Curso/Disciplina: Direito Civil Objetivo Aula: Direito Civil Objetivo - 58 Professor (a): Rafael da Mota Mendonça Monitor (a): Caroline Gama.
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1 Página1 Curso/Disciplina: Direito Civil Objetivo Aula: Direito Civil Objetivo - 58 Professor (a): Rafael da Mota Mendonça Monitor (a): Caroline Gama Aula 58 Tomada de Decisão Apoiada e Relação de Parentesco 1. Tomada de Decisão Apoiada Conceito (art A, caput do CC/2002) A tomada de decisão apoiada é um instituto inserido pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência no Código Civil de 2002 por meio do art A. Não tem o objetivo de suprir a incapacidade, pois é aplicado à pessoa capaz, como no caso do deficiente mental. Em razão das peculiaridades da deficiência, os deficientes mentais podem ter dificuldade de praticar algum ato específico da vida civil. Art A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas ido neas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informaço es necessários para que possa exercer sua capacidade. Requisitos (art A, 1º do CC/2002) 1º Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito a vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar. Termo com os limites do apoio, compromisso dos apoiadores, prazo de vigência, respeito ao apoiado. Legitimidade (art A, 2º do CC/2002) 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo.
2 Página2 A pessoa com deficiência mental pode indicar pelo menos duas pessoas (caput) que irão atuar como apoiadoras, requerendo judicialmente a nomeação delas. Ressalta-se que elas não serão nem representantes, nem assistentes do deficiente, pois irão auxiliar o deficiente na prática de atos específicos da vida civil. É instituído o dever de informação dos apoiadores para auxiliarem o deficiente a exercer a sua capacidade. O Estatuto da Pessoa com Deficiência tem como objetivo que os deficientes possam praticar os atos da vida civil de forma qualificada na sociedade. É essencial que eles tenham informações claras e adequadas sobre todos os atos da vida civil, razão pela qual os apoiadores devem ser chamados. Decisão judicial (art A, 3º do CC/2002) Os apoiadores serão nomeados por meio de decisão judicial. A própria decisão judicial indicará em quais atos os apoiadores deverão estar presentes e auxiliar a pessoa com deficiência, prestando a ela as devidas informações. Exemplo: na decisão é fixado que para a prática de qualquer ato patrimonial de transferência gratuita ou onerosa de bens os apoiadores deverão se manifestar, prestando informações ao deficiente. 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio. Limites (art A, 1º do CC/2002) É importante observar que os apoiadores devem respeitar os limites do apoio fixados no termo, a fim de que o apoiado tenha a manutenção da autonomia sobre os aspectos da vida que não necessita do auxílio. 1º Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito a vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar.
3 Página3 Conflito de interesses (art A, 4º do CC/2002) Em regra, quando houver conflito entre a vontade do apoiado e de algum dos seus apoiadores, prevalecerá a vontade do primeiro, pois ele é capaz. 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem restriço es, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado. Observação (art A, 6º do CC/2002) Há apenas uma hipótese em quem o conflito de vontades entre o apoiado e apoiador deve ser levado ao judiciário. 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante, havendo divergência de opinio es entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão. Previsões em relação a terceiros (art A, 4º e 5º do CC/2002) Validade da decisão do apoiado: 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem restriço es, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado. Relação negocial: 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode solicitar que os apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao apoiado. Destituição do apoiador (art A, 7º e 8º do CC/2002) Hipóteses: negligência, pressão indevida ou inadimplência das obrigações assumidas. 7º Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não adimplir as obrigaço es assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz. 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para prestação de apoio. Término do acordo (art A, 9º do CC/2002) A qualquer tempo.
4 Página4 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo firmado em processo de tomada de decisão apoiada. Desligamento solicitado pelo apoiador (art A, 10 do CC/2002) A tomada de decisão apoiada, assim como é criada, deve ser extinta por decisão judicial. 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condicionado a manifestação do juiz sobre a matéria. Prestação de contas (art A, 11 do CC/2002) 11. Aplicam-se a tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposiço es referentes a prestação de contas na curatela. 2. Relação de Parentesco Classificação I. Quanto à consanguinidade: a) Parentesco natural Pessoas do mesmo sangue são parentes. b) Parentesco civil (imposto por lei e pautado em uma relação de afeto) Adoção Por afinidade Parentesco em que um parente de um cônjuge tem com o do outro. Pode ser em linha reta ou colateral. Exemplos: sogro (a), genro, nora, cunhado (a). Fecundação heteróloga Ela ocorre quando há o esperma ou o óvulo, que não sejam do pai ou da mãe da criança. O embrião é formado pelo material genético de apenas um deles, o outro é oriundo de um banco de sêmens ou óvulos (materiais de terceiros). É mais um elemento forte para demonstrar que a relação familiar deve estar pautada no afeto e não na consanguinidade.
5 Página5 II. Quanto à ancestralidade a) Em linha reta Os parentes descendem uns dos outros. Não há limitação de grau. Linha reta ascendente: pai, avô, bisavô, tataravô, etc. Linha descendente: filho, neto, bisneto, etc. Exemplo: Bisavô 3º grau Avô Pai 2º grau 1º grau Pessoa 1º grau Filho 2º grau Neto 3º grau Bisneto
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