EXPERIÊNCIAS NA FORMAÇÃO DOCENTE
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- Ana Vitória de Paiva Madeira
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1 EXPERIÊNCIAS NA FORMAÇÃO DOCENTE Stella Maris Pissaia 1 Giseli Dionize Bobato 2 RESUMO: Neste resumo apresentamos uma descrição compreensiva das experiências vivenciadas a partir do contato teórico durante as aulas da disciplina de Estágio Supervisionado em Educação Infantil e da prática durante o estágio tendo por objetivo reforçar tais aprendizagens para que se transformem em saberes na formação do professor de educação infantil. Para alcançar o objetivo proposto fizemos uma relação entre a leitura e discussão dos textos teóricos e as experiências vividas no contexto da instituição de educação infantil durante o estágio. Palavras-chave: Educação Infantil, estágio, saberes docentes. INTRODUÇÃO: Este trabalho de pesquisa foi pensado a partir da disciplina de Estágio Supervisionado em Educação Infantil e teve como lugar de execução uma instituição de educação infantil pública do município de Irati-PR. As instituições de ensino foram concebidas como espaço de acesso aos conhecimentos formais permitindo novas formas de pensamento e comportamento, resultando no processo de humanização, neste ambiente foi outorgado ao adulto/professor o papel social de empregar o tempo de interação com as crianças/alunos para gerar intencionalmente aprendizagens, não se restringindo às experiências diárias, mas possibilitando acesso aos bens culturais historicamente acumulados. Os direitos estabelecidos em lei e o reconhecimento da infância como fenômeno socialmente construído tem caráter social com estatuto próprio e nesta fase, na aprendizagem humana, estão envolvidos o desenvolvimento biológico e o cultural, e que tais aprendizagens geradas no desenvolvimento se efetivam nas relações sociais e culturais, constituem fundamentos relevantes do trabalho docente sempre pautado na reflexão e diálogos constantes. MATERIAIS E MÉTODOS: Com base nas aulas e leituras realizadas em sala de aula e na observação, participação e atuação no Centro Municipal de Educação Infantil, deram-se os meios necessários para a elaboração de um plano de estágio que abrangesse 20 horas de atuação. Partindo do objetivo que fora elaborado para o planejamento da atuação no estágio da educação infantil: Conhecer o esquema corporal para experimentar suas potencialidades e limites, elaboramos plano para atuação levando em consideração a proposta curricular do município de Irati. Tal proposta curricular reconhece a criança com sujeito de direitos assim como Brasil (1988) pela Constituição Federal, no artigo 205, seção I Da Educação, afirma que a 1 Acadêmica do 3 ano do Curso de Pedagogia, AMARYS_SOUZA@YAHOO.COM.BR 2 Acadêmica do 3 ano do Curso de Pedagogia, BGISELIDIONIZE@YAHOO.COM.BR
2 educação é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa e no artigo 208, inciso IV prevê... atendimento em creches e pré-escolas às crianças de 0 a 6 anos de idade. Com relação à seguridade Brasil (1988) aborda sobre direitos no artigo 227, cap. VII - Da Família, Da Criança, afirma que É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária. A criança ainda é contemplada em direitos como explicita Paraná (2005) pela Constituição do Estado do Paraná no artigo 173 Da Assistência Social, no artigo Da Educação e no artigo 216 Da Família, Da Mulher, Da Criança, e Do Idoso, tendo o Poder Público do Estado a competência na normatização e aplicação para a educação infantil e a atuação dos municípios nos programas educacionais, descritos no artigo 183, seção I - Da Educação que prevê Compete ao Poder Público Estadual normatizar e garantir a aplicação das normas e dos conteúdos mínimos para o ensino pré- escola, fundamental e médio e de educação especial, de maneira a assegurar a formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos universais, nacionais e regionais. O Estatuto da Criança e do adolescente em Brasil (1990) no Art. 53 reconhece que a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurandolhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores. O Estatuto da Criança e do Adolescente reforça o direito ao atendimento às crianças de 0 à 6 anos em creches e pré-escolas, e finalmente a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em Brasil (1996) apresenta as formas de organização para o atendimento às crianças até seis anos de idade encaminhando a principio do direito à educação, esta lei define no artigo 29, A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. A proposta curricular do referido município enfatiza, assim como as leis que garantem direitos à criança, um dos principais objetivos da educação infantil proporcionar as crianças o acesso ao conhecimento elaborado pelos homens, tendo como caminho o pressuposto da criatividade, autonomia e do lúdico e fundamenta-se no reconhecimento da infância como tempo de direito, privilegiando àquilo que lhes é próprio e específico. É contemplada a criança nesta proposta curricular municipal o atendimento à infância nas necessidades básicas e o desenvolvimento/ aprendizagem em consonância. Atendendo as diretrizes desta proposta, utilizamos para a elaboração do planejamento do estágio o tema abrangente do bimestre: Eu e minha família. Este eixo temático é repassado às instituições de Educação Infantil pela Secretaria Municipal de Educação previamente elaborado em temas menores divididos por áreas do conhecimento. No eixo temático bimestral utilizamos uma unidade temática menor correspondente ao corpo humano. O planejamento foi desenvolvido tendo como objetivo: Conhecer o esquema corporal a fim de experimentar suas potencialidades e limites e em objetivos específicos por áreas do conhecimento, estabeleceram-se conteúdos e atividades, contudo desenvolvido na perspectiva interdisciplinar. As áreas de conhecimento que seriam: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História e Geografia, Artes e Educação Física. Verificamos pela elaboração curricular do município,
3 enviada para as instituições de educação infantil pela secretaria municipal, o planejamento baseado em conteúdos organizados por áreas de conhecimento. Essa tendência traz uma conexão maior para o trabalho com temas, nas atividades previstas e delimitação do tema pudemos articular os saberes e os conteúdos que dirigiram o trabalho intencional, nesta perspectiva a pré-escola auxilia na generalização de conhecimentos socialmente construídos e acumulados e as crianças desenvolvem, adquirem e produzem novos conhecimentos. A partir dos objetivos foram pensados conteúdos e atividades que instigassem às crianças sobre o tema e pudessem oferecer autonomia e interação através da ludicidade. Durante a instrumentalização dos conteúdos distribuídos nas áreas de conhecimento, as crianças se mostraram naturalmente exploradoras e estabeleceram relações com o corpo individual e coletivamente. Refletindo sobre as partes e no todo que o compõe o corpo humano, observamos a organização do espaço físico da instituição de educação infantil que deve privilegiar áreas e condições que permitam movimentos às crianças. Meditando neste aspecto do desenvolvimento físico, ampliamos nas atividades dos conteúdos momentos que possibilitassem as crianças engatinhar, andar, movimentar-se com mímicas representando animais e pessoas em diferentes fases de desenvolvimento, lançar objetos, pular, esticar-se e durante os jogos e brincadeiras o contato com o material permitindo a autonomia na escolha e nas interações. DISCUSSÕES E RESULTADOS: Para o processo de apropriação do conhecimento pelas crianças é importante saber que elas se inserem num mundo já estruturado onde existe uma cultura construída e conhecimentos acumulados historicamente, e que elas precisam se inserir como sujeitos humanos e que partilhar desses significados com os outros é necessário. Considerando a natureza de exploração da criança na investigação desse mundo, pensamos através desta peculiaridade infantil e elaboramos atividades que propiciassem essas relações com formulações de hipóteses pelas crianças e a troca de informações e que proporcionassem posteriormente condições concretas nas experiências com o próprio corpo. Embora, a concepção de cuidado/educação adotada na educação infantil, em que a criança é cada vez mais sujeito humano que aprende e se desenvolve, e que é necessário na formação do professor uma postura que atenda as duas direções, não deixamos de lado a intencionalidade das ações em vários momentos, como nos de cuidado, propiciamos atividades que elas pudessem se vestir e vestir as outras, trocar de roupas e adornar-se com acessórios sempre auxiliando-as nestes momentos de interação. Estas ações constituem-se partilhar como representação de conhecimentos culturais. No processo de construção da cultura que o homem estruturou a linguagem e continua a aperfeiçoá-la, essa possibilidade de compartilhar significados constitui o sujeito e estrutura-se por meios de linguagens diversas, e o brincar é uma delas, as crianças reconstroem o percurso feito pelos homens na sua aprendizagem utilizando-se das diversas linguagens sempre guiadas da curiosidade. A linguagem oral fora utilizada no momento do texto coletivo e do painel de recortes, posterior às brincadeiras, onde traduzimos e interpretamos as falas das crianças e organizamos de modo a se constituir como referência de linguagem para elas, trazendo a linguagem oral e escrita para o meio das experiências, cumprindo o papel de leitor e escriba para elas na compreensão da função social dessa linguagem, sempre na intencionalidade pedagógica. Embora sejam considerados conhecimentos informais essas vivências de práticas sociais haverá, contudo, momentos em que necessitarão buscar o conhecimento formal para conhecer e compreender o fato físico e social. O trabalho com crianças pequenas constitui-se complicado, e não pode apresentar-se
4 desconexo, pois além da intenção pedagógica, o educador precisa estar atento às questões de cuidado, transformar em momentos de aprendizagem os momentos de cuidado, assim na medida em que, a criança se apropria das ações autônomas o educador faz da observação um período de pesquisa e reflexão das ações. Isso denota que o trabalho pedagógico em educação infantil está estritamente ligado a ação de cuidado, tema para debate e investigação permanente. Todas as reflexões apresentadas neste resumo foram fundamentadas nos textos de Faria e Dias (2008), Kipper e Corte (2008), Ostetto (2000), Paraná (2005) que também foram utilizadas para a elaboração do planejamento da atuação no Centro de Educação Infantil. Quanto à formação do educador é um fator constante, a prática não deve estar distante da análise teórica, uma vez que compreender a peculiaridade infantil, a cultura e o contexto das crianças é preciso haver investigação aliada do conhecimento e da pesquisa. Meditamos em como ensinar abrangendo alguns conceitos teóricos em aspectos que tivessem significado para as crianças e concluímos que planejar na educação infantil elaborar esse contexto significativo que contenha atividades e situações desafiadoras é extremamente complexo. Esta reflexão contribui deveras para uma educação infantil de qualidade, vivenciar as práticas de estágio, participar e se apropriar teoricamente dos conhecimentos iniciam-se no momento do estágio e se estendem por toda a carreira profissional na formação continuada. CONCLUSÃO: A experiência de estágio propiciou momentos de reflexão que contribuíram para a reformulação teórica, assim foi possível nos momentos da atuação comprovar que o objetivo foi atingido a partir do desenvolvimento das atividades com crianças/alunos, as quais tiveram um desenvolvimento participativo, interativo e um aprimoramento de seus conhecimentos sobre a temática do corpo humano, e tais atividades foram relevantes resultando em conhecimentos novos, contribuindo para uma prática social e uma agradável relação entre atuantes e as crianças/alunos, concluímos que este trabalho só chegou aos resultados relevantes a partir da interligação da teoria e a prática. REFERÊNCIAS Encontro pedagógico com professores do jardim III do município de Irati, BRASIL, Constituição da República Federativa. Da Educação, cultura e do Desporto. Brasília, BRASIL, Estatuto da Criança e do Adolescente. Do direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer. Brasília, BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Da Educação Básica. Brasília, FARIA.Vitoria Líbia Barreto de.; DIAS, Fátima Regina Teixeira de Salles. Currículo na Educação Infantil: diálogos com os demais elementos da Proposta Pedagógica. Editora Scipione KIPPER, Maribel Susana; CORTE, Marilene,Gabriel Dalla. A Cultura da Pesquisa no Estágio Curricular Supervisionado do Curso de Pedagogia, Disponível em:
5 Acesso em 09/06/2010. OSTETTO, Luciana E. Encontros e Encantamentos da Educação Infantil: Partilhando experiências de Estágios. Campinas, SP: Papirus, PARANÁ, Conselho Estadual de Educação. Deliberação nº 610/05. Normas e Princípios para a Educação Infantil no Sistema de Ensino do Paraná, 2005.
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