ESTADO DA PARAFBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete do Desembargador

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1 I ', _ ESTADO DA PARAFBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete do Desembargador IN5S/.0 s. \ Marcos Cavakanb de Albuquerque g ti ippuurrnwe c_ ACÓRDÃO MANDADO DE SEGURANÇA N /001 RELATOR Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque IMPETRANTE Dantele Benevides Martins Adv Elizeu Dantas Simões Ferreira IMPETRADO Secretário de Administração do Estado da Paraíba EMENTA ADMINISTRATIVO CONCURSO PÚBLICO PARA O CARGO DE MÉDICO ESPECIALISTA IMPEDIMENTO PARA POSSE DE CANDIDATA APROVADA EM P LUGAR FALTA DE HABILITAÇÃO ESPECÍFICA REQUISITOS GRADUAÇÃO EM MEDICINA E ESPECIALIZAÇÃO EM RADIOLOGIA E DIAGNÓSTICO POR IMAGEM NÃO ATENDIMENTO DAS REGRAS DO EDITAL CONDIÇÃO QUE DIZ RESPEITO AO EXERCÍCIO DO CARGO DIREITO LÍQUIDO E CERTO QUE NÃO SE OSTENTA DENEGAÇÃO DA SEGURANÇA - Prevendo o edital do concurso público a necessidade de especialidade médica em Radiologia e Diagnóstico por Imagem, não há que sc falar em direito líquido e certo de quem não preenche os requisitos indispensáveis para atuar nesta área específica da Medicina identificados Vistos, relatados e discutidos os presentes autos acima Acorda o Pleno do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, por unanimidade, DENEGAR A SEGURANÇA, nos termos do voto do Relator RELATÓRIO Trata-se de Mandado de Segurança com pedido de liminar 'È impetrado por DANIELLE BENEVIDES MARTINS contra suposto ato coator e ilegal praticado pelo SECRETARIO DE ADMINISTRAÇÃO DO ESTADO DA PARAÍBA, que teria 1kN

2 tis t.3 ai I I MANDADO DE SEGURANÇA No sustado a posse no cargo dc Médico especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem Alega a impetrante que, submeteu-se a concurso público para o provimento de vagas na Secretaria de Saúde do Estado para o cargo de médico com especialidade em Radiologia e Diagnostico por Imagem, onde estavam previstas três vagas para o Hospital Arlinda Marques em João Pessoa Alega ainda que, foi aprovada para o certame na primeira posição, e começou a providenciar a documentação necessária e exigida no Edital para o provimento no cargo, que são o diploma de conclusão de curso de graduação em Medicina e de Especialidade Médica, além do respectivo registro no Conselho Regional de Medicina Aduz que, detém os três requisitos exigidos, ou seja, o diploma do curso de graduação em Medicina, fornecido pela Universidade Federal da Paraíba, o título de Especialista do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagcm em conjunto com a Associação Médica Brasileira, assim como o regular registro no Conselho Federal de Medicina da Paraiba inscrita sob o ri 4489 Aduz ainda que, sua nomeação foi publicada no Diário Oficial do Estado, no dia 03 de janeiro de 2008, através do Ato governamental ri 718, para ocupar em caráter efetivo o cargo de Médica, classe B, com lotação na Secretária de Saúde do Estado e exercício no Hospital Min& Marques Ressalta que, cinco dias após a sua nomeação, foi empossada no dia 08 de janeiro de 2008, na Secretaria de Administração do Estado, mas para a sua surpresa e indignação, no dia 16 de janeiro foi publicada no Diário Oficial do Estado a nulidade de sua posse, sob a fundamentação de mesma não ter atendido o item 2 1, alínea d, do edital do concurso, ou seja, não ter apresentado o Diploma da Especialidade Médica Ressalta ainda que, o seu diploma de Especialista encontra-se em confecção pela Associação Médica Brasileira, caracterizando mera tramitação burocrática de documentos, desta forma a não aceitação destes documentos provisórios reveste-se de ilegalidade, já que se torna incontroversa a sua condição de especialista NR\ A liminar foi deferida fls 71/73 O Secretário de Administração prestou informações, 'as fls 76/91, argumentando que a impetrante não possui direito líquido e certo, já que a mesma não é médica especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem, "pois essa nomenclatura é rj 2

3 r 41,;54 Çffl MANDADO DE SEGURANÇA 11 San N0 W /001 T(Sit- inerente àquele que conclui a especialidade médica em Radiologia e Diagnóstico por Imagem Mesmo tendo conseguido a aprovação no certame, a impetrante sd possui o título de especialista em diagnóstico por Imagem, com atuação evclusiva em ultra-sonografia" (Grifei) Instada a se manifestar, a d Procuradoria de Justiça ofertou parecer opinando pela denegação da segurança fls 108/113 É o relatório 1111 VOTO Preenchidas todas as condições da ação c pressupostos processuais, passemos h análise da questio Lures Pretende a impetrante que seja afastada a suposta ilegalidade consistente na negativa de posse no cargo de Médico especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem Não obstante, observe-se que a concessão da segurança pressupõe a satisfação dos requisitos antevistos no edital do concurso, que dentre outros prevê a exigência de especialização reconhecida pelo MEC, conforme se depreende da análise de fl 22 Com efeito, importante salientar que falta habilitação específica h impetrante para o ingresso no serviço publico, no cargo de Médico Especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem Na verdade, resta incontroverso que a apelante não preenche os requisitos eingidos pela Resolução n 1 634/2002, do Conselho Federal de Medicina, bem como pelo edital do concurso, porquanto não detém habilitação legal para o exercício da profissão, ou sela, não possui registro na especialidade de Radioloya e Ditiendstico por Imagem Junto ao CRM/PB De fato, o artigo 4' da Resolução ri 1 634/2002, do Conselho Federal de Medicina, assim estabelece "O médico só pode declarar vinculação com especialidade ou área de atuação quando for possuidor do título ou certificado a ele correspondente, devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina" Ademais, o título III do edital, "Das Inscrições" (f 32), mais especificamente no item 2 1, d, prevê, outrossim, como requisito para a investidura no st'( 3

4 MANDADO DE SEGURANÇA N /001 tr-tri cargo público, o diploma de graduação em Medicina, registrado no Conselho de Classe e especialidade Ora, o edital é claro quanto 'a exigência de especialização, não fazendo restrição a este ou aquele cargo, mas fixando como cláusula geral aplicável a todos os cargos do concurso Ademais, é o próprio edital do concurso que exige a especialidade em Radiologia e Diagnóstico por Imagem c não tão somente a especialidade em Diagnóstico por Imagem com atuação exclusiva em Ultra-sonogragia Como é sabido, o edital é a lei do concurso, não se admitindo interpretação que afaste a incidência desta ou daquela cláusula sob pena dc se invadir a discrictonariedade, prerrogativa inerente ao Poder Executivo Portanto, embora a administração tenha nomeado a impetrante, isso não tem o condão de suprir a exigência para o ato de posse de candidato aprovado, que não atenda a especialidade profissional, especificada no edital, sendo inviável impor autoridade impetrada, contra legem, qualquer tolerância Sobre o tema, já se pronunciaram o Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, senão vejamos "ADMINISTRATIVO RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA CONCURSO PÚBLICO REQUISITOS RESIDÊNCIA MÉDICA OU 4111 TÍTULO DE ESPECIALIZAÇÃO EXIGÊNCIA DO EDITAL - Havendo previsão editalícia no sentido de que a nomeação para o cargo de Médico, na Especialidade de Clinica Médica, só é possível com a comprovação de residência médica ou curso de especialização na especialidade escolhida, não há que se falar em direito líquido e certo à nomeação para o referido cargo, se não restou devidamente comprovada a habilitação exigida Recurso desprovido" (stc) (RMS /RJ, Rel Ministro FÉLIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em , DJ p 288) "ADMINISTRATIVO CONCURSO PÚBLICO MÉDICO EDITAL EXIGÊNCIA ESPECIALIZAÇÃO EM CLÍNICA MÉDICA 4

5 ev x-i554 MANDADO DE SEGURANÇA / 001. _a_ C.1 Stijg" re,4 N CANDIDATO NO EXERCÍCIO DO CARGO APLICAÇÃO DA "TEORIA DO FATO CONSUMADO" INADMISSIBILIDADE I - É de denegar-se a segurança, à falta de préconstituída de ser o impetrante possuidor do título de especialização em clínica médica, nos termos em que exigido pelo Edital do referido concurso público ( ) Recurso conhecido e provido" (sic) (REsp /RJ, Rei Ministro FÉLIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em , DJ p 276) "ADMINISTRATIVO - CONCURSO PÚBLICO - CARGO DE MÉDICO COM CONHECIMENTO DE CLÍNICA MÉDICA - ATENDIMENTO DO REQUISITO PELA PROFISSIONAL QUE POSSUI ESPECIALIZAÇÃO EM NEFROLOGIA SEGURANÇA CONCEDIDA De se considerar como capacitada a exercer o cargo público de médica com conhecimento em clínica médica candidata que, tendo sido aprovada em concurso público, possui especialização em nefrologta, vez que deve ser entendido que o médico que tem especialização, necessariamente, também tem conhecimento sobre clínica geral V V Mandado de Segurança c/c Pedido de Liminar Concurso público. Cargo de clínico geral do IPSEMG Falta da qualificação necessária da Impetrante Sentença que denegou a segurança Referência recursal a dispositivo não comprovadamente existente Ausência de documento comprobatório nesse sentido Resolução do Conselho Nacional de Medicina que desqualifica a Impetrante para cargo pleiteado Sentença mantida Uma vez que o edital do concurso público exige determinada qualificação profissional, sendo demonstrado nos autos que a qualificação não foi atendida pela candidata aprovada, não merece reforma a sentença que denegou a segurança, sendo despicienda a informação, dada na peça de recurso e não comprovada documentalmente, de que haveria norma a sustentar o direito alegado" (sic) Processo n -\ 1 5

6 .á 14X itx r I_ Is %4 1 MANDADO DE SEGURANÇA sem No / /000(1), Data do Julgamento 02/09/2003, Data da Publicação 03/10/2003 Destarte, tenho que não se constitui em ato abusivo ou ilegal, violador de direito líquido e certo, o ato da autoridade coatora que impediu a impetrante de tomar posse no cargo de médica especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem Deste modo, admitir a posse de candidato que não satisfaz as exigências do edital coloca em risco a eficiência do serviço público 110 Isto posto, DENEGO A SEGURANÇA, revogando todos os efeitos da liminar outrora concedida, fls 71/73 É COMO voto Presidiu Sessão o Exmo Desembargador Antônio de Pádua Lima Montenegro Relator Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque Participaram ainda do julgamento os Desembargadores, Carlos Neves da Franca Neves (Juiz convocado para substituir a Desembargadora Mana das Neves do Egito A D Ferreira), Miguel de Britto Lyra Filho, (Juiz convocado para integrar a corte, tendo em vista o afastamento do Des Marcos António Souto Maior), Luiz Silvio Ramalho Júnior, Jorge Ribeiro da Nábrega, Júlio Paulo Neto, Genésio Gomes Pereira Filho, Maria de Fátima Moraes Bezerra Cavalcanti, Manoel Soares Monteiro, Márcio Murilo da Cunha Ramos, José Dl Lorenzo Serpa, Eduardo José de Carvalho Soares (Juiz convocado para substituir o Desembargador Saulo Hem-umes de Sá e Benevides), Eslú Eloy Filho (Juiz convocado para substituir o Desembargador Pias de Brito Pereira Filho), Arnábio Alves Teodásio, Nilo Luis Ramalho Vieira e Leôncio Teixeira CAmara Impedido o Desembargador Antônio Carlos Coelho da Franca Ausente, justificadamente, o Desembargador Abraham Lincoln da Cunha Ramos Presente 'a sessão o amo Dr Paulo Barbosa de Almeida, Procurador-Geral de Justiça, em exercício Tribunal Pleno, Sala de Sessões "Des Manoel Foi - av, r de Andrade" do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, em Jo.,--''esso. é j ulho de Desembargador arcos C4"lcann Albuquerque Relator ti /01 6

7 TRIBUNAL DE JUSTIÇA Coordenadoria. Judiciária Registrado