CENÁRIO ECONÔMICO BRASILEIRO ANÁLISES DO PERÍODO 1996/2014
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- Norma Schmidt Madureira
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1 CENÁRIO ECONÔMICO BRASILEIRO ANÁLISES DO PERÍODO / BOLETIM: OUTUBRO/2015 PESQUISA DE PRODUTIVIDADE
2 SOBRE A EQUIPE TÉCNICA DA FUNDAÇÃO DOM CABRAL (FDC) COORDENAÇÃO TÉCNICA DA PESQUISA DE PRODUTIVIDADE: Hugo Ferreira Braga Tadeu é Professor e Pesquisador da Fundação Dom Cabral (FDC), atuando no Núcleo de Inovação e Empreendedorismo. Coordenador do Centro de Referência em Inovação Nacional, atuando também no programa de mestrado profissional e programas customizados da FDC. Tem experiência em projetos de pesquisa sobre inovações financeiras, inovação no setor de saúde, indicadores de inovação, cidades inteligentes, inovação e energia, produtividade e cenários de longo prazo. Pós- Doutor em Simulação pela Sauder School of Business. EQUIPE TÉCNICA: Jersone Tasso Moreira Silva é Professor e Pesquisador Convidado da Fundação Dom Cabral (FDC), atuando no Núcleo de Inovação e Empreendedorismo. Tem experiência em projetos de pesquisa em cadeias produtivas, energia, análises econômicas e análises de longo prazo. Doutor em Economia pela UFV. ANÁLISES TÉCNICAS Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sugerem que a atividade econômica brasileira vem apresentando crescimento estável medido pelo PIB (Produto Interno Bruto) para o período -, com exceção para as crises financeiras em todo o mundo verificadas nos período -, como observado no Gráfico 01. Para analisar as variáveis econômicas, todos os dados do IBGE foram deflacionados a preços de 1995, sendo os mesmos expressos e revisados em taxas de crescimento, conforme metodologia PICAM (Private Investments Cross Analyses Model), de autoria dos coordenadores desta pesquisa (Anexo 1). 2
3 14, , , , , , , , , , Gráfico 01 Taxa de Crescimento do PIB Além do crescimento estável do PIB no período - conforme metodologia da FDC, observa- se o crescimento de outras variáveis no período pesquisado, considerando os impostos, consumo das famílias, taxa de juros, crédito, câmbio e formação bruta de capital fixo (isto é, investimento do setor industrial). Tabela 01 Taxa de Crescimento das Variáveis Econômicas 3
4 No entanto, percebe- se que para o período -, houve uma tendência de queda para o IGP- DI, do crédito e da formação bruta de capital fixo (FBKF), conforme a Tabela 01. Basicamente, a FBKF refere- se a máquinas, equipamentos e material de contrução, refletindo ou não se a produção brasileira está crescendo. 12, , , 12, , , ,4000 Gráfico 02 Taxa de Crescimento da FBKF Chama atenção o comportamento da FBKF, conforme Gráfico 02. Apesar do crescimento registrado entre -, os resultados dos dados pesquisados sugerem uma queda da atividade econômica industrial (ou nos investimentos em produção) no final da série, isto é -. Além da FBKF, os destaques são o crescimento dos impostos no período -, mas queda na arrecadação no período -. Os sinais já eram claros para um enfraquecimento da atividade econômica em 2015 e possivelmente em anos futuros, caso um plano de ação do governo não seja executado para a retomada do crescimento. 4
5 12, 12, , , , , , , , , , 11,1000 Gráfico 03 Taxa de Crescimento dos Impostos Os resultados do Gráfico 03 indicam um aumento de arrecadação dos impostos em todo o período analisado, em especial, a partir de. A partir deste ano, pode- se observar um crescimento dos impostos, o que poderia sugerir também um aumento significativo da arrecadação, dado o comportamento do gasto público. 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 Gráfico 04 Taxa de Crescimento da Taxa de Juros Real Os resultados do Gráfico 04 indicam uma queda da taxa de juros real, desde, mas uma retomada do crescimento a partir de. Segundo o economista e professor Eduardo Gianetti da Fonseca, os juros podem ter raízes comportamentais e institucionais, ligadas à formação da sociedade, conforme seu livro O Valor do Amanhã, publicado em. Neste 5
6 caso, sugere- se que o crescimento dos juros recentemente no Brasil, podem ter ligações com o risco de pagamento da dívida pública, dúvidas quanto o ajuste fiscal e riscos da economia brasileira em se sustentar a partir de ,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 Gráfico 05 Taxa de Crescimento do Câmbio Os resultados do Gráfico 05 indicam uma queda significativa do câmbio entre até, quando neste último ano, observa- se um aumento desta variável, sugerindo que os investidores internacionais acompanhavam um possível aumento do risco Brasil, associado a questões fiscais, saldo da balança comercial entre outros. 6
7 13, , , , , , 13, , , , ,7000 Gráfico 06 Taxa de Crescimento do Consumo das Famílias Já os resultados do Gráfico 06 indicam que o crescimento do consumo das famílias foi acentuado no período -, reforçando uma política econômica de aumento do consumo doméstico e foco na economia nacional, enquanto seria mais necessário um trabalho intenso para os ajustes fiscais, redução da taxa de juros, do crescimento do cambio e favorecimento do investimento público e privado. Além da Tabela 01 e gráficos apresentados chama atenção o comportamento da produtividade no Brasil. A produtividade normalmente tende a crescer caso o PIB também apresente crescimento e tenha queda, caso existam períodos recessivos. O Gráfico 07 indica uma oscilação da produtividade brasileira, medida anualmente e utilizando a base de dados da FDC. 7
8 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00-1,00-2,00-3,00-4,00 Gráfico 07 Taxa de Crescimento da Produtividade Brasileira PIB/Emprego A flutuação da produtividade brasileira associa- se ao comportamento instável do setor industrial e de serviços, em especial, as questões relacionadas a qualidade da infraestrutura, impostos, marco regulatório e mão de obra, com forte queda em especial da atividade industrial nos últimos anos, conforme Gráfico 02. Fatores que tem impactado a produtividade brasileira: Custo do trabalho: dados do IBGE (2015) e do IPEA (2015) indicam crescimento do custo do trabalho no Brasil. Além destes dados, recentes relatórios como o Doing Business sugerem que a legislação trabalhista brasileira seria um forte indicador para custos elevados trabalhistas no país. Inflação: dados do BC (2015) indicam um crescimento da inflação, relacionado ao aumento dos gastos públicos e comportamento do câmbio. Haveria a necessidade de praticar um ajuste fiscal em profundidade, revisando as contas públicas e o buscando aumentar os investimentos públicos, garantindo a retomada do crescimento para o longo prazo. Queda da atividade industrial: dados do IBGE (2015) e IPEA (2015) sugerem que o setor industrial vem apresentando queda das suas atividades, algo explicitado no Gráfico 02. Queda da atividade de serviços: como consequência da queda da atividade industrial, normalmente a consequência é o declínio da atividade de serviços. No caso brasileiro, soma- se a baixa qualidade educacional dos funcionários deste 8
9 segmento, o que em tese, pode ser um risco para a manutenção do crescimento deste setor nos próximos anos. Produtividade nas cidades: dados do dados do IBGE (2015) sugerem que diversas cidades brasileiras vem apresentado queda da sua produtividade. Os destaques são: Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Somente São Paulo ainda vem mantendo a sua produtividade positiva, associada ao setor de serviços e qualidade da mão de obra. Investimentos em educação: resultados de testes internacionais para avaliar a qualidade da educação sugerem que o Brasil está atrás na corrida pela qualidade da educação, tanto nos níveis básico quanto superior. Apesar do aumento do investimento nos últimos anos, a qualidade da educação ainda precisa ser trabalhada, destacando a baixa proficiência em matemática e português. A baixa qualificação da mão de obra é um dos fatores com forte impacto na produtividade. Investimentos em inovação: observa- se uma queda significativa dos investimentos em inovação pelo governo e empresas privadas. Apesar da Lei do Bem, a queda da atividade econômica tem estimulado as empresas a repensar as políticas de investimentos em inovação, postergando projetos de inovação incremental e radical. Conclui- se que o crescimento econômico para o período analisado e anos futuros está comprometido, com declínio da produtividade, sendo algo muito representativo para o Brasil, conforme dados da Tabela 02. Segundo o economista Paul Krugman, no curto prazo a produtividade não diz muita coisa, mas no longo prazo diz tudo. Logo, haveria a necessidade para repensar a trajetória do crescimento brasileiro e o seu futuro em relação aos demais países em desenvolvimento. Tabela 02 Análises Conclusivas Fonte: autores PRÓXIMO RELATÓRIO O relatório de novembro/2015 explorará o comportamento da economia brasileira para o período
10 ANEXO 1 METODOLOGIA FDC Este relatório foi desenvolvido pela equipe do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC. O presente relatório tem como objetivo único analisar o comportamento da atividade econômica brasileira, como resultado de pesquisas sobre a produtividade. O presente relatório foi desenvolvido utilizando de fontes públicas, como os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), com todos os dados disponíveis nos respectivos sites. Este relatório é público e pode ser reproduzido por qualquer pessoa, desde que o seu formato original e citação seja realizado. A metodologia de análise econômica realizada pela equipe do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC foi a PICAM (Private Investments Cross Analyses Model), de autoria dos Professores Hugo Ferreira Braga Tadeu e Jersone Tasso Moreira Silva, publicada em artigo internacional na plataforma Elsevier. Para os interessados em ler a metodologia, entrar em contato pelo e- mail hugo.tadeu@fdc.org.br. A metodologia PICAM refere- se ao levantamento de dados econômicos no período -, deflacionando os mesmos (tendo o IGP- DI como fonte e como ano base) e na realização das taxas de crescimento, utilizando sistemas econômicos como suporte técnico. 10
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