RESENHA PALAVRAS-CHAVE. Informação; transporte público; identidade visual. INTRODUÇÃO
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- Yago Festas Lombardi
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1 Uso de identidade visual como instrumento de consolidação da informação ao usuário do transporte público de Porto Alegre. Arq. Urb. Simone Caberlon 1 1. Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) Diretoria Técnica Gerência de Projetos e Estudos de Mobilidade Coordenação de Projetos de Mobilidade. Rua João Neves da Fontoura, 7, Azenha, Porto Alegre/RS, CEP Contatos: (51) , simonec@eptc.prefpoa.com.br. RESENHA Esse artigo relata a criação de uma identidade visual para os materiais impressos de informação ao usuário do transporte público de Porto Alegre/RS. A melhoria da sua qualidade gráfica, através de padronização, reorganização e hierarquização dos conteúdos, possibilitou a consolidação e o reconhecimento por parte dos cidadãos. PALAVRAS-CHAVE Informação; transporte público; identidade visual. INTRODUÇÃO O objetivo desse trabalho é demonstrar como a representação adequada das informações ao usuário do transporte público pode auxiliar o cidadão na definição e racionalização do seu deslocamento e na própria maneira como ele entende e utiliza o sistema a seu favor, independente do(s) modal(is) que ele escolher. Desde 2008 a EPTC elaborada, publicada e distribuí gratuitamente materiais de informação ao usuário do sistema de transporte público de Porto Alegre/RS. São eles: Guia de Transporte Ônibus: caderno que apresenta o funcionamento do sistema de transporte por ônibus e o trajeto, itinerários, primeiro e último horários de funcionamento e o intervalo de viagens das principais linhas de ônibus urbanos; Guia de Transporte Lotação: caderno que apresenta o funcionamento do sistema de transporte por lotação e o trajeto, itinerários, primeiro e último horários de funcionamento e o intervalo de viagens de todas as linhas de lotação; Mapa de Transporte Ônibus: folha com dobras até o formato bolso que apresenta o funcionamento do sistema de transporte por ônibus, locais de integração com o trem metropolitano e o trajeto e itinerários das principais linhas de ônibus da capital. Mesmo a EPTC produzindo anualmente esses impressos, por qual motivo a população não os reconhecia ou não os utilizava no seu cotidiano? Será que os próprios materiais não favoreciam sua utilização? Ou ainda, os pontos de distribuição eram insuficientes ou estavam em locais inadequados? Fazendo-se estes questionamentos foi possível analisar, refletir e compreender a situação, tomando-se duas atitudes combinadas para que se revertesse essa realidade. A primeira delas foi a criação de uma nova identidade visual para os materiais no intuito de conectá-los visualmente, estabelecer padrões gráficos claros, objetivos e racionais. A segunda foi incluir pontos de distribuição estratégicos na cidade, aumentando o acesso da população ao material. Essa iniciativa fez parte do Plano de Informação ao Usuário de Transporte Público que é de autoria e responsabilidade da EPTC, estando ligado ao Programa Cidade Integrada da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Desde 2004 a Gerência de Projetos e Estudos de Mobilidade desenvolve ações para implantar esse plano como, por exemplo, a colocação de informação estática nos pontos de parada, estações e terminais de ônibus urbanos.
2 DIAGNÓSTICO Baseando-se na análise das edições anteriores foi possível identificar alguns problemas até a edição do ano de 2011/2012 dos produtos de informação ao usuário do transporte público. Dentre eles os principais eram os seguintes: Cada impresso era um produto isolado: todos eram individualmente compreendidos em seu próprio conteúdo, porém não se relacionavam um com o outro, portanto não se identificava que faziam parte de uma mesma família de informativos; Capas: foram produzidas inspiradas na programação visual dos próprios veículos circulantes na tentativa de associá-los com seu respectivo informativo, portanto a única similaridade existente era entre o Guia de Transporte Ônibus e o Mapa de Transporte Ônibus pois se tratavam do mesmo modal. Já o Guia de Transporte Lotação parecia ser outro tipo de produto independente (ver figuras 1 a 4); Páginas de conteúdo: a forma de apresentar a informação era totalmente distinta em cada impresso. A única correspondência que existia, pelo mesmo motivo acima descrito, era entre o Guia de Transporte Ônibus e o Mapa de Transporte Ônibus. Neles já se utilizava cores para representar as zonas de deslocamento na cidade, porém essas cores estão associadas à identificação das bacias de operação dos consórcios que operam o sistema e não com algum tipo de divisão urbana específica (ver figuras 5 e 6); Tipo de informação: mais evidente em relação ao Mapa de Transporte Ônibus, havia uma quantidade de informações mais detalhadas que estava poluindo e dificultando a leitura das informações básicas. Essas informações eram tratadas exatamente da mesma forma sem qualquer tipo de distinção quanto a sua importância (ver figura 7 e 8); Tiragem: considerava-se que o número de unidades era insuficiente para uma população de 1,4 milhões de habitantes. Na edição de 2011/2012, a de maior tiragem até então, foram impressos 500 unidades do Guia de Transporte Ônibus, 1 mil unidades do Guia de Transporte Lotação e 5 mil unidades do Mapa de Transporte Ônibus; Pontos de distribuição: os impressos não estavam disponíveis em locais de chegada/saída da metrópole como, por exemplo, a rodoviária e o aeroporto. Figuras 1 e 2: Capas do Mapa de Transporte Ônibus, edições de 2008/2009 e 2011/2012
3 Figuras 3 e 4: Capas dos Guias de Transporte, edições de 2008/2009 Figuras 5 e 6: Páginas de conteúdo dos Guias de Transporte, edições de 2008/2009
4 Figuras 7 e 8: Frente e Verso (abertos) do Mapa de Transporte Ônibus, edição 2010
5 PROPOSIÇÕES Após a aplicação da metodologia de análise, revisão e identificação dos problemas das edições anteriores, apresentados no item anterior diagnóstico, procurou-se propor soluções embasadas no conceito de legibilidade que, segundo Kevin Linch, é a facilidade com que suas partes podem ser reconhecidas e organizadas num modelo coerente (LYNCH, 1997, p. 3). As soluções propostas para melhorar a qualidade do material do ponto de vista da legibilidade foram: Cada impresso era um produto isolado: a solução encontrada foi criar categorias de produtos, padronizando o nome do material (Guia de Transporte e Mapa de Transporte), fazendo variações apenas no nome do modal, Ônibus ou Lotação (ver figura 18 a 20); Capas: criação de um padrão gráfico visual semelhante para todos os materiais, unificando-os em uma mesma família de informativos; utilizou-se imagens de fundo correspondente ao modal Ônibus ou Lotação; extinguiu-se as pequenas diferenças de tamanho entre os guias, estabelecendo-se tamanhos padrão conforme a categoria do produto (ver figuras 9 a 11); Páginas de conteúdo: criou-se um layout padrão para as páginas com abas de categorização; associou-se as cores, antes utilizadas para identificar as bacias de operação dos consórcios, aos eixos originais de deslocamentos urbanos; ainda houve a padronização de espaçamentos, a utilização de pictogramas iguais em todos os impressos e a adequação do tamanho das fontes para obter maior legibilidade (ver figuras 14 a 15); Tipos de informação: procurou-se destacar as informações essenciais em detrimento das supérfluas, estabelecendo hierarquias e níveis diferenciados de informações conforme sua importância (ver figuras 12 e 13); Tiragem: a edição de 2012/2013, possuiu uma tiragem total de unidades do Guia de Transporte Ônibus, 1 mil unidades do Guia de Transporte Lotação e 20 mil unidades de Mapas de Transporte Ônibus; Pontos de distribuição: aumentou-se os pontos de distribuição, disponibilizando os produtos em locais estratégicos como na Estação Rodoviária e no Aeroporto Internacional Salgado Filho, além dos Centro de Informações ao Turista do Estado e do Município, visando atingir uma parcela maior da população. Figuras 9 a 11: Capas do Mapa de Transporte e Guias de Transporte, edição 2012/2013
6 Figuras 12 e 13: Frente/Verso (abertos) do Mapa de Transporte Ônibus, edição 2012/2013
7 Figuras 14 e 15: Páginas de conteúdo do Guia de Transporte - Ônibus, edição 2012/2013 A categorização do nome dos materiais possibilitou, ainda em 2012, a criação de outros 2 novos produtos para integrar a família de informativos: O Guia de Transporte Cicloviário: apresentando a localização das ciclovias, ciclofaixas, estações de aluguel de bicicletas, além de orientações de conduta para ciclistas, motoristas e pedestres (ver figura 16); Mapa de Transporte Fórum Social Mundial Temático: específico para o evento realizado em janeiro do mesmo ano, apresentando os locais do evento e as alternativas de transporte entre estes (ver figura 17). Figuras 16 e 17: Páginas de conteúdo do Guia de Transporte - Ônibus, edição 2012/2013
8 CONCLUSÕES Através da ação combinada entre criação de identidade visual com a ampliação dos postos de distribuição dos materiais conseguiu-se melhorar a qualidade do produto e atingir uma parcela maior da população. A prova disso foi sua recepção extremamente favorável, pois na primeira semana de divulgação cerca de 40% dos produtos foram distribuídos. Consequentemente a EPTC fez, numa parceria com a ATP/RS, uma tiragem extra de 1 mil exemplares do Guia de Transporte Ônibus e 10 mil Mapas para suprir a demanda. A próxima edição dos impressos, para o ano de 2014, já contempla informações bilíngues, em português e inglês, favorecendo ainda mais o deslocamento dos turistas, principalmente durante a realização da Copa do Mundo de Futebol FIFA, onde Porto Alegre figura como uma das cidades-sedes. Pretende-se também confeccionar um Mapa de Transporte para a Copa, com os locais dos jogos e eventos, pontos de interesse e as alternativas de transporte para os circuitos específicos utilizando os diversos modais disponíveis. A nova identidade visual foi o instrumento que consolidou os materiais impressos de informação ao usuário do sistema de transporte público de Porto Alegre. É claro que essa não é a única ferramenta. Segundo Bautzer (2010) a informação é a via em que o conhecimento gerado pelas comunidades está sendo escoado. Incorporar novas tecnologias garante a possibilidade de um rearranjo nos espaços urbanos e no próprio dia a dia das pessoas. Portanto levar as informações para outros meios de comunicação como a internet e aplicativos para smartphones é o passo seguinte na evolução da informação ao usuário. Algumas ações já estão sendo feitas nesse sentido, mas o que as respalda, é que agora existe uma identidade visual reconhecível e que deverá ser adotada como padrão para as novas plataformas, pois quando o cliente-cidadão estiver vivenciando o sentimento de identidade com a cidade em que vive, terá início a construção de uma marca vencedora (BAUTZER, 2010). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BAUTZER, Deise. Marketing de cidades: construção de identidade. Imagem e futuro. São Paulo: Atlas, CORREA, Taís Moscarelli. A importância da identidade visual e o uso da marca na comunicação empresarial. Universidade Católica de Pelotas. s/d. 3. EPTC. Manual gráfico de informação ao usuário do transporte público de Porto Alegre LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo: Martins Fontes, STRUNCK, Gilberto Luiz. Identidade Visual: a direção do olhar. Rio de Janeiro: Europa Emp. Graf. Ed., 1989.
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