EDILAINE APARECIDA CORREIA LOSER COMPREENSÃO DOS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO NAS EMPRESAS
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- Rafael Terra Teves
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1 EDILAINE APARECIDA CORREIA LOSER COMPREENSÃO DOS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO NAS EMPRESAS DOURADOS
2 EDILAINE APARECIDA CORREIA LOSER COMPREENSÃO DOS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO NAS EMPRESAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Educacional da Grande Dourado (IEGRAN) para a obtenção do título de Técnico em Segurança do Trabalho. DOURADOS
3 Dedico esse trabalho ao meu esposo Nilton, ao meu filho Renan, aos professores e amigos, que me apoiaram para a conclusão do curso. 2
4 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, que me permitiu chegar até aqui. À instituição IEGRAN que me proporcionou o conhecimento e apoio necessário para a conclusão do curso. A todos os professores que estiveram ao meu lado, em especial ao Polido e Ilário. Ao meu esposo Nilton e meu filho Renan, por toda dedicação e carinho, ajudando-me a superar todos os desafios, aos amigos que estiveram presentes nessa caminhada, Jucileide, Letícia, Neuza, Dandara, Maria, Vanderlei. A todos estes, meu reconhecimento e gratidão por me proporcionarem a força necessária para a realização deste sonho. 3
5 A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém pensou, sobre aquilo que todo mundo vê ( Arthur Schopenhauer) 4
6 SUMÁRIO INTRODUÇÃO UM BREVE RELATO HISTORICO SOBRE O PRINCÍPIO DAS ORGANIZAÇÕES DE COMBATE AO INCÊNDIO NORMA REGULAMENTADORA 23 (COMBATE A INCÊNDIO) PROCEDIMENTOS DE ANÁLISES PREDITIVAS (TÉCNICAS), SOBRE SITUAÇÕES DE RISCO QUE POSSAM GERAR UM PRINCÍPIO DE INCÊNDIO Análise sobre os riscos do trabalho a quente Restriçoes sobre o uso do cigarro nas empresas Lubrificação Preventiva Sensores de Temperatura Análises Termográficas Instalação de Sistemas de Proteção contra Descargas Elétricas ( spda) Aterramentos Elétricos Eletricidade estática PROJETO DE PREVEÇÃO DE INCÊNDIOS (PPCIP) ERROS MAIS FREQUENTES DOS PROJETOS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS Sistema de alarme NBR 9441: Sistema de hidrantes- NBR 13714: Saídas de emergência - NBR 9077/93: Extintores portáteis e sobre-rodas (nbr 12692, 12693): EQUIPAMENTOS Manutenção de equipamentos AVCB (AUTO DE VITORIA DO CORPO DE BOMBEIROS) PLANO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIA (PAE) NBR ( BRIGADA DE EMERGÊNCIA) Objetivo
7 9.2-Recursos básicos para Brigada Identificação e Certificação da Brigada: Organização : CONTROLE DO PROGRAMA DA BRIGADA Reuniões ordinárias e extraordinárias Ações de Prevenção: Ações de Emergência: Treinamento da Brigada: Exercícios simulados: AS CLASSES DE INCÊNDIOS E AGENTES EXTINTORES: Extintores PROCEDIMENTOS DE COMBATE Sistemas de alerta: Análise da situação Corte de energia Equipe de Primeiros Socorros: Equipe de Evacuação Rotas de Fuga Iluminação de Emergência Procedimentos gerais em caso de abandono: Equipe de Apoio Procedimentos Preventivos contra Incêndios nas empresas Normas relativas à Prevenção de Incêndios CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
8 INTRODUÇÃO Visando o aperfeiçoamento técnico para realizar minhas atividades laborais, em uma empresa, terceirizada, prestadora de serviços na área de saneamento, iniciei o curso de Segurança do Trabalho. No decorrer desse período, através dos conhecimentos obtidos, pude constatar que o patrimônio mais importante de uma empresa é a vida do colaborador. Movida por um sentimento de indignação, após o incêndio que ocorreu há alguns meses, na cidade gaucha de Santa Maria, no dia 27 de janeiro de 2013, e que ceifou prematuramente 242 vidas, tragédia perfeitamente evitável, caso os responsáveis, tivessem cumprido os procedimentos de segurança necessários para a realização do evento, decidi abordar tal temática neste trabalho de conclusão de curso. Realizando algumas pesquisas relacionadas ao assunto, constatei que os maiores incêndios que se tem registro na História, ocorreram por negligência e poderiam ter sido evitados. A partir desse contexto, percebi que algumas empresas douradenses têm equipamentos de combate ao incêndio, como nos pede a norma 23 (combate ao incêndio), mas não o conhecimento e a qualificação técnica necessária para utilização dos mesmos. Deparei-me muitas vezes no meu cotidiano laboral, com situações as quais os procedimentos preventivos foram fundamentais para se evitar princípios de incêndios em nossa empresa, tais como a instalação de sensores de temperatura, análises termográficas, acionamento automático de desligamento do sistema operacional que foi fundamental para que tivéssemos tempo necessário para extinguirmos um princípio de incêndio em um de nossos motores elétricos, instalações de sistemas de captação de descargas atmosféricas entre outros procedimentos. Sendo assim compreendi a importância da implantação dos procedimentos de Segurança na Proteção Contra Incêndios e Pânico. Que através deste projeto, possam-se perceber algumas das situações de risco, as quais os trabalhadores estão expostos nas empresas, as medidas preventivas e corretivas necessárias para se evitar o problema, a constituição e objetivos de uma Brigada de Emergência, e a 7
9 implementação do que nos pede a Norma Regulamentadora (NR) 23 e Norma Brasileira Regulamentadora (NBR)
10 1- UM BREVE RELATO HISTORICO SOBRE O PRINCÍPIO DAS ORGANIZAÇÕES DE COMBATE AO INCÊNDIO Em geral, as primeiras organizações contra incêndios, surgiram pela necessidade de se evitar possíveis incêndios e perdas insuperáveis. Em épocas remotas, esgotar as chamas de um incêndio de grandes proporções era obra impossível, devido aos precários recursos. Sendo assim, a prevenção tornava-se a melhor solução contra o fogo. Uma das primeiras organizações de combate ao fogo de que se tem notícia, segundo Care Z. Péterson, foi criada na antiga Roma, quando Augusto, tornandose Imperador em 27 A.C, formou um grupo denominado "vigiles". Esse grupo patrulhava as ruas para impedir incêndios e também para policiar a cidade. Neste período da história, o fogo era um problema de difícil resolução para os vigílias, que contavam com métodos insuficientes para a extinção das chamas. Uma das normas mais antigas de proteção contra incêndios, foi promulgada no ano de 872 em Oxford, Inglaterra, estabelecendo um toque de alerta, a partir do qual se deviam apagar todos os incêndios que estivessem ocorrendo naquele momento. Um fato interessante da história, é que em 1666 na Inglaterra, já haviam Brigadas de Seguros Contra Incêndios, sendo formadas por Companhias de Seguros e que eram as mesmas que decidiam pelas localizações das Brigadas. Sabe-se muito pouco a respeito do desenvolvimento das organizações de combate ao fogo na Europa até o grande incêndio de Londres em, Esse incêndio destruiu grande parte da cidade e deixou milhares de pessoas desabrigadas. Antes do incêndio, Londres não dispunha de um sistema organizado de proteção contra o fogo. Após o incêndio, as companhias de seguro da cidade começaram a formar brigadas particulares para proteger a propriedade de seus clientes. Em Boston, depois de um incêndio devastador que destruiu 155 edifícios, e alguns barcos, houve em 1679 a fundação do primeiro Departamento Profissional Municipal Contra Incêndios na América do Norte. Boston importou da Inglaterra, os conhecimentos referentes ao combate de incêndios, e no Departamento haviam 12 bombeiros e um chefe. Já em 1715, a cidade de Boston já contava com seis companhias que dispunham de bombas d água. 9
11 Nessa mesma época também eram organizados nas comunidades de Massachusetts, sistemas de defesa contra o fogo, tais como, exigências que em cada casa houvesse disponível cinco latas, ( tipo balde ). Em caso de incêndio, era dado alarme através dos sinos das igrejas, e os moradores de cada casa passavam então a organizarem-se em grandes filas, desde o manancial mais próximo até o sinistro, passando as latas de mão em mão. Aqueles que não ajudavam eram sancionados com multas de até U$ 10,00 pelo chefe dos bombeiros. Com falta de organização e disciplina dos bombeiros voluntários, bem como a resistência à tecnologia que despontava com a introdução de bombas com motor a vapor, ocasionou a organização dos departamentos profissionais contra incêndio, tendo-se registro que em 1º de Abril de 1853 em Cinccinati, Ohio, entrou em serviço uma organização profissional de bombeiros com bombas a vapor em veículos tracionados por cavalos. Anos mais tarde, também Nova York substituía os bombeiros voluntários pelos profissionais que utilizavam estas bombas. As primeiras escolas de bombeiro surgiram em 1889, Boston e em 1914, Nova York. Na época das primeira e Segunda Guerra Mundial os Corpos de Bombeiros encontravam-se estruturados e atuavam em sistemas de dois turnos. Todavia, face as necessidades, muitas vezes seguiam trabalhando para erradicar sinistros advindos dos bombardeios, com jornada de até 24 horas, passando a tornar-se comum tal prática, trabalhando mais horas que outras categorias profissionais, e com isso, consolidando-se esta situação, a partir de então. Chegou ao Brasil, em 1906, a Missão Francesa, com a incumbência de instruir e militarizar a Força Pública, criada em 1900, que aglutinava a Força Policial, a Companhia de Cívicos da Capital e o Corpo de Bombeiros. No ano de 2010 é sancionado, no dia 10 de março, o Decreto Estadual nº /11, que institui o Regulamento de Segurança contra Incêndio das edificações e áreas de risco. Através deste histórico, podemos perceber como se desenvolveu esta visão prevencionista, e a necessidade de termos pessoas treinadas e aptas, para prevenir, proteger a vida e a integridade do colaborador, bem como agir em casos de sinistros dentro das empresas ( os brigadistas), até a chagada do Corpo de bombeiros. As Normas Regulamentadoras referentes ao combate de incêndios NR (Normas Regulamentadoras)23, e NBR ( Normas Brasileiras Regulamentadoras) , nos fala como estabelecer as condições mínimas para a elaboração de um programa de brigada de combate à incêndios, visando proteger a vida e o 10
12 patrimônio, bem como reduzir as consequências sociais do sinistro e dos danos ao meio ambiente. 11
13 2- NORMA REGULAMENTADORA 23 (COMBATE A INCÊNDIO) Um Incêndio é uma ocorrência de fogo não controlado, que pode ser extremamente perigosa para os seres vivos e as estruturas. A exposição a um incêndio pode produzir a morte, geralmente pela inalação dos gases, pelo desmaio causado por eles, ou posteriormente pelas graves queimaduras. De acordo com a Norma Regulamentadora de Segurança e Medicina do Trabalho 23 (Combate a incêndios), toda a empresa deverá possuir proteção contra incêndios; saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço em caso de incêndio; equipamentos suficientes para combater o fogo em seu início; pessoas adestradas no uso correto desses equipamentos conforme nos pede a NBR (Normas Brasileiras Regulamentadoras) Saídas: Entre as saídas e qualquer local de trabalho não se tenha de percorrer distância maior que 15m nos casos de riscos grandes e 30m de risco médio ou pequeno. Essas distâncias poderão ser modificadas, para mais ou para menos, a critério da autoridade competente em Segurança do Trabalho, se houver instalações de chuveiros sprinklers automáticos, e segundo a natureza do risco. Portas: Abrirem no sentido da saída; Situar-se de tal modo que, ao se abrirem, não impeçam as vias de passagem; Nenhuma porta de entrada, ou saída de emergência de um estabelecimento ou local de trabalho, deverá ser fechada a chave, aferrolhada ou presa durante as horas de trabalho. A norma nos fala sobre os procedimentos de segurança relacionados a: Escadas; 12
14 Ascensores ( elevadores); Portas corta fogo; Combate ao fogo; Exercícios de alerta; Classes do fogo (A, B, C); Extintores ( tipos, quantidade, inspeção, localização); Sistemas de alarme; Nos estabelecimentos de riscos elevados ou médios deverá haver um sistema de alarme capaz de dar sinais perceptivos em todos os locais da empresa. 13
15 3-PROCEDIMENTOS DE ANÁLISES PREDITIVAS (TÉCNICAS), SOBRE SITUAÇÕES DE RISCO QUE POSSAM GERAR UM PRINCÍPIO DE INCÊNDIO. A prevenção é o conjunto de medidas que visam evitar que os sinistros surjam, mas não havendo essa possibilidade, que sejam mantidos sob controle, evitando a propagação e facilitando o combate. 3.1-ANÁLISE SOBRE OS RISCOS DO TRABALHO A QUENTE Uma das formas de prevenção é estarmos atentos aos trabalhos realizados nas empresas que possam gerar ignição. Para os mesmos temos a PT ( Permissão de Trabalho a Quente) que descreve os procedimentos necessários para controlar os locais e formas de executar os trabalhos a quente na manutenção de equipamentos e máquinas, fornecendo orientação para a realização segura do trabalho e treinamentos para as atividades executadas. Deve-se desenvolver e implementar programas específicos para abordar todas as exigências da norma.quando o trabalho executado não produz fontes de calor que gerem incêndios, os mesmos podem gerar graves acidentes,como queimaduras e danos patrimoniais.algumas das atividades que se incluem nesse processo: corte ou esmerilhamento de peças com discos de cortes, maçarico(oxigênio e acetileno), soldagens ( com arco elétrico, Mig e Mag, com eletrodo revestido,com arame tubular,com arco submerso, entre outros). Essas atividades de manutenção em equipamentos e máquinas, inclui a lubrificação, limpeza e desobstrução, onde o trabalhador pode ser exposto á energização inesperada ou movimentação de equipamentos e liberação de energia perigosa. Com base na avaliação de riscos, faz-se necessário seguir todos os procedimentos definidos no Programa de Trabalho a Quente, seguindo o check-list para a verificação da qualificação do funcionário, Equipamentos de Proteção Individual ( EPI), seu Certificado de Aprovação (C.A), preparação para a área de trabalho, equipamentos a serem utilizados e suas condições de uso, verificação dos cilindros, se estão fixos com correntes ou fitas metálicas, em carrinhos adequados, 14
16 sem riscos de quedas, averiguar se os manômetros de alta e baixa pressão estão calibrados, se as válvulas de bloqueio e reguladoras de gás estão adequadas, se as mangueiras condutoras de oxigênio (cor verde) e acetileno (cor vermelha) estão sem emendas, se existem válvulas corta chamas na saída dos cilindros (oxigênio e acetileno) se está disponível o acendedor adequado para o maçarico, as lixadeiras e demais ferramentas que produzem aquecimento estão em boas condições de uso, se as fiações elétricas das ferramentas estão sem emendas e com as tomadas adequadas, se os discos de corte e de linchamento estão sem trinca e em condições para o uso. Todos os locais os quais não se permite trabalhos a quente devem estar devidamente sinalizados, conforme nos pede a NR 26, que nos fala sobre Sinalização de Segurança. 3.2-RESTRIÇOES SOBRE O USO DO CIGARRO NAS EMPRESAS O cigarro é responsável pela ignição de muitos incêndios nas empresas. Deve-se estar atentos a legislação que através da lei 9.294/96 regulamentada pelo decreto 2.018/96, proíbe o uso de cigarros, ou qualquer produto derivado ou não do tabaco, em recintos coletivos, privados ou públicos. Houve uma mudança na legislação e foi publicada dia 15 de dezembro no Diário Oficial da União, a sanção da lei que proíbe os fumódromos ( antes permitidos nas empresas), sancionada pela presidente Dilma Rousseff, que proíbe o fumo em locais fechados em todo o país, sejam eles públicos ou privados. A NR ( Normas Regulamentadoras) 5, referese a CIPA ( Comissão Interna de Prevenção de Acidentes ) e tem entre suas atribuições, a promoção da saúde do trabalhador, incentivando-os através de campanhas educativas, a conscientização das consequências do uso do cigarro, tanto para o colaborador, quanto para o patrimônio da empresa. 3.3-LUBRIFICAÇÃO PREVENTIVA A manutenção preditiva ( técnica), é a atuação realizada com base na modificação de parâmetro de condição ou desempenho do equipamento, cujo acompanhamento obedece a uma sistemática. Quando é necessária a intervenção da manutenção preditiva no equipamento, estamos realizando uma manutenção planejada de prevenção. É conhecida também como manutenção sob condição ou manutenção com base no estado do 15
17 equipamento. Se analisarmos os resultados das investigações dos eventos adversos, que chamamos de acidentes, veremos fatores causais recorrentes, nas plantas operacionais das empresas. Sendo assim faz-se necessária a implementação de programas preventivos, para termos conhecimentos dos riscos e ações necessárias e evitar que ocorra os sinistros. Muitos incêndios acorrem por falta de planos de lubrificação preventiva, em rolamentos, mancais, peças giratórias. Partes móveis, mal lubrificados e mal ajustados, também estão entre as fontes de atrito e calor e são responsáveis por grandes incêndios. Sendo assim, medidas preventivas de manutenção e lubrificação, devem fazer parte da rotina de trabalho nas empresas. Uma atenção especial deve ser dada, para máquinas e equipamentos, localizados em locais de difícil acesso, pois é comum nestes locais os trabalhos de manutenção, lubrificação e de inspeção serem negligenciados. Todos estes procedimentos tem como objetivo a operação dos maquinários de forma regular, evitando fontes geradoras de calor em áreas críticas. 3.4-SENSORES DE TEMPERATURA Outro fator ao qual devemos nos atentar é a instalação de sensores de temperatura e sistemas de desligamentos automáticos, muito utilizados em painéis elétricos, pois caso haja um aquecimento fora do normal do sistema o mesmo desligará automaticamente, para que se possa realizar a manutenção preventiva evitando assim o princípio de incêndio. Devemos avaliar a qualidade e a eficiência dos programas de manutenção preventiva. Nos deparamos com uma situação similar, quando na empresa X prestadora de serviços na área de saneamento, a qual trabalho, tivemos um desligamento rupto do sistema operacional, através dos procedimentos preventivos, pode-se verificar a ocorrência de um aquecimento anormal, que foi detectado pelo sensor de temperatura, instalado em um dos painéis elétricos, averiguando-se assim a queima dos ventiladores da soft. Substituindo os mesmos, reestabelecendo-se assim, a normalização operacional do sistema. 16
18 3.5-ANÁLISES TERMOGRÁFICAS A Inspeção Termográfica é a técnica de inspeção não destrutiva realizada com a utilização de sistemas infravermelhos, para a medição de temperaturas ou observação de padrões diferenciais de distribuição de calor, com o objetivo de propiciar informações relativas à condição operacional de um componente, equipamento ou processo, evitando assim que uma falha no sistema possa gerar um princípio de incêndio. Este sistema é formado pelo conjunto de recursos que permitem a realização de tarefas de análises preditivas nos campos de redes elétricas, equipamentos mecânicos, redes de vapor, fornos, reatores e processos. A inspeção termográfica é realizada periodicamente. 3.6-INSTALAÇÃO DE SISTEMAS DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ELÉTRICAS ( SPDA) A NBR ( Norma Brasileira Regulamentadora), 5419 nos fala sobre a proteção contra descargas atmosféricas ( SPDA). Os para raios são compostos por sistema de captação, de descidas, aterramentos e funcionam da seguinte forma: - O sistema de Captação de Descargas Atmosféricas, como o próprio nome diz, tem a função de captar (interceptar) a corrente elétrica atmosférica (raios), e conduzi-la para os sistemas de descidas, que distribuem a corrente elétrica, e as envia para os sistemas de aterramento que irão se encarregar de dissipá-la, no solo, de forma segura, o ponto de captação deve estar no lugar mais alto da edificação e devidamente sinalizado, para evitar acidentes aéreos. Devido o Brasil ter um clima predominante tropical, a incidência de raios é maior e consequentemente a grande maioria das edificações necessitam de sistemas de pára-raios. A Norma NBR 5419/2005 é a base técnica e legal para que se faça uma boa instalação. Seguir o que nos pede a norma significa proteção contra as descargas atmosféricas e segurança jurídica para quem contrata e para quem instala estes sistemas. Neste contexto o nosso país é a base de estudos para outros, reunindo de tempos em tempos os mais respeitados cientistas do mundo, que contribuem para a elaboração das normas técnicas brasileiras, americanas e européias, sejam de instalações de para raios, aterramentos elétricos, proteção de surtos, compatibilidade 17
19 eletromagnética etc. A instalação de um sistema de para raios é importante para a proteção de equipamentos elétricos e eletrônicos, porém não é suficiente. Conforme NBR 5419 nos diz esse sistema não é específico para proteção de equipamentos eletroeletrônicos (computadores,, alarmes, portão automático, painel de comando,, elevadores, geradores, entre outros). Devemos para isto seguir normas técnicas próprias, tais como : NBR 5410:04 - Instalações elétricas de baixa tensão NBR 5419:05 - Proteção de estrutura contra descargas atmosféricas; NBR 13534:95 - Instalações elétricas em estabelecimentos assistenciais de saúde - requisitos para segurança; NBR 13570:96 - Instalações elétricas em locais de afluência de público; NBR 14306:99 - Proteção elétrica e compatibilidade; eletromagnética em redes internas de telecomunicações em edificações - Projeto; NBR 14639:01 - Posto de serviço - Instalações elétricas; NBR 5422:85 - Projeto de linhas aéreas de transmissão e subtransmissão de energia elétrica - procedimento; NBR 5433:82 - Redes de distribuição aérea rural de energia elétrica - padronização; NBR 5434:82 - Redes de distribuição aérea urbana de energia elétrica - padronização; NBR 14039:05 - Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kv a 36,2 kv; NBR 9153:85 - Conceituação e diretrizes de segurança de equipamento elétrico utilizado na prática médica - aspectos básicos - procedimento; NBR NM :03 - Segurança de aparelhos eletrodomésticos e similares. Parte 1: Requisitos Gerais (IEC :1991-3ª edição, MOD). A premissa maior, de que, mais vale ficar sem a instalação do sistema, do que instalar um sistema ineficiente de para raios, é totalmente válida. Não basta simplesmente dispor de um mecanismo desta espécie, mas essencialmente importante é seguir as normas técnicas vigentes e as legislações federais, estaduais e municipais da sua cidade, pertinentes ao tema. Devemos nos atentar, que nenhum sistema garante total eficácia, mesmo seguindo todos os procedimentos técnicos. Desta forma, diante de uma fatalidade, se sua instalação 18
20 estiver legal, o fato será caracterizado como força maior, evitando indenizações por demais onerosas, processos judiciais, falta de cobertura pelas seguradoras e amenizando eventuais prejuízos. Devemos estar atentos a todos os procedimentos de Segurança para que caso ocorra o sinistro, estejamos preparados para minimizar seus danos. 3.7-ATERRAMENTOS ELÉTRICOS A eletricidade é a mais comum e onerosa das fontes de ignição, de incêndio e explosões. Esses incêndios normalmente ocorrem por sobreaquecimento ou formação de arco elétrico. A eletricidade é imperceptível aos nossos olhos,manifestando-se somente exteriormente, como por exemplo, a iluminação. Geralmente as pessoas são expostas a situações de risco, pois subestimam ou ignoram os procedimentos de segurança e o perigo. Muitas perdas também estão relacionadas a deficiências aparentemente insignificantes, como conexões frouxas, ambiente operacional inadequado (limpeza e ventilação) e aterramento não contínuo. Torna-se fundamental reconhecer essas falhas e corrigi-las, pois se ignoradas, podem causar grandes tragédias. A NR (Normas Regulamentadoras) 10 nos fala sobre a Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, e em seu subitem 10.9, anexo nos diz que em áreas onde houver instalações ou equipamentos elétricos devem ser dotadas de proteção contra incêndio e explosão, conforme dispõe a NR ( Normas Regulamentadoras) 23 Proteção Contra Incêndios. Podemos prevenir os riscos de incêndios e acidentes nas empresas, realizando as medidas necessárias, tais como: Desenergização: Consiste num conjunto de ações coordenadas, sequenciais e controladas que garantam a efetiva ausência de tensão no circuito, trecho ou ponto de trabalho durante todo o tempo de intervenção e sob controle dos trabalhadores envolvidos, assegurando assim a integridade física do colaborador bem como o bem patrimonial. Aterramento funcional (TN/ TT/ IT); de proteção, temporário: Aterramento: ligação intencional com a terra através da qual as correntes elétricas podem fluir. O aterramento pode ser: 19
21 Funcional: Ligação através de um dos condutores do sistema neutro. Proteção: Ligação à terra das massas e dos elementos condutores estranhos à instalação. Temporário: Ligação elétrica efetiva destinada a garantir equipotencialidade e mantida continuamente durante a intervenção na instalação elétrica. Equipotencialização: Consiste na interligação de elementos especificados, visando obter a equipotencialidade necessária para os fins desejados. Todas as massas de uma instalação devem estar ligadas a condutores de proteção. Seccionamento automático da alimentação: Possui um dispositivo de proteção que deverá seccionar automaticamente a alimentação do circuito ou equipamento por ele protegido sempre que uma falta no circuito ou equipamento der origem a uma corrente superior ao valor ajustado no dispositivo de proteção, levando-se em conta o tempo de exposição à tensão de contato. Dispositivos a corrente de fuga: Desliga a rede de fornecimento de energia elétrica, o equipamento ou instalação que ele protege, na ocorrência de uma corrente de fuga que exceda determinado valor. Sua ação deve ser rápida (menos que 0,2 segundos) e deve desligar da rede de fornecimento de energia o equipamento ou instalação elétrica que protege. Extra baixa tensão (Selv e Pelv): Selv: Sistema de extra baixa tensão que é eletricamente separada da terra de outros sistemas de tal modo que, a ocorrência de uma única falta, não resulta em risco de choque elétrico ou incêndios. Não tem qualquer ponto ou massa aterrados. Pelv: Sistema de extra baixa tensão que não é eletricamente separada da terra, mas que preenche, de certo modo, todos os requisitos de um Selv. Podem ser ou ter massas aterrados. Barreiras e invólucros: São dispositivos que impedem qualquer contato com partes energizadas das instalações elétricas. Bloqueios e impedimentos: Impedem o acionamento ou religamento de dispositivos de manobra (ex.: chaves, interruptores). 20
22 Obstáculos e anteparos: Impedem o contato involuntário com partes vivas, mas não o contato que pode resultar de uma ação deliberada e voluntária de ignorar os obstáculos e anteparos. Isolamento das partes vivas: São constituídos de materiais que não conduzem eletricidade, que isolam condutores ou outras partes da estrutura que estejam energizadas, para que os serviços possam ser realizados com efetivo controle dos riscos para o trabalhador (ex.: manta ou lençol isolante, tapete isolante, etc.). Isolação dupla ou reforçada: Aplicada a equipamentos portáteis (ex.: furadeiras elétricas manuais) por requererem outro sistema de proteção, que permita uma confiabilidade maior do que aquela oferecida exclusivamente pelo aterramento elétrico. Nas instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco acentuado de incêndio ou explosões, devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação. Em empresas onde os riscos de perdas por problemas elétricos são elevados, à administração deve apoiar um programa mais amplo de prevenção de perdas por eletricidade. Isso envolve testes e manutenção, apoio aos profissionais em eletricidade e instalação adicional de proteção adequada. Conforme nos diz a NR (Normas Regulamentadoras) 10, é considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar conclusão de curso específico na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino. É pré-requisito para frequentar este curso complementar, ter participado, com aproveitamento satisfatório, do curso básico com carga horária mínima de 40h. O profissional habilitado na área, deve atualizar-se anualmente. 3.8-ELETRICIDADE ESTÁTICA A eletricidade estática ou acumulo de cargas estáticas está presente em todos os lugares. No dia a dia uma centelha, é vista como um incômodo, e em uma atmosfera combustível seus efeitos podem ser catastróficos. Muitos incêndios nas empresas podem estar diretamente atribuídos a ignição de uma atmosfera de vapor, gás, pó ou por uma centelha de estática, porém há diversas medidas de proteção que podem ser adotadas,para se manter o controle desse perigo, tanto para as pessoas como para as instalações e processos. Podemos citar como exemplo, um 21
23 caminhão que chega de viajem, e vem carregado de elétrons, o que pode gerar uma explosão, fixo no caminhão tem um cabo usado para a descarga dessa energia, usando um sistema de aterramento temporário. Ao implementar medidas de segurança em atmosferas potencialmente explosivas, devemos usar garras,cabos e dispositivos de aterramentos e conexões corretamente homologados e especificados, verificarmos todas as características de aplicação do aterramento e considerar o uso de sistemas de verificação positiva e intertravamento para locais que exijam segurança adicional. Deve-se garantir que todos os operadores que trabalhem em áreas perigosas,entendam todos os riscos de ignição por eletricidade estática,e sigam os procedimentos de segurança pré estabelecidos pela empresa. Os programas de manutenção devem ser certificados em sua utilização correta e em suas medidas de aterramento e conexões. 22
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