Reajuste a MPU e STF ganha urgência

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1 BRASÍLIA-DF, QUARTA-FEIRA, 4 DE MAIO DE 2016 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 18 Nº 3602 O Plenário analisou a urgência para os reajustes e aprovou MP do seguro exportação Reajuste a MPU e STF ganha urgência Mas presidente da Câmara adverte que não serão votados aumentos de despesa antes de decisão sobre impeachment O Plenário aprovou ontem o regime de urgência para dois projetos de lei, do Ministério Público da União e do Supremo Tribunal Federal, que fixam novos valores de remuneração de servidores e aumentam os subsídios dos ministros do STF. Os projetos, entretanto, não têm data para votação, e o presidente Eduardo Cunha disse que nos próximos dias não será analisada nenhuma proposta que gere aumento de despesa. 3 Zeca Ribeiro Parlamentares elegem presidentes de 23 comissões permanentes O deputado Osmar Serraglio vai presidir a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Ficaram para hoje as escolhas na de Legislação Participativa e na de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa. 4 e 5 Polêmica sobre WhatsApp domina debates em comissão GABRIEL HARDT, 16, campeão brasileiro juvenil de caratê e estudante da rede pública em Sobradinho (DF), conduz a tocha olímpica na rampa do Congresso. O revezamento começou ontem e termina em 5 de agosto, no início da Olimpíada. 2 Disque - Câmara CPI dos Crimes Cibernéticos vota relatório hoje; deputados querem evitar brechas para novos bloqueios. 7

2 2 JORNAL DA CÂMARA No trajeto em Brasília, tocha olímpica passa pelo Congresso Após cerimônia no Planalto, a chama seguiu por outros pontos do DF A chama olímpica passou ontem pela cúpula no Congresso Nacional. A tocha chegou por volta de 7h20 no Aeroporto Internacional de Brasília. O programa previa o percurso, pelo fogo olímpico, de 105 km no Distrito Federal, sendo 45 km nas mãos de 143 condutores. A secretária de Esporte, Turismo e Lazer do Distrito Federal, Leila Barros, destacou a importância de a cidade receber a tocha. O evento foi preparado com a maior paixão. A cidade aos poucos está entrando naquele ritmo, naquele clima de Olimpíadas, disse a secretária, ao destacar que se trata de um momento muito especial para Brasília, para o nosso País, apesar de ser um momento difícil que INSTITUCIONAL Seleção de estágio é adiada na Câmara O processo seletivo para a edição de junho do programa Estágio Participação, previsto inicialmente para começar na segunda-feira (2), foi adiado, devido a questões técnicas. O tema da edição de junho, que está prevista para ocorrer entre os dias 13 e 15, será a crise na saúde, com enfoque para o combate ao zika vírus e à dengue. Os interessados deverão acompanhar a página do programa na internet. Ainda não foi marcado o A tocha trazida ao Congresso passou pelas mãos de 143 pessoas estamos vivendo na política. O trajeto começou às 10h, após uma cerimônia no Palácio do Planalto, de onde a tocha foi trazida ao Congresso Nacional, subindo novo período para respostas ao quiz com perguntas sobre assuntos relacionados à Câmara e a temas atuais em debate na Casa. Os critérios para classificação dos candidatos serão o número de acertos obtidos e o tempo gasto para responder o quiz, calculados automaticamente pelo sistema. Programa - Iniciativa da Câmara, por meio da 2ª Secretaria e do Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento (Cefor), o pela lateral na plataforma das cúpulas do Senado e da Câmara e descendo a rampa em direção ao gramado do canteiro central da Esplanada dos Ministérios. Estágio Participação é um programa educativo voltado ao público universitário. As edições têm periodicidade mensal. O objetivo é mostrar aos participantes que as decisões do Legislativo têm grande impacto em sua vida e estimular o envolvimento dos universitários com a política e a atuação cidadã. Mais informações sobre o estágio podem ser obtidas pelo eparticipacao.cefor@ camara.leg.br. AGENDA QUARTA-FEIRA 4 de maio de 2016» Mata Atlântica A Frente Parlamentar Ambientalista e a Fundação SOS Mata Atlântica promovem café da manhã e debate sobre o tema: o relatório inédito quanto à implantação do novo Código Florestal (Lei /2012) nos 17 estados com Mata Atlântica e apresentação dos números e perspectivas do Cadastro Ambiental Rural (CAR) pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB). Auditório Freitas Nobre, 8h30» Energia elétrica A comissão mista sobre a MP 706/15, que estabelece o prazo de até 210 dias para que o concessionário de distribuição de energia elétrica assine o contrato de concessão ou o termo aditivo, a partir da decisão do poder concedente pela prorrogação, reúne-se para apreciar o relatório do senador Edison Lobão (PMDB-MA). Plenário 19, Anexo II, Ala Senador Alexandre Costa, no Senado, 10h» Funai e Incra A CPI da Funai e do Incra, que investiga irregularidades em demarcações, faz audiência para ouvir o depoimento de Walter 4 de maio de 2016 Alberto Sá Bensousan e Milton Moreira. Plenário 1, 14h» Zika vírus A comissão externa de acompanhamento das ações sobre o zika vírus promove debate com a presidente do Instituto Paraibano de Pesquisa, Adriana Melo; com o coordenador de doenças transmissíveis e análises de situação de saúde e representante da Organização Pan-Americana da Saúde Enrique Vazquez. Local a definir, 14h30» Decoro Parlamentar O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar reúne-se para conhecimento de matéria de natureza informativa (Instrução Probatória) referente à representação de Psol e Rede em desfavor do deputado Eduardo Cunha. Plenário 11, 14h30» Marco dos Jogos A comissão especial Marco Regulatório dos Jogos no Brasil (PL 0442/91) debate o tema com o professor da FGV Carlos Emmanuel Joppert Ragazzo. Plenário 7, 14h30» Frente da internet Lançamento da Frente Parlamentar pela Internet Livre e Sem Limites. Salão Nobre, 18h Leia a agenda completa no celular Mesa Diretora da Câmara dos Deputados - 55 a Legislatura Presidente: Eduardo Cunha (PMDB-RJ) 1º Vice-Presidente Waldir Maranhão (PP-MA) 2º Vice-Presidente Giacobo (PR-PR) 1º Secretário Beto Mansur (PRB-SP) 2º Secretário Felipe Bornier (Pros-RJ) 3ª Secretária Mara Gabrilli (PSDB-SP) 4º Secretário Alex Canziani (PTB-PR) Suplentes: Mandetta (DEM-MS) Gilberto Nascimento (PSC-SP) Luiza Erundina (Psol-SP) Ricardo Izar (PP-SP) SECOM - Secretaria de Comunicação Social Secretário: Cleber Verde (PRB-MA) Diretor-Executivo: Claudio Lessa Diretor de Mídias: Caíque Novis Diretor de Agência e Jornal: João Pitella Junior (61) secom@camara.leg.br Jornal da Câmara Editora-chefe Rosalva Nunes Editores Sandra Crespo Ralph Machado Diagramadores Gilberto Miranda Renato Palet Roselene Guedes jornal@camara.leg.br Redação: (61) /1611 Distribuição e edições anteriores: (61) Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar José Carlos Araújo (PSD-BA) Presidente do Centro de Estudos e Debates Estratégicos Lúcio Vale (PR-PA) Corregedor Parlamentar Carlos Manato (SD-ES) Procurador Parlamentar Claudio Cajado (DEM-BA) Ouvidor Parlamentar Nelson Marquezelli (PTB-SP) Coordenadora dos Direitos da Mulher Dâmina Pereira (PSL-MG) Procuradora da Mulher Elcione Barbalho (PMDB-PA) Secretário de Relações Internacionais Átila Lins (PSD-AM) Diretor-Geral: Rômulo de Sousa Mesquita Secretário-Geral da Mesa: Sílvio Avelino Impresso na Câmara dos Deputados (DEAPA) Papel procedente de florestas plantadas Leia esta edição no celular

3 4 de maio de 2016 JORNAL DA CÂMARA 3 Aprovada urgência para reajuste no Supremo Plenário também estabelece esse regime para proposta que eleva as remunerações do Ministério Público da União O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou ontem, por 399 votos a 20, a urgência para o Projeto de Lei 2646/15, do Supremo Tribunal Federal, que aumenta os subsídios dos ministros da Corte para R$ ,38 a partir de 1º de janeiro deste ano. Se aprovado, esse valor corresponderá ao teto salarial do funcionalismo. Também foi aprovado, por 433 votos a 8, o regime de urgência para o Projeto de Lei 6697/09, do Ministério Público da União (MPU), que modifica as carreiras dos servidores e fixa novos valores de remuneração. Ainda não foi definida a data para votação dos projetos. O Plenário deve analisar ainda projetos que envolvem a remuneração na Advocacia-Geral da União e da Defensoria Pública da União. Obstrução - Ontem, depois de liderar um processo de obstrução de cerca de uma hora, o PT voltou atrás e abriu mão de impedir as votações em defesa da aprovação dos reajustes para todas essas carreiras, além dos servidores do Judiciário, cuja urgência havia sido aprovada na semana passada. Com o fim da obstrução, Cunha: Câmara não votará despesas antes do impeachment O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, disse ontem em entrevista que o Plenário não votará nos próximos dias nenhuma proposta que gere despesas. Vamos esperar que o novo governo, se efetivamente o Senado decidir pela admissibilidade [do processo de impeachment], possa julgar a oportunidade ou não do impacto nas contas públicas, explicou. Cunha não quis comentar a possibilidade de assumir a Presidência da República como substituto de Michel Temer caso ocorra o impeachment de Dilma Rousseff. Ele disse, porém, que um governo de Temer terá mais facilidade para votar propostas no Congresso e contará com a sua ajuda total. Não tenho dúvida nenhuma de que a governabilidade dele será muito mais facilitada por esse processo de ajuntamento dos grupos políticos e dos partidos que o estão apoiando. Processos - Deputados de seis partidos (Psol, PT, Rede, PCdoB, PDT e PPS) foram ontem ao Supremo Tribunal Federal para cobrar o julgamento do pedido de afastamento de Cunha da Presidência da Câmara. Um novo argumento é o de que Cunha será o segundo na linha sucessória e, como está sendo investigado, deveria ser afastado. A deputada Margarida Salomão (PT-MG) participou do encontro com o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, e disse que ele deverá pedir ao relator, Teori Zavascki, uma resposta rápida, mas assegurou que Além das urgências para os projetos do MPU e do STF, o Plenário aprovou uma medida provisória o Plenário ainda aprovou a Medida Provisória 701/15, que autoriza seguradoras e organismos internacionais a oferecer o Seguro de Crédito à Exportação (leia texto nesta página). A mudança de posição fez parte da estratégia do PT para fugir das críticas de que a obstrução seria um empecilho aos reajustes e para chamar a atenção ao fato de os demais partidos estarem dispostos a aprovar apenas a urgência, e não o mérito dessas propostas. Foi o que disse o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA). Se não votar, é porque o PSDB não quer, afirmou o deputado. Vamos garantir a revisão das carreiras e vamos garantir um Estado forte, declarou. Negociação - A proposta de votação do mérito das propostas nem sequer foi levada aos líderes partidários. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, lembrou em Plenário que o acordo feito com os líderes e com o Judiciário prevê apenas a aprovação das urgências. A votação de mérito, com o aumento das despesas do governo, depende do aval do Planalto, que poderá ser comandado a partir deste mês pelo vice-presidente Michel Temer, em caso de afastamento da presidente Dilma Rousseff (leia texto abaixo). A oposição criticou a manobra do PT. Sabendo que vai entregar o governo, fica com discursos diferentes. Agora quer fazer média, criticou Nilson Leitão (PSDB- MT). O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), também ressaltou que o mérito das propostas só será votado quando for oportuno. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, na sessão do Plenário há questões técnicas, e não políticas. Em se caracterizando a incidência no processo em que é réu das ações que pratica como presidente O Plenário também aprovou ontem a MP 701/15, que permite o uso de recursos do Fundo de Garantia à Exportação (FGE) para a concessão de seguro nas exportações de produtos agrícolas sujeitos a cotas de importação em outros países. A matéria, aprovada na forma do texto do relator na comissão mista, senador Seguro à exportação vai ao Senado Douglas Cintra (PTB-PE), será enviada ao Senado. Atualmente, apenas as empresas do setor de defesa podem contar com vários tipos de cobertura na contratação do Seguro de Crédito à Exportação, financiado com recursos do FGE. Com a nova regra, produtores de açúcar, algodão e carne terão acesso às novas garantias. da Câmara, sem sombra de dúvida nós teremos o afastamento de Cunha, disse Margarida Salomão. Cunha alega ser inocente e afirma não ter cometido nenhuma irregularidade. Na avaliação dele, as decisões já tomadas pelo STF são no sentido de que os processos contra presidentes do Legislativo devem ser suspensos enquanto durarem seus mandatos, quando relacionados a fatos alheios aos mandatos. Conselho - O presidente da Câmara disse ainda que a condução do seu processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar tem sido parcial e lembrou ter pedido a suspeição do presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo (PR-BA). Agora que a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania está instalada (leia na pág. 5), Cunha disse esperar celeridade nas decisões sobre embargos ao processo.

4 4 JORNAL DA CÂMARA 4 de maio de 2016 Comissões da Câmara elegem 23 presidentes Ficaram para hoje as escolhas em dois colegiados, de Legislação Participativa e de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa Foram eleitos ontem os presidentes de 23 comissões permanentes da Câmara (veja quadro). Ficaram para hoje as escolhas nas comissões de Legislação Participativa; e de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa. A Comissão de Seguridade Social e Família elegeu Conceição Sampaio (PP-AM) como presidente. Ela disse que o atraso na definição dos colegiados não vai barrar a extensa pauta da comissão, a terceira maior da Câmara em número de projetos e a segunda em integrantes. Metas - A Comissão de Defesa do Consumidor elegeu Marco Tebaldi (PSDB-SC). Segundo ele, um dos temas será o eventual bloqueio do acesso à banda larga fixa pelas operadoras ou a suspensão de serviços determinada pela Justiça, como aconteceu com o aplicativo WhatsApp. Wolney Queiroz (PDT-PE) afirmou que a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público deverá atuar contra o desemprego e a precarização do mercado de trabalho na crise econômica. À frente da Comissão de Viação e Transporte, Washington Reis (PMDB-RJ) defendeu o poder de geração de vagas no setor. Às vésperas da Olimpíada do Rio, a Comissão do Esporte, disse César Halum (PRB- TO), terá como prioridade o Plano Nacional de Desporto.

5 4 de maio de 2016 JORNAL DA CÂMARA 5 Osmar Serraglio comandará a CCJ neste ano À frente da comissão que analisa todas as propostas que tramitam na Câmara, deputado do Paraná promete isenção O deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) foi eleito ontem presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Serraglio, advogado e professor universitário, foi o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, que investigou o esquema do mensalão em Ele está em seu quinto mandato consecutivo na Câmara. Foram eleitos como 1º vice, 2º vice e 3º vice-presidentes, respectivamente, os deputados Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), Cristiane Brasil (PTB-RJ) e Covatti Filho (PP-RS). Serraglio agradeceu a Pacheco, que desistiu de disputar o comando da comissão e aceitou a 1ª vice-presidência. Há um prenúncio de que a história se alterará na próxima semana, e é relevante que o meu partido não chegasse na comissão mais importante fracionado, dividido, disse, em relação ao possível afastamento da presidente Dilma Rousseff pelo Plenário do Senado. O novo presidente da CCJ criticou comentários que poderia, à frente da comissão, A Comissão de Finanças e Tributação (CFT) elegeu ontem a deputada Simone Morgado (PMDB-PA) para presidir o colegiado neste ano. Como 1º vice-presidente foi escolhido o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA) e, como 2º vice-presidente, o deputado João Gualberto (PSDB- -BA). O 3º vice vai ser eleito posteriormente, pois não houve acordo entre os partidos. Simone disse que entre os temas a serem discutidos, estão a Lei Kandir (Lei Complementar 87/96) e a questão fiscal do País. Vamos construir uma pauta ouvindo todos os deputados. O Brasil passa por um momento difícil, e a comissão vai discutir a situação fiscal do País, afirmou. A CFT é a segunda comissão que mais analisa projetos na Câmara. Só perde para O Brasil pode esperar de mim um condutor exemplar. Deputado Osmar Serraglio a de Constituição e Justiça e de Cidadania. Isso porque toda proposta com impacto orçamentário, que aumente gastos, precisa passar pelo colegiado. Se a CFT decidir que a proposta não está de acordo com o previsto no Orçamento, é arquivada. Além de analisar a compatibilidade orçamentária, a CFT, que foi criada em 1904, também fiscaliza os atos do Poder Executivo, inclusive os da administração indireta. Balanço - Em 2015, sob a presidência da deputada Soraya Santos (PMDB-RJ), foram analisadas 460 proposições e realizadas 17 audiências públicas e 16 reuniões deliberativas. Destacam-se o Projeto de Lei 1311/15, do deputado Pompeo de Mattos (PDT- -RS), que isenta cadeiras de rodas e aparelhos auditivos do Imposto de Importação; O presidente da CCJ, Osmar Serraglio, e os vices Covatti Filho, Rodrigo Pacheco (C) e Cristiane Brasil beneficiar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Fui mal compreendido, expliquei para a imprensa. Certas versões são mais palatáveis à opinião pública. O Brasil pode esperar de mim que teremos um condutor exemplar, iremos proceder como se deva imaginar que uma CCJ irá agir. Não iremos tergiversar. Serraglio informou que conversará com os membros do colegiado sobre quais serão as prioridades a votar. Atribuições - Considerado o colegiado mais importante da Câmara, a CCJ analisa todas as proposições que tramitam na Casa. Em alguns casos, a análise é de mérito. Na maioria das vezes, no entanto, o exame foca nos aspectos formais da matéria. Cabe também à CCJ admitir ou não as propostas de emenda à Constituição (PECs) antes de elas passarem ao exame de uma comissão especial. Outra atribuição é redigir a redação final das propostas aprovadas pela Câmara. Presidida em 2015 pelo deputado Arthur Lira (PP- -AL), a CCJ realizou no ano passado 124 reuniões e analisou matérias. Dessas, 31 foram transformadas em leis ordinárias, 2 em leis complementares e 1 em resolução da Câmara. Também foram apreciados 353 projetos de decreto legislativo (PDCs), dos quais 12 foram transformados em decreto legislativo sobre acordos internacionais e 74 sobre concessão de rádio e televisão. O Brasil passa por um momento difícil, e a comissão vai discutir a situação fiscal do País. Deputada Simone Morgado e o Projeto de Lei 3595/12, de autoria do Senado, que assegura às mulheres com deficiência condições para a prevenção, a detecção e o tratamento dos cânceres de mama e de colo de útero no Sistema Único de Saúde. Perspectivas - Atualmente proposições aguardam a análise da CFT. Entre eles, o Projeto de Lei Complementar 54/15, do Senado, que torna válidos os benefícios fiscais relacionados ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que os estados oferecem a empresas para que elas se instalem em seus territórios. Polêmicas - Os temas polêmicos também fizeram parte da agenda da CCJ em Exemplo é a PEC 171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos nos casos de crimes graves. A matéria teve a admissibilidade aprovada pela CCJ e o mérito, por uma comissão especial. Aprovada em dois turnos pelo Plenário, o texto aguarda votação no Senado. Outro destaque de 2015 foi o Projeto de Lei 7169/14, transformado na nova Lei de Mediação (13.140/15). A lei define a mediação como atividade técnica exercida Zeca Ribeiro por pessoa imparcial, sem poder de decisão, que auxilia as partes envolvidas a encontrarem soluções consensuais. O objetivo é diminuir o número de demandas judiciais. Também virou lei a proposta (PL 123/07) que autoriza cirurgia plástica gratuita pelo Sistema Único de Saúde para mulheres vítimas de violência. A medida está prevista na Lei /15. Uma das expectativas para 2016 é a PEC 140/15, que recria a CPMF. O relator, Arthur Lira, deve apresentar parecer pela admissibilidade da matéria. Simone Morgado vai presidir Finanças e Tributação Lucio Bernardo Jr. Simone Morgado quer discutir a Lei Kandir e a questão fiscal do País

6 6 JORNAL DA CÂMARA 4 de maio de 2016 Advogados apoiam clubes em patrimônio da CBF Para especialistas, clubes e federações deveriam receber títulos da entidade para movimentar o mercado do futebol Os advogados José Francisco Cimino Manssur e Rodrigo Rocha Monteiro de Castro afirmaram ontem, em audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito da Máfia do Futebol, que os clubes brasileiros deveriam ter uma relação de patrimônio com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Rodrigo Rocha disse que os clubes e federações devem receber títulos patrimoniais da CBF para movimentar o mercado futebolístico. Hoje, os clubes não têm relação de patrimônio com a CBF. Deve-se abrir o capital e começar a criar títulos. Serão ativos dados a essas instituições de acordo com critérios, como números de títulos e tamanho de torcida, que devem ser definidos posteriormente, explicou. Além disso, Rocha afirmou que outra opção para movimentar o capital é liberar, a acionistas, a compra de um pequeno percentual das ações da CBF. Desta Rodrigo Rocha (E) defendeu na CPI a abertura de capital da CBF, que daria ativos aos clubes forma, qualquer brasileiro terá acesso a esse produto, e os estrangeiros interessados poderão comprar ações, desde que relatem quem é o beneficiário final da quantia. Rocha e Mansur são autores do livro Futebol, Mercado e Estado Projeto de Recuperação, Estabilização e Desenvolvimento Sustentável do Futebol Brasileiro: Estrutura, Governo e Financiamento. Reconhecimento - Na audiência, Rocha acrescentou que o futebol, além dessa visão econômica, deve ser visto, sempre, como um elemento cultural brasileiro. O futebol no País precisa se inserir em um ambiente que reconheça esse esporte como elemento cultural, e Antonio Augusto não podemos ter vergonha disso. É um elemento cultural que deve ser preservado. Porém, o futebol também é um elemento econômico, de integração social. No âmbito da formação de novos atletas, os convidados destacaram a importância de se ter um convênio entre o futebol e as escolas públicas, para que crianças com boas notas possam receber um treinamento especial no esporte. Torcedores - Mansur, por sua vez, disse que é necessário manter as tradições do futebol, mas é preciso evoluir no mercado que abrange a relação entre torcedor e clube. Por que foi necessária a criação de um Estatuto do Torcedor? Por que os clubes não poderiam por si só criar as regulamentações entre eles e as torcidas? O torcedor ainda é um consumidor. Temos que dar o atendimento adequado àquele que acompanha o time, afirmou. O relator da comissão, deputado Fernando Monteiro (PP-PE), afirmou que o objetivo da CPI é, além de investigar o futebol brasileiro, deixar um legado para o esporte. As ações relatadas pelos convidados devem ser levadas adiante. O Brasil já foi um país avançado no futebol e, hoje, está muito atrás de outros países. DISCURSOS Valtenir Pereira diz que novo governo precisará adotar remédios amargos Valtenir Perreira: preservar conquistas O deputado Valtenir Pereira (PMDB-MT) disse em Plenário que está sofrendo um verdadeiro linchamento nas redes sociais por ter votado contra a admissibilidade da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. É como se eu, na condição de parlamentar, não tivesse o direito de votar de acordo com a minha consciência jurídica, bem como de representar cerca de 30% da população que não concordam com o impeachment. O deputado reconheceu que eventual mudança na administração trará impactos nos campos político, social e econômico. No campo político, ainda que de modo transitório, será necessário restabelecer a ponte de convivência harmônica e independente entre os Poderes, sobretudo o Legislativo e o Executivo. Para ele, o desafio maior é na economia. Não basta colocar no ministério um nome que seja exclusivamente do agrado do mercado. A situação macroeconômica está deteriorada. O combate ao deficit fiscal vai implicar a utilização de remédios amargos. Ele ressaltou as conquistas sociais dos governos do PT, como a ascensão de 35 milhões à classe média, a criação de 18 milhões de empregos em uma década e o aumento da renda. É certo que esse avanço foi bruscamente freado pela crise atual, mas a conquista ainda subsiste e não pode haver retrocessos, alertou. Pereira destacou ainda a necessidade de o governo cuidar mais da saúde da população, principalmente dos indígenas. Os índios não podem continuar morrendo de tuberculose, doença há muito erradicada nas cidades. Também é preciso dar apoio psicológico, pois a taxa de suicídios em algumas aldeias é alarmante. Silas Brasileiro defende medidas para combater desemprego e reaquecer economia Em discurso no Plenário, o deputado Silas Brasileiro (PMDB-MG) conclamou os parlamentares a unir forças para superar os desafios que o País enfrenta. O Brasil dispõe de muitos recursos que facilitam a correção de rota que se faz necessária. Somos uma potência agrícola, temos um parque industrial diversificado, contamos com recursos tecnológicos e científicos que podem impulsionar nossa capacidade produtiva, disse. Mas alertou que devem ser tomadas medidas para combater o desemprego, retomar a produção e a reaquecer o mercado. Contamos com um setor da economia a agricultura e a pecuária que, apesar de também sofrer duros golpes, é tão solidamente alicerçado que sempre se apresenta como via segura para afugentarmos as mais tenebrosas ameaças e tenebrosas depressões. O deputado lamentou o que tem presenciado nos debates na Câmara. Ouvimos diariamente colocações extremamente agressivas, desrespeitosas e de baixo calão sobre os colegas e sobre o governo. Silas Brasileiro elogiou o governo de Fernando Henrique Cardoso, Silas Brasileiro: combater a crise que debelou a inflação e os altos juros, e o de Lula, que procurou dar o apoio possível à cafeicultura, mas fez ressalvas em relação a Dilma Rousseff. O autoritarismo e o distanciamento das bases, sem ouvir o Parlamento e sem dar autoridade aos seus ministros, disse, colocaram o País diante da situação por que passa hoje, avaliou Silas Brasileiro. O deputado destacou ainda o papel do juiz Sérgio Moro na Operação Lava-Jato e disse que ele precisa do apoio do Parlamento e da população para continuar seu trabalho de investigação e punição dos culpados.

7 4 de maio de 2016 JORNAL DA CÂMARA 7 Crimes cibernéticos: parecer será votado hoje Relatório final da CPI, discutido ontem, continua sem consenso sobre alguns pontos e pode ter novas alterações A votação do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga crimes cibernéticos ficou para hoje. Na reunião de ontem, a discussão do texto foi finalizada. O foco principal de divergências continua sendo o projeto de lei incluído no relatório que permite que juízes bloqueiem sites e aplicativos que não possuam representação no Brasil e que sejam dedicados à prática de crimes como exploração sexual de crianças e adolescentes; tráfico de drogas e armas; terrorismo; crimes hediondos; e crime contra a propriedade intelectual e industrial. O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), que foi relator do Marco Civil da Internet (12.965/14), pediu a exclusão desse projeto de lei do relatório. Para o deputado, o bloqueio de aplicativos, como o WhatsApp, que hoje é uma exceção, vai se tornar regra se a proposta for aprovada. Os sites e aplicativos contendo conteúdos ilegais, segundo ele, devem ser investigados, e não bloqueados. O problema está no uso que se faz do aplicativo, e não do aplicativo em si, salientou. Ainda na visão do deputado, o juiz que determinou o bloqueio do WhatsApp na segunda-feira (2) fez uma leitura equivocada o Marco Civil da Internet. O marco civil permite a suspensão temporária de atividades de provedores e aplicações de internet, no caso de descumprimento da legislação brasileira em qualquer operação de coleta, armazenamento, guarda e tratamento de registros, de dados pessoais ou de comunicações. Bloqueio - Foi um erro judicial na aplicação da lei, concordou o deputado Nelson Marchezan Junior (PS- DB-RS). Porém, para o parlamentar, o projeto de lei apresentado pela CPI deve permitir o bloqueio de sites e aplicativos que seja precipuamente dedicado à prática de qualquer crime, e não apenas no caso de serem dedicados à prá- Na reunião da CPI, deputados levantaram dúvidas sobre pontos que poderiam ensejar bloqueios de aplicativos ou algum tipo de censura Estamos dando um passo atrás ao propor a retirada de conteúdos por notificação Deputado Alessandro Molon O relator da CPI, deputado Esperidião Amin (PP- SC), disse ontem que a decisão judicial referente ao bloqueio do aplicativo WhatsApp não tem nada a ver com o relatório da comissão nem com qualquer projeto sugerido pelo texto. Segundo ele, a decisão se baseou no texto atual do Marco Civil da Internet (Lei /14). Porém, a deputada Laura Carneiro pediu que o texto do projeto de lei, incluído no relatório da CPI, referente à possibilidade de bloqueio de sites e aplicativos seja alterado para impedir esse tipo de situação. Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) também criticou tica dos crimes listados no texto atual do projeto de lei e no caso de sites e aplicativos que não tenha representação no Brasil, como também prevê o texto. Para ele, qualquer site e aplicativo com conteúdo criminoso deve poder ser bloqueado. Já a deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ) criticou a inclusão de alguns crimes no rol dos que poderão ensejar o bloqueio de sites e aplicativos. Para ela, devem ser retirados do texto os crimes contra a propriedade industrial e crimes de direito de autor de programa de computador. Conteúdos repetidos - Alessandro Molon também pediu a exclusão do projeto de lei contido no relatório que prevê que os provedores de internet retirem da rede, sem necessidade de nova Deputados criticam bloqueio do WhatsApp o projeto. Para ele, deveria ser suprimida do texto a possibilidade de bloqueio no caso de crimes contra a propriedade intelectual, industrial e de violação de direito do autor. Futuros bloqueios - Rafael Motta (PSB-RN) quer que a lei atual seja alterada para impedir futuros bloqueios. Átila Lira (PSB-PI) defendeu que a CPI proponha a alteração do marco civil para que a lei seja aplicada especificamente na região onde a decisão foi tomada. Para o parlamentar, não tem sentido a decisão de bloqueio do WhatsApp, tomada pelo juiz Marcel Montalvão, da comarca de Lagarto (SE), valer para todo o território nacional. Foi um exagero, disse. Delegado Éder Mauro (PSD-PA) disse que o WhatsApp deve ser punido no bolso, e não por meio dos usuários. Que arrumem uma outra forma de fazer a investigação, não penalizando a população, acrescentou JHC (PSB-AL), presidente da Frente Parlamentar pela Internet Livre e sem Liimites. Só devem pagar os que usam o aplicativo para o crime, e não a população inteira, opinou Silas Freire (PR-PI). Ele disse, porém, que o texto do projeto protege a população contra o bloqueio indiscriminado. Lucio Bernardo Jr. decisão judicial, conteúdos iguais a outros que já tiveram a retirada determinada pela Justiça. Pelo texto, bastará uma notificação do interessado para que o conteúdo seja retirado. Para Molon, o efeito indesejado desta medida vai ser de censura ou de restrição à liberdade de expressão, com retirada do ar de críticas e denúncias, por exemplo. Remoção de conteúdo é algo que deve ser visto com a maior reserva, disse. Segundo o parlamentar, por esse motivo, a Câmara decidiu, ao aprovar o Marco Civil da Internet, que a remoção de conteúdo da rede só pode ser feita por determinação do Judiciário. Estamos dando um passo atrás ao propor a retirada de conteúdos por notificação, afirmou. O deputado João Arruda (PMDB-PR) também disse acreditar que o Marco Civil da Internet deve ser preservado. O provedor não é juiz, não tem capacidade de fazer o julgamento se o conteúdo é repetido ou não. Isso pode gerar censura na rede, salientou. Arruda ainda defendeu a retirada dos dois projetos de lei do relatório.

8 8 JORNAL DA CÂMARA 4 de maio de 2016 Ex-conselheiros do Carf negam tráfico de influência No ano passado, Nelson Mallmann e Paulo Roberto Cortez foram denunciados pelo MP também por corrupção ativa Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito do Carf, ocorrido ontem, dois ex-conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), Nelson Mallmann e Paulo Roberto Cortez, negaram a acusação de corrupção ativa e tráfico de influência em julgamentos do órgão, encarregado de julgar recursos de empresas autuadas pela Receita Federal. No ano passado, os dois foram denunciados, junto com o ex-conselheiro do Carf Pedro Anan Júnior e os advogados Benedicto Celso Benício Júnior e Guilherme Macedo Soares, por tráfico de influência e corrupção ativa. Segundo a denúncia do Ministério Público, Malmann e Cortez foram contratados pelo escritório de advocacia de Benício Júnior para influenciar o julgamento de um recurso feito ao Carf pelo empresário Walter Faria, dono da Cervejaria Petrópolis, que estava sendo processado pela Receita Federal por uma dívida de R$ 8,6 milhões. Paulo Roberto Cortez foi conselheiro do Carf desde 2012 e é auditor fiscal da Receita Federal aposentado. Nelson Mallmann, também auditor fiscal da Receita aposentado, foi conselheiro do Carf entre 2000 e 2006 e entre 2009 e Os dois criaram a empresa Cortez e Mallmann, quando foram contratados por Benício Júnior para atuar no caso de Faria. Benício Júnior, por sua vez, era conselheiro do Carf desde 2008 e seu mandato iria até Apesar de ser conselheiro, Benício Júnior é Nelson Mallmann (E) disse aos deputados da CPI do Carf que a denúncia do Ministério Público foi baseada em mensagens distorcidas Segundo o MP, Malmann e Cortez foram contratados por escritório de advocacia para influenciar o julgamento de um recurso ao Carf pelo dono da Cervejaria Petrópolis filho dos donos do escritório Benício Advogados Associados, de São Paulo, que tinha, segundo Mallmann, mais de 300 clientes no Carf ou seja, empresas que entraram com recursos administrativos contra autuações. O escritório tinha número semelhante de advogados a seu serviço um deles era Guilherme Macedo Soares, também denunciado. O também ex-conselheiro Pedro Anan, outro denunciado, é acusado de ter votado favoravelmente a Faria depois de receber R$ 46,9 mil do escritório de Benício. Recurso - A banca de advogados Benício Advogados Associados foi contratada por Walter Faria em agosto de Segundo o Ministério Público, a estratégia já delineada por Benício Júnior era adiar o julgamento até que a composição do órgão julgador fosse favorável aos atos de corrupção. De acordo com a denúncia, entre 2011 e 2014, Benício provocou sucessivos adiamentos por meio de recursos processuais. Mesmo assim, o relator do processo, Antônio Lopo Martinez, proferiu voto contrário à cervejaria, em Em seguida foi contratada a empresa de Mallmann e Cortez para atuar no recurso apresentado à segunda instância de julgamento do Carf. Segundo o MP, o contrato foi feito apenas para justificar o pagamento para a intermediação de propina oferecida ao conselheiro Pedro Anan. Em 14 de abril de 2014, o recurso foi julgado, com vitória de Walter Faria. Um dos conselheiros que votaram favoravelmente ao empresário foi Pedro Anan Júnior. Distorções - A única coisa que nós fizemos foi elaborar um memorial e pedir o adiamento do julgamento. Eu nunca falei com Pedro Anan. Como é que houve corrupção? A denúncia foi baseada em mensagens distorcidas, disse Mallmann, ao responder pergunta do relator da CPI, Antonio Augusto deputado João Carlos Bacelar (PR-BA). Segundo o ex-conselheiro do Carf, se houve algum ato de corrupção ou pagamento de propina, isso teria sido feito pelo escritório que o contratou, não por sua empresa. O Ministério Público afirma que eu corrompi o conselheiro Pedro Anan. Mas eu nem conversei com ele. Se alguém fez alguma coisa foi o escritório do Benício, disse. Mas por que Benício, que tinha 300 advogados em seu escritório, precisava de seus serviços?, perguntou o deputado Arlindo Chinaglia (PT- SP). Não sei. Só ele pode dizer, respondeu Malmann. Eu sei. É porque ele precisava de alguém que fizesse advocacia administrativa, rebateu Chinaglia. Com habeas corpus, Paulo Cortez permanece em silêncio Paulo Roberto Cortez, sócio de Malmann, compareceu ao depoimento na CPI da Carf amparado por um habeas corpus que dava a ele o direito de permanecer calado. Apesar de se recusar a responder as perguntas dos deputados, ele disse ser inocente das acusações. Cortez afirmou que deu origem à Operação Zelotes, da Polícia Federal, ao ela- Causa estranheza estar acusado e achincalhado perante a sociedade. Será retaliação? Paulo Roberto Cortez borar um relatório sobre a atuação do ex-conselheiro do Carf José Ricardo da Silva. Sem essas informações não teria acontecido a Operação Zelotes. Causa estranheza estar acusado e achincalhado perante a sociedade. Será retaliação?, perguntou. Ao responder pergunta do deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), Cortez disse estar arrependido de ter feito as denúncias. Esse foi o retorno que nós tivemos. Eu estou muito consternado com essa situação e tudo reverteu contra, disse. Antonio Augusto Cortez disse que a Operação Zelotes teve início com suas denúncias