Resumo de dissertação

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1 Resumo de dissertação O CONSEQUENCIALISMO E A DEONTOLOGIA NA ÉTICA ANIMAL: UMA ANÁLISE CRÍTICA COMPARATIVA DAS PERSPECTIVAS DE PETER SINGER, STEVE SAPONTZIS, TOM REGAN E GARY FRANCIONE 52 Luciano Carlos Cunha 53 Resumo: A presente dissertação tem como objetivo comparar criticamente duas abordagens distintas, uma centrada no consequencialismo e outra centrada na deontologia, sobre o problema do status moral dos animais não humanos. Inicialmente, são apresentadas as críticas de Gary Francione e Tom Regan, que propõem uma abordagem deontológica centrada na idéia de direitos morais, à proposta de Peter Singer, consequencialista, centrada no utilitarismo preferencial. A proposta de Singer é então apresentada, e a plausibilidade das críticas é avaliada. Por fim, é apresentada a análise de Steve Sapontzis, que tenta ver a possibilidade de juntar, em um único sistema de raciocínio moral, as principais preocupações tanto das formas consequencialistas quanto bdeontológicas da ética animal. Palavras-chave: Ética Animal - Consequencialismo - Deontologia - Utilitarismo Igualdade Direitos - Abolicionismo. Abstract: This dissertation aims to critically compare two approaches, one centered on consequentialism and other centered on deontology, about the problem of the moral status of nonhuman animals. Initially, I present the criticisms of Gary Francione and Tom Regan, who proposed a deontological approach centered on the idea of moral rights, to the proposal of Peter Singer, consequentialist, focusing on preferential utilitarianism. The proposal of Singer is then presented, and the plausibility of the criticisms is evaluated. Finally, I present the analysis of Steve Sapontzis, who investigate the possibility to put together in a single system of moral reasoning the main concerns of both consequentialist and deontological forms of animal ethics. Keywords: Animal Ethics - Consequentialism - Deontology - Utilitarianism Equality Rights - Abolitionism. 1 O ARGUMENTO CENTRAL ANTI-ESPECISTA Com a publicação da obra Libertação Animal 54, de Peter Singer, em 1975, iniciouse um amplo debate na filosofia sobre a consideração moral dos animais não humanos. Na obra, Singer defende que o especismo - termo criado por Richard Ryder (1983 [1975]) 52 Resumo da dissertação de Luciano Carlos Cunha, orientada pela Prof. Sônia T. Felipe, para obtenção do grau de Mestre em Filosofia na área de Ética e Filosofia Política Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no ano Mestre em Ética e Filosofia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), colaborador do site Olhar Animal ( colunista do site Agência de Notícias de Direitos Animais ( e autor do blog Desafiando o Especismo ( 54 SINGER, Peter. Libertação Animal. Trad. Marly Winckler; revisão técnica Rita Paixão. Porto Alegre/ São Paulo: Lugano,

2 para se referir à discriminação praticada contra a quem não pertence a uma ou mais espécies particulares - é tão moralmente indefensável quanto o racismo e o sexismo. A razão para isso é que tais formas de discriminação baseiam-se em características (por exemplo, a cor da pele, o gênero, o número de pernas, a capacidade mental, etc.) que são moralmente irrelevantes. A razão mais básica para explicar por que tem-se o dever moral de se considerar os interesses de alguém deve-se ao fato de que não satisfazê-los causa um dano e satisfazê-los causa um benefício para o atingido pela decisão, sendo que os primeiros deveriam ser evitados devido ao seu valor negativo, e os segundos, fomentados devido ao seu valor positivo. Como as características que norteiam o raciocínio especista, racista ou sexista não influenciam na possibilidade de alguém estar sujeito a receber um dano ou benefício, isso explica por que tais características são moralmente irrelevantes para se saber quem deve receber consideração moral. O argumento central de Singer consiste em mostrar que, já que a falta de racionalidade em membros de nossa espécie (os bebês, por exemplo) não é justificativa para desconsiderar os seus interesses, a falta de racionalidade de membros de outras espécies não pode ser justificativa para desconsiderar os seus interesses. Pensar que sim é confundir aquilo que é relevante para se determinar quem deve ser responsabilizado pelas suas decisões (a posse da razão) com o que é relevante para se determinar quem merece consideração (a possibilidade de ser-se beneficiado ou prejudicado). A moralidade de se fomentar ou não um interesse depende das características do próprio interesse, não de quem é seu portador, assim diz o princípio da igual consideração de interesses semelhantes 55, um princípio moral formal fundado no princípio geral da razão de que casos relevantemente similares devem ser tratados de maneira similar. O que é relevante para saber se alguém deve ter seus interesses considerados, defende Singer, não é a raça, gênero ou espécie, mas sim, apenas saber se o ser em questão é capaz de ter interesses, pois é disso que depende a possibilidade de alguém sofrer danos ou desfrutar benefícios e, portanto, ser prejudicado ou beneficiado com nossas decisões. Para que um ser seja capaz de interesses, defende Singer, é necessário que este seja senciente, ou seja, capaz de experiências mentais (como dor e prazer, por exemplo), já que é disso que depende a existência de um indivíduo, ou seja, alguém que é possível dizer que se encontra em um estado pior ou melhor, pois valoriza alguns estados em detrimento de outros. Isso explica, 55 Cf. SINGER, Peter. Ética Prática. 3 ed. Trad. Jefferson L. Camargo. São Paulo. Martins Fontes, 2002, pp

3 no entender de Singer, por que temos deveres diretos para com animais não humanos e não temos para com pedras, por exemplo. A defesa que Singer faz do princípio da igual consideração e a rejeição do especismo implicada em tal princípio estão, respectivamente, nos itens 3.1 e 3.2 da dissertação, enquanto que as respostas oferecidas por Steve Sapontzis a toda uma bateria de objeções ao respeito pelos animais não humanos se encontra no item SINGER E SEUS CRÍTICOS TAMBÉM ANTI-ESPECISTAS Os críticos de Singer dividem-se em dois grandes grupos. O primeiro grupo defende o especismo; o segundo aceita a crítica de Singer ao especismo, mas discorda de outros pontos cruciais de sua abordagem. Os outros três autores abordados (Tom Regan, Gary Francione, e Steve Sapontzis), assim como Singer, rejeitam o especismo, mas discordam deste quanto à sua análise sobre o erro em matar. Regan e Francione também criticam Singer devido à sua filiação à teoria moral do utilitarismo e defendem, ao invés, teorias de direitos morais Steve Sapontzis tenta a possibilidade de conciliar, em uma única teoria normativa, tanto as preocupações utilitaristas quanto as preocupações das teorias de direitos. As críticas de Francione a Singer ocupam o primeiro capítulo da dissertação, enquanto que as de Regan, o segundo. No terceiro, a concepção de Singer é esboçada, e no quarto, a proposta de Steve Sapontzis é analisada. Embora todos os quatro autores aceitem que temos o dever de dar igual consideração aos interesses de qualquer ser senciente, Singer difere dos outros três com relação às seguintes questões. (1) Avaliação axiológica sobre o bem de um indivíduo: de que se constitui o bem de um indivíduo e, portanto, os seus interesses? Tal questão é importante para estabelecer que tipos de interesses os animais não humanos possuem (por exemplo, se teriam o interesse em viver, além do interesse em não sofrer). (2) Avaliação axiológica da distribuição de valor entre os indivíduos: dada uma situação que apresenta vários indivíduos, do que depende a determinação do quão boa ou ruim é essa situação? (3) Avaliação moral: deve-se sempre trazer à tona a melhor situação? Veremos, na seqüência, cada um desses tópicos separadamente. 3 A QUESTÃO DO ERRO EM MATAR E SUA IMPORTÂNCIA NO DEBATE ANTI-ESPECISTA 110

4 Quanto ao primeiro ponto, a grande divergência entre Singer e os outros três autores é quanto ao interesse em viver. Todos os quatro compartilham da idéia de que, se um ser pode ser prejudicado ou beneficiado com nossas decisões (ou seja, possui um interesse x), ele deve receber igual consideração à que deveríamos dar ao mesmo interesse x de qualquer outro indivíduo. Concordam também que todo e qualquer ser senciente possui um interesse em não sofrer, mas, no entender de Singer, nem todo ser senciente possui um interesse em continuar a viver (ou seja, para o autor, nem todo ser senciente é prejudicado ao morrer). Para que um ser tenha um interesse em viver, de acordo com Singer, é necessário que o mesmo tenha uma consciência temporal de si (ou seja, que lembre do passado e faça planos com relação ao futuro). No entender de Singer, o erro de se matar alguém consiste em frustrar uma preferência presente (um estado mental existente na forma de um desejo) com relação a um momento futuro. Não haveria erro moral, de acordo com Singer, em matar seres sencientes que não tivessem preferências com relação ao futuro (desde que estes fossem mortos sem sofrimento e fossem substituídos por outros seres sencientes, desfrutando de igual nível de prazer), pois, segundo essa concepção, nada de mal lhes seria feito (haja vista não frustrar-lhes nenhuma preferência). É importante que lembrar que Singer não está, com isso, a tentar justificar o especismo, pois, nesse grupo, estariam muitos animais não humanos mas também muitos humanos (os bebês, por exemplo). Singer pensa dessa maneira com relação ao interesse em viver por ser um preferencialista em relação ao bem geral de um indivíduo: alguém só é beneficiado ou prejudicado quando suas preferências (estados mentais na forma de um desejo) são, respectivamente, satisfeitas ou não satisfeitas. Ou seja, para Singer, alguém só tem um interesse (ou seja, é prejudicado ou beneficiado se estiver ou não estiver em um determinado estado x) se tiver uma preferência com relação à x (um estado mental na forma de um desejo por x estar presente ou ausente). A concepção do erro em matar e sua aplicação aos animais não humanos na teoria de Singer é especificada em detalhes nos itens 3.3 e 3.4 da dissertação. Para Francione, a questão do erro em matar é central para a discussão sobre a moralidade da instituição de uso dos animais por parte dos humanos (alimentação, experimentos, vestuário, entretenimento, etc.). Se Singer tivesse razão quanto ao erro em matar, então não haveria erro em explorar e matar seres sencientes que não possuam 111

5 consciência temporal de si (não humanos ou humanos), desde que eles não sofressem no processo de uso (a escravidão animal deveria, então, apenas ser regulamentada e não, abolida). Mas, defende Francione, já que viver está entre os interesses dos seres sencientes, a instituição de escravidão animal deveria ser abolida, mesmo que os animais não sofressem no processo de uso (já que, de qualquer maneira, são assassinados). As críticas de Francione a Singer com relação à questão do regulacionismo versus abolicionismo ocupam os itens 1.1 a 1.3 da dissertação. Uma possível resposta de Singer à crítica de Francione, é que deveria-se, como regra geral, abolir o uso de animais em muitos setores (ainda que, no entender de Singer, em alguns casos esse uso se justifique), pois tal abolição ajudaria a criar uma consideração pelos outros interesses dos animais não humanos (não sofrer, por exemplo 56 ). Assim, para Regan, Francione e Sapontzis, a instituição de exploração animal deve ser abolida devido, entre outras coisas, a uma consideração direta pelo interesse dos animais em continuar a viver 57. Para Singer, quando temos dever abolir determinado uso de seres sencientes que não são capazes de fazer planos para o futuro, isso deveria acontecer devido a uma consideração indireta pelo interesse em não sofrer. Mesmo que, com relação à meta a longo prazo, salvo algumas situações de exceção, os quatro autores não estejam em grande divergência, a pergunta é um erro matar qualquer ser senciente, mesmo sem causar-lhe sofrimento? depende de se saber se o preferencialismo é ou não uma teoria adequada com relação ao que se constitui o bem de um indivíduo (e, portanto, seus interesses). Essa questão será abordada a seguir. 4 O QUE TORNA ERRADO MATAR? Todos os quatro autores concordam que o erro em matar funda-se no prejuízo que é causado à vítima. Contudo, discordam com relação ao que seria necessário para alguém ser prejudicado ao morrer. Para o experiencialismo o que é necessário para alguém ser prejudicado ao morrer não é a não satisfação de alguma preferência com relação ao 56 Cf. SINGER, Ibid., pp Nesse ponto, a concepção de Regan não é muito distinta da de Singer, pois, para o primeiro, deve-se abolir a instituição de exploração aos seres sencientes em geral como um dever direto de respeito aos seres sencientes que são sujeitos-de-uma-vida (o que, envolve, entre outras coisas, ter consciência temporal de si), e o respeito à vida dos outros seres sencientes que não são sujeitos-de-uma-vida é indireto com vistas a fomentar atitudes de respeito à vida dos seres que são sujeitos-de-uma-vida. Ver REGAN, Tom. The Case for Animal Rights. 2nd ed. Los Angeles: University of California Press, 2004, pp. 243, 244, ,

6 futuro, e sim, a perda de desfrute no futuro (que é independente da existência de preferências quanto ao futuro). Essa visão já era incorporada nas teorias utilitaristas hedonistas clássicas 58, apesar de ser independente da teoria normativa que alguém adota (poderia ser aceita por um utilitarista, um igualitarista, um defensor dos direitos morais, um preferencialista, um defensor da ética das virtudes, etc.). Essa é uma teoria sobre de que se constitui o bem de um indivíduo, que é independente das teorias sobre como medir o quão boa ou ruim é uma situação onde se encontram vários indivíduos (teorias axiológicas sobre a distribuição de valor) e independente também das teorias morais (ou seja, teorias sobre as razões para agir). De acordo com o experiencialismo, alguém é prejudicado quando experimenta uma sensação ruim e/ou é impedido de experimentar uma sensação boa, e é beneficiado quando experimenta uma sensação boa e/ou é impedido de experimentar uma sensação ruim, independentemente de esse alguém ter ou não uma preferência (ou seja, um estado mental na forma de um desejo) a favor ou contra o estado de coisas em questão. Assim, para o experiencialismo, alguém é prejudicado ao morrer se for impedido com isso de desfrutar algo de bom no futuro (à parte de haver sofrimento ou não na hora da morte). Note que para existir tal prejuízo para a vítima não é necessário que a mesma tenha feito planos com relação ao futuro, e nem mesmo que tenha uma preferência consciente por continuar a viver (e, nem mesmo que saiba o que é a morte). De qualquer forma, o dano tem lugar pelo desfrute de boas sensações ter sido eliminado. Por esse motivo, Sapontzis afirma que fundar o erro em matar na frustração de estados mentais presentes com relação à preferência por não morrer é confundir sofrer uma perda com ter consciência da perda 59. Seres sencientes que não possuem sentido temporal de si nem preferências com relação ao futuro (bebês humanos e muitos animais não humanos, por exemplo) são danados se forem mortos, mesmo que não tenham entendimento do que é esse dano. Regan segue na mesma linha e distingüe dois tipos básicos de dano: o dano pela presença de algo ruim (o que o autor chama de dano por inflição, como a presença do sofrimento) e o dano pela ausência de algo bom (o que o autor chama de dano por 58 Os exemplos mais conhecido do utilitarismo hedonista é Jeremy Bentham. As críticas de Regan a essa concepção ocupam o item 2.1 da dissertação. 59 A análise de Sapontzis sobre o dano da morte e sobre o erro em matar (incluindo direito à vida) ocupa o item 4.2 da dissertação. 113

7 privação 60 ). Regan acusa Singer de só ter considerado o primeiro tipo de dano, e, por isso, ter errado com relação à moralidade do matar ao adotar o preferencialismo, já que a mesma é melhor analisada a partir do segundo tipo de dano (sendo que o primeiro tipo de dano explica melhor o erro em se fazer sofrer). Francione segue Regan nessa conclusão. Assim, para esses três autores, todo ser senciente que morre é prejudicado se havia a possibilidade de desfrutar minimamente da vida no futuro. Aceitar essa conclusão não necessariamente implica em concluir também que tudo o que possui valor em si é a felicidade e tudo o mais possui valor apenas enquanto meio para se chegar à felicidade. Significa apenas que o desfrute da felicidade tem valor positivo em si e o sofrimento tem valor negativo em si, mas a possibilidade fica aberta para a existência de outros valores que sejam independentes da felicidade (por exemplo, o conhecimento da verdade, satisfação de preferências, etc.). 5 TEORIAS SOBRE O BEM DO INDIVÍDUO, SOBRE O VALOR DE UMA SITUAÇÃO E SOBRE AS RAZÕES PARA AGIR O outro bloco de críticas desses autores à proposta de Singer se dá por este se filiar à teoria normativa do utilitarismo, em particular, o utilitarismo preferencial 61. Para melhor compreensão das críticas, é importante separar três questões distintas: (1) de que se constitui o bem de um indivíduo? (por exemplo, a oposição entre preferencialismo e experiencialismo, menciona acima); (2) que critério(s) utilizar para medir o quão boa ou ruim é uma situação que apresenta vários indivíduos? ; (3) devemos sempre trazer à tona a melhor situação?. O utilitarismo é uma teoria que visa oferecer uma resposta à terceira questão, pois é uma teoria normativa. É importante distinguir entre a teoria normativa do utilitarismo, e a teoria de valor (seja valor com relação ao bem do indivíduo, como na primeira questão, seja valor com relação à situação total, como na segunda) incorporada nas diversas variações de utilitarismo. Uma teoria normativa basicamente diz como pesar razões para agir e, geralmente, essas razões para agir tem a ver (em maior ou menor grau, 60 Cf. REGAN, Ibid., pp A avalição de Regan sobre o dano da morte, bem como sua crítica ao utilitarismo quanto a esse ponto, se encontra no item 2.3 da dissertação. Já as críticas de Francione quanto aos mesmos pontos se encontram no item As críticas de Regan específicas a essa forma de utilitarismo se encontram no item 2.2 da dissertação. 114

8 dependendo da teoria normativa) com questões de valor. Mas, a teoria de valor incorporada por uma teoria normativa é independente dela. Assim, é possível a existência de ramificações de uma mesma teoria normativa, com teorias de valor diferentes É isso que acontece no utilitarismo. É possível também que outras teorias normativas incorporem a mesma teoria de valor. Os chamados utilitarismo hedonista e o utilitarismo preferencial não diferem em termos normativos (ou seja, na maneira pela qual se deve determinar qual a decisão correta), e sim, em termos do que se constitui o bem de um indivíduo. Como vimos, o utilitarismo preferencial adota, obviamente, o preferencialismo, enquanto que o hedonista adota o experiencialismo. Vimos as diferenças cruciais que conduzem essas teorias quanto ao erro em matar, discutido acima 62. Um aspecto que é comum a todas as formas de utilitarismo se encontra na questão 2. O utilitarismo adota uma concepção maximizadora da soma do valor de uma situação geral. Ou seja, quanto maior a predominância daquilo que tiver valor positivo para um indivíduo (sejam satisfação de preferências, sejam experiências positivas, dependendo da variação), em comparação ao que possui valor negativo, melhor uma situação é. É importante lembrar que, na concepção maximizadora do valor de uma situação, essa soma é impessoal. Por exemplo: suponha que temos um universo onde existem apenas 2 indivíduos, A e B, e temos de avaliar qual das duas situações seguintes é a melhor (sendo os números estimativas do quão bem ou mal estão os indivíduos). Não situação 1: A= +20; B= -5. Já na situação 2: A=+7; B=+6. Para a concepção maximizadora de valor, a situação 1 é melhor, porque a soma total é +15, em oposição à +13, na situação Vale lembrar que, nesse ponto, estamos ainda a falar apenas do quão boa ou ruim é uma 62 Além da diferença sobre como abordar o dano da morte, outra diferença crucial entre utilitarismo hedonista e preferencial se dá quanto ao fomento ou não de preferências que causam mal ao próprio indivíduo. Para o utilitarismo hedonista, é prima facie um mal permitir a satisfação de preferências presentes que trarão infelicidade a longo prazo para o próprio indivíduo (já que a satisfação de um prazer momentâneo não supera todo o sofrimento futuro que poderia ser evitado). Já para o utilitarismo preferencial, haveria a implicação de que a satisfação de uma preferência presente que seria nociva a longo prazo para o próprio indivíduo que a possui só seria errada se existissem outras preferências presentes, do mesmo indivíduo, quanto a evitar esses danos maiores futuros a longo prazo. 63 Dois exemplos de teorias opostas à teoria maximizadora da soma, enquanto teorias sobre o valor geral de uma situação, são a igualitarista e a maximin. No exemplo em questão, diferentemente da concepção maximizadora da soma, ambas diriam que a situação 2 é melhor, ainda que por razões diferentes. A igualitarista, porque na situação 2 aquilo que é um bem está distribuído mais uniformemente entre os indivíduos (o nível de desigualdade é de +1 na situação 2, enquanto que é +25 na situação 1). A maximin, porque na situação 2 o indivíduo que está pior, (B, com +6), se encontra melhor do que o indivíduo que se encontra pior na situação 1 (o próprio B, com 5). Outras teorias conhecidas de avaliação de uma situação são a maximizadora da média (soma total dividida pelo número de indivíduos) e a suficientista, que baseia-se no número de indivíduos que possui o suficiente. Combinações dessas preocupações também são possíveis. 115

9 situação, e não, ainda, sobre as razões para se trazer ou não à tona uma determinada situação. Outro aspecto comum a todas as formas de utilitarismo se dá no nível normativo: as razões para agir são determinadas unicamente com base na avaliação da situação. Essa diferenciação é importante porque alguém poderia aceitar uma teoria de avaliação de uma situação (por exemplo, aceitar a teoria maximizadora da soma, ou qualquer outra) e não adotá-la em termos normativos. Ou seja, seria possível alguém concordar que no exemplo acima a situação 1 é melhor, e ainda assim manter que, na hora de se decidir o que se deve fazer, a decisão correta não tem absolutamente nada a ver com trazer à tona a melhor situação (o mesmo vale se alguém afirmasse que a situação 2 é melhor). Ou ainda, poderia manter que a decisão correta depende em algum grau de trazer à tona a melhor situação, ainda que dependa também de outros fatores que não tem a ver com a avaliação da situação. No utilitarismo isso não acontece: a decisão correta é sempre determinada com base na avaliação da situação 64. Contudo, mesmo com relação a esse ponto existem variações. O utilitarismo de atos afirma que a decisão correta é sempre trazer à tona a melhor situação dentre as opções disponíveis na hora da decisão de cada ato particular (sejam ações e omissões). O utilitarismo de regras, pelo contrário, mantém que devemos seguir certas regras (sejam ações ou omissões) que têm a tendência de trazer as melhores situações a longo prazo, ainda que, em um ou outro ato particular, não traga sempre a melhor situação a curto prazo 65. Uma discussão sobre as implicações do utilitarismo de atos e de regras com relação à abolição ou regulamentação do uso de animais pode ser encontrada no item 1.1 da dissertação. 6 O UTILITARISMO EM DISCUSSÃO: CRÍTICAS À AGREGAÇÃO Na interpretação de Regan, ao se examinar se uma opção de decisão é ou não correta, segundo o utilitarismo de atos, deveria-se inicialmente formar duas colunas de conseqüências: negativas e positivas. Depois, teria-se de somar (impessoalmente) os 64 Isso é comum a todas as formas de consequencialismo. Em geral, tais formas diferem mais em relação à avaliação da situação. Por exemplo, existe o igualitarismo consequencialista (que adota o igualitarismo como princípio de avaliação do valor de uma situação e baseia as razões para agir nessa avaliação) e o prioritarismo consequencialista (que adota o maximin como princípio de avaliação do valor de uma situação e baseia as razões para agir nessa avaliação). 65 A diferenciação entre de atos e de regras poderia ser aplicada a qualquer outra forma de conseqüencialismo, como o igualitarista, o prioritarista e o suficientista, por exemplo. 116

10 níveis da coluna de conseqüências negativas (sofrimento ou frustração de preferências, dependendo da teoria de valor) e os da coluna de conseqüências positivas (felicidade ou satisfação de preferências, dependendo da teoria de valor) que surgiriam daquela opção de decisão particular. Como vimos, uma característica importante desse processo de cálculo é que as conseqüências negativas, de um lado, e as positivas, de outro, teriam de ser agregadas, ou seja, somadas. Se a coluna do montante de conseqüências positivas geradas for maior do que o montante negativo, e, se não houver nenhuma outra opção disponível com agregação positiva maior, então é um dever escolher essa situação. Se acontecer o inverso, é prima facie um dever não escolher tal situação (a menos, que, em comparação a todas as outras opções disponíveis, esta seja a menos pior). Se houver mais de uma opção disponível com agregação igualmente boa (sendo estas igualmente as melhores situações disponíveis, ou, pelo menos, igualmente as menos piores), e não houver possibilidade de escolher todas, então é moralmente opcional escolher alguma dentre elas. Por exemplo, supondo que tenhamos, diante de nós, apenas duas opções de decisão, onde quatro indivíduos (A, B, C, D) serão atingidos da seguinte maneira (sinais positivos representam felicidade e negativos sofrimento, tomando como exemplo o utilitarismo hedonista). Opção 1: A=+7; B=+1; C=-12; D=-5. Opção 2: A=0; B=-8; C=+1; D+9. Somando-se tudo, na opção 1 teríamos uma agregação final de 9, enquanto que na B teríamos de +2. Segundo a teoria maximizadora da soma (uma teoria de avaliação do quão boa ou ruim é uma situação) situação 2 é melhor do que a 1. Segundo o utilitarismo de atos, que afirma que sempre devemos trazer à tona a melhor situação (e avalia a melhor situação de acordo com a teoria maximizadora da soma), seria, então, um dever escolher a opção 2. A maior parte das críticas de Regan e Francione à teoria normativa do utilitarismo se dá pelo fato de ser uma teoria moral baseada numa axiologia agregativa 66. Ambos argumentam que tal característica permitiria danos graves a alguns indivíduos com vistas a beneficiar (talvez muito pouco) outros indivíduos. O cálculo utilitarista, criticam Regan e Francione, se preocupa com as conseqüências positivas geradas, mas não com a maneira pela qual se chegará nessas conseqüências (crítica à questão normativa) e nem com a maneira pela qual aquilo que é de valor estaria distribuído entre os indivíduos 66 Essas críticas aparecem especificamente nos itens 2.3, 2.7 e 2.8 da dissertação. 117

11 (críticas à teoria de valor de uma situação incorporada pela teoria normativa 67 ). No entender de Regan, a principal razão para se pensar que o utilitarismo está errado se dá por não existir um indivíduo, que é a soma de todos os outros, que será beneficiado ou danado no processo. E, como a moralidade só faz sentido se pensarmos nos possíveis benefícios ou prejuízos para os indivíduos, não faz sentido agregar os dados dessa maneira impessoal, sem se importar com os níveis individuais de bem, já que não há um indivíduo que é a soma de todos os outros, é a conclusão do argumento de Regan 68. No entender de Regan, Singer adota o utilitarismo preferencial, e não o hedonista (centrado no experiencialismo) devido à facilidade com que se justifica o assassinato de alguém no segundo 69. Como vimos anteriormente, é possível que o cálculo utilitarista justifique causar um dano grave a alguém (no caso, morrer) desde que isso esteja envolvido na opção que causa a maior maximização de valor possível, dentre as alternativas disponíveis. Os utilitaristas hedonistas, segundo Regan, tentaram contornar essa implicação alegando que uma política onde qualquer um pudesse ser morto desde que isso aumentasse a agregação total de valor causaria pânico nos que estão vivos, e, no final das contas, teria maior sofrimento total agregado do que felicidade. Regan conclui que essa saída tem uma implicação estranha, pois ela envolve a idéia de que o erro em matar não é feito a quem é morto, mas sim, como um dever indireto ao possível pânico causado aos que continuarão vivos. Para Regan, esse é o motivo de Singer adotar o utilitarismo preferencial, pois, desta forma, o erro em matar se dá por violar uma preferência daquele que será morto (como vimos anteriormente, desde que ele já seja capaz de ter essa preferência, por ser capaz de fazer planos para o futuro), e não de terceiros. O problema, aponta Regan, é que essa saída não resolve a questão da facilidade com que o utilitarismo justifica o assassinato de inocentes, pois, mantendo-se o mesmo tipo de cálculo (a estrutura da teoria normativa não mudou, apenas mudou sua teoria sobre do que se constitui o bem de um indivíduo, que passou de experiencialista para preferencial), é possível que uma preferência por continuar vivo seja vencida por várias 67 Não fica exatamente claro, mas Regan, ao sugerir o princípio worse-off (que sugere que o valor negativo de uma situação é tanto maior quanto for o nível de dano do indivíduo que se encontra pior do que todos os outros) parece adotar uma concepção maximin do valor de uma situação, enquanto adota uma teoria normativa de direitos morais (ou seja, que devemos buscar a melhor situação e a melhor situação é avaliada em termos de maximin - exceto se, para isso, tivermos que violar algum direito). Cf. REGAN, Ibid., pp Essa argumentação aparece em detalhes nos itens 2.1 a 2.3 da dissertação. 69 Cf. REGAN, Ibid, pp

12 outras preferências agregadas, a favor de matá-lo. A interpretação de Regan sobre a motivação de Singer ao adotar o utilitarismo preferencial não leva em conta que no utilitarismo hedonista já haviam razões diretas contra matar alguém e, mais ainda, razões mais fortes do que no utilitarismo preferencial. Como vimos, no utilitarismo hedonista, por estar incorporada a teoria do experiencialismo, existem razões diretas, ainda que não conclusivas (pois poderiam ser superadas devido às opções de decisão com base na agregação total), contra matar todo e qualquer ser senciente, a saber, o benefício que poderia desfrutar se continuasse vivo. Já no utilitarismo preferencial isso se aplica somente aos seres capazes de formular preferências com relação ao futuro. Assim, a razão de Singer adotar o utilitarismo preferencial, e não o hedonista, parece ser a de que ele realmente acredita que o bem do indivíduo se resume à satisfação de suas preferências e não, para contornar algum problema sobre o mal de matar. Contudo, Regan conclui corretamente que o fato de o utilitarismo de atos tolerar muito facilmente o assassinato se dá devido a ser uma teoria agregativa impessoal, e que isso independe da concepção sobre do que se constitui o bem de um indivíduo incorporada nesta ou naquela variação de utilitarismo (ainda que a adoção de um preferencialismo aumente a facilidade com que se justifique matar). Se a interpretação de Regan estiver correta com relação à motivação com que alguém adota o utilitarismo preferencial, ou seja, com vistas a apontar uma razão direta contra matar alguém, então ele não é somente desnecessário, mas apresenta uma proteção menor, em comparação à perspectiva utilitarista hedonista, pois, no utilitarismo preferencial, como vimos, só há erro em matar seres com senso temporal de si; já com uma concepção experiencialista de valor (incorporada no utilitarismo hedonista) há razões diretas contra matar qualquer ser senciente que tenha possibilidade de desfrute no futuro. Dessa forma, a discussão sobre se o utilitarismo é ou não uma teoria moral adequada deveria ser centrada sobre saber se o cálculo maximizador da soma é ou não adequado para se determinar o valor de uma situação, e se isso deve determinar ou não automaticamente as razões para agir, e não sobre qual teoria sobre o bem de um indivíduo é adotada por esta ou aquela forma de utilitarismo. As teorias sobre de que se constitui o bem de um indivíduo, por sua vez, devem ser avaliadas independentemente da avaliação sobre teoria sobre o valor de uma situação e da avaliação sobre a teoria normativa. 7 A DISCUSSÃO SOBRE AS TEORIAS DE DIREITOS MORAIS 119

13 Regan e Francione sugerem enquanto teorias normativas, em alternativas às propostas utilitaristas, teorias de direitos morais. No entender de ambos, se uma razão para se rejeitar o utilitarismo é este tolerar causar danos graves a inocentes em nome de um bem maior, uma teoria de direitos plausível precisa postular o direito que cada indivíduo possui de não ser utilizado como mero meio para fins de outros (pois isso seria violar o seu valor inerente enquanto indivíduo). No entender de Regan e Francione, a proposta dos direitos fornece uma base teórica firme para se reivindicar a abolição da instituição de uso dos animais, sejam humanos ou não humanos. As questões centrais, diante da proposta dos direitos, são: (1) existem objeções fortes à teoria dos direitos? (2) Se sim, a única alternativa normativa é o utilitarismo ou outras formas de teoria normativa são possíveis e preferíveis? 8 OUTROS ELEMENTOS A SEREM LEVADOS EM CONTA Antes de abordarmos essas duas questões, é importante lembrar que existem alguns elementos característicos de outras teorias normativas (como elementos do igualitarismo e o preferencialismo, mencionados anteriormente) que parecem ser também preocupações de Singer. Um primeiro elemento é que Singer defende que interesses básicos (como não sofrer, por exemplo) devem ter prioridade sobre interesses banais (comer uma comida específica, por exemplo). Assim, por mais que se agregue preferências de vários indivíduos em se comer uma comida específica (de origem animal, por exemplo) contra a preferência básica de um único animal por não sofrer, se entendi a proposta de Singer, o interesse básico tem maior peso. Talvez a diferença de Singer com relação aos igualitaristas e prioritaristas, em torno desta preocupação, se dê quanto às razões do porque a mesma importa. Para os últimos, ela importa porque quem não tem o interesse básico saciado está pior, comparativamente aos outros (e isso, independentemente da soma total de valor em uma situação). Para Singer, provavelmente essa preocupação talvez seja derivada da preocupação com a utilidade: há maiores chances de se maximizar a soma total de preferências satisfeitas se for postulado que interesses básicos devem ter prioridade sobre não básicos. A discussão de Regan sobre o status do princípio da igualdade dentro da proposta de Singer aparece nos itens 2.4 a 2.6 da dissertação. Ainda quanto aos tipos de interesses a serem considerados, outra questão de difícil 120

14 interpretação é saber se Singer distingue ou não as preferências que estão de acordo com o princípio da igual consideração daquelas que não estão. Preferências que são fruto de considerações arbitrárias (como o especismo, racismo, sexismo e egoísmo) devem ou não ser considerados no cálculo das conseqüências? Por exemplo, se o especista ou racista ficará muito mal por não realizar sua preferência por causar danos às suas vítimas: sua preferência viola o princípio da igual consideração e não deve ser considerada ou o sofrimento do violador tem de contar também no cálculo? 70. Novamente, se Singer defender que tais preferências não trunfam as da vítima, não necessariamente isso indica que ele considere a coerência com a igual consideração como importante em si, pois é possível que ele derive essa preocupação de razões indiretas com relação à maior probabilidade de maximizar a soma total de satisfação de preferências (já que a satisfação de uma preferência discriminatória geralmente implica em não satisfação de preferências mais básicas das vítimas e, portanto, em um sofrimento maior). Esses elementos são discutidos no item 2.9 da dissertação. 9 A QUESTÃO DA JUSTIÇA NA DISTRIBUIÇÃO DE DANOS Independentemente da resposta correta sobre a real posição de Singer, permanece a questão sobre se é, e, se sim, até que ponto, justificável causar (por ação ou omissão) danos a alguns indivíduos com vistas a evitar danos em muitos outros (por ação ou omissão). A resposta dependerá, como apontarei a seguir, da resposta sobre qual a teoria mais adequada sobre o valor geral de uma situação. O que importa são danos agregados? É o número de indivíduos em uma situação ruim? É o nível de dano dos que estão na pior situação? É a eqüidade na distribuição daquilo que é um bem? É o número de indivíduos que já estão ou ainda não estão em uma situação suficiente? São vários desses fatores? Se sim, são comensuráveis? Se sim, que peso deve ter cada um? Como vimos, as teorias de direitos defendem que danar um indivíduo para salvar vários nunca se justifica. Note que estamos aqui a falar de danar um indivíduo para salvar vários, e não, de danar animais não humanos para salvar outros indivíduos (humanos ou não humanos). Como vimos anteriormente, existem boas razões para rejeitarmos o especismo. Assim, seja lá a teoria normativa mais adequada, a moralidade de danar um para salvar vários deve ser determinada independentemente da espécie daquele que será 70 As visões de Regan e Singer quanto a esse ponto são contrastadas nos itens 2.7 a 2.9 da dissertação. 121

15 danado e dos que serão beneficiados. Ou seja, se for errado danar um para salvar vários, é errado seja lá se aquele danado ou beneficiado for humano ou não humano. Se for correto, então é correto danar um humano para salvar um não humano e vice-versa. A questão crucial se torna, então, saber se danar um indivíduo para salvar vários se justifica ou não, e, se sim, sob quais condições. A resposta das teorias dos direitos é que nunca se justifica porque isso seria utilizar um indivíduo como mero meio para beneficiar outros, e, portanto, desconsiderar o seu valor enquanto indivíduo. Já o utilitarismo de atos 71 (seja preferencial, seja hedonista) diria que sim, desde que tal dano traga à toma a melhor situação (entendida no utilitarismo como a soma total daquilo que possui valor) e não haja nenhuma outra opção menos danosa disponível. Outras teorias, como o igualitarismo e o preferencialismo, diriam que a resposta depende de se saber em que nível de bem se encontram os que seriam danados e os que seriam beneficiados (levando-se em conta apenas aquele momento ou a vida inteira, tanto o que já se passou quanto o que se tem expectativa de passar no futuro). Tais teorias diriam que, quanto pior alguém está, mais fortes são as razões contra lhe causar dano, e que, quanto melhor alguém está, mais fortes as justificativas para lhe causar dano, desde que isso seja a única maneira de melhorar a situação de quem está pior do que todos os outros. Assim, não necessariamente tais teorias autorizariam danar poucos para salvar muitos: dependeria do nível de dano causado e do nível em que se encontram esses poucos e esses muitos. Assim, além do utilitarismo e dos direitos morais, existem várias outras teorias normativas que teriam outras preocupações em mente ao abordar a questão da distribuição de danos. Nosso raciocínio moral intuitivo do dia-a-dia também incorpora várias dessas preocupações. Um exemplo oferecido pelo filósofo James Rachels 72 ilustra bem esse ponto. Tal exemplo envolve um caso real, onde nascem duas gêmeas siamesas e não há possibilidade de salvar as duas, e, por condições físicas, apenas uma das bebês 71 O utilitarismo de regras (ou qualquer outra forma de consequencialismo de regras) poderia incorporar a mesma proibição vigente na teoria de direitos morais, ainda que por razões diferentes. Para os direitos morais, é errado danar um para evitar danos piores em outros com total independência das conseqüências a longo prazo dessa decisão. Um consequencialista de regras poderia dizer que, ainda que danar um para salvar vários tenha as melhores conseqüências em uma determinada situação específica (e, o que se entende por melhores consequências como vimos, depende da teoria de valor de uma situação adotada pela teoria normativa consequencialista em questão), a longo prazo, existirão maiores probabilidades de melhores conseqüências se todos seguirem a regra geral de não utilizarem uns para salvar outros. 72 RACHELS, James. Os Elementos da Filosofia da Moral; 4a ed. Trad. Roberto Cavallari Filho; revisão científica José Geraldo A. B. Pocker...(et al.). Barueri: Manole, 2006, cap

16 nasceu com possibilidade de sobreviver. Contudo, para se salvar esta que tem condições de sobreviver, é necessário matar a outra (que morreria a qualquer instante, de qualquer maneira). Se isso não for feito rapidamente, as duas morrem. Rachels argumenta que, nesse caso, é um dever matar uma para salvar a outra, pois, de qualquer maneira, ela não sobreviveria, e, se não fosse usada para salvar a outra, as duas morreriam. Assim, conclui Rachels, nem sempre é errado usar alguém como meio para salvar outros. Uma diferença, que pode explicar a disparidade de intuições com relação a esse caso e o caso de, por exemplo, utilizar alguém saudável, é que, em um caso, de qualquer maneira aquele que foi usado já estava condenado a morrer em instantes. Outro caso real de transplante de medula óssea é analisado pelo mesmo autor 73, onde, por ser o único doador compatível, um bebê é trazido à vida com vistas a doar as células para a irmã, que tem leucemia. Nesse caso, ambos os indivíduos diretamente afetados continuarão a ter vidas normais e significativas após a decisão. Se tal decisão não fosse tomada, a menina doente morreria e a outra não teria nascido. Isso parece indicar que intuitivamente, com o objetivo de determinar se causar dano a um com vistas a beneficiar outros se justifica, vemos como relevante a possibilidade de desfrute futuro de cada um dos envolvidos, ou seja, o nível bem individual que ficarão cada um dos atingidos. Esses exemplos parecem oferecer razões a favor das concepções igualitaristas e prioritaristas (esta última, centrada no maximin), tanto de avaliação de uma situação quanto como perspectivas normativas. As teorias de direitos mantém que é sempre um erro usar um indivíduo como mero meio para salvar outros. Contudo, o exemplo a seguir parece apontar para a conclusão de que o que parece haver de errado não é exatamente o uso em si, mas, dentre outros vários fatores (alguns exemplificados nos exemplos anteiriores) a quantidade individual de dano resultante do uso. Temos a intuição moral de que é errado assassinar alguém, mesmo que isso fosse proporcionar uma cura para o câncer ou algum outro grande mal. Contudo, imagine que para curar o câncer (importante: independentemente da espécie da vítima) fosse apenas necessário conseguir, por exemplo, fios de cabelo de seres humanos. Em um caso assim, diferentemente do que prescrevem as teorias de direitos, parece que teríamos a obrigação moral de doar o cabelo, e que talvez fosse correto obrigar alguém a doar o cabelo, não apenas de uma pessoa, mas de bilhões, se fosse preciso (mesmo se o número de pessoas salvas fosse menor do que o número de pessoas que doassem o cabelo). Afinal 73 RACHELS, J., Can Ethics Provide Answers? And Other Essays in Moral Philosophy, Boston: Rowan & Littlefield, 1997, pp

17 de contas, essas pessoas perderiam o cabelo (e o cabelo cresceria de novo, mas, ao que parece, a decisão se justificaria mesmo se tivéssemos que ficar carecas para o resto da vida), mas o mal evitado para as vítimas do câncer seria muito maior. O que explica a diferença de intuições nesse caso? Não pode ser a questão do uso, pois, em ambos os casos, os indivíduos são utilizados contra sua vontade. Segundo entendo, uma possibilidade de explicação reside no nível de dano individual. Ao que parece, nossas intuições morais no que diz respeito à moralidade de se danar alguns indivíduos para salvar outros giram em função do dano por indivíduo naqueles que serão utilizados. Parece que há um limite máximo de dano a ser tolerado, mas que há também um limite mínimo a ser justificado. Estabelecer o ponto específico a partir de onde se torna injustificável o dano individual é uma complicação, mas isso não impede de traçarmos pontos seguros em ambos os extremos de cada ponta 74. Novamente, o importante a ser notado é que nenhuma dessas teorias justifica a prática atual dos humanos de utilizarem não humanos como modelos de experimentos. Isso porque, já que existem boas razões para se rejeitar o especismo, se houverem casos de usos que se justifiquem, essa justificativa se dá independentemente da espécie dos que serão danados e dos que serão benefíciados. Outra possível resposta seria dizer que, mesmo supondo que isso possa ser justificado em alguns raros casos, é melhor, se olharmos para as conseqüências totais de decisões em vários casos, seguir a regra geral contra utilizar indivíduos para salvar outros. Seguir uma regra assim teria o efeito a longo prazo de forçar-nos a buscar maneiras de melhorar a situação de quem está pior sem ter que se causar danos graves a outros indivíduos e de evitar que dilemas assim aconteçam freqüentemente, ao mesmo tempo que aumentaria o respeito por indivíduos. Segundo entendo, vários proponentes de teorias normativas diferentes poderiam concordar com essa conclusão, ainda que por razões diferentes: por exemplo, Singer, e, talvez Sapontzis, poderiam concordar baseando-se em um consequencialismo de regras, enquanto que Regan e Francione concordariam com base na inviolabilidade dos direitos. 74 Novamente, apesar de a teoria normativa sugerida com esses exemplos ser a igualitarista (ou, poderia ser também a prioritarista, que incorpora o maximin), as possibilidades de variações quanto a um igualitarismo de atos ou de regras também se faria presente. Ou seja, alguém poderia dizer que, apesar de o exemplo em questão justificar danar uns para salvar outros nesse ato específico porque isso traz à tona maior igualdade, como regra geral, a igualdade tem maiores condições de ser trazida à tona se ninguém for usado como mero meio (pois isso estimularia, por exemplo, buscar descobrir meios de se buscar a minimizar males sem causar danos). Assim, nesse caso, um igualitarista de regras defenderia a mesma conclusão que defendem os proponentes de direitos. 124

18 11 PREOCUPAÇÕES DE PRIORIDADE Independentemente da resposta sobre a questão em torno da distribuição de danos, outra questão é a sobre quem deveria receber prioridade em um atendimento. Se existirem melhores razões para se adotar uma avaliação da situação baseada no nível de desfrute de cada indivíduo (e não, na soma total) temos a seguinte resposta para a primeira questão: quanto melhor a situação de alguém, mais justificado tirar-lhe algo para beneficiar alguém que está pior; quanto pior alguém está, maior sua prioridade na exigência de ser beneficiado. Essa seria, em essência, uma teoria normativa igualitarista ou prioritarista 75. Uma questão importante quanto a esse ponto é: devemos considerar os níveis de qualidade de vida dos indivíduos apenas no momento presente, ou contar tudo o que já passaram ao longo do tempo? Dependendo da resposta que se dê, as decisões podem ser diferentes. Por exemplo. Suponha que na situação 1, o indivíduo A esteja com 10 e o indivíduo B com +80, e que na situação 2 ambos ficariam com +20. Se levarmos em conta apenas o momento presente, a situação 2 é mais igualitária. Mas, suponha que A passou a vida inteira em um nível de bem-estar de +100 e só agora ficou com 10, e que se deu o inverso com B: teve uma vida horrível até agora (-100) e só agora conseguiu bem-estar. Se o correto é nos preocuparmos com a igualdade ao longo da vida inteira dos indivíduos, e não apenas no momento presente, então a situação mais igualitária é a 1. A conclusão importante é que, seja lá qual a forma correta de se considerar a igualdade (no presente instante ou ao longo de uma vida inteira), os animais não humanos (salvo raras exceções) por estarem em uma situação pior, comparativamente a indivíduos humanos, teriam uma reivindicação maior de prioridade no aumento do bem-estar. Note que essa decisão não é especista: os animais não humanos teriam prioridade não por serem da espécie que são, mas sim, por estarem em uma situação pior (se fossem outros indivíduos na pior situação, a prioridade se inverteria 76 ). Essa discussão aparece brevemente no item 75 O igualitarismo difere do prioritarismo apenas no fundamento pelo qual valorizam a igualdade (entendida como a igualdade de bem-estar entre os indivíduos): o primeiro vê a igualdade de distribuição como boa em si; o segundo vê a igualdade como boa porque melhora a situação de quem está pior. Na prática, contudo, as decisões são iguais. 76 Essa questão é discutida no item 1.3 da dissertação. Para uma análise minuciosa da aplicação do igualitarismo conjuntamente com a rejeição do especismo, ver HORTA, Oscar. Questions of Priority and Interspecies Comparisons of Happiness. In: Ética mas Allá de la Espécie: La Consideración Moral de los Animales no Humanos Id. Igualitarismo, 125

19 1.2 da dissertação. 12 DISCUSSÃO SOBRE A ADOÇÃO DO PONTO DE VISTA TOTAL OU DA EXISTÊNCIA PRÉVIA E O PROBLEMA DA SUBSTITUIÇÃO Outro problema centra-se na discussão sobre a adoção de um ponto de vista total ou da existência prévia 77. Embora esse problema seja discutido normalmente apenas com relação ao utilitarismo, é um problema que precisa ser enfrentado por qualquer teoria que vise explicar o erro em matar. O ponto de vista da existência prévia nos diz para levarmos em consideração as conseqüências apenas sobre os indivíduos já sencientes. O ponto de vista total diz para levarmos em consideração as conseqüências sobre todos os indivíduos possíveis de existirem no futuro. Um exemplo prático ajudará a mostrar a diferença de decisão que ambos os pontos de vista propõem. De acordo com o ponto de vista da existência prévia, se decidíssemos voluntariamente que essa seria a última geração de seres sencientes no universo, não haveria problema algum com isso, pois não haveria o dever de criar um mundo futuro onde fosse possível a existência de seres com vidas significativas. Já de acordo com o ponto de vista total, trazer alguém para uma vida boa é um bem, e, se há a possibilidade de se fazer isso sem causar danos maiores, então há esse dever. Note que isso é diferente de dizer que temos deveres (por exemplo, de deixar um planeta habitável) para com seres sencientes de gerações futuras que, de qualquer forma, existirão. Críticos do utilitarismo diriam que, já que não faz sentido a distinção entre ação e omissão, e que tem-se que trazer à tona a melhor situação, o que tem-se que levar em conta é o ponto de vista total. Mas, se for assim, continuam os críticos, devido à exigência de agregação impessoal, então o utilitarismo toleraria não apenas matar um para salvar vários existentes, mas, matar alguns indivíduos para permitir nascer vários que ainda não nasceram (importante: independentemente da espécie das vítimas e dos beneficiados). Essa questão é discutida dentro da teoria de Singer e também com base na análise que Steve Sapontzis faz da questão, e ocupa o item 4.3 da dissertação. Faz sentido afirmar que, se não há relevância moral na distinção entre ação e omissão e se tem-se que igualatión a la baja, antropocentrismo y valor de la vida. In: Revista de Filosofía da Universidad Complutense de Madrid. Vol. 35 Núm. 1 (2010), pp Essa questão ocupa o item 4.3 da dissertação. 126

20 trazer à tona a melhor situação, então há que se adotar o ponto de vista total. Contudo, não necessariamente essa constatação dá base para a conclusão de que a substituição é justificável. Há pelo menos uma boa razão para se pensar que é um mal maior matar alguém já existente do que não trazer à vida um novo indivíduo. Alguém já senciente é um indivíduo identificável que faz sentido literal dizer que foi prejudicado ou beneficiado pela presença ou ausência de um estado de coisas (ou seja, possui interesses); alguém não existente é apenas uma possibilidade de indivíduo entre inúmeras, não um indivíduo real. Assim, não faz sentido dizer que foi esta ou aquela possibilidade de indivíduo futuro prejudicado. Logo, os deveres para com gerações futuras, mesmo no ponto de vista total, não se dariam com relação a indivíduos específicos futuros (ainda que seja quanto a indivíduos futuros), mas com relação ao dever de buscar o melhor resultado possível (por exemplo, o maior número de seres felizes). Mesmo que não se tenha chegado até agora a uma teoria normativa final satisfatória e muitas questões permaneçam por serem resolvidas, a possibilidade de teorias que incorporam preocupações distintas demonstra que é falso que as únicas opções disponíveis são o utilitarismo ou os direitos morais (embora essas duas teorias tragam preocupações que certamente toda teoria moral plausível teria de avaliar). Como vimos, as preocupações igualitaristas e prioritaristas colocam novas questões, que inevitavelmente terão de ser pensadas. E, essas novas questões diriam respeito a, por exemplo, deveres positivos (prestar ajuda a alguém, independentemente de o dano em questão ter ou não origem na exploração). Embora não saibamos que forma exata tal teoria normativa plenamente satisfatória teria, o grande contribuição dos quatro autores abordados é mostrar o que ela não poderia ser: especista. REFERÊNCIAS BENTHAM, Jeremy. An Introduction to the Principles of Morals and Legislation. Kitchener: Batoche Books, 2000, cap 4. Disponível em FELIPE, Sônia T. Da Igualdade. Peter Singer e a defesa dos animais contra o especismo. Philosophica, Lisboa, n. 17/18, p , FELIPE, Sônia T. Natureza e moralidade: igualdade antropomórfica, antropocéntrica ou ética? Philosophica, Lisboa, v. 25, n. 25, pp ,

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