norma ao direito ambiental, verifica-se que é admissível a adoção da teoria do risco da atividade, onde a obrigação de indenizar independe do elemento subjetivo da atividade desenvolvida pelo empreendedor, ou ainda da conduta do agente, pois este deve assumir todos os riscos inerentes à sua atividade, pouco importando se o dano foi causado por fatos da natureza, ação ou omissão humana ou se decorreu de obra do acaso (CARVALHO, 2010). O certo é que a corrente que sustenta a teoria do risco integral é extremamente rígida, já que defende que a responsabilidade civil do poluidor independe de culpa ou nexo causal, porque é imposta por lei. Repita-se, o poluidor é obrigado, independentemente de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e terceiros, afetados por sua atividade. 2.2 TEORIA DO RISCO CRIADO E TEORIA INTERMEDIÁRIA OU TERTIUM GENUS Entendemos que em alguns casos é preciso razoabilidade para aplicar no plano jurídico a responsabilidade civil causada por danos ambientais, porquanto determinadas atividades econômicas de baixo potencial ofensivo ao meio ambiente, não podem receber tratamento igualitário com outras atividades representativas de intensa potencialidade de dano. Marcelo Abelha Rodrigues, sobre a matéria em debate, sustenta uma posição mais moderada, recepcionando a denominada teoria do risco criado ou mitigado, que defende a admissão de excludentes de responsabilidade civil em dano ambiental, como o caso fortuito e a força maior (RODRIGUES, p. 293). A teoria do risco criado, aliás, admite todas as excludentes de responsabilidade civil, tais como o fato de terceiros, culpa exclusiva da vítima, FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun

22 REVISTA NOVATIO IURIS caso fortuito ou força maior. A teoria do risco criado busca selecionar entre todos os fatores de risco, apenas aquele que, por apresentar periculosidade, é efetivamente apto a gerar as situações lesivas, para fins de imposição de responsabilidade (STEIGLEDER, p. 198). Arnaldo Rizzardo também defende a corrente do risco criado, argumentando que o artigo 14, parágrafo 1º, da Lei nº 6.938/81: (...) afasta o risco integral, pois afasta a responsabilidade se o dano for provocado por fato diverso da atividade que desenvolve aquele a quem é atribuída a ação devastadora, como por exemplo, a ação de terceiros, o caso fortuito ou a força maior (RIZZARDO, p ). Menciona, também, o referido autor, verbis: Se a derrubada de árvores é desencadeada por invasores, como já ocorreu nas invasões dos chamados colonos sem terra, ou se a queimada decorre de queda de um raio; ou se acontece a destruição de mata por causa de um deslizamento de terra; ou se a inundação se deu em razão de um rompimento das barreiras de represa provocado por uma quantidade anormal de chuva, não se pode inculpar a responsabilidade ao proprietário da área onde aconteceu o dano (RIZZARDO, 2009). No entanto, deve-se ressaltar que surgiu uma terceira corrente acerca da responsabilidade civil por danos ambientais, de forma intermediária, conhecida como tertium genus. Tal corrente reconhece a incidência das excludentes da força maior e do fato de terceiro, aptas para elidir a responsabilidade do poluidor, pois são causas estranhas e externas à atividade. É uma aplicação restrita das excludentes de responsabilidade, repita-se, admitindo, tão somente a força maior e o fato de terceiro. Annelise Monteiro Steigleder, defensora da corrente intermediária ou tertium genus, refere que as excludentes aceitas devem consistir em fatos externos, imprevisíveis e irresistíveis, nada tendo a ver com os riscos intrínsecos ao estabelecimento ou atividade (STEIGLEDER, 2004). Refere, também, que, em caso de força maior, cumpre ao agente demonstrar que o fato ocorreu em função de um fato externo imprevisível e irresistível. 60 FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun. 2014

23 FADERGS Oportuno, também, mencionar o entendimento de Adalberto Pasqualotto que sobre o assunto em debate pondera apropriadamente, verbis: Importante é distinguir entre a responsabilidade objetiva determinada pelo risco e a presunção de culpa. Nesta, embora a inversão do ônus da prova, o regime é o da culpa. Cabem aí, portanto, as excludentes do caso fortuito e da força maior. Naquela, em que se prescinde de culpa, só a força maior (ou caso fortuito externo) serve de excludente, enquanto que o caso fortuito estrito sensu (ou caso fortuito interno) é implícito ao próprio risco. No dano ecológico, especialmente nas atividades nucleares, deveria ser feita exceção aos fenômenos naturais, que não podem ficar de fora da previsão de segurança do operador nuclear, não se prestando, portanto, como causa de exoneração. (...) O caso fortuito é implícito ao risco e, por isso, não exonera. A força maior é incompatível com casos de risco extremo, como nas atividades nucleares. Quanto à culpa exclusiva da vítima e o dolo de terceiro, deve-se considerar que, nos danos ecológicos, vítima é toda a coletividade. Via de regra, pois, o explorador da atividade só se exonerará frente ao causador imediato do evento (PASQUALOTTO, 1999, p. 457; ). Magda Montenegro entende, também, ser necessário admitir excludentes de responsabilidade, para evitar-se uma lesão a outro direito fundamental, uma vez que uma concepção tão ampla de responsabilidade civil viria a absorver o livre exercício de outros direitos e garantias (MONTENEGRO, p. 119). Destaca-se, ainda, a fundamentação de José Alfredo De Oliveira Baracho Junior, ao defender uma proteção ambiental baseada na proteção dos direitos constitucionais. Vejamos: (...) as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais requerem a sua concretização adequada nos casos concretos, o que poderá levar ao reconhecimento de situações nas quais, apesar da existência do fato dano ambiental, não haja a imputação da responsabilidade em razão do princípio da adequabilidade recomendar, no caso, a aplicação de norma que garanta outro direito fundamental (BARACHO JUNIOR, p. 327). Em assim sendo, verifica-se que a teoria do risco integral vem sendo abrandada pela doutrina na órbita no Direito Ambiental, que busca criar espaços diferenciados para a responsabilização civil, conforme o potencial ofensivo FADERGS - v.6, n. 1, jan..-jun

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