DESIGUALDADE RACIAL E MOBILIDADE OCUPACIONAL NO BRASIL

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1 1 DESIGUALDADE RACIAL E MOBILIDADE OCUPACIONAL NO BRASIL Andréa Alcione de Souza Professora do Curso de Administração da PUC/MINAS Membro do Núcleo do Trabalho da Pró-Reitoria de Extensão da PUC/MINAS Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUC/MINAS Rua Córrego da Mata, 400, apt. 902, Bairro: Horto, Belo Horizonte Minas Gerais CEP Telefones: (31) e (31) andreas@pucminas.br andrea.asouza@uol.com.br 1 INTRODUÇÃO O grau de mobilidade da população é uma dimensão importante para se compreender como o desenvolvimento econômico do país contribui para a redução das desigualdades sociais. No Brasil, a mobilidade social pode mediar as possíveis conseqüências negativas de um alto grau de desigualdade, caso a sociedade realmente perceba que quem ascende na estrutura social são aqueles indivíduos mais competentes e talentosos, deixando de enxergar os fatores que podem dificultar esse processo. Para o indivíduo e a sua família, a mobilidade significa promoção social, aumento de status, de renda e de melhores condições de vida. No entanto, barreiras de várias naturezas podem comprometer a igualdade de acesso de determinados grupos, com relação às oportunidades de compartilhamento dos resultados referentes ao crescimento econômico e social de uma nação. Desse modo, analisando o retrato das desigualdades raciais no Brasil no mercado de trabalho, encontramos as evidências explícitas da situação e condição

2 2 diferenciadas de negros e brancos, seja no momento da inserção, da construção da trajetória ocupacional, seja na possibilidade de ascensão profissional. Difícil de identificar, compreender e analisar, a discriminação racial no Brasil possui características próprias que limitam o seu reconhecimento como uma dimensão importante no conjunto das desigualdades sociais do país. Além disso, a sua manifestação evidente permanece impondo barreiras que influenciam negativamente o ciclo de vida de quase metade da população brasileira. É com relação a esse contexto que pretendemos neste artigo apresentar algumas considerações sobre a questão da mobilidade ocupacional a partir do recorte de raça e de gênero. 2 MOBILIDADE, RAÇA E GÊNERO Além dos determinantes estruturais, a mobilidade também pode ser analisada considerando-se recortes específicos que têm como objetivo apontar como outros tipos de desigualdades, além da econômica, podem afetar de forma diversa, a possibilidade de ascensão profissional. O mercado de trabalho e o processo de mobilidade refletem também as assimetrias referentes a gênero e raça presentes na sociedade brasileira. A idéia de Gilberto Freire (1973) sobre o Brasil como um país integrado culturalmente, cuja principal evidência seria a miscigenação, resultou na idéia da ascensão do bacharel e do mulato. O mulato, ao incorporar traços físicos de brancos e negros, e, com o apadrinhamento de algum bom feitor, poderia seguir carreira e alterar o seu status social. Essa visão foi importante para contrapor com a idéia das elites da época que consideravam a nossa composição racial como um entrave ao progresso e à modernidade. Assim, de acordo com Hasenbalg, Valle e Lima (1999), na metade do século XX, essa visão pessimista das elites foi substituída por outra, na qual a contribuição dos grupos raciais, formadores da nossa sociedade, passa a ser valorizada e a

3 3 nossa harmonia racial passa a ser fundamental para o progresso do país. Essa avaliação positiva foi fundamental para a escolha do Brasil como o local para o estudo das relações raciais. Desta forma, já no contexto de uma sociedade industrializada, as pesquisas resultantes do projeto da UNESCO também trataram de analisar a inserção e a trajetória dos negros na estrutura social brasileira daquela época. Os trabalhos foram divididos de acordo com as regiões do país e sofreram influências das orientações teóricas de seus realizadores. Os trabalhos de Charles Wagley (1952), Thales de Azevedo (1953) e René Ribeiro (1953) analisaram as relações raciais no Nordeste brasileiro, região que, naquela época, ainda evidenciava traços da cultura colonialista do passado e apresentava uma economia estagnada. Nestes trabalhos se faz presente, em maior ou menor medida, a influência das obras de Gilberto Freyre (...) e uma comparação explícita com a situação das relações raciais nos Estados Unidos. (HASENBALG; VALLE; LIMA, 1999, p. 62). Um bom exemplo desta influência está no trabalho de Thales de Azevedo. Esse autor analisou a ascensão social das pessoas de cor na sociedade baiana. Segundo Azevedo (1996), é apenas parcialmente verdade que na Bahia não existe preconceito de cor. À época de sua pesquisa, uma parte da população branca do Estado considerava os negros como pessoas inferiores, do ponto de vista social e biológico. A existência de um grande número de negros seria responsável pelo atraso econômico do estado. Mas, segundo Azevedo (1996), essas discriminações eram brandas e estavam restritas a determinados setores. Os negros estavam em desvantagem, pois sua cor remetia à lembrança dos escravos africanos, acostumados a serviços braçais, os quais eram integrantes das camadas mais pobres da sociedade. No entanto, na Bahia, havendo uma sociedade multirracial e de classes, a ascensão dos negros estaria condicionada, única e exclusivamente, às suas aptidões individuais e, neste sentido, esse grupo competia em condições de igualdade com os brancos. Para Azevedo (1996), o aumento do nível educacional, a adesão à cultura dominante (dos brancos) e os mecanismos de proteção, como a ajuda de padrinhos e madrinhas, foram fundamentais para ascensão dos negros. As

4 4 ações de apadrinhamento nestes moldes foram denominadas pelo autor como um parentesco espiritual. Os trabalhos do projeto da UNESCO 1 que trataram das relações raciais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, enfocaram as formas de integração do negro no sistema de classes e na estratificação social, além de analisar a vida associativa, a natureza e a função do preconceito racial nesta região. Desse modo, como já apontado, a interpretação de Florestan Fernandes e Roger Bastide (1955), que analisaram a questão racial em São Paulo, foi fundamental para estudos posteriores sobre a integração do negro na estrutura de classes. Segundo esses autores, a exclusão dos negros na primeira etapa da industrialização paulista, em 1930, foi conseqüência de uma política governamental de incentivo à imigração. Quando, na verdade, sabemos que a imigração teve um duplo papel na emergente sociedade capitalista no Brasil: dissociar o trabalho livre do trabalho escravo e melhorar o perfil étnico-racial do país. No entanto, Hasenbalg, Valle e Lima (1999) pedem cautela na leitura da obra de Florestan Fernandes, pois este generalizou a situação paulista frente ao restante do país. A onda de imigração do início do século XX não gerou os mesmos impactos nos demais estados do Sudeste (Rio de Janeiro e Minas Gerais) e tão pouco no Nordeste do país. Para Hasenbalg, Valle e Lima (1999) essa interpretação deve incorporar um fenômeno importante que contribuiu para a incorporação tardia dos negros ao ambiente urbano-industrial da época: a maioria dos negros se concentrava em regiões economicamente menos dinâmicas, como Norte e Centro- Oeste. Fora do Sudeste, brancos, pretos e pardos permaneceram, em sua maioria, ligados à agricultura no período de 1940 a Essa situação, articulada às desigualdades de educação e de renda influenciou decididamente na distribuição dos grupos raciais nos estratos ocupacionais que emergiram com a industrialização. Além disso, o argumento otimista de que o desenvolvimento no Brasil de uma sociedade de classes poderia favorecer a integração social do negro também não se cumpriu. Se na sociedade escravista o direito de posse sobre o escravo e a violência do proprietário foram suficientes para garantir a dominação sobre os negros, na sociedade de classes, ao se tornarem todos iguais perante a lei foi preciso 1 Entre 1950 e 1953, a UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciências e a Cultura financiou um conjunto de pesquisa sobre a harmonia racial observada na sociedade brasileira da época.

5 5 desenvolver mecanismos sociais que assegurassem, em nome da desigualdade natural, a acomodação dos negros ao sistema de posições e vantagens assimétricas. (HASENBALG, 1979, p. 118). A atribuição de qualidades negativas ao negro, por meio do racismo, é entendida como um mecanismo de dominação que visa, prioritariamente, manter os privilégios do grupo branco na estrutura social. Desta forma, no mercado de trabalho, tal mecanismo foi fundamental para garantir a disponibilidade de mão-de-obra farta e barata e para perpetuar uma cultura que, por meio de práticas discriminatórias e da violência explícita ou simbólica, tem limitado as oportunidades dos negros no processo de mobilidade social. O racismo como mecanismo de seleção social coloca os brasileiros nãobrancos em desvantagem no processo competitivo de mobilidade social individual e os confina à base da hierarquia social.(hasenbalg; VALLE SILVA, 2003, p. 41). Já a discriminação racial tem um efeito perverso ainda mais grave: faz com que os negros regulem suas aspirações aos estereótipos culturalmente aceitos, que definem um lugar dos brancos e um lugar dos negros na estrutura social. No mercado de trabalho, o racismo funcionou e continua funcionando como um instrumento de desqualificação dos negros para o trabalho, reservando a estes os postos mais precários e mal remunerados. Esta situação persiste até hoje. O DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio- Econômicos), analisando a situação do trabalho no Brasil no final do século XX, divulgou em 2001 uma publicação apresentando informações importantes sobre as diferenças entre brancos e negros no mercado de trabalho até aquele momento. A pesquisa analisou e comparou dados da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego do DIEESE) nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, do Distrito Federal, de Porto Alegre, de Recife, de Salvador e de São Paulo, mostrando que a população negra - na época, 41,3% do total da população em idade ativa - estava em condições desfavoráveis sobre vários aspectos do mercado de trabalho. Com relação à inserção na estrutura produtiva, além de ingressarem mais cedo no mercado de trabalho, os negros também demoram mais para se aposentarem. As dificuldades para a manutenção e reprodução das famílias negras implicam no ingresso precoce de seus membros no mercado de trabalho, o que pode resultar em

6 6 obstáculo a uma vivência escolar plena, acumulando prejuízos para a qualidade futura do conjunto da força de trabalho. (DIEESE, 2001, p. 132). Ressalta-se ainda que na faixa etária mais produtiva, de 25 até 39 anos, a participação dos negros não é tão elevada como nos casos dos jovens e dos trabalhadores deste mesmo grupo com mais de 40 anos. Com relação às taxas de desemprego, apesar da diversidade nos números de uma região para outra, os negros apresentaram uma taxa de desemprego maior se comparados aos brancos. Já no que diz respeito à qualidade de inserção, a pesquisa também demonstrou que os negros são a maioria em empregos desprotegidos, sem carteira assinada, como o trabalho doméstico. Sobre a posição na ocupação observou-se que os negros são minoria nos patamares mais elevados da estrutura ocupacional como cargos de chefia e de direção, ficando visível que os negros têm mais dificuldade de ascensão nas organizações. Os trabalhadores negros também estão mais sujeitos às piores condições de trabalho como extensão da jornada de trabalho e a falta de estabilidade no emprego. O documento ainda analisando a renda, revela que a ponta mais visível e incontestável do racismo encontra-se quando são analisados os rendimentos do trabalho (DIEESE, 2001, p. 132). Os trabalhadores negros têm remunerações substancialmente mais baixas, no conjunto das regiões estudadas. Com relação à renda do trabalho, destaca-se que as mulheres negras recebem os mais baixos rendimentos em todas as situações analisadas. Os primeiros trabalhos de investigação que procuraram a analisar a inserção da mulher negra no mercado de trabalho, no Brasil, enfrentaram inúmeras dificuldades, principalmente no campo dos dados oficiais. Um exemplo é a não inclusão do quesito cor nos levantamentos oficiais de alguns anos e o número reduzido de análises distintas para os dois grupos de mulheres. Silva e Lima (1992) realizaram uma pesquisa sobre o tema com dados da PNAD de Uma das primeiras conclusões do trabalho foi a constatação de que a escolaridade era um fator favorável à participação da mulher no mercado de trabalho. No entanto, as mulheres negras, devido às suas condições sócioeconômicas desfavoráveis, ingressavam no mercado de trabalho da época com uma escolaridade inferior. Com relação à idade de ingresso no mercado de trabalho, as

7 7 mulheres negras e pardas apresentaram as taxas mais elevadas de participação (52,5%, com idade até 19 anos). Ao contrário de outros grupos, a mulher negra ingressa mais cedo no mercado de trabalho. Com relação à ocupação dos postos de trabalho, Bairros (1991) já havia concluído, em uma pesquisa sobre o trabalho feminino na Bahia, no período de 1950 a 1980, que as mulheres negras apresentavam vantagem numérica, em relação às mulheres brancas, apenas no caso do emprego doméstico. No entanto, quando analisamos as características deste trabalho doméstico, todos os dados apontam para uma maior precariedade do trabalho da mulher negra. Em 1990, o percentual de domésticas brancas com carteira assinada era de 21,4% 2, enquanto o percentual de negras com carteira assinada era de 17,1%. Abreu, Jorge e Sorj (1993), analisando gênero e raça no setor informal do Brasil, no início da década de 90, afirmam que neste caso é necessário realizar uma análise regional. No Nordeste, com exceção de Salvador, a diferença entre mulheres negras e brancas ocupadas com o trabalho doméstico é menor do que nos grandes centros urbanos. O destaque vai para a cidade do Rio de Janeiro que, neste caso, apresenta a maior diferença (42%, brancas com carteira, 24%, negras com carteira). Com relação à ocupação por ramo de atividades, as mulheres negras seguiam o padrão de ocupação do trabalho feminino no geral, ou seja, as mulheres estavam concentradas nos setores de serviço social e comércio. Quanto aos grupos ocupacionais, a pesquisa demonstrou que o corte de raça ajudou a compreender a melhor situação da mulher negra. Nas atividades técnicas, científicas, artísticas e assemelhadas, estas representam a menor taxa de ocupação, variando entre 5,3% a 9,5% do total de mulheres empregadas. Ou seja, as mulheres negras constituem um grupo com as maiores dificuldades para a ascensão em postos de trabalho mais bem localizados na estrutura ocupacional. Mas a desigualdade de gênero e raça não se traduz apenas em dados amostrais. Algumas políticas organizacionais, principalmente aquelas vinculadas à gestão de recursos humanos, tendem a discriminar as mulheres negras, excluindoas de alguns postos de trabalho no momento do recrutamento e seleção. 2 Dados da PNAD de 1990.

8 8 Bento (2000), analisando os mecanismos institucionais de racismo no mercado de trabalho, afirma que em funções para as quais são exigidos atributos estéticos como para vendedora, recepcionista e secretária, as mulheres brancas estão representadas de quatro a cinco vezes mais do que as mulheres negras. A exigência de boa aparência nestes processos esconde uma clara rejeição aos atributos físicos das mulheres negras, principalmente no que se refere aos cabelos. Nestes casos, a boa aparência é sinônimo de cor clara. Segundo essa autora, o cabelo crespo é o atributo que mais incomoda os brancos com relação ao aspecto físico dos negros. Mesmo o setor de serviços, reduto do trabalho feminino, discrimina as mulheres negras, destinando a elas os postos mais mal remunerados e pouco valorizados (DIEESE, 2004) A questão acima nos remete às formas veladas de racismo que existem na sociedade brasileira e que se manifestam por mecanismos sutis, às vezes difíceis de serem percebidos. No imaginário social brasileiro há um lugar para o negro e um lugar para o branco, sendo que uma das formas de perceber a distinção dos lugares é observar o estranhamento de ver um negro ou uma negra fora do seu lugar. Assim, estranham-se negros em postos de comando, em cargos de chefia, em altos cargos da esfera pública, do legislativo, do judiciário e assim por diante. Sobre a questão do negro como lugar, Santos (1995) afirma que as coordenadas para fixar o negro em determinados espaços seriam: o fenótipo (crioulo), a condição social (pobre), o patrimônio cultural (popular), a origem histórica (ascendência africana) e identidade (auto-definição e definição pelo outro). No mercado de trabalho, as mulheres negras vivenciam uma dupla discriminação de gênero e de raça. Articulados e silenciados, o preconceito e a discriminação contra as trabalhadoras negras dificultam e reforçam essa demarcação de espaços, dificultando ainda o desenvolvimento profissional e pessoal deste grupo. Em contextos de crises do mercado de trabalho, esse é o grupo mais vulnerável, com maiores dificuldades de acesso aos processos de desenvolvimento profissional nas empresas. Para Hasenbalg (1979) a população negra no mercado de trabalho, no Brasil, também está sujeita aos mecanismos de dominação de classe que afetam outros

9 9 grupos. No entanto, os negros sofrem, ainda hoje, uma discriminação peculiar em função da sua condição racial. Sansone (1993), em pesquisa realizada no pólo petroquímico de Camaçari e em um bairro da cidade de Salvador, concluiu que há uma divisão no mercado de trabalho local que classifica o que é trabalho dos negros e trabalho dos não-negros. Assim, as ocupações se diferenciam também de acordo com a raça/cor. Segundo esse autor, o discurso dos entrevistados apontava o lugar dos pretos (negros sem qualificação), dos escuros (negros qualificados) e daqueles que se autodenominavam negros e possuíam qualificação. Algumas expressões populares utilizadas de forma preconceituosa também procuram diferenciar o trabalho de negros e não-negros. Desta forma e de maneira oportuna, Silva (2001) utilizou, em seu trabalho de doutoramento, a expressão serviço de branco, serviço de preto para demonstrar que, no imaginário da população, o trabalho de um branco é qualificado, limpo e bem feito e o trabalho do negro é desqualificado, sujo e mal feito. Para Osório (2004) a acumulação de desvantagens causadas por ser negro no Brasil comprova a existência de barreiras raciais no processo de mobilidade ocupacional. A sobre-representação dos negros nos estratos inferiores do mercado de trabalho implica uma desvantagem logo de partida para as novas gerações. Além disso, a origem de pobreza, a ocupação dos pais e a dificuldade de acesso à educação e à qualificação limitam a ascensão ocupacional deste grupo social. Carlos Hasenbalg (1979), utilizando os dados da PNAD de 1976, analisou a mobilidade social de brancos e negros desdobrando seu estudo em três etapas: a mobilidade intergeracional; a influência da posição social dos pais nas realizações dos filhos, e a influência da educação no acesso ao mercado de trabalho. As principais conclusões deste estudo foram: Os negros experimentam um déficit de mobilidade ascendente, o que permite rejeitar a idéia da igualdade de oportunidades para os grupos de cor; A mobilidade intergeracional mostrou que entre as pessoas nascidas no estrato mais baixo de ocupação rural, os brancos tiveram uma pequena vantagem nas chances de ascensão social; Os negros estavam mais vulneráveis à mobilidade descendente do que os brancos;

10 10 Os negros estavam mais concentrados nos estratos mais baixos da estrutura social; E, o aumento do nível educacional possuía uma ação limitada para o processo de ascensão social dos negros. Segundo Telles (2003), 20 anos depois dos primeiros estudos sobre a mobilidade ocupacional no Brasil, os trabalhos de Pastore e Silva (2000), com base em dados estatísticos da PNAD, confirmaram os dados das pesquisas anteriores: a mobilidade social no país estava diretamente relacionada às questões estruturais capazes de gerar novos empregos. Desse modo, analisando os homens brasileiros que exerciam a mesma ocupação de seus pais, esses autores concluíram também que os filhos de brancos eram mais propensos a exercerem ocupações de maior status social em comparação com os filhos de não-brancos. Os autores concluíram também que 81% deste valor poderia ser resultante da diferença de escolaridade entre negros e brancos e que o restante era conseqüência da desigualdade racial, no momento da inserção no mercado de trabalho, independente da igualdade nos níveis de escolaridade entre os dois grupos. Esse dado confirmou a informação de que os negros têm uma menor capacidade de converter educação e qualificação em ascensão ocupacional. Esses dados, segundo Hasenbalg, Valle e Lima (1999), nos permitem rejeitar a hipótese de igualdade de oportunidades para os diferentes grupos de cor. Segundo esses autores, os padrões de mobilidade intergeracional mostraram que entre os indivíduos nascidos nos estratos mais baixos de ocupações rurais, os brancos têm uma pequena vantagem nas chances de ascensão social. Essa vantagem aumenta nos estratos ocupacionais mais elevados. As barreiras à mobilidade social dos negros criam um confinamento deste grupo nos estratos inferiores da estrutura ocupacional e na estrutura social brasileira. Este confinamento em postos mais desqualificados e sem condições de ascensão é, segundo Hasenbalg, Valle e Lima (1999), uma realidade nas regiões metropolitanas no Brasil. Segundo Osório (2008), para reforçar as explicações deste fenômeno, Carlos Hasenbalg e Nelson Valle Silva (2003) criaram a teoria das desvantagens

11 11 cumulativas ao longo da vida. A aplicação deste modelo à questão racial demonstra que os negros brasileiros chegam ao fim do primeiro ciclo de vida (infância e adolescência) com uma razoável desvantagem educacional. Essa desvantagem possui implicações negativas no aproveitamento das oportunidades para o mercado de trabalho (fase adulta). Assim, com dificuldades de ascensão e recebendo baixos salários, os negros ao se aposentarem também receberão uma contribuição previdenciária menor. Ou seja, para aqueles que estiveram excluídos do mercado de trabalho ou sempre vinculados aos setores informais da economia restará apenas a dependência da assistência social, ou trabalhar até o fim de seus dias (OSÓRIO, 2008, p. 89). Desta forma, os autores, idealizadores deste modelo, confirmam que a origem social e a discriminação racial se interagem nos processos de mobilidade social. Apesar da evidência de barreiras que limitam a ascensão social dos negros no mercado de trabalho, alguns indivíduos deste grupo alcançam postos de destaque em organizações públicas e privadas no Brasil. Porém, são poucos os estudos acadêmicos que tratam da ascensão dos negros e da formação de uma classe média negra no contexto contemporâneo. Figueiredo (2002), em sua dissertação de mestrado, analisou como a experiência da mobilidade para os indivíduos deste grupo contribui, ou não, para o reconhecimento de uma identidade racial. A autora concluiu que, ao ascender socialmente na estrutura social, os negros adotam um novo estilo de vida reconhecido como decorrente da cultura branca. Esses profissionais foram identificados como negros de alma branca ou negros embranquecidos, por estarem distantes do seu lugar social. No entanto, a autora também identificou na fala dos entrevistados da pesquisa um orgulho da cor e da ascendência negra, o que demonstrou que um orgulho étnico-racial não se choca com o projeto de ascensão (FIGUEIREDO, 2002, p. 116). Na verdade, foi no processo de ascensão que muitos dos entrevistados redescobriram e incorporaram elementos da cultura negra.

12 12 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS As idéias apresentadas neste artigo mostram que brancos e negros não vivenciam as mesmas oportunidades de ascensão social na sociedade brasileira. Particularmente, no mercado de trabalho, pode haver barreiras de cunho racial que dificultem a mobilidade de negros e negras a postos mais estratégicos nas organizações. Uma pesquisa recente realizada pelo Instituto Ethos (2003) sobre o perfil social, racial e de gênero das 500 maiores empresas do Brasil mostrou que, nestas organizações, 95,6% dos cargos executivos, de gerência e de chefia estavam ocupados por brancos, e apenas 1,85% destes postos eram ocupados por negros. Assim, é importante analisar quais barreiras raciais estão influenciando os projetos de ascensão social dos negros, quais diretrizes no campo das políticas públicas devem ser adotadas e como esses indivíduos percebem e interpretam suas experiências de ascensão ao longo de sua vida. REFERÊNCIAS ABREU, Alice; JORGE, Angela e SORJ, Bila. Desigualdade de gênero e raça o informal no Brasil de In: Estudos feministas, Rio de Janeiro: CIEC/ECO/UFRJ, AZEVEDO, Thales. As elites de cor numa cidade brasileira: um estudo de ascensão social e classes sociais e grupos de prestígio. Salvador: EDUFBHA- EGBA, BASTIDE, Roger; FERNANDES, Florestan. Relações entre negros e brancos em São Paulo. São Paulo, Anhembi 1955 BAIRROS, L. Mulher negra: reforço da subordinação. Desigualdade racial no Brasil contemporâneo. Belo Horizonte: UFMG/Cedeplar, 1991.

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