Ataques conservadores a um projeto de educação emancipatória Projeto Escola sem partido : PL da mordaça Base Nacional Comum Curricular BNCC (prevista

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1 Ataques conservadores a um projeto de educação emancipatória Projeto Escola sem partido : PL da mordaça Base Nacional Comum Curricular BNCC (prevista no PNE): em fase de consulta pública ONG Todos pela Educação : visão privatizante e quantitativa IDEB e demais sistemas de avaliação nacional padronizada: pedagogia da culpabilização, atribuição de bônus e descontextualização de resultados PRONATEC, sistema S e privatização do ensino PEC 395/2014:Cobrança de mensalidades na pósgraduação em universidades públicas

2 BNCC: tempo exíguo de análise Consulta pública de 16/09 a 16/12 de 2015; fechamento em 24/06/2016 Não é possível fazer grandes alterações, mas apenas pequenos reparos. Distanciamento evidente da formação atualizada, das pesquisas e da sala de aula efetiva Grupo muito restrito na elaboração e análise. Indicação nada transparente de especialistas Debate insuficiente e nada democrático

3 Problemas da BNCC Lista de conteúdos; prescrição excessiva Reduz bastate a autonomia dos docentes Compartimentação em disciplinas estanques, com pouca ou nenhuma interdisciplinaridade Confusão de conteúdos com objetivos Desatualização diante das pesquisas Minimização do contexto histórico, excesso de nacionalismo e localismo Concepção mercadológica e privatizante do ensino Imposição do ensino religioso, em contraposição à escola pública laica.

4 Confusão de conteúdos com objetivos de aprendizagem Preocupa-nos uma proposta de componente curricular que, conforme apontado pela ANPED, confunde conteúdos com objetivos de aprendizagem", isto é, submete a lógica do currículo à definição de descritores e "parâmetros que poderão servir antes às avaliações em massa do que a uma efetiva formação integral dos alunos.

5 Patrocinadores e autores ocultos da BNCC O Movimento Pela Base atua desde 2013 fazendo pressão na esfera pública, em especial na Comissão de Educação do congresso. Participam, entre outros: Fundação Roberto Marinho, ONG Todos pela Educação, Instituto Unibanco, Instituto Natura, Fundação Lemann, Instituto Aírton Senna.

6 Algumas entidades que já criticaram publicamente a BNCC ANPED Associação Nacional de pósgraduação e pesquisa em Educação ANPUH Associação Nacional de História SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência SBEM Sociedade Brasileira de Educação Matemática SEPE : Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (estado e município do RJ)

7 Desacordo com as diretrizes curriculares nacionais: ausência de interdisciplinaridade Falta de articulação entre os componentes curriculares, que se apresentam em excessiva compartimentação. Isso é destacado na proposta quanto aos objetivos do Ensino Fundamental (anos finais) e do Ensino Médio, mas não se encontra nela a articulação interdisciplinar, distanciando áreas que historicamente carregam enormes influências e contribuem para a reflexão umas das outras, tais como História, Geografia, Filosofia e Sociologia

8 ANPUH: visão nacionalista e desarticulada da história do Brasil o que a BNCC propõe é uma história nacionalista e que não articula a integração do Brasil aos processos históricos globais. Fica, assim, evidente que os investimentos das agências de fomento em pesquisas nos Programas de Pós-Graduação em História não foram levados em consideração. Isso é extremamente grave, pois estamos lidando aqui com investimentos públicos aplicados em produção de conhecimento que não chegará ao currículo escolar (ANPUH Associação Nacional de História)

9 Distorção do passado Ao invés de questionar cronologias, o currículo da BNCC traz visões distorcidas do passado, como se toda a história anterior às expansões marítimas modernas não estabelecesse relação com o próprio significado que adquire a América neste cenário. No conteúdo da BNCC, a formação territorial e nacional não se conecta com a história global, como se ideias, pessoas e objetos não circulassem.

10 Visão historiográfica ultrapassada Aspectos ultrapassados na discussão historiográfica, tais como os ciclos econômicos, reaparecem para se fazer menção à economia colonial brasileira, reafirmando o distanciamento da BNCC com o quadro docente que se forma hoje nas instituições de ensino superior. Além disso, questionamos a centralidade do período colonial na construção da história do Brasil tal como é proposto no documento, demandando, também, melhor elaboração do enfoque sobre o Brasil império e sobre o Brasil contemporâneo. (Documento da ANPUH)

11 Falta visão de alteridade, ao se centrar apenas no passado brasileiro o subdimensionar a importância do passado de outros povos, valorizando-se apenas o passado brasileiro em sua relação com a África e Américas, o texto da base incorre num sério risco de negar o próprio conhecimento histórico enquanto conhecimento do Humano, impossibilitando a articulação crítica com a construção de outras ideias de cidadania, de política e de formação de identidades, inclusive a própria identidade nacional brasileira. Isso nos coloca o risco de propor para as próximas gerações a construção de uma visão de identidade sem alteridade (documento da ANPUH)

12 Muito obrigada pela atenção! Magda Furtado Professora do Colégio Pedro II (RJ), Coordenadora Geral do SINDSCOPE e Doutora em Ciência da Literatura pela Faculdade de Letras da UFRJ