AVULSOS DA 1ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DO DIA ÍNDICE PROPOSIÇÃO 01) RED. FINAL DO PL 139/15 DO PODER EXECUTIVO (MENS 36/15)...

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1 1 AVULSOS DA 1ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DO DIA ÍNDICE PROPOSIÇÃO PAG. 01) RED. FINAL DO PL 139/15 DO PODER EXECUTIVO (MENS 36/15) ) PL N.º 60/15 DO DEP. GILSINHO LOPES...02

2 2 Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia Legislativa Deputado Theodorico de Assis Ferraço Mensagem nº 36/2015 Submeto à apreciação dessa Casa de Leis o anexo Projeto de Lei, que tem como finalidade propiciar a aplicação parcial dos recursos previstos na Lei nº 8.308, de 12/06/2006, que dispõe sobre a instituição do Fundo para Redução das Desigualdades Regionais, em até 50% das despesas correntes e para quitação de dívidas com a União e suas entidades. A proposição objetiva o atendimento à demanda da Associação dos Municípios do Estado do Espírito Santo AMUNES, propiciando condições favoráveis à realização dos investimentos necessários à melhoria da qualidade de vida da população. Com essas considerações, encaminho o Projeto de Lei em anexo à análise dessa Casa de Leis, de modo a que possamos compatibilizar o atendimento à demanda dos Municípios e às finalidades da Lei nº 8.308/2006, objetivando a redução das desigualdades regionais. Vitória, 31 de março de 2015 PAULO CESAR HARTUNG GOMES Governador do Estado PROJETO DE LEI 139/2015 Permite a aplicação dos recursos provenientes da Lei nº 8.308, de 12 de junho de 2006, em despesas correntes, inclusive para o pagamento de dívidas com a União Federal e suas entidades. Art. 1º Em caráter excepcional, pelo período compreendido entre janeiro de 2015 e o término do exercício financeiro de 2015, poderá ser utilizado para pagamento de despesas correntes até 50% (cinquenta por cento) da receita pública transferida aos Municípios por aplicação da Lei nº 8.308, de Art. 2º Fica vedada a utilização desses recursos financeiros para pagamento de dívidas e remuneração do quadro permanente de pessoal. Art. 3º As vedações constantes do artigo 2º não se aplicam ao pagamento de dívidas com a União e suas entidades. Parágrafo único. Ficam os Municípios autorizados a utilizar, pelo mesmo período especificado no artigo 1º, até 100% (cem por cento) dos recursos que lhes forem transferidos, por aplicação da Lei nº 8.308/2006, para pagamento de dívidas com a União e suas entidades. Art. 4º Esta lei entra em vigor na data da sua publicação, retroagindo seus efeitos a 1º de janeiro de PROJETO DE LEI Nº 060/2015 Dispõe sobre a obrigatoriedade de realização, por maternidades e estabelecimentos hospitalares congêneres do Estado, de exame, gratuito, de diagnóstico clínico de retinopatia da prematuridade - Reflexo Vermelho (Teste do Olhinho). A Assembléia Legislativa do Estado do Espírito Santo D E C R E T A Art. 1º. As maternidades e os estabelecimentos hospitalares congêneres do Estado ficam obrigados a realizar, gratuitamente, exame de diagnóstico precoce da catarata e glaucoma congênitos, infecções, traumas de parto e cegueira em todas as crianças nascidas em suas dependências, através da técnica conhecida como "Reflexo Vermelho". 1º - O exame a que se refere o caput deste artigo será realizado segundo a orientação técnica do pediatra responsável pela respectiva unidade de saúde.

3 3 2º - A família deverá receber o resultado, por escrito, sobre a realização do exame que apontará o Reflexo Vermelho como presente, ausente ou duvidoso, devendo constar no cartão de alta do recém-nascido. Art. 2º. As famílias dos recém-nascidos receberão, quando das altas médicas, relatório dos exames e dos procedimentos realizados, contendo esclarecimentos e orientação. Art. 3º. As despesas decorrentes da execução desta lei correrão à conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário. Art. 4º. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Sala das Sessões, 11 de fevereiro de DEPUTADO GILSINHO LOPES J U S T I F I C A T I V A A retinoblastoma é o tumor intra-ocular maligno mais frequente nas crianças, sendo registrado 400 novos casos, por ano, no Brasil. Os exames oftalmológicos podem ser feitos a partir do primeiro dia de vida da criança. Aqueles com histórico do câncer na família precisam fazer uma avaliação no primeiro mês. Nos Estados Unidos, a maioria é diagnosticada antes que se espalhe e atinja outras áreas além do olho. No Brasil, o diagnóstico é tardio: em quase 40% dos casos o tumor já se espalhou para outras áreas e é mais difícil de ser tratado. A Associação Brasileira para crianças com Tumor Cerebral faz um alerta para que os pais levem os filhos o mais cedo possível para fazer exames oftalmológicos e que se atenham a qualquer brilho ou mancha esbranquiçados nos olhos das crianças, um dos principais sinais da doença, pois dificilmente a retinoblastoma causa dor. Alerta a chefe do setor de oncologia ocular do Instituto da Visão da Universidade Federal de São Paulo que o ideal seria que toda criança fizesse um exame de fundo de olho o mais cedo possível. Marco Aurélio, 38 anos, ficava admirado com a beleza dos olhos castanhos e meio claros da filha, mas não notou o reflexo, sinal de um tumor causado por alterações nas células da retina. A doença foi descoberta porque sua esposa decidiu levar a garota ao oftalmologista para uma avaliação geral. Esclarece a mãe: quando fomos alertados para o sinal que aparece nas fotos fomos revê-las. Em todas, havia mais de seis meses, minha filha já apresentava aquele halo branco. Talvez, se tivéssemos percebido antes, ela não teria perdido o olhinho. Diante da relevância da matéria, contamos com o apoio dos nobres pares à apresentação do projeto ora apresentado. COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO PARECER N.º 56/2015 Parecer do Relator: Projeto de Lei n.º 60/2015 Ementa: Dispõe sobre a obrigatoriedade de realização, por maternidades e estabelecimentos hospitalares congêneres do Estado, de exame, gratuito de diagnóstico clínico de retinopatia da prematuridade - Reflexo Vermelho (Teste do Olhinho). Autor: Deputado Gilsinho Lopes I RELATÓRIO Cuida-se nestes autos da emissão de parecer do relator, quanto à constitucionalidade, legalidade, juridicidade e boa técnica legislativa da proposição legislativa em epígrafe, de iniciativa do Exmo. Sr. Deputado Gilsinho Lopes, cujo conteúdo, em síntese, Dispõe sobre a obrigatoriedade de realização, por maternidades e estabelecimentos hospitalares congêneres do Estado, de exame, gratuito de diagnóstico clínico de retinopatia da prematuridade - Reflexo Vermelho (Teste do Olhinho). A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa em exercício do mero juízo de delibação que lhe impõe o artigo 143, do Regimento Interno Resolução nº 2.700/09, onde proferiu o despacho de fls. 02, no qual admitiu a tramitação da proposição entendendo, prima facie inexistir manifesta inconstitucionalidade ou, um dos demais vícios previstos na norma regimental. Admitida, a proposição que foi protocolizada no dia 11 de fevereiro de 2015, seguiu sua regular tramitação, tendo sido lida na sessão ordinária do dia 23 de fevereiro de 2015 e publicada no Diário do Poder Legislativo do dia , às fls. 15. Além do articulado legal da proposição e sua justificativa, o processo não está instruído com outros documentos. Depois de juntado o parecer jurídico da Procuradoria, a proposta foi encaminhada a esta Comissão de Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação para análise e parecer, na forma do art. 41 e incisos do Regimento Interno - Resolução nº 2.700/09. É o relatório.

4 4 II PARECER DO RELATOR DA ANÁLISE QUANTO AO ASPECTO DA JURIDICIDADE, CONSTITUCIONALIDADE E LEGALIDADE E TECNICA LEGILATIVA O Projeto de Lei n.º 60/2015, de autoria do DEPUTADO GILSINHO LOPES, Dispõe sobre a obrigatoriedade de realização, por maternidades e estabelecimentos hospitalares congêneres do Estado, de exame, gratuito de diagnóstico clínico de retinopatia da prematuridade Teste do Reflexo Vermelho (Teste do Olhinho). Notadamente, seu escopo é de grande relevância para o interesse público, daí o elevado grau de importância, principalmente como um bom objetivo definido pela justificativa do Projeto. Enfatiza o autor que a retinoblastoma é o tumor intra-ocular maligno mais frequente nas crianças, sendo registrado 400 novos casos, por ano, no Brasil. Os exames oftalmológicos podem ser feitos a partir do primeiro dia de vida da criança. Aqueles com histórico de câncer na família precisam fazer uma avaliação no primeiro mês de vida. Nos Estados Unidos, a maioria é diagnosticada antes que se espalhe e atinja outras áreas além do olho. No Brasil, o diagnóstico é tardio: em quase 40% dos casos o tumor já se espalhou para outras áreas e é mais difícil de ser tratado. A Associação Brasileira para Crianças com Tumor Cerebral faz um alerta para que os pais levem os filhos o mais cedo possível para fazer exames oftalmológicos e que se atenham a qualquer brilho ou mancha esbranquiçados nos olhos das crianças, um dos principais sinais da doença, pois dificilmente a retinoblastoma causa dor. Alerta a chefe do setor de oncologia ocular do Instituto da Visão da Universidade Federal de São Paulo que o ideal seria que toda criança fizesse um exame de fundo de olho o mais cedo possível. Portanto o presente Projeto de Lei, instituí a implantação de uma nova politica de Saúde Pública impondo novas atribuições á órgãos da Administração Pública. Inegavelmente, em que pese à intenção em questão há óbices de natureza constitucional que se reputam por intransponíveis, já que impõem gastos públicos com a realização do exame gratuito de diagnóstico clínico de retinopatia da prematuridade Teste do Reflexo Vermelho, assim violando os comandos constitucionais do Princípio da Reserva de Administração do Poder Executivo e do Princípio da Separação dos Poderes. Neste aspecto a preposição viola o que estabelece o art. 2º c/c art. 61 e art. 84, III I, todos da CF/1988 verbis: Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição; No mesmo sentido dispõe a Carta Estadual conforme o que estabelece os art. 17, 63, III, e VI, e 91, II: Art. 17. São Poderes do Estado, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art. 63. A iniciativa das leis cabe a qualquer membro ou comissão da Assembleia Legislativa, ao Governador do Estado, ao Tribunal de Justiça, ao Ministério Público e aos cidadãos, satisfeitos os requisitos estabelecidos nesta Constituição. Paragrafo Único: São de competência exclusiva do Governado do Estado as leis que disponham sobre: I (...); III - organização administrativa e pessoal da administração do Poder Executivo; VI - criação, estruturação e atribuições das Secretarias de Estado e órgãos do Poder Executivo. Art. 91. Compete privativamente ao Governador do Estado: II - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição; Ainda mais, outro gravame de inconstitucionalidade aflora no momento em que a Proposição, na realidade, prevê e tipifica atividades que necessitam da realização de um conjunto de despesa a ser arcada pelo erário estadual. Nesse contexto, as Constituições Federal, e Estadual vedam a promoção de Projetos sem prévia e específica dotação orçamentária, bem como, sem a indicação dos recursos correspondentes para tanto. Define, in verbis, os incisos I e V, do art. 167, da Constituição Federal e os incisos I, II, III e V, do art. 152, da Constituição Estadual:

5 5 Art São vedados: I o início de programas e projetos não incluídos na lei orçamentária anual; V a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes; Com maior precisão simétrica e na mesma linha de proibição prevista na Constituição Federal, determina o dispositivo endereçado no artigo 152, incisos I, II, III e V, da Constituição Estadual. Vejamos: Art São vedados: I - o início de programas ou projetos não-incluídos na lei orçamentária anual; II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais; III - a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo, por maioria absoluta; (...) V - a abertura de crédito suplementar ou especial, sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes. Nesse sentido, decidiu a Suprema Corte: "É indispensável a iniciativa do Chefe do Poder Executivo (mediante projeto de lei ou mesmo, após a EC 32/01, por meio de decreto) na elaboração de normas que de alguma forma remodelem as atribuições de órgão pertencente à estrutura administrativa de determinada unidade da Federação." (ADI 3.254, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em , DJ de ) Processo legislativo dos Estados-Membros: absorção compulsória das linhas básicas do modelo constitucional federal entre elas, as decorrentes das normas de reserva de iniciativa das leis, dada a implicação com o princípio fundamental da separação e independência dos Poderes: jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal. (ADI 637, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em , DJ de 1º-10-04). Além disto, a propositura trata de matéria de interesse nacional ao adentrar no setor de saúde onde é dada a responsabilidade de prover e assegurar integralmente à assistência a população consoante a Lei Orgânica da Saúde a qual é compreendida como um conjunto articulado e continuo ações e serviços exigíveis a cada um em todos os níveis de complexidade que formulam o Sistema Único de Saúde SUS, Lei nº de 19/09/90 que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Por certo que a implementação da política pública redundara em incisivo incremento de despesa pública Estadual que novamente importa por outro prisma em nova violação da Separação dos Poderes, já que a matéria é também reservada privadamente ao Chefe do Executivo a competência de tal iniciativa para deflagração de projeto de lei desta natureza, assim importando em inconstitucionalidade formal da propositura. Referente a esse aspecto ainda, considerando que é indisfarçável o incremento de despesas públicas pela proposta Legislativa ora analisada, haveria de ser observado também o que dispõe a Lei de Responsabilidade Fiscal acerca da criação do tema, em especial seus artigos 15 a 17, e inexistindo a toda evidencia tal cumprimento no presente Projeto de Lei certamente existe violação do principio da legalidade, na medida em que descumprida norma legal impositiva de conduta ao Poder Público. Por todas as linhas de diagnose realizada, chega-se a conclusão de que o Projeto em estudo, in totum, não se sustenta juridicamente, por possuir inúmeros gravames de inconstitucionalidade. Desta forma, perante a análise jurídica, verificam-se do diagnóstico decorrente que, incontestavelmente, a pretensa normatividade da Proposição Legislativa traz diversos pontos de antinomia com os preceitos constitucionais, tanto da Constituição Federal, quanto da Constituição Estadual, destarte, tornandose gravada como formalmente inconstitucional. Isto posto, somos por reconhecer que o Projeto de Lei em tela não deve prosseguir sua tramitação por conter vícios contrários a sua natureza. Portanto, sugerimos aos ilustres pares desta douta Comissão a adoção do seguinte: PARECER N.º 56/2015

6 6 A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO, é pela INCONSTITUCIONALIDADE do PROJETO DE LEI Nº 60/2015, de autoria do Deputado Gilsinho Lopes. Plenário Rui Barbosa, 31 de março de RODRIGO COELHO Presidente MARCELO SANTOS Relator JANETE DE SÁ ELIANA DADALTO RAQUEL LESSA DOUTOR RAFAEL FAVATTO