REGI NA MARIA MAR TE LE TO Pro gra ma de Pós- Gra duação em Ciên cia da Informação CNPq/IBICT - UFRJ/ECO E- mail re mar tel@pro link.com.

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1 Redes e configurações de comunicação e in formação: construíndo um modelo interpretativo de análise para o estudo da questão do conhecimento na sociedade REGI NA MARIA MAR TE LE TO Pro gra ma de Pós- Gra duação em Ciên cia da Informação CNPq/IBICT - UFRJ/ECO E- mail re mar tel@pro link.com.br Tra ba jo re ci bi do el 21 de novienbre de 2000 Trabajo acep ta do el 10 de enero de 2001 RE SU MEN El artículo presenta un modelo interpretativo de análisis para estudiar el co - nocimiento, la comunicación y la información en las redes de movimientos sociales orientados por el paradigma de la educación popular en salud. El mo - delo parte de la espacialidad de las relaciones entre los agentes, tomando en cuenta el eslabón social y los modos de comunicación y transferencia de in - formación que exis te entre los individuos, grupos y entidades que integran y componen las redes. En otro plano estudia las redes de conocimiento y las textualidades que en las confrontaciones y alianzas se forman en tre los len - guajes, los discursos y las cosmovisiones propias de los agentes internos y ex - ternos de los movimientos sociales. Se discuten los conceptos básicos que fundamentan el modelo y su operatividad metodológica. Pa la bras Cla ve: Re des So ci a les; In for ma ción; Mo vi mi en to So ci al; Co no ci mi en to y So ci e dad; Co mu ni ca ción; Re des de Mo vi mi en tos So ci a les COMMU NI CA TION AND IN FOR MA TION NET WORKS AND CON FI GU RA TIONS: TOWARD BUIL DING AN IN TER PRE TI VE- A NALYTI CAL MODEL FOR THE STUDY OF KNOWLEDGE IN SO CIETY REGI NA MARIA MAR TE LE TO ABS TRACT The article offers an interpretive model of analysis for the study of knowled - ge, communication and information within those so ci al movement networks modeled after the popular health education paradigm. The model departs from the spatiality of the relationships betwe en the agents, taking into ac - count the social link and modalities of communication and information transference that exists betwe en individual, groups and entities that cons ti tu - 1 Este tra ba lho é par te dos re sul ta dos do Pro je to Inte gra do de Pes qui sa Cul tu ra, Espa ço e Tex tu a li - da de: re la ções in ter-campos, re des so ci a is e no vas con fi gu ra ções de co mu ni ca ção e in for ma ção, fi nan ci a do pelo CNPq,

2 70 In ves ti ga ción Bi blio te co ló gi ca v. 14 No. 29 ju lio/diciembre de 2000 te networks. On another tack, the study examines networks of knowled - ge and the textures that are for med in the confrontations and alliances between languages, discourses and world-view of the internal and exter - nal agents of so ci al movements. Basic concepts that lay the foundation of the model and its operative methodology are also discussed. Key Words:Social Networks, Information, Social Movements, Knowledge and Society, Communication, Social Movements Networks In tro dução O modelo que se apresenta está baseado no pressuposto de que os movimentos so ciais em geral, e aque les que se orientam pe los prin cí pios da educação popu - lar em saúde, em particular, têm construído, ao longo da sua história de lu tas e con - quistas de melhores condições de vida e de saúde da população, for mas próprias de conhecimento e transferência de informações, se comparadas àquelas vigentes nas es fe ras institucionais tradicionais da so cie da de: universidades, órgãos públicos, em - presas, o próprio Es ta do. No qua dro mais recente das chamadas sociedades da informação, da co mu ni ca - ção ou da aprendizagem, a ques tão do conhecimento, historicamente afeita aos atri - bu tos normativos e ge ren ci ais do Estado patrimonialista, co me ça a ser objeto de práticas, políticas e arranjos locais, regionais e trans na ci o nais, de forma mais inde - pendente da ação e re gu la ção estatais. Essas transformações têm sua ra zão de ser fundada em três fatores principais. Primeiro, na mu dan ça do papel do pró prio Es ta do, desde a retração de suas polí - ti cas so ci ais, nas quais estariam incluídas as políticas culturais, científicas e in for ma - ci o nais, até os compromissos glo bais com a modernização assumindo, ele também, o papel de gestor de políticas de reforma de suas pró pri as estruturas. O segundo fator diz respeito a um cer to deslocamento da questão do co nhe ci - mento e da informação das esferas aca dê mi cas e pedagógicas de re gu la ção es ta tal - que detinham o monopólio da sua expressão e disseminação so ci al - para o am bi en - te das organizações empresas e seus novos paradigmas competitivos de ges tão do conhecimento e inteligência empresarial. No vos modelos de competência cog ni ti va e informacional são des se modo formulados, alterando os padrões vigentes de aprendizagem, educação e trabalho. Por úl ti mo, na esfera da sociedade civil, uma plu ra li da de de iniciativas reunindo indivíduos, gru pos e organizações com ma ti zes po lí ti cos e ideológicos diversos e antagônicos - organizações sem fins lucrativos, mo vi men tos so ci ais, grupos co mu - nitários, entidades filantrópicas, igrejas, associações - conformam um espaço com - pósito e amalgamado que vem sendo nomeado como Terceiro Se tor. Nele se for - mam extensas re des de contato que mo bi li zam recursos ma te ri ais e simbólicos para

3 Re des e con fi gu rações de co mu ni cação e in for mação: cons truín do um mo de lo a transformação so ci al, promovendo novas e complementares formas de apropria - ção, pro du ção, transferência e gestão de informações, fora da regulação estatal. Esses fatores con ju ga dos con fi gu ram o quadro conjuntural mais recente das po - líticas e arranjos institucionais nos três setores que compõem a estrutura so ci al - o Estado, o mercado e a so ci e da de ci vil - no ambiente glo ba li za do das cha ma das so ci - edades da informação. Sem perder de vista as variáveis macroestruturais apontadas, as questões que têm pautado nosso trabalho de pesquisa nos últimos anos situam-se nos ambientes locais de transferência e gestão informacional da sociedade civil renomeada o Tercei ro Se - tor no âmbito das práticas e representações de educação popular em saúde. Em trabalho de pesquisa anterior 1 o foco de análise foi dirigido para as ações políti - co-pedagógicas de Organizações não-governamentais de Assessoria e Apoio aos Movimentos Populares (ONGs/AMP), que têm ação direta e local junto à população. Formulou-se a hipótese de que tais organizações desempenham, dentre outros, o pa - pel de mediadoras entre as esferas de produção do conhecimento e a sociedade, ao mobilizar as competências políticas e cognitivas dos seus especialistas nos pro jetos de assessoria aos movimentos populares e comunitários. Percebeu-se que nas suas ativi - dades as ONGs desenvolvem formas de trato e transferência de informações e pro - movem elos de comunicação inovadores se comparados às práticas vigentes nos es - paços institucionais tradicionais. Procuram ainda operar tanto a dimensão política quanto técnico- pedagógica do conhecimento, ou seja, seu potencial de produção de sentido e de instrumentalização informacional para a transformação social. O convívio com essas questões em seu meio empírico de expressão levou à formu - lação da hipótese de que as configurações sociais que se formam pela ação em rede de diferentes indivíduos, grupos e organizações no Terceiro Setor ou espacialidade têm como correlato a formação de uma rede de sentidos ou textualidade tecida nas relações contraditórias entre diferentes formas de apropriação e expressão do co - nhecimento, da linguagem, da comunicação e da informação. A idéia de terceiro co - nhecimento, construída no processo da pesquisa, evidencia as teias práticas e teóri - cas das redes de relações sociais e de construção de sentidos estudadas. O desdobramento da hipótese indica os arranjos e formas alternativos e inovadores de gestão dos conhecimentos e transferência da informação neste setor da sociedade. A pesquisa vem sendo ambientada empiricamente em uma região periférica da cidade do Rio de Ja nei ro os subúrbios da Leopoldin composta por bairros de clas - se média baixa e grandes conjuntos de favelas, reunindo uma população de aproxima - damente 600 mil pessoas. A área de favelas formou-se da remoção da população ca - rente de áreas mais centrais da cidade, no quadro das políticas governamentais de urbanização dos anos 70. Grupos comunitários, associações e movimentos populares 1 Pro je to Inte gra do de Pes qui sa Cul tu ra, Infor ma ção e So ci e da de - es tu do de prátic as in for ma ci o - na is em cam pos so ci a is es pe cí fi cos com vis ta à re vi são e am pli a ção de mo de los de co mu ni ca ção e trans fe rên cia da in for ma ção,

4 72 In ves ti ga ción Bi blio te co ló gi ca v. 14 No. 29 ju lio/diciembre de 2000 foram se organizando na região ao longo dos anos, com o ob je ti vo de demandar me - lho ri as para as suas precárias condições de sa ú de ambientais e so ci ais. Ao longo dos anos e de diferentes formas, tais grupos e entidades pas sa ram a con tar com o apoio de setores de duas instituições acadêmicas ins ta la das na região a Escola Nacional de Sa ú de Pública (ENSP), uni da de da Fun da ção Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), e a Uni - versidade Fe de ral do Rio de Janeiro. A in ter a ção en tre especialistas do meio acadêmico ( alunos, professores, téc ni - cos) e os grupos e lideranças populares se deu inicialmente por meio de demandas e intervenções no cam po da sa ú de pública. Com o tem po formaram-se re des de con - ta tos compostas por pessoas com diferentes po si ções no es pa ço so ci al e, por con se - qüência, detentoras de for mas diferenciadas de conhecimento e in ser ção na so ci e - da de. Os elos que estruturam as re des se fortalecem tendo em vista um ob je ti vo comum - a luta pela me lho ria das condições de vida da população da Leopoldina. Os conhecimentos e informações dos diferentes agentes (especialistas, lideranças, gru - pos e pes so as da comunidade, de setores dos serviços públicos) são recursos mobili - za dos de forma constante pelas redes de con ta tos, de forma a encaminhar ações e tomar decisões. Alguns pressupostos gerais sustentam a prá ti ca de aproximação sucessiva des se uni ver so rico de ques tões de conhecimento, comunicação, informação. O primeiro su ge re que a informação não é uma en ti da de ou cor po fe cha do em si mesmo, ou ain - da o sim ples registro de um even to, ação ou re fle xão. De modo diferente, en con trase matéria informacional na imbricação dos atos, relações e representações dos agentes sociais. Como corolário, a bus ca de ques tões informacionais relevantes pre - cisa le var em conta o modo como se organizam os grupos sociais e suas configura - ções individuais e coletivas. Por isso nesse estudo adota-se uma leitura microscópica e reticular dos espaços so - ciais e simbólicos estudados, de modo a perceber o movimento da informação nas trocas comunicacionais e cognitivas entre os agentes que compõem as redes sociais. Ou tro pressuposto ori en ta o modo de cons tru ção do ob je to de es tu do, que parte da ex plo ra ção conceitual até a cri a ção de mo de los de análise em re la ção di re ta com as prá ti cas dos agen tes, em situações concretas e específicas. Juntos es ses pressupostos guiam os passos te ó ri cos, metodológicos e operacio - nais de construção do modelo Interpretativo de Análise, desde a adaptação de con - cei tos e métodos das ciências so ci ais ao cam po da pesquisa da informação, até a ela - boração de parâmetros aplicativos de gestão do conhecimento. E assinalam o seu ca rá ter interdisciplinar. A QUESTÃO DA INFORMAÇÃO NO TERCEIRO SETOR Con cei to sociológico, de origem nor te- ame ri ca na, o Ter cei ro Se tor é uma idéia po lê mi ca e ain da em cons tru ção. Cos tu ma vir re fe ren cia do pe las ex pres sões

5 Re des e con fi gu rações de co mu ni cação e in for mação: cons truín do um mo de lo or ga ni za ções sem fins lu cra ti vos ou or ga ni za ções vo lun tá ri as. É hoje um seg - men to da es fe ra pú bli ca não- es ta tal mar ca do pela ló gi ca da so ci e da de ci vil, que se faz representar por uma variedade de atores so ci ais e for mas de organização que ex - perimentam modos de pen sar e agir inovadores. 1 A palavra-chave que sintoniza esse setor de contornos imprecisos é cidadania, entendida e praticada não ape nas enquanto conquista de direitos uni ver sal men te definidos e ou tor ga dos, mas como definição das igualdades e diferenças plas ma das nas prá ti cas e relações sociais: o direito a ter direitos. 2 As ações e iniciativas do Ter cei ro Se tor pos su em uma dimensão po lí ti ca, de transformação e revisão das re la ções en tre o Es ta do e a sociedade, 3 e ainda uma di - mensão comunicacional e de apropriação do conhecimento produzido socialmen - te, com o desenvolvimento de estratégias de transferência e ges tão informacional para a transformação e o desenvolvimento democrático da sociedade. Este setor busca, estrategicamente, mecanismos de fortalecimento da participa - ção popular jun to às esferas governamentais, redimensionando as prá ti cas políticas dos agentes internos e externos aos movimentos populares, agregando no vos pa râ - metros de in ter lo cu ção e participação popular na gestão pública, de produção de co - nhecimentos de forma compartilhada e de promoção de espaços de informação for - mais e informais. Entende-se des se modo que o funcionamento do Ter cei ro Setor pro mo ve no - vas e complementares for mas de institucionalização, transferência e ges tão do co - nhecimento e das informações. 1 L. Lan dim co men ta que Ter ce i ro Se tor ou Se tor sem fins lu cra ti vos ( do in glês non pro fit sec - tor ) são ter mos que po dem en glo bar os se guin tes ti pos de or ga ni za ções: so ci e da des ci vis ou en ti - da des sem fins lu cra ti vos; as so ci a ções; en ti da des fi lan tró pi cas, be ne fi cen tes ou de ca ri da de; or ga ni za ções não-governamentais (ONGs); fun da ções. Não são ex pres sões con sa gra das no Bra - sil, quer pela li te ra tu ra de ca rá ter so ci o ló gi co ou eco nô mi co, quer pela lin gua gem le i ga, do sen so co mum. Uma mar ca co mum das en ti da des as sim en glo ba das é de que não fa zem par te do Esta do, nem a ele es tão vin cu la das, mas se re ves tem de ca rá ter pú bli co na me di da em que se ded i cam a cau - sas e pro ble mas so ci a is. (Cf. Lan dim, L. L., 1993) 2 Dag ni no, E., 1994, p É ne ces sá rio en ten der as no vas re la ções en tre a so ci e da de e o Esta do a par tir da de mis são des te úl ti mo em re la ção à pri me i ra. A re tra ção das po lí ti cas so ci a is do Esta do tra duz uma si tu a ção de con ver são mun di al ao ne o li be ra lis mo e suas po lí ti cas re ces si vas. Uma de suas pi ores con se qüên - ci as tem sido a de mo li ção da idéia de ser vi ço pú bli co, cri an do si tu a ções nos cam pos da edu ca ção, sa ú de, se gu ran ça pú bli ca - onde se exer cem as fun ções di tas so ci a is - nas qua is os fun ci o ná ri os ( pro fes so res, pro fis si o na is de ser vi ços de sa ú de, ma gis tra dos su bal ter nos, as sis ten tes so ci a is, po li - ci a is) pro cu ram com pen sar, sem dis por dos me i os ne ces sá ri os,...os efe i tos e ca rên ci as mais in to - le rá ve is da ló gi ca do mer ca do. ( Cf. P. Bour di eu, 1997, p ). E para a po pu la ção de sem pre ga da e ex clu í da do con su mo co le ti vo de ser vi ços es ta ta is e de be nes ses do mer ca do, tra - ta-se de cri ar no vos elos e so li da ri e da des que for ta le çam seus vín cu los co mu ni tá rios de per ten ci - men to. A de mis são ou re ti ra da do Esta do de ter mi na efe i tos, às ve zes ines pe ra dos, que po dem ame a çar, com o tem po, o bom fun ci o na men to das ins ti tu i ções de mo crá ti cas. É nes se vá cuo de i xa - do pelo Esta do que pa re cem agir as en ti da des, gru pos e pes so as que atu am no cha ma do Ter ce i ro Se tor, seja por ati tu des ca ri ta ti vas, as sis ten ci a is ou mais pro pri a men te políti cas.

6 74 In ves ti ga ción Bi blio te co ló gi ca v. 14 No. 29 ju lio/diciembre de 2000 Seu perfil encontra-se refletido nas tentativas de afirmação institucional de um con - junto de entidades que se auto-denominam Organizações não-governamentais (ONGs). Estas organizam-se no espaço da sociedade civil, incorporando um objetivo maior de assessoria aos movimentos populares com mediações políticas, pedagógicas e informacionais. Tais intermediações traduzem as práticas que mobilizam recursos no Terceiro Setor : solidariedade social, filantropia, voluntariado, reconhe cimento e fortalecimento de quaisquer formas associativas, reinstitucionalização do âm bito pú - blico para aumento da igualdade, fortalecimento dos processos de informação pública para entendimento, controle e uso, pela população, dos serviços do Estado e criação de condições para uma democracia cultural. 1 Esta última - a democracia cul tu ral - é de especial importância no contexto de uma sociedade do conhecimento e da informação, no que tange ao reconheci - men to da igualdade pelo respeito às diferenças e ao fortalecimento do poder dos se - tores populares para a criação de condições culturais de acesso e circulação dos bens simbólicos. Com os espaços pú bli cos dominados hegemonicamente pe las classes superiores, a democratização cul tu ral e, efetivamente, a inclusão de um novo pro je - to de cidadania se rão consolidados na medida em que os no vos ci da dãos pro du zi - rem e fizerem circular sentidos e símbolos próprios dos setores populares nos cir - cui tos e sistemas de comunicação e informação. A promoção de espaços de interlocução en tre diferentes es fe ras do conjunto so - ci al o Estado, o mercado e a sociedade relacionados aos valores da solidariedade, direito à igualdade e à di fe ren ça, cria situações de con fron to simbólico, nas quais se afir mam as condições de construção da democracia cultural como possibilidade de expressão po lí ti ca ou ima gi ná ria de agentes diferencialmente po si ci o na dos no es - pa ço so ci al. Nesses foros comunicacionais de natureza pública fluem informações e constroem-se significados que levam a uma lei tu ra das potencialidades gerenciais dos conhecimentos pro du zi dos pe los coletivos sociais em sua conformação em re - des, e não ape nas enquanto agre ga dos e es to ques informacionais. Nesse estudo o Terceiro Se tor é entendido como uma vasta e indefinida teia formada pe los elos e con ta tos en tre agentes situados em diferentes posições no es - pa ço so ci al, de acordo com sua inserção de clas se e de pertencimento a determina - dos campos o comunitário, o filantrópico, o político, o re li gi o so, o pedagógi co, o acadêmico, das ONGs. A diversidade de status so ci al des ses agen tes tem como con - traponto objetivos e interesses comuns de me lho ria das condições de vida (meio ambiente) e de participação so ci al e política (cidadania) da par ce la da população não contemplada pe las políticas e serviços públicos, e sem aces so ao consumo. Do pon - to de vista informacional, as teias so ci ais e estruturais dessas re des revelam as media - ções cognitivas e comunicacionais presentes nas ações, representações e interações dos agen tes. 1 Toro, J. B., 1997, p

7 Re des e con fi gu rações de co mu ni cação e in for mação: cons truín do um mo de lo De modo mais específico, o foco é dirigido para as ações e interações em rede de um conjunto de agentes que têm forte com po nen te cognitivo, comunicacional e in - formacional, mesclando e confrontando discursos e cosmovisões próprios a cada um dos seus membros. A per gun ta ini ci al re fe re- se ao que acontece quan do um gru po de pes so as e orga - nizações são levadas a cooperar para encaminhar ati vi da des as mais diversas como produzir bens e serviços, dis pen sar conhecimentos e cui da dos, participar da vida democrática ou ain da partilhar atividades de apoio so ci al. Paralelamente, pergunta-se so bre o movimento da informação e dos sentidos nas redes as sim de li ne a das, sabendo que tan to as informações quanto os significados encontram-se relacionados à ação so ci al, entendida como intervenção de transfor - mação no dado da realidade vi vi da pela população. Ou ainda de apropriação e inter - pretação sucessivas dos sentidos oficias já atri bu í dos à realidade das coisas e das pes - soas pela mídia, pelo Estado, pelo mercado. Para perceber o movimento da informação como recurso simbólico portanto prenhe de sen ti do cultural para os diferentes grupos e indivíduos a cul tu ra é aqui considerada como um reservatório ou repertório de prá ti cas e referentes inter - nos ou ex ter nos ao espaço so ci al estudado que os agentes so ci ais mobilizam em fun - ção de tal ou qual conjuntura, mais do que nor mas e valores próprios aos grupos ou impondo-se mecanicamente a cada um dos seus membros. 1 Por úl ti mo uma premissa ge ral orienta os passos do estudo da informação no seg - mento do Terceiro Se tor investigado - as re des de grupos, indivíduos e entidades atuantes nos subúrbios da Leopoldina, na cidade do Rio de Janeiro. Os estudos da informação estão normalmente referenciados por uma lógica estática que localiza as questões informacionais nos lugares de sígnos 2 onde são armazena - dos os estoques de informação 3 gerenciados para responder as lacunas cognitivas de determinados perfis de receptores ou usuários : pesquisadores, executivos, tec - nólogos, especialistas. 1 Esta mos nos apro xi man do da con cep ção de in te li gên cia co le ti va de Pi er re Lévy, quan do o au tor afir ma que... Em um co le ti vo in te li gen te, a co mu ni da de as su me como ob je ti vo a ne go ci a ção per - ma nen te da or dem es ta be le ci da, de sua lin gua gem, do pa pel de cada um, o dis cer ni men to e a de fi - ni ção de seus ob je tos, a re in ter pre ta ção de sua me mó ria... Por tan to, lon ge de fundir as in te li gên ci as in di vi du a is em uma es pé cie de mag ma dis tin to, a in te li gên cia co le ti va é um pro ces so de cres ci men to, de di fe ren ci a ção e de re to ma da re cí pro ca das sin gu la ri da des. (Cf. Lévy, P. 1998, p. 28, gri fos nos sos) 2 A ex pres são lu ga res de sig nos ou lu ga res fe cha dos é em pre ga da por Bru no La tour ao se re fe rir às bi bli o te cas e ou tros es pa ços de guar da e ges tão dos pro du tos sim bó li cos. Para o au tor es ses lu ga - res não guar dam pro pri a men te in for ma ções, pois es tas, mais do que pro du tos, são re la ções que se es ta be le cem en tre um cen tro (su je i to co nhe ce dor) e uma pe ri fe ria (ob je to do co nhe ci men to). No pro ces so de de sen vol vi men to da for ma in for ma ci o nal de co nhe cer, de en trar em con ta to com a re a li da de, mu i tas me di a ções se re a li zam, en tre o cen tro e a pe ri fe ria. É esse con tex to ou teia in for - ma ci o nal que deve ser le va do em con ta, quan do se es tu dam os co nhe ci men tos mo der nos: a bi bli o - te ca, os lu ga res de sig nos, fa zem par te de uma ex ten sa rede na qual se fa bri cam os co nhe ci men tos. (Cf. La tour, B. 1996, p.23-46; ver ain da Mar te le to, R. 1996)

8 76 In ves ti ga ción Bi blio te co ló gi ca v. 14 No. 29 ju lio/diciembre de 2000 De forma diferente, nos espaços informais ou menos institucionalizados que ca - racterizam o que se está designando por Terceiro Setor os processos de transferên - cia da informação parecem se orientar por uma lógica dinâmica, devido à informalidade das práticas e das interações, à diversidade dos perfis e papéis dos agentes envolvi dos, à produção e uso das informações em função de determinadas ações pontuais. Baseado nessa premissa ge ral, o resultado ou produto esperado da aplicação do modelo interpretativo construído não é a modelização de um sis te ma de in for ma - ção pronto a aten der, quando acionado, as necessidades de informação dos in di ví - du os, grupos ou entidades. Es pe ra- se mais in di car, com alguma segurança analítico-interpretativa, os ca mi - nhos e, talvez, os meios para o reconhecimento e o fortalecimento dos processos de gestão e das políticas do conhecimento nessa e em outras esferas do cha ma do Ter - cei ro Setor da sociedade. O MODELO INTERPRETATIVO DE ANÁ LI SE Prin cí pios conceituais e me to do ló gi cos O modelo construído no processo da pesquisa teve por ob je ti vo reunir um con - junto estruturado e coerente composto por con cei tos e hipóteses operacionais, ar ti - culados en tre si. É fru to e, ao mes mo tem po, baliza de orientação do processo de aná li se interpretativa que se realiza pelo confronto en tre o qua dro de referência teó - ri co e metodológico ini ci al e os dados empíricos. 1 3 Aldo Barreto emprega a idéia de estoques de informação para se referir ao que denomi na mos de ló - gica estática que orienta o modo de organizar e disseminar as informações pelos sistemas de infor ma - ção convencionais, baseado mais na oferta do que na de man da informacional. (Cf. Barreto, A. 1994). Outros autores vêm empregando ou o mesmo termo ou ter mos diferentes para indicar a mesma idéia e colocar em questão a lógica da provisão informacional, centrada no emis sor ou no mediador, no caso, os sistemas de informação.( Ver p. ex., Dervin, B. 1994; Paim, I., Nehmy, R. M. Q., 1998) 1 O mo de lo de aná li se é in ter pre ta ti vo por que in ten ta es tu dar fe nô me nos de in for ma ção como fe nô - me nos so ci a is, com uma me to do lo gia que os ins cre ve em es tru tu ras lo ca is de sa ber e de co mu ni ca - ção. Tra ta-se de uma ta re fa de per cep ção de como as pes so as re pre sen tam seus mun dos, suas ex pe riên ci as, para en tão en xer gar a re le vân cia da in for ma ção, seja como sen ti do já dado, pre sen te ofi ci al men te nas es tru tu ras so ci a is, seja como ma té ria sim bó li ca que ali men ta suas ações e seus sen - ti dos de mun do. C. Ge ertz, na área da an tro po lo gia sim bó li ca, fala de en ten di men to do en ten di - men to (ou her me nêu ti ca cul tu ral) para in di car esse modo de per cep ção/re pre sen ta ção da re a li da de do ou tro pelo pes qui sa dor, cha man do-o de tra du ção : o que não sig ni fi ca sim ples men te re - mol dar a for ma que ou tras pes so as têm de se ex pres sar em termos das nos sas for mas de ex pres são..., mas sim mos trar a ló gi ca das for mas de ex pres são de les, com nos sa fra se o lo gia. Uma me to do lo gia que se apro xi ma mais da qui lo que um crí ti co faz para tor nar claro um po e ma, do que o que faz um as trô no mo quan do justifi ca a exis tên cia de uma es - tre la." (Cf. Ge ertz, C. 1997, p.20). Na aná li se do dis cur so tra ta-se de um ges to de in ter pre ta ção que se dá por que o es pa ço sim bó li co é mar ca do pela in com ple tu de : A in ter pre ta ção é o ves tí gio do pos - sí vel. É o lu gar pró prio da ide o lo gia e é ma te ri a li za da pela his tó ria... Ela sem pre se dá de al gum lugar da his tó ria e da so ci e da de e tem uma di re ção, que é o que cha ma mos de po lí ti ca. (or lan di, Ep. 1996). De um pon to de vis ta epis te mo ló gi co/me to do ló gi co, um mo de lo in ter pre ta ti vo de aná li se pro cu ra equi li brar o tra ba lho de aná li se - a ope ra ci o na li za ção de con ce i tos ana lí ti cos e em pí ri cos - com as len tes de per cep ção propor - ci o na das pe las re pre sen ta ções dos agen tes vistos, como per so na li da des úni cas, exem pla res, in di ví du os to ma dos em sua

9 Re des e con fi gu rações de co mu ni cação e in for mação: cons truín do um mo de lo Para realizar a lei tu ra interpretativa do conhecimento, sua emergência e relevân - cia no cenário empírico estudado, o modelo foi construído e operacionalizado anali - ticamente empregando-se uma estrutura tridimensional- ou três pla nos de análise diferenciados e complementares en tre si. De acor do com o foco da pesquisa, o con - ceito de rede foi empregado como categoria ao mes mo tempo ana lí ti ca (ou macro, ou sistêmica) e ope ra ci o nal (ou empírica) e constitui o marco teórico de referência prin - cipal do modelo de análise. (ver Figura 1) O primeiro plano de leitura está relacionado aos elos, relações e interações entre os agentes, que são elementos básicos para a leitura da estrutura social empregando-se a idéia de redes. Como complemento é empregado o conceito de campo, de modo a situar os agentes componentes das redes estudadas em relação aos seus espaços institucio - nais de pertencimento. Este nível da análise é o das redes sociais de contatos. O segundo pla no da análise interpretativa é o das redes de conhecimentos. As redes es - tudadas são com pos tas por agentes que têm diferentes papéis, po si ções e in ser ções institucionais, unidos e orientados por ob je ti vos comuns de mobilização de recur - sos para a mudança so ci al. Os conhecimentos - o científico (ou lógico-racional) e o conhecimento de senso comum (ou prático) confrontam-se e se complementam nas situações práticas e discursivas do cotidiano, gerando espaços de funcionamen - to de comunidades interpretativas. 1 Nestas se pro mo ve o reconhecimento da existência de diferentes formas de sa ber e o con fron to comunicativo en tre elas. A idéia de terceiro conhecimento, construída ao longo da pesquisa, funciona como operador empírico que per mi te visualizar situações práticas e discursivas de funcio - namento das comunidades interpretativas. O terceiro plano é o das redes de sentidos onde o foco da análise é dirigido para as re - presentações e ações que os agentes elaboram e acionam em função de seus objetivos práticos. Entram em jogo os mitos, tradições, linguagens, sentimentos e percepções dos agentes vistos individualmente - suas subjetividades - e nas relações com os ou - tros. Do ponto de vista metodológico são enfatizadas as suas diferentes linguagens: a narrativa, a científica, a política, a religiosa, nas situações práticas e dis cursivas do coti - diano vivido nos movimentos comunitários e populares. Neste plano são gerados os sentidos que realinham as representações e organizam as ações dos agentes. O modelo interpretativo par te da espacialidade das relações en tre os agentes (ou es - trutura social) de modo a si tu ar cada sujeito em relação ao seu lugar e papel nas redes de contato. A arquitetura das re des é o plano básico da análise a partir do qual pro cu - in te i re za, imer sos em pa i xões, in te res ses, per cep ções, pre con ce i tos, va lo res... ( Cf. Mi ce li, S. 1999, p.122, ao co - men tar o pro ce di men to ana lí ti co-interpretativo do so ció lo go ale mão N. Eli as) 1 A idéia de co mu ni da des in ter pre ta ti vas é uti li za da por B.S. San tos para in di car um dos ca mi nhos de atu - a ção de uma nova uni ver si da de de idéias, que con cor re ria para a for mu la ção de uma nova epis - te mo lo gia in te gra do ra de di fe ren tes for mas de co nhe ci men to. Se gun do o au tor, a he ge mo nia da uni ver si da de de i xa ria de re si dir no ca rá ter úni co e ex clu si vo do saber que pro duz e trans mi te, para passar a re si dir no ca rá ter úni co e ex clu si vo da con fi gu ra ção de sa be res que pro por ci o na.. (Cf. San tos, B. S. 1995, p. 224)

10 78 In ves ti ga ción Bi blio te co ló gi ca v. 14 No. 29 ju lio/diciembre de 2000 ra-se perceber e interpretar as textualidades que se for mam no encontro e con fron to en tre diferentes subjetividades e for mas de conhecimento. Ou seja, os modos e si tu - ações de pro du ção dos sentidos ou disputas simbólicas. A operacionalização do modelo interpretativo de análise per mi te a re cons tru ção das redes dos movimentos sociais em sua materialidade prá ti ca e expressão simbóli - ca. Essa dupla leitura das redes mostra os diferentes usos e fluxos das informações, as estratégias de comunicação e as for mas alternativas de pro du ção dos co nhe ci - men tos, o que aqui se denomina de configurações de comunicação e informação. Plano das redes sociais de contatos Plano das redes de conhecimento Plano das redes de sentidos Elos, relações e interações Racionalidade (conhecimento científico erudito) Experiência (conhecimento prático, senso comum) Produção de sentidos (representação e ação social) Estrutura social e pertencimento de campo Formação de comunidades interpretativas TEXTUALIDADES O 3 conhecimento ESPACIALIDADE Configurações de comunicação e informação Fig. 1 - Modelo Interpretativo de Análise INTERTEXTUALIDADE S Elementos teóricos Re des - prin cí pios gerais Nas ci ên ci as sociais a idéia de rede é empregada para se referir à sociedade como um conjunto diverso de re la ções e fun ções que as pes so as desempenham umas em relação às outras. Como característica das sociedades complexas, cada as so ci a ção de seres humanos funciona de maneira muito específica, o que cria uma dependência funcional en tre os indivíduos. Estes vinculam-se ininterruptamente, formando lon - gas cadeias de atos, estando sem pre ligados a ou tros por la ços invisíveis: re la ções de

11 Re des e con fi gu rações de co mu ni cação e in for mação: cons truín do um mo de lo trabalho, propriedade, afe to e outros. Apesar de não se rem vis tos nem tocados, esse vínculos não são me nos reais. No espaço so ci al, desde o mo men to em que nasce, o in di ví duo passa a viver em uma rede de de pen dên ci as que dificilmente consegue modificar ou romper. Apesar da aparente liberdade, existe uma gama de possibilidades restritas de fun ções e com - portamentos possíveis para cada pes soa, condicionados pela sua posição so ci al e o grupo a que pertence. São as relações sociais que vão moldando o in di ví duo. Para ter uma visão mais detalhada desse tipo de inter-relação, podemos pensar no objeto de que deriva o conceito de rede: a rede de tecido. Nessa rede, muitos fios isolados ligam-se uns aos outros. A rede só é compreen - sível em termos da maneira como eles se ligam, de sua relação recíproca. (...) Talvez ela atenda um pouco melhor a seu objetivo se imaginarmos a rede em constante movimento, num tecer e destecer ininterrupto de li ga - ções. É assim que efetivamente cresce o indivíduo, partindo de uma rede de pessoas que existiam antes dele para uma rede que ele ajuda a for - mar.(...) É a ordem des se entrelaçamento incessante e sem começo que determina a forma e a natureza do ser humano individual. 1 Essa representação das relações sociais permite perceber como uma rede de muitas unidades origina uma nova ordem que não pode ser entendida apenas por suas unida - des individuais. Porém, no interior do todo, não deixa de ser uma ligação de fios indi - viduais onde cada um constitui uma unidade em si, único em forma e posição. A margem de decisão do in di ví duo, no entanto, está sem pre pre sa à distribuição de poder, à estrutura da dependência e das tensões no interior do gru po. Seja o que for decidido, isto o afastará de uns e o alia rá a outros. A in flu ên cia de uma pes soa so - bre outras pode ser grande, mas a autonomia da rede em que ela atua é incompara - velmente mais forte. Essa interdependência funcional dos indivíduos indica um modo de entender o social levando-se em conta o indivíduo e suas interrelações tan to quan to a sociedade, ou conjunto mutante de indivíduos interrelacionados. O en fo que reticular das re la ções sociais chama a atenção para as interdependências humanas e os fatores que religam os indivíduos em configurações. A idéia de rede e seus derivados não devem ser empre - gados como conceitos de substância, mas como conceitos relacionais. 2 O conceito de redes é tributário de um conflito permanente entre diferentes corren - tes nas ciências sociais, que criam os pares dicotômicos indivíduo/sociedade; ator/es - trutura; abordagens subjetivistas/objetivistas; enfoques micro ou macro da reali dade social, colocando cada qual a ênfase analítica em uma das partes. Por exemplo, a an - tropologia estrutural entende as redes como descritivas, servindo para identificar o ca - ráter perene das organizações e dos comportamentos sociais. Já a linha do individua - lismo metodológico desconstrói essa concepção privilegiando o ponto de vista do agente que produz sentido, e as relações sociais na formação do seu agir. As redes sur - gem como um novo instrumento face aos determinismos institucionais. 1 Eli as, N., 1994, p.35

12 80 In ves ti ga ción Bi blio te co ló gi ca v. 14 No. 29 ju lio/diciembre de 2000 A aná li se de redes sociais Desde os estudos clássicos de re des sociais até os mais recentes, concorda-se que não existe uma teoria de re des sociais, e que o conceito pode ser empregado com di ver sas teorias so ci ais, necessitando de dados empíricos complementares, além da identificação dos elos e re la ções en tre indivíduos. 1 A análise de redes pode ser apli - ca da ao estudo de diferentes situações e ques tões so ci ais. O en fo que das re des estabelece um novo paradigma na pesquisa so bre a estrutura social. Para estudar como os comportamentos ou as opi ni ões dos indivíduos depen - dem das estruturas nas quais eles se in se rem, a uni da de de análise não são os atri bu - tos individuais (classe, sexo, idade, gênero) mas o conjunto de re la ções que os in di ví - du os estabelecem através das suas interações uns com os outros. A estrutura é apreendida concretamente como uma rede de relações e de li mi ta ções que pesa so - bre as escolhas, as orientações, os comportamentos, as opiniões dos indivíduos. 2 Para de sen vol ver os con ce i tos de in ter de pen dên cia e con fi gu ra ções N. Eli as re cor r e ao exemplo do jogo: O ter mo con fi gu ra ção ser ve para cri ar uma fer ra men ta con ce i tu al fle xí vel, com a aju da da qual po de-se des fa zer a im po si ção so ci al que nos obri ga a pen sar e a fa lar como se o in di ví duo" e a so ci e da de fos sem fi gu ras di fe ren tes e até an ta go nis tas. (...) Quatro ho mens sen ta dos ao re dor de uma mesa para jo gar um jogo de car tas for mam uma con fi gu ra ção. Seus atos são in ter de pen - den tes. Neste caso igual men te, é o em pre go do subs tan ti vo jogo que faz crer que o jogo pos - sui uma exis tên cia pró pria. Po de-se di zer: o jogo pro gri de len ta men te. Mas qual seja a ob je ti vi da de dos ter mos em pre ga dos, é evi den te que o de sen vol vi men to do jogo de cor re das in ter - pe ne tra ções dos atos de um gru po de in di ví du os in ter de pen den tes. Como de mons tra mos aci ma, o de sen vol vi men to da par ti da ofe re ce uma au to no mia re la ti va em re la ção a cada um dos jo ga do res, se es ses úl ti mos têm for ça re la ti va men te igual. Mas ele não tem subs tân cia ou exis tên c ia pró pri as, não é um ser in de pen den te dos jo ga do res, como o faz crer a for ma ção da pa la vra jogo. O jogo não é, por ou tro lado um ideal tipo a par tir do qual um so ció lo go pode re ti rar al gu mas ge ne ra li - da des, es tu dan do o com por ta men to de cada um dos jo ga do res, para de po is de du zir, de cer tas particularidades co muns a to dos, as leis do com por ta men to in di vi du al. Nem o jogo, nem os jo - ga do res, são abs tra ções. O mes mo pode ser dito da con fi gu ra ção que for mam es ses qua tro jo ga - do res ao re dor da mesa. Se o ter mo con cre to" tem um sen ti do, po de-se di zer que a confi gu ra ção que for mam es ses jo ga do res, e os pró pri os jo ga do res, são igual men te con cre tos. O que se deve en - ten der por con fi gu ra ção, é a figura glo bal sem pre mu tan te que for mam os jo ga do res; ela in clui não ape nas seus in te lec tos, mas toda a sua pes soa, as ações e re la ções re cí pro cas. Como se pode ver, essa con fi gu ra ção for ma um con jun to de ten sões. A in ter de pen dên cia dos jo ga do res, con di ção ne - ces sá ria da exis tên cia de uma con fi gu ra ção es pe cí fi ca, é uma in ter de pen dên cia en quan to ali a dos, mas tam bém en quan to ad ver sá ri os." (Cf. Eli as, N., 1991, p ; He i nich, N., 1997, p ) 1 Os an tro pó lo gos J. A. Bar nes e E. Bott, au to res clás si cos e pi o ne i ros dos es tu dos de re des so ci a is mos tram que o con ce i to de re des pode ser em pre ga do jun to a di ver sos mar cos con ce i tu a is. É mais um fer ra men tal de aná li se do que pro pri a men te um con ce i to ana lí ti co, ou cons tru to teó ri co reco - nhe ci do. Ambos apon tam para a ne ces si da de de uma pes qui sa de ca rá ter et no grá fi co, para fa zer fun ci o nar o con ce i to. (Cf. Bar nes, J. A.,1971; Bott, E., 1976). M. Emir ba yer faz uma re vi são de es - tu dos de re des so ci a is res sal tan do seus pres su pos tos teó ri cos. Ape sar do cres ci men to des sa área de es tu dos, o au tor afir ma que ela não possui ba ses teó ri cas e crí ti cas con sis ten tes, sendo for te men te mar ca da pela em pi ria. Se gun do o au tor, a aná li se de re des so ci a is... não é uma te o ria" for mal ou uni tá ria que es pe ci fi ca leis, pro po si ções ou cor re la ções dis tin tas, mas an tes uma es tra té gia am pla para in ves ti gar a es tru tu ra so ci al." (Cf. Emir ba yer, M., 1994, p. 1414)

13 Re des e con fi gu rações de co mu ni cação e in for mação: cons truín do um mo de lo A análise de re des não constitui um fim em si mesma. Ela é o meio para realizar uma análise estrutural cujo ob je ti vo é mostrar em que a forma da rede é explicativa dos fenômenos analisados. O objetivo é de mons trar que a análise de uma díade ( in - teração en tre duas pessoas) só tem sentido em relação ao conjunto das outras día des da rede, porque a sua posição estrutural tem necessariamente um efei to sobre sua forma, seu conteúdo e sua função. Portanto, a função de uma relação depende da posição es tru tu ral dos elos, e o mes mo ocor re com o status e o papel de um ator. Uma rede não se reduz a uma sim ples soma de relações, e a sua forma exer ce uma in - fluência so bre cada relação. 1 As re des nas ci ên ci as sociais designam normalmente - mas não exclusivamente - os movimentos fracamente institucionalizados, reu nin do indivíduos e grupos numa associação cujos termos são variáveis e sujeitos a uma reinterpretação em função dos limites que pesam sobre suas ações. É com pos ta de indivíduos, gru pos ou orga - nizações e sua dinâmica está voltada para a perpetuação, a consolidação e o desen - volvimento das ati vi da des dos seus membros. Nos es pa ços informais as re des são iniciadas a partir da to ma da de consciência de uma comunidade de interesses e/ou de valores en tre seus participantes. Entre as motivações mais significativas para o desenvolvimento das re des es tão os assuntos que relacionam os níveis de or ga ni za ção so ci al - global, nacional, regional, es t a du al, local, comunitário. Independente das ques tões que se bus ca resolver, mui tas vezes a participação em re des so ci ais envolve di rei tos, responsabilidades e vários níveis de tomada de de ci sões. O es tu do das re des coloca assim em evidência um dado da re a li da de social con - temporânea que ainda vem sendo pouco ex plo ra do, ou seja, de que os indivíduos, dotados de recursos e capacidades propositivas organizam suas ações nos próprios espaços políticos em função de socializações e mobilizações suscitadas pelo pró prio desenvolvimento das redes. Mesmo nascendo em uma esfera informal de re la ções sociais, os efei tos das redes podem ser percebidos fora de seu espaço, nas interações com o Estado, a sociedade ou outras instituições representativas. De forma diferente das instituições, as re des não su põem necessariamente um centro hierárquico e uma organização ver ti cal, sen do definidas pela mul ti pli ci dade quantitativa e qualitativa dos elos en tre os seus diferentes membros, orientada por uma ló gi ca associativa. Sua estrutura extensa e horizontal não exclui a existência de relações de poder e de dependência nas associações in ter nas e nas re la ções com uni - dades externas. 2 Redes de movimentos sociais Os movimentos sociais em ge ral designam um tipo de ação coletiva orientada para a mudança, em que uma coletividade de pes so as é di ri gi da, de modo não-hie - 1 De gen ne, A., For sé, M., 1994, p Co lo no mos, A., 1995, p

14 82 In ves ti ga ción Bi blio te co ló gi ca v. 14 No. 29 ju lio/diciembre de 2000 rárquico, por um ator so ci al. Os mo vi men tos logram mai or duração e integração e são eles em geral que originam as organizações, os partidos, as associações, a par tir de uma consciência de gru po e das afinidades percebidas por indivíduos submetidos às mesmas pressões sociais ou que enfrentam idên ti cas dificuldades e obstáculos. 1 Numerosos estudos, nas úl ti mas décadas, têm mos tra do as mu dan ças no perfil e na dinâmica dos movimentos so ci ais. A mu dan ça básica estaria relacionada à al te ra - ção do seu foco mobilizador e reivindicatório da esfera da produção e do tra ba lho para as condições de vida da população. Essa nova face dos movimentos os carac - te ri za como ações de exigência de atendimento de novas necessidades e, portanto, como lutas pela ampliação do acesso ao espaço po lí ti co e aos be ne fí ci os do des en - volvimento econômico. 2 Os no vos mo vi men tos so ci ais surgem como conseqüência das contradições ge - radas na desigualdade na propriedade, na apropriação do produto so ci al e no pla ne - jamento produtivo. Em bo ra sejam universais tais contradições, é a partir do seu contexto so ci al específico que os movimentos as enfrentam e associam às ca rên ci as básicas da população. Seu projeto fundamental é a cons tru ção da democracia em dupla perspectiva: institucional e das relações so ci ais ou cul tu ra democrática, a qual depende da capacidade de articulação de um espectro mais am plo de ato res so - ci ais e da reconstrução prática da cidadania. É um processo que aponta para a li ber - da de, para a igual da de, para a autonomia, para a autogestão, para o respeito à vida, para a representação política alternativa pelo pró prio movimento, que são valores inerentes à cidadania e à sua conquista e exercício. 3 Nos países pobres o atendimento da agen da de reivindicações dos no vos movi - men tos so ci ais tem sido o mais for te ele men to de construção democrática. Nas aná li ses mais recentes o enfoque das redes vem sendo empregado para a lei - tu ra mais abran gen te dos elementos cons ti tu ti vos dos mo vi men tos, como o papel dos atores que os organizam e orientam; a coordenação so ci al ou cons ti tu i ção dos movimentos e as dificuldades de organizar uma co le ti vi da de de pes so as de modo não-hierárquico; e o problema da estratégia po lí ti ca ou orientação para a mudança. A reivindicação de políticas so ci ais continua sen do necessária e justa, mas não é mais a única es tra té gia dos movimentos. Pen sa- se em um caminho complementar, de solução autônoma dos problemas por par te da sociedade, já que o Estado se 1 Di ci o ná rio de Ciên ci as So ci a is, M. Cas tells cu nhou, nos anos 70, a ex pres são mo vi men tos so ci a is ur ba nos para se referir aos mo vi men tos de re i vin di ca ções co le ti vas a par tir das con tra di ções que se si tu am fora da área ime di - a ta da pro du ção - aquelas que ocor rem no ní vel do con su mo co le ti vo. Essas con tra di ções pro pri a - men te ur ba nas es tão re la ci o na das: a) à or ga ni za ção so ci al do es pa ço, com a grande con cen tra ção de pes so as sem re cur so al gum nas gran des ci da des e a ine xis tên cia de me ca nis mos eco nô mi cos para sua re pro du ção e de me ca nis mos so ci a is para o seu con tro le; b) à pro du ção, dis tri bu i ção e ges - tão dos me i os de con su mo co le ti vo (ha bi ta ção, trans por te, sa ú de, edu ca ção, equi pa men tos coleti - vos, etc) (Cf. Cas tells, M., 1974) 3 Sen na Fi lho, A.R., 1994

15 Re des e con fi gu rações de co mu ni cação e in for mação: cons truín do um mo de lo mostra inoperante ou ausente. O fortalecimento da sociedade ci vil aparece como al - ternativa mais aberta aos problemas sociais e à reelaboração de novas for mas de relação en tre sociedade e Estado. É necessário le var em conta a vi são das pessoas e coletividades sobre os seus problemas, e as soluções que cons tróem. 1 Trata-se, nes sa nova abor da gem dos movimentos, de visualizar es pa ços de mo bi - lização e novas for mas de movimentar as ações co le ti vas, e entender seus significa - dos políticos e culturais. 2 A inovação mais recente nos movimentos encontra-se no surgimento de prá ti cas políticas articulatórias das ações localizadas, de re des de mo vi men tos (networks) e na busca de metodologias que permitam entendê-las. Tra ta- se também de perceber as interconexões en tre o local (comunitário) e o global (supranacional, transnacional), o que gera uma cul tu ra po lí ti ca que tem levado os movimentos e suas lideranças, (...)a alargarem suas visão cotidiana original e a descartarem os remanes - centes de seu sectarismo restritivo, se ramificarem em várias direções e juntarem for ças em frentes unificadas de ação... Trata-se de passar da análise de organizações sociais específicas, fragmentadas, para a com pre - ensão do movimento real que ocorre na articulação dessas or ga ni za ções, nas redes de movimentos. 3 O enfoque das re des de movimentos dei xa transparecer a evidência de que as re - des de movimentos sociais são tributárias de dinâmicas so ci ais híbridas. Sua exis t ên - cia e funcionalidade fazem transparecer uma hibridação en tre o comunitário e o as so ci - ativo. A di nâ mi ca associativa está fundada no recurso da estruturação organizacion al da ação (como nas organizações não-governamentais), enquanto o comunitário está vivo na men sa gem religiosa que as igrejas, gru pos e entidades difundem. Essas constatações têm demandado uma vi são reticular das mobilizações dos movimentos sociais, suas lógicas so ci ais plurifuncionais, com dimensões ao mesmo tempo integradoras, utilitárias e contestatórias, que fazem aparecer a mul ti pli cidade de funções que essas re des desenvolvem na condução das suas estratégias. Redes de movimentos é assim um construto analítico-prático que fa vo re ce a vi - são so bre a possibilidade de integração de iniciativas locais de indivíduos, org aniza - ções e gru pos, e seu potencial de lei tu ra e transformação das condições de vida da 1 Val la, V. V., Sche rer-warren, I., A au to ra, ao se re fe rir às no vas abor da gens dos mo vi men tos so ci a is, lem - bra que as mo di fi ca ções nas abor da gens não são o mero fru to do re pen sar teó ri co. Há trans for - ma ções nas re a li da des in ter nas dos pa í ses la ti no-americanos e ex ter nas com re per cus sões trans na ci o na is so bre a prá ti ca efe ti va dos mo vi men tos so ci a is. Inter na men te, des ta cam-se os mo - vi men tos de de mo cra ti za ção po lí ti ca e de re for mas ins ti tu ci o na is. Exter na men te, as trans for ma - ções no so ci a lis mo real tra zem per ple xi da des em re la ção às uto pi as dos mo vi men tos po pu la res na Amé ri ca La ti na.. As mo di fi ca ções his tó ri cas con du zem ao re pen sar das te o ri as. (Cf. p , gri - fos nos sos) 3 Op. cit., p. 22

16 84 In ves ti ga ción Bi blio te co ló gi ca v. 14 No. 29 ju lio/diciembre de 2000 população, em contexto político e econômico diverso da que le no qual se origina - ram os mo vi men tos so ci ais mais formais ou institucionalizados. Re des e campos sociais As re des de movimentos se articulam de maneira a retraduzir as situações que os indivíduos buscam melhorar, ge ran do pon tos de mobilização e organização onde as ques tões são apresentadas e discutidas a partir de diferentes pontos de vista, de acor - do com a posição de cada agente no espaço so ci al. Dois perfis de agentes com põem em geral as redes as sim formadas: a) os agentes internos e b) os agentes externos. Os primeiros são os pertencentes à comunidade (ou população, ou ca ma das po pu la res) seja como lideranças, representantes de as - sociações e entidades, membros de gru pos comunitários. Os segundos são os me di - adores, ou assessores, ou edu ca do res populares originários de instituições acadê mi - cas, igrejas, organizações não-governamentais, orgãos públicos, partidos políticos, en tre outras entidades. A fra ca hierarquização e a ausência de especialização de pa péis nas re des le vam es ses agen tes (internos e externos) a confrontarem de forma constante seus discur - sos, visões e experiências adquiridos em seus respectivos es pa ços sociais de in ser - ção. Essas características das re des de mo vi men tos levou ao emprego do con cei to de cam po, de forma complementar ao de rede, de maneira a não per der de vista o per fil de cada agente no funcionamento das re des e as for mas discursivas e cog ni ti vas pró - pri as aos seus campos de origem e/ou de per ten ci men to. Os conceitos de rede e cam po têm proximidades analíticas, pois ambos re fe remse ao es pa ço so ci al das relações en tre indivíduos movidos por objetivos comuns. 1 Entretanto, enquanto o primeiro re fe re- se aos ambientes informais de interações fracamente institucionalizados, o segundo é aplicado ao es tu do das esferas ins tituci - o nais formais ou consagradas do universo so ci al como a religião, a educação, a economia, a po lí ti ca, den tre outras. 1 O con ce i to de cam po é cen tral na so ci o lo gia de P. Bour di eu e pode ser apro xi ma do aos con ce i tos de rede e con fi gu ra ção em N. Eli as. P. Bour di eu as sim se re fe re ao con ce i to de cam po : Eu po de ria, de - for man do a cé le bre fór mu la de He gel, di zer que o real é re la ci o nal: o que exis te no mun do so ci al são re la ções - não as in te ra ções ou os elos in ter sub je ti vos en tre os agen tes, mas as re la ções objeti - vas que exis tem in de pen den te men te das cons ciên ci as ou das von ta des in di vi du a is, como di zia Marx. Em ter mos ana lí ti cos, um cam po pode ser de fi ni do como uma rede, ou uma con fi gu ra ç ão de re la ções ob je ti vas en tre as po si ções. Estas po si ções são de fi ni das ob je ti va men te na sua existên - cia e nas de ter mi na ções que elas im põem aos seus ocu pan tes, agen tes ou ins ti tu i ções, pela sua si tu - a ção (situ) atu al e po ten ci al na es tru tu ra de dis tri bu i ção das di fe ren tes es pé ci e s de po der (ou de ca pi tal) cuja pos ses são co man da o acesso aos be ne fí ci os es pe cí fi cos que es tão em jogo no cam po, e, ao mes mo tem po, pelas suas re la ções ob je ti vas com as ou tras po si ções ( do mi na ção, su bor di na - ção, ho mo lo gia, etc). Nas so ci e da des al ta men te di fe ren ci a das, o cos mos so ci al é cons ti tu í do pelo con jun to des ses mi cro cos mos re la ti va men te au tô no mos, es pa ços de re la ções ob je ti vas que são o lu gar de uma ló gi ca e de uma ne ces si da de es pe cí fi cas e ir re du tí ve is àque las que re gem os ou tros cam pos. (Bour di eu, P.; Wac quant, L. J. D., 1992, gri fos nossos)

17 Re des e con fi gu rações de co mu ni cação e in for mação: cons truín do um mo de lo Os campos são formas de estruturação do espaço social e designam, de maneira analiticamente mais ma le á vel, aqui lo que a te o ria so ci al conhece clas si ca men te como ins ti tui ção e/ou or ga ni za ção. Os campos representam as situações institucio - nalizadas onde os atores desempenham seus papéis e desenvolvem suas ações regidos por regras vá li das para cada cam po, especificamente. A possibilidade de cada ator social participar de um ou outro cam po depende de sua po si ção no espaço so ci al, a qual está associada à aquisição e pos se de determinados ca pi tais sociais, culturais, pedagógicos, informacionais distribuídos socialmente, cu jas ins tân cias bá si cas de distribuição são a família e a es co la. Os diferentes capitais são adquiridos e exteriorizados atra vés dos ha bi tus dos ato - res em diferentes situações sociais, os quais fun ci o nam como gabaritos ou progra - mas de percepção, representação e ex pres são. Os ha bi tus encontram-se relacionados aos cam pos de pertencimento dos atores so ci ais, exigindo destes úl ti mos certos in - estimentos simbólicos pe los quais se garante a crença nos prin cí pi os de cada campo, a cons ci ên cia de pertencimento e se trabalha pela sua consolidação e auto - nomia em relação a ou tros campos. 1 Os agen tes internos e externos das re des de mo vi men tos sociais pos su em habitus próprios oriundos dos seus cam pos: o comunitário, o associativo, o aca dê mi co, o político, o religioso, das ONGs. Os conceitos de campo e rede funcionam como ope ra - dores analíticos e empíricos para a identificação das ma tri zes discursivas e cogni ti - vas dos agentes, dos seus canais de comunicação, dos processos de transferência das informações e do conjunto de emissores e re cep to res e seus elos nas redes. Conhecimento, Informação, Comunicação A vi são corrente so bre os três con cei tos cen trais do modelo Interpretativo de Análise aponta para a sua re la ção au to má ti ca, ou seja, a de que uma informação rele - vante ou correta é aquela ca paz de gerar um conhecimento sustentado, que por sua vez supõe a sua comunicação trans pa ren te, gerando novas informações e realimen - tando o processo cíclico e em cadeia. A concepção que sustenta essa vi são é a de que a falta de informações corretas di - ficulta às pes so as o acesso à realidade, ou seja ao como e porque as coisas aconte - cem e que a retenção de informações pe las fontes geradoras cientistas, institui - ções, mí dia, etc, impede a par ti lha democrática do sa ber. 2 Como pon to de par ti da para o estudo das re des de conhecimentos que se for - mam nos elos en tre os agen tes internos e externos aos movimentos so ci ais, é neces - 1 Bour di eu, P., As con cep ções e crí ti cas so bre a vi são me câ ni ca e efi ci en te da tría de co nhe ci men to/in for ma - ção/co mu ni ca ção em pre ga das nes ta par te en con tram-se apo i a das nas re fle xões de L. Sfez. (Cf. Sfez, L., 1994; 1996)

18 86 In ves ti ga ción Bi blio te co ló gi ca v. 14 No. 29 ju lio/diciembre de 2000 sá rio recuperar alguns elementos que mostram as dificuldades inerentes à ligação es - pon tâ nea que se costuma estabelecer entre os três ter mos. Conhecimento e Informação são conceitos interligados pela sua na tu re za co - mum o ato de ob ter e dar significado cultural (com par ti lha do) ao mundo, mas não são processos idênticos, ou que se confundem. E funcionam em níveis distintos. O processo de conhecimento supõe estruturação e depuração de informações: seleção da informação relevante; tri a gem e eliminação da informação su pér flua, o que ga - rante a eficácia da memória, uma vez que não se pode re ter todas as informações disponíveis. Por outro lado, a informação amplamente disseminada ou democrática não gera conhecimentos iguais. A comunicação é um processo no qual es tão envolvidos o emis sor (que cria a mensagem), o canal (onde a mensagem so fre modificações ou ruídos) e o receptor (que interpreta a men sa gem). No universo empírico estudado - as re des de movimentos so ci ais da Leopoldina - as ações dos agentes es tão baseadas numa concepção de construção compartilhada do conhecimento onde se intercruzam três eixos de saber: a) o conhe ci men to produzido e con tro la do pelos órgãos ofi ciais a respeito das con - dições de vida da população; b) o conhecimento acadêmi co ou perspectivas de análise teóricas e metodológicas voltadas à compreensão dos processos de pro dução de desigualdade e miséria; c) o conhe ci men to dos su jei tos que vi vem con cre ta men te as con dições de vida que ge ram os pro ble mas e si tuações que são ob je to das ações dos agen tes nos mo vi men tos. 1 A pro du ção compartilhada en tre agentes internos e externos dos movimentos tem uma dimensão de apropriação do conhecimento do outro, em pro ce di men - tos comunicacionais e informacionais circulares de adequação e orientação das dife - rentes ma tri zes perceptivas e cognitivas para a resolução das suas ques tões teó ri copráticas. 2 O Terceiro Conhecimento A idéia de terceiro conhecimento vem sen do elaborada para descrever e interpretar os processos de construção compartilhada e de apropriação dos conhecimentos como 1 Cons tru ção com par ti lha da do co nhe ci men to é uma for mu la ção en con tra da em do cu men tos, ar ti gos, te ses, cur sos, re u niões. É em pre ga da pe los es pe ci a lis tas do CEPEL e do ELOS/ENSP/FIOCRUZ para de sig nar um modo pró prio e al ter na ti vo de pro du ção do co nhe ci - men to, di fe ren te dos pa drões eli tis tas da aca de mia. A pro du ção com par ti lha da do co nhe ci men to ser ve à aca de mia como for ma de re vi sar suas for mas de en si nar, apren der, pes qui sar. Para os mo vi - men tos po pu la res como meio de va lo ri za ção dos co nhe ci men tos ad qui ri dos na experiên cia - o co - nhe ci men to prá ti co - e sua ca pa ci da de de in ter ven ção no dado da re a li da de, para trans for má-lo. (Cf. Cu nha, M. B.; Oli ve i ra, R. M., 1997, p. 8 e segs.)

19 Re des e con fi gu rações de co mu ni cação e in for mação: cons truín do um mo de lo uma modalidade de sa ber produzida pela união do conhecimento especializado (dos pesquisadores, técnicos, especialistas) com o conhecimento popular. Essa união fugiria à idéia de superioridade do conhecimento formal, valorizando também como rica e importante a sabedoria popular, baseada em experiências e prá - ticas vividas. Para que esse encontro/confronto se realize, sem que o conhecimento popular seja encoberto e desvalorizado diante do científico, é necessária uma nova forma de integração entre essas duas visões de mun do distintas e complementares. É pre ci so reconhecer o valor do conhecimento popular, compreendendo-se suas lógicas de pro du ção e seus contextos específicos de uso. E, tanto quan to, gerar uma nova forma de encarar o conhecimento científico, não sendo este vis to como saber superior e úni co. Essa ali an ça só se cons trói na medida em que as partes reconheçam a desigualdade de suas posições, especialmente quan to ao saber, tomando esta desi - gualdade como ponto de partida para a cons tru ção de um conhecimento novo. 1 2 A dis cus são pro pri a men te aca dê mi ca a res pe i to das for mas com par ti lha das de cons tru ção ou apro pri a ção dos co nhe ci men tos pro du zi dos tem como eixo, no caso es tu da do, a si tu a ção his to ri - ca men te pro ble má ti ca da sa ú de pú bli ca no país - as po lí ti cas pú bli cas equi vo ca das, o aten di men to pre cá rio dos ser vi ços de saúde. Para aque les que se ali nham ao tra ba lho da Edu ca ção Po pu lar e Sa ú de, com a cri se eco nô mi ca mun di al e a re tra ção das po lí ti cas so ci a is do Esta do, é ne ces sá rio pen sar no vas for mas de me lho rar as con di ções de vida e sa ú de da po pu la ção po bre, valo ri zan do suas formas al ter na ti vas de pen sar e atu ar so bre o seu qua dro de vida. Tan to para os que es tão mais pró xi mos da po pu la ção ca ren te - os pro fis si o na is dos ser vi ços de sa ú de - quan to para pro fes so res, pes qui sa do res, alu nos, re pre sen tan tes e li de ran ças das co mu ni da des é opor tu no lem brar que A his tó ria nun ca co me ça com o con ta to dos pro fis si o na is dos ser vi ços com as suas clien te las. A his - tó ria é an te ri or: há um pas sa do que ain da vive, em sua vir tu a li da de, no pre sen te e está re fe ri do às ex pe riên ci as acu mu la das em uma gama am pla men te di ver si fi ca da de al ter na ti vas, bem como às lu - tas mo le cu la res ou co le ti vas que en ra í zam formas de pen sar e agir. (Cf. Val la, V. V.,1998, p.10; Val la, V. V., Stotz, E. N., 1993) 1 Nas dis cus sões en tre pes qui sa do res, es tu dan tes, téc ni cos dos ser vi ços pú bli cos e re pre sen tan tes das or ga ni za ções po pu la res da Le o pol di na uma ques tão que se dis cu te com fre qüên cia é a do des - com pas so en tre o co nhe ci men to ad qui ri do na aca de mia e as ques tões vi vi das pela popu la ção: Se, de um lado, os re pre sen tan tes de or ga ni za ções po pu la res vi nham bus can do in for ma ções que não pos su i am, os pro fis si o na is, por sua vez, de mons tra vam uma pre o cu pa ção se me lhan te. Na re a li da - de, suas for ma ções uni ver si tá ri as re ve lam la cu nas jus ta men te nas áre as de co nhe ci men tos que se re la ci o nam com os pro ble mas agu dos da po pu la ção tra ba lha do ra (pro ble mas de aprendi za gem de cri an ças das clas ses po pu la res, vi gi lân cia epi de mi o ló gi ca e sa ni tá ria, saneamen to bá si co, por exem - plo). Nes se sen ti do, a óti ca eli tis ta dos cur rí cu los uni ver si tá ri os faz com que as sun tos tra ta dos nas uni ver si da des fre qüen te men te pas sem ao lar go de ques tões de edu ca ção e sa ú de li ga d as às ne ces si - da des da po pu la ção. (...) o que es ta va-se ges tan do nes se pro ces so de in ves ti ga ção ci en tí fi ca do pon to de vis ta po pu lar" era a per cep ção in tu i ti va dos pes qui sa do res, pro fis si o na is e po pu la ção de que a re i vin di ca ção dos ser vi ços de edu ca ção e saúde po de ria ter até o las tro de uma dis cus são po lí - ti ca, mas ca re cia fre qüen te men te de in for ma ções téc ni cas. Na re a li da de o que es ta va nascendo era um pro ces so de ca pa ci ta ção mútua en vol ven do pes qui sa do res, pro fis si o na is e or ga ni za ções po pu la res." ( Cf. Val la, V. V., 1993, p. 91, gri fos nos sos). Essa con cep ção de cons tru ção co le ti va do co nhe ci men to que for ta le ce as ações dos agen tes nos mo vi men tos não de pen de de um sim - ples re pas se de in for ma ções en tre as par tes, numa óti ca de ca rên cia in for ma ci o nal. O que leva a essa cons tru ção com par ti lha da é a es tru tu ra ção e o for ta le ci men to das re des soci a is de apoio já exis ten tes nas co mu ni da des. Rede essa que pos si bi li ta a am pli a ção e o for ta le ci men to dos su je i - tos, à me di da que po ten ci a li za o uso das dis tin tas in for ma ções. A ação trans for ma do ra dos su je i tos

20 88 In ves ti ga ción Bi blio te co ló gi ca v. 14 No. 29 ju lio/diciembre de 2000 O terceiro conhecimento constitui-se em redor de temas e problemas que em dados momentos são adotados como relevantes pelos agentes como projetos de vida locais, sejam eles lutar pela melhoria dos serviços de saúde ou das escolas, pela criação e/ou manutenção de um espaço verde ou de lazer, ou na organização de atividades recreati - vas e culturais que reforcem os elos e tradições da comunidade. Nessas situações são empregados diferentes recursos e meios de comunicação e informação (do cu men - tos oficiais, notícias e matérias veiculadas na mídia, relatórios técnicos e or ça men tá - rios de órgãos públicos, as rá dios e jornais comunitários). Ao mesmo tem po em que se ativam as redes de con ta to e de apoio por diferentes meios, principalmente in for - mais, onde o exer cí cio da comunicação e da linguagem é fator básico para o es cla re - ci men to de ques tões e a tomada de de ci sões. Nesses en cla ves que podem ter duração de meses, anos ou de toda uma vida, os agentes exercitam suas potencialidades individuais e coletivas e mobilizam os recur - sos políticos, cognitivos, simbólicos que são capazes de reunir e intercambiar. 1 Es - ses são os espaços práticos e simbólicos de análise do pla no cognitivo-informacio - nal das re des sociais as re des de conhecimentos onde são tecidas as relações contraditórias de cons ti tu i ção do terceiro co nhe ci men to. Para es tu dar as redes de cons tru ção com par ti lha da do conhecimento e seu po - ten ci al para a geração de novas prá ti cas e políticas de gestão so ci al dos conhecimen - tos é relevante con si de rar que o terceiro conhecimento não é um produto ou co nhe ci - men to diferente da que les que lhe de ram ex pres são. Nem mesmo é uma nova informação. É um construto de or dem prática e sim bó li ca que per mi te aos agentes uma destreza para li dar com ques tões prá ti cas do cotidiano e, mui to mais, um meio de valorização e fortalecimento dos elos de apoio so ci al e de suas capacidades inven - tivas. Também é forma de construção de uma nova epis te mo lo gia pelo in tercru - zamento de sa be res e práticas, que re ve la o lugar ético-político do co nhe ci men to científico. 2 se dá en tão, mu i to mais pela am pli a ção e for ta le ci men to das re la ções do que ne ces sa ri a men te pela cons tru ção de uma nova in for ma ção. Qu an do os su je i tos, mes mo in for ma dos, não se sen - tem apo i a dos, pro cu ram ou tros es pa ços onde es tão co lo ca das ou tras opor tu ni da des de apo io e in - ven ção. (Cf. Oli ve i ra, M. R., 1998, p. 76, gri fos nos sos) 1 Um exem plo des ses em ba tes é a luta his tó ri ca da po pu la ção da re gião pelo abas te ci men to de água, com pou cas so lu ções fa vo rá ve is para as co mu ni da des. A bus ca de so lu ções al ter na ti vas para o pro - ble ma fêz com que as pes so as das lo ca li da des de sen vol ves sem um co nhe ci men to técnic o da rede de dis tri bu i ção de água, ge ran do ino va ções para abas te cer os pontos mais ele va dos das fa ve las, p. ex. ( Essas ques tões fo ram ob je to de es tu do de dis ser ta ção de mes tra do na ENSP/FIOCRUZ. Ver Oliveira, R. M., 1993) Ou tro exemplo é a luta pela reabertura do Posto de Saúde da Vila do João, que era mantido pela UFRJ e que veio a ser fechado alguns anos depois por motivo alegado de problemas de violência na re gião gerado pelo tráfico de drogas. Um gru po de mulheres lidera desde então um movimento pela reabertura do Posto, criando recentemente uma ONG - Grupo de Ami gos da Vila do João e Adjacências (GAVJA) que vem gerenciando recursos repassados pelo poder público para a manutenção do Posto de Saúde, que fora desativado pela universidade com toda a aparelhagem mé - dica e odontológica cuidada e guardada durante anos pelas mulheres da Vila do João. 2

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