I N S T I T U T O N A C I O N A L D E T E C N O L O G I A ( I N T ) Documento técnico e relatório Produto 6

Transcrição

1 Análise dos exercícios gravados em áudio e vídeo, com orientações focadas nas dificuldades observadas, com foco especial no contato com os veículos de comunicação considerados grande mídia. Produto 6 I N S T I T U T O N A C I O N A L D E T E C N O L O G I A ( I N T ) Rio de Janeiro, 19 de setembro de 2014

2 Documento técnico contendo a análise dos exercícios gravados em áudio e vídeo, durante workshop de Media Training com pesquisadores, com orientações focadas nas dificuldades observadas, com foco especial no contato com os veículos de comunicação considerados grande mídia. 2

3 Os exercícios gravados e aqui analisados fizeram parte do Workshop 3: Media training, realizado no auditório do Instituto Nacional de Tecnologia, no dia 24 de junho de O objetivo deste workshop foi capacitar pesquisadores com diversos perfis, inclusive os que nunca tinham dado entrevistas, para aprimorar a postura adequada no contato com veículos de comunicação. A primeira parte do workshop foi dedicada a questões teóricas sobre as peculiaridades dos diversos veículos de comunicação, sobretudo aqueles considerados grande mídia (jornal, revista, rádio e TV) e os diversos tipos de entrevistas. Na segunda parte, foi dada ênfase a atividades práticas, com simulação de entrevistas, sobretudo para emissoras de rádio e televisão, cujo aparato tecnológico é, muitas vezes, fator de inibição. Além disso, em função da escassez de tempo, na simulação de entrevistas, foram priorizadas entrevistas em estúdio. De um modo geral, nenhum participante se intimidou com a câmera. Alguns foram mais desenvoltos do que outros; a maioria teve boa postura. Houve quem falasse com mais entusiasmo e houve a quem faltasse ritmo na fala, embora dominasse bem o assunto e soubesse se expressar bem. Alguns entrevistados ainda têm vícios de linguagem, fazendo uso de expressões como é, é, é ou né, né, né. É preciso evitá-los; assim como é preciso evitar o uso do verbo na primeira pessoa do singular, pois o pesquisador ao falar de seu trabalho está falando em nome do INT, cujo trabalho é coletivo. Para que o entrevistado possa saber se tem vícios de linguagem ou não, sugerimos que ele grave algumas falas suas para depois ouvi-las. Trata-se de um bom exercício. O mesmo vale para detectar cacófatos, que também devem ser evitados (ex: Hoje em dia não tem, naquele tempo tinha ), redundâncias, ( há 50 anos atrás, sair para fora, subir para cima etc.) e gírias. Por terem sido simulações de entrevistas para rádios e TVs, orientamos os entrevistados a responderem as perguntas com frases curtas, na ordem direta, de forma pausada, sem usar termos técnicos ou siglas desconhecidas do grande público. Chamamos a atenção dos entrevistados no sentido de que, quando forem solicitados a fazer alguma comparação, sempre valorizem o que o INT tem e não apontem falhas. Como as entrevistas simuladas foram ambientadas para estúdio, inclusive de televisão, caso em que a cena revela os entrevistados, estes foram orientados a cuidar do visual. Assim: Ÿ Mulheres devem evitar decotes exagerados e vestidos ou blusas com alças ou transparentes. Neste caso, é melhor vestir um blazer. Saias ou vestidos curtos, justos demais ou com estampas exageradas também não são apropriados para a ocasião. Brincos podem ser presos aos lóbulos das orelhas; devem ser 3

4 evitados aqueles que brilham em excesso ou se movimentam cada vez que a entrevistada mexe a cabeça. Os anéis também devem ser discretos e, se possível, apenas um em cada mão. As unhas devem ser tratadas; nada de roêlas durante a entrevista. Pulseiras devem ser evitadas, a não ser as mais delicadas, do tipo corrente. Relógios clássicos também são aceitos. A maquiagem também deve ser discreta. Nas emissoras de televisão, normalmente as entrevistadas são recebidas por maquiadores, que têm a tarefa de corrigir distorções de sombra e luz e amenizar pequenos sinais. O cuidado com os cabelos também é importante. Ÿ Os homens também devem se dirigir a uma entrevista observando o seu visual. As recomendações são: camisas bem passadas, de cores neutras, cabelos penteados e barba feita, mesmo os que a usem. Os homens também passam pelo maquiador, apenas para tirar o brilho da pele. Ÿ Tanto mulheres quanto homens devem evitar roupas com listas ou xadrez pálidos, por serem, normalmente, incompatíveis com a captação óptica das câmeras, causando um efeito que os profissionais de televisão chamam de batimento, que borra a imagem no vídeo. A postura do entrevistado frente a câmeras e microfones, no caso de veículos audiovisuais e eletrônicos Ÿ Se o entrevistado for convocado para dar um depoimento sem a presença de um jornalista a seu lado, ele deve olhar diretamente para a câmera. Mas, se o entrevistado estiver conversando com um jornalista, como foi o caso deste workshop, é importante que olhe ora para o entrevistador, ora para a câmera. Todos os participantes do workshop seguiram essa orientação. Ÿ Se a entrevista for em estúdio, com duas ou mais câmeras, o entrevistado não precisa se preocupar com isso. O diretor de TV orienta os operadores de câmera para os enquadramentos. Ÿ Há vários tipos de microfones: de lapela, de mão, pedestais e direcionais. Durante o workshop, os participantes receberam a seguinte orientação: se o jornalista estiver usando um microfone de mão, é ele quem deve segurá-lo; não o entrevistado. O repórter é quem o conduz. Se o microfone for de lapela, o entrevistado deve tomar cuidado para não bater as mãos nele. Se o microfone for direcional, como um ShotGun usado em situações em que o microfone não pode ser visto, o entrevistado não deve se preocupar, pois um profissional vai operá-lo. 4

5 Ÿ Gestos exagerados devem ser evitados. Mexer o corpo é desaconselhável. Quando muito, podem-se movimentar as mãos e a cabeça, mas sem afetação. Aos participantes foi recomendado que, ao darem uma entrevista, e se esta for gravada, o entrevistado deve lembrar que ela será editada. Por isso, deve evitar expressões a exemplo de como eu disse anteriormente. Nem sempre uma resposta anterior é aproveitada em programas editados. Se o entrevistador estiver próximo do entrevistado, este não deve ficar tocando no entrevistador. Jornal e revista Embora o foco das simulações tenha sido a mídia audiovisual, os participantes receberam orientação sobre como se relacionar com a mídia impressa. Neste sentido, foi dito que, em entrevistas para jornais, o entrevistado também deve ser claro e objetivo. Deve saber escolher as palavras adequadas, dar ênfase a algumas frases e explicar várias vezes um mesmo detalhe, se necessário. Como no jornal a conversa costuma ser mais longa, nada impede que o entrevistado tenha à mão alguma pesquisa com dados concretos. Isso evita interpretações erradas. Caso o repórter não seja especializado em ciência, tecnologia e inovação, é aconselhável que o entrevistado faça uma introdução objetiva sobre o assunto. Embora já não seja comum, há casos em que o entrevistado pede para ver o texto do repórter antes de ser publicado, o que provoca mal-estar, pois revela falta de confiança no trabalho do jornalista. Se o entrevistado sentir certa insegurança por parte do repórter, melhor é o entrevistado oferecer ajuda ao jornalista, caso surja alguma dúvida. O mesmo vale para cadernos semanais e revistas, elaborados com um pouco mais de tempo. Alinhamento da informação Um dado importante transmitido aos participantes é que qualquer um que fale sobre sua atividade realizada no INT se torna um porta-voz da Instituição perante o público daquela mídia. Por isso, é fundamental que a informação esteja alinhada com os interesses e compromissos institucionais. Ao se falar sobre tecnologia, uma condição primordial é ter certeza de que as informações do projeto estão protegidas por depósito de patentes e não ferem a cláusula nem os pressupostos de sigilo em relação à pesquisa, firmados com os clientes e parceiros. Portanto, qualquer informação relacionada a desenvolvimento tecnológico prestada à imprensa deve, antes, ser objeto de consulta ao Núcleo de Inovação Tecnológica do INT. 5

6 Também é importante que todo integrante do corpo funcional do INT comunique a demanda da imprensa à sua chefia direta, checando com esta os pontos de interesse institucional. Isso é fundamental, pois um gerente tem a percepção mais ampla da atividade no contexto dos compromissos contratuais da área, além de responder pelos interesses estratégicos da área. O mesmo ocorre com os chefes em relação à sua coordenação e com os coordenadores em relação à direção. Durante o workshop foi reforçado que toda informação sobre contatos de imprensa deve ser levada à avaliação da DCOM. Seus profissionais orientam o entrevistado a falar de forma objetiva e simples para que as informações possam se tornar compreensíveis. Há que se lembrar, também, que, para a maioria das pessoas, o principal contato com assuntos relacionados ao desenvolvimento científico e tecnológico e à inovação dá-se por meio da mídia, ainda que essas pessoas sejam beneficiárias das inovações tecnológicas. Realizado por Erika Franziska Herd Werneck, consultora Rio de Janeiro, 09 de setembro,