Copa do Mundo e Olimpíada: motores para um novo Rio de Janeiro

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1 Revista da Câmara de Comércio Americana para o Brasil Desde 1921 nº275 mai/jun 2012 Copa do Mundo e Olimpíada: motores para um novo Rio de Janeiro Os eventos esportivos como catalisadores e aceleradores de inovação, melhorias de infraestrutura e transformações sociais também devem fazer do Rio um porto seguro para negócios Brasil Urgente As mudanças e consequências da nova lei do Cade Entrevista O novo vice-presidente da Alog, Eduardo Carvalho, fala sobre o crescimento da empresa Perfil Ibeu, tradição e excelência no ensino do inglês

2 13 de Agosto Houston, Texas BRAZIL ENERGY POWER AND Participe de um dos maiores eventos brasileiros de energia realizado no exterior. Compartilhe os conhecimentos e experiências de autoridades e renomados especialistas TEMAS DA CONFERÊNCIA: do setor. > DIÁLOGOS ESTRATÉGICOS DE ENERGIA > O MARCO REGULATÓRIO DO SETOR DE PETRÓLEO E GÁS NO BRASIL > EFICIÊNCIA ENERGÉTICA > O PAPEL DAS DIFERENTES FONTES ALTERNATIVAS NA MATRIZ ENERGÉTICA Organized by: Informações: anamacieira@amchamrio.com Contato para Patrocínio: ricardosantos@amchamrio.com 64_Edição 275_mai/jun 2012 Edição 274_Brazilian Business_65

3 editorial A transformação do Rio de Janeiro: o que podemos esperar como legado dos eventos esportivos Em julho e agosto próximos, Londres será a sede de mais uma edição dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, e a cidade estará se beneficiando permanentemente de um volume expressivo de investimentos que, entre várias intervenções, permitiu a recuperação e revitalização de áreas degradadas e que passam, a partir de agora, a realmente se reintegrar à cidade. Aproveitando esse momento, esta edição da Brazilian Business apresenta um caderno especial com um conjunto de artigos que abordam o que vem sendo feito no Rio de Janeiro e por quais transformações a cidade deve passar, especialmente após 2016, ou seja, o que se entende por um verdadeiro legado. Esses artigos trazem a visão e os depoimentos tanto de autoridades do setor público quanto de representantes da iniciativa privada que, de alguma forma, estão participando dessa grande mobilização. Chamamos a atenção especialmente para o artigo da ex-prefeita de Atlanta, Shirley Franklin, que aborda, com muita propriedade, os efeitos positivos que a realização dos Jogos Olímpicos naquela cidade, em 1996, deixaram como legado. Muito embora Atlanta seja uma cidade tipicamente americana, na qual o automóvel ainda tem papel relevante na locomoção dos habitantes, os investimentos em mobilidade urbana foram responsáveis por uma transformação radical no transporte da população, com a instalação de um moderníssimo sistema de metrô integrado à rede ferroviária em uma das regiões que se cristalizou como um dos maiores entroncamentos rodoferroviários dos Estados Unidos. Atlanta, pouco lembrada como uma das experiências positivas como cidade-sede dos Jogos Olímpicos, é, sem dúvida, um dos casos de maior sucesso, tendo apresentando resultado lucrativo, além de atrair mão de obra especializada e ver o seu aeroporto se tornar o mais movimentado do mundo em tráfego de passageiros. Buscando objetivos semelhantes, observa-se no artigo do prefeito Eduardo Paes a mesma preocupação com a realização de investimentos estruturantes que possam se perenizar após os grandes eventos programados para o Rio de Janeiro. Eventuais inconvenientes temporários são inevitáveis, especialmente no que se refere à mobilidade, uma vez que as intervenções mais visíveis são aquelas que necessariamente acabam por afetar o trânsito, como é o caso do que hoje ocorre na Zona Portuária. Entretanto, o desejo e a esperança de todos os cariocas é que, quando concluídos, tais investimentos sejam capazes de melhorar substancialmente a qualidade de vida de todos aqueles que aqui vivem e dos que nos visitam. É, portanto, esse legado que todos nós queremos ver concretizado. Henrique Rzezinski, presidente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro Conselho editorial Helio Blak Henrique Rzezinski João César Lima Omar Carneiro da Cunha Rafael Sampaio da Motta Roberto Castello Branco Robson Barreto Editora-chefe e jornalista responsável Andréa Blum (MTB RJ) andreablum@amchamrio.com Colaboraram nesta edição: Fábio Matxado (edição de arte), Luciana Areas, Pedro Kirilos e Reinaldo Hingel (fotos), Luciana Maria Sanches (revisão), Cláudio Rodrigues, Giselle Saporito e Guilherme Zabael (textos) Canal do leitor leitor@amchamrio.com Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores e a da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro Comercial e marketing Gerente Ricardo Santos ricardosantos@amchamrio.com Publicidade Liliane Dippolito lilianedippolito@amchamrio.com A tiragem desta edição, de 8 mil exemplares, é comprovada por Ernst & Young Terco Impressão: Walprint Uma publicação da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro Praça Pio X, 15, 5º andar Rio de Janeiro RJ Tel.: (21) Fax: (21) amchamrio@amchamrio.com Leia a revista também pelo site amchamrio.com Caso não esteja recebendo o seu exemplar ou queira atualizar seus dados, entre em contato com Terezinha Marques: (21) ou terezinha@amchamrio.com Pedro Kirilos sxc artigos relacionados 36 Eduardo Paes_prefeito do Rio de Janeiro 38 Dolores Piñeiro_diretora de vendas do Sheraton Rio Hotel & Resort e vicechairperson do Comitê de Entretenimento, Cultura e Turismo da Amcham Rio 40 André Coutinho_sócio-líder de IARCS Internal Audit Risk & Compliance Services da KPMG no Brasil 42 Michel Davidovich_diretor-geral da Coca- Cola para a Copa do Mundo da Fifa 44 Shirley Franklin_ex-prefeita de Atlanta 46 Pedro Almeida_vice-presidente de vendas da IBM Brasil 48 Márcio Fortes_presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO) 50 Marcos Nicolas_diretor-executivo da Ernst & Young Terco 52 Benedicto Barbosa da Silva Junior_ presidente da Odebrecht Infraestrutura Em Foco Notícias sobre as empresas associadas e os principais acontecimentos da Amcham Rio Entrevista O novo vice-presidente da Alog, Eduardo Carvalho, e os desafios com a entrada da Equinix, uma das maiores empresas de data center do mundo Perfil O Ibeu comemora 75 anos de ensino da língua inglesa Ponto de Vista Fabiane Turisco, sócia da Martinelli Advocacia Empresarial, explica como a Felicidade Interna Bruta pode ser um novo indicador a ser considerado pelas empresas Brasil Urgente A nova lei do Cade, por Patrícia Sampaio, professora da FGV Direito Rio e advogada de Chediak Advogados Ponto de Vista As recentes medidas protecionistas podem prejudicar o futuro do País, defende Marcilio Rodrigues Machado no artigo O paradoxo do protecionismo Radar Programa Jogue Limpo: o primeiro Acordo Setorial a ser assinado dentro da Política Nacional de Resíduos Sólidos Ponto de Vista Os impactos da boa administração do patrimônio na visão de Raul Hey, sócio de Dannemann Siemsen Gestão e Avaliação de Ativos Intelectuais Especial O legado dos megaeventos esportivos para as cidades Ponto de Vista Eduardo Machado, sócio do escritório Montaury Pimenta, Machado & Vieira de Mello, evidencia a importância das decisões relativas ao marketing de emboscada Amcham News Os eventos realizados pela Amcham Rio em abril e maio

4 em foco Cidade do México sedia Mid-Year Meeting da Aaccla Entre os dias 14 e 16 de maio, a Associação das Câmaras Latino-Americanas de Comércio (Association of American Chambers of Commerce in Latin America Aaccla) se reuniu, na Cidade do México, para o 16º Mid-Year Meeting. Entre os variados temas ali tratados, destacou-se a questão do crescimento da importância da América Latina, em especial de países como Brasil, México, Chile, Colômbia e Peru, que têm apresentado desempenhos econômicos saudáveis mesmo diante da crise internacional. As questões do protecionismo intrarregional e da pressão que o grupo dos países desenvolvidos faz nessa direção também foram amplamente discutidas. Nos seus pronunciamentos, tanto o presidente do México, Felipe Calderón, quanto o ex-presidente do Peru, Alan García, manifestaram-se otimistas com o futuro da América Latina, ainda que considerando o retrocesso no caminho democrático que se verifica presentemente em alguns países. Outra questão bastante discutida levou em conta o crescimento do comércio dos países da Zona do Pacífico com a Ásia, especialmente a China, e seus reflexos no comércio com os Estados Unidos. Ressalte-se ainda a visão otimista da Colômbia e do Panamá, que recentemente assinaram Acordos de Livre Comércio com os EUA (FTAs Free Trade Agreements) e que, com base nos resultados já atingidos por outros signatários, tais como Chile e Peru, estimam crescimento substancial nas suas relações comerciais com o país. atendimento@veirano.com.br ATTORNEYS-AT-LAW O Brazil Energy & Power, evento realizado anualmente pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro em Houston, no Texas (Estados Unidos), chega à décima edição, este ano em parceria com a Brazil Texas Chamber of Commerce e o Brazil-U.S. Business Council. Entre os temas das palestras estarão, além da indústria de óleo e gás, as fontes renováveis de energia, o Diálogo Estratégico de Energia, o marco regulatório do setor de petróleo e gás e a eficiência energética. Informações sobre como participar do evento com Ana Macieira ( / anamacieira@amchamrio.com) e cota de patrocínios com Ricardo Santos ( /ricardosantos@amchamrio.com). Estão abertas as inscrições para a 8ª edição do Prêmio Brasil Ambiental, que tem como objetivo reconhecer as melhores práticas ambientais desenvolvidas por empresas com atuação no País. A grande novidade este ano é que as inscrições agora são feitas totalmente on-line, pelo hotsite premiobrasilambiental.com. O prêmio é uma iniciativa do Comitê de Meio Ambiente da Amcham Rio, que a cada edição coloca em evidência um assunto da pauta sustentável, este ano a causa da Gestão de Resíduos Sólidos. Mas os projetos inscritos podem abordar qualquer tema relativo às categorias Responsabilidade Socioambiental, Preservação e Manejo de Ecossistemas, Inovação Ambiental, Uso Racional de Recursos Hídricos, Inventário de Emissões e Gestão de Resíduos Sólidos. Poderão concorrer ao Prêmio Brasil Ambiental somente empresas que tenham projetos ambientais já concluídos ou em fase final de implantação, mesmo em parceria com outras companhias, instituições de pesquisa ou ONGs. As inscrições podem ser feitas até o dia 6 de julho. Empresas associadas estão isentas de taxa de inscrição. Para as não associadas, o valor é de R$ 500. A cerimônia de premiação do 8º Prêmio Brasil Ambiental acontecerá em 9 de agosto, no Rio de Janeiro, quando serão anunciados os vencedores. 4_Edição 275_mai/jun 2012 agenda 2012 Amcham Rio JUNHO 25/6 Seminário Acidentes com Vazamento de Óleo Aspectos Técnicos e Legais 26/6 1º Young Professionals 28/6 Parcerias, investimentos e casos de sucesso na área de educação 29/6 Tax Friday: Projetos do Fisco para a Mudança no Sistema Tributário 8º Prêmio Brasil Ambiental Inscrições de projetos até 6 de julho JULHO 6/7 Round Table Lei de Direito Autoral 30/7 Seminário Portos do Rio: Desafios e Perspectivas 31/7 Almoço de relacionamento Comitê de RH Café da manhã de novos sócios da Amcham Rio AGOSTO 9/8 Cerimônia 8º Prêmio Brasil Ambiental 13/8 Brazil Energy & Power 10 SETEMBRO Rio Oil & Gas Expo Espaços disponíveis no stand coletivo RIO DE JANEIRO Av. Presidente Wilson, 231 / 23º andar Castelo RJ Tel.: (55 21) Fax: (55 21) SÃO PAULO Av. das Nações Unidas, / 18º andar Brooklin SP Tel.: (55 11) Fax: (55 11) Áreas de Prática Practice Areas Administrativo Aduaneiro Aeronáutico Antitruste e Concorrência Ambiental Arbitragem e Mediação Bancário e Financeiro Comércio Exterior Consumidor Contencioso Contratos Energia Elétrica Entretenimento Financiamento de Projetos Fusões e Aquisições Governança Imigração Empresarial Imobiliário Infraestrutura Mercado de Capitais Mineração Naval Petróleo e Gás Private Equity Propriedade Intelectual Recuperação de Créditos e de Empresas Seguro e Resseguro Societário Tecnologia da Informação Telecomunicações Trabalhista e Previdenciário Tributário PORTO ALEGRE Rua Dona Laura, 320 / 13º andar Rio Branco RS Tel.: (55 51) Fax: (55 51) Administrative Antitrust and Competition Arbitration and Mediation Aviation Banking and Finance Capital Markets Compliance Consumer Law Contracts Corporate Corporate Immigration Credit Recovery & Corporate Reorganization Energy Entertainment Environmental Export / Import and Customs Information Technology Infrastructure Insurance & Reinsurance Intellectual Property International Trade Labor and Social Security Litigation Mergers & Acquisitions Mining Oil & Gas Private Equity Project Finance Real Estate Shipping Tax Telecommunications VEIRANO & PIQUET CARNEIRO ADVOGADOS BRASÍLIA SCN Qd. 2 Ed. Corp. Financial Center Bloco A 10º andar conj DF Tel.: (55 61) Fax: Edição (55 61) 274_Brazilian Business_5

5 em foco Preocupações do Comitê de Meio Ambiente estimulam o engajamento dos demais grupos da Amcham Rio Sustentabilidade, economia verde e resíduo eletroeletrônico são alguns dos temas que mobilizam os trabalhos Um dos comitês setoriais mais atuantes da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro é o de Meio Ambiente. O comitê é liderado este ano pela sócia do escritório Veirano Advogados, a chairperson Kárim Ozon, que mostra como a estratégia de trabalho do grupo está relacionada aos planos determinantes de negócios e a forma como a área de meio ambiente tem implicações diretas nos resultados e nas definições relevantes para as empresas, o governo e a sociedade. Acompanhe a entrevista concedida à Brazilian Business e veja como a sua empresa também pode participar. Brazilian Business: Qual o papel e a importância do Comitê de Meio Ambiente no cenário atual? Kárim Ozon: O impacto de ações ambientais e de sustentabilidade no valor de mercado das ações das empresas é indiscutível. Temas como sustentabilidade, economia verde e meio ambiente estão como nunca na ordem do dia. Nesse sentido, o comitê é um fórum importante, pois permite a troca de experiências entre os associados e a orientação de políticas e veículo de diálogo com autoridades. A cada encontro mensal do comitê, há a apresentação de um case para fomentar o aprendizado para as demais empresas aqui presentes. Não estamos restritos a nenhuma indústria. Todas são muito bem-vindas. BB: Existe algum projeto para trabalhar de forma integrada com os demais comitês da Amcham Rio e com as empresas associadas? KO: Nosso comitê tem sinergia com muitos outros da Amcham Rio, pois os temas aqui tratados são transversais às empresas e aos setores e áreas de atuação. Teremos um evento conjunto, por exemplo, com o Comitê de Assuntos Jurídicos. Além disso, estamos trabalhando há quase um ano em parceria com o Comitê de Tecnologia da Informação e Comunicação na Força-Tarefa do Lixo Eletrônico. Este projeto ficou entre os finalistas, em 2011, do Most Creative Amcham Awards, prêmio promovido pela Association of American Chambers of Commerce in Latin America (Aaccla). Por fim, o grupo está organizando uma missão internacional para visitar instituições e empresas nos Estados Unidos, para intercâmbio de práticas ambientalmente responsáveis. BB: Quais as expectativas de eventos do comitê para este ano? KO: No dia 25 de junho faremos, em parceria com o Comitê de Assuntos Jurídicos, o evento Acidentes com Vazamento de Óleo Aspectos Técnicos e Legais, que terá um painel técnico e outro legal. O painel técnico discutirá o futuro Plano Nacional de Contingência, e o legal, a responsabilidade das empresas e de seus dirigentes. Já temos presença confirmada do coordenador-geral de petróleo e gás do Ibama, Cristiano Vilardo Nunes Guimarães. O assunto está na pauta do dia de empresas e autoridades, mas pouco é debatido em fóruns neutros como o nosso. BB: Outro marco do trabalho do comitê é a realização do Prêmio Brasil Ambiental. Quais as novidades da edição deste ano, a oitava? KO: As inscrições para o 8º Prêmio Brasil Ambiental já estão abertas e vão até o dia 6 de julho. A grande novidade este ano é que as inscrições agora são feitas totalmente on-line, pelo hotsite premiobrasilambiental.com. Desta forma, reduziremos drasticamente a geração de papel. Além disso, temos a nova categoria Gestão de Resíduos Sólidos, além das já consagradas Responsabilidade Socioambiental, Inovação Ambiental, Inventário de Emissões, Preservação e Manejo de Ecossistemas e Uso Racional de Recursos Hídricos. Os vencedores serão conhecidos no evento de premiação, em 9 de agosto. Outro projeto em gestação é promover dois encontros com as empresas vencedoras do prêmio, um com o público empresarial e outro com estudantes da PUC-Rio. Com isso, pretendemos conectar a realidade das empresas e os projetos que são desenvolvidos pelas universidades, trazendo eficiência para os dois lados na busca de soluções. A chairperson do comitê de Meio Ambiente da Amcham Rio, Kárim Ozon BB: Quais as perspectivas da força-tarefa promovida pela Amcham Rio em prol dos resíduos sólidos? Como as empresas podem participar? KO: A destinação de resíduos sólidos é crucial para o desenvolvimento sustentável mundial e, como não poderia deixar de ser, o comitê tem se engajado nessa questão. A nossa Força-Tarefa do Lixo Eletrônico tem a perspectiva de, neste ano, evoluir na elaboração de um modelo viável de desmanufatura e reciclagem do resíduo eletroeletrônico, tendo um olhar diferenciado para a cultura do reúso como mecanismo de inclusão digital e qualificação de mão de obra. Objetivamos ser propositivos e atuantes na elaboração dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos do município e do Estado, oferecendo os inputs da iniciativa privada e a visão de mercado como forma de tornar as diretrizes factíveis e as metas as mais críveis possíveis. As empresas são muito bem-vindas a se juntar ao grupo de trabalho, colaborando fortemente com ideias, benchmarking e experiências em prol desses objetivos. 6_Edição 275_mai/jun 2012 Edição 275_Brazilian Business_7

6 em foco CNI/Divulgação Presidente da Amcham Rio participa de encontro com Dilma Rousseff e empresários nos Estados Unidos Por Andréa Blum, do Rio de Janeiro Na visita aos Estados Unidos, realizada entre os dias 9 e 11 de abril, a presidente Dilma Rousseff reservou a noite de sua chegada àquele país para se reunir com empresários e organizações brasileiras no intuito de ouvi-los sobre as expectativas de negócios e fomentar uma maior parceria e entrosamento entre empresas brasileiras e americanas. Entre os presentes no encontro, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Brazil-U.S. Business Council, no hotel Four Seasons de Washington, estava o presidente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), Henrique Rzezinski, que falou à Brazilian Business sobre os principais pontos discutidos e revelou sua impressão sobre a visita. Brazilian Business: Qual o balanço que o senhor faz dessa visita de Dilma aos Estados Unidos? Henrique Rzezinski: A visita da presidente Dilma aos EUA teve grande sucesso, à medida que serviu para colocar na mesa alguns aspectos da relação Brasil EUA de uma maneira bastante pragmática, já que a presidente foi preparada para discutir temas delicados, mas também atrativos para o futuro dessa relação. BB: Qual a importância desse encontro entre Dilma e lideranças brasileiras? HR: Achei interessante a maneira como ela se relacionou com o setor privado nessa visita, já que, logo na noite de sua chegada, reuniu-se com um pequeno grupo de empresários brasileiros e organizações engajadas com a relação Brasil-EUA. O setor privado destacou a importância de o Brasil ter mais participação nos órgãos de governança global, demonstrando que o País está definitivamente se inserindo nessa agenda global. Além disso, deixou claro que esses assuntos bilaterais têm uma dimensão multilateral de suma importância, já que a relação entre Brasil e EUA, como protagonistas desse processo, pode fixar posições de interesses mútuos na agenda global. BB: Como foi a receptividade de Dilma aos pontos levantados pelos empresários? HR: Ela quis escutá-los sobre temas importantes, como os avanços das negociações de um acordo comercial com os EUA e, principalmente, sobre um acordo de bitributação. Também foi debatida uma maneira de avançar com o Diálogo Estratégico de Energia, um mecanismo importante na relação entre os dois países que a presidente pretende aprofundar, no campo dos renováveis e não renováveis, já que Brasil e Estados Unidos produzem juntos cerca de 80% do etanol do mundo. Os aspectos estratégicos como as oportunidades de cooperação no pré-sal e como este pode servir de base de negociação entre os dois países também foram discutidos. Ainda em termos comerciais, tratou-se da área de aviação, que teve avanços importantes, apesar de alguns retrocessos. BB: Qual a potencialidade dessa relação entre os dois países? HR: Acredito que, apesar de ser uma relação bilateral, é uma relação determinante para o papel que o Brasil quer assumir na governança global neste século 21. São dois países que têm potencial de estabelecer uma relação estratégica global muito importante, pois há questões complementares e convergentes, como as relações comerciais com a China, e temas comuns entre os dois países de ganha-ganha, muito mais atrativos do que em outras relações. Há que se ter uma questão fundamental de soberania histórica que, neste momento, permite ao Brasil uma posição negociadora muito mais vantajosa e protagônica. Apesar de ser uma relação bilateral, é uma relação determinante para o papel que o Brasil quer assumir na governança global neste século 21 BB: Como os Estados Unidos percebem este momento do Brasil? HR: Os Estados Unidos notam o Brasil de uma maneira diferente que no passado, pois o País oferece hoje uma série de vantagens competitivas, pelo menos se comparado a outros Brics, que possibilitam visualizar uma perspectiva de uma relação estratégica muito interessante entre os dois países. Claro que há obstáculos a ser transpostos, mas que podem ser colocados em discussão, como, por exemplo, a área de aviação civil, que oferece oportunidades de interesse mútuo, como a indústria de tecnologia, mas ainda é preciso superar percepções e posições enraizadas nos dois lados. De qualquer forma, sou muito otimista em relação a isso e acredito que a visita da presidente Dilma tenha sido bastante proveitosa nesse sentido. Presidente Dilma e comitiva se reúnem nos EUA com empresários brasileiros 8_Edição 275_mai/jun 2012 Edição 275_Brazilian Business_9

7 em foco CNI/Divulgação ÁREAS DE ATUAÇÃO PRACTICE AREAS BB: Qual o papel da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro nesse processo? HR: O papel da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro é muito importante por ela ter uma história de formadora de opinião. A Câmara não está apenas empenhada em defender os aspectos comerciais, que são fundamentais e seguem recebendo destaque, mas sobretudo a relação com os Estados Unidos de uma forma político-estratégica. Dentro desta ótica, acredito que temos um papel importante em traduzir a visão do setor privado sobre qual deva ser essa relação nas próximas décadas. Cabe a nós o papel de formador de opinião para discutir esses temas com o governo brasileiro e as empresas, no sentido de defender os interesses do País e perceber o que dessa relação pode ajudar a acelerar e aprimorar o desenvolvimento do Brasil. BB: E, naturalmente, as empresas associadas à Câmara serão beneficiadas por esse esforço? HR: Sem dúvida. Quando se trata de relações estratégicas, o rebatimento comercial é imediato. Quanto mais aprofundadas forem essas relações, maiores serão as oportunidades comerciais e de intercâmbios cultural, científico e tecnológico. Quanto mais aprofundada e soberana for essa relação, melhores serão as perspectivas para o País e as empresas aqui instaladas. Rzezinski durante coquetel com a presidente Dilma BB: As áreas de educação e ciência e tecnologia foram prioridades do segundo dia da visita da presidente aos Estados Unidos, que promoveu a reunião de Dilma com duas das melhores universidades do mundo, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a Universidade de Harvard, em Cambridge, para negociar o recém-lançado Ciência Sem Fronteiras. O programa vai oferecer bolsas de estudos e formar 100 mil estudantes brasileiros no exterior em áreas tecnológicas até Como vocês percebem e pretendem estar envolvidos nesse programa, já que o objetivo é buscar financiamento também entre o empresariado e boa parte dessas bolsas de graduação e pós-graduação deve ser nos EUA? HR: Certamente estaremos envolvidos, uma vez que uma das maiores áreas de atuação será com as universidades americanas e o empresariado local. Queremos contribuir com essa iniciativa, que tem o mérito de abrir as portas das universidades do mundo todo para os estudantes brasileiros, gerando massa crítica fundamental para o Brasil se desenvolver, principalmente com cientistas, que vão trabalhar na aplicação desse aprendizado dentro das indústrias, o que pode ser capaz de colocar o Brasil na fronteira do conhecimento. Direito Administrativo, Regulação e Infraestrutura Administrative Law Direito Societário Corporate Law Mercado Financeiro e de Capitais Financial and Capital Markets Direito da Concorrência Competition Law Direito da Energia Energy Law Direito Tributário Tax Law Contencioso Judicial e Administrativo Judicial and Administrative Litigation Arbitragem Arbitration Contratos Contracts Direito Imobiliário Real-Estate Law Direito do Trabalho Labor Law Direito Previdenciário Pension Law Direito Ambiental Environmental Law Direito Eleitoral Election Law Propriedade Intelectual Intellectual Property Direito Internacional International Law Rua Dias Ferreira 190, 7º andar Leblon Rio de Janeiro RJ Brasil T F Rua Sete de Setembro 99, 18º andar Centro Rio de Janeiro RJ Brasil T F Av. Juscelino Kubitschek 1726, 18º andar Itaim Bibi São Paulo SP Brasil T clcmra.com.br 10_Edição 275_mai/jun 2012 Edição 275_Brazilian Business_11

8 em foco Reconhecimento de líderes Pesquisa realizada pela Robert Half, especializada em recrutamento, com cerca de 300 profissionais de empresas de médio e grande porte em todo o Brasil, indicou que 64,2% dos entrevistados demostraram que suas empresas não têm programas sistemáticos para identificar líderes. Os dados também mostraram que 90% das organizações no País contam com profissionais com esse perfil. O cenário aponta a importância da criação de programas para reconhecer talentos, conforme avaliação de Eduardo Shinyashiki, especialista em desenvolvimento das competências de liderança e preparação de equipes. As organizações necessitam, na complexidade do contexto atual, de sistemas que preparem líderes para atuar de forma contagiante, carismática e consciente de sua força e responsabilidade. Com isso temos condições de escolher hoje os caminhos que construirão as organizações do futuro, sugere. Eduardo Shinyashiki, especialista em desenvolvimento das competências de liderança e preparação de equipes divulgação Doing Business with Carolinas A Amcham Rio recebeu em sua sede, no dia 14 de maio, uma delegação dos Estados da Carolina do Norte e do Sul para o evento Doing Business with Carolinas, que teve como objetivo promover com o empresariado local a região metropolitana de Charlotte, que é o coração dos negócios dos dois Estados. KPMG de olho nos frutos dos megaeventos esportivos Atenta aos negócios que serão gerados com a realização da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, e da Olimpíada do Rio, em 2016, a KPMG no Brasil criou um grupo para assessorar empresas que investirão em oportunidades produzidas por esses megaeventos esportivos. De acordo com estudo divulgado pelo Ministério do Esporte, somente a realização da Copa do Mundo no Brasil tem potencial de gerar impactos econômicos no montante de R$ 183,2 bilhões. Uma equipe multidisciplinar e especializada por segmento de negócios da KPMG atua auxiliando os agentes envolvidos na preparação para os eventos, visando atender exclusivamente às oportunidades e demandas públicas e privadas que serão criadas. O grupo presta assessoria nas áreas estratégica e financeira, captação de recursos e impostos, auditoria e governança, riscos e negócios para os segmentos de infraestrutura, construção, produtos e serviços e sustentabilidade. 12_Edição 275_mai/jun 2012 Marko Sistemas Metálicos De olho no bom momento do mercado da construção civil, a Marko Sistemas Metálicos decidiu apostar no crescimento da sua capacidade produtiva e aumentar a variedade de componentes metálicos para estruturas de diversos setores, como logística e indústria. A expansão começou em 2012 com o início das operações da sua nova fábrica, no Polo Industrial de Itaguaí, na Zona Oeste do Rio, na qual foram investidos R$ 15 milhões. O objetivo para os próximos anos é aumentar a produção de 1,5 mil toneladas para 6 mil toneladas por mês. A expectativa da empresa é que o faturamento aumente em 30% com a fabricação de novos produtos. Há vagas A Michael Page inaugurou, em maio, uma nova unidade em Macaé (RJ), principal polo petrolífero do País. O grande desafio é encontrar profissionais técnicos para preencher as posições. Alguns dos cargos mais demandados para offshore são drillers, assistant drillers e oficiais de náutica e máquinas. Para as posições onshore, entre os cargos mais demandados estão gerentes de base, de operações e profissionais voltados para planejamento e manutenção. Para alguns cargos, os salários ultrapassam os R$ 40 mil mensais. Algar Telecom O presidente da Algar Telecom, Divino Sebastião de Souza, foi eleito para assumir a direção do Conselho Consultivo da TelComp para o biênio Compromisso de longo prazo com o desenvolvimento do país. Edição 274_Brazilian Business_13

9 entrevista Eduardo Carvalho Vice-presidente da Alog O grande salto da Alog Uma das principais operadoras de data center do Brasil, a Alog aumentou seu faturamento anual de R$ 9 milhões para R$ 130 milhões em menos de seis anos. Com a recente compra da empresa pela Equinix líder mundial no setor a Alog quer se transformar no seu braço para toda a América do Sul Eduardo Carvalho, o novo vice-presidente da companhia Por Guilherme Zabael Fotos Pedro Kirilos Eduardo Carvalho está otimista. O novo vice-presidente da Alog, uma das principais empresas de data center do País, com sede no Rio de Janeiro, acredita que a Alog continuará crescendo fortemente, entre 25% e 30% ao ano. E o otimismo desse paulista de 42 anos, nascido em Mogi Mirim, não é para menos. Se na fundação da empresa, em 2005, o faturamento anual foi de R$ 9 milhões, agora já ronda os R$ 130 milhões. E o momento de crise não nos assusta. No passado, chegamos a crescer mais em momentos de turbulência, diz. Um dos fundadores da Alog, ao lado de Sidney Breyer, Carvalho deixou a direção comercial da empresa para assumir, em março deste ano, a vice-presidência. O novo cargo vem acrescido de uma enorme responsabilidade: ajudar a companhia a se tornar a principal fornecedora no Brasil de carrier neutral colocation, serviço de hospedagem compartilhada para servidores de empresas e organizações. Isso porque há um ano, 90% da Alog foram comprados pela norte-americana Equinix líder mundial de data centers, com 100 estações em 38 mercados mundiais e faturamento anual de US$ 1,6 bilhão, em parceria com o fundo de investimento Riverwood Capital, entidade americana focada em tecnologia. Agora temos mais fôlego para grandes projetos, afirma Carvalho, que está auxiliando a empresa a montar o quarto data center no Brasil, o segundo no Rio, cidade que ele acredita viver um bom momento e que deve crescer também com os eventos esportivos, além da exploração de petróleo e gás natural. Mas ele não se contenta apenas com isso e vai trabalhar para preparar a Alog para ser o braço da Equinix para toda a América do Sul. Para ele, o momento da região e do Brasil não podia ser mais apropriado. 14_Edição 275_mai/jun 2012 Edição 275 Brazilian Business_15

10 entrevista eduardo carvalho Brazilian Business: Qual o diferencial da Alog para crescer nesse ritmo? Eduardo Carvalho: Somos agressivos, temos a intenção de expandir nos próximos anos, principalmente, a nossa oferta de colocation, o que vai ao encontro do DNA do nosso principal acionista, a Equinix. Temos uma conexão muito forte com os seus clientes internacionais, que têm uma necessidade latente de vir para o Brasil. Foi essa a estratégia da empresa na aquisição da Alog, de ter um local no Brasil para conseguir expandir a atuação com seus principais clientes, principalmente do mercado financeiro. BB: O que mudou com a entrada do sócio estrangeiro? EC: Tínhamos uma atuação muito restrita, nós não alavancávamos a grande empresa, não entrávamos em grandes projetos e tínhamos algumas restrições em relação a espaços e também em relação a investimentos. Com a entrada da Equinix e da Riverwood Capital, muita coisa mudou. Tivemos o ingresso de dois novos acionistas importantes: a Equinix, que é a maior operadora de data center no mundo, com 100 data centers espalhados em diversos locais do planeta; e a Riverwood Capital, um fundo de investimento do Vale do Silício, que investe basicamente em empresas do setor de tecnologia. A principal mudança é que agora temos uma possibilidade de oferta muito mais agressiva em relação a projetos que exijam investimentos de capital intensivo, como é o caso do colocation. Para se ter uma ideia, estamos prospectando, quase em vias de se iniciar a obra, um novo data center no Rio. Já temos um data center novo em Tamboré, em São Paulo. Além disso, temos uma expectativa de atender demandas crescentes, principalmente com a chegada de empresas e negócios que virão atraídos com a realização dos Jogos Olímpicos aqui no Rio de Janeiro e com a expansão dos negócios por conta do crescimento do mercado de óleo e gás. BB: Como esse produto da Equinix pode interessar as empresas locais? EC: A Equinix conecta os negócios de parceiros e clientes, entre companhias, instituições financeiras e empresas de serviços de cloud e de conteúdo digital ao redor do mundo por meio de uma plataforma global de data centers de alto desempenho. Mais de 4 mil clientes se conectam a cerca de 700 prestadores de serviços de rede e contam com a plataforma Equinix para expandir seus negócios, melhorar o desempenho de seus aplicativos e proteger seus ativos digitais. A Equinix atua em 38 mercados estratégicos nas Américas, na Emea (Europa, Oriente Médio e África) e Ásia-Pacífico e investe continuamente na expansão de sua plataforma. BB: A Alog agora conta com um sócio que tem uma posição global relevante. Vocês sentem que realmente é efetivo este momento mais auspicioso do Brasil? As empresas esperam isso? EC: Isso é uma verdade inegável. Se formos falar dos Brics, hoje, o Brasil é a bola da vez. A Índia, por exemplo, tem 50 dialetos, tem um problema social muito elevado. A Rússia e a China têm problemas estruturais difíceis de serem resolvidos. O Brasil é a bola da vez, e percebemos que esta é também a percepção dos sócios e dos clientes. O Brasil hoje tem uma capacidade única de atrair capital. Temos atualmente uma oferta generosa de estrutura e de mão de obra, e nosso mercado cresce de forma regular e com uma constância muito grande. BB: Quanto a Equinix aportou à Alog? EC: A transação foi avaliada em aproximadamente US$ 126 milhões. Pelo acordo, a Equinix passa a ter participação majoritária na empresa brasileira, a Riverwood detém uma participação minoritária significativa e aproximadamente 10% da empresa ficou com os atuais executivos majoritários da Alog. Após três anos, com a conclusão da transação, a Equinix terá o direito de adquirir 100% da Alog. BB: Quantos data centers vocês têm atualmente? EC: Hoje nós temos três data centers no Brasil de porte mundial, sendo que o de Tamboré é o mais moderno do País. Ele recebeu o certificado Tier III, o mais importante do Brasil (concedido pelo Uptime Institute, que atesta a qualidade e a disponibilidade da infraestrutura do data center, a apenas cinco empresas no Brasil). Além deste, temos um no centro de São Paulo e o do Rio de Janeiro. Os data centers da Alog no Rio de Janeiro, São Paulo e Tamboré ocupam cerca de 16 mil m² de área construída e têm capacidade total para 56 mil servidores. Existe hoje no Rio um clima motivacional para novas empresas e, principalmente, de novos setores O mercado de data center é um mercado em expansão, e imagino que será um dos que, na área de TI, mais crescerá nos próximos anos BB: A Alog terá um novo data center no Rio. Como vocês percebem o momento da cidade? EC: São Paulo acabou ficando com grande parte do setor financeiro, principalmente depois que a bolsa do Rio foi absorvida pela bolsa paulista. Mas, em contrapartida, nós enxergamos no Rio de Janeiro, hoje, um novo clima, que foi dado pelas últimas administrações no Estado e na Prefeitura, com Sérgio Cabral e Eduardo Paes, que nos trouxe credibilidade novamente. Então, com o crescimento do mercado de óleo e gás, com o advento da Copa do Mundo de 2014 e com os Jogos Olímpicos de 2016, nós estamos enxergando um crescimento muito grande do mercado de TI no Rio de Janeiro. E nós temos também o nascimento de novas organizações no setor financeiro da cidade, além das empresas que já haviam mudado para São Paulo e que estão retornando. Existe hoje no Rio um clima motivacional para novas empresas, principalmente, de novos setores. E também há uma série de novas instituições financeiras, butiques de investimento e, com certeza, essas empresas estão no nosso foco. BB: Como a Alog vê o setor atualmente? EC: O mercado de data center é um mercado em expansão, e imagino que será um dos que, na área de TI, mais crescerá nos próximos anos. Antigamente, havia muitas empresas que não externavam esse serviço, não permitiam que seu banco de dados ficasse fora da empresa. Hoje em dia esse paradigma está mudando, e estamos sentindo uma procura enorme de empresas que, no passado, não pensavam em terceirizar e que já estão usando os serviços de data center. BB: Vocês conseguirão crescer nesse mercado? Quais as oportunidades? EC: Esse mercado de colocation é um mercado que vai explodir aqui no Brasil. Nós apostamos muito forte nele, e as empresas vão começar a enxergar as vantagens que esse serviço pode trazer. Nós temos infraestrutura integrada, atendimento personalizado e uma oferta muita agressiva em relação a preços. BB: A Alog pensa em exportar serviços? EC: Esse vai ser o ponto focal da Equinix para a América Latina, em particular para a América do Sul. A Equinix já tem outros locais, são 100 data centers no mundo, e nós podemos internacionalizar a atuação dessas empresas no Brasil. Se uma instituição tem a necessidade de estar em Nova York, Londres, Berlim ou Paris pode nos consultar que conseguimos fazer uma oferta de data center para eles lá fora. Agora nós temos uma rede, não estamos mais restritos ao Brasil. Se tivermos um grande banco brasileiro com a necessidade de expansão ou de estar perto das principais bolsas do mundo, a gente consegue atender essa demanda, pois hoje abrigamos as principais bolsas de valores mundiais no sistema financeiro Equinix. 16_Edição 275_mai/jun 2012 Edição 275 Brazilian Business_17

11 entrevista eduardo carvalho BB: E a América do Sul será prioridade? EC: Seremos uma espécie de hub concentrador da América do Sul. A Equinix não tem nenhum outro site na região, o foco inicial de investimento dela na América do Sul foi o Brasil. O Brasil é a bola da vez até nisso. Eles pediram para concentrar as operações aqui, pois perceberam que há uma demanda latente e, por isso, daqui é possível atender outros países. BB: Uma empresa de data center tem que ter sempre o foco na segurança dos dados. Como é essa política na Alog? EC: Nós analisamos a necessidade de cada aplicação e de cada cliente. Analisamos sempre cada projeto e então adequamos a questão de segurança para cada projeto. Há aplicações que necessitam de degraus muito maiores de segurança, e isso podemos garantir. As empresas de mercado financeiro, por exemplo, têm um tratamento totalmente diferente das demais, que exigem uma atuação muito mais proativa. Mas a segurança é um grande desafio, com certeza. Temos que estar sempre atentos. BB: A burocracia e os altos impostos do Brasil podem ser complicadores para a exportação de serviços? EC: Nós não sentimos tanto essa dificuldade de exportar serviços porque conseguimos fazer com que nossas empresas sejam atendidas diretamente pela Equinix lá fora. O negócio fica mais profissional. Se eles precisarem de um consultor para discutir inclusive as diferenças de impostos e taxas entre serviços em diferentes países, nós temos profissionais para isso, e a contrapartida é verdadeira, ou seja, somos um braço do grupo no Brasil. Estamos totalmente preparados para esse tipo de solicitação. BB: Um dos problemas do Brasil é a falta de mão de obra qualificada. Como a Alog enfrenta este problema? EC: Nós investimentos de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões por ano em treinamento. Este ano o orçamento para treinamento será de R$ 3,5 milhões. Nós temos a Universidade Alog, que promove cursos internos, presenciais e on-line periodicamente, tanto para a área técnica como para a área comercial. É muito importante dizer isso, nossos vendedores são preparados tecnicamente até para assumir um projeto se for preciso. A saída que encontramos é formar gente a todo momento. Se uma empresa tem restrições de investimentos, nós temos agora capital para investir para eles BB: A Alog passou de um faturamento de R$ 9 milhões em 2005 para R$ 130 milhões agora foi um salto formidável. O crescimento continuará nesse ritmo? EC: Realmente, foi um salto considerável de crescimento. A gente tem uma expectativa de crescimento nessa base: temos crescido, anualmente, de 25% a 30% nos últimos tempos e queremos manter esse crescimento nos próximos anos. BB: Só com crescimento orgânico ou aquisições são previstas? EC: Com a oportunidade dos eventos esportivos, pensamos em criar novos data centers, mas sem aquisições de empresas. A intenção é expandir, é poder abrigar os grandes players que estão vindo para o Rio de Janeiro, atender os negócios que estão crescendo. Agora o Rio, mais que são Paulo, merece um site robusto. BB: E a crise global? Pode atrapalhar esses planos? EC: No nosso caso, não. Se uma empresa tem restrições de investimentos, nós temos agora capital para investir para eles. Quando uma empresa quer fazer uma expansão, ela sempre precisará de internet, ela sempre precisará de servidores, e nós podemos assumir parte desses investimentos. Essa é uma maneira que temos de tratar a questão neste momento. Mesmo na crise do passado não deixamos de crescer, chegamos até a acelerar o crescimento. A crise para nós é oportunidade. 18_Edição 275_mai/jun 2012

12 perfil Inglês global Ao completar 75 anos, o Ibeu lança novas unidades e aperfeiçoa modelo de ensino atento ao momento atual do Rio de Janeiro e à vida moderna Por Andréa Blum Foto Reinaldo Hingel RReconhecido pela Embaixada dos Estados Unidos como centro de excelência no ensino do inglês, o Instituto Brasil-Estados Unidos (Ibeu), uma das escolas de língua inglesa mais tradicionais do Rio de Janeiro, completou, em janeiro, 75 anos, período em que mais de 80 mil alunos foram formados com domínio do idioma. Para estar sempre na liderança do conhecimento, a instituição sem fins lucrativos vem se atualizando às mudanças, cada vez mais velozes, atenta a três movimentos: a inserção da tecnologia como ferramenta de aprendizado, o investimento em novas modalidades de cursos e a constante percepção de que educação também é valorizar a cultura e as ações de relacionamento com a comunidade local. Em termos de inovação, todas as salas de aula das 18 unidades do Ibeu contam com smart boards, quadros com tecnologia touch screen que permitem ao professor, entre outras facilidades, acessar a internet para complementar o conteúdo didático com a possibilidade de armazenar dados e enviá-los por s aos alunos. Nesses 75 anos, observamos todo tipo de mudança e novas necessidades das pessoas no que se refere ao aprendizado do inglês. Por conta disso, acompanhamos e nos moldamos para atender o mercado. Hoje o inglês não é apenas uma opção, principalmente no Brasil. É imprescindível, destaca o presidente do Ibeu, Ítalo Mazzoni. Eventos esportivos no Rio Atenta ao fortalecimento do Brasil no cenário mundial e à retomada econômica do Rio de Janeiro e também às oportunidades que se anunciam com os grandes eventos que a cidade irá sediar, a instituição reformulou os cursos dirigidos a empresas, o Ibeu Corporate, e lançou o Welcome to Rio by Ibeu, um produto específico para profissionais que lidam com estrangeiros no seu dia a dia. Oferecido a taxistas e funcionários de hotéis, lojas e restaurantes, agentes de turismo e policiais militares, entre outros, o curso é rápido e de uso prático do idioma, aprimoramento essencial para garantir à cidade não apenas bons serviços e negócios, mas boa imagem e reputação no exterior. O Brasil vive um momento muito propício para o investimento em idiomas, principalmente o inglês, em virtude da vinda de eventos esportivos mundiais e até mesmo pelo destaque do País no cenário internacional, atraindo empresas e empresários estrangeiros, reforçou o presidente do Ibeu. Além do ensino do inglês, o Ibeu oferece o curso Português para Estrangeiros, que registrou, somente do ano passado para cá, um crescimento de 25% no número de novos alunos. Também é grande o número de estrangeiros que, de olho em desenvolver negócios por aqui, investem em cursos para aprender português, explica Mazzoni. Além do curso regular de Português para Estrangeiros, a instituição recebe, anualmente, grupos de universidades americanas que aproveitam os meses de maio a agosto para aperfeiçoar a língua portuguesa no Rio de Janeiro. Dentre os parceiros estão Lauder Institute, Wharton School of Business, Northeastern University, Princeton, assim como universidades da Flórida e Georgetown. Os alunos aprendem a língua e ainda contam com palestras e eventos que possibilitam conhecer mais sobre a cultura brasileira. Alguns grupos também visitam instituições públicas como Petrobras e BNDES e empresas privadas, conhecendo mais sobre o universo corporativo brasileiro. Jovens e comunidades pacificadas No tocante à comunidade local, o Ibeu mantém parcerias sólidas com a Embaixada e o Consulado-Geral dos EUA no Rio de Janeiro e com a Secretaria Municipal de Educação para fortalecer a inserção de jovens no mercado de trabalho. Há dez anos, são oferecidas aulas de inglês a cerca de 70 escolas da rede municipal de ensino para ajudar jovens de menor poder aquisitivo a transformar o aprendizado de um segundo idioma em oportunidades no futuro. Em parceria com a Cambridge University Press, responsável pelo material didático, o curso atende cerca de 2 mil alunos por ano. O Ibeu também é o braço do programa UP with English Uso Prático da Língua Inglesa, criado pelo Consulado-Geral dos EUA no Rio para ensinar inglês aos jovens de comunidades pacificadas da cidade, garantindo a segunda língua como diferencial ao mercado de trabalho. As salas de aula são os espaços da própria comunidade, como as Unidades de Polícia Pacificadora. O curso tem o apoio da iniciativa privada e, com a ajuda das empresas Amil, BG do Brasil e Case Benefícios e Seguros, já está nas comunidades do Pavão-Pavãozinho, do Cantagalo, do Complexo do Alemão e da Providência. Ítalo Mazzoni, presidente do Ibeu Treinamento de professores e responsabilidade social O Ibeu realiza, anualmente, um treinamento de todo o corpo gerencial da instituição e dos professores, com o objetivo de oferecer aos alunos o que há de mais avançado no aprendizado do idioma inglês, evoluindo sempre sua abordagem de ensino. Quando o assunto é gestão de negócios, instituições renomadas, como a Fundação Dom Cabral e o Coppead, capacitam os gerentes do Ibeu para aprimorar também o serviço de atendimento e gestão da empresa. Como uma entidade filantrópica, o Ibeu investe em ações culturais e de fortalecimento do aprendizado. Na sede no bairro de Copacabana, Zona Sul do Rio, há uma biblioteca equipada com modernas instalações e um acervo disponível para consulta do público em geral. A instituição dispõe ainda de um centro cultural, que abriga cerca de dez exposições de novos artistas plásticos por ano e eventos musicais, com apresentações semanais gratuitas, além de um festival de rock para revelar jovens talentos. Eliminar o desperdício de plástico e orientar seus alunos ao correto descarte de resíduos também são responsabilidades adotadas pelo grupo, determinado a avançar e aprimorar o ensino do inglês global. O Brasil vive um momento muito propício para o investimento em idiomas, principalmente o inglês, em virtude da vinda de eventos esportivos mundiais e até mesmo pelo destaque do País no cenário internacional 20_Edição 275_mai/jun 2012 Edição 275_Brazilian Business_21

13 ponto de vista Quebrando tabus: responsabilidade social corporativa, felicidade e desenvolvimento econômico função social da empresa pode ser analisada a partir de dois A eixos: o primeiro privilegia a relação empresa/sociedade, estudando o tipo de interação estabelecida com a dinâmica da sociedade; o segundo enfatiza o que a empresa faz de fato para assegurar a coesão e mobilização de seus funcionários. É comum ver uma empresa se posicionando como socialmente responsável quando contribui, por exemplo, para o desenvolvimento de uma comunidade carente vizinha a sua planta. Embora não se despreze nenhum esforço empresarial nesse sentido, não parece coerente, tampouco sustentável, que essa empresa parceira da comunidade descumpra leis trabalhistas ou ainda não considere em nenhum aspecto a qualidade de vida de seus empregados no trabalho. Sabe-se que os indivíduos passam a maior parte da vida no trabalho. Assim, não há como manter a produtividade de uma empresa sem pensar na qualidade de vida de seu trabalhador. É fato que as empresas determinam e influenciam o modo de vida do homem, exercendo, portanto, importante influência em sua busca pela felicidade. Como regra, pensar ou falar sobre felicidade no ambiente corporativo traz preconceitos e afasta o interesse daqueles que a estudam ou pretendem melhor entendê-la. Contudo, empresas visionárias já começam a traçar um planejamento de responsabilidade social baseado na busca da felicidade de seus empregados, demonstrando que felicidade não é mais um tema utópico ou descabido. Essas empresas refletem sobre como apoiar a busca pela felicidade de seus funcionários, como ter conhecimento a respeito do impacto que causam na vida das pessoas e como podem possibilitar a busca de significado de vida no trabalho. Entendem que é possível empoderar seus trabalhadores, investindo tempo e estratégia com o objetivo de auxiliá-los não só no desenvolvimento profissional como no pessoal. O desenvolvimento real é integral e concomitante, ocorre na esfera pessoal e profissional do empregado, e é esse desenvolvimento individual que será insumo para a produção crescente, para a qualidade do produto ou serviço de uma empresa e seu consequente desenvolvimento e aumento de resultados. Fabiane Turisco Sócia da Martinelli Advocacia Empresarial e vice-chairperson do Comitê de Responsabilidade Social Empresarial da Amcham Rio Para dar suporte a esse enfoque algumas empresas estão aplicando a metodologia da Felicidade Interna Bruta (FIB) em seus negócios. O FIB é um indicador sistêmico desenvolvido no Butão, com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que traz a fórmula para medir o progresso de uma comunidade ou nação. Este indicador e sua metodologia foram customizados para o ambiente empresarial pela Dra. Susan Andrews, embaixadora do FIB no Brasil, que desenvolveu experiências práticas em empresas brasileiras. O cálculo da riqueza em qualquer um desses contextos deve considerar outros aspectos além do desenvolvimento econômico, como a qualidade da vida das pessoas. As informações geradas pelo processo FIB têm se revelado úteis para as empresas melhorarem suas relações e têm alcançado menor rotatividade de mão de obra, alta satisfação por parte dos clientes e Felicidade e crescente produtividade e inovação. desenvolvimento Felicidade e desenvolvimento financeiro são complementares e não só financeiro são complementares podem como devem coexistir. e não só podem como Não se subestima a resistência aos devem coexistir novos tempos, temas e novas abordagens, notadamente em assuntos que lidam com questões subjetivas e abstratas em cenários não habituados a esses contornos. A melhor forma de entender é vivenciando e aprendendo com os casos concretos de aplicação do FIB no contexto empresarial, com projetos inclusive em comunidades do Brasil e aplicados dentro de algumas das maiores empresas do País. Debates em torno do tema são cada vez mais frequentes no Brasil, como a Conferência Fib Rio 2012 Um Novo Paradigma de Bem-Estar: Desenvolvimento Social e Ambiental (fibrio.org.br), realizado no dia 19 de junho, com a presença de palestrantes internacionais. Até o ilustre economista Paul Singer esteve presente para demonstrar que economia e felicidade podem caminhar juntas. Vale a pena conferir. 22_Edição 275_mai/jun 2012

14 brasil urgente A proteção jurídica da livre concorrência surgiu ainda no fim do século 19, tendo por marco histórico a promulgação do Sherman Act, em 1890, nos Estados Unidos. De lá para cá a relevância do tema só fez crescer. No Brasil, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) foi criado em Em 1988, a Constituição Federal elevou a defesa da concorrência a princípio fundador da Ordem Econômica e, no contexto da reforma do Estado e abertura da economia nacional, o Cade foi transformado em autarquia e teve suas competências ampliadas por meio da Lei 8.884/94. Quase duas décadas mais tarde vem a ser aprovada a Lei /11, que entrou em vigor em maio deste ano, promovendo profundas alterações na legislação nacional de defesa da concorrência. Uma das principais modificações ocorre na organização institucional do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC). Durante a vigência da Lei 8.884/94, o SBDC apresentava uma composição tripartite, que incluía a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (Seae), a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça (SDE) e o Cade. Em linhas gerais, a Seae e a SDE tinham competências instrutórias a elas cabia instruir tanto os processos relacionados a atos de concentração (fusões e aquisições) quanto os referentes a investigações de condutas anticompetitivas enquanto ao Cade incumbia o julgamento dos casos. Com o advento da Lei /11, as funções investigativa e julgadora passam a ser acometidas ao Cade. A SDE deixa de integrar o SBDC, e as atribuições da Seae ficam restritas à advocacia da concorrência, isto é, a difundir a cultura concorrencial, especialmente no âmbito do próprio poder público. Assim, deverá se manifestar acerca de matérias concorrencialmente relevantes em consultas e audiências públicas nos processos administrativos de elaboração de normas, opinar sobre pedidos de revisão tarifária, realizar estudos setoriais. Por outro lado, deixa de ter competência para instruir atos de concentração e processos relacionados a condutas anticompetitivas. Novidades na defesa da concorrência A nova lei reformula o Conselho Administrativo de Defesa Econômica e promete transformar a legislação nacional de defesa da concorrência Patrícia Sampaio_professora da FGV Direito Rio e advogada de Chediak Advogados Essas funções serão consolidadas no Cade, cuja organização interna terá dois órgãos principais: a Superintendência-Geral e o Tribunal Administrativo de Defesa Econômica. À Superintendência-Geral caberão os principais atos de instrução processual, tendo, ainda, relevantes poderes decisórios. Enquanto na vigência da Lei 8.884/94 todos os atos de concentração eram julgados pelo Plenário do Cade, pela nova lei o superintendente-geral poderá aprová-los monocraticamente. Da mesma forma, poderá arquivar procedimentos preparatórios e inquéritos administrativos instaurados para apurar a existência de práticas anticompetitivas, quando considerar inexistentes suficientes indícios a justificar a abertura de um processo administrativo. No regime anterior, as decisões de arquivamento de averiguações preliminares pelo secretário de Direito Econômico eram objeto de recurso de ofício ao Cade, de modo que, uma vez instauradas, apenas uma decisão colegiada era capaz de encerrá-las definitivamente. O tribunal, por sua vez, será o órgão máximo do Cade, de natureza colegiada e competente para decidir sobre atos de concentração que tenham sido objeto de impugnação pelo superintendente-geral ou avocados por um de seus conselheiros, assim como sobre os processos administrativos relacionados às condutas anticompetitivas. Outra alteração relevante trazida pela nova lei consiste em que, em conformidade com as principais jurisdições mundiais, o Brasil passará a adotar a análise prévia das operações de concentração, isto é, a aprovação do Cade se torna condição legal de validade dos negócios que sejam de notificação obrigatória. A lei determina serem nulos os atos consumados antes da aprovação do Conselho. sxc Com o advento da Lei /11, as funções investigativa e julgadora passam a ser acometidas ao Cade. A SDE deixa de integrar o SBDC, e as atribuições da Seae ficam restritas à advocacia da concorrência A Lei /11 traz ainda uma lista de situações que caracterizarão atos de concentração e modifica os critérios que ensejam o dever de sua notificação ao Cade. A partir da sua entrada em vigor e sua regulamentação, deverão ser obrigatoriamente apresentadas as operações em que um dos grupos econômicos tenha experimentado faturamento bruto anual ou volume de negócios total no País de pelo menos R$ 750 milhões e outro grupo envolvido tenha obtido pelo menos R$ 75 milhões em faturamento anual ou volume de negócios no País. Espera-se que as mudanças acima mencionadas venham a colaborar para o fortalecimento institucional do Cade e para mais eficiência no exercício de suas funções neste ano em que a autarquia completa 50 anos. 24_Edição 275_mai/jun 2012 Edição 275_Brazilian Business_25

15 ponto de vista Desde que o Brasil foi incluído na sigla Bric, em 2001, existe grande expectativa de que o País poderá se situar entre as quatro maiores economias do mundo até Contudo, a perspectiva de confirmação do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), de apenas 0,5%, no primeiro trimestre de 2012, provocou muitas incertezas. Será que as expectativas otimistas se concretizarão? O País realizou progressos inserindo cerca de 40 milhões de pessoas na classe média e deverá continuar atraindo um grande fluxo de investimentos do exterior em razão da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Além disso, diversificou suas exportações para países emergentes e se beneficiou da demanda crescente de commodities, provenientes, principalmente, da China. O bom desempenho de exportações de commodities não foi, contudo, acompanhado pela indústria de transformação. A participação da indústria no PIB brasileiro caiu de 19,2%, em 2004, para 14,6%, em Esta perda provocou pressões de natureza protecionista e obsessão por obtenção de saldos positivos na balança comercial. O Brasil forçou uma renegociação do acordo automotivo com o México, que durava mais de dez anos, alegando que havia um prejuízo de US$ 1,5 bilhão na balança comercial. O governo brasileiro abriu, também, uma investigação para imposição de salvaguardas e pode, em breve, estabelecer uma cota de entrada ou aumentar os tributos de vinhos importados.valerá a pena? Em meados do século 17, a Inglaterra, que tinha um déficit comercial com a França, impôs tarifas para restringir a importação de vinhos. Apesar das restrições, a Inglaterra jamais conseguiu competir com o vinho francês, mas produz um ótimo uísque. As recentes medidas protecionistas nos reportam ao retorno da doutrina mercantilista que predominou do século 16 ao 18 na Europa. Ela consistia no fortalecimento do Estado, que intervia no mercado, restringindo importações, e concedia subsídios às exportações. O novo mercantilismo tem surgido disfarçado pelo nome de comércio exterior administrado. Seus defensores argumentam sobre a necessidade de manutenção de uma forte manufatura doméstica à custa do resto da economia. Marcilio Rodrigues Machado Diretor de Negócios Internacionais da Amcham Espírito Santo, diretor da Famex Comercial Importadora e Exportadora Ltda. e doutor em administração de empresas pela Nova Southeastern University O paradoxo do protecionismo Existe certa atração em proteger as indústrias domésticas. Ao dificultar a entrada de competidores estrangeiros, os políticos acreditam que podem salvar empregos e dar suporte às indústrias até que possam se fortalecer. Entretanto, os brasileiros já conhecem o paradoxo do protecionismo que, em vez de fortalecer, acaba debilitando a indústria. Isso aconteceu no Brasil com o setor de informática, que, apesar da reserva de mercado, não conseguiu criar ou desenvolver o crescimento de empresas competitivas do setor. Muitos exportadores reclamam, com razão, que uma moeda forte é um problema. Eles argumentam que não podem aumentar os preços de seus produtos para compensar a desvalorização do dólar porque existe uma fraca demanda de produtos no exterior. Entretanto, os mesmos exportadores que reclamam da apreciação do real também concordam que enquanto os seus competidores estão envolvidos em atividades de vendas, eles têm que se preocupar com logística, burocracia governamental e, principalmente, infraestrutura. Com uma carga tributária próxima de 36% do PIB, fica difícil entender o apoio dos trabalhadores brasileiros por aumento de tarifas de importação. Será que os trabalhadores entendem que tarifas são equivalentes a impostos sobre vendas de produtos? Os consumidores devem ser forçados a apoiar os produtores? Adam Smith apontou, em 1776, que não há nada mais absurdo do que a doutrina do saldo comercial, pois um país só enriquece se seus habitantes ficam ricos, e eles ficam ricos se aumentam sua produtividade. O Japão foi altamente mercantilista nas décadas de 1980 e Naquela época existia uma obstinação do governo japonês em apenas vender. Em 2011, o Japão apresentou um déficit na balança comercial. Quando se trata de produtos de tecnologia, como smartphones e tablets, as marcas japonesas são uma raridade. As recentes medidas protecionistas podem prejudicar o futuro do País, uma vez que podem estimular retaliações dos parceiros comerciais e inibir investimentos em infraestrutura necessários para a sustentabilidade dos avanços conquistados. Apesar do ambiente favorável de negócios existentes, tais medidas podem implicar, como no caso japonês, em um retrocesso na próxima década ou até mesmo antes. CUIDAR DO MUNDO TAMBÉM É O NOSSO NEGÓCIO. A preocupação com a sustentabilidade faz parte do dia a dia de nossa empresa e está presente em nossa estratégia de negócios. Além de trilharmos o caminho da sustentabilidade, ajudamos nossos clientes a fazerem o mesmo, por meio de nossos serviços oferecidos. E uma das comprovações de que nossas ações fazem a diferença é o recebimento do prêmio de Organização Sustentável do Ano, concedido pelo IAB (International Accounting Bulletin). Somos a única organização de serviços profissionais do mundo a participar do programa de cadeia de suprimentos do CDP (Carbon Disclosure Project). E, desde 2007, reduzimos em 29% nossas emissões globais de carbono. kpmg.com/br 2012 KPMG Auditores Independentes, uma sociedade simples brasileira e firma-membro da rede KPMG de firmasmembro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative ( KPMG International ), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil. 26_Edição 275_mai/jun 2012

16 radar Logística reversa para embalagens de lubrificantes Programa Jogue Limpo já reciclou 145 milhões de embalagens usadas de lubrificantes desde o seu lançamento, em 2005 Antônio Nobrega_gerente de meio ambiente e segurança do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) As embalagens usadas podem ser entregues pelo consumidor aos postos de combustíveis cadastrados no programa divulgacão Estruturado e disponibilizado pelos fabricantes, importadores e distribuidores de lubrificantes, o programa Jogue Limpo é liderado pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom). Conta com a participação do Sindicato Interestadual das Indústrias Misturadoras e Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petróleo (Simepetro) e de diversos sindicatos de revenda de lubrificantes e com o apoio do Ministério de Meio Ambiente e das secretarias estaduais e municipais de Meio Ambiente. O programa está plenamente implementado nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catariana, Paraná e Rio de Janeiro e no município de São Paulo, expandindo-se, este ano, para todo o Estado de São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, com a perspectiva de encerrar 2012 com cerca de 200 milhões de embalagens recicladas desde a sua inauguração. Iniciado, em 2005, no Rio Grande do Sul, o programa se antecipou aos conceitos definidos pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, com especial ênfase à responsabilidade compartilhada entre todos os elos da cadeia produtiva, e tem por principal característica os aspectos de segurança, saúde, meio ambiente e controles informatizados de todas as suas etapas. Totalmente alinhada com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Logística Reversa de Embalagens Plásticas Usadas de Lubrificantes está prevista como o primeiro Acordo Setorial a ser assinado dentro da Política Nacional, já tendo atendido a todos os trâmites definidos pelo Comitê Orientador de Logística Reversa, entrando em consulta pública em junho. O programa em sua modelagem definida para as regiões Sul e Sudeste prevê que o consumidor devolva as embalagens usadas à cadeia de revenda varejista. Essas embalagens devem ser entregues às Centrais de Recebimento do fabricante ou comerciante atacadista ou, ainda, a uma frota de caminhões de recebimento itinerante que visita, periodicamente, postos de serviços e concessionárias automotivas. As embalagens são transportadas em caminhões com sistema de proteção contra vazamento, monitoramento eletrônico georeferenciado da rota do veículo, programa de atendimento a emergências acidentais e sistema eletrônico de controle de recebimento, que atualiza on-line as informações no site do programa (programajoguelimpo.com.br). Essa frota de caminhões leva as embalagens para um processamento inicial em centrais de recebimento especializadas, em que elas são drenadas, segregadas e compactadas, ou picotadas, para ser, em seguida, encaminhadas às empresas recicladoras licenciadas. Estas ficam responsáveis perante os órgãos ambientais pela reciclagem e destinação final dos rejeitos e emissões desse processo. A Logística Reversa de Embalagens Plásticas Usadas de Lubrificantes está prevista como o primeiro Acordo Setorial a ser assinado dentro da Política Nacional Gestoras operacionais, por Estado, são contratadas pelo programa como responsáveis pela administração das diversas centrais de recebimento, bem como pela gestão da frota de caminhões de recebimento itinerante. O sistema informatizado de controle de recebimento, utilizando tecnologia de GPS, GPRS e smartphones, oferece atualização on-line dos dados de coleta. Isso permite que cada município e Estado tenha acesso, via senha, às informações do que foi entregue por todos os comerciantes que fazem parte do programa, assim como seu encaminhamento para reciclagem, identificando aqueles que não estão atendendo às suas atribuições dentro da responsabilidade compartilhada. Todo o programa é controlado por rígidos procedimentos devidamente manualizados e por um sistema de autoauditorias periódicas que asseguram sua integridade e eficácia. As embalagens usadas, adequadamente recicladas, servem como matéria-prima para novos produtos plásticos. Assim, o programa cumpre seu principal objetivo: garantir a destinação adequada dos recipientes descartados. Apesar das embalagens de lubrificantes corresponderem de 1% a 2% do total das embalagens plásticas movimentadas anualmente no País, os fabricantes consideram prioridade assegurar que esse programa complemente o de Logística Reversa do Óleo Lubrificante Usado e Contaminado, implementado desde a década de A embalagem plástica é considerada um produto perigoso e, como o plástico, tem uma expectativa de degradação na natureza de cerca de 400 anos, podendo, ainda, quando não adequadamente destinada, contribuir para obstruções de cursos e redes de escoamento de águas. Futuro ainda mais limpo A expectativa para o ano de 2012 consiste no processo de aprovação do Acordo Setorial, o qual estabelece, em detalhes, a expansão do Sistema de Logística Reversa de Embalagens Plásticas de Lubrificantes pelo restante do País. Seguindo o conceito de responsabilidade compartilhada, participarão do Acordo Setorial os principais agentes envolvidos no ciclo de vida das embalagens plásticas de óleo lubrificante, tais como: comerciantes atacadistas e varejistas, fabricantes, importadores e o poder público, representado pelas respectivas entidades em nível nacional. Neste contexto, o consumidor também é um importante agente, portanto convidamos a sociedade a endossar a atuação do Jogue Limpo por meio de ações simples: devolver as embalagens vazias aos comerciantes e não descartar o produto restante nos francos na rede de esgoto ou mesmo no meio ambiente. Somente a partir de um esforço conjunto poderemos garantir um desenvolvimento ordenado e um ambiente mais saudável e limpo para esta e as próximas gerações. 28_Edição 275_mai/jun 2012 Edição 275_Brazilian Business_29

17 ponto de vista Patrimônio: administração, mercado e lucro Qualquer pessoa (física ou jurídica) possui um patrimônio e, mesmo sem perceber, toma medidas para administrálo e dele usufruir da melhor maneira possível. Um patrimônio pode ser formado por bens materiais ou imateriais. Em qualquer das hipóteses é, por definição, algo que deve ser suscetível de apreciação econômica, o que leva à conclusão de que, para cumprir suas diversas funções, deve ter seu valor conhecido a cada momento e ser administrado de modo a ter esse valor maximizado. No caso das empresas, a boa administração de seu portfólio de bens imateriais ou intangíveis é fator determinante e essencial para o aumento de lucratividade e competitividade. Cada ativo deve contribuir para agregar valor aos demais, fazendo com que o desempenho do portfólio seja sempre maior do que a simples soma dos desempenhos individuais. Para que essa gestão estratégica seja possível, algumas etapas básicas devem ser seguidas no planejamento da empresa, tais como: a precisa determinação dos bens intangíveis detidos e de fato utilizados pela empresa, sua classificação e a determinação de seu desempenho (aqui entendido como contribuição para atingir os objetivos da empresa), o tratamento individualizado para cada categoria de bens, o monitoramento dinâmico do desempenho individual e de conjunto dos bens que compõe o portfólio, planos de extração de valor e de aquisição de novas tecnologias, e assim por diante. O valor dessa gestão estratégica para o portfólio de intangíveis de uma empresa pode ser constatado pela análise do valor das maiores empresas do mundo divulgado por publicações especializadas como a Fortune, a Forbes e o jornal The Economist, em que estão no topo da lista as empresas que investem maciçamente na gestão inteligente de tecnologia, inovação e mecanismos de controle de qualidade. Exemplos mais usualmente citados incluem a Apple e a Nike, cujos faturamentos decorrem quase que exclusivamente de suas tecnologias e marcas, enquanto que seus disputados produtos são fabricados na China, em Taiwan e em outros países com mão de obra barata, sob um rígido controle de qualidade. Tais empresas se situam no topo da cadeia alimentar não apenas por desenvolver tecnologias avançadas e inovadoras, mas por administrar de forma otimizada o que produzem, segundo uma estratégia bem definida e reexaminada continuamente. Quanto às empresas que não procedem dessa forma, embora grandes e rentáveis, serão sempre meras seguidoras das líderes, aproveitando-se das sobras do mercado. Raul Hey Sócio de Dannemann Siemsen Gestão e Avaliação de Ativos Intelectuais DSGAV Com a globalização da economia hoje já um fato consumado, as noções de mercado como ensinadas no século 20 sofreram transformações profundas, no sentido de que começam a se confundir mercados antes tidos como estanques e com regras próprias. Por exemplo, há duas décadas, dificilmente alguém ousaria discordar de que os mercados de óleo e gás, veículos automotivos, eletrônico e agrícola eram distintos e tinham, cada um, suas próprias e diferentes regras. Hoje, quem não consegue enxergar a permeabilidade e influência cruzada de cada um dos citados nos demais? Quem nunca viu ou pelo menos ouviu falar de carros híbridos (combustível fóssil + eletricidade) ou os chamados flex (combustível fóssil + vegetal), exemplos tornados possíveis graças a estritos controles eletrônicos e computacionais? O mesmo raciocínio se estende a qualquer área tecnológica. As empresas que possuem um portfólio de bens intangíveis produzem produtos e/ou serviços de qualquer natureza e desejam fazer uso efetivo desse portfólio para participar do novo mercado global em condições de igualdade, ou seja, podendo competir e vencer além das fronteiras de seu país de origem, devem cumprir algumas etapas básicas que podem ser resumidas (muito resumidas, diga-se) como segue: Definir claramente seus objetivos no tempo: aonde queremos chegar daqui a cinco, dez, 15, 20 anos; Traçar uma estratégia para atingir esses objetivos, com base na exploração planejada e otimizada de seus bens intangíveis; Montar um projeto de gestão de seu portfólio de intangíveis de forma alinhada com a mencionada estratégia; Montar planos de aquisição de tecnologias e de extração de valor dos intangíveis; Monitorar continuamente o desempenho individual dos intangíveis e do portfólio como um todo e estabelecer mecanismos de realinhamento da estratégia, sempre tendo em vista os objetivos de curto, médio e longo prazo. A execução consciente das etapas acima elencadas cria as condições ideais para o surgimento de elementos como inovação, criatividade, sustentabilidade e atratividade de mercado o que faz com que cada novo produto da Apple crie filas intermináveis nas madrugadas anteriores ao seu lançamento EM TODO O MUNDO. Foi claro o exemplo? 30_Edição 275_mai/jun 2012

18 especial Em jogo: medalhas, negócios e o legado olímpico 32_Edição 275_mai/jun 2012 Por Cláudio Rodrigues, do Rio de Janeiro Há cinco anos, quando não havia sequer uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Rio de Janeiro, eram os Jogos Pan-Americanos que mexiam com a cidade. Naquela época, o professor da Faculdade de Economia do IBMEC Luiz Ozorio calculou que o evento esportivo movimentaria R$ 5,7 bilhões. Hoje, com 22 UPPs instaladas além da Rocinha, ocupada pela PM, do Complexo da Penha, pelo Exército, e do Santo Amaro, recém-tomado pela Força Nacional de Segurança, são a Copa do Mundo e a Olimpíada que atraem grandes investimentos. Estudo da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) feito para a agência Rio Negócios (da Prefeitura) prevê a geração de mais de 90 mil empregos e a aplicação de R$ 53,2 bilhões em áreas como infraestrutura, turismo, inovação, indústria criativa e serviços financeiros. Se este valor representasse o Produto Interno Bruto (PIB) de uma cidade, ela seria a quarta maior do Brasil, superando o PIB de Curitiba (R$ 45,7 bilhões, de acordo com os dados mais recentes divulgados pelo IBGE, em 2009). A cidade olímpica perderia apenas para São Paulo (R$ 389,3 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 175,7 bilhões) e Brasília (R$ 131,4 bilhões). Em 2007, o dinheiro movimentado pelo Pan pôde ser comparado com o PIB de Niterói, que, atualmente, é o 41º do ranking nacional. Os múltiplos benefícios gerados pelos investimentos que a Cidade Maravilhosa vem recebendo nos últimos anos animam especialistas. Nessa conta entram não apenas a Olimpíada de 2016 e o Pan de 2007 como as melhorias em segurança pública desde a primeira UPP, inaugurada no dia 19 de dezembro de 2008, cujo programa tem sido mantido e ampliado até hoje; grandes eventos culturais como o Rock in Rio, seja na cidade de origem ou levando a marca carioca para Lisboa e Madri; a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), em 2012; a Jornada Mundial da Juventude, que reunirá jovens católicos de todo o mundo e o Papa, em 2013; e as copas das Confederações, em 2013, e do Mundo, em 2014, incluindo o jogo da finalíssima. Com a agenda lotada, a cidade anfitriã não pode deixar a casa desarrumada. A própria reforma que a cidade está sendo obrigada a efetuar para receber tantos eventos é um legado fundamental. O Rio está se reorganizando. Se você fosse fazer uma festa de casamento em casa, corrigiria antigos problemas, não daria para ficar adiando obras. Da mesma forma, o Rio tem compromissos com a Olimpíada, com data e hora marcadas, explicou Luiz Ozorio. Durante muitos anos, obras fundamentais vinham sendo postergadas. Entre elas, destaco os investimentos em transportes. A expansão do metrô em direção à Barra da Tijuca e, principalmente, as novas linhas expressas de ônibus, os BRTs (bus rapid transit, em inglês, ou ligeirão, em carioquês ), além da organização dos ônibus convencionais nos chamados corredores preferenciais (BRSs ou bus rapid service) e projetos de bonde moderno (VLT, o veículo leve sobre trilhos), no Centro, são considerados, por muitos especialistas, os maiores legados para a cidade que os grandes eventos vão deixar. De acordo com a Prefeitura, hoje, 18% da população é usuária de transportes de alta capacidade, como trens, barcas e metrô. Em 2015, após US$ 8 bilhões em investimentos, a porcentagem será de 63%, considerando também o total transportado pelos BRTs. J. P. ENGELBRECHT / Prefeitura do Rio O prefeito Eduardo Paes, o ex-presidente Lula e o governador Sérgio Cabral inauguraram, em 6 de junho, a Transoeste, o primeiro corredor exclusivo para BRT (bus rapid transit) do Rio, e abriram ao tráfego o Túnel da Grota Funda Edição 275_Brazilian Business_33

19 especial As transformações no Rio por conta dos eventos esportivos já estão acontecendo. A universalização do ensino da língua inglesa, que agora é obrigatória em todas as escolas municipais, é um exemplo disso. Sem dúvida, infraestrutura será nossa maior herança. Teremos 140 quilômetros de novas vias para os BRTs, e os transportes públicos de alta capacidade passarão a ser usados por 63% dos cariocas atualmente, essa taxa não passa de 18%. Os projetos de revitalização urbana, que têm no Porto Maravilha seu maior símbolo, também não podem ser esquecidos. E nesse grupo também entram os programas de reurbanização das comunidades, disse o diretor-executivo da Rio Negócios, Marcelo Haddad. Ficar perdendo tempo em engarrafamentos diários custa muito caro para qualquer cidade. Influencia até mesmo no preço dos imóveis, de acordo com Luiz Ozorio. Coloque-se no centro do Rio e faça uma linha imaginária de 30 quilômetros para cada lado, para cima e para baixo. Assim, você cria um quadrado de 60 quilômetros de lado e km 2 de área. Quem está aí, gasta pelo menos uma hora para chegar ao trabalho, em estimativa conservadora, calculou o economista, que fez a mesma comparação com outras cidades. Onde há mais mobilidade, em cidades como Nova York, dá para percorrer 80 quilômetros em uma hora. O quadrado ficaria com área de km 2 e seria cerca de sete vezes maior do que o do Rio. Isso se reflete no preço dos imóveis e no custo de vida. Um transporte eficiente também diminui a emissão de gases do efeito estufa Talvez, o grande legado e atrai novos negócios. Nesse campo, o seja o intangível. O aumento Rio de Janeiro quer se estabelecer como da autoestima do carioca e a um dos principais locais de negociações de construção de um ambiente assuntos relacionados à sustentabilidade. espetacular de negócios Além das florestas preservadas no coração do Rio, a cidade investe em plantio de milhares de árvores, construção de ciclovias e promove eventos como o Rio Clima, fórum paralelo à Rio+20 que pretende ser um espaço permanente de discussão das mudanças climáticas. Mais que a economia verde, o estudo da PwC mapeou 22 setores que podem fazer com que 146 empresas internacionais sejam atraídas para o Rio. Por exemplo, a rede hoteleira se movimenta com força. Grandes bandeiras, como Windsor, Accor, BHG, Hyatt e Atlantica, têm projetos em andamento. O apelo turístico da cidade, impulsionado pelos grandes eventos, associados à capacidade ociosa do Aeroporto Internacional Tom Jobim, também é usado como argumento para tentar trazer centros de operações de novas companhias, principalmente as asiáticas. Há muito tempo o Rio de Janeiro planeja recuperar um papel mais expressivo no setor aéreo. Depois de destacar os benefícios que a cidade terá em diversas áreas por causa da Olimpíada, Carlos Roberto Osório, que trabalhou na candidatura da cidade aos Jogos Olímpicos quando atuava no Comitê Olímpico Brasileiro e hoje é secretário municipal de Conservação, aponta o que considera ser o maior trunfo para o Rio. O aterro sanitário de Gramacho, fechado em junho, será recuperado e dará lugar a uma usina de biogás O legado para o Rio é amplo, pode ser verificado de diversas formas e já há benefícios acontecendo. Grandes investimentos internacionais e a atenção do mundo já estão voltados para o Rio, que é uma das cidades com maior taxa de crescimento e menor de desemprego, salientou Osório. Os impactos não podem ser medidos apenas pelo aspecto econômico. Há melhorias urbanísticas, como na Zona Portuária; a revolução dos transportes, o BRT; o legado ambiental, com a recuperação das lagoas de Jacarepaguá e o fechamento do aterro sanitário de Gramacho; e o social, com o programa Morar Carioca. Mas, talvez, o grande legado seja o intangível. O aumento da autoestima do carioca e a construção de um ambiente espetacular de negócios. agência brasil C M Y CM MY CY CMY K 34_Edição 275_mai/jun 2012 Edição 275_Brazilian Business_35

20 especial Rio olímpico: Rio do futuro Eduardo Paes_prefeito do Rio de Janeiro O Rio é um bom lugar para investir, porque demonstra enorme capacidade de gerenciar suas contas, aumentar custeio e, ainda assim, permanecer equilibrado, segundo avaliações da Standard & Poor s e da Moody s and Fitch Revoluções urbanas são historicamente propiciadas por fatores que conduzem as cidades a novos patamares de desenvolvimento. Dependem de capacidade de investimento, alianças dos três níveis governamentais, políticas públicas consolidadas, atração de empresas e profissionais de ponta, tecnologia e inovação. Em nossa história, houve casos em que surgiram, isoladamente, alguns desses elementos, mas em pouquíssimas oportunidades em 447 anos, desde a fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, o carioca assistiu a tal momento favorável. Some-se ainda um agente catalisador tão poderoso quanto inédito: a Olimpíada de Os Jogos Olímpicos são, nesse sentido, um potente motor com capacidade de tirar a cidade da letargia e da estagnação de décadas. Se o mundo já estava de olhos no Rio há tempos, a conquista da Olimpíada foi o impulso para que a cidade finalmente conquistasse o merecido protagonismo. Cabe ao poder público aproveitar essa oportunidade única para construir um legado para cariocas e brasileiros, criando ainda um ambiente de negócios seguro e confiável para o investidor. O mercado tem percebido mudanças que já fazem parte do cotidiano da população. Em maio, a cidade recebeu o terceiro investment grade, ou grau de investimento. Para a Standard & Poor s e a Moody s and Fitch, o Rio é um bom lugar para investir, porque demonstra enorme capacidade de gerenciar suas contas, aumentar custeio e, ainda assim, permanecer equilibrado. Os fundamentos da economia carioca são sólidos. Sozinha, a cidade representa metade do PIB do Estado (US$ 60 bilhões) e recebe um a cada quatro dólares de investimento externo direto no País. O Rio tem a menor taxa de desemprego e a mais elevada taxa de investimento do Brasil. O município espera receber nos próximos anos R$ 614 bilhões, um salto de 59% sobre o período de 2006 a A iniciativa privada tem papel essencial na engrenagem desse motor. Por isso, criamos um escritório especializado em atrair investimentos para o Rio. A agência Rio Negócios atua basicamente em seis grandes temas: energia; polos tecnológicos e inovação; indústria criativa; indústria hoteleira; eventos esportivos; infraestrutura e transportes. A parceria da iniciativa privada com o poder público na cidade do Rio de Janeiro tem no projeto Porto Maravilha, de revitalização da Zona Portuária, seu maior exemplo. O modelo adotado pela Prefeitura do Rio para o porto é inovador, no que se tornou a maior Parceria Público-Privada do Brasil. A primeira etapa é financiada com dinheiro público R$ 350 milhões, mas a segunda fase das obras e sua conservação durante 15 anos será totalmente custeada pela venda de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) e terrenos públicos, em operação orçada em R$ 8 bilhões, sem ônus para os cofres municipais. A Zona Portuária não é só central, é essencial. Com as melhorias na infraestrutura, resgatamos a história do local, com a revitalização do Morro da Conceição, da Praça Mauá, do bairro da Saúde e da Igreja de São Francisco da Prainha. Reforça ainda o potencial cultural e turístico do porto a construção do Museu do Amanhã projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, ícone da revitalização de uma região relegada a um passado de abandono. Com as obras de infraestrutura e os incentivos fiscais que oferecemos, os investidores detectaram a oportunidade única. As principais intervenções, como a derrubada do Elevado da Perimetral e a construção de novas vias, estarão concluídas até a Olimpíada, em Nossa previsão é de que a população residente na região aumente de 22 mil para 100 mil pessoas. A principal preocupação da Prefeitura do Rio é com o legado que os Jogos Olímpicos e os demais grandes eventos internacionais que a cidade receberá até 2016, como a Jornada da Juventude de 2013 e a Copa do Mundo de 2014 deixarão para aqueles que vivem e trabalham na Cidade Maravilhosa. Intervenções que vão ampliar de forma sensível e sustentável a mobilidade do carioca, como os corredores BRT (bus rapid transit), estão entre as prioridades. Acabamos de inaugurar, em junho, a Transoeste, entre Barra da Tijuca e Santa Cruz, passando por Campo Grande. As intervenções do segundo lote da Transcarioca ligação da Barra ao Aeroporto do Galeão começaram pela construção da ponte estaiada sobre a Baía de Guanabara para ligar o Fundão à Ilha do Governador e ficarão prontas no fim de A Transolímpica, da Barra a Deodoro, está em processo de licitação, e a Transbrasil (Deodoro ao Aeroporto Santos Dumont) teve a liberação de recursos pelo Governo Federal aprovada recentemente. Estamos diante de uma conjunção de fatores inédita na história e temos certeza de que o impulso que estamos dando nos permitirá dar um salto gigante em direção ao futuro. 36_Edição 275_mai/jun 2012 Edição 275_Brazilian Business_37

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