: Des.Saulo Henriques de Sá e Benevides Apelante

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1 ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO GAB. DES. SAULO HENRIQUES DE SÁ E BENE VIDES ACÓRDÃO APELAÇÃO Cá/EL N" /001 3' Vara de Família da Capital Relator : Des.Saulo Henriques de Sá e Benevides Apelante : Emerson Cavalcante de Oliveira Alves Advogado : Claudio Sergio Regis de Menezes, Franciclaudio de França Rodrigues Apelado : E.C.O.A e sua genitora Aiug Danielle Candeia Nóbrega Advogado : Luiz Gonçalo da Silva Filho AÇÃO DE ALIMENTOS PRESTAÇÃO AO MENOR E EX-CÔNJUGE - PROCEDÊNCIA PARCIAL BINÔMIO NECESSIDADE-POSSIBILIDADE DEMONSTRADO AUSÊNCA DE PRVAS PARA REDUÇÃO DA PENSÃO DESPROVIMENTO. Art São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode provei; pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento. identificados. VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS estes autos acima ACORDAM os integrantes da Egrégia Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. por unanimidade, em negar provimento ao recurso. RELATÓRIO Trata-se de Apelação Cível interposta por Emerson Cavalcante de Oliveira Alves, contra sentença de fls.126/129. proferida em ação de alimentos, que julgou parcialmente procedente o pedido de pensão alimentícia, fixando-a em 01 (um) salário mínimo, sendo 70% (setenta por cento) para o menor e 30% (trinta por cento) em favor da ex-cônjuge. O apelante (fls. 131/136) requereu a reforma da decisão afirmando que não deve pagar pensão à ex -cônjuge, pois esta aufere renda através do aluguel de um caminhão, pleiteando, ainda, a redução da pensão detemrinada ao filho menor. Não foram apresentadas contrarrazões, consoante certidão de 1

2 A Procuradoria de Justiça, às fls.143/144. opinou pelo desprovimento do recurso e manutenção da decisão objurgada. É o relatório. VOTO Conforme narrado, os promoventes mãe e filho menor pugnam pelo pagamento de pensão alimentícia em face do ex-cônjuge e genitor Emerson Cavalcante de Oliveira Alves. Em sentença, a magistrada fixou a pensão em um salário mínimo, sendo 70% (setenta por cento) para o menor e 30% (trinta por cento) para a genitora. Irresignado, o apelante alega que a ex-esposa possui renda proveniente do aluguel de um caminhão, bem como é proprietária de outro veículo e indica suposta fonte de renda deduzida a partir da declaração de imposto de renda de lis.44/46. Ocorre que além dos documentos se referirem ao ano de antes da separação do casal, extrai-se do depoimento pessoal da promovente (fl.102) que, embora o caminhão estivesse em seu nome, nunca auferiu renda decorrente desse veículo, nem mesmo quando do veículo foi alugado ao Município de Pilões (fl.36). Afirma, ainda, que enquanto vivia com o promovido/recorrente, possuía um bom padrão de vida e tinha uma despesa em torno de 3.500,00 (três mil e quinhentos reais). Veja-se que este fato foi comprovado também pelo promovido, no seu depoimento (f1.113), o qual afirmou o seguinte: "que a niesma recebia três mil e quinhentos reais fruto do aluguel; que na verdade o promovido vivia com a genitora do menor quando foi locado o caminhão acima mencionado; que com esta renda, o casal vivia pagando as despesas comuns do lar conjugal" Isto é, o aluguel do veículo, à época da dissolução da sociedade conjugal (fl.36/37), apensada aos autos da ação de alimentos, servia para o pagamento das despesas da família. No entanto, não há provas nos autos de que esse contrato com o Município permanece, nem que a promovente ainda percebe esse valor. Por outro lado, o promovido na sua peça contestatória afirmou que por mês aufere cerca de R$ 1.500,00-(mil e quinhentos reais), além do trabalho que tem com a venda de veículos usados, e não comprova que o total da renda que possui é insuficiente para o seu próprio sustento e o pagamento da verba alimentar fixada na sentença. A jurisprudência desta Corte não diverge, veja-se: AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA. ALIMENTOS 2

3 PROVISÓRIOS. FIXAÇÃO EM FAVOR DO EX-CÔNJUGE. BINÔMIO NECESSIDADE-CAPACIDADE. PROVA INEQUÍVOCA. PENSÃO EM FAVOR DE FILHO MENOR. MAJORAÇÃO. PROVA DA INSUFICIÊNCIA DA QUANTIA ARBITRADA EM PRIMEIRO GRAU. AUSÊNCIA. DECISÃO REFORMADA EM PARTE. 1. Se o conjunto probatório convence da verossimilhança do alegado direito de fixação dos alimentos provisórios em favor do ex-cônjuge que após mais de vinte anos de dedicação exclusiva à família apresenta inaptidão a imediata inserção no mercado de trabalho. defere-se a pretensão, fixando-se percentual condizente com a possibilidade do alimentante. 2. A antecipação da tutela de majoração do valor da pensão alimentícia fixada em favor do filho menor imprescinde de prova inequívoca da alteração da necessidade de quem os recebe. (TIMG; AGIN ; Esmeraldas; Sétima Câmara Cível; Rel. Des. Oliveira Firmo; Julg 24/01/2012; DIEAIG APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DIVÓRCIO. PENSÃO ALIMENTÍCIA PARA FILHO MENOR DEVIDA. PENSÃO PARA EX- ESPOSA. AFASTADA. PARTILHA DE BENS. REGIME DE CASAMENTO. COMUNHÃO PARCIAL DE BENS. BEM MÓVEL PARCIALMENTE ADQUIRIDO COM AS ECONOMIAS DO CASAL. MEAÇÃO DEVIDA. 1- A fixação dos alimentos deve observar o binômio necessidade/possibilidade, previsto no sç 1 do art do Código Civil. II - A necessidade aos alimentos dos filhos menores é presumível, ou seja, independem de comprovação. III - Nos termos do artigo do Código Cil'il, pode a exesposa requerer alimentos do ex-cônjuge, com.base no dever de mútua assistência, devendo comprovar, contudo, a sua necessidade, ou seja, que não pode manter-se pelo próprio trabalho. IV - A decisão sobre alimentos não está sujeita à coisa julgada, podendo ser revista sempre que houver alteração nas condições do obrigado ou nas necessidades do beneficiário. V - Bem móvel adquirido por um dos cônjuges, ainda que após a separação de fato. mas utilizando-se parcialmente de economias havidas pelo casal durante o casamento, deve ser objeto de partilha, no que se refere ao percentual adquirido com o dinheiro comum. Em sendo o bem indivisível, a quantia comum utilizada deve ser partilhada, pagando o adquirente metade do valor comum ao Outro cônjuge. (T.111/IG; APCV ; Uberlândia; Quinta Câmara Cível; Rel. Des. Leite Praça; Julg. 10/11/2011; DJEMG 26/01/2012) APELAÇÃO CÍVEL. DIVÓRCIO C/C ALIMENTOS OBSERVÂNCIA BINÔMIO NECESSIDADE. POSSIBILIDADE. ALIMENTOS DEVIDOS. EX-ESPOSA ALIMENTOS TRANSITÓRIOS. PRAZO CERTO. DESPEJO, ILEGITIMIDADE ATIVA. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. I. De acordo com o Código Civil, "Podem os parentes. os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atendei- às necessidades de sua educação. "E ainda: "São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode provei: pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele. de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento. " 2. Devem ser nzantidos alimentos ao filho menor e excônjuge em 2 e 1 salários mínimos. respectivamente, quando, apesar da apresentação de comprovante de rendimentos (holerite), constando renda mensal do alimentante no valor de R$ 510,00, os autos revelam existência de patrimônio superior a RS ,00, constante de carros de alto valor econômico e alto custv de manutenção. 3. São devidos alimentos transitórios ao ex-cônjuge que, embora apto ao trabalho, depende dos alimentos até que adquira autonomia econômica através da efetiva inserção no mercado. 4. Considerando que a propriedade do imóvel ema que reside a recorrida coma.3

4 o filho tnenor pertence à mãe do recorrente, somente ela tem legitimidade para defender sua posse, sendo o recorrente parte ilegítima para o pedido de desocupação. (TlillS; AC-LEsp / ; Campo Grande; Quinta Turma Cível; Rel. Des. Sideni Soncini Pimentel; DJEMS 02/08/2011; Pág. 60) Destarte, in casu, entendo possível a concessão da pensão em favor da ex-esposa, considerando que após o fim do relacionamento em que a promovente e o promovido trabalhavam juntos, é possível concluir que, no momento. ainda não houve uma inserção no mercado de trabalho. Quanto ao filho menor, é inquestionável o dever de prestação alimentícia, e o valor fixado encontra-se compatível com as despesas do menor, por ora demonstradas. Destarte, a legislação pátria aduz o seguinte: Art Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. ssç 1 2 Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. Art São devidos Os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode.fbrnecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento. Com efeito, a pensão fixada em 70% (setenta por cento) do salário mínimo para o menor e 30% (trinta por cento) para o ex-cônjuge afigura-se razoável considerando as necessidades dos alimentandos e as condições demonstradas nos autos do alimentante. Diante do exposto. NEGO PROVIMENTO AO RECURSO mantendo a decisão em todos os seus termos. É como voto. Presidiu a sessão o Exmo. Sr. Des. Genésio Gomes Pereira Filho. Participaram do julgamento, o Exmo. Des.Saulo Henriques de Sá e Benevides, o Exmo. Des.Genésio Gomes Pereira Filho e o Exmo. Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos. Procurador de Justiça. Presente ao julgamento o Exmo. Dr. Marcos Villar Souto Maior, João Pessoa, 21 de maio de 2012 Des. Saulo Hep, ues de Só e Benevides elator 4

5 IRIBWOL JUSIIÇA Diretor a Judiciária negistrtido rofna271~