ESTUDO DO REAPROVEITAMENTO DE DISPOSITIVOS COMPUTACIONAIS COM VISTAS À SUSTENTABILIDADE NA ÁREA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO.

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1 ESTUDO DO REAPROVEITAMENTO DE DISPOSITIVOS COMPUTACIONAIS COM VISTAS À SUSTENTABILIDADE NA ÁREA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Lucas Zorzi Marcelo Augusto Gonçalves Bardi Universidade São Francisco Resumo: A computação em nuvem começou a ganhar força nos últimos anos e tornou-se tendência atualmente. Com ela é possível utilizar serviços em qualquer lugar e em diferentes plataformas, além de poupar recursos computacionais, no qual o servidor é quem faz o trabalho e por uma conexão de rede são interligados para a entrega dos dados. Não é necessário à instalação de aplicativos isolados, é possível acessar arquivos e realizar tarefas remotas por meio de uma rede. Isso faz com que os dados estejam disponíveis para todos da rede. Os aplicativos são disponibilizados e o cliente o acessa e paga pela quantidade ou tempo de uso, ao contrario de quando era instalada individualmente numa máquina, em que ficava disponível apenas a um único terminal de acesso. O usuário não precisa mais se preocupar com nada para a execução dos aplicativos, além de ser possível compartilhar informações e trabalhar por colaboração em que todo o conteúdo fica na nuvem e acessível a todos. No entanto, a computação em nuvem possui desvantagens, os dados ficam armazenados virtualmente e há receio na segurança e privacidade por tratar-se de sistemas não impermeáveis. A rede deve ser estável e rápida para suportar os serviços principalmente para acessos usando a internet. Neste projeto há uma infraestrutura computacional que por meio da computação em nuvem gerenciada pelo software OpenStack, interliga-os em um servidor potente que processa os dados, possibilitando dar vida nova aos equipamentos antes tidos como obsoletos. As máquinas antigas acessam um sistema operacional virtual dentro do OpenStack no servidor e é ele quem processa todos os dados e devolve os resultados pela rede. Sendo possível, com isso, através de uma baixa captação de recursos para a realização e agregando valor por meio do reuso, e assim ofertando uma opção sustentável para uso empresarial, acadêmico e doméstico. Palavras-chave: openstack, servidor, reuso, sustentabilidade, infraestrutura. Apoio financeiro: Cnpq. *Bolsista de Iniciação Científica: PIBITI/CNPq Área Temática: IC Área Temática VII. Tecnologia, Inovação e Empreendedorismo. Introdução

2 A expressão computação em nuvem (do inglês cloud computing) não é nova e não possui um conceito exato definido por não ter um responsável pela criação, mas há dois trabalhos que ajudam a compreender sua origem e evolução. Um trabalho desenvolvido por John McCarthy tratou de uma ideia de computação por tempo compartilhado (time sharing) em que uma máquina podia ser usada por diversos usuários ao mesmo tempo e na mesma época, Joseph C. R. Licklider fazendo parte da ARPA (Advanced Research Projects Agency), com objetivo de encontrar utilidade a um computador além de uma calculadora, acabou sendo um dos primeiros a pensar em usar computadores de forma conectada globalmente, conceito determinante para a criação da ARPANET que então deu vida a internet como conhecemos hoje. Em 1997, o termo computação em nuvem foi utilizado pela primeira vez por Ramnath Chellappa e após alguns anos as empresas começaram a implantar serviços em nuvem por conta de sua eficiência, até ganhar muita força nos últimos anos e tornar-se tendência atualmente. O conceito refere-se à capacidade de se utilizar serviços em qualquer lugar e em diferentes plataformas, como um computador ou smartphone. Além de poupar recursos computacionais de processamento local, no qual o servidor é quem faz o trabalho pesado requerido pelo solicitante e por uma conexão de rede os dados são entregues. Aplicando os conceitos da computação em nuvem, a instalação de aplicativos individuais nos computadores não é mais necessária, há possibilidade de acessar arquivos e realizar tarefas por meio de uma rede como a internet, por exemplo. Isso faz com que os dados não sejam mais alocados e disponíveis em apenas uma máquina, mas para todos da rede que possuem permissão de acesso. Necessitando apenas de periféricos essenciais para o funcionamento do computador e uma conexão de rede ativa, é possível desfrutar de todo o conteúdo, salva-lo e acessar novamente a partir de qualquer lugar. Tudo isso fica armazenado na nuvem, ou seja, na rede. Nesse projeto, a computação em nuvem é aplicada na interligação de diversos computadores com um servidor no comando. Em fase de testes com ferramenta de criação e gerenciamento da nuvem, mostra-se muito potente e eficiente. A computação em nuvem conquistou grande espaço na tecnologia atual, oferecendo conforto, praticidade e dinamismo aos usuários. Por meio dela, os aplicativos são disponibilizados como um serviço, em que o cliente não precisa adquirir licenças para instalação, uso ou comprar computadores adicionais. O usuário acessa e paga de acordo com a quantidade ou tempo de uso e torna-se disponível para todos os que possuem acesso à rede, ao contrario da aplicação estática que era instalada individualmente em cada máquina, adquirindo uma licença única, acessível apenas nela e todas as atualizações e reparos deveriam ser feitos manualmente e exclusivamente.

3 Figura 1 - Diagrama da computação em nuvem como serviço O usuário passa a ficar sem a necessidade de se preocupar com a infraestrutura necessária para a execução de aplicativos e armazenamento de dados, fazer backup, ou mesmo com a segurança, tudo isso fica a encargo do administrador da nuvem. A possibilidade no uso, quase sempre, de qualquer equipamento ou sistema operacional, expande os horizontes do cliente e facilita ainda mais o consumo independente do lugar. Aliado a toda essa interatividade, o compartilhamento de informações e trabalho colaborativo é facilitado disponibilizando todo o conteúdo na nuvem e tornando-o acessível a qualquer um, podendo até mesmo um serviço ser utilizado por diversos usuários juntos e em tempo real. A computação em nuvem é ótima para usuários leigos, livrando-os de diversos tipos de encargos, assim tornando as plataformas cada vez mais acessíveis. Basta apenas acessar o serviço e usar. No entanto, a computação em nuvem possui suas desvantagens. Os dados ficam armazenados num ambiente virtual em que há receio na segurança e privacidade oferecidos, visto que a tecnologia geralmente não é um meio intransponível e os sistemas podem ser comprometidos.

4 Como toda a interação entre hospedes e nuvem é feita por uma rede, ela deve ser estável e rápida o bastante para suportar o serviço oferecido. No caso de acessos usando a internet, os requisitos são primordiais para uma boa experiência com a tecnologia, principalmente para aplicativos que usam streaming e jogos virtuais. Quando o serviço é prestado por uma empresa terceirizada, ela é quem provê, cuida e controla toda a infraestrutura, tendo acesso irrestrito a qualquer dado. Mesmo possuindo sistemas contra falhas, um servidor pode sair do ar e tornar o serviço indisponível por um tempo até que outro seja acionado ou o problema resolvido. Como todo serviço, a computação em nuvem possui suas vantagens e desvantagens, cabe ao usuário determinar se a opção é viável e favorável dentro dos limites oferecidos ou se outra solução seria melhor para os objetivos requeridos pelo solicitante. Método Nessa proposta, o conceito de nuvem é utilizado no formato de infraestrutura como serviço (IaaS), no qual dispõe e é utilizado todo o ambiente necessário para o funcionamento da aplicação, provendo hardware, software, armazenamento e o gerenciamento em uma rede local. A nuvem está alocada em um servidor interligado na rede local com os computadores hospedes e centraliza o processamento de todas essas máquinas nele mesmo e executa o trabalho no lugar. Isso faz com que os computadores adquiram mais poder de processamento e por consequência mais velocidade. O software para fazer a construção e gerenciamento da estrutura da nuvem foi escolhido dentre as três maiores opções do mercado, Eucalyptus, CloudStack e OpenStack. As três plataformas são muito populares e potentes, o Eucalyptus é um projeto maduro e possui muitos recursos, porém seu código base é muito complicado e os requerimentos de instalação complexos; o CloudStack também tem muitos recursos e sua configuração é de média complexidade, mas sua compatibilidade é fraca, a demanda para instalação é alta e recentemente houve mudança de

5 proprietário; o OpenStack possui apoio de muitas empresas e uma comunidade crescente, complexidade média e utiliza apenas os componentes necessários, no entanto, sua interface Web é limitada, trata-se de um projeto recente e código base novo. Com base na comparação entre as plataformas, foi decidido o uso do OpenStack como o provedor da nuvem, por tratar-se de uma ótima ferramenta em constante crescimento e um mercado novo no qual pode ser explorado, livrando-se da saturação sobre as outras plataformas e mantendo a qualidade do serviço a ser oferecido. O OpenStack, um conjunto de ferramentas livres e com o código fonte aberto que implanta máquinas virtuais e atua como um sistema operacional que controla todas as maquinas virtualizadas, é como fosse um ou mais computadores distintos dentro de um só. A diferença é que todas estas máquinas são virtuais: na prática, elas oferecem resultados como qualquer outro computador, mas existem apenas logicamente, não fisicamente. Projetado para ser extremamente escalável e flexível, tem como objetivo a entrega de infraestrutura como serviço (IaaS), ofertando o hardware, software, armazenamento e todo o ambiente necessário para o funcionamento da aplicação. Para os testes, foi utilizado o DevStack, trata-se do OpenStack mas possui uma instalação mais fácil por ter um script que contém toda a configuração necessária e a faz automaticamente. Para instalar o DevStack no servidor foi necessário possuir o sistema operacional Ubuntu Server e seguir os seguintes passos: 1º - Instalar o Git: Figura 3 - Comando: $ sudo apt-get install git 2º - Clonar o repositório do DevStack:

6 Figura 4 - Comando: $ git clone 3º - Entrar na pasta DevStack: Figura 5 - Comando: $ cd devstack 4º - Configurar o arquivo local.conf e inserir as configurações

7 Figura 6 - Comando: nano local.conf Configurações: 5º - Iniciar a instalação: Figura 7 - Comando: $./stack.sh 6º - Para acessar o painel de controle Web:

8 Figura 8 - Digite no navegador: localhost e logar com usuário e senha definidos no arquivo local.conf Para mais conteúdo a cerca da instalação e outros, é possível acessar o sitio oficial da organização responsável, a OpenStack Foundation, disponível em Além de uma comunidade disponível para o suporte. Instalando-se este software no servidor da estrutura do projeto, é possível criar novas instâncias, ou seja, novos sistemas operacionais que operam dentro de outro sistema operacional e é gerido pelo OpenStack. Ele faz toda a gestão desses diversos sistemas, sendo o responsável pela oferta de tudo o que é necessário para seu funcionamento. Mesmo tratando-se de uma ferramenta muito poderosa, o administrador da nuvem possui um ambiente em interface gráfica web para controlar todas as funções do OpenStack, em que torna esse processo muito mais fácil e intuitivo para que se possa aproveitar muito mais os recursos disponíveis. Essas instâncias criadas podem ser acessadas por outros computadores ligados na rede e não só pelo servidor hospedeiro do OpenStack, assim, utilizando o protocolo de rede SSH, é possível acessa-las remotamente e opera-las como se estivesse na mesma máquina.

9 Figura 9 - Painel de controle do OpenStack Resultados/Discussão A instalação do software OpenStack no servidor da estrutura, apesar de não ser um processo trivial, possibilitou fomentar um sistema para instituir e gerenciar a nuvem que fará com que todos os computadores interligados ao servidor recebam mais velocidade de processamento, não diretamente, pois são usados apenas como meio de acesso pela rede ao sistema dentro do servidor onde o processamento ocorre. A aplicação do conceito de computação em nuvem mostrou-se muito poderoso e o OpenStack uma ferramenta extremamente potente, todo o processo de instalação e execução inicial foram realizados e concluídos com sucesso. O êxito foi possível graças ao levantamento bibliográfico de artigos da internet e instruções concedidas pelos materiais da OpenStack Foundation, além do suporte de outros usuários dessa tecnologia. Conclusão/Considerações finais Com a infraestrutura de computadores, rede e equipamentos necessários, a implantação e configuração do software de computação em nuvem no servidor foram concluídas com êxito. Agora se prossegue com os métodos planejados para alcançar os objetivos de interligar todas às máquinas antigas ao servidor. A adição de instâncias no OpenStack para que seja instituído os sistemas operacionais virtualizados em que as máquinas antigas acessarão e realizar testes, verificar a aplicabilidade do conceito e o seu rendimento na recuperação dessa máquinas.

10 Referências ALECRIM, Emerson. (2015, 04 de março). O que é cloud computing (computação nas nuvens)?. InfoWester. Disponível em: ALECRIM, Emerson. (2015, 8 de agosto). O que é virtualização e paraque serve? Disponível em: AMOROSO. Danilo. (2012, 13 de junho). O que é computação em nuvens?. No Zebra Network. Disponível em: CANTU, Ana. (2015, 20 de fevereiro). A história e o futuro da computação em nuvem. Dell. Disponível em: MÜLLER, Nicolas. (2015, 17 de maio). O que é computação nas nuvens (cloud computing)?. Oficina da net. Disponível em: TUELHO, Rafael. (2015, 7 de agosto). Um pouco sobre a plataforma OpenStack. Disponível em: