UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ UFPA INSTITUTO DE TECNOLOGIA ITEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA PPGEE

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ UFPA INSTITUTO DE TECNOLOGIA ITEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA PPGEE ANÁLISE DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA SEMINÁRIO: O SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL (SIN) E O MERCADO NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA Professor: Dr. Eng. Ubiratan Holanda Bezerra Discentes: Ana Carolina Neves Pardauil Márcio Nirlando Gomes Lopes BELÉM PA 2014

2 SUMÁRIO Item Título Página 1. Introdução Breve Histórico da Evolução do Setor Elétrico Brasileiro 6 3. Sistema Interligado Nacional (SIN) Definições Infraestrutura Sistemas Isolados Fontes de Energia Hidráulica Gás Natural Petróleo Carvão Nuclear Biomassa Eólica Solar Geotérmica Marítima Biogás Dados Técnicos SINDAT Atuação do ONS sobre o Sistema Interligado Nacional Indicadores de Desempenho do SIN Integração de Instalações ao SIN Acesso e Conexão à Rede Básica Solicitação de Acesso e Parecer de Acesso Integração de Novas Instalações Início do Processo Realização de Estudos Liberação para Operação Integrada Definição da Modalidade de Operação de Usinas... 23

3 SUMÁRIO Item Título Página 4. Agentes do Setor Elétrico Brasileiro Conselho Nacional de Política Energética CNPE Ministério de Minas e Energia MME Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico CMSE Empresa de Pesquisa Energética EPE Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL Operador Nacional do Sistema NOS Câmara de Comercialização de Energia Elétrica CCEE Eletrobras Agentes de Geração Agentes de Transmissão Agentes de Distribuição Agentes de Comercialização A Geração e a Comercialização da Energia O Modelo de Comercialização da Energia O Preço de Liquidação das Diferenças PLD O Ambiente de Contratação Regulada ACR Tipos de Contratos no ACR Contratos de Geração Distribuída Contratos de Ajuste Contratos do Proinfa Contratos de Itaipu CER Conuer CCEAR Energia Nova e Energia Existente Contratos por Quantidade e por Disponibilidade Leilões... 37

4 SUMÁRIO Item Título Página 12. O Ambiente de Contratação Livre Tipos de Contrato no ACL CCEI CCEAL Contratos Bilaterais CER Conuer Conclusões Referências... 40

5 1. Introdução O Sistema Interligado Nacional do Brasil (SIN) é um sistema predominantemente hidrotérmico de grande porte, constituído de instalações de produção e transmissão de energia elétrica, todas interligadas, que atende cerca de 98% do mercado nacional de energia elétrica, que apenas não é 100%, pois cerca de 1,7% do sistema está fora do SIN, e presentes em sistemas isolados. O SIN exige uma coordenação sistêmica para assegurar que a energia gerada pelos empreendimentos em operação, isto até março de 2013, chegue ao consumidor com segurança, além de garantir o suprimento de forma contínua, com qualidade e com preços acessíveis para todos (universalização do atendimento). Essa coordenação é feita pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), cuja função básica é controlar a operação eletroenergética das instalações de geração e de transmissão de energia elétrica do SIN, no qual predomina a fonte hidrelétrica. Importante evidenciar que apenas 2,2% da produção de eletricidade do País ainda se encontra fora do SIN, em pequenos sistemas elétricos dimensionados apenas para o atendimento de necessidades localizadas, chamados de Sistemas Isolados, que se encontram, principalmente, na região amazônica. (Portal Brasil, 2013) Com o crescimento da viabilidade econômica de pequenos geradores elétricos, dentre eles os geradores de fontes renováveis, apresenta-se de forma crescente um novo paradigma de operação dos sistemas elétricos: a geração distribuída (GD). A partir da descentralização crescente da geração, o que tem ocorrido em diversos países no mundo, as redes de distribuição passam a ter papel protagonista na operação do sistema, contrabalançando os efeitos intermitentes desses pequenos geradores e aumentando a qualidade do fornecimento de energia. Um ponto relevante a ser mencionado sobre a produção e o consumo de energia elétrica é que, diferentemente de outros sistemas de redes, como saneamento e gás, a energia elétrica não pode ser armazenada de forma economicamente viável, e isso implica na necessidade de equilíbrio constante entre oferta e demanda. Em outras palavras, toda a energia consumida deve ser produzida instantaneamente e, quando há desequilíbrios, mesmo que por frações de minuto, todo o sistema corre o risco de desligamentos em cascata, os chamados apagões. Por isso, o planejamento energético é fundamental para o desenvolvimento sustentável de um país. Compreendendo o sistema de energia fica imprescindível perceber e compreender a magnitude do mercado de energia que se instaura em virtude do aumento de demanda energética que o Brasil enfrenta, principalmente nas últimas décadas, que houve crescimento industrial e comercial. O acompanhamento do mercado de energia elétrica brasileiro é ferramenta essencial para o entendimento da dinâmica do consumo de energia nas diversas classes consumidoras e regiões do país, fornecendo subsídios valiosos para os estudos do planejamento da operação e da expansão do sistema. (EPE, 2012) O mercado de energia é um setor desverticalizado ocasionando com que geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica sejam segmentos de negócios independentes. (CPFL,2013) As relações comerciais no atual modelo do setor elétrico brasileiro se estabelecem no Ambiente de Contratação Regulada - ACR e no Ambiente de Contratação Livre - ACL. No Mercado de Curto Prazo, são contabilizadas e liquidadas as diferenças entre os montantes gerados, contratados e consumidos. A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE zela pelo bom funcionamento destes três ambientes. (CCEE,2014).

6 2. Breve Histórico da Evolução do Setor Elétrico Brasileiro Alguns pesquisadores dividem o desenvolvimento do setor elétrico brasileiro em cinco períodos. O primeiro deles se inicia na proclamação da República, em 1889, e termina no início da década de Neste período, a economia brasileira caracterizava-se pela produção de produtos primários para a exportação, tendo como principal fonte energética o carvão vegetal. Com o desenvolvimento da indústria do café, iniciou-se um processo de urbanização que resultou no aumento do consumo de energia elétrica para a iluminação pública, mas de forma ainda incipiente. O segundo período estendeu-se de 1930 a 1945, e foi caracterizado pelo enfraquecimento do modelo agrário/exportador e pela aceleração do processo de industrialização. O Estado promoveu uma maior regulação do setor, por exemplo, promulgando o Código de Águas (em 1934), que definiu que a União teria a propriedade das quedas d água e a exclusividade de outorga das concessões para aproveitamento hidráulico. Neste mesmo período, introduziu-se também um sistema tarifário sob o regime de custo do serviço. Com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, os contratos entre empresas privadas e os governos locais foram suspensos, de forma a dar maior poder de regulação ao governo central. O objetivo era incentivar os investimentos no setor e ter maior controle sobre as tarifas. O terceiro período iniciou-se no pós-guerra e se estendeu até o final da década de 1970, sendo caracterizado pela forte e direta presença do Estado no setor elétrico, principalmente por meio da criação de empresas estatais em todos os segmentos da indústria (CHESF, FURNAS, as companhias elétricas estaduais e a Eletrobras). Também foi neste período que foi criado o Ministério de Minas e Energia. Em pouco tempo, a Eletrobras passou a ser protagonista do setor elétrico brasileiro e foi o principal agente de centralização, visto que possuía quatro subsidiárias: CHESF, FURNAS, Eletronorte e Eletrosul, além de 50% do controle de Itaipu Binacional. Em termos de investimentos realizados nesta época, a potência instalada no país passou de MW para MW em pouco mais de 20 anos. O quarto período iniciou-se na década de 1980 e foi marcado pela crise da dívida externa brasileira, que resultou em altos cortes de gastos e investimentos pelo governo. As tarifas de energia, que eram iguais para todo o país, foram mantidas artificialmente baixas como medida de contenção da inflação, não garantindo às empresas do setor uma remuneração suficiente para o seu equilíbrio econômico. Também vigorava a equalização tarifária entre todos os estados brasileiros, provocando subsídios cruzados entre empresas eficientes e ineficientes. Tal situação adversa criou condições para a proposição de um novo paradigma para o setor elétrico. A década de 1990 iniciou um novo ciclo que perdura até os dias atuais. Este período foi marcado pela criação de um modelo de propriedade mista, privatizações e evoluções do marco regulatório, podendo-se destacar os seguintes eventos como mais importantes: Estabelecimento de novas regras gerais para as licitações de concessões em diversos segmentos da infraestrutura através da aprovação da Lei nº 8.987/1995; Aumento no período de concessão por vinte anos para as usinas que estavam em construção, aprovado pela Lei nº 9.074/1995. Esta lei também deu origem à figura jurídica do produtor independente de energia elétrica e possibilitou a liberdade de escolha dos consumidores na contratação de energia elétrica;

7 Elaboração do relatório intitulado Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro RESEB produzido por uma empresa de consultoria, a Coopers & Lybrand, e que propôs um novo modelo para visar uma maior competição no setor. Para tal foram sugeridas privatizações das companhias elétricas públicas, criação do mercado atacadista de eletricidade, o desmembramento dos ativos de geração, transmissão e distribuição, e a criação de um operador independente do sistema para administrar o sistema interligado; Criação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) por meio da Lei nº 9.427/1996, estabelecendo uma autarquia vinculada ao MME para regular e fiscalizar o setor, mas com diretoria independente; Aprovação da Lei nº 9.648/1998 que formalizou as propostas do RESEB, criou o MAE e o ONS. Assim, o modelo atual foi baseado no consenso político-econômico do estado regulador, o qual deveria direcionar as políticas de desenvolvimento, bem como regular o setor, mas sem postar-se como executor em última instância. Na figura 01 é mostrado resumidamente esta evolução do sistema econômico e seus impasses na indústria energética Economia: produção de produtos primários Enfraquecime nto do modelo agrário/export ador e aceleração Industrial Forte e direta presença do Estado no setor elétrico; criação de empresas estatais em todos os segmentos da indústria Figura 01 Evolução do Setor Econômico e Elétrico Mesmo diante de reformas tão significativas, o novo modelo não produziu a expansão necessária da oferta de energia. No período de 1980 a 2000 (Figura 02), a evolução do consumo de energia no Brasil superou a evolução da capacidade instalada no mesmo período, ocasionando um déficit sistemático de oferta de energia, o que conduziu o país a um racionamento no ano de Possivelmente tal situação tenha ocorrido por um planejamento inadequado e/ou falta de monitoramento eficaz centralizado. Esta condição exigiu a partir de 2004, novos ajustes e aperfeiçoamentos no atual modelo impostos pelo governo para reduzir os riscos de falta de energia e melhorar o monitoramento e controle do sistema Crise da dívida externa brasileira; As tarifas de energia mantidas artificialment e baixas 1990 até dias atuais Criação de um modelo de propriedade mista, privatizações e evoluções do marco regulatório Figura 02 Evolução da capacidade instalada e consumo. Fonte: Cuberos, 2008.

8 Tais aprimoramentos foram norteados pela segurança energética, a modicidade tarifária e a universalização do atendimento e podem ser traduzidos pelas Leis nº /2004 e nº /2004, além do Decreto nº 5.163/2004. Assim, foram criadas: uma entidade responsável pelo planejamento do setor elétrico a longo prazo, a Empresa de Pesquisa Energética-EPE; o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico-CMSE, que nasceu com a atribuição de avaliar a segurança do suprimento de energia elétrica; e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica-CCEE, cuja a principal atribuição consiste em dar continuidade às atividades do MAE, relativas à comercialização de energia elétrica no Sistema Interligado. Mudanças relevantes também ocorridas incluem a definição do Poder Concedente ao MME e a ampliação da autonomia do ONS. Também foram criados dois ambientes para celebração dos contratos de compra e venda de energia: o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e o Ambiente de Contratação Livre (ACL). No ACR participam os agentes de geração e distribuição de energia, enquanto que no ACL participam os agentes de geração, comercializadores, importadores e exportadores de energia e consumidores livres. Mesmo diante das significativas alterações ocorridas em alguns mecanismos incialmente previstos, assim como o de compra de energia por parte das distribuidoras, o cerne do modelo proposto em 1990 foi mantido em Porém, a partir de setembro de 2012, quando foi promulgada a Medida Provisória nº 579/2012, que depois passou à Lei nº /2013, um novo capítulo na história do setor elétrico deu início, visto que a partir de então, empresas geradoras e transmissoras puderam renovar antecipadamente seus contratos de concessão desde que seus preços fossem regulados pela ANEEL. Assim, o contexto institucional do setor elétrico sofreu uma mudança importante devido à regulação dos preços das geradoras que aceitaram os termos da MP: tal como acontecia com as distribuidoras e transmissoras, consideradas monopólios naturais, as empresas geradoras passaram também a ter seus preços regulados, em vez de atuar no ambiente competitivo. Na Tabela 01 mostra-se as mudanças no setor elétrico resumidamente da década de 90 aos dias atuais. Tabela 01 Mudanças no Setor Elétrico Brasileiro. Fonte: CCEE, Modelo Antigo (até 1995) Modelo de Livre Mercado (1995 a 2003) Financiamento através de Financiamento através de recursos públicos recursos públicos e privados Empresas verticalizadas Empresas divididas por atividade: geração, transmissão, distribuição e comercialização Empresas Abertura e ênfase na predominantemente Estatais privatização das Empresas Monopólios Competição Competição na geração e inexistente comercialização Consumidores Cativos Consumidores Livres e Cativos Novo Modelo (2004) Financiamento através de recursos públicos e privados Empresas divididas por atividade: geração, transmissão, distribuição, comercialização, importação e exportação Convivência entre Empresas Estatais e Privadas Competição na geração e comercialização Consumidores Livres e Cativos

9 Tabela 01 Mudanças no Setor Elétrico Brasileiro. Fonte: CCEE, (continuação) Modelo Antigo (até 1995) Modelo de Livre Mercado (1995 a 2003) Novo Modelo (2004) Tarifas reguladas em todos Preços livremente No ambiente livre: Preços os segmentos negociados na geração e livremente negociados na comercialização geração e comercialização. No ambiente regulado: leilão e licitação pela menor tarifa Mercado Regulado Mercado Livre Convivência entre Mercados Livre e Regulado Planejamento Determinativo Planejamento Indicativo pelo Planejamento pela Empresa de Grupo Coordenador do Conselho Nacional de Pesquisa Energética (EPE) Planejamento dos Sistemas Política Energética (CNPE) Elétricos (GCPS) Contratação: 100% do Mercado Sobras/déficits do balanço energético rateados entre compradores Contratação: 85% do mercado (até agosto/2003) e 95% mercado (até dez./2004) Sobras/déficits do balanço energético liquidados no MAE 3. Sistema Interligado Nacional (SIN) 3.1 Definições Contratação: 100% do mercado + reserva Sobras/déficits do balanço energético liquidados na CCEE. Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficts (MCSD) para as Distribuidoras. O Sistema Interligado Nacional (SIN) é formado por empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte. Com tamanho e características que permitem considerá-lo único em âmbito mundial, o sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil é um sistema hidrotérmico de grande porte, com forte predominância de usinas hidrelétricas e com múltiplos proprietários. A figura 03 ilustra de forma simplificada a integração entre os sistemas de produção e transmissão para o suprimento do mercado consumidor e a figura 04 mostra o sistema de transmissão horizonte Como as usinas hidrelétricas são construídas em espaços onde melhor se podem aproveitar as afluências e os desníveis dos rios, geralmente situados em locais distantes dos centros consumidores, foi necessário desenvolver no País um extenso sistema de transmissão. Essa distância geográfica, associada à grande extensão territorial e as variações climáticas e hidrológicas do País, tendem a ocasionar excedente ou escassez de produção hidrelétrica em determinadas regiões e períodos do ano. A interligação viabiliza a troca de energia entre regiões, permitindo, assim, obterem-se os benefícios da diversidade de regime dos rios das diferentes bacias hidrográficas brasileiras. Desde meados da década de 70, o sistema eletroenergético brasileiro é operado de forma coordenada, no intuito de se obterem ganhos sinérgicos a partir da interação entre os agentes. A operação coordenada busca minimizar os custos globais de produção de energia elétrica, contemplar restrições intra e extra setoriais e aumentar a confiabilidade do atendimento (ONS, 2003). Atualmente, no SIN, essa atividade é exercida pelo ONS. Conceitualmente, a operação centralizada do Sistema Interligado Nacional está embasada na interdependência operativa entre as usinas, na interconexão dos sistemas

10 elétricos e na integração dos recursos de geração e transmissão para atender o mercado. A interdependência operativa é causada pelo aproveitamento conjunto dos recursos hidrelétricos, mediante a construção e operação de usinas e reservatórios localizados em sequência em várias bacias hidrográficas. Desta forma, a operação de uma determinada usina depende das vazões liberadas a montante por outras usinas, que podem ser de outras empresas, ao mesmo tempo em que sua operação afeta as usinas a jusante, de forma análoga. A utilização dos recursos de geração e transmissão dos sistemas interligados permite reduzir os custos operativos, minimizar a produção térmica e reduzir o consumo de combustíveis, sempre que houver superávits hidrelétricos em outros pontos do sistema. Em períodos de condições hidrológicas desfavoráveis, as usinas térmicas contribuem para o atendimento ao mercado como um todo, e não apenas aos consumidores de sua empresa proprietária. Assim, a participação complementar das usinas térmicas no atendimento ao mercado consumidor também exige interconexão e integração entre os agentes (Aneel, 2014). Figura 03 Mapa com representação simplificada da integração entre os sistemas de produção e transmissão para o suprimento do mercado consumidor. Fonte: ONS, 2014.

11 Figura 04 Sistemas de Transmissão Horizonte Fonte: ONS, Infraestrutura A capacidade instalada da matriz de energia elétrica do Brasil alcançou, em março de 2013, 122,9 mil megawatts (MW), potência 64,3% maior do que os 74,8 mil MW instalados em dezembro de Esse aumento é tão significativo que o Sistema Interligado Nacional (SIN) exige uma coordenação sistêmica para assegurar que a energia gerada pelos empreendimentos em operação (Boletim Mensal de Monitoramento março/2013) chegue ao consumidor com segurança, além de garantir o suprimento de forma contínua, com qualidade e com preços acessíveis para todos (universalização do atendimento). Essa coordenação é feita pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), cuja função básica é controlar a operação eletroenergética das instalações de geração e de transmissão de energia elétrica do SIN, no qual predomina a fonte hidrelétrica, privilégio de poucos países no mundo todo. Para operar o SIN, o ONS conta com cinco Centros de Operação espalhados pelo País, que realizam, ininterruptamente, a coordenação, a supervisão e o controle da operação de toda a matriz de energia elétrica brasileira. Esses centros controlam mais de 49 mil intervenções anuais; recebem, a cada 4 segundos, mais de 40 mil registros de medidas; gravam mais de 10 milhões de registros por dia; e têm à disposição 761 instruções de operação e diagramas atualizados. É importante ressaltar que apenas 1,7% da produção de eletricidade do País ainda se encontra fora do SIN, de acordo com a ONS, em pequenos sistemas elétricos

12 dimensionados apenas para o atendimento de necessidades localizadas, chamados de Sistemas Isolados, que se encontram, principalmente, na região amazônica. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o governo precisará contratar 52 gigawatts (GW) de potência instalada para o SIN até 2021, dado o crescimento da atividade econômica do País projeções levam em consideração uma expansão média anual do Produto Interno Bruto de 4,7% nos próximos dez anos e, consequentemente, da demanda de energia, com uma elasticidade-renda do consumo de energia de aproximadamente 1,01. A ideia, ainda segundo a EPE, é que a maior parte das contratações seja feita apenas de fontes renováveis, como hidrelétricas, eólicas e termelétricas baseadas em biomassa, soluções ambientalmente vantajosas para o País. Com essa nova expansão, o total do Sistema Interligado Nacional passará dos atuais 122,9 mil MW para 174,2 mil MW nos próximos dez anos. Essa energia adicional virá de 121 empreendimentos em construção e de mais 543 concedidos para operar. Estão em andamento, por exemplo, hidrelétricas de grande porte como as de Santo Antônio, Jirau e Belo Monte. Esta última, quando concluída, será a terceira maior do mundo. Esses projetos continuarão a manter o Brasil como o maior mercado mundial de energias renováveis e líder global no financiamento de energias limpas. Em março de 2013, as usinas hidrelétricas em operação respondiam por 68,9% da matriz de energia elétrica brasileira. A segunda maior fonte é a termoelétrica, responsável por 29,4% da capacidade instalada, incluindo a fonte nuclear (1,6%). Outra fonte participante da matriz de energia elétrica é a eólica (1,7%). (Aneel, 2014) 3.3- Sistemas Isolados Os sistemas isolados estão localizados principalmente nos estados da Região Norte, e distribuídos pelo interior desses estados. No interior, esses sistemas caracterizam-se, basicamente, pelo grande número de pequenas unidades geradoras a óleo diesel e pela grande dificuldade de logística de abastecimento. A existência dos Sistemas Isolados é explicada pelas dimensões continentais do Brasil e por causa da localização afastada de algumas localidades, municípios e regiões, principalmente na região Norte do País, em relação aos maiores centros de consumo, e principalmente pelo objetivo de preservação da região amazônica. A operação dos sistemas isolados é coordenada pelo Grupo Técnico Operacional da Região Norte - GTON, responsável pelo Planejamento e Acompanhamento da Operação dos Sistemas Isolados da Região Norte. O GTON é coordenado pela Eletrobras, e composto por representantes de empresas públicas e privadas, no planejamento da expansão e da operação, bem como no acompanhamento da operação, objetivando assegurar o fornecimento de energia elétrica em condições adequadas de segurança e qualidade aos consumidores. Atualmente os principais centros de consumo isolados encontram-se em processo de integração ao SIN, principalmente os sistemas que atendem às capitais dos estados. A integração destes sistemas vem ocorrendo ao longo do tempo. Em outubro de 2009, foram integrados os estados de Acre e Rondônia. Essa interligação permite a transmissão de até 210 MW, garantindo o fornecimento de energia elétrica confiável e maior segurança no atendimento aos dois estados. Além disso, resulta em uma economia significativa no consumo de derivados de petróleo, utilizados nas usinas termelétricas para atendimento regional.

13 Até 2013 está prevista a interligação de sistemas do Amazonas e Amapá com a conclusão da linha de transmissão Tucuruí-Macapá-Manaus, atualmente em construção. Em 2014 será a vez do estado de Roraima, com a conclusão da linha Manaus-Boa Vista, licitada em setembro deste ano. Isso fará com que 99,6% do mercado brasileiro de energia elétrica estejam conectados a um só sistema. O Plano Decenal de Expansão (PDE ), elaborado pela EPE, mostra uma queda significativa na representatividade dos Sistemas Isolados. Mas algumas unidades geradoras desses sistemas permanecerão instaladas para operar em casos de emergência. (Brasil, 2014) 3.4- Fontes de Energia As fontes de energia mais amplamente difundidas e utilizadas no mercado brasileiro têm cunho hídrico, no entanto com os avanços tecnológicos e buscas de outras formas de se obter energia outras matrizes energéticas têm feito parte do contexto energético nacional. A breve descrição de cada fonte de energia foi retirada do site da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) Hidráulica O fluxo das águas é o combustível da geração de eletricidade a partir da fonte hidráulica. Para aproveitar a queda d água de um rio, por exemplo, estuda-se o melhor local para a construção de uma usina, levando-se em conta o projeto de engenharia, os impactos ambientais, sociais e econômicos na região, além da viabilidade econômica do empreendimento. As obras de uma usina hidrelétrica incluem o desvio do curso do rio e a formação do reservatório. A água do rio movimenta as turbinas que estão ligadas a geradores, possibilitando a conversão da energia mecânica em elétrica. A água é o recurso natural mais abundante do planeta. Estima-se que o potencial hidráulico do Brasil seja da ordem de 260 GW segundo dados do Atlas de Energia Elétrica do Brasil, Aneel, A primeira hidrelétrica do mundo foi construída no final do século XIX, junto às quedas d água das Cataratas do Niágara, na América do Norte. No mesmo período, o Brasil construiu sua primeira hidrelétrica, no município de Diamantina (MG), utilizando as águas do Ribeirão do Inferno, afluente do rio Jequitinhonha. Essa hidrelétrica possuía 0,5 megawatt (MW) de potência e linha de transmissão de dois quilômetros de extensão. Cem anos depois, a potência instalada das usinas aumentou exponencialmente. Concluída em maio de 2006, a Hidroelétrica de Três Gargantas, na China, é hoje a maior hidroelétrica do mundo. Com uma capacidade de geração total de MW, ela superou Itaipu Binacional, a maior até então, com capacidade de MW. A potência instalada determina se a usina é de grande ou médio porte ou uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH). A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adota três classificações: Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH, com até 1 MW de potência instalada); Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH, entre 1,1 MW e 30 MW de potência instalada); Usina Hidrelétrica de Energia (UHE, com mais de 30 MW de potência instalada).

14 O porte da usina também determina as dimensões da rede de transmissão que será necessária para levar a energia até o centro de consumo. No caso das hidrelétricas, quanto maior a usina, mais distante ela tende a estar dos grandes centros. Assim, exige a construção de grandes linhas de transmissão em tensões alta e extra-alta (de 230 kv a 750 kv) que, muitas vezes, atravessam o território de vários Estados. Instaladas junto a pequenas quedas d água, as PCH e CGH, no geral, abastecem pequenos centros consumidores inclusive unidades industriais e comerciais individuais e não necessitam de instalações tão extensas para o transporte da energia Gás Natural Na geração termelétrica, a eletricidade é produzida a partir da queima de combustíveis, sendo o gás natural um dos mais utilizados no Brasil. O vapor produzido na queima do gás é utilizado para movimentar as turbinas ligadas a geradores. O gás natural tem elevado poder calorífico e, em sua queima, apresenta baixos índices de emissão de poluentes, em comparação a outros combustíveis fósseis. Em caso de vazamentos, tem rápida dispersão, com baixos índices de odor e de contaminantes. O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos gasosos, originados da decomposição de matéria orgânica fossilizada ao longo de milhões de anos. O desenvolvimento deste tipo de geração é relativamente recente tem início na década de O uso dessa tecnologia foi ampliado somente na última década do século passado. Atualmente, as maiores turbinas a gás chegam a 330 MW de potência e os rendimentos térmicos atingem 42%. Entre as vantagens adicionais da geração termelétrica a gás natural estão o prazo relativamente curto de maturação do empreendimento e a flexibilidade para o atendimento de cargas de ponta Petróleo O petróleo é uma mistura de hidrocarbonetos que tem origem na decomposição de matéria orgânica, principalmente o plâncton (plantas e animais microscópicos em suspensão nas águas), causada pela ação de bactérias em meios com baixo teor de oxigênio. Ao longo de milhões de anos, essa decomposição foi se acumulando no fundo dos oceanos, mares e lagos e, pressionada pelos movimentos da crosta terrestre, transformou-se numa substância oleosa. Essa substância é encontrada em bacias sedimentares específicas, formadas por camadas ou lençóis porosos de areia, arenitos ou calcários. Embora conhecido desde os primórdios da civilização humana, somente em meados do século XIX tiveram início a exploração de campos e a perfuração de poços de petróleo. A partir de então, a indústria petrolífera teve grande expansão. Apesar da forte concorrência do carvão e de outros combustíveis considerados nobres à época, o petróleo passou a ser utilizado em larga escala, especialmente após a invenção dos motores a gasolina e a óleo diesel. Durante muitas décadas, o petróleo foi o grande propulsor da economia mundial, chegando a representar, no início dos anos 70, quase 50% do consumo de energia primária em todo o mundo. Embora declinante ao longo do tempo, sua participação nesse consumo ainda representa cerca de 43%, segundo dados da Agência Internacional de Energia, de 2003.

15 O petróleo é o principal responsável pela geração de energia elétrica em diversos países do mundo. Apesar da expansão recente da hidroeletricidade e da diversificação das fontes de geração de energia elétrica verificadas nas últimas décadas, o petróleo ainda é responsável por cerca de 8% de toda a eletricidade gerada no mundo. A geração de energia elétrica a partir de derivados de petróleo ocorre por meio da queima desses combustíveis em caldeiras, turbinas e motores de combustão interna. A utilização de caldeiras e turbinas é similar aos demais processos térmicos de geração e se aplica ao atendimento de cargas de ponta e/ou aproveitamento de resíduos do refino de petróleo. Os grupos geradores a diesel são comuns no suprimento de comunidades e de sistemas isolados da rede elétrica convencional. No Brasil, onde historicamente a geração de energia elétrica é predominantemente hidrelétrica, a geração térmica tem desempenhado papel importante no atendimento da demanda de pico do sistema elétrico e, principalmente, no suprimento de energia elétrica a municípios e comunidades não atendidos pelo sistema interligado Carvão O carvão, a exemplo do que ocorre com os demais combustíveis fósseis, é uma complexa e variada mistura de componentes orgânicos sólidos, fossilizados ao longo de milhões de anos. Sua qualidade, determinada pelo conteúdo de carbono, varia de acordo com o tipo e o estágio dos componentes orgânicos. A turfa, de baixo conteúdo carbonífero, constitui um dos primeiros estágios do carvão, com teor de carbono na ordem de 45%; o linhito apresenta um índice que varia de 60% a 75%; o carvão betuminoso (hulha), mais utilizado como combustível, contém cerca de 75% a 85% de carbono, e o mais puro dos carvões; o antracito, apresenta um conteúdo carbonífero superior a 90%. Da mesma forma, os depósitos variam de camadas relativamente simples e próximas da superfície do solo e, portanto, de fácil extração e baixo custo, a complexas e profundas camadas, de difícil extração e custos elevados. Em participação na matriz energética mundial, o carvão é responsável por cerca de 8% de todo o consumo mundial de energia e de 39% de toda a energia elétrica gerada. Para assegurar a preservação do carvão na matriz energética mundial, atendendo às metas ambientais, têm sido pesquisadas e desenvolvidas tecnologias de remoção de impurezas e de combustão eficiente do carvão. O aproveitamento do carvão mineral para a geração de energia elétrica no Brasil teve início nos anos Naquela época, foram iniciados estudos e, em seguida, a construção das usinas termelétricas de Charqueadas (RS), com 72 MW de potência instalada, Capivari (SC), com 100 MW, e Figueira (PR), com 20 MW Nuclear A energia nuclear ou nucleoelétrica é proveniente da fissão do urânio em reator nuclear. Apesar da complexidade de uma usina nuclear, seu princípio de funcionamento é similar ao de uma termelétrica convencional, na qual o calor gerado pela queima de um combustível produz vapor, que aciona uma turbina, acoplada a um gerador de corrente elétrica. Na usina nuclear, o calor é produzido pela fissão do urânio no reator, cujo sistema mais empregado é constituído por três circuitos primário, secundário e de refrigeração. No primeiro, a água é aquecida a uma temperatura de aproximadamente

16 320 C, sob uma pressão de 157 atmosferas. Em seguida, essa água passa por tubulações e vai até o gerador de vapor, onde vaporiza a água do circuito secundário, sem que haja contato físico entre os dois circuitos. O vapor gerado aciona uma turbina, que movimenta o gerador e produz corrente elétrica. No final dos anos 1960, o governo brasileiro decidiu ingressar na geração termonuclear, visando conhecer melhor a tecnologia e adquirir experiências para o futuro. Na época, cogitava-se a necessidade de complementação térmica para o suprimento de eletricidade no Rio de Janeiro. Decidiu-se, então, que essa complementação ocorresse por meio da construção de uma usina nuclear (Angra I) em Angra dos Reis (RJ). A construção de Angra I (657 MW) teve início em A primeira reação nuclear em cadeia ocorreu em março de 1982 e a usina entrou em operação comercial em janeiro de Mas, logo após, interrompeu suas atividades, voltando a funcionar somente em abril de 1987, operando, porém, de modo intermitente, até dezembro de 1990 (nesse período, operou com 600 MW médios durante apenas 14 dias). Entre 1991 e 1994, as interrupções foram menos frequentes, mas somente a partir de 1995 a usina passou a ter operação regular. A construção de Angra II (1.350 MW) teve início em 1976 e a previsão inicial para a usina entrar em operação era Em razão, porém, da falta de recursos, a construção ficou paralisada durante vários anos e a operação do reator ocorreu somente em julho de 2000, com carga de 200 MW a 300 MW. Entre 20 de agosto e 3 de setembro daquele ano, a usina funcionou regularmente, com 915 MW médios. A partir de então, operou de modo intermitente até 9 de novembro, quando passou a funcionar com potência de MW médios Biomassa Biomassa é a massa total de organismos vivos numa área. Esta massa constitui uma importante reserva de energia, pois é formada essencialmente por hidratos de carbono. Do ponto de vista energético, para fins de outorga de empreendimentos do setor elétrico, biomassa é todo recurso renovável oriundo de matéria orgânica (de origem animal ou vegetal) que pode ser utilizada na produção de energia. Uma das principais vantagens da biomassa é que, embora de eficiência inferior à de outras fontes, seu aproveitamento pode ser feito diretamente, por meio da combustão em fornos e caldeiras, por exemplo. Para aumentar a eficiência do processo e reduzir impactos socioambientais, temse desenvolvido tecnologias de conversão mais eficientes, como a gaseificação e a pirólise decomposição térmica de materiais contendo carbono, na ausência de oxigênio. Também é comum a cogeração em sistemas que utilizam a biomassa como fonte energética. No Brasil, a imensidão das regiões tropicais e chuvosas oferece excelentes condições para a produção e o uso energético da biomassa em larga escala, com grande potencial no setor de geração de energia elétrica. No restante do país, a produção de madeira, em forma de lenha, carvão vegetal ou toras, também gera grande quantidade de resíduos que podem igualmente ser aproveitados na geração de energia elétrica. No entanto, o recurso de maior potencial para geração de energia elétrico no país é o bagaço da cana-de-açúcar. O setor sucroalcooleiro gera grande quantidade de resíduos, que pode ser aproveitada na geração de eletricidade, principalmente em sistemas de cogeração. Ao contrário da produção de madeira, o cultivo e o beneficiamento da cana são realizados

17 em grandes e contínuas extensões, e o aproveitamento de resíduos (bagaço, palha, vinhoto etc.) é facilitado pela centralização dos processos de produção. Em média, cada tonelada de cana processada requer cerca de 12 kwh de energia elétrica, o que pode ser gerado pelos próprios resíduos da cana. Os custos de geração já são competitivos com os do sistema convencional de suprimento, o que possibilita a autossuficiência do setor em termos de suprimento energético, por meio da cogeração Eólica Energia eólica é a energia cinética contida nas massas de ar em movimento (vento). Seu aproveitamento ocorre por meio da conversão da energia cinética de translação em energia cinética de rotação, com o emprego de turbinas eólicas também denominadas aerogeradores para a geração de eletricidade, ou de cata-ventos (e moinhos), para trabalhos mecânicos como bombeamento d água. A energia eólica é utilizada há milhares de anos no bombeamento d'água, moagem de grãos e outras aplicações que envolvem energia mecânica. A geração eólica ocorre pelo contato do vento com as pás do cata-vento. Ao girar, essas pás dão origem à energia mecânica que aciona o rotor do aerogerador, que produz a eletricidade. A primeira turbina eólica comercial ligada à rede elétrica pública foi implantada na Dinamarca, em Hoje, existem mais de 30 mil turbinas eólicas em operação em todo o mundo. O desenvolvimento tecnológico recente principalmente no que tange à melhoria dos sistemas de transmissão, da aerodinâmica e das estratégias de controle e operação das turbinas têm reduzido custos e melhorado o desempenho e a confiabilidade dos equipamentos. O Brasil é favorecido em termos de ventos, que se caracterizam por uma presença duas vezes superior à média mundial e por uma volatilidade de apenas 5%, o que dá maior previsibilidade ao volume a ser produzido. Além disso, como a velocidade costuma ser maior em períodos de estiagem, é possível operar usinas eólicas em sistema complementar com usinas hidrelétricas, de forma a preservar a água dos reservatórios em períodos de poucas chuvas. As estimativas constantes do Atlas do Potencial Eólico Brasileiro de 2010, elaborado pela Eletrobras, apontam para um potencial de geração de energia eólica de 143,5 mil MW no Brasil, volume superior à potência instalada total no país nesse mesmo ano. As regiões com maior potencial medido são Nordeste, Sudeste e Sul Solar A energia solar é aquela energia obtida pela luz do Sol que pode ser captada com painéis solares. É uma fonte de vida e de origem da maioria das outras formas de energia na Terra. A energia solar chega ao planeta nas formas térmica e luminosa. Sua irradiação na superfície da Terra é suficiente para atender milhares de vezes o consumo mundial de energia. Essa radiação, porém, não atinge de maneira uniforme toda a crosta terrestre. Depende da latitude, da estação do ano e de condições atmosféricas como nebulosidade e umidade relativa do ar. Assim, a participação da energia solar é pouco expressiva na matriz energética mundial. Em 2007, a potência total instalada atingiu 7,8 mil MW. Isto corresponde a pouco mais da metade da capacidade instalada da usina hidrelétrica de Itaipu, de 14 mil MW. A Alemanha é a maior produtora, com cerca da metade da potência total instalada.

18 No geral, os projetos já implementados para produção de eletricidade a partir da energia solar ainda são pouco numerosos e destinados a abastecer localidades isoladas embora, com os projetos de expansão da fonte, este quadro esteja aos poucos se alterando. Tradicionalmente, o mais generalizado é o uso da energia solar para a obtenção de energia térmica. Esta aplicação destina-se a atender setores diversos, que vão da indústria, em processos que requerem temperaturas elevadas (por exemplo, secagem de grãos na agricultura) ao residencial, para aquecimento de água. Outra tendência é a utilização da energia solar para a obtenção conjunta de calor e eletricidade. O Brasil é privilegiado em termos de radiação solar. O Nordeste brasileiro apresenta radiação comparável às melhores regiões do mundo nessa variável. O que, porém, não ocorre em localidades mais distantes da linha do Equador, como as regiões Sul e Sudeste Geotérmica A energia geotérmica (ou geotermal) é aquela obtida pelo calor que existe no interior da Terra. Os principais recursos são os gêiseres fontes de vapor no interior da Terra que apresentam erupções periódicas. Embora conhecida desde 1904 ano da construção da primeira usina, a evolução deste segmento sempre foi lenta e caracterizada pela construção de pequeno número de unidades, em poucos países. No Brasil, por exemplo, não há nenhuma unidade em operação, nem sob forma experimental. O porte de empreendimentos atuais, porém, é significativo. A potência instalada no campo de gêiseres da Califórnia é de 500 MW. Nos últimos anos, no esforço para diversificar a matriz, alguns países, como México, Japão, Filipinas, Quênia e Islândia, procuraram expandir o parque geotérmico. Quando não existem gêiseres e as condições são favoráveis, é possível estimular o aquecimento d'água usando o calor do interior da Terra. Um experimento realizado em Los Alamos, Califórnia provou a possibilidade de execução deste tipo de usina. Em terreno propício, foram perfurados dois poços vizinhos, distantes 35 metros lateralmente e 360 metros verticalmente, de modo que eles alcancem uma camada de rocha quente. Em um dos poços é injetada água, ela se aquece na rocha e é expelida pelo outro poço e quando esta função acontece a água predominante na pedra penetra na mesma ocorrendo o processo de metabolização geotérmica. Esta é a melhor maneira de obter energia naturalmente. É necessário perfurar um poço que já contenha água e a partir daí a energia é gerada normalmente. Em casos raros, pode ser encontrado o que os cientistas chamam de fonte de "vapor seco", em que a pressão é alta o suficiente para movimentar as turbinas da usina com excepcional força, sendo assim uma fonte eficiente na geração de eletricidade. Aproximadamente todos os fluxos de água geotérmicos contêm gases dissolvidos, sendo que estes gases são enviados à usina de geração de energia junto com o vapor de água. É igualmente importante que haja tratamento adequado a água vinda do interior da Terra, que contém minérios prejudiciais à saúde. Se ocorrer despejo diretamente em rios locais, isto prejudica a fauna e a flora locais.

19 Marítima A água é o recurso natural mais abundante do planeta e uma das poucas fontes para produção de energia que não contribui para o aquecimento global. Além disso, é renovável. O potencial de geração de energia elétrica a partir do mar inclui o aproveitamento das marés, correntes marítimas, ondas, energia térmica e gradientes de salinidade. A eletricidade pode ser obtida a partir da energia cinética (do movimento) produzida pelo movimento das águas ou pela energia derivada da diferença do nível do mar entre as marés alta e baixa a energia maremotriz, o modo de geração de eletricidade por meio da utilização da energia contida no movimento de massas de água devido às marés. Dois tipos de energia maremotriz podem ser obtidas: energia cinética das correntes devido às marés e energia potencial pela diferença de altura entre as marés alta e baixa. Todas as tecnologias ainda estão em fase de desenvolvimento, com exceção desta última. Nenhuma ainda apresenta custos competitivos frente às demais fontes alternativas de energia. Um dos países que se destaca nas pesquisas é Portugal, que tem diversos projetos pilotos. Segundo registra a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o potencial estimado para a energia a partir das marés no mundo é de 22 mil terawatt-hora (TWh) por ano, dos quais 200 TWh seriam aproveitáveis. Em 2008, menos de 0,6 TWh, ou 0,3%, eram convertidos em energia elétrica Biogás O biogás é obtido a partir da biomassa contida em dejetos (urbanos, industriais e agropecuários) e em esgotos, que passa naturalmente do estado sólido para o gasoso por meio da ação de microrganismos que decompõem a matéria orgânica em um ambiente anaeróbico. Neste caso, o biogás é lançado à atmosfera e passa a contribuir para o aquecimento global, uma vez que é composto por metano (CH 4 ), dióxido de carbono (CO 2 ), nitrogênio (N 2 ), hidrogênio (H 2 ), oxigênio (O 2 ) e gás sulfídrico (H 2 S). A utilização do lixo para produção de energia permite o uso deste gás, além da redução do volume dos dejetos em estado sólido. A geração de energia por esta fonte permite a redução dos gases causadores do efeito estufa e contribui para o combate à poluição do solo e dos lençóis freáticos. Existem três rotas tecnológicas para a utilização do lixo como fonte energética. Uma delas, a mais simples e disseminada, é a combustão direta dos resíduos sólidos. Outra é a gaseificação por meio da termoquímica (produção de calor por meio de reações químicas). Finalmente, a terceira (e mais utilizada para a produção do biogás) é a reprodução do processo natural em que a ação de microrganismos em um ambiente anaeróbico produz a decomposição da matéria orgânica e, em consequência, a emissão do biogás. No Brasil, apesar do enorme potencial, ainda são poucas as usinas termelétricas movidas a biogás em operação. No final de 2009, a Aneel regulamentou a geração a partir do biogás e sua comercialização. Pela Resolução Normativa n o 390/2009, qualquer distribuidora de

20 energia elétrica pode fazer chamadas públicas para comprar eletricidade produzida por biodigestores. Seguindo as exigências da Aneel em relação à qualidade da energia, os produtores poderão enviar a eletricidade para a linha de distribuição, em vez de somente consumir Dados Técnicos SINDAT O Sistema de Informações Geográficas Cadastrais do SIN SINDAT disponibiliza informações relevantes do sistema, integrando num mesmo ambiente mapas digitais, formados por dados gráficos vetoriais, com dados alfanuméricos da Base de Dados Técnica. É baseado na tecnologia GIS Sistemas de Informações Geográficas, em português e permite o acesso a informações sempre atualizadas sobre a topologia da rede de operação do ONS, de maneira fácil, rápida e interativa. A atual versão do SINDAT permite o acesso aos seguintes dados e funcionalidades (ONS, 2014): Cadastro com todas as usinas, subestações e linhas de transmissão que formam a Rede de Operação do ONS; Rede planejada para o horizonte do PAR ; Identificação das Linhas de Transmissão por empresa proprietária e por nível de tensão; Disponibilização das rotas de algumas Linhas de Transmissão; Visualização de fotos e diagramas unifilares das instalações; Busca rápida para localização de instalações; Relatórios individualizados, com características básicas das instalações e seus equipamentos; Relatórios de acompanhamento de obras; Relatórios de apuração de informações utilizando menu interativo; Ativação e desativação de camadas Atuação do ONS sobre o Sistema Interligado Nacional Para o exercício de suas atribuições legais e o cumprimento de sua missão institucional, o Operador Nacional do Sistema Elétrico desenvolve uma série de estudos e ações, que têm como base dois insumos fundamentais. Em primeiro lugar, estão os Procedimentos de Rede. Esses procedimentos são um conjunto de normas e requisitos técnicos que estabelecem as responsabilidades do ONS e dos Agentes de Operação, no que se refere a atividades, insumos, produtos e prazos dos processos de operação do SIN e das demais atribuições do Operador. Esses documentos são elaborados pelo ONS, com a participação dos Agentes e homologados pela ANEEL. Atualmente, em atendimento à Resolução Normativa nº 115 da ANEEL, de , os Procedimentos de Rede estão em processo de revisão para adequação à legislação e regulamentação vigentes e para assegurar a aderência à prática adotada pelo ONS e pelos diversos agentes setoriais. O segundo conjunto de insumos são as informações externas que o ONS necessita receber das autoridades setoriais, especialmente do MME e da ANEEL, e dos agentes proprietários das instalações que compõem o SIN para a execução de suas atividades, conforme estabelecido nos próprios Procedimentos de Rede.

21 Os principais estudos e ações empreendidos pelo ONS na operação coordenada centralizada do SIN e na administração dos serviços de transmissão na Rede Básica (instalações com tensões iguais ou maiores que 230 kv) podem ser agrupados em diferentes macroprocessos (ONS, 2014) Indicadores de Desempenho do SIN O conjunto de indicadores de desempenho do SIN pode ser separado em dois blocos: os indicadores de continuidade nos pontos de controle da Rede Básica e os indicadores de qualidade da operação. Os indicadores de continuidade do serviço na Rede Básica de transmissão são apurados pelo ONS desde 2000, nas instalações que formam a fronteira entre a Rede Básica de transmissão e as demais instalações do sistema. Os indicadores mais utilizados são a Duração da Interrupção do Ponto de Controle - DIPC - e a Frequência da Interrupção do Ponto de Controle - FIPC. Esses parâmetros evidenciam a eficiência dos serviços prestados pelos transmissores e pelo ONS, assim como o nível de redundância de suas instalações. Os indicadores de qualidade da operação mostram a evolução do número de perturbações no sistema e de seu impacto sobre o atendimento aos consumidores. Fazem parte desse conjunto o número de perturbações que resultaram em cortes de carga, o índice de robustez do sistema, que é a relação entre o número de perturbações sem corte de carga e o total de perturbações em um dado período, e a energia não suprida Integração de Instalações ao SIN Acesso e Conexão à Rede Básica O livre acesso, instituído pela Lei nº 9.074/95 e pela Lei nº 9.648/98, é o direito de qualquer agente ou consumidor livre de se conectar e fazer uso do sistema elétrico mediante o ressarcimento dos custos envolvidos, independentemente da comercialização de energia. O livre acesso é um instrumento básico à efetiva competição nos segmentos de geração e comercialização da energia elétrica. Cabe ao ONS, pela Lei nº 9648/98, Decreto 2655/98 e Res. ANEEL no 281/99, a definição das condições de acesso à Rede Básica e a contratação do seu uso Solicitação de Acesso e Parecer de Acesso A solicitação de acesso é o requerimento que, acompanhado de dados, estudos preliminares de acesso e informações sobre o empreendimento objeto do acesso, deve ser apresentado pelo acessante ao ONS ou à concessionária de transmissão ou à concessionária ou permissionária de distribuição, para que sejam definidas as condições de acesso visando à sua contratação. O acesso deve ser solicitado ao ONS ou à concessionária de transmissão fisicamente acessada, caso a conexão pretendida seja à Rede Básica, ou à distribuidora se a conexão for na rede de distribuição ou nas DIT Demais Instalações de Transmissão. O documento que consolida e estabelece as condições de acesso é o Parecer de Acesso, cuja responsabilidade de emissão é do ONS, para os acessos solicitados à Rede

22 Básica, ou das concessionárias ou permissionárias de distribuição quando o acesso for solicitado ao sistema de distribuição ou às DIT. Por condições de acesso, dentre outras, entende-se aquelas relacionadas às ampliações e reforços necessários na rede elétrica para acomodar o acesso solicitado, os prazos necessários para sua implantação, as limitações, as ressalvas, os requisitos técnicos a serem observados quanto à medição, proteção, tele-supervisão, relacionamento operacional etc. Além desses aspectos, para os casos em que a instalação do acessante tiver equipamentos que tenham característica não-linear, deverão ser realizados os estudos de qualidade de tensão e as campanhas de medição*, visando o atendimento aos requisitos de qualidade de tensão. (*) "Instruções para realização de estudos e medições de QEE relacionados aos novos acessos à Rede Básica" onde estão descritas as diretrizes para a realização dos estudos de qualidade de tensão e das campanhas de medição ) Integração de Novas Instalações Esse processo de integração abrange novas instalações e alterações de características de instalações já existentes, uma vez que a entrada em operação dessas instalações afeta não só a operação do SIN, como também os encargos de uso do sistema de transmissão. O processo de integração de instalações à operação do Sistema Interligado Nacional - SIN envolve o ONS, a CCEE, o agente legalmente responsável pela instalação perante a ANEEL e outros agentes conectados à rede básica ou à rede de distribuição, cuja operação venha a ser afetada pela integração dessa instalação. O processo de integração de instalações é coordenado pela DGL e executado pelas diretorias DAT, DPP e DOP, sendo aplicado à: Instalações de agentes de geração conectadas à rede básica, despachados centralizadamente pelo ONS, ou que comercializam energia no âmbito da CCEE; Instalações de agente de transmissão pertencentes à rede básica; Instalações de consumidor livre, de central geradora ou de importador/exportador de energia para acesso à rede básica por meio de seccionamento de linha de transmissão pertencente à rede básica; Instalações de agentes de distribuição e de consumidores livres conectados à rede básica; Instalações de agentes de importação/exportação; Reservatórios Início do Processo O processo de integração de uma instalação de transmissão se inicia junto ao ONS após a assinatura do contrato de concessão e a emissão da resolução de autorização. Todavia o processo de integração de uma instalação de geração, de distribuição, de consumidor livre e de importação/exportação se inicia junto ao ONS com a solicitação de acesso.

23 Realização de Estudos Para a integração de instalações ao SIN, o ONS efetua uma série de estudos em conjunto com o agente legalmente responsável pela instalação. Esses estudos visam: Avaliar o impacto da instalação sobre o sistema, feita por meio de estudos préoperacionais; Definir as condições de observabilidade e controlabilidade necessárias à operação da instalação, implantação dos sistemas de comunicação de voz e dados, dos sistemas de supervisão, proteção e controle; Elaborar estudos e definir as condições para a realização das intervenções necessárias ao comissionamento e à conexão das instalações ao SIN; Elaborar instruções de operação e treinamento dos operadores; operacionalização da medição, testes do sistema de supervisão, aprovação, autorização e execução dos testes de comissionamento Liberação para Operação Integrada Para a liberação de uma instalação para operação integrada ao SIN, o ONS, dentro de suas responsabilidades legais, verifica se a integração dessa instalação atende às condições contratuais e aos requisitos estabelecidos incluindo observabilidade e controlabilidade, além de verificar se os testes de comissionamento foram realizados sem restrições. O processo culmina com a emissão de um documento, pelo ONS, que libera a instalação para a operação integrada ao SIN. No caso de integração de instalações de geração, após a emissão desse documento pelo ONS, a ANEEL emite um despacho em que autoriza a entrada em teste e em operação comercial da instalação. Nos demais casos, após a emissão do documento de liberação pelo ONS, as instalações dos agentes estão aptas a entrar em operação comercial Definição da Modalidade de Operação de Usinas O Módulo 26, homologado pela ANEEL através da Resolução Normativa 461/11 de 11/Nov/2011, estabelece os critérios para classificar as usinas segundo a modalidade de operação, que caracteriza o relacionamento operacional do agente com o ONS. As usinas são classificadas segundo uma das três modalidades de operação:

24 Usinas conectadas na rede básica independente da potência líquida injetada no SIN e da natureza da fonte primária; ou Usinas cuja operação hidráulica possa afetar a operação de usinas Tipo I já existentes; ou Tabela 02 Modalidades de Operação das Usinas. Tipo I Tipo II Tipo III Usinas não classificadas como Tipo Usinas, I, mas que afetam os processos de individualmente, planejamento, programação da classificadas operação, operação em tempo real, modalidades normatização, pré-operação e pósoperação. anteriores. As usinas deste grupo são classificadas em dois subgrupos: Tipo II-A e Tipo II-B. Tipo II-A: Usinas Térmicas UTEs não classificadas como Tipo I e que têm Custo Variável Unitário CVU declarado. Tipo II-B: Usinas não classificadas como Tipo I, para as quais se identifica a necessidade de informações ao ONS, para possibilitar a sua representação individualizada nos processos de planejamento, programação da operação, operação em tempo real, normatização, pré-operação e pósoperação. Usinas conectadas fora da rede básica cuja máxima potência líquida injetada no SIN contribua para minimizar problemas operativos e proporcionar maior segurança para a rede de operação não nas A modalidade de operação da usina é definida a partir da avaliação dos impactos verificados tanto na operação eletroenergética do SIN, como também na segurança da rede de operação. 4. Agentes do Setor Elétrico Brasileiro O setor elétrico brasileiro passou por reformas institucionais recentes, ocorridas entre 1995 e Essas reformas culminaram na atual estrutura de funcionamento do setor, mostrado na Figura 05, concebida sob um ideal de equilíbrio institucional entre agentes de governo, agentes públicos e privados.

25 Figura 05 Mapeamento organizacional das instituições que compõem o setor elétrico nacional. Fonte: ABRADEE, Conselho Nacional de Política Energética CNPE O CNPE é um órgão interministerial de assessoramento direto à Presidência da República e foi criado em 1997 com a função é formular políticas e diretrizes de energia destinadas a: Promover o aproveitamento racional dos recursos energéticos do país em conformidade com o disposto na legislação aplicável e com os seguintes princípios: Preservação do interesse nacional; Promoção do desenvolvimento sustentado; Ampliação do mercado de trabalho e valorização dos recursos energéticos; Proteção dos interesses do consumidor quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos;

26 Proteção do meio ambiente e promoção da conservação de energia; Garantia do fornecimento de derivados de petróleo em todo o território nacional; Incremento da utilização do gás natural; Identificação das soluções mais adequadas para o suprimento de energia elétrica nas diversas regiões do país; Utilização de fontes renováveis de energia, mediante o aproveitamento dos insumos disponíveis e das tecnologias aplicáveis; Promoção da livre concorrência; Atração de investimentos na produção de energia; Ampliação da competitividade do País no mercado internacional; Assegurar, em função das características regionais, o suprimento de insumos energéticos às áreas mais remotas ou de difícil acesso do país, submetendo as medidas específicas ao Congresso Nacional; Rever periodicamente as matrizes energéticas aplicadas às diversas regiões do País, considerando as fontes convencionais, alternativas e as tecnologias disponíveis; Estabelecer diretrizes para programas específicos, como os de uso do gás natural, do álcool, de outras biomassas, do carvão e da energia termonuclear; e, Estabelecer diretrizes para a importação e exportação, de maneira a atender às necessidades de consumo interno de petróleo e seu derivados, gás natural e condensado, e assegurar o adequado funcionamento do Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis e o cumprimento do Plano Anual de Estoques Estratégicos de Combustíveis Ministério de Minas e Energia MME O MME é um órgão do Governo Federal, responsável pela condução das políticas energéticas do país e foi criado no ano de Suas principais obrigações incluem a formulação e implementação de políticas para o setor energético, de acordo com as diretrizes definidas pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética). O MME é responsável por estabelecer o planejamento do setor energético nacional, monitorar a segurança do suprimento do Setor Elétrico Brasileiro e definir ações preventivas para restauração da segurança de suprimento no caso de desequilíbrios conjunturais entre oferta e demanda de energia. O MME tem como empresas vinculadas a Eletrobras e a Petrobras, que são de economia mista, mas controladas pelo Governo Federal. Dentre as autarquias vinculadas ao Ministério, estão as Agências Nacionais de Energia Elétrica (ANEEL) e do Petróleo (ANP), e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). As seguintes secretarias fazem parte do MME: Petróleo, gás natural e combustíveis renováveis; Geologia, mineração e transformação mineral; Energia elétrica; Planejamento e desenvolvimento energético.

27 4.3- Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico CMSE O CMSE foi criado em 2004 e é um órgão que funciona sob a coordenação direta do MME, com a função de acompanhar e avaliar a continuidade e a segurança do suprimento elétrico em todo o território nacional. Suas principais atribuições são: Acompanhar o desenvolvimento das atividades de geração, transmissão, distribuição, comercialização, importação e exportação de energia elétrica, gás natural, petróleo e seus derivados; Avaliar as condições de abastecimento e de atendimento de energia elétrica; Realizar periodicamente análise integrada de segurança de abastecimento e atendimento ao mercado de energia elétrica, de gás natural, petróleo e seus derivados, abrangendo os seguintes parâmetros, dentre outros: Demanda, oferta e qualidade de insumos energéticos, considerando as condições hidrológicas e as perspectivas de suprimento de gás e de outros combustíveis; Configuração dos sistemas de produção e de oferta relativos aos setores de energia elétrica, gás e petróleo; e, Configuração dos sistemas de transporte e interconexões locais, regionais e internacionais, relativamente ao sistema elétrico e à rede de gasodutos; Identificar dificuldades e obstáculos de caráter técnico, ambiental, comercial, institucional e outros que afetem, ou possam afetar, a regularidade e a segurança de abastecimento e atendimento à expansão dos setores de energia elétrica, gás natural e petróleo e seus derivados; e, Elaborar propostas de ajustes, soluções e recomendações de ações preventivas ou saneadoras de situações observadas, visando a manutenção ou restauração da segurança no abastecimento e no atendimento eletroenergético, encaminhandoas, quando for o caso, ao CNPE Empresa de Pesquisa Energética EPE Criada em 2004, a EPE é uma empresa pública federal vinculada ao MME, cuja finalidade é prestar serviços na área de pesquisas e estudos destinados a auxiliar o planejamento do setor energético brasileiro. Suas principais atribuições incluem a efetivação de estudos e projeções da matriz energética nacional, a implementação de estudos que propiciem o planejamento integrado de recursos energéticos, desenvolvimento de estudos para o planejamento de expansão da geração e da transmissão de energia elétrica nos horizontes de curto, médio e longo prazos, realização de análises de viabilidade técnico-econômica e socioambiental de usinas, bem como a obtenção da licença ambiental prévia para aproveitamentos hidrelétricos e de transmissão de energia elétrica Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL Constituída em 1997, a ANEEL é uma autarquia em regime especial, vinculada ao MME, com as atribuições de regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, zelando pela qualidade dos serviços prestados, pela universalização do atendimento e pelo estabelecimento das tarifas para

28 os consumidores finais, preservando o equilíbrio econômico e financeiro dos agentes e da indústria. Segundo a própria agência, sua missão... é proporcionar condições favoráveis para que o mercado de energia elétrica se desenvolva com equilíbrio entre os agentes e em benefício da sociedade. Além disso, cabe à ANEEL: Fiscalizar, diretamente ou mediante convênios com órgãos estaduais, as concessões, permissões e serviços de energia elétrica; Implementar as políticas e diretrizes do governo federal relativas à exploração da energia elétrica e ao aproveitamento dos potenciais hidráulicos; Mediar, na esfera administrativa, os conflitos entre os agentes e entre esses agentes e os consumidores; Por delegação do Governo Federal, promover as atividades relativas às outorgas de concessão, permissão e autorização de empreendimentos e serviços de energia elétrica. As alterações institucionais promovidas em 2004 estabeleceram também como responsabilidade da ANEEL, direta ou indiretamente, a promoção de licitações na modalidade de leilão, para a contratação de energia elétrica pelos agentes de distribuição do Sistema Interligado Nacional (SIN) Operador Nacional do Sistema ONS O ONS é uma empresa de direito privado que foi criada em 1998, sob a forma de associação civil sem fins lucrativos, fiscalizada e regulada pela ANEEL, e que tem a incumbência de operar, supervisionar e controlar a geração de energia elétrica no SIN, além de administrar a rede básica de transmissão de energia elétrica no Brasil com o objetivo principal de atender os requisitos de carga, otimizar custos e garantir a confiabilidade do sistema, definindo ainda as condições de acesso à malha de transmissão em alta-tensão do país. As alterações implantadas a partir de 2004 trouxeram maior independência à governança do ONS, através da garantia de estabilidade do mandato de sua diretoria Câmara de Comercialização de Energia Elétrica CCEE Constituída em 2004 como associação civil sem fins lucrativos, a CCEE sucede a Administradora de Serviços do Mercado Atacadista de Energia Elétrica ASMAE, criada em 1999, e o Mercado Atacadista de Energia Elétrica MAE, criado em A CCEE é responsável pela contabilização e pela liquidação financeira no mercado de curto prazo de energia, incumbida do cálculo e da divulgação do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), utilizado para valorar as operações de compra e venda de energia. Dentre as atribuições principais da instituição, incluem-se ainda: Implantar e divulgar regras e procedimentos de comercialização; Fazer a gestão de contratos do Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e do Ambiente de Contratação Livre (ACL); Manter o registro de dados de energia gerada e de energia consumida; Realizar leilões de compra e venda de energia no ACR, sob delegação da ANEEL; Realizar leilões de Energia de Reserva, sob delegação da ANEEL, e efetuar a liquidação financeira dos montantes contratados nesses leilões;

29 Apurar infrações que sejam cometidas pelos agentes do mercado e calcular penalidades; Servir como fórum para a discussão de ideias e políticas para o desenvolvimento do mercado, fazendo a interlocução entre os agentes do setor com as instâncias de formulação de políticas e de regulação Eletrobras A Eletrobras é uma empresa de capital aberto criada em 1962, controlada pelo Governo Federal, e que atua nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Inicialmente, a Eletrobras possuía a incumbência de coordenar todas as empresas do setor elétrico, sendo responsável pelo planejamento e financiamento do sistema elétrico. A partir das reestruturações institucionais ocorridas nas décadas de 1990 e 2000, a responsabilidade da empresa foi reduzida, transferindo atribuições para outras entidades, como a própria ANEEL, o ONS, a CCEE e a EPE. Atualmente, na condição de holding, a Eletrobras controla grande parte dos sistemas de geração e transmissão de energia elétrica do Brasil por intermédio de seis subsidiárias: Chesf, Furnas, Eletrosul, Eletronorte, CGTEE (Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica) e Eletronuclear, também detendo metade do capital de Itaipu Binacional. A Eletrobras também controla o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL) e a Eletrobras Participações S.A. (Eletropar). Na área de distribuição de energia, a Eletrobras atua por meio das empresas Amazonas Energia, Distribuição Acre, Distribuição Roraima, Distribuição Rondônia, Distribuição Piauí e Distribuição Alagoas. A Eletrobras ainda dá suporte a programas estratégicos do governo, como o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA), o Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica (Luz para Todos) e o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL). A empresa também gerencia fundos setoriais como a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), a Reserva Global de Reversão (RGR) e a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) Agentes de Geração Os agentes de geração são empresas públicas ou privadas responsáveis pela geração propriamente dita de energia elétrica, seja ela a partir de fontes hídricas, térmicas, nucleares ou de outros tipos. Os Agentes de Geração podem ser classificados em: Concessionários de Serviço Público de Geração: agente titular de serviço público federal delegado pelo poder concedente mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas para exploração e prestação de serviços públicos de energia elétrica. Produtores Independentes de Energia Elétrica (PIE): são agentes individuais ou reunidos em consórcio que recebem concessão, permissão ou autorização do poder concedente para produzir energia elétrica destinada à comercialização por sua conta e risco. Autoprodutores (AP): são agentes com concessão, permissão ou autorização para produzir energia elétrica destinada a seu uso exclusivo, podendo comercializar eventual excedente de energia, desde que autorizado pela ANEEL.

30 4.10- Agentes de Transmissão No Brasil, existem 77 concessionárias dos serviços de transmissão de energia elétrica, públicas e privadas, responsáveis pela conexão dos geradores aos grandes consumidores ou às empresas distribuidoras. Estas empresas são reguladas pela ANEEL, que fixa a receita permitida a cada uma delas a partir de processos de revisão e reajuste tarifários. As concessões são disputadas em leilões públicos coordenadas pela Aneel. O ganhador do leilão é quem se dispõe a construir e operar o empreendimento de transmissão (LT ou SE) em troca da menor receita anual permitida (REP) Agentes de Distribuição Entre empresas públicas e privadas, existem 63 distribuidoras de energia elétrica no Brasil, sendo que cada uma atua em uma área de concessão exclusiva (monopólio geográfico). As distribuidoras, as quais possuem concessão do poder concedente, são reguladas pela ANEEL, que fixa as tarifas de fornecimento aos consumidores cativos, as tarifas de uso da rede aos geradores e consumidores livres, bem como os indicadores de qualidade e continuidade do serviço, a partir de processos de revisão e reajuste tarifários. Além das empresas concessionárias, existem também as permissionárias do serviço de distribuição, geralmente caracterizadas por cooperativas de eletrificação rural de pequeno porte Agentes de Comercialização Os agentes de comercialização são empresas que possuem autorização ou permissão para realização de operações de compra e venda de energia elétrica na CCEE. Existem mais de 100 agentes de comercialização de energia elétrica no Brasil, muitos deles atuando como intermediários entre usinas geradoras e consumidores livres. Assim, cada agente de mercado possui uma classe e uma categoria de atuação, autorizada pelo órgão regulador, conforme apresentado abaixo na tabela 03: Tabela 03 Classes dos agentes de mercado. Fonte: Adaptado de Cuberos, Categoria Classe Geradores Geração Produtores independentes Autoprodutores Distribuidores Distribuição Consumidores livres Comercializadores Comercialização Importadores / Exportadores A Figura 06 mostra a complexa rede de instituições e agentes que desempenham diferentes funções no setor elétrico brasileiro.

31 Figura 06 Principais instituições do atual modelo setorial. Fonte: ONS, A Geração e a Comercialização da Energia A energia elétrica é gerada por vários agentes independentes, na maioria das vezes conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Tal energia trafega pelas redes de transmissão e/ou distribuição até chegar aos consumidores finais, e não pode ser armazenada de forma viável, mas sim consumida instantaneamente, sem sobras ou déficits físicos. O lado econômico-financeiro do mercado de energia elétrica envolve fundamentalmente os agentes de geração, comercialização, importação e exportação, as distribuidoras e, claro, os consumidores. No Brasil, atualmente, existem três classes de consumidores. São elas: Consumidor cativo: é aquele que não pode comprar energia elétrica diretamente, senão por meio da empresa distribuidora de sua localidade. Nesta categoria, estão todos os clientes de baixa tensão e a maioria dos consumidores de média tensão. Consumidor livre: é aquele consumidor que pode optar por comprar energia diretamente no chamado mercado livre. Esse consumidor deve ter demanda mínima de 3 MW, em qualquer nível de tensão. Consumidor especial: é o consumidor que também pode negociar energia no mercado livre, desde que a adquira de fontes incentivadas, como biomassa, PCH e solar. Para que o consumidor possa ser enquadrado como especial, sua demanda deve ser igual ou superior a 500 kw. Em alguns países da Europa, por exemplo, até mesmo os consumidores de baixa tensão podem comprar energia elétrica no mercado livre, muitas vezes optando por pagar mais caro pela aquisição de montantes de energia que provenham de fontes renováveis, como a solar e a eólica. No Brasil, o limite mínimo de demanda para tornarse um consumidor livre restringe esse mercado apenas aos grandes consumidores.

32 No novo modelo, instituído em 2004, todos os consumidores devem ter 100% de sua energia contratada, o que significa que precisam ter contratos bilaterais de suprimento de energia para horizontes de curto, médio e longo prazos. No caso dos consumidores cativos, quem tem a obrigação de contratação de sua energia é a distribuidora local, o que acaba por efetivar as garantias para o financiamento da expansão do sistema. Da parte dos geradores, comercializadores, importadores e exportadores de energia, a venda dos montantes ofertados deve ser lastreada pela garantia física das usinas fornecedoras em primeira instância. O lastro de energia de cada empreendimento de geração é calculado pela EPE e disciplinado pelo MME. Uma questão importante que torna o setor elétrico distinto dos demais mercados é a diferença entre a geração e consumo físicos e a compra e venda contratual ou contábil de energia. Por haver um planejamento e operação centralizados, o despacho físico das usinas é realizado almejando-se o menor custo total, sem levar em consideração os montantes contratados por cada usina. 6. O Modelo de Comercialização da Energia Com o objetivo de garantir a modicidade tarifária e a segurança do suprimento de energia elétrica, por meio da expansão planejada de novos empreendimentos de geração, o novo modelo de contratação de energia, instituído em 2004, segmentou o mercado em ambientes distintos para a contratação de energia elétrica: o ambiente de contratação regulada (ACR) e o ambiente de contratação livre (ACL). No ACR participam apenas as distribuidoras, que representam os consumidores cativos. No ACL, por sua vez, participam os consumidores livres e também os consumidores especiais. Como já mencionado, seja por meio dos leilões regulados ou pela livre negociação, 100% da energia consumida no país deve estar contratada, não havendo exposição dos agentes ao risco da não cobertura contratual. No entanto, devido às naturezas distintas da geração física efetiva e de sua comercialização financeira e contábil, existem diferenças entre os montantes contratados e os efetivamente realizados. Essas diferenças, que também valem para geradores e consumidores, são resolvidas financeiramente no chamado Mercado de Curto Prazo, no qual atua o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). Todas as sobras e déficits entre o que foi contratado e efetivamente verificado são liquidados a esse preço, que é calculado pela CCEE a partir de modelos matemáticos de otimização, os mesmos usados pelo ONS para o despacho otimizado das usinas. Por exemplo, caso um consumidor tenha usado, em determinado mês, mais do que tinha contratado de energia, deverá comprar a diferença ao preço de curto prazo, no caso o PLD. Da mesma forma, caso tenha consumido menos que o contratado, deverá vender o excedente ao PLD. Para os agentes de geração, embora esse processo ocorra de forma semelhante, o montante a ser liquidado depende do tipo de usina. Se hidrelétrica, tratar-se-á da energia alocada 1, e não da energia efetivamente fornecida. A Figura 07 ilustra o fluxo adotado nos ambientes para contratação de energia. 1 Energia alocada refere-se ao Mecanismo de Realocação de Energia (MRE). Nesse mecanismo, os geradores hidrelétricos participam de um pool de realocação de sobras e déficits. O objetivo do pool é reduz o risco de exposição das hidrelétricas aos preços de curto prazo.

33 Figura 07 Ambientes de contratação. Fonte: Cuberos, O Preço de Liquidação das Diferenças PLD O PLD não é um preço resultante direto das forças econômicas de oferta e demanda por energia, mas sim calculado semanalmente pela CCEE, para cada nível de carga e para cada submercado do sistema interligado, considerando o contexto particular do sistema hidrotérmico brasileiro. Esse cálculo é realizado por meio dos mesmos modelos usados pelo ONS no processo de despacho otimizado. Como resultado de um modelo de otimização, o PLD emula o Custo Marginal de Operação (CMO), usado como aproximação do preço teórico de equilíbrio no mercado de energia. A ideia é que, em situações de restrição de oferta de energia, como, por exemplo, nos períodos hidrologicamente secos, o PLD seja alto, refletindo um alto CMO. Ao contrário, em cenários de ampla oferta, como nos períodos úmidos, o PLD seria baixo, indicando que novas demandas incrementais seriam supridas com tranquilidade por todo o conjunto das usinas geradoras. 8. O Ambiente de Contratação Regulada ACR Como o consumidor cativo não pode adquirir energia elétrica diretamente do gerador, a comercialização de sua energia ocorre sempre por intermédio da distribuidora, que é seu fornecedor em última instância. No Ambiente de Contratação Regulada (ACR), também conhecido como Mercado Regulado, empresas com mercado maior que 500 GWh por ano são obrigadas a adquirir energia elétrica por meio de leilões regulados pela ANEEL e promovidos CCEE. Para as distribuidoras menores, a participação é facultativa, pois podem continuar a ser atendidas pela sua supridora tradicional, que em muitos casos são as próprias distribuidoras maiores. Os leilões regulados têm por objetivo emular a competição entre os agentes de geração para o atendimento do mercado varejista de energia. A dinâmica dos leilões torna ganhadores aqueles empreendimentos que, somados, supram a quantidade de energia demandada pelas distribuidoras aos menores preços ofertados. A compra e a

34 venda dessa energia são formalizadas por meio de contratos denominados Contratos de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado (CCEAR), que podem ter prazos diferentes de duração, dependendo do leilão. Além dos leilões, as distribuidoras têm também outras formas de compra de energia elétrica, como, por exemplo, pela chamada Geração Distribuída (GD), que consiste na contratação de usinas de pequeno porte conectadas a redes de distribuição. Essa energia pode ser contratada diretamente pelas distribuidoras até o limite máximo de 10% de sua carga total, devendo seguir ritos públicos como os certames da ANEEL. Elas ainda adquirem energia de usinas que produzem eletricidade a partir de fontes alternativas incentivadas pelo governo (eólicas, pequenas centrais hidrelétricas-pch e termelétricas movidas à biomassa), que são contratadas no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA) Tipos de Contratos no ACR Contratos de Geração Distribuída Os Contratos de Geração Distribuída são contratos de compra e venda de energia elétrica precedidos de chamada pública promovida pelo agente distribuidor. A energia elétrica que é objeto desse tipo de contratação provem de empreendimentos de agentes concessionários, permissionários ou autorizados conectados diretamente no sistema elétrico de distribuição do comprador com exceção da energia proveniente de empreendimentos indicados no art. 14 do Decreto nº 5.163/ Contratos de Ajuste Os Contratos de Leilão de Ajuste têm por objetivo complementar a carga de energia necessária ao atendimento da totalidade do mercado consumidor das concessionárias de distribuição, até o limite de 1% dessa carga, com prazo de suprimento até dois anos. Os leilões de ajuste são realizados para corrigir alguns desvios naturais em relação às previsões efetuadas para os outros leilões. Este tipo de leilão permite a adequação da contratação de energia pelas distribuidoras Contratos do Proinfa O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa), coordenado pelo Ministério de Minas e Energia e gerenciado pela Eletrobras, surgiu com o objetivo de ser um instrumento para a diversificação da matriz energética nacional, garantindo maior confiabilidade e segurança ao abastecimento. Toda a energia produzida pelos participantes do programa pequenas centrais hidrelétricas (PCH), usinas eólicas e usinas de biomassa tem garantia de contratação pela Eletrobras por 20 anos. Assim, os contratos do Proinfa representam os montantes comercializados pela Eletrobras na CCEE, tendo como vendedoras as usinas participantes do Proinfa e como compradoras as concessionárias de distribuição de energia, consumidores livres e especiais e autoprodutores adquirentes da quota-parte deste programa.

35 Contratos de Itaipu A energia produzida pela usina de Itaipu é comercializada no âmbito da CCEE pela Eletrobras por meio de contratos registrados no SCL para representar os efeitos da energia comercializada pela usina Itaipu Binacional e destinada aos agentes detentores de quotas-parte da usina (distribuidoras) CER O mecanismo de contratação da energia de reserva foi criado para aumentar a segurança no fornecimento de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN), com energia proveniente de usinas especialmente contratadas para esta finalidade - seja de novos empreendimentos de geração ou de empreendimentos existentes. A energia de reserva é contabilizada e liquidada exclusivamente no mercado de curto prazo da CCEE. Sua contratação é viabilizada por meio dos Leilões de Energia de Reserva. Esta modalidade de contratação é formalizada por meio de dois contratos: o CER e o Conuer. Os Contratos de Energia de Reserva (CER) são firmados entre os agentes vendedores nos leilões e a CCEE, na condição de representante dos agentes de consumo, tanto do ACR como do ACL Conuer Os Contratos de Uso de Energia de Reserva (Conuer) são celebrados entre a CCEE e os agentes de consumo do ACR e do ACL distribuidores, autoprodutores na parcela consumida do SIN e consumidores livres e consumidores especiais, em decorrência dos Contratos de Energia de Reserva (CER) CCEAR O Contrato de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado (CCEAR) é um contrato bilateral de compra e venda de energia elétrica e respectiva potência associada, celebrado entre o agente vendedor e o agente de distribuição no âmbito do Ambiente de Contratação Regulada (ACR), como decorrência dos leilões de energia elétrica proveniente de empreendimentos de geração existentes e de novos empreendimentos. Os CCEAR são especificados por meio dos editais publicados para cada leilão, contendo cláusulas e condições fixas, que não são passíveis de alteração pelos agentes. Após a assinatura pelos agentes vendedores e compradores, os CCEAR são registrados pela CCEE no Sistema de Contabilização e Liquidação - SCL, para que possam ser considerados no processo de contabilização e liquidação financeira. Existem duas modalidades de CCEAR: CCEAR por Quantidade - os riscos hidrológicos da operação energética são assumidos integralmente pelos geradores, cabendo a eles todos os custos referentes ao fornecimento da energia contratada, devendo existir mecanismos específicos para o rateio dos riscos financeiros decorrentes de diferenças de preços entre submercados e eventualmente impostos aos agentes de distribuição que celebrarem contratos nessa modalidade.

36 CCEAR por Disponibilidade - os custos decorrentes dos riscos hidrológicos serão assumidos pelos agentes compradores (distribuidoras), e eventuais exposições financeiras no Mercado de Curto Prazo, positivas ou negativas, serão assumidas pelas distribuidoras, com repasse ao consumidor final, conforme mecanismo definido pela Aneel. 9. Energia Nova e Energia Existente Os leilões são divididos de acordo com o tipo de empreendimento: se novo ou existente. Os chamados leilões de energia existente são aqueles destinados a atender as distribuidoras no ano subsequente ao da contratação (denominado A-1) a partir de energia proveniente de empreendimentos em operação. Já os leilões de energia nova destinam-se à contratação de energia proveniente de usinas em projeto ou em construção, que poderão fornecer energia em 3 (denominado A-3) ou 5 (A-5) anos a partir da contratação. Esta segmentação é necessária porque os custos de capital dos empreendimentos existentes não são comparáveis aos de empreendimentos novos, ainda a ser amortizados. Deve-se observar também que após o advento da Lei de 2013, parte considerável da energia velha, proveniente de empreendimentos hidroelétricos com mais de trinta anos, passou a ser comercializada com preços regulados pela ANEEL e com montantes contratados pelo regime de cotas nas distribuidoras. Com efeito, esses agentes passaram a não poder mais participar dos leilões do ACR. 10. Contratos por Quantidade e por Disponibilidade Os contratos resultantes dos leilões podem ser de duas modalidades diferentes: por quantidade ou por disponibilidade. Os contratos por quantidade preveem o fornecimento de um montante fixo de energia a um determinado preço. Nesta modalidade, geralmente utilizada para a contratação de energia hidráulica, os geradores estão sujeitos a riscos de sobras ou déficits de energia, liquidados ao PLD, sendo que esses riscos são minimizados pelo chamado Mecanismo de Realocação de Energia (MRE). Esse mecanismo realoca montantes de energia gerados entre as usinas participantes, reduzindo o risco de exposição de agentes individuais. Os contratos por disponibilidade, por sua vez, são destinados à contratação de usinas termelétricas, e preveem uma remuneração fixa ao agente gerador, independente do que for efetivamente gerado. Nesses contratos, a parcela fixa é destinada à cobertura dos custos fixos para a disponibilização da usina ao sistema, que pode ou não ser despachada por conta das condições hidrológicas do sistema interligado. Todavia, quando essas usinas são despachadas, as distribuidoras devem pagar os custos variáveis relativos ao uso do combustível, que serão repassados aos consumidores no momento do reajuste tarifário. O objetivo dos contratos por disponibilidade é garantir a segurança do sistema hidrotérmico. Caso as condições hidrológicas sejam desfavoráveis, como em períodos excessivamente secos, essas usinas podem ser solicitadas a despachar sua energia, reduzindo o risco do déficit de oferta do sistema como um todo. Ao contrário, quando as condições hidrológicas são favoráveis, essas usinas são deixadas em estado de espera.

37 11. Leilões Tabela 04 Tipos de leilões e objetivos. Tipos Objetivo Complementam os contratos de energia nova para cobrir 100% da carga das distribuidoras de Leilões de Energia Existente (LEEs) energia. Seu objetivo é recontratar periodicamente a energia existente Específicos para contratar energia de fontes Leilões de Fontes Alternativas (LFAs) alternativas (biomassa, pequenas hidrelétricas, eólica e solar). Aumentar a segurança e a garantia de Leilões de Energia de Reserva (LERs) fornecimento de energia elétrica do País. Dar chance de competição aos novos Leilões de Energia Nova (LENs) empreendimentos 12. O Ambiente de Contratação Livre O Ambiente de Contratação Livre (ACL), também conhecido como Mercado Livre, é o ambiente onde se realizam as operações de compra e venda de energia elétrica por meio de contratos bilaterais entre consumidores livres, comercializadores, importadores, exportadores de energia e geradores, sendo que as condições, preços e volumes são livremente negociados. Os contratos no ACL são denominados Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente Livre (CCEAL). Todos os consumidores acima de 3 MW e conectados a níveis de tensão acima de 69 kv podem tornar-se consumidores livres e negociar seus contratos de fornecimento de energia diretamente com geradores e atacadistas sempre respeitando a regra de estar 100% contratados. Consumidores especiais (entre 0,5 MW e 3 MW) também podem negociar no ACL, comprando energia exclusivamente de fontes incentivadas de energia, como, por exemplo, PCH, usinas de biomassa, eólicas e solares. Atualmente, existem aproximadamente consumidores livres, especiais e autoprodutores registrados na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), cuja carga corresponde a aproximadamente 27% do consumo total do Sistema Interligado Nacional (SIN). Como ocorre no mercado regulado, o consumidor livre também deve apresentar cobertura (lastro contratual) para o atendimento de 100% de seu consumo de energia. Essa constatação é realizada mensalmente com base nos dados de consumo verificado e contratos de compra dos últimos doze meses. Como já mencionado, tal garantia é requerida com o objetivo de reduzir os riscos de exposição dos agentes às condições de curto prazo. Os agentes geradores, entre eles concessionárias de serviço público de geração, produtores independentes de energia e autoprodutores, além de comercializadores, podem, com algumas exceções, vender energia elétrica nos dois ambientes (ACL ou ACR), mantendo o caráter competitivo da geração. Todos os contratos de compra e venda de energia elétrica realizados no mercado livre devem ser registrados na CCEE, sendo informados os montantes acordados, prazos de entrega e preços. Todavia, os preços dos contratos não são publicados pela CCEE, que os utiliza com o objetivo de calcular o preço médio para fins de acompanhamento do mercado. Caso o consumidor livre esteja conectado ao sistema de transmissão, deverá pagar, além do contrato de energia livremente negociado com seu supridor, os custos de

38 uso do sistema de transmissão por meio da Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST). Da mesma forma, caso o consumidor livre esteja conectado ao sistema de distribuição, independente do seu contrato de energia, deverá arcar com os custos de uso do sistema de distribuição por meio da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD). Quando um consumidor potencialmente livre migra do mercado cativo para o mercado livre, desde que permaneça conectado no mesmo nível de tensão, suas despesas com o pagamento da TUSD permanecem as mesmas, acomodando tratamento isonômico, no que se refere aos custos de transporte, entre consumidores livres e cativos. Nas figuras 08 e 09 é possível compreender bem a participação de consumidores com relação ao tipo de energia utilizada e a participação do mercado livre com relação ao cativo. Figura 08 Consumidores e Fontes de Energia. Fonte: QG Renováveis, Figura 09 Participação do Mercado Livre (em MW médios) com relação ao cativo. Fonte: QG Renováveis, Tipos de Contrato no ACL CCEI O Contrato de Compra de Energia Incentivada (CCEI) tem como objeto a compra e venda de energia elétrica entre agentes de geração de energia elétrica a partir de fontes incentivadas e comercializadores ou consumidores especiais.

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