Marcos Soares da Mota e Silva

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1 Marcos Soares da Mota e Silva Pós-graduado em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET) e em Direito Processual Tributário pela Universidade de Brasília (UnB). Graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Professor de Direito Tributário e Direito Constitucional no Centro de Estudos Alexandre Vasconcellos (CEAV), Universidade Estácio de Sá, Faculdade da Academia Brasileira de Educação e Cultura (Fabec) e em preparatórios para concursos públicos. Atua como auditor fiscal da Receita Federal.

2 Da nacionalidade, dos direitos políticos e dos partidos políticos Nacionalidade Nacionalidade é o vínculo jurídico-político de Direito Público interno que faz da pessoa um dos elementos componentes da dimensão do Estado (MI- RANDA, 1970, p. 352). Cada Estado tem liberdade para dizer quais são os seus nacionais. A Constituição Federal dispõe sobre o tema em seu artigo 12, mas antes da leitura deste artigo é importante falar deste tema em termos doutrinários. Espécies de nacionalidade A nacionalidade pode ser primária (originária) ou secundária (adquirida). A nacionalidade primária decorre de um fato natural, o nascimento, a partir do qual, conforme os critérios adotados pelo Estado (sanguíneos ou territoriais) será estabelecida. Trata-se de uma aquisição involuntária de nacionalidade, resultante do simples nascimento ligado a um critério estabelecido pelo Estado. A nacionalidade secundária é a que se adquire por ato de vontade, depois do nascimento (em regra, pela naturalização). Critérios de atribuição de nacionalidade São dois os critérios mais importantes para a atribuição da nacionalidade primária: o que leva em consideração a origem sanguínea (ius sanguinis) e o que leva em conta a origem territorial (ius solis). De acordo com o critério ius sanguinis, será nacional todo aquele que for filho de nacionais, independentemente do local de nascimento. Pelo critério ius solis será atribuída a nacionalidade a quem nasce no território do Estado de que se trata, independentemente da nacionalidade dos ascendentes. Cada Estado, normalmente, estabelece um ou outro critério levando em consideração características relativas à migração populacional: em regra os 123

3 Estados de emigração preferem o critério ius sanguinis, já os Estados de imigração costumam adotar o critério ius solis. Brasileiros natos Vejamos o que diz a CF sobre os brasileiros natos. Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; [...] A alínea a traz um caso de utilização do critério ius solis, considerando nato o nascido no território brasileiro, independentemente da nacionalidade dos seus pais. Todavia, o legislador constituinte estabeleceu uma exceção ao excluir da nacionalidade brasileira os filhos de pais estrangeiros que estejam a serviço de seu país. Nesse caso, deve ser adotado o critério ius sanguinis, combinado com o fato de o pai ou a mãe estar a serviço de seu país. Verifica-se que são dois os requisitos para o afastamento do critério ius solis: ambos os pais estrangeiros; pelo menos um deles estar a serviço de seu país de origem. Se os pais estiverem no Brasil por sua própria vontade, ou a serviço de um terceiro país que não o seu de origem, o filho nascido aqui será brasileiro nato. A alínea b traz o critério ius sanguinis, combinado com um requisito adicional, que é a necessidade de que o pai ou a mãe brasileiros (ou ambos) estejam a serviço da República Federativa do Brasil (critério funcional). 124

4 Verifica-se, portanto, que são dois os requisitos: ser filho de pai brasileiro ou mãe brasileira; Da nacionalidade, dos direitos políticos e dos partidos políticos o pai ou a mãe (ou ambos) estarem a serviço da República Federativa do Brasil, que pode ser qualquer serviço público prestado pela Administração direta ou indireta da União, dos Estados, do DF ou dos Municípios. Quanto à alínea c, cabe registrar que o texto original da Constituição previa como brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que fossem registrados na repartição competente. Essa hipótese foi suprimida pela Emenda Constitucional de Revisão 3/94. Com a Emenda Constitucional 54/2007 voltou a ser adotado o critério do ius sanguinis adicionado a um requisito específico, que é a necessidade de registro em repartição brasileira competente (embaixada ou consulado), independentemente de qualquer outro procedimento posterior. A alínea c traz ainda uma outra hipótese, chamada pela doutrina de nacionalidade potestativa. Adotou-se o critério ius sanguinis, exigindo-se, porém, vínculo com o território brasileiro e expressa manifestação de vontade do interessado (opção pela nacionalidade brasileira). São, portanto, cinco os requisitos exigidos: nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira; pai brasileiro e mãe brasileira que não estejam a serviço do Brasil (pois se estivessem, o filho seria, de pronto, brasileiro nato, por enquadramento na alínea b ); não ter sido registrado na repartição brasileira competente; vir, a qualquer tempo, a residir no Brasil; opção, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. Por fim, cabe destacar que a alínea c do artigo 12, inciso I, da Constituição refere-se a uma hipótese de nacionalidade originária e não de nacionalidade adquirida, é apenas um caso de opção confirmativa feita posteriormente. 125

5 Brasileiros naturalizados Vejamos, agora, o que diz a CF sobre os brasileiros naturalizados. Art. 12. São brasileiros: [...] II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. A CF prevê a aquisição da nacionalidade secundária por meio da naturalização, mediante a manifestação de vontade do interessado. A naturalização é, portanto, um meio derivado de aquisição de nacionalidade, que permite ao estrangeiro assumir a nacionalidade do país em que se encontra, desde que preencha os requisitos previstos para tal. De acordo com a doutrina majoritária, como regra, não há direito subjetivo à obtenção da naturalização. A plena satisfação das condições e requisitos não assegura ao estrangeiro, em princípio, o direito à nacionalização. A concessão da nacionalidade brasileira é ato de soberania nacional, discricionário do chefe do Poder Executivo (presidente da República). A naturalização pode ser tácita ou expressa. A naturalização tácita ocorre quando é adquirida independentemente de manifestação expressa do naturalizando, em função das regras jurídicas de nacionalização adotadas por determinado Estado. A naturalização expressa, por sua vez, depende de requerimento do interessado, demonstrando sua intenção de adquirir nova nacionalidade. A Constituição Federal de 1988 só contempla hipóteses de naturalização expressa, ou seja, que dependem de manifestação de vontade expressa do interessado. A Constituição de 1891 previa uma hipótese de naturalização tácita. Em seu artigo 69, 4.º, estabelecia serem cidadãos brasileiros os estrangeiros que, achando-se no Brasil, em 15 de novembro de 1889, não declarassem, dentro de seis meses depois de entrar em vigor a Constituição, o ânimo de conservar a nacionalidade de origem. 126

6 São duas as espécies de naturalização expressa (CF, art. 12, II): a ordinária, pela qual são considerados brasileiros naturalizados os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; A naturalização ordinária é concedida aos estrangeiros, residentes no país, que cumpram os requisitos previstos na lei (Lei 6.815/80) brasileira de naturalização (capacidade civil, visto permanente no país, saber ler e escrever em português, exercício de profissão etc.). Dos estrangeiros originários de países de língua portuguesa (Portugal, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Açores, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Goa, Damão, Diu, Macau e Timor Leste) somente são exigidos dois requisitos: residência no Brasil por um ano ininterrupto; idoneidade moral. Na nacionalização ordinária, a simples satisfação dos requisitos não assegura ao estrangeiro a nacionalidade brasileira, uma vez que a concessão é ato discricionário do chefe do Poder Executivo. a extraordinária, por meio da qual são considerados brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. São três os requisitos para aquisição da naturalização extraordinária: residência ininterrupta no Brasil há mais de 15 anos; ausência de condenação penal; requerimento do interessado. Nessa espécie de naturalização, ao contrário da ordinária, a maior parte da doutrina entende que não há discricionariedade para o chefe do Poder Executivo, tendo o interessado direito subjetivo à nacionalidade brasileira, desde que preenchidos os pressupostos. Cumpridos os 15 anos de residência no Brasil, sem condenação penal e efetivado o requerimento, o chefe do Poder Executivo não poderia negar a naturalização. 127

7 Portugueses equiparados A Constituição dá tratamento favorecido aos portugueses residentes no Brasil, ao dispor que Art. 12. [...] 1.º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. São dois os pressupostos para que os portugueses possam gozar dos direitos de brasileiro naturalizado: que tenham residência permanente no Brasil; que haja reciprocidade, ou seja, que o ordenamento jurídico português outorgue a brasileiro o mesmo direito requerido. O legislador constituinte confere aos portugueses aqui residentes os direitos do brasileiro naturalizado (e não de brasileiro nato), se houver reciprocidade de tratamento em favor dos brasileiros em Portugal. Não se trata de concessão aos portugueses da nacionalidade brasileira. Os portugueses residentes no Brasil continuam portugueses, o que acontece é que recebem direitos que somente poderiam ser concedidos aos brasileiros naturalizados. Tratamento diferenciado entre brasileiro nato e naturalizado Art. 12. [...] 2.º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. 3.º São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; 128

8 VI - de oficial das Forças Armadas; VII - de Ministro de Estado da Defesa. A Constituição Federal, em seu artigo 12, 2.º, impõe que a lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiro nato e naturalizado. Os únicos casos de tratamento diferenciado permitidos são aqueles expressamente constantes do texto constitucional, que são: cargos: são privativos de brasileiro nato os cargos de presidente da República e vice-presidente da república, presidente da Câmara dos Deputados, presidente do Senado Federal, ministro do Supremo Tribunal Federal, carreira diplomática, oficial das Forças Armadas e de ministro de Estado de Defesa (CF, art. 12, 3.º); função no Conselho da República: no Conselho da República foram reservadas seis vagas a cidadãos brasileiros natos (CF, art. 89, VII); extradição: o brasileiro nato não pode ser extraditado, o que pode ocorrer com o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei (CF, art. 5.º, LI); direito de propriedade: o brasileiro naturalizado há menos de dez anos não pode ser proprietário de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens (CF, art. 222). Perda da nacionalidade Art. 12. [...] 4.º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. A perda da nacionalidade só poderá ocorrer nos casos expressamente previstos na Constituição, não pode o legislador ordinário ampliar estas hipóteses. 129

9 De acordo com o disposto no parágrafo 4.º do artigo 12 da CF, será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional. Aqui serão dois os requisitos para que o brasileiro naturalizado perca sua nacionalidade: prática de atividade nociva ao interesse nacional; cancelamento por sentença judicial transitada em julgado. adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira ou de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. Nestes segundo caso a perda da nacionalidade é voluntária e aplicável tanto a brasileiros natos quanto aos naturalizados. A Constituição, todavia, estabelece duas exceções, ou seja, situações em que é admitida a dupla nacionalidade: reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira: não perderá a nacionalidade o brasileiro que teve reconhecida outra nacionalidade por Estado estrangeiro, originariamente, em virtude de adoção do critério ius sanguinis. De acordo com Alexandre de Moraes (2009, p. 225), [...] é o caso da Itália, que reconhece aos descendentes de seus nacionais a cidadania italiana. Os brasileiros descendentes de italianos que adquirem aquela nacionalidade, por meio do simples processo administrativo, não perderão a nacionalidade brasileira, uma vez que se trata de mero reconhecimento de nacionalidade originária italiana, em virtude de vínculo sanguíneo. Ostentarão, pois, dupla nacionalidade. imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. Neste caso, o brasileiro não perde a nacionalidade brasileira, porque a aquisição da segunda nacionalidade não se deu em razão de manifestação de sua vontade, mas de imposição do Estado estrangeiro. Em outras palavras, o indivíduo não desejava renunciar à nacionalidade brasileira, mas, por força da norma estrangeira, se vê praticamente obrigado a adquirir a nacionalidade estrangeira, para exercer direitos civis. 130

10 Direitos políticos De acordo com José Afonso da Silva (2003, p. 347): Da nacionalidade, dos direitos políticos e dos partidos políticos [...] os direitos políticos positivos consistem no conjunto de normas que asseguram o direito subjetivo de participação no processo político e nos órgãos governamentais. Eles garantem a participação do povo no poder de dominação política por meio das diversas modalidades de direito de voto nas eleições, direito de elegibilidade (direito de ser votado), direito de voto nos plebiscitos e referendos, assim como por outros direitos de participação popular, como o direito de iniciativa popular, o direito de propor ação popular e o direito de organizar e participar de partidos políticos. A Constituição Federal trata deste tema no artigos 14 a 16. Vejamos o disposto no artigo 14, in verbis: Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. O voto é o exercício do direito de sufrágio. Por meio do sufrágio universal, o cidadão pode eleger ou ser eleito, participando da democracia representativa. Difere do sufrágio restrito, que pode ser capacitário ou censitário. Plebiscito: é uma forma de consulta popular prévia à deliberação do Congresso Nacional (CF, art. 14, I). É realizado por convocação do Congresso Nacional, podendo ainda ser determinado pela própria Constituição (CF, art. 18, 3.º e 4.º e ADCT, art. 2.º). É regulamentado pela Lei 9.709, de 18/11/1998. Referendo: é uma forma de consulta popular posterior à manifestação do Congresso Nacional, autorizada pelo próprio Congresso Nacional. É regulamentado pela Lei 9.709, de 18/11/98 (CF, art. 14, II). Iniciativa popular de lei: é uma proposta de lei sem intermediação de membro do Poder Legislativo, preenchidos os requisitos do artigo 61, 2.º, da CF. É regulamentada pela Lei 9.709, de 18/11/98. O alistamento Art. 14. [...] 1.º O alistamento eleitoral e o voto são: 131

11 I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II - facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. 2.º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros maiores de dezoito anos e menores de setenta anos, alfabetizados e não militares conscritos (aqueles que estão prestando o serviço militar obrigatório). Por outro lado, tanto o alistamento eleitoral quanto o voto são facultativos para os analfabetos, os maiores de 70 anos e os maiores de 16 e menores de 18 anos. O parágrafo 2.º enumera os casos de impedimento de alistamento eleitoral. Condições de elegibilidade Art. 14. [...] 3.º São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice- -Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. 132

12 A Constituição expressou seis requisitos taxativos para alguém poder ser eleito. Desta forma, só poderá concorrer a um mandato eletivo, no Poder Legislativo ou no Poder Executivo, quem preencher as condições de elegibilidade ali previstas. Inelegibilidades Art. 14. [...] 4.º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. Inelegibilidades são impedimentos à candidatura dos candidatos que se impõem aos analfabetos e aos inalistáveis. O conceito de inalistável deve ser regulamentado pela lei. Reeleição Art. 14. [...] 5.º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. O parágrafo 5.º do artigo 14 traz alguns impedimentos existentes apenas em relação aos cargos da Chefia do Poder Executivo, seja no âmbito federal, dos Estados, Municípios e Distrito Federal. Desincompatibilização Art. 14. [...] 6.º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. Este inciso trata da hipótese de inelegibilidade relativa por motivo funcional. Para concorrerem a outro cargo eletivo, que não o atual, os chefes do Executivo deverão renunciar até seis meses antes da data da eleição. 133

13 Inelegibilidade reflexa Art. 14. [...] 7.º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. O território de jurisdição (a doutrina prefere circunscrição, uma vez que jurisdição é uma função monopolizada pelo Poder Judiciário) do titular é a área física em que esse exerce poder. Desta forma, o território do presidente da República é todo o país; o do governador, o respectivo estado; e o do prefeito, o município. A súmula vinculante 18 estabelece que a dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no 7.º do artigo 14 da CF. Situação do militar Art. 14. [...] 8.º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. O militar pode candidatar-se em pleitos eleitorais. Porém a sua condição específica exige a observância dos dois requisitos previstos nos incisos I e II do 8.º do artigo 14. Lei de Inelegibilidades (LC 64/90) Art. 14. [...] 9.º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na Administração direta ou indireta. 134

14 A Lei de Inelegibilidades Lei Complementar 64/90, alterada pela LC 81/94, foi editada para regulamentar o artigo 14, 9.º, da CF. A inscrição do candidato poderá sofrer impugnação caso haja comprovação de violações à moralidade administrativa. Por isso, exige-se uma conduta proba, íntegra, honesta e justa. O dispositivo exige, ainda, a normalidade e a legitimidade das eleições. Por tal motivo, o processo eletivo deverá correr em ambiente longe de abalos e escândalos. Além disso, o uso da riqueza para fins eleitorais também foi vedado, assim como a influência, os abusos de cargo, função ou emprego público, tanto na administração direta como na indireta. Ação de impugnação de mandato eletivo Art. 14. [...] 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. O 10 trata do ajuizamento da ação de impugnação de mandato eletivo. Ele assinala o prazo de 15 dias contados da data da diplomação para a impetração da ação. Perda e suspensão de direitos políticos Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5.º, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, 4.º. É vedada a cassação de direitos políticos, somente podendo ocorrer sua perda ou suspensão nas hipóteses enumeradas pela Constituição. 135

15 Hipótese de perda: cancelamento da naturalização (CF, art. 12, 4.º). Hipóteses de suspensão: incapacidade civil absoluta, como ocorre na interdição; condenação criminal com trânsito em julgado, enquanto durarem seus efeitos; improbidade administrativa; escusa de consciência, sem cumprimento da prestação alternativa (CF, art. 5.º, VIII) (parte da doutrina entende que esta é uma hipótese de perda dos direitos políticos). A anterioridade da lei eleitoral Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. O artigo 16 exige um intervalo de um ano entre a publicação regular da lei e a sua efetiva aplicação, alterando e regulando o processo eleitoral. Segundo o Supremo Tribunal Federal, esse princípio da anterioridade da lei eleitoral foi enunciado pelo legislador constituinte com o propósito de impedir a deformação do processo eleitoral mediante alterações casuísticas por meio de lei, quebrando a igualdade entre partidos e candidatos (medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade 353, julgada em 05/09/90). Partidos políticos Segundo José Afonso da Silva (2003, p. 393), partido político é uma forma de agremiação de um grupo social que se propõe a organizar, coordenar e instrumentar a vontade popular com o fim de assumir o poder para realizar seu programa de governo. CF, Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; 136

16 III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. Da nacionalidade, dos direitos políticos e dos partidos políticos 1.º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. 2.º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. 3.º Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei. 4.º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. A Constituição assegurou a liberdade para criar, fundir, incorporar e extinguir partidos políticos, condicionando esses movimentos aos requisitos constantes do caput e dos incisos do artigo 17. Atividades de aplicação Julgue os itens a seguir como certo ou errado. 1. (Cespe) Não são elegíveis para os cargos de presidente e vice-presidente da República e senador aqueles que contarem com menos de trinta e cinco anos de idade. 2. (Cespe) Para concorrerem a outros cargos, os governadores e os prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito, salvo se já estiverem exercendo os mandatos pela segunda vez seguida. 3. (Cespe) A CF prevê casos de suspensão, mas não de perda definitiva de direitos políticos, pois a privação terminante desses direitos configuraria ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana. 4. (Cespe) O presidente da República, os governadores de Estado e do Distrito Federal e os prefeitos poderão ser reeleitos para apenas um período subsequente, o que não impede que, antes do término do segundo mandato consecutivo, eles renunciem e sejam eleitos novamente para o mesmo cargo. 5. (Cespe) Para concorrerem aos mesmos cargos, o presidente da República, os governadores de Estado e do Distrito Federal e os prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. 137

17 6. (Cespe) Segundo a CF, o militar alistável é inelegível. 7. (Cespe) Na hipótese de criação de município por desmembramento, o irmão do prefeito do município-mãe não pode se candidatar a chefe do Executivo do município recém-criado, devido à inelegibilidade reflexa. 8. (Cespe) Caso o prefeito de um município e seu filho, deputado estadual, sejam candidatos à reeleição para os mesmos cargos, não haverá inelegibilidade. 9. (Cespe) Um brasileiro naturalizado pode ser ministro do STJ. 10. (Cespe) São privativos de brasileiro nato os cargos de ministro de Estado da Defesa, ministro de Estado da Fazenda e de oficial da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica. 11. (Cespe) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira que vierem a residir no Brasil e optarem pela nacionalidade brasileira, desde que essa opção ocorra até a maioridade. 12. (Cespe) É considerado brasileiro originalmente nato aquele nascido em solo estrangeiro, filho de brasileiros. Porém, esse direito personalíssimo depende de potestatividade do titular, caso contrário carece de eficácia. 13. (Cespe) Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que tiver cancelada a sua naturalização, por decisão administrativa, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional, desde que devidamente comprovada no respectivo processo administrativo. Dicas de estudo Livros: Curso de Direito Constitucional, de Sylvio Clemente Motta Filho e Gustavo Barchet, editora Elsevier e Curso de Direito Constitucional Positivo, de José Afonso da Silva, editora Malheiros. 138

18 Referências MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 24. ed. São Paulo: Atlas, MOTTA FILHO, Sylvio Clemente; BARCHET, Gustavo. Curso de Direito Constitucional. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional Descomplicado. 4. ed. São Paulo: Método, PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Comentários à Constituição de 1967 com a Emenda n. 1 de ed. São Paulo: RT, v. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 22. ed. São Paulo: Malheiros, Gabarito 1. Certo (CF, art. 14, 3.º). 2. Errado (CF, art. 14, 6.º). 3. Errado. A Constituição Federal prevê casos de suspensão e de perda de direitos políticos no seu artigo Errado. Mesmo que renunciem, não poderão ocupar o mesmo cargo por três vezes seguidas. 5. Certo. 6. Errado (CF, art. 14, 8. o ). 7. Certo. Segundo a jurisprudência do STF (recurso extraordinário ), no caso da criação de município por desmembramento, o parente do prefeito do município-mãe está impedido de se candidatar por inelegibilidade reflexa (CF, art. 14, 7. o ), não podendo concorrer ao cargo de chefe do Executivo do município recém-criado. 139

19 8. Certo (CF, art. 14, 7. o ). 9. Certo (CF, art. 12, 3. o e 104, parágrafo único). 10. Errado (CF, art. 12, 3. o ). 11. Errado. A opção pela nacionalidade brasileira deve ser feita após a maioridade (CF, art. 12, I, c ). 12. Certo (CF, art. 12, I, c ). 13. Errado. Para declarar a perda é necessária decisão judicial transitada em julgado (CF, art. 12, 4. o, I). 140

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