Visão 2040 Cenários mundiais para a indústria de óleo e gás

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1 Visão 2040 Cenários mundiais para a indústria de óleo e gás

2 Para entender as próximas décadas A indústria brasileira de óleo e gás encontra-se em um momento singular em sua história. Com a exploração das reservas da camada pré-sal, o País prepara-se para um salto sem precedentes na produção diária de óleo. Entretanto, para que nossa indústria possa realizar seu potencial na plenitude, é preciso levar em consideração uma série de fatores econômicos, sociais e geopolíticos que influenciam o setor de óleo e gás mundialmente além dos desafios tecnológicos e logísticos envolvidos na extração das reservas. É necessário entender como vão se comportar variáveis importantes como a demanda global por combustíveis, a ascensão de fontes alternativas de energia, as mudanças climáticas, o impacto de conflitos regionais e as tendências de desenvolvimento econômico em diferentes regiões do planeta. O presente estudo, elaborado pelo Centro de Excelência (CoE) de Óleo e Gás da Deloitte em conjunto com a Monitor Deloitte, nossa prática de consultoria em estratégia, procura entender como todas essas (e outras) incertezas podem alterar o panorama da indústria até Espero que esse estudo proporcione aos leitores informações relevantes sobre possíveis cenários do futuro do setor. Atenciosamente, Carlos Vivas Sócio-líder para a indústria de Óleo e Gás no Brasil Para que nossa indústria possa realizar seu potencial na plenitude, é preciso levar em consideração uma série de fatores econômicos, sociais e geopolíticos que influenciam o setor de óleo e gás mundialmente além dos desafios tecnológicos e logísticos envolvidos na extração das reservas.

3 Índice 5 Como ler o estudo 7 As tendências 10 As incertezas críticas 21 Cenários mundiais de óleo e gás para Globalização sustentável 23 Declínio do petróleo 24 Hegemonia dos produtores tradicionais 25 Domínio de fontes fósseis 26 Caso base Deloitte MarketPoint 30 Os megaprojetos brasileiros (e outros desafios) Contatos Lideranças do atendimento à indústria Carlos Vivas Sócio-líder para a indústria de Óleo e Gás no Brasil cavivas@deloitte.com José Carlos Monteiro Sócio-líder para o relacionamento com a Petrobras jomonteiro@deloitte.com Autores deste estudo Eduardo Tavares Raffaini Sócio-líder de Consultoria para a indústria de Óleo e Gás no Brasil eraffaini@deloitte.com Fabio Carneiro Gerente sênior de Consultoria para a indústria de Óleo e Gás no Brasil Jim Garland Gerente sênior da Deloitte MarketPoint Marcelo Soares Gerente da Monitor Deloitte Ricardo Savini Consultor associado do Centro de Excelência de Óleo & Gás no Brasil Rogério Rizzi Monitor Deloitte Visão 2040 Cenários mundiais para a indústria de óleo e gás Estão reservados à Deloitte todos os direitos autorais desta publicação. A reprodução de informações nela contidas está sujeita à autorização prévia, mediante consulta formal e citação de fonte. Para mais informações, contate a Deloitte pelo oleogas@deloitte.com. Visão 2040 Cenários mundiais para a indústria de óleo e gás 3

4 Estratégia para apoiar decisões O estudo Visão 2040 Cenários mundiais para a indústria de óleo e gás usa a metodologia consagrada da Monitor Deloitte de elaboração de cenários para projetar um panorama dos rumos que o setor em questão pode tomar nas próximas décadas. Para tanto, nossos consultores especialistas neste segmento analisaram o contexto atual da indústria e os principais fatores que o influenciam, através do levantamento das principais tendências que devem direcionar mais fortemente os movimentos do setor e também considerando as várias incertezas que podem impactar o mercado. No desenvolvimento dos cenários toda a experiência de nossas equipes de estratégia e da indústria de óleo e gás foi empregada, compondo cenários que levam em conta informações econômicas, questões geopolíticas, dados demográficos e sociais e análises de fatores específicos da indústria de óleo e gás. Nossa metodologia consiste em, primeiramente, elencar as principais tendências e, na sequência, levantar as incertezas críticas, que são os fatores com maior nível de imprevisibilidade. Do cruzamento das tendências e incertezas, são criados os cenários narrativas plausíveis para o intervalo de tempo em questão. Ao final, apresentamos a visão mais provável sob o nosso ponto de vista, denominado cenário-alvo, o qual é detalhado e quantificado. Incluímos também nos cenários análises da realidade da indústria brasileira, com as devidas contextualizações, ajudando os competidores locais a entender as consequências dos movimentos descritos no estudo. Essa variedade de informações é tratada com a conhecida habilidade da Monitor Deloitte, líder mundial de consultoria estratégica no desenvolvimento de estratégia corporativa baseada em cenários. A capacidade de entender as múltiplas variáveis que vão determinar os caminhos do segmento de óleo e gás é fundamental para um planejamento de longo prazo. Temos a capacidade de compreender o cenário atual, de entender quais são as forças fundamentais que agirão sobre este cenário nos próximos anos e de apoiar a indústria na construção de estratégias multidisciplinares. Boa leitura! José Carlos Monteiro Sócio-líder para o relacionamento com a Petrobras A capacidade de entender as múltiplas variáveis que vão determinar os caminhos do segmento de óleo e gás é fundamental para um planejamento de longo prazo. 4

5 Como ler o estudo Centro de Excelência (CoE) de Óleo & Gás, localizado no Rio de Janeiro Poucas áreas da economia são tão voláteis literal e figurativamente quanto o setor de óleo e gás. A multiplicidade de fatores que influenciam os rumos da cadeia produtiva do petróleo é imensa, tornando a tarefa de elaborar estratégias e planos de ação um grande desafio. Avanços tecnológicos, oferta e demanda, preços, modelos de negócio, sustentabilidade, evolução demográfica, conflitos armados e disputas geopolíticas; essas são apenas algumas das variáveis que devem estar no horizonte, ano a ano. E como mapear as mudanças que o mercado reserva a seus atores em um futuro ainda mais distante, em um segmento com altos custos de produção e retornos de longo prazo e no qual o planejamento de longo prazo é essencial? Para um panorama tão complexo, não há bola de cristal. Mas há cenários: conjuntos de hipóteses que, em vez de tentar prever o futuro, descrevem uma gama de possibilidades. São projeções elaboradas, baseadas em dados que, estudados hoje, podem levar as empresas a tomarem melhores decisões. Os cenários dão ênfase a descrições do ambiente externo (em lugar do foco no contexto interno das empresas). Empregam técnicas narrativas que instigam a pensar em situações inesperadas e desafiam o senso comum, mas sempre mantendo a plausibilidade. E, quando bem articulados, oferecem um guia que possibilita aos gestores reconhecerem as mudanças que estão por vir e prepararem-se com antecedência. Os cenários combinam informações de três ambientes distintos. Do ambiente contextual, decorrem dados sobre mudanças socioeconômicas, avanços tecnológicos e movimentos geopolíticos. Do ambiente da indústria, são compiladas informações sobre mercado, clientes, competidores, produtos, serviços e operações. E o ambiente organizacional provê conhecimento sobre a empresa que vai utilizar o cenário em sua estratégia. A esse conjunto de dados, unem-se as tendências fatores que irão afetar o futuro em maior ou menor grau, e sobre cuja ocorrência tem-se relativa certeza e as incertezas críticas fatores que são considerados de maior impacto e sobre os quais ainda paira maior grau de imprevisibilidade. Do cruzamento das informações, tendências e incertezas críticas, surgem os panoramas delineados pelos cenários, que podem ser usados para desenvolver e testar estratégias, gerar ideias inovadoras, aperfeiçoar processos, mitigar riscos e trazer mais clareza às decisões. Esta publicação sumariza os cenários que a Monitor Deloitte delineou para responder às seguintes perguntas: quais são as principais incertezas e tendências envolvidas nesse contexto? Como essas tendências e incertezas vão influenciar o futuro? Quais são as principais implicações desses cenários para a indústria nacional? Em resumo, qual é o contexto mundial no qual a indústria brasileira de óleo e gás vai se desenvolver até 2040? Visão 2040 Cenários mundiais para a indústria de óleo e gás 5

6 Este estudo de cenários está dividido em quatro principais partes: Tendências, Incertezas, Cenários e Nossa Visão. As Tendências sugerem direcionamentos esperados para a indústria. As Incertezas Críticas, fatores sobre os quais há maior grau de imprevisibilidade, são de compreensão essencial, mais do que os capítulos anteriores, pois os cenários serão construídos com base nos extremos das incertezas críticas. Os Cenários descrevem narrativas plausíveis para o futuro em questão, bem como os resultados e implicações dos acontecimentos descritos. Mais uma vez, a compreensão das incertezas críticas é fundamental para o desenvolvimento e compreensão dos cenários. Por fim, a metodologia tradicional de cenários, de natureza qualitativa, recebe um tratamento quantitativo que chamamos de Nossa Visão, em parceria com a Deloitte MarketPoint centro de dados de referência e análise sobre o setor energético, para descrever um cenário distinto utilizando indicadores numéricos. Este capítulo pode ser lido de maneira independente dos cenários descritos anteriormente, mas requer a compreensão ampla dos capítulos iniciais. Uma ótima leitura a todos, Eduardo Tavares Raffaini Sócio-líder de Consultoria para a indústria de Óleo e Gás no Brasil [Cenários] São projeções elaboradas, baseadas em dados que, estudados hoje, podem levar as empresas a tomarem melhores decisões. 6

7 As tendências População mundial por continente ( , em bilhões de habitantes) 5,3 3,21 0,63 1,46 1,3% 6,1 3,71 0,80 6,9 4,16 1,03 Quatro tendências foram identificadas como determinantes para a indústria de óleo e gás, quando se analisam os anos que nos separam de 2040: o aumento de demanda de energia devido a fatores sociodemográficos, o aumento da eficiência energética, o aumento do custo de extração do petróleo e o crescimento da produção de gás natural não convencional na América do Norte. Analisando cada uma dessas macrotendências, os cenários para o futuro tornam-se progressivamente mais claros ,7 4,58 0,8% 8,3 4,88 Projeções 8,9 1,31 1,63 1,99 1,59 1,71 1,81 1,79 1,83 Distribuição da população ( , porcentagem de habitantes vivendo em cada área) , Total Ásia África Outros continentes Rural Urbana 1. Aumento da demanda de energia por fatores sociodemográficos O mundo continuará a demandar mais e mais energia nos próximos anos. Dados do estudo World Urbanization Prospects, concluído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2011, indicam que a população mundial continuará a crescer a um ritmo de 0,8% ao ano entre 2010 e 2040, saltando de 6,9 bilhões de pessoas em 2010 para cerca de 8,9 bilhões em E esse aumento populacional estará concentrado principalmente na Ásia e na África, que também estarão puxando a crescente urbanização global. Uma população maior, por si só, indica um crescimento da demanda de energia. E um maior contingente de habitantes urbanos também implica necessariamente em aumento do consumo de energia. É interessante notar que apenas muito recentemente em 2009 o mundo passou a ter um maior número de pessoas vivendo nas cidades do que no campo. Entretanto, as projeções da ONU indicam que, até 2040, a população urbana global equivalerá a quase o dobro da população rural. 2. Aumento da eficiência energética Na contramão do aumento da demanda energética devido ao crescimento populacional e à urbanização, surge uma tendência de desaceleração da mesma demanda por conta dos avanços tecnológicos que otimizam o aproveitamento energético. A busca por produtos automóveis, eletrodomésticos, maquinário em geral e dispositivos eletrônicos que consumam menos energia é um dos grandes vetores de inovação da indústria atualmente. Pesquisas do Banco Mundial refletem isso: entre 1980 e 2010, o Produto Interno Bruto global aumentou, mas com um consumo 33% menor de energia. Ou seja, em 30 anos, produziu-se mais riqueza, gastando-se proporcionalmente menos energia. Isso é uma função direta dos esforços bem-sucedidos (das iniciativas pública e privada) para ampliar a eficiência energética Projeções Os países industrializados possuem, para o futuro próximo, metas bem definidas de melhoria da eficiência energética. Nos Estados Unidos, legislações que determinam a produção de automóveis que consumam menos combustível, com efeito para Visão 2040 Cenários mundiais para a indústria de óleo e gás 7

8 veículos fabricados entre 2017 e 2025, devem gerar uma redução de demanda de até 4 bilhões de barris de petróleo durante a vida útil dos automóveis. Na União Europeia, a busca pela redução de emissões vai obrigar as montadoras a fabricarem veículos menos poluentes e mais eficientes. Prevê-se uma redução no consumo médio de 18%, até 2017, e de 40%, até 2020, em comparação com o consumo médio registrado em Aumento do custo da extração do petróleo Por um lado, a demanda vai aumentar, com mais gente morando em grandes cidades. Por outro, a demanda vai cair, com máquinas e equipamentos em geral empregando menos energia. Mas outra macrotendência não terá uma contrapartida: a elevação nos custos de extração do combustível. Fora das reservas do Oriente Médio, a maior parte do petróleo que sobrou a ser explorado, exige operações cada vez mais caras e complexas. As reservas mais expressivas, concentradas na Venezuela, na Rússia e no Canadá, contém óleo pesado ou se localizam em areias betuminosas, dois complicadores que aumentam o custo da exploração. A Rússia, em particular, enfrenta ainda PIB por unidade de energia utilizada ( , PIB PPP por kg de óleo equivalente) ,21 4,25 4,97 5, Mundo +33% grandes desafios operacionais em sua atuação no Ártico (devido às distâncias e às complexidades de perfuração em terra e no mar). São dificuldades semelhantes às encontradas nos campos do Cazaquistão. Na região de Kashagan, no Mar Cáspio, enormes reservas foram confirmadas, mas o custo de extração é igualmente elevado, dadas as dificuldades climáticas, a instabilidade institucional e as deficiências de logística. Os Estados Unidos e a China, combinados, detêm reservas provadas de óleo bruto que chegam a 53 bilhões de barris (segundo dados de 2013 Aumento do custo de extração de petróleo A oferta de petróleo fora do Oriente Médio deve vir principalmente de óleo de difícil extração e, logo, mais caro, como óleo pesado, areias betuminosas, shale oil e águas ultraprofundas Reservas provadas de óleo bruto (2013, Bilhões de Barris) Venezuela Canadá Rússia Cazaquistão Estados Unidos 1 China Brasil ,54 25,58 15,3 173,1 297,5 Rússia ainda possui desafios operacionais 80 na exploração de suas reservas no Ártico Campo de Kashagan no Cazaquistão é considerado o projeto de O&G mais caro do mundo, com custo de mais de US$40 Bn Tipo de reserva predominante/desafio Óleo pesado Areias betuminosas Temperaturas extremas e logística complexa Provável custo de extração (USD/barril) Shale oil Águas ultraprofundas As operações nas grandes fronteiras com reservas ainda inexploradas de petróleo terão um alto custo de desenvolvimento e produção. Não há mais petróleo novo e barato. Michelle Sampaio, diretora de Consultoria para a indústria de Óleo e Gás no Brasil 1 Dados de 2012 para os Estados Unidos e Brasil Fontes: EIA, ODAC, Clippings, Análise Monitor

9 do Departamento de Energia dos Estados Unidos). Nesses países, a maior parte das reservas está na forma de shale oil, que tem custos de extração mais altos do que os de reservas convencionais. O Brasil será uma área de forte crescimento da produção petrolífera nos próximos anos, devido à exploração das vastas reservas do pré-sal. Entretanto, esses recursos encontram-se em áreas offshore ultraprofundas, a cerca de 300 quilômetros da costa, com elevado custo de extração. A costa oeste africana apresenta panorama similar. 4. Crescimento do gás não convencional na América do Norte Fontes não convencionais de gás natural devem continuar a ampliar sua relevância no panorama energético nos EUA e no Canadá. Dados da EIA (United States Energy Information Administration) conferem solidez a essa macrotendência, mostrando que em 30 anos (2010 a 2040), a participação do gás não convencional no total da produção de gás natural nos Estados Unidos saltará de 61% para 79%. Em 2020, o país deverá ter condições de passar a ser um exportador líquido. No Canadá, que é um país exportador, a fatia do shale gas no total da produção será maior ainda em 2040 (84%) do que nos Estados Unidos. Haverá crescimento da produção de gás não convencional em outros pontos do globo, mas não na escala verificada na América do Norte. Por essa razão, incluímos esse crescimento fora da América do Norte como uma incerteza e não uma tendência. Produção de gás natural nos Estados Unidos e Canadá (em trilhões de pés cúbicos; projeções) 8 Estados Unidos 33 Canadá 1, ,7 27 7,6 29 7,5 30 7,2 31 7,1 6, ,5 1,2 7 1,2 6,7 8,2 12,8 16,3 19,4 21,5 22,8 23,9 26,1 2,7 2,3 2,2 2,8 4,0 4,5 4,8 5, Fontes convencionais Fontes não convencionais Total da produção Comércio líquido de gás natural nos Estados Unidos e Canadá (em trilhões de pés cúbicos; projeções) Estados Unidos Canadá 0,1 1,6 2,1 2,5 3,6-2,6-1, ,5 1,9 1,8 1,8 2,0 2,3 2, Importação líquida Exportação líquida Fontes: EIA, Análise Monitor Deloitte Visão 2040 Cenários mundiais para a indústria de óleo e gás 9

10 As incertezas críticas Cinza As incertezas críticas que pairam sobre o futuro da indústria de óleo e gás podem ser divididas em dois eixos principais. O primeiro se refere ao ambiente político-econômico global. Quais são os fatores do panorama geopolítico que poderão causar maior impacto à indústria de óleo e gás até 2040? O mundo caminha para uma fase de desenvolvimento econômico e relativa estabilidade política global? Ou veremos a eclosão de conflitos em diversas regiões, atravancando o avanço da economia mundial? De onde surgirão as novas crises e os novos surtos de industrialização? O segundo eixo trata da competitividade das fontes de energia. Observa-se hoje a contraposição entre combustíveis de origem fóssil, caso da indústria de óleo e gás, e as fontes renováveis. Hoje, a dependência do petróleo é grande em quase todas as atividades produtivas, mas como será esse contexto em 2040? Mudanças climáticas, viabilidade econômica de fontes alternativas e avanços tecnológicos terão papel importante nessa discussão. Crescimento ordenado Ambiente político-econômico mundial Competitividade de fontes de energia Estagnação conflituosa Verde Ambiente político-econômico mundial: estagnação conflituosa ou crescimento ordenado Nos cenários estudados nesta publicação, o eixo que engloba as incertezas sobre a situação geopolítica global até 2040 tem dois extremos. Em um deles, as tensões políticas regionais se acirram, dificultando o livre comércio e diminuindo a produção de riqueza. Seria um estado denominado estagnação conflituosa. Na outra ponta do eixo, um ambiente político mais pacífico cria condições para um período prolongado de bonança econômica. Teríamos então um crescimento ordenado, com a retomada da integração de mercados globais, o estabelecimento de novos acordos multilaterais entre países e a resolução das negociações em curso na Organização Mundial do Comércio (OMC). A indústria de óleo e gás é severamente influenciada pelo contexto geopolítico. Tempos mais estáveis oferecem condições favoráveis para o atendimento da demanda energética. Em contraposição, períodos marcados por guerras e disputas podem levar a oscilações drásticas de oferta e preço do combustível. Exemplos relativamente recentes foram as crises do petróleo de 1973, 1979 e 1990 todas com um forte componente político envolvido, resultando em fortes altas do preço do barril. De modo correlato, o aumento na demanda por energia geralmente acompanha ciclos de crescimento econômico (que se beneficiam da estabilidade política), enquanto períodos de recessão (que tendem a ocorrer durante turbulências institucionais) reduzem a demanda. Nos países de democracia jovem, como aqueles impactados pela Primavera Árabe, há hoje muita incerteza geopolítica, o que impacta o mercado de óleo e gás Marcelo Soares, gerente da Monitor Deloitte 10

11 Para onde vão os emergentes O desenvolvimento econômico experimentado nas últimas duas décadas pelos países emergentes assumirá novos aspectos daqui em diante. O ritmo de crescimento da China é uma das principais incógnitas para os próximos anos (veja no gráfico abaixo). Com taxas de elevação do PIB que ultrapassaram 10% na década passada, a economia chinesa trouxe a reboque altas demandas por matérias-primas e combustíveis. Desde 2007, essa velocidade vem diminuindo, levando fontes como a BBC a criar termos como demanda global anêmica para rotular a consequente queda nas importações necessárias para o crescimento chinês. Entender a extensão dessa anemia para o resto do mundo é importante para a indústria de óleo e gás. Outro dos emergentes asiáticos, a Índia, pode assumir o papel de locomotiva global. Os níveis de crescimento econômico do país nos últimos anos foram comparáveis aos da China, mas ainda falta suprir uma enorme carência de infraestrutura que impede uma maior aceleração (veja no gráfico abaixo). Investimentos em educação e saúde pública também são essenciais. Aí reside outra incerteza: durante este novo ciclo de construção de infraestrutura, até onde irá a capacidade indiana de investir nesses setores e levantar as demandas mundiais novamente? Taxa de crescimento do Produto Interno Bruto chinês , Porcentagem de crescimento anual do PIB 14,2 12,7 7,6 8,3 9, ,1 11,3 9,6 9,2 10,4 9,3 7,7 7, Fonte: Banco Mundial; Fundo Monetário Internacional (FMI) Comparação de Índices de desenvolvimento e infraestrutura entre Índia e China Tráfego de containers em portos (2010, MM TEUs) 9,8 130,3 População coberta por saneamento básico (2010, %) 34,2 64,8 Taxa de alfabetização (2010, %) 62,8 95,1 Índia China Visão 2040 Cenários mundiais para a indústria de óleo e gás 11

12 Algumas outras forças surgem como atores prováveis no bloco dos emergentes. São economias que, junto à Índia, poderiam iniciar um novo ciclo de crescimento global. Na América Latina, o Brasil, México e Colômbia; entre o Oriente Médio e a Europa, a Turquia; e no Sudeste Asiático, Vietnã, Malásia e Indonésia. Todos apresentam como potencial vantagem a proximidade de grandes centros econômicos e um forte crescimento demográfico, o que contribui com a força de trabalho e com o mercado consumidor. Entretanto, assim como a Índia, todas essas nações precisam sanar lacunas básicas de infraestrutura e elevar seus patamares de produtividade. Uma nova ordem econômica mundial Uma série complexa de fatores interligados pode levar o mundo a uma situação na qual um baixo crescimento econômico seria uma realidade persistente e predominante (veja no gráfico da pág. 13). O envelhecimento médio da população global como um todo a tendência de aumento da expectativa de vida é comum em praticamente todos os países causa uma pressão na chamada razão de dependência de cada nação. A razão de dependência é a relação matemática entre o número de pessoas economicamente ativas e o número de pessoas economicamente dependentes. Uma razão menor isto é, um número crescente de ativos, contra um contingente reduzido de dependentes tende a sinalizar melhores condições para o desenvolvimento econômico, a chamada janela de oportunidade demográfica. É a situação em boa parte dos países emergentes, incluindo o Brasil. Para as principais economias industrializadas, a razão de dependência está aumentando, o que significa que esses países atravessaram sua janela de oportunidade demográfica (veja no gráfico da pág. 13). Agora, sua população está envelhecendo e seu crescimento demográfico está em queda, o que representa uma menor força de trabalho e um maior número de pessoas inativas. Outro fator preocupante nas economias avançadas é a persistência de altos níveis de desemprego, que, de acordo com estudos da Organização Internacional do Trabalho (OIT), pode chegar a máximos históricos nos próximos anos, sem grandes perspectivas de melhoria em curto ou médio prazo. Entre 1950 e 2000, a população do Brasil quadruplicou e se concentrou nas cidades. Hoje somos um dos países que envelhece mais rapidamente, e isso traz impactos para o setores produtivo e energético. Rogério Rizzi, da Monitor Deloitte 12

13 Evolução do PIB (% ano a ano, valores constantes) ,2 8,7 7, ,2 3,7 2,8 5,2 3,0 5,3 2,7 5,9 2,7 3,1 5,2 3,0 6,3 3,9 1,7 5,0 3,2 1,4 4,7 3,0 1,3 4,9 3,6 2,2 5,3 3,9 2,3 5,3 3,9 2,1 Economias emergentes Economias avançadas Mundo ,1-0,4 1996/ (projeção) (projeção) (projeção) -3,4 Fonte: IMF World Economic Outlook Evolução da Razão de Dependência ,56 0, ,46 0,29 0,40 0,38 0,35 0,19 0,43 0,25 0,22 0,14 0,06 0,42 0,28 0,26 0,22 0,15 0,14 0,50 0,45 0,38 0,31 0,20 Brasil Índia África China G7 América Latina (exclui Brasil) 1 PEI dividida pela PEA (15-60 anos) ex. se a razão é igual a 1, significa que uma pessoa economicamente inativa é dependente de uma pessoa economicamente ativa (projeção) 2050 (projeção) Fonte: UN Department of Economics and Social Affairs Visão 2040 Cenários mundiais para a indústria de óleo e gás 13

14 Enquanto os EUA pensam em retrair sua presença geopolítica global, vários players Rússia, Irã, China estão atentos às oportunidades que podem surgir para a indústria de óleo e gás. Fábio Carneiro, gerente sênior de Consultoria para a indústria de Óleo e Gás no Brasil Revoltas sociais em democracias jovens A última virada de década trouxe consigo uma exacerbação das tensões sociais em diversos países emergentes. A indústria de petróleo precisa acompanhar essas movimentações com atenção, uma vez que várias delas se concentram em países importantes para a cadeia internacional de óleo e gás, e ainda podem interferir no fluxo normal de oferta e demanda do combustível (veja na tabela abaixo). A chamada Primavera Árabe assume relevância especial nesse contexto. Diversos países no Oriente Médio e no norte da África foram abalados por manifestações populares, indicando a insatisfação com os desmandos e o autoritarismo dos grupos instalados no poder. Ainda em 2009, grandes protestos foram organizados no Irã (membro importante da Opep). Em 2010 e 2011, uma série de levantes derrubou os governos da Tunísia e da Líbia e causou abalos consideráveis na Síria e no Egito. Em 2013, a onda chegou à Turquia. Outros países, incluindo detentores de grandes reservas de petróleo como a Arábia Saudita, o Iraque, o Kuwait e o Bahrein, também foram palco de agitações. Outros países em desenvolvimento fora do Oriente Médio, mas importantes para a indústria, passaram por turbulências. A Venezuela, grande produtor na América Latina, em turbulência política há uma década, sofre desde 2013 com protestos contra o governo, instigados por lideranças estudantis; a crise econômica e a opressão aos partidos de oposição são vistos como os principais motivos da revolta. Uma série de protestos reivindicando melhorias na qualidade dos serviços públicos emergiu em junho de 2013 no Brasil. A Tailândia, uma das economias mais dinâmicas do Sudeste da Ásia na década passada, vive desde 2008 uma grave crise institucional, incluindo protestos populares que foram violentamente reprimidos pelo Estado. Protestos pelo mundo: instabilidade política afetando a indústria Mês/ano País Revolta Abril/2009 Tailândia Protestos contra o governo de Abhisit Vejjajiva que, de acordo com os protestos, não foi eleito de forma democrática Junho/2009 Irã Protestos contra os resultados das eleições e busca pela liberdade de expressão Dezembro/2010 Tunísia Protestos com o intuito de acabar com o regime vigente, fim da violência policial e direitos humanos Janeiro/2011 Egito Protestos reivindicando o fim do regime vigente, liberdade de expressão e mais empregos Fevereiro/2011 Líbia Protestos pela substituição do regime de Kadafi por uma democracia e por mais direitos humanos Março/2011 Síria Protestos contra o regime de Al-Assad, busca de direitos humanos e de democracia Junho/2013 Turquia Protestos em diversas cidades reivindicando direitos humanos e a saída do poder do premiê Erdogan Junho/2013 Brasil Protestos espalhados pela melhoria dos serviços públicos Fevereiro/2014 Venezuela Protestos de estudantes contra a violência, hiperinflação, falta de produtos e opressão aos oponentes Outubro/2014 Hong Kong Protestos por maior participação popular nas próximas eleições em região controlada pela China 14

15 EUA Com crescentes problemas internos, e grande pressão da população, os EUA têm retraído sua participação no cenário mundial Quem será a polícia do mundo? A imprevisibilidade sobre o panorama geopolítico ganha novos contornos quando se considera o papel global dos Estados Unidos. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, os EUA assumiram o papel de polícia do mundo, intervindo direta e indiretamente em Conflitos geopolíticos O desengajamento americano em assuntos externos, a ascensão da China e disputas territoriais regionais poderiam impactar o panorama geopolítico futuro Rússia Procura ampliar sua influência na região da ex-urss, como com a recente anexação da Crimeia Irã Busca consolidar sua influência no Golfo Pérsico, aproveitando o enfraquecimento do Iraque Índia Disputa da região da Caxemira com Paquistão. Ambos são potências nucleares Coreia do Norte Procura criar desequilíbrios regionais, inclusive com os recentes testes de mísseis China Apesar de buscar fortalecimento geopolítico no Sudeste Asiático e na África, ainda é incerto o papel a ser desempenhado pela China no contexto global conflitos regionais e exercendo pressão econômica e política sobre outros países (veja alguns dos conflitos geopolíticos no mapa ao lado). Não se sabe se isso continuará a valer para as próximas décadas. O longo envolvimento das forças armadas do país em conflitos no exterior vem sendo cada vez mais criticado por seu custo em recursos, desgaste político e vidas humanas. Internamente, ainda se recuperam da crise financeira de e enfrentam debates sobre questões como desemprego e a saúde pública (veja no gráfico abaixo). Tudo isso faz com que algumas análises apontem a possibilidade de um gradual afastamento dos Estados Unidos do centro da política internacional. Se no contexto econômico a China se prepara para destronar os Estados Unidos como maior economia do mundo, no debate geopolítico a troca de guarda é menos clara. O país oriental vem procurando assegurar sua hegemonia na África e no Sudeste da Ásia, mas não sinaliza disposição para assumir a função de guardião global. A incerteza se complica diante dos conflitos persistentes em países vizinhos como a Índia e o Paquistão (que estão em disputa pela região da Caxemira) e a beligerância da aliada Coreia do Norte. No limiar entre a Ásia e a Europa, a Rússia tenta estender sua influência aos países da antiga União Soviética; a recente anexação da Crimeia e as intervenções na Ucrânia demonstram essa intenção. Taxa de desemprego (Porcentagem da força de trabalho) ,9 7,5 7,3 8,2 6 5,4 5,9 5,8 5,1 6,0 5,1 6,0 5,3 6,0 5,3 6,0 5,3 Economias emergentes Economias desenvolvidas Mundo 4 Fonte: International Labour Organization Visão 2040 Cenários mundiais para a indústria de óleo e gás 15

16 A energia eólica sempre foi tratada como uma solução de nicho, mas vem crescendo. Já a energia solar apresenta mais eficiência e inovação tecnológica. A principal restrição às novas fontes continua a ser o seu alto custo. Carla Rocha, sócia-líder de IT Advisory para a indústria de Óleo e Gás no Brasil Ainda no âmbito de sobressaltos regionais relevantes à cadeia de óleo e gás, vale lembrar mais uma vez a instabilidade no Oriente Médio. O Irã procura emergir como principal força geopolítica da região, aproveitando-se da queda da influência do Iraque após a intervenção dos Estados Unidos e da instabilidade interna em outros países causada pela Primavera Árabe. Israel continua, como nas últimas décadas, em constante conflito com seus vizinhos; uma fonte permanente de tensão regional. Competitividade entre fontes de energia: um futuro mais cinza ou mais verde? O debate sobre a mudança na matriz energética do mundo é intenso e se tornará ainda mais complexo nos próximos anos. A redução do consumo de combustíveis mais poluentes é apontada como necessária para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Com isso, investimentos em fontes alternativas ganham cada vez mais força. Exemplos de sucesso são o desenvolvimento do mercado de gás natural na América do Norte ou a grande base de veículos com motores flex (que usam etanol ou gasolina ou uma mistura de ambos) no Brasil. Mas apesar dos recentes avanços, essas novas fontes ainda não provaram totalmente sua viabilidade econômica, apresentando ainda custos mais altos que os do petróleo e do carvão, além de escala insuficiente para justificar seu fornecimento no âmbito global. Além disso, faltam políticas sistemáticas de incentivo à adoção dessas energias alternativas. Tudo isso gera várias incertezas sobre o desenvolvimento de uma nova matriz energética, sua aceitação e viabilidade econômica e quais seriam os efeitos sobre o mercado de óleo e gás. O eixo que se desenha em torno dessas questões aponta para dois extremos. Num futuro que denominamos cinza, teríamos uma economia ainda bastante dependente das fontes convencionais, com os combustíveis fósseis tradicionais ainda mantendo a liderança no fornecimento de energia. Na outra ponta, no extremo verde do eixo, veríamos as energias alternativas renováveis e menos poluentes ganhando papel relevante na matriz mundial. Neste panorama, um mercado globalizado de gás natural também emergiria, aproveitando a expansão da produção em vários pontos do mundo. Resposta às mudanças climáticas Evidências de mudanças climáticas de grande escala se tornaram notícias corriqueiras na mídia. Enchentes, derretimento da calota polar, secas prolongadas, aumento do nível do mar e violentos fenômenos meteorológicos como furacões e tempestades suscitam questões. Qual o papel do consumo de combustíveis convencionais nessa história? Como as autoridades mundiais devem reagir diante dessas ameaças cada vez mais palpáveis? Aqui, a incerteza reside sobre o caminho a ser tomado. O Protocolo de Kyoto, que buscou um consenso global em torno de metas de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa, expirou em 2012; no mesmo ano, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas concordou em estender o Protocolo até A Conferência também fixou para 2015 a deliberação sobre um acordo que sucederia o de Kyoto, e que deverá incluir todos os países do mundo. 16

17 Os subsídios governamentais para novas fontes de energia estão na pauta de discussão, o que pode aumentar o interesse por (e incentivar o uso de) soluções como carros elétricos, geração de energia eólica e placas solares. O mercado de captura e armazenamento de carbono que visa reduzir as emissões de CO 2 geradas por grandes indústrias é outra possibilidade de mitigação. E uma das macrotendências vistas na seção anterior, o aumento da eficiência energética, também pode ter papel neste contexto, junto a novas técnicas de reaproveitamento de energia. Equipamentos que consomem menos reduzem a demanda, o que ajuda a diminuir a geração de emissões. É possível, entretanto, que simplesmente não se tome iniciativa alguma. Os Estados Unidos, um dos campeões de emissões de gases do efeito estufa per capita, nunca ratificaram o Protocolo de Kyoto. Outras economias avançadas, como o Canadá e o Japão, preferiram abandonar o pacto antes de seu prazo de expiração. Ainda restam dúvidas sobre a real extensão da atividade industrial sobre as mudanças climáticas, o que pode justificar uma certa hesitação de Estados e empresas em adotar políticas radicais de cortes de emissões. Desenvolvimento de novas fontes O uso de energias alternativas é uma realidade em Uma realidade para poucos, no entanto. Menos agressivas ao meio ambiente, as fontes alternativas mais promissoras esbarram em um mesmo obstáculo: alto custo de produção, fator que impede sua popularização e tornam incerto seu uso em larga escala (veja na tabela abaixo). A energia eólica demanda grandes investimentos em infraestrutura (aerogeradores, centrais coletoras e de transmissão) para sair do papel. Além disso, para se tornarem economicamente viáveis, os chamados parques eólicos precisam de enormes áreas territoriais. A energia solar também enfrenta a barreira dos custos altos, complicados por um fator adicional: o baixo rendimento. Em comparação com as fontes convencionais, a energia gerada pelas placas solares custa de três a seis vezes mais. O caso das baterias elétricas, alternativa pesquisada para os motores a gasolina de automóveis, apresenta desafios e oportunidades. Assim como os geradores eólicos e os painéis solares, ainda têm custo mais alto em comparação com outras fontes convencionais. A autonomia é baixa e a infraestrutura necessária Barreiras ao desenvolvimento de fontes limpas de energia Energia eólica Altos custos devidos principalmente ao alto capital inicial para a construção de usinas, além da necessidade de grandes áreas para sua implementação para tornar a operação economicamente viável. Energia solar Altos custos de produção das placas solares e o relativo baixo rendimento, que, aliados, tornam o custo da energia gerada de três a seis vezes mais cara que a obtida por fontes convencionais. Carro elétrico Alto custo de produção de baterias, além da dificuldade de fabricar baterias capazes de dar aos carros autonomia para viagens longas. Visão 2040 Cenários mundiais para a indústria de óleo e gás 17

18 Vendas de carros de luxo nos EUA (1º semestre de 2013, unidades vendidas) Tesla Model S Mercedes Classe S Lexus LS Lincoln MKS BMW Série Fonte: Deloitte Review (Charging Ahead: Battery Electric Vehicles and the Transformation of an Industry) para utilizá-las, que inclui a expansão de uma rede de estações de recarga, ainda é precária. Outras incertezas residem na segurança dos usuários, no desempenho dos motores e em questões de sustentabilidade, como o descarte correto das baterias após o fim de sua vida útil. Porém, com a popularização dos smart grids, ou sistemas inteligentes de transmissão de energia, o uso de baterias elétricas pode ser tornar progressivamente mais vantajoso. Com o desenvolvimento de inovações e tecnologias que aumentam a eficiência e por consequência a autonomia dos veículos o exemplo mais visível é o da Tesla Motors, da Califórnia e incentivos governamentais a seu uso subsídios ou mudanças na legislação os automóveis elétricos podem se tornar mais competitivos Novas potências em gás não convencional O shale gas é o tipo de gás encontrado em formações sedimentares de folhelho. Sua exploração é um sucesso comprovado nos Estados Unidos e no Canadá, que detêm grandes reservas. Outros recursos expressivos estão na China, na Argentina, na Argélia e no México. A dúvida é saber se o modelo bemsucedido implantado na América do Norte pode ser replicado em outras partes do mundo. Uma série de requisitos econômicos, geológicos e institucionais precisam ser cumpridos para tanto. Uma cadeia eficiente de exploração, produção e comercialização de gás não convencional depende da formação de uma força de trabalho experiente, complementada por um setor de serviços bem desenvolvido. Para vencer os desafios tecnológicos e operacionais da extração do recurso, a cooperação entre indústria, universidades, laboratórios e demais centros de inovação é indispensável. Os altos custos das operações demandam condições favoráveis de crédito e financiamento. De sua parte, os governos precisam facilitar a atuação das empresas privadas, criando legislações mais favoráveis, oportunidades de cooperação e incentivos fiscais. Por fim, a instalação de uma infraestrutura de processamento e distribuição, viabilizando o acesso aos novos mercados consumidores, é fundamental. Até 2040, uma série de novos competidores deverão se juntar aos Estados Unidos e ao Canadá no mercado. A China anunciou a meta de produzir 100 bilhões de metros cúbicos de shale gas ao ano até A Argentina, que conta com o segundo maior volume de recursos de shale gas do mundo, sedia projetos de multinacionais. No México, que detém o sexto maior recurso global, o fim do monopólio de exploração da estatal Pemex, em julho de 2013, preparou o campo para investimentos estrangeiros. O Tesla é uma realidade: um carro elétrico com alta autonomia e performance. Mas ainda é caro, principalmente pelo custo de produção de sua bateria. Existem estudos para a produção de um modelo popular. Carlos Gagliardi, sócio-líder de IT Consulting para a indústria de Óleo e Gás no Brasil 18

19 Um mercado global de gás natural? É possível pensar na expansão de uma rede internacional de distribuição de gás natural, o que aumentaria a relevância do recurso na matriz energética global. Em adição aos gasodutos e plantas de gás que interligam alguns dos maiores centros produtores a mercados externos, várias outras instalações de grande porte estão sendo construídas nos Estados Unidos e na Austrália, aumentando o fornecimento do combustível (veja na tabela e no mapa ao lado). Algumas incertezas pairam sobre esse potencial mercado mundial. É preciso que a produção global aumente, para ampliar a oferta aos mercados consumidores, e que as possíveis barreiras e especificidades de cada país produtor sejam levadas em consideração nos acordos de exportação. Ainda é necessário mensurar o poder real de competitividade do gás natural liquefeito (GNL) com outras fontes de energia, tendo como base os custos atuais de liquefação, regaseificação e transporte. O papel dos Estados Unidos como exportador também entra na equação. Atualmente, existem restrições legais sobre o volume de gás que o país pode exportar. Mas, hoje, com a aprovação do governo de Barack Obama, algumas grandes instalações de liquefação estão em construção; quando concluídas, serão capazes de exportar gás natural para mercados estratégicos na Europa e na Ásia. A expansão potencial do gás natural pelo mundo Argentina Brasil China México A região de Vaca Muerta abriga o segundo volume de recursos mundiais de shale gas, atrás apenas da China, e tem recebido investimentos de diversos players como Petrobras, ExxonMobil, Chevron e Shell Décimo no mundo em recursos de shale gas, o Brasil licitou blocos de exploração e produção de gás natural não convencional na última rodada da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Com os maiores recursos de shale gas do mundo, o governo chinês traçou a meta de produzir 100 bilhões de m3 em 2020, alavancando fontes não convencionais de gás natural Alteração na Constituição em Julho de 2013 termina com o monopólio da estatal Petroleos Mexicanos (PEMEX), com o objetivo de atrair mais investimentos. O país detém o sexto maior recurso de shale gas do planeta. Fluxo de comércio de gás natural mundial e localização das principais plantas de GNL (2012, Bilhões de metros cúbicos) EUA Sabine 24 Bm 3 /a Peru Peru LNG 6 Bm 3 /a Noruega Skangass LNG 0,4 Bm 3 /a Iêmen Yemen LNG (T2) 4 Bm 3 /a Malásia MLNG Dua Debottleneck 1,6 Bm 3 /a Catar Qatargas III 10 Bm 3 /a RasGas III (T2) 10 Bm 3 /a Qatargas IV 10 Bm 3 /a O aumento no PIB nos últimos anos foi maior nos países em desenvolvimento do que nas economias desenvolvidas, o que pode impulsionar a demanda por energia naquelas regiões. Existentes Projetadas Gasoduto GNL Austrália Pluto LNG (T1) 6 Bm 3 /a Queensland Curtis 11 Bm 3 /a Australia Pacific LNG 12 Bm 3 /a Gladstone LNG 22 Bm 3 /a Gorgon 21 Bm 3 /a Ichtys 11 Bm 3 /a Wheatstone 12 Bm 3 /a Prelude 4 Bm 3 /a Papua-Nova Guiné PNG LNG 9 Bm 3 /a Eduardo Tavares Raffaini, sócio-líder de Consultoria para a indústria de Óleo e Gás no Brasil Visão 2040 Cenários mundiais para a indústria de óleo e gás 19

20 O aumento da produção de gás na América do Norte já começa a atrair indústrias como a de fertilizantes e alumínio para a região. Rafael Delatorre, diretor de Consultoria em Estratégia da Monitor Deloitte Influência dos produtores tradicionais Mesmo diante de tantas incertezas, os principais produtores de petróleo no mundo atual podem continuar a exercer influência decisiva. O papel dos estados membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a recuperação da capacidade produtiva do México surgem como fatores importantes a serem considerados daqui para frente. Projeções da Opep apontam que os países da entidade detinham, em 2012, cerca de 81% das reservas conhecidas de petróleo no mundo. Portanto, devem continuar a ser os maiores fornecedores do recurso. Ainda assim, pairam incertezas sobre o comportamento do mercado. Em diversas ocasiões no passado, a Opep alterou o curso usual da oferta e da procura, organizando embargos nas exportações ou, inversamente, inundando o mercado com óleo (como aconteceu em dezembro de 1980) e forçando a queda do preço (veja na tabela abaixo). No México, a recente mudança na legislação, derrubando o monopólio da empresa estatal Pemex, pode trazer dinamismo à produção. Espera-se que, em 2025, o país esteja produzindo 4 milhões de barris por dia, tornando-se o quinto maior produtor mundial. Seria uma reversão da queda experimentada nos últimos anos; se em 2004 eram 3,4 milhões de barris diários, o México hoje produz 2,5 milhões. A nova lei sobre o mercado de óleo e gás também instituí o Fundo Mexicano do Petróleo, que vai administrar os recursos advindos da exploração. Entretanto, tudo isso depende de uma alteração definitiva da Constituição do país (o que requer apoio da maioria dos estados) e a oposição esquerdista anunciou que vai se esforçar para reverter as mudanças anunciadas. Crises globais que provocaram a alta do preço do petróleo nos últimos 40 anos Ano Crise Impacto no preço do barril de óleo bruto 1973 Países da Opep aprovam embargo de exportações aos Estados Unidos e a outros países que apoiaram Israel durante a Guerra do Yom Kippur 1979 Queda drástica na produção do Irã, após a deposição do xá Reza Pahlevi Alta de US$ 3 (outubro de 1973) para US$ 12 (março de 1974) Alta de US$ 15,85 (abril de 1979) para US$ 39,50 (abril de 1980) 1990 O Iraque invade o Kuwait Alta de US$ 17 (julho de 1990) para US$ 36 (outubro de 1990) 20

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