Três regras (atente bem: apenas três regras) lhe darão totais condições de controlar o medo de falar em público.

Transcrição

1 Três regras (atente bem: apenas três regras) lhe darão totais condições de controlar o medo de falar em público. I) Conheça e domine o tema a ser preferido. II) Suba ao palco como se fosse um bom orador. II) Dirija seu olhar aos olhos dos ouvintes. REGRA - I: CONHEÇA E DOMINE O TEMA A SER PROFERIDO. 1 / 10

2 Costumo dizer que a insegurança é um importante degrau do nosso processo de crescimento, pois só sente-se inseguro quem procurar vencer desafios. Este é o tipo de insegurança positiva. Mas existe a insegurança negativa. Por exemplo, se o orador não se preparar bem para ter pleno conhecimento do tema a ser proferido, ele será derrotado pela sua insegurança negativa. Portanto, cabe ao orador a responsabilidade de conhecer o tema profundamente, o que além de significar atitude respeitosa com o público, o ajudará na irrigação de sua autoconfiança. REGRA - II: SUBA AO PALCO COMO SE FOSSE UM BOM ORADOR. Maxwell Maltz em seu livro Liberte a sua Personalidade (Psicocibernética), da Summus Editorial, relata: Muitos doentes mentais podem melhorar seu estado e talvez diminuir sua permanência em hospitais simplesmente imaginando que são normais, segundo afirmam dois psicologistas que fazem parte da Administração dos Ex-Combatentes, em Los Angeles. Os Drs. Harry M. Grayson e Leonar B. Olinger comunicaram à Associação Psicológica Americana que experimentaram a idéia com 45 doentes hospitalizados como neuróticos. Para 2 / 10

3 começar, fizeram com os pacientes o teste usual de personalidade. A seguir, pediram-lhes que se submetessem ao teste pela segunda vez e respondessem às perguntas como se cada um deles fosse, fora do hospital, uma pessoa normal e bem ajustada. 75% dos doentes apresentaram melhores resultados no segundo teste, e algumas das mudanças para melhor foram espetaculares, informaram os psicologistas. Esses pacientes, para poderem responder às questões como as responderiam pessoas normais e bem ajustadas, eram obrigados a imaginar-se no papel de uma pessoa normal e bem ajustada. E foi o quanto bastou para eles começarem a agir e sentir-se como uma pessoa bem ajustada. Começaremos, pois, a perceber por que o Dr. Albert Edward Wiggam classificou o retrato mental que fizemos de nós mesmos como a maior força que temos dentro de nós. Diz ainda Maltz: Jesus nos advertiu sobre a insensatez de pôr remendo novo em roupa velha, ou de guardar vinho novo em odres velhos. O pensamento positivo não pode ser usado eficazmente como remendo ou muleta da mesma auto-imagem antiga. Aliás, é literalmente impossível pensar positivamente sobre uma determinada situação enquanto mantivermos um conceito negativo sobre nós mesmos. E numerosas experiências demonstraram que, desde que modifiquemos nosso autoconceito, outras coisas coere ntes com o novo conceito que fazemos de nós mesmos podem ser atingidas facilmente e sem esforço. 3 / 10

4 Uma das primeiras e mais convincentes experiências nesse sentido foi levada a efeito por Prescott Lecky, pioneiro no terreno da psicologia da auto-imagem. Lecky considera a personaliade como sendo um sistema de idéias, todas as quais devem parecer coerentes uma com a outra. Idéias que estejam em contradição com o sistema são rejeitadas, não merecem crédito, e sobre elas nenhuma ação é baseada. Idéias que parecem coerentes com o sistema são aceitas. No centro mesmo desse sistema de idéias - sua pedra angular - está o ego ideal do indivíduo, sua auto-imagem. Ou seu conceito de si mesmo. Era teoria de Lecky que, se um aluno tinha dificuldade em aprender determinada matéria, podia muito bem ser porque (do ponto de vista deste aluno) seria para ele incoerente aprendê-la. Lecky era, porem, de opinião que se fosse possível modificar o conceito que o aluno tinha de si mesmo, conceito que apoiava aquele ponto de vista, sua atitude em relação à matéria mudaria automaticamente. Se o aluno pudesse ser levado a mudar sua autodefinição, a sua capacidade de aprender mudaria também. Isso demonstrou ser verdadeiro. Um estudante que escrevia erradamente 55 palavras em cada cem e foi reprovado em várias matérias conseguiu no ano seguinte a média geral de 91 e se tornou um dos melhores alunos da escola em Ortografia. Um rapaz que precisou deixar o colégio por causa de suas notas baixas entrou na Universidade de Columbia e se tornou aluno de primeira categoria. Uma jovem que foi reprovada em latim quatro vezes conseguiu, depois de três sessões com o conselheiro da escola, alcançar a média 84. Um rapaz que o departamento de testes julgou fraco em linguagem obteve no ano seguinte a media 84. Um rapaz que o departamento de testes julgou fraco em linguagem obteve no ano seguinte menção honrosa em uma prova literária. O mal com esses alunos não era que fossem inteligentes ou carecessem de aptidões básicas; eles tinham uma auto-imagem inadequada ( Não tenho queda para a Matemática, Sempre fui 4 / 10

5 fraco em ortografia, etc.). Eles se identificavam com seus erros e malogros. Em lugar de dizerem Fui mal naquela prova (concreto e descritivo), concluíam Eu sou uma negação. Em lugar de dizerem Fui reprovado naquela matéria, diziam Não sirvo para coisa nenhuma. Lecky usava ainda o mesmo método para corrigir hábitos como roer unhas e gaguejar. Meus próprios arquivos contêm casos igualmente convincentes: o homem que tinha tal medo de estranhos que raramente se aventurava fora de casa, e hoje sua profissão exige que ele fale em público. O vendedor que já havia preparado sua carta de demissão porque não era talhado para vendas e seis meses depois era o primeiro entre um grupo de cem vendedores. O pastor que pensava se aposentar porque os nervos e a pressão de ter que preparar um sermão por semana o estavam prostrando e agora faz uma média de três conferências por semana, além dos sermões semanais em sua própria igreja, e nem se lembra de que tem nervos no corpo. Esta REGRA-II, SUBA AO PALCO COMO SE FOSSE UM BOM ORADOR, pede para que use os recursos de sua mente. Não pede o impossível, isto é, não pede para jogar fora o velho mau comunicador, mas, sim, para vestir-se como se fosse um bom comunicador. Vista o hábito do sucesso, acredite em si mesmo e aja como se tivesse coragem de falar em público. Você conseguirá. 5 / 10

6 Veja o que disse Willian James, um dos pais da Psicologia Moderna: A ação parece seguir-se ao sentimento, mas na realidade, a ação e o sentimento caminham juntos. Regulando a ação, que se encontra sob um controle mais direto da vontade, podemos, indiretamente, regular o sentimento que não se encontra nessa mesma situação. Assim, para sentir-se bravo, aja como se você fosse bravo, empregue toda sua vontade até o fim e um revestimento de coragem, muito provavelmente, substituirá o revestimento do medo. Portanto, para controlar o medo de falar em público aja como se não tivesse medo, aja como se tivesse coragem. Mesmo não tendo!. REGRA - III: DIRIJA SEU OLHAR AOS OLHOS DOS OUVINTES. O orador iniciante quase sempre ao olhar para o público não o vê. Isto porque ele olha de forma difusa. Este procedimento prejudica sua comunicação. A insegurança faz o orador iniciante fugir dos olhares do público. Ah! se ele soubesse quanto estes olhares ajudam! 6 / 10

7 Quando seu olhar encontra o olhar do seu interlocutor a comunicação se completa. O retorno visual lhe faz sentir bem. Suas palavras fluem com mais naturalidade e espontaneidade. Mas eu não consigo, mesmo esforçando-me, enxergar o público. Não se preocupe. O progresso na comunicação visual é lento, mas gradativo. Brevemente, em termos de comunicação, você terá olhos para ver assim como já tem ouvidos para ouvir. Após adaptar-se ao cumprimento da REGRA-II (Suba ao palco como se fosse um bom orador) ficará mais fácil olhar e enxergar o público. Enxergando-o sinta e imagine-o receptivo. Assim agindo perceberá que após os primeiros minutos você passará a dominar e controlar os seus anseios. É importante reforçar que os primeiros minutos de uma palestra geralmente ocasionam para qualquer orador, mesmo para os mais experientes, um leve tremor e ansiedade. Não se preocupe, isto é natural e passageiro. As três regras logo acima são as principais, mas podemos complementá-las com outras duas: a) RESPIRE FUNDO E NÃO TENTE CONTROLAR EVENTUAL TREMOR, IGNORE-0. 7 / 10

8 Um grande absurdo é pedir para um orador controlar o eventual tremor das mãos. Esta tentativa, em vez de ajudá-lo, irá contribuir para aumentar o tremor. Em outras palavras quanto maior for o seu esforço mental consciente para eliminar o problema, maior será o problema. Posso afirmar, com tranqüilidade, que o tremor das mãos em menor ou maior grau acompanha a totalidade dos oradores iniciantes e boa parte dos oradores experientes e, tenha certeza, na maioria das vezes o público não percebe o tremor das mãos do orador. Então antes de começar a falar: inspire profundamente, para que na sua expiração você tenha ar suficiente para bem articular as palavras; ignore eventual tremor, só assim você o diminuirá ou o eliminará. Também é importante frisar que o orador não deve supervalorizar eventuais tropeços. Sobre este assunto veja a seguir depoimento da ex-apresentadora de televisão Valéria Monteiro: A Cidinha Campos vivia escrevendo contra mim, me chamando de a rainha da gagueira. (...) Passei a me concentrar mais antes de entrar no ar e não prestar atenção nos tropeços. A estratégia funcionou e os tropeços foram rareando, sobrando hoje resquícios irrelevantes, iguais aos que são cometidos pelos profissionais mais tarimbados. 8 / 10

9 b) COMECE A FALAR PAUSADAMENTE Você já deve ter ouvido determinado orador começar o discurso falando pausadamente, parecendo que está a procurar palavras, dando-lhe a impressão que a exposição deixará muito a desejar. De repente ele se inflama, gesticula, utiliza-se do ritmo da voz e então, aparece o grande orador. O orador experiente sabe como é importante começar a falar pausadamente: é a oportunidade dele se encontrar, de visualizar melhor o público, de entrar na cadência da fala. Caro orador iniciante, não queira mostrar já nos momentos iniciais todo o seu poder retórico: comece a falar pausadamente. Currículo do autor: Alkindar de Oliveira, Palestrante, Escritor e Consultor de Empresas radicado em São Paulo-SP, profere palestras e ministra treinamentos comportamentais em todo o Brasil. Juntamente com sua equipe de consultores, tem seu foco de atuação em diversas áreas de treinamento, como VISÃO SISTÊMICA, CULTURA DO DIÁLOGO, ORATÓRIA, LIDERANÇA, COACHING, RELACIONAMENTO, MOTIVAÇÃO, COMUNICAÇÃO 9 / 10

10 ESCRITA, COMUNICAÇÃO VERBAL, CRIATIVIDADE, HUMANIZAÇÃO DO AMBIENTE EMPRESARIAL, VENDAS, FINANÇAS, EFICAZ COMUNICAÇÃO INTERNA, NEGOCIAÇÃO, PRODUÇÃO/CHÃO DE FÁBRICA, ETC. Suas teses e artigos estão expostos em renomados veículos de comunicação, como: as revistas Você S/A e Bons Fluidos, da Editora Abril; revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, Editora Globo; revista Venda Mais, Editora Quantum; e os jornais Valor Econômico, O Estado de São Paulo e Jornal do Brasil, etc. 10 / 10