FAMÍLIAS: compreendendo os papeis das famílias em relação à violência sexual infanto-juvenil. Eduardo Moreira
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1 PAIR/MG Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República Universidade Federal de Minas Gerais Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri Prefeitura Municipal de Itaobim site: pair-mg@proex.ufmg.br FAMÍLIAS: compreendendo os papeis das famílias em relação à violência sexual infanto-juvenil Eduardo Moreira
2 FAMÍLIAS Definições Histórico das transformações nas configurações familiares Ordenamento Legal Políticas Públicas para e com as famílias Ações de prevenção e de atendimento O papel do profissional
3 Grupo de indivíduos CONCEITOS Vínculos: consangüíneos e/ou afinidade Organizados socialmente Visando procriação/reprodução e à divisão social do trabalho.(quincas, 2000) Família é um grupo de pessoas, vinculadas por laços consangüíneos, de aliança ou de afinidade, onde os vínculos circunscrevem obrigações recíprocas e mútuas, organizadas em torno de gerações e de gênero(mds apud Afonso, 2005) 3 dimensões dos vínculos familiares: legal, sóciocultural, afetivo-relacional(afonso, 2002)
4 Características Construção sócio-histórica(naturalização da família foi e ainda é um problema) Complexidade Heterogeneidade Primeiros estudos que a consideraram como uma instituição social histórica foram realizados em meados do século XIX Contribuições da Antropologia
5 Famílias De forma sintética, as famílias podem ser vistas como o resultado da combinação dos seguintes elementos: Um lar Uma rede de apoio de indivíduos Vínculos de sangue e/ou afinidade Uma instituição (Fonseca, 2002)
6 Histórico Modelo de família nuclear burguesa : pai, mãe e filhos é, portanto, fruto de um época Família idealizada: Nuclear, heterossexual, monogâmica e patriarcal X Família Vivida (Fonseca, 2002) Estudo com famílias empobrecidas em São Paulo: grupo hierárquico, autoridade patriarcal, com domínio do homem sobre a mulher, dos pais sobre os filhos e dos mais velhos sobre os mais novos. O homem é o chefe da família e a mulher a da casa (Sarti,1995)
7 Histórico Cuidados: não tomar o que foge ao modelo como uma desorganização, ou seja, classificar as famílias vividas como desestruturadas O importante não é a forma como a família se organiza e sim a qualidade que ela tem no desempenho de suas funções de proteção aos seus membros ( Afonso, 2002) No Brasil, mudanças substantivas a partir de 1950, transformam as estruturas da sociedade e, consequentemente, os modelos de configurações familiares Exemplo recente: pesquisa realizada em Belo Horizonte indicou 9 tipos de configurações familiares(amas, 1994) Legislação é alterada e incorpora parte da heterogeneidade das novas configurações
8 FAMÍLIAS: ESTRUTURAS E DINÂMICAS INTERNAS Nuclear simples: família em que o pai e a mãe estão presentes no domicílio; todas as crianças e adolescentes são filhos desse mesmo pai e dessa mesma mãe. Não há qualquer adulto ou criança(que não sejam filhos) morando no domicílio. Monoparental feminina simples: apenas a mãe está presente no domicílio, com outros menores sob sua responsabilidade. Não há mais nenhuma criança ou pessoa maior de 18 anos, que não seja filho, morando no domicílio. Monoparental masculina (simples ou extensa): apenas o pai está presente no domicílio, vivendo com seus filhos e, possivelmente, com outros menores sob sua responsabilidade e ou outros adultos sem filhos menores de 18 anos.
9 FAMÍLIAS: ESTRUTURAS E DINÂMICAS INTERNAS Nuclear extensa: o pai e a mãe estão presentes no domicílio, vivendo com seus filhos e outros menores sob sua responsabilidade e também com outros adultos, parentes ou não. Monoparental feminina extensa: apenas a mãe está presente no domicílio, vivendo com seus filhos e outros menores sob sua responsabilidade e também com outros adultos, parentes ou não. Família Convivente: famílias que moram juntas no mesmo domicílio, sendo ou não parentes entre si. Cada família pode ser constituída por pai, mãe e filhos, por pai e filhos ou por mãe e filhos. Outros adultos sem filhos, parentes ou não, podem também viver no domicílio. Nessa categoria foram também agrupadas as famílias compostas de duas ou mais gerações, desde que em cada geração houvesse pelo menos uma mãe ou um pai com filhos até 18 anos.
10 FAMÍLIAS: ESTRUTURAS E DINÂMICAS INTERNAS Família Nuclear reconstituída: o pai e ou mãe estão vivendo em nova união legal ou consensual, podendo também a companheira ou o companheiro ter filhos com idade até 18 anos, vivendo ou não no domicílio. Outros adultos podem viver no domicílio. Família de genitores ausentes: nem o pai e nem a mãe estão presentes, mas em que existem outros adultos (tais como avós ou tios), que são responsáveis pelos menores de 18 anos. Família nuclear com crianças agregadas: a mãe e o pai estão presentes no domicílio com seus filhos e também com outros menores sob sua responsabilidade. Não há outro adulto morando no domicílio.
11 ARCABOUÇO LEGAL DA INTERVENÇÃO NA FAMÍLIA Constituição Federal de 1988 Estatuto da Criança e do Adolescente Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência Estatuto do Idoso PNAS
12 Constituição 1988 Amplia o conceito de família A reconhece como a base da sociedade Deve ter especial proteção do Estado É reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar A entidade familiar também é a comunidade formada por qualquer dos pais e seus dependentes Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher
13 Constituição 1988 O planejamento familiar é de livre decisão do casal Os pais tem o dever de assistir, criar e educar os filhos menores É dever da família da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além, de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.(art. 227)
14 ECA ECA associa ações dirigidas à crianças e aos adolescentes(medidas protetivas e sócioeducativas) com as ações dirigidas às suas famílias Medidas pertinentes aos pais ou responsável(art. 129): Encaminhamento a programa oficial ou comunitário de promoção à família Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatra e toxicômanos Encaminhamento a cursos e programas de orientação
15 Cont.Art. 129 ECA Obrigação de matricular o filho e acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar Obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado Advertência Perda da guarda Destituição da tutela Suspensão ou destituição do pátrio poder
16 LOAS e NOB LOAS qualifica a proteção à Família como um dos objetivos da política de Assistência Social NOB reafirma a centralidade na família para a concepção e implementação dos benefícios, serviços, programas e projetos Efetivação de amplos pactos entre Estado e Sociedade que garantam o atendimento de famílias em estado de vulnerabilidade e exclusão social Estímulo às ações que promovam a integração familiar e comunitária, para a construção da identidade pessoal e convivência social do destinatário da assistência social
17 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS FAMÍLIAS Até a década de 1980 as famílias foram negligenciadas pelo Sistema de Proteção Social Brasileiro Famílias sujeitadas a intervenções quando apresentavam problemas( doutrina da situação irregular) Políticas para as famílias passam a ser formuladas a partir de transformações ocorridas na sociedade e no Estado, que culminaram na legislação mencionada anteriormente 3 tipos possíveis de relações entre famílias e políticas sociais:
18 TIPOLOGIA 1) A família como objeto das políticas sociais. Exemplo: controle de natalidade 2) A família como instrumento das políticas sociais, exerce um papel funcional da execução de políticas públicas. Exemplo: cuidadores de saúde dos idosos 3) A família como instituição redistributiva. Exemplos: Benefício de Prestação Continuada(BPC) e Bolsa Família (Fonseca, 2002, p.26)
19 POLÍTICAS PÚBLICAS E FAMÍLIAS A centralidade atribuída às famílias, na década de 1990, deriva do fato de que, entre outras coisas, elas constituem a instância mais básica da sociedade,na qual se desenvolve o sentimento de pertencimento e de identidade social das pessoas e se transmitem os valores e as práticas culturais. A família é também o grupo social que cuida e torna possível o acesso de seus membros (crianças, adolescentes, idosos, portadores de deficiência e também os adultos) aos direitos garantidos pelas demais instituições sociais (Afonso, 2002, p.168).
20 PROGRAMAS E SEVIÇOS PEAS saúde e educação PSF Sentinela CRAS(Casa da Família) Bolsa-família
21 E quando a família não exerce a sua função protetora? Abuso intrafamiliar Abuso extrafamiliar Exploração sexual Segredos e códigos familiares Lealdades visíveis e invisíveis A necessidade da intervenção A abordagem psicossocial A importância da notificação O trabalho intersetorial e multiprofissional Protagonismo familiar bidirecionalidade (políticas públicas)
22 Referências Bibliográficas AFONSO, Maria Lúcia M. Afonso. O trabalho com famílias: uma abordagem psicossocial. In: Cadernos SEDESE. NUPASS, FONSECA, Maria Thereza Nunes. Famílias e políticas sociais: subsídios teóricos e metodológicos para a formulação e gestão das políticas com para e famílias Dissertação de Mestrado. Escola de Governo. Fundação João Pinheiro, Quincas, Fátima. A Família em Questão. In: A mulher a família no final do século XX. Recife: Fundação Joaquim Nabuco; Editora Massangana, SARTI, Cynthia Andersen. O valor da família para os pobres. In: Ribeiro, Ivete. (Org.). Família em Processos Contemporâneos: inovações culturais na sociedade brasileira. SÃO PAULO: LOYOLA, 1995, V., P
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