PODER INSTITUÍDO VERSUS

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "PODER INSTITUÍDO VERSUS"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES CAMPUS DE FREDERICO WESTPHALEN MESTRADO EM LETRAS ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: LITERATURA COMPARADA PODER INSTITUÍDO VERSUS PODER MARGINAL: CONFRONTAÇÕES DISCURSIVAS FRANCIELE CASAGRANDA METZ Frederico Westphalen, fevereiro de 2013.

2 FRANCIELE CASAGRANDA METZ PODER INSTITUÍDO VERSUS PODER MARGINAL: CONFRONTAÇÕES DISCURSIVAS Dissertação apresentada ao curso de Pós- Graduação em Letras área de Literatura Comparada, da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões URI, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Letras Literatura Comparada. Orientadora: Profª Drª Maria Thereza Veloso Frederico Westphalen, fevereiro de 2013.

3 RESUMO Este trabalho apresenta algumas reflexões analítico-discursivas sobre o poder. A análise teórica tem como pressuposto a Análise do Discurso (AD), de linha francesa, a(s) Posições- Sujeito (PS) ocupadas pelo sujeito discursivo nos recortes discursivos representativos sobre a polícia, a milícia e a política, enfim o sistema que engloba essas esferas do poder. A atenção se volta para o discurso e não mais para o sujeito como dono de sua fala, pois os processos discursivos não têm sua origem no sujeito, por mais que se realizem fundamentalmente nesse sujeito.o corpus é composto por recortes discursivos fílmico-imagéticos (RDF-I), tomados do filme Tropa de Elite 2 o inimigo agora é outro (2010), de José Padilha. A proposta é relevante pela possibilidade de desnudar, pela análise de elementos imagéticos presentes no discurso fílmico, algumas das diversas formas de autoritarismo que perpassam o tecido social, oriundas de formações discursivas específicas. Palavras-chave: Formação Discursiva. Posição-sujeito. Polícia. Milícia. Política.

4 ABSTRACT This paper presents some analytical and discursive reflections about power. Theoretical analysis presupposes Discourse Analysis (DA), French line, the Subject Positions (SP) occupied by the discursive subject in representative discursive excerpts of the police, militia and politics, in short, the system that comprises these spheres of power. Attention turns to the speech and no longer to the subject as the owner of his speech, because the discursive processes do not have their origin in the subject, although it takes place fundamentally in that subject. The corpus consists of discursive excerpts filmic and imagistic (RDF-I), taken from the film Tropa de Elite 2 o inimigo agora é outro (2010), by José Padilha. The proposal is relevant due to the possibility of stripping by analyzing imagistic elements present in the filmic discourse, some of the various forms of authoritarianism that pervade the social context, originating from specific discursive formations. Keywords: Discursive Formation. Position-subject. Police. Militia. Policy.

5 UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES CAMPUS DE FREDERICO WESTPHALEN MESTRADO EM LETRAS ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: LITERATURA COMPARADA A Banca Examinadora, abaixo assinada, aprova a Dissertação de Mestrado PODER INSTITUÍDO VERSUS PODER MARGINAL: CONFRONTAÇÕES DISCURSIVAS Elaborada por FRANCIELE CASAGRANDA METZ como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Letras BANCA EXAMINADORA Profª. Drª. Maria Thereza Veloso URI (Presidente/Orientadora) Membro Profª. Drª. Aracy Ernst - UCPEL Membro Profª. Drª. Denise Almeida Silva URI Frederico Westphalen, 07 de fevereiro de 2013

6 Para meus pais, Valdir e Terezinha.

7 AGRADECIMENTOS Agradeço, primeiramente, aos meus pais, Valdir e Terezinha, pelo amor, estímulo e o apoio incondicional nos momentos difíceis. Você, meu querido pai, que me orgulha pela pessoa que é pessoa de sábias palavras e atitudes. A você, minha inestimável mãe, você que em qualquer momento, mesmo distante, sempre está presente. Muito disso é fruto seu, pois você foi minha primeira professora, mergulhou na minha essência, despertou um precioso talento. Vocês moldaram o meu destino. Esse trabalho só foi possível graças à compreensão e à generosidade de vocês. À minha irmã, Daiele, pelo carinho, paciência e preocupação comigo. À minha querida orientadora, Maria Thereza Veloso, por acreditar neste projeto e pela interlocução imprescindível na condução desta dissertação. Obrigada pela paciência, pelo estímulo, pela inteligência e pela amizade compartilhada nesta caminhada. E, finalmente, agradeço a você, Marcelo, pela paciência, perseverança e pelas palavras de estímulo quando me deixei entristecer, com você tudo ficou melhor, mais fácil e mais leve. Amo vocês!

8 Não é da língua que está se tratando, mas de discurso, quer dizer, de uma ordem própria, distinta da materialidade da língua, no sentido que os linguístas dão a esse termo, mas que se realiza na língua: não na ordem do que constitui o sujeito falante em sujeito de seu discurso e ao qual ele se assujeita em contrapartida. (COURTINE, 1999) Missão dada, parceiro, é missão cumprida. (Tropa de elite 2) Quem quer rir tem que fazer rir. (Tropa de elite 1)

9 LISTA DE ABREVIATURAS AAD Análise Automática do Discurso AC Análise do Conteúdo AD Análise do Discurso ADP Análise do Discurso Político BOPE Batalhão de Operações Policiais Especiais CPI Comissão Parlamentar de Inquérito CPMF Comissão de Policiais Militares Filhos da Puta CTI Centro de Tratamento Intensivo DRACO Delegacia de Repressão ao Crime Organizado FLASHES Imagens rápidas FD Formação Discursiva FI Formação Ideológica Off (fala em) Que não pode ser dito e/ou ouvido em público, ou por terceiros PA Plano americano PF Plano Fixo PG Plano Geral PLONGÉE câmera alta, enquadrando o objeto de cima para baixo PM Polícia Militar PP Primeiro Plano PPGLC Programa de Pós-graduação em Letras - Literatura Comparada PS Posição-sujeito RD Recorte Discursivo RDF-I Recorte Discursivo Fílmico Imagético RJ Rio de Janeiro SD Sequência Discursiva SDR Sequência Discursiva de Referência SS Secretaria de Segurança SSP Secretaria de Segurança Pública TC Tenente Coronel UTI Unidade de Tratamento Intensivo TRAVELLING Movimento da câmera pelo cenário ZOOM Movimento de aproximação e/ou distanciamento da cena, mediante ajuste no olho da câmera

10 ÍNDICE DOS RECORTES DISCURSIVOS FÍLMICO IMAGÉTICOS (RDF-I) RDF-I 1 RDF-I 2 RDF-I 3 RDF-I 4 RDF-I 5 RDF-I 6 RDF-I 7 RDF-I 8 RDF-I 9 RDF-I 10 RDF-I 11 RDF-I 12 RDF-I 13 Matias pressiona o bandido sobre o roubo das armas...44 Matias disfarça-se de miliciano para se infiltrar na favela...48 O discurso político em campanhas eleitorais...56 Depoimento de Nascimento à CPI dos deputados...61 Rocha pegando dinheiro de bandidos...66 O sistema de corrupção organizado por Rocha...70 Câmera sobre alguém montando uma arma na UTI...74 Diogo Fraga e seu discurso no 3º Congresso de direitos humanos...77 Nascimento pressionando o filho para ganhar a luta...82 Nascimento descobre seus verdadeiros inimigos e percebe que sua família está ameaçada...85 Nascimento procura os responsáveis pela Segurança Pública para conversar...,90 Nascimento é transferido para a Subsecretaria de Inteligência...94 A reestruturação do sistema...98

11 SUMÁRIO INTRODUÇÃO IDENTIFICANDO A BASE TEÓRICA Michel Pêcheux e os caminhos da Análise do Discurso Discurso, Interdiscurso, Intradiscurso Ideologia e Formação Discursiva Sujeito Discursivo e Posição-Sujeito Efeitos de sentido e tramas discursivas Heterogeneidade discursiva marcas visíveis versus marcas invisíveis Elite da Tropa 2 e Tropa de Elite 2- O inimigo agora é outro: o Eu e o Outro na Literatura e no Cinema Narrativa literária e narrativa fílmica (des)aproximações Polícia e Milícia: definições suspeitas O DISCURSO DITO E O DISCURSO DO NÃO-DITO Política, Polícia, Poder, Sistema: pelo interior das tramas discursivas O discurso da polícia O discurso da milícia O discurso da política O discurso do sistema Tramas discursivas Corrupção versus Cooptação: o discurso das conveniências na base do crime Relações duvidosas: crime e poder nas tramas do sistema PELOS NÓS DO SISTEMA Revisando os fios do tecido Do discurso dos direitos humanos Do discurso do afeto Do discurso da consciência Discurso da Resistência versus Discurso da Reincidência Desistir ou resistir: um problema à espera da melhor solução Decisão na banca: o recuo como estratégia Troca de pele: a serpente renasce CONCLUSÃO REFERÊNCIAS FILMOGRAFIA ANEXOS ANEXO A Cópia do CD do filme ANEXO B RDF-I: Recorte Discursivo Fílmico Imagético...118

12 INTRODUÇÃO Todo discurso sempre remete a outro discurso que lhe dá realidade significativa. ENI ORLANDI Tendo como fundamento teórico a Análise do Discurso (AD) de linha francesa, a presente pesquisa se justifica como uma possível contribuição aos estudos que vêm sendo feitos para analisar a presença do discurso histórico em expressões ficcionais, tanto pertencentes ao universo literário, quanto ao universo fílmico. É indispensável enfatizar, nos estudos e discussões literárias, a importância da História como um dos componentes do discurso. Neste estudo, particularmente, interessa vê-la como um testemunho discursivo do caráter autoritário a que sociedade brasileira está submetida desde sua formação inicial. Sob este enfoque, e com o intuito de compreender a violência como um dos fios constitutivos do tecido social, a análise permeia o discurso policial em uma perspectiva histórica e sob dois ângulos distintos, o dos policiais atentos à disciplina e à honestidade no desempenho de suas obrigações funcionais, e o dos milicianos, assim entendidos como aqueles que ignoram as normas disciplinares, procedendo de forma oposta àquela dos que observam os princípios estabelecidos pelas normas social e legalmente aceitas como condizentes com a Formação Discursiva policial. Para tanto, tomei como corpus o filme Tropa de Elite 2 o inimigo agora é outro, entendendo que aponta para a existência de um estado permanente de execução da violência, tanto no meio social em seu sentido amplo, como naquele partilhado pelos policiais no exercício profissional. Acrescento que a opção pelo corpus foi determinada por três fatores. Primeiro, por permitir abordar a temática da violência brasileira nascida possivelmente e em alguns casos do desconforto e da pobreza, analisando a realidade, em toda sua crueza, através da visão policial, tanto das milícias, quanto do grupo de policiais que lutam contra a criminalidade (o Batalhão de Operações Policiais Especiais BOPE). Um segundo fator foi a possibilidade de analisar os discursos dos sujeitos mediante o referencial teórico da Análise do Discurso, de linha francesa, considerando a importância de seus três elementos constitutivos a linguística, o materialismo histórico e a psicanálise, ou seja, pela contribuição possível dessas três áreas

13 12 para a compreensão das condições de produção discursiva nos ambientes e situações sob análise; e um terceiro fator, a possibilidade de avaliar o discurso da violência. Parece-me oportuno considerar que minha hipótese era a de que a violência entre as milícias e as polícias constituía um fator preocupante e capaz de desestabilizar a sociedade, além de transformar-se em eficiente instrumento de persuasão social em seu próprio favor, levando esses grupos ao reconhecimento, pelas comunidades, como talvez os únicos em eficiência para o controle e diminuição de uma outra espécie de violência, originada em comportamentos antissociais, nascidos das camadas marginais da sociedade. Ao chegar à conclusão do trabalho, percebi que minhas conjeturas estavam corretas. Assim, se esse embate entre policiais e milicianos não é o responsável absoluto pela violência, ocupa isoladamente grandes proporções desta mesma violência, proporções essas possíveis de excluir, refrear, coibir ou reprimir por meio de ação punitiva. Para efeitos da análise, considero, ainda, que o problema a ser discutido diz respeito à possibilidade de compreender a violência como uma forma de ação política, capaz de afetar o meio social em sentido amplo. Visando a atender aos objetivos desta pesquisa, um primeiro olhar sobre o corpus sugere a existência de uma tensão, mediada pela violência e pela política partidária, entre sociedade, milícias e polícia. Entende-se pertinente o tema da presente pesquisa na medida em que visou a associar a ficção com a realidade cotidiana. Assim, procurei evidenciar pistas discursivas que justifiquem a crítica social presente em obras como as que constituem o corpus deste trabalho. Por meio de expressões artísticas como o cinema, ainda que muitas vezes a alusão a fatos, personagens e circunstâncias ali esteja de forma subentendida ou implícita, foi possível resgatar ou evidenciar, sob diferentes pontos de vista, a importância de determinados momentos históricos vividos pela sociedade. Por outro lado, o tema foi relevante pela possibilidade de desnudar, pela análise de elementos linguísticos e imagéticos presentes respectivamente no discurso fílmico, algumas das diversas formas de autoritarismo que perpassam o tecido social, oriundas de formações discursivas específicas, como, no caso do corpus sob a análise, a Formação Discursiva Policial (FDP). Para viabilizar a pesquisa, o pressuposto inicial foi a necessidade de compreender e, ao mesmo tempo, qualificar, ou seja, categorizar e contextualizar a violência urbana. Com este objetivo, escolhi as obras já mencionadas, uma literária e outra cinematográfica, por retratarem e, ao mesmo tempo, terem sido ambientadas em um espaço de violência e de carência, um ambiente abandonado pelo Estado e dominado pelo tráfico, bandidos e milícias.

14 13 Por outro viés, vale ressaltar que inicialmente o discurso fílmico me pareceu extremamente interessante e cativante. Foi essa percepção, portanto, o ponto de partida para este trabalho, considerando também que o tema relaciona-se com a minha vida particular, razão pela qual por ele tomei gosto, e que me interessam, profissionalmente, o cinema, o discurso policial e a Análise do Discurso. Em um primeiro momento, imaginei que o tema pelo qual havia me interessado não se adequaria a ser analisado sob a perspectiva teórica da Análise do Discurso. No entanto, ao submetê-lo a minha orientadora, percebi que existia essa possibilidade e assim me dispus a aceitar correr o risco. Sua aceitação foi de extrema importância. No entanto, inicialmente encontrei dificuldade, pois jamais havia estudado sobre a AD e sobre obras cinematográficas como discursos. Ao iniciar o trabalho, de imediato percebi que a pesquisa não seria conclusiva, e nem deveria sê-lo, pois o estudo aprofundado da teoria não é um ciclo fechado. Assim, conforme a análise se concretizava nos capítulos escritos, a fundamentação teórica contribuía para uma nova percepção sobre o corpus, na perspectiva de fundamentar e significar a pesquisa. Assim desenvolvi a pesquisa, procurando subsídios para obter significados em fragmentos fílmicos, considerando que, apesar de possíveis coincidências com a realidade, o filme sob análise é uma obra de ficção, recriada cinematograficamente, possibilitando sentidos múltiplos, capazes de responder às expectativas e perguntas surgidas inicialmente. O presente trabalho está dividido em três capítulos. Primeiramente apresenta uma reflexão teórica sobre os conceitos da Análise do Discurso de linha francesa, de Michel Pêcheux. Nos segundo e terceiro capítulos consta a descrição interpretativa dos recortes discursivos fílmico-imagéticos (RDF-I), sempre fundamentada na AD em diálogo com conceitos tomados à cinematografia.

15 1 IDENTIFICANDO A BASE TEÓRICA A Análise do Discurso é a disciplina que vem ocupar o lugar dessa necessidade teórica, trabalhando a opacidade do texto e vendo nesta opacidade a presença do político, do simbólico, do ideológico, o próprio fato do funcionamento da linguagem: a inscrição da língua na história para que ela signifique. ENI ORLANDI O ingresso de Michel Pêcheux na construção de seus estudos investigativos dá-se a conhecer pelo título provocador de Análise Automática do Discurso, lançado em Segundo Denise Maldidier, a Análise Automática do Discurso é um livro original que chocou lançando, a sua maneira, questões fundamentais sobre os textos, a leitura, o sentido (2003, p. 19) 1. Essa máquina, nascida da inquietude indagadora de Michel Pêcheux, teve como base o questionamento sobre a epistemologia da Linguística, propondo uma análise sobre as diversas possibilidades interpretativas de discurso. Pêcheux propõe um estudo que coloca o linguístico em articulação com a História. Sob essa ótica, suas análises consideram as condições de produção, a partir da hipótese de que o discurso é determinado pelo tecido histórico-social que o constitui. Três marcos foram fundamentais a Michel Pêcheux para embasar seus estudos: a linguística, com Ferdinand de Saussure 2, centrando a análise na semântica, com a ideia de não-transparência do sentido, da não-reflexividade entre signo/mundo/homem (GREGOLIN, 2001, p. 03); o materialismo histórico, com Karl Heinrich Marx, por meio de uma releitura althusseriana. Althusser é, para Pêcheux, aquele que faz brotar a fagulha teórica, o que faz nascer os projetos de longo curso (...) ele oferecia a possibilidade de pensar o marxismo fora de uma vulgata mecanicista (MALDIDIER, 2003, p. 18) com o pensamento voltado à ideia 1 Grifos da autora. 2 A respeito de algumas diferenças significativas, que derivam de suas distintas condições de produção, Benveniste e Pêcheux atribuem a Saussure a instalação dos fundamentos da Linguística e do corte epistemológico efetivado em seu interior, apresentando uma versão endógena da história das ciências da linguagem e usufruindo as prerrogativas dessa versão. Ambos reivindicam o legado de Saussure e situam-se mais ou menos na ascendência de seu pensamento, mas advogam também a necessidade e a capacidade de ultrapassá-lo. Por um lado, conferem a Saussure a emergência da autonomia de um objeto e o advento da positividade científica de uma teoria e de um método; por outro, reclamam a necessidade de se focalizar aquilo que supostamente teria sido excluído das considerações saussureanas, como a subjetividade na linguagem e a ordem do discurso (PIOVEZANI, 2008 p. 02).

16 15 de que há um real da história que não é transparente para o sujeito, pois ele é assujeitado pela ideologia (GREGOLIN, 2001, p. 03) e, por fim, a psicanálise de Sigmund Freud, por meio da releitura lacaniana (...), com a ideia de sujeito na relação com o simbólico, pensando o inconsciente estruturado como linguagem (2001, p. 03). A mesma autora afirma que Esse triplo assentamento traz consequências teóricas: a forma material do discurso é, ao mesmo tempo, linguístico-histórica, enraizada na História para produzir sentido; a forma sujeito do discurso é ideológica, assujeitada, não psicológica, não empírica; na ordem do discurso há o sujeito na língua e na História; o sujeito é descentrado, tem a ilusão de ser fonte, mas o sentido é um já-lá, um dito antes em outro lugar. Do mesmo modo, o enraizamento nesses três campos do conhecimento traz consequências metodológicas: a busca de um dispositivo de análise do processo discursivo; a busca dos vestígios da história e da memória no discurso, e a consequente inter-relação entre a ordem da língua, a ordem da história e a ordem do discurso. (2001, p ) 3. Segundo a precursora brasileira nos estudos da teoria de Michel Pêcheux, Eni Puccinelli Orlandi (1996), a Análise do Discurso (AD) é uma disciplina de entremeio, interessada em desvelar não o que o texto 4 quer dizer, mas sim como ele funciona. Assim, a AD se apresenta como uma teoria da interpretação (ORLANDI, 2008, p. 21). Em outras palavras, a Análise do Discurso se coloca a questão da interpretação, ou melhor, a interpretação é posta em questão pela Análise do Discurso. Em recente análise, Orlandi salienta que a AD trabalha a opacidade do texto e vendo nesta opacidade a presença do político, do simbólico, do ideológico, o próprio fato do funcionamento da linguagem: a inscrição da língua na história para que ela signifique (2008, p. 21). Por sua vez, Gregolin (2001, p. 13) argumenta que [...] empreender a análise do discurso significa tentar entender e explicar como se constrói o sentido de um texto e como esse texto se articula com a história e a sociedade que o produziu. O discurso é um objeto, ao mesmo tempo, linguístico e histórico; entendê-lo requer a análise desses dois elementos simultaneamente. A AD permite trabalhar em busca dos processos de produção do sentido e de suas determinações histórico-sociais. Isso implica o reconhecimento de que há uma historicidade inscrita na linguagem que não nos permite pensar na existência de um sentido literal, já posto, 3 Grifos da autora. 4 O texto é, em um sentido, a reescrita de todos os textos precedentes; ele traz marcas de retornos reflexivos, de remanejamentos e de retificações, de atualizações ou de apreensões, os estigmas da inquietação (MALDIDIER, 2003, p. 38).

17 16 e nem mesmo que o sentido possa ser qualquer um, já que toda interpretação é regida por condições de produção. Na perspectiva da Análise do Discurso o sujeito discursivo não é um sujeito clivado. É determinante na sua constituição a posição que este sujeito ocupa no meio social, isto é, a posição ideológica, bem como o instante histórico da enunciação, entendendo-se esta como a relação sempre necessária presente no sujeito enunciador com o seu enunciado (...) uma série de determinações sucessivas pelas quais o enunciado se constitui pouco a pouco e que têm por característica colocar o dito e em consequência rejeitar o não-dito (PÊCHEUX, 1975, p ). 1.1 Michel Pêcheux e os caminhos da Análise do Discurso A análise do discurso não pretende se instituir em especialista da interpretação, dominando o sentido dos textos, mas somente construir procedimentos expondo o olhar-leitor a níveis opacos à ação estratégica de um sujeito... a questão crucial é construir interpretações sem jamais internalizá-las nem no nãoimporta-o-quê de um discurso sobre o discurso, nem em um espaço lógico estabilizado com pretensão universal. MICHEL PÊCHEUX Sem ignorar a contribuição de Saussure aos estudos linguísticos, Michel Pêcheux inverte a linha de raciocínio a respeito do processo de produção; a atenção se volta para o discurso enquanto efeito de sentido entre interlocutores, considerando-se que o sujeito não é a origem de sua fala, embora seja nele que os processos discursivos se realizem, tal como salienta Orlandi: os processos discursivos não têm sua origem no sujeito, embora eles se realizem necessariamente nesse sujeito (1996b, p. 218). A AD criada por Pêcheux passou por três fases durante seu percurso de consolidação teórica. Cada uma dessas fases caracterizou-se por mudanças significativas. Esses processos de evolução, segundo Grigoletto, passam pelo abandono de uma posição estruturalista que se traduzia, de um lado, numa rigidez na seqüência das etapas da análise que partia da análise sintática de enunciados elementares para chegar à fase interpretativa de seqüências do corpus e, assim, remontar à análise dos processos discursivos (...) e, de outro, numa concepção de sujeito concebido apenas como efeito de assujeitamento à máquina estrutural. (1998, p.17).

18 17 A primeira fase das citadas acima diz respeito à exploração metodológica da noção de maquinaria discursiva estrutural. Concebe o processo da produção discursivo como uma máquina autodeterminada e fechada sobre si mesma, de tal modo que um sujeito-estrutura determina os sujeitos como produtores de seus discursos (PÊCHEUX, 1997a, p. 311). Neste estágio, acreditava-se que o sujeito era produtor de seu discurso. Já no segundo momento, com a incorporação dos conceitos de Formação Discursiva e Interdiscurso 5, há um deslocamento teórico em relação ao primeiro momento, passando a serem focos de estudos as relações entre os diferentes tipos de discursos. Definida por Foucault 6 como um conjunto de regras anônimas, históricas, sempre determinadas no tempo e no espaço, que definiram uma época dada, e para uma área social, econômica e geográfica ou lingüística dada, as condições de exercício da função enunciativa (1987, p. 43-4). A Formação Discursiva (FD), segundo Pêcheux (2009), é a matriz de sentido que constitui o que o sujeito pode ou não pode dizer. Sob este viés, a linguagem para a AD é opaca e permanece como relação de sentido que informa o dizer de x (ORLANDI, 2003, p. 82). Por sua vez, a língua 7 não é abstrata. Ela existe e é concreta, manifestando-se no discurso do sujeito, discurso esse atravessado pela ideologia, pois não há discurso sem sujeito e não há sujeito sem ideologia: o indivíduo é interpelado em sujeito pela ideologia e é assim que a língua faz sentido (Op.Cit., p. 17). Essa nova teoria iniciada por Pêcheux não ignorava a pesquisa saussureana sobre a linguagem. Ao contrário, foi a partir da reformulação dos estudos de Saussure que Michel Pêcheux reestruturou o discurso, uma comprovação de que a dicotomia língua/fala da teoria de Saussure era ilusória, pois, para ele, tudo se passa como se a língua científica (tendo por objeto a língua) liberasse um resíduo que é o conceito filosófico de sujeito livre, pensado como o avesso indispensável, o correlato necessário do sistema (MALDIDIER, 2003, p. 22). 5 A caracterização do interdiscurso de uma FD é, então, um ponto crucial da perspectiva desenvolvida por Pêcheux: a partir do interdiscurso as modalidades do assujeitamento poderão ser analisadas. Com efeito, o interdiscurso é o lugar no qual se constituem, para um sujeito falante, produzindo uma sequência discursiva dominada por uma FD determinada, os objetos de que o sujeito enunciador se apropria para deles fazer objetos de seu discurso, assim como as articulações entre esses objetos, pelos quais o sujeito enunciador vai dar uma coerência à sua declaração (COURTINE, 2009, p. 74). 6 De Michel Foucault vem a problematização sobre a ciência histórica, suas descontinuidades, sua dispersão, que resultará na abertura do conceito de formação discursiva, na discussão das relações entre os saberes e os (micro) poderes, na preocupação com a questão da leitura, da interpretação, da memória discursiva. (GREGOLIN, 2001, p. 04) 7 A língua não é histórica precisamente na medida em que ela é um sistema (pode-se também dizer uma estrutura ); é na medida em que a língua é um sistema, uma estrutura, que ela constitui o objetivo teórico da Linguística.[...] A língua como sistema se encontra contraditoriamente ligada, ao mesmo tempo, à história e aos sujeitos falantes e essa contradição molda atualmente as pesquisas linguísticas sob diferentes formas, que constituem precisamente o objeto do que se chama a semântica (PÊCHEUX, 2009, p ).

19 18 Pêcheux indaga-se a respeito do conceito de sujeito filosófico livre. Influenciado por Althusser, descreve que o sujeito é preso às condições ideológicas que o compõem e que o fazem ser reconhecido como sujeito; não é, pois, um sujeito livre. O sujeito se constitui através da linguagem 8, na interação com os aspectos sócio-históricos e com a ideologia a que se filia. Portanto, seu discurso é portador de vários outros, presentes em um já-lá, que o constitui e sustenta sua identidade discursiva. Já sob a perspectiva da psicanálise, a AD estuda o sujeito desejante, o sujeito assujeitado que é construído pela linguagem 9 e interpelado pela ideologia, pois, como afirma P. Henry, o sujeito é sempre e ao mesmo tempo sujeito da ideologia e sujeito do desejo inconsciente e isso tem a ver com o fato de nossos corpos serem atravessados pela linguagem antes de qualquer cogitação (1992, p. 188) Discurso, Interdiscurso, Intradiscurso Toda fala resulta assim de um efeito de sustentação no já dito que, por sua vez, só funciona quando vozes que se poderiam identificar em cada formulação particular se apagam e trazem o sentido para o regime do anonimato e da universalidade. ENI ORLANDI Conforme Pêcheux (1997a), o discurso é efeito de sentido entre locutores, o que proporciona a percepção de que a linguagem não é somente um mecanismo de comunicação, ou seja, é muito mais que estímulo e resposta para o envio de uma mensagem. É fundamental salientar que a linguagem é constitutiva do sujeito, pois o discurso proporciona o sentido entre os locutores e desta forma se concretiza na história da humanidade. Enfatiza Orlandi, que não se trata de trabalhar a historicidade do texto, isto é, trata-se de compreender como a matéria textual produz sentido (2006, p. 23). 8 A linguagem é [...] um sistema de signos verbais que serve para formular pensamentos no processo de reflexão da realidade objetiva pela cognição subjetiva e para comunicar socialmente esses pensamentos sobre a realidade, bem como as experiências emocionais, estéticas, volitivas, etc., a esta relacionadas. (PÊCHEUX, 2009, p. 17) 9 É amplamente reconhecido: o caráter social da linguagem. Esta surge para possibilitar a comunicação humana. A comunicação é uma necessidade dos seres humanos. O processo de humanização do mundo e a constituição da sociedade só se tornam possíveis existindo esta comunicação através da linguagem. A origem da linguagem, portanto, está ligada a necessidade dos seres humanos de realizarem uma associação. Esta necessidade de associação é tanto afetiva, como coloca Rousseau, quanto material, negada por ele. Neste sentido, a linguagem possui uma origem e um caráter sociais. Assim, a linguagem é um dos elementos constitutivos do processo discursivo o qual se dá sob determinadas condições histórico-sociais e ideológicas.

20 19 É relevante salientar que as Formações Ideológicas (FI) 10 são as que determinam o discurso, pois este sempre está direcionado ao âmbito social; como afirma Pêcheux (1975), as palavras e as expressões mudam de sentido conforme o contexto em que são empregadas. Esses sentidos são, portanto, determinados pelas Formações Ideológicas (FI). Por outro lado, é importante frisar que o discurso, na perspectiva da AD, intervém entre o homem e a realidade, pois é o lugar em que se pode observar a relação entre língua e ideologia, compreendendo-se como a Língua produz sentido por/para os sujeitos (ORLANDI, 2003, p. 15 e 17). É neste sentido que o sujeito do discurso interage em várias formações discursivas que contribuem para sua formação enquanto sujeito social e assim se reproduzem no seu discurso. Desta forma, as FD 11 são ideológicas e se utilizam da língua para materializar-se semanticamente. Pêcheux percebe que a oposição entre fala/língua não tem relação com a problemática do discurso, mas reflete sobre a língua estudada por Saussure. Diz que a língua deixa de ser compreendida como tendo a função de exprimir sentido; ela torna-se um objeto do qual uma ciência pode descrever o funcionamento (1997b, p.62). Pêcheux coloca o discurso entre a linguagem (vista a partir da linguística, do conceito saussureano de langue) e a ideologia (HENRY, 1997, p. 35). Portanto, o discurso assume uma leitura de mundo, porém de maneira diferente, conforme o momento histórico. Por outro lado, a formulação do conceito de Formação Discursiva, em Michel Foucault, está desenvolvida principalmente em A arqueologia do saber, obra de caráter teórico-metodológico publicada em Nela o autor reflete sobre as condições de possibilidade do discurso. Escreve ele que uma Formação Discursiva apresenta-se como um sistema de relações entre objeto, tipos enunciativos, conceitos e estratégias. Simplificando, explicita o autor que a FD é vista como um conjunto de enunciados que não se resumem simplesmente a objetos linguísticos, mas sim, são submetidos a uma mesma regularidade e dispersão na forma de uma ideologia, ciência, teoria, etc. Assim, Foucault define o discurso 10 Uma Formação Ideológica (FI), definem Pêcheux e Fuchs em Gadet; Hak (1997b, p. 166), é um conjunto complexo de representações que não são nem individuais nem universais mas se relacionam mais ou menos diretamente a posição de classes em conflito umas com as outras. 11 A noção de Formação Discursiva (FD), introduzida inicialmente por Foucault, foi reformulada depois, no fim dos anos 70, no quadro da AD por Michel Pêcheux, para quem uma FD é aquilo que, numa formação ideológica dada, isto é, a partir de uma posição dada numa conjuntura dada, determinada pela luta de classes, determina o que pode e deve ser dito (articulado sob a forma de uma arenga, de um sermão, de um panfleto, de uma exposição, de um programa, etc.). Por sua vez, Pêcheux a entende, pois, como espaço de reformulaçãoparáfrase onde se constitui a ilusão necessária de uma intersubjetividade falante pela qual cada um sabe de antemão o que o outro vai pensar, vai dizer... (2009, p. 172).

21 20 como [...] um conjunto de enunciados que tem seus princípios de regularidade em uma mesma formação discursiva (1987, p. 250). Para Pêcheux, todo discurso se constitui a partir de uma memória e do esquecimento de outro discurso. Os sentidos vão se construindo no embate com outros sentidos. Assim, quando não conseguimos recuperar a memória que sustenta aquele sentido, temos o nonsense. Ainda que o falante não tome consciência desse movimento discursivo, ele flui naturalmente. A memória discursiva, também enfatizada por Pêcheux como interdiscurso, de outro modo, é um saber que possibilita que nossas palavras façam sentido. Esse saber corresponde a algo falado anteriormente, em outro lugar, a algo já dito que, entretanto, continua alinhavando os nossos discursos. Nesta mesma perspectiva, Courtine (2009, p. 74), destaca que o Interdiscurso se constitui no processo de reconfiguração constante, no qual a Formação Discursiva é provocada a incorporar elementos pré-construídos, produzidos no exterior dela própria. Dessa forma, a FD se apresenta a partir do Interdiscurso como um domínio aberto 12. Por sua vez, Pêcheux denomina o Interdiscurso como o todo complexo com dominante 13 das formações discursivas (1975, p. 163). Neste sentido, o Interdiscurso está entrelaçado no complexo das Formações Ideológicas (FI), que toda a Formação Discursiva (FD) mascara na ilusão de proporcionar a transparência de sentido que nela se forma. O Interdiscurso é o lugar onde se constituem os objetos do saber (os enunciados). Acompanhando as ideias propostas por Pêcheux (2009, p. 153), pode-se dizer que o Intradiscurso é o funcionamento do discurso com relação a si mesmo (o que eu digo agora, com relação ao que eu disse antes e ao que eu direi depois; portanto, o conjunto dos fenômenos de co-referência que garantem aquilo que se pode chamar o fio do discurso, enquanto discurso de um sujeito A caracterização do interdiscurso de uma FD é, então, um ponto crucial da perspectiva desenvolvida por Pêcheux: a partir do interdiscurso as modalidades do assujeitamento poderão ser analisadas. Com efeito, o interdiscurso é o lugar no qual se constituem, para um sujeito falante, produzindo uma sequência discursiva dominada por uma FD determinada, os objetos de que esse sujeito enunciador se apropria para deles fazer objetos de seu discurso, assim como as condições entre esses objetos, pelos quais o sujeito enunciador vai dar uma coerência à sua declaração (COURTINE, 2009, p. 74). 13 Conceito desenvolvido por Althusser através da leitura dos livros de Marx. Em seu texto da Defesa da tese de Amiens: (...) defendi que Marx tinha uma ideia distinta de Hegel sobre a natureza duma formação social; e pensei poder manifestar essa diferença dizendo: Hegel pensa uma sociedade como uma totalidade, enquanto Marx a pensa como um todo complexo, estruturado e com uma dominante (...) para marcar que na concepção marxista duma formação social tudo se relaciona, a independência de um elemento não é mais do que a forma da sua dependência, e o jogo das diferenças é regulado pela unidade de uma determinação em última instância: o todo marxista é complexo e desigual (PÊCHEUX, 2009, p ). 14 Grifos do autor. 15 Observamos a esse respeito que, se essa articulação funciona no nível consciente sob as diferentes formas da coerência lógica (relação de causa, de concessão, de ligação temporal etc.), não se reduz a isso: a

22 21 A noção de intradiscurso é considerada por Pêcheux (1975, p. 163) como o fio do discurso do sujeito falante, ou seja, um efeito do interdiscurso sobre si mesmo. Nesse sentido, pode-se bem dizer que o intradiscurso, enquanto fio do discurso do sujeito, é, a rigor, um efeito do interdiscurso sobre si mesmo, uma interioridade inteiramente determinada como tal do exterior (PÊCHEUX, 2009, p. 154); assim, o intradiscurso se caracteriza por possuir dois traços distintos: o (pré)construído, traço identificado em qualquer formação discursiva e semelhante a, ou funcionando como, um (pré)conceito histórico que é do conhecimento geral, e a articulação, aquilo que permite a um sujeito constituir-se como tal em relação àquilo com que o próprio discurso se constrói. Denise Maldidier, em A inquietação do discurso, (Re)ler Michel Pêcheux hoje (2003), ressalta que o intradiscurso é definido como o funcionamento do discurso em relação a ele mesmo (ao que eu digo agora, em relação ao que disse antes e ao que direi depois), (...). O intradiscurso só pode ser compreendido na relação com o interdiscurso. Ele não designa a realidade empírica do encadeamento discursivo. Ele lhe fornece o conceito. O intradiscurso só pode ser pensado como o lugar em que a forma-sujeito tende a absorver-esquecer o interdiscurso no intradiscurso. (MALDIDIER, 2003, p. 54). Maldidier assevera, ainda, que o interdiscurso não se simplifica apenas na designação trivial dos discursos. Dessa forma, tomando como base os estudos de Althusser, define o discurso como o todo complexo a dominante das formações discursivas, intrincado no complexo das formações ideológicas, e submetido à lei de desigualdade-contradiçãosubordinação (2003, p. 51). Acompanhando a ideia de interdiscurso, ainda, advoga que o interdiscurso, em sua intrincação com o complexo das formações ideológicas, fornece a cada sujeito sua realidade, enquanto sistema de evidencias e de significações percebidasaceitas-sofridas (2003, p. 53). É em conformidade com essas ideias que analisarei, na obra literária Elite da tropa 2 (2010) e no filme Tropa de elite 2 - O inimigo agora é outro (2010), o discurso do protagonista, Tenente Coronel Nascimento, em sua condição de sujeito discursivo Ideologia e Formação Discursiva incidência de certas aposições ou incisas pode representar a irrupção, no fio discursivo, de um processo inconsciente, como Freud o havia percebido a propósito da Verneinung. (PÊCHEUX, 2009, p. 153).

23 22 Ideologia não se define como conjunto de representações, nem muito menos como ocultação de realidade. Ela é uma prática significativa; sendo necessidade da interpretação, não é consciente ela é efeito da relação do sujeito com a língua e com a história em sua relação necessária, para que se signifique. ENI ORLANDI O termo ideologia, segundo afirma Chauí, foi criado pelo filósofo Destutt de Tracy, em 1810, na obra Elements de Idéologie, nasceu como sinônimo da atividade científica que procurava analisar a faculdade de pensar, tratando as ideias como fenômenos naturais que exprimem a relação do corpo humano, enquanto organismo vivo, com o meio ambiente. (1984, p. 19). Na AD, o conceito de ideologia deriva do trabalho de Althusser, em Aparelhos Ideológicos do Estado (1983). Nessa obra, o autor afirma que, para perpetuar sua dominação, a classe dominante cria meios de reprodução das condições materiais, ideológicas e políticas de exploração. Em seu texto O mecanismo do (des)conhecimento ideológico (1996, p ), Michel Pêcheux procura esclarecer alguns conceitos sobre a ideologia que, se não bem interpretados, poderiam obscurecer o entendimento total de sua obra e, também, para auxiliar a leitura de Althusser em Ideologia e Aparelhos Ideológicos do Estado. Ele afirma que a ideologia não é um Zeitgeist 16, como pode parecer de primeiro momento, e tampouco existe uma ideologia para cada classe social, formando mundos diferentes que lutam entre si. Para Althusser, o objeto da ideologia não é o mundo, mas a relação do sujeito com o mundo ou, mais precisamente, com suas condições reais de existência (1983, p. 39) 17. Uma das questões mais relevantes da Análise do Discurso de linha francesa, intimamente relacionada com a ideologia na forma como a entende Althusser, é a Formação Discursiva (FD), pois tem a ver diretamente com o sujeito e a forma como esse mesmo sujeito se relaciona e interage com o mundo. Para Michel Foucault [a] unidade de uma formação discursiva não é a manifestação majestosamente desenvolta de um sujeito que pensa, que conhece o que diz: é, ao contrário, um conjunto onde se pode determinar a dispersão do 16 Zeitgeist é um termo alemão cuja tradução significa espírito de época, espírito do tempo ou sinal dos tempos, conforme explica o mesmo Pêcheux. (1996, p. 144). 17 Em suma, a teoria de Althusser sobre ideologia não comporta a existência de uma ideologia una e que seja dominante no sentido de determinar a unificação dos aparelhos ideológicos. A unidade da ideologia seria a unidade de um processo de unificação, constantemente retomado nos aparelhos ideológicos e fora deles (já que os aparelhos não ideológicos funcionam também à base da ideologia ) e, por conseguinte, a dominância de uma ideologia só poderia ser um momento de equilíbrio. (...) do sujeito. (ALTHUSSER, 1918, p. 37).

24 23 sujeito e sua descontinuidade consigo (FOUCAULT, 1996, p. 74). Assim Foucault concebe a Formação Discursiva não em termos de ideologia, que ele não discute, preferindo abordar a constituição do saber/poder, que, segundo diz, não passariam pela questão das classes sociais. Michel Pêcheux afirma que muitos de seus conceitos sobre formação discursiva estão relacionados com os estudos propostos por Michel Foucault. No entanto, os conceitos formados por ambos bifurcam-se de forma harmoniosa, visto que Foucault estabelecia as relações entre dizer e o fazer, sempre evidenciando a não autonomia das práticas discursivas. Assim, calcado nos conceitos marxistas, e a partir da leitura de Althusser, Pêcheux fundamenta seus estudos sobre discurso e ideologia. Ele prioriza seus estudos na ideologia afirmando que esta é provinda das lutas de classes, as quais possibilitam o surgimento da história, cujos embates contínuos podem promover uma revolução, o que geraria uma ruptura na estrutura social, desaparecendo, assim, a classe dominante. Ao fundamentar as formações discursivas na AD, Pêcheux possibilita uma reestruturação dos conceitos de ideologia e de luta de classes, extraindo das pesquisas de Foucault o que tinha de materialismo e revolucionário. Pêcheux publica Semântica e Discurso - Uma crítica à afirmação do óbvio, na qual se contata que é retomada a definição inicial, de que uma Formação Discursiva é o que pode e deve ser dito (articulado sob a forma de uma arenga, de um sermão, de um panfleto, de uma exposição, de um programa, etc) em uma formação ideológica definida, isto é, a partir de uma posição de classe no seio de uma conjuntura dada (MALDIDIER, 2003, p. 52). Pêcheux ressalta, portanto, que a ideologia proporciona o espaço para questões das fronteiras flexíveis da formação discursiva: Naquilo que concerne à ideologia, corresponde o fato de que os aparelhos ideológicos do Estado são por sua própria natureza plurais: eles não formam um bloco ou uma lista homogênea, mas existem dentro de relações de contradiçãodesigualdade-subordinação tais que suas propriedades regionais (sua especialização, nos domínios da religião, do conhecimento, da moral, do direito, da política, etc) contribuem desigualmente para o desenvolvimento da luta ideológica entre as duas classes antagonistas, intervindo desigualmente na reprodução ou na transformação das condições de produção. (PÊCHEUX, 1990, p. 54). Os discursos ideológicos não são homogêneos, o que significa que as regras que o determinam apresentam-se como um sistema de relações entre objetos, tipos enunciativos, conceitos e estratégias. É neste sentido que as Formações Discursivas não são idênticas, considerando-se que cada uma só existe sob a modalidade da divisão, e não se realiza a não

25 24 ser na contradição que com ela organiza a unidade e a luta dos contrários (PÊCHEUX, 2009, p. 57). A propósito, Orlandi salienta que a ideologia é a condição para a constituição do sujeito e dos sentidos. O indivíduo é interpelado em sujeito pela ideologia para que se produza o dizer (2003, p. 46). Embasada nos estudos de Michel Pêcheux, a autora afirma que a característica primordial da ideologia é dissimular sua existência no interior de seu próprio funcionamento. Orlandi (2003) declara, ainda, que pela presença da ideologia, mesmo diante de qualquer objeto simbólico, o homem é instado a desenvolver seu dizer. Dessa forma, a ideologia produz evidências permitindo ao sujeito defrontar-se e relacionar-se com o imaginário e com suas condições materiais de existência. Para Althusser a ideologia existe para sujeitos concretos, e esta destinação da ideologia só é possível pelo sujeito: isto é, pela categoria de sujeito e de seu funcionamento (1983, p. 93). Assim, a base do discurso é o sujeito, uma vez que este se constitui ideologicamente, além de estar entrelaçado diretamente com a língua. Orlandi também explicita que a ideologia é a interpretação do sentido em certa direção, direção determinada pela relação da linguagem com a história em seus mecanismos imaginários. A ideologia não é, pois, ocultação, mas função da relação necessária entre a linguagem e o mundo (1996b, p. 31). Lembre-se que todo sujeito está diretamente ligado à ideologia pela história. Com isso, seu dizer assume uma forma subjetiva. Assim, ao relembrar Foucault (1987), Orlandi pondera que o sujeito discursivo sustenta uma posição, não como uma forma de subjetividade 18, mas um lugar que ocupa para ser sujeito do que diz (2003, p. 49). Isso significa que esse sujeito estará adquirindo uma identidade discursiva conforme o posicionamento que ocupe em sua Formação Discursiva. Ainda de acordo com Orlandi, é importante ressaltar que todo texto é heterogêneo do ponto de vista de sua construção discursiva: ele é atravessado por diferentes formações discursivas, ele é afetado por diferentes posições do sujeito, em sua relação desigual e contraditória com os sentidos, com o político, com a ideologia (2003, p. 115). Com base neste ponto de vista é que busco neste trabalho, a partir da análise do corpus, identificar a relação entre língua e ideologia dos sujeitos envolvidos na construção do discurso. A 18 Enquanto na Teoria da Enunciação (TE) o Eu é considerado sujeito e centro de toda enunciação, na AD a subjetividade se desloca do eu e passa a ser vista como inerente a toda linguagem, constituindo-se, portanto, mesmo quando este eu não é enunciado. Para a teoria discursiva, o sujeito não é a fonte do sentido, nem o senhor da língua. Despossuído de seu papel central, o sujeito é integrado ao funcionamento do discurso, determinando e sendo determinado tanto pela língua quanto pela história (FERREIRA, 2001, p. 21).

26 25 compreensão do funcionamento da ideologia é importante nesta pesquisa, uma vez que possibilita o entendimento sobre a não transparência da língua, ou seja, mostra como a língua produz sentidos por/para os envolvidos no processo discursivo de Tropa de Elite 2 O inimigo agora é outro, a narrativa fílmica Sujeito Discursivo e Posição-Sujeito A Análise do Discurso iniciada por Michel Pêcheux (1969) compreende o sujeito como uma posição do discurso. Isso possibilita deixar de lado a noção de indivíduo e considerar o sujeito discursivo determinado no/pelo dizer, usufruindo palavras já ditas, internalizadas e plenas de significados. Segundo Ferreira (2004), trata-se então de um sujeito desejante, sujeito do inconsciente, materialmente constituído pela linguagem e interpelado pela ideologia. Para Orlandi, não há discurso sem sujeito e não há sujeito sem ideologia: o indivíduo é interpelado em sujeito pela ideologia e é assim que a língua faz sentido (1999, p. 17). Não se trata, entretanto, de um sujeito falante. Ao contrário, trata-se de um sujeito inserido numa conjuntura social, histórica e ideologicamente marcada, um sujeito que não é homogêneo e sim heterogêneo, constituído por um conjunto de diferentes vozes. As diferentes vozes constituintes do sujeito e que se manifestam no discurso são objeto de dois tipos de esquecimento, segundo a teoria pecheutiana, isto é, o Esquecimento 1 e o Esquecimento 2. No primeiro esquecimento, o sujeito acredita ser criador absoluto do seu discurso. Desta forma, este sujeito procura apagar, eliminar tudo o que faz acreditar que o discurso não seja seu exclusivamente. Esse tipo de esquecimento tem natureza ideológica e inconsciente; tem relação, portanto, com o Outro lacaniano (A), sendo ele o responsável pelo apagamento, para o sujeito, do processo da constituição dos sentidos. Por outro lado, o segundo esquecimento é pré-consciente ou semiconsciente, tem relação com o pequeno outro lacaniano (a), e é por ele que o sujeito acredita que tudo que diz é claro, idêntico ao que ele pensa, que é livre de ambiguidades porque tem apenas um significado, aquele que seu autor pensa ter sido entendido por seu interlocutor. É pela ação desses dois esquecimentos que o sujeito não percebe a influencia de outros discursos em sua fala, da mesma forma que não consegue saber, muito menos controlar, os efeitos de sentido de seu dizer. Segundo Orlandi, o sujeito significa em condições determinadas, impelido, de um lado, pela língua e, de outro, pelo mundo, pela sua experiência, por fatos que reclamam sentidos, e

25/07 ESBOÇO DE ANÁLISE DE UM TEXTO MIDIÁTICO IMAGÉTICO SOB OS PRESSUPOSTOS DA ANÁLISE DO DISCURSO. Maricília Lopes da Silva (PG-UNIFRAN)

25/07 ESBOÇO DE ANÁLISE DE UM TEXTO MIDIÁTICO IMAGÉTICO SOB OS PRESSUPOSTOS DA ANÁLISE DO DISCURSO. Maricília Lopes da Silva (PG-UNIFRAN) 25/07 ESBOÇO DE ANÁLISE DE UM TEXTO MIDIÁTICO IMAGÉTICO SOB OS PRESSUPOSTOS DA ANÁLISE DO DISCURSO. Maricília Lopes da Silva (PG-UNIFRAN) Introdução Nesta pesquisa, desenvolve-se um trabalho pautado nos

Leia mais

Construção, desconstrução e reconstrução do ídolo: discurso, imaginário e mídia

Construção, desconstrução e reconstrução do ídolo: discurso, imaginário e mídia Construção, desconstrução e reconstrução do ídolo: discurso, imaginário e mídia Hulda Gomides OLIVEIRA. Elza Kioko Nakayama Nenoki do COUTO. Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Letras. huldinha_net@hotmail.com

Leia mais

A LEITURA NA VOZ DO PROFESSOR: O MOVIMENTO DOS SENTIDOS

A LEITURA NA VOZ DO PROFESSOR: O MOVIMENTO DOS SENTIDOS A LEITURA NA VOZ DO PROFESSOR: O MOVIMENTO DOS SENTIDOS Victória Junqueira Franco do Amaral -FFCLRP-USP Soraya Maria Romano Pacífico - FFCLRP-USP Para nosso trabalho foram coletadas 8 redações produzidas

Leia mais

AS CONTRIBUIÇÕES DO SUJEITO PESQUISADOR NAS AULAS DE LEITURA: CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS ATRAVÉS DAS IMAGENS

AS CONTRIBUIÇÕES DO SUJEITO PESQUISADOR NAS AULAS DE LEITURA: CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS ATRAVÉS DAS IMAGENS AS CONTRIBUIÇÕES DO SUJEITO PESQUISADOR NAS AULAS DE LEITURA: CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS ATRAVÉS DAS IMAGENS INTRODUÇÃO Ângela Mª Leite Aires (UEPB) (angelamaryleite@gmail.com) Luciana Fernandes Nery (UEPB)

Leia mais

Sistema de signos socializado. Remete à função de comunicação da linguagem. Sistema de signos: conjunto de elementos que se determinam em suas inter-

Sistema de signos socializado. Remete à função de comunicação da linguagem. Sistema de signos: conjunto de elementos que se determinam em suas inter- Algumas definições Sistema de signos socializado. Remete à função de comunicação da linguagem. Sistema de signos: conjunto de elementos que se determinam em suas inter- relações. O sentido de um termo

Leia mais

O Planejamento Participativo

O Planejamento Participativo O Planejamento Participativo Textos de um livro em preparação, a ser publicado em breve pela Ed. Vozes e que, provavelmente, se chamará Soluções de Planejamento para uma Visão Estratégica. Autor: Danilo

Leia mais

A MEMÓRIA DISCURSIVA DE IMIGRANTE NO ESPAÇO ESCOLAR DE FRONTEIRA

A MEMÓRIA DISCURSIVA DE IMIGRANTE NO ESPAÇO ESCOLAR DE FRONTEIRA A MEMÓRIA DISCURSIVA DE IMIGRANTE NO ESPAÇO ESCOLAR DE FRONTEIRA Lourdes Serafim da Silva 1 Joelma Aparecida Bressanin 2 Pautados nos estudos da História das Ideias Linguísticas articulada com Análise

Leia mais

VI Seminário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar 20 a 24 de setembro de 2010

VI Seminário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar 20 a 24 de setembro de 2010 Fundamentos metodológicos da teoria piagetiana: uma psicologia em função de uma epistemologia Rafael dos Reis Ferreira Universidade Estadual Paulista (UNESP)/Programa de Pós-Graduação em Filosofia FAPESP

Leia mais

A origem dos filósofos e suas filosofias

A origem dos filósofos e suas filosofias A Grécia e o nascimento da filosofia A origem dos filósofos e suas filosofias Você certamente já ouviu falar de algo chamado Filosofia. Talvez conheça alguém com fama de filósofo, ou quem sabe a expressão

Leia mais

O SUJEITO-PROFESSOR E SUA INSCRIÇÃO APARENTE NO DISCURSO EDUCACIONAL VIGENTE Luzia Alves 1

O SUJEITO-PROFESSOR E SUA INSCRIÇÃO APARENTE NO DISCURSO EDUCACIONAL VIGENTE Luzia Alves 1 410 O SUJEITO-PROFESSOR E SUA INSCRIÇÃO APARENTE NO DISCURSO EDUCACIONAL VIGENTE Luzia Alves 1 RESUMO. O presente estudo se propõe a analisar num artigo, publicado em uma revista de grande circulação no

Leia mais

O QUE OS ALUNOS DIZEM SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: VOZES E VISÕES

O QUE OS ALUNOS DIZEM SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: VOZES E VISÕES O QUE OS ALUNOS DIZEM SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: VOZES E VISÕES Aline Patrícia da Silva (Departamento de Letras - UFRN) Camila Maria Gomes (Departamento de Letras - UFRN) Orientadora: Profª Dra.

Leia mais

INVESTIGAÇÃO DOS SENTIDOS NARRATIVOS ENCONTRADOS NO DISCURSO DE AFÁSICOS PARTICIPANTES DE GRUPO DE CONVIVÊNCIA

INVESTIGAÇÃO DOS SENTIDOS NARRATIVOS ENCONTRADOS NO DISCURSO DE AFÁSICOS PARTICIPANTES DE GRUPO DE CONVIVÊNCIA INVESTIGAÇÃO DOS SENTIDOS NARRATIVOS ENCONTRADOS NO DISCURSO DE AFÁSICOS PARTICIPANTES DE GRUPO DE CONVIVÊNCIA Palavras chave: afasia; diálogo; sentido. O estudo tem o objetivo investigar e analisar os

Leia mais

Introdução. instituição. 1 Dados publicados no livro Lugar de Palavra (2003) e registro posterior no banco de dados da

Introdução. instituição. 1 Dados publicados no livro Lugar de Palavra (2003) e registro posterior no banco de dados da Introdução O interesse em abordar a complexidade da questão do pai para o sujeito surgiu em minha experiência no Núcleo de Atenção à Violência (NAV), instituição que oferece atendimento psicanalítico a

Leia mais

ATÉ QUANDO ESPERAR: DESLIZAMENTOS DE SENTIDOS ENTRE O RELIGIOSO E O DISCURSO CAPITALISTA

ATÉ QUANDO ESPERAR: DESLIZAMENTOS DE SENTIDOS ENTRE O RELIGIOSO E O DISCURSO CAPITALISTA ATÉ QUANDO ESPERAR: DESLIZAMENTOS DE SENTIDOS ENTRE O RELIGIOSO E O DISCURSO CAPITALISTA Felipe Souza Ferraz 1 Silvia Regina Nunes 2 INTRODUÇÃO Durante os anos 1960 e 1970, a MPB desempenhou um importante

Leia mais

UMA ANÁLISE DISCURSIVA DE DICIONÁRIOS* Joelma Aparecida Bressanin joelmaab@hotmail.com Doutoranda Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)

UMA ANÁLISE DISCURSIVA DE DICIONÁRIOS* Joelma Aparecida Bressanin joelmaab@hotmail.com Doutoranda Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) Introdução UMA ANÁLISE DISCURSIVA DE DICIONÁRIOS* Joelma Aparecida Bressanin joelmaab@hotmail.com Doutoranda Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) O projeto História das Ideias Linguísticas 1

Leia mais

Resenha: SEMPRINI, Andrea. A Marca Pós-Moderna: Poder e Fragilidade da Marca na Sociedade Contemporânea. São Paulo : Estação das Letras, 2006.

Resenha: SEMPRINI, Andrea. A Marca Pós-Moderna: Poder e Fragilidade da Marca na Sociedade Contemporânea. São Paulo : Estação das Letras, 2006. Resenha: SEMPRINI, Andrea. A Marca Pós-Moderna: Poder e Fragilidade da Marca na Sociedade Contemporânea. São Paulo : Estação das Letras, 2006. Nicole Plascak 1 Resumo: A marca pós-moderna é resultado de

Leia mais

LIDERANÇA, ÉTICA, RESPEITO, CONFIANÇA

LIDERANÇA, ÉTICA, RESPEITO, CONFIANÇA Dado nos últimos tempos ter constatado que determinado sector da Comunidade Surda vem falando muito DE LIDERANÇA, DE ÉTICA, DE RESPEITO E DE CONFIANÇA, deixo aqui uma opinião pessoal sobre o que são estes

Leia mais

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Este material resulta da reunião de fragmentos do módulo I do Curso Gestão Estratégica com uso do Balanced Scorecard (BSC) realizado pelo CNJ. 1. Conceitos de Planejamento Estratégico

Leia mais

Denise Fernandes CARETTA Prefeitura Municipal de Taubaté Denise RAMOS Colégio COTET

Denise Fernandes CARETTA Prefeitura Municipal de Taubaté Denise RAMOS Colégio COTET O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM INFANTIL NAS PERSPECTIVAS SÓCIO-HISTÓRICA, ANTROPOLÓGICA E PEDAGÓGICA: UM ESTUDO DO REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL DA EDUCAÇÃO INFANTIL Denise Fernandes CARETTA Prefeitura

Leia mais

GESTÃO EMPRESARIAL: UMA PERSPECTIVA ANTROPOLÓGICA

GESTÃO EMPRESARIAL: UMA PERSPECTIVA ANTROPOLÓGICA R E S E N H A GESTÃO EMPRESARIAL: UMA PERSPECTIVA ANTROPOLÓGICA De: Jean-François CHANLAT Gestão Empresarial: uma perspectiva antropológica. São Paulo: Cengage Learning, 2010. Por: Adauto de Vasconcelos

Leia mais

Disciplina: Alfabetização

Disciplina: Alfabetização Título do artigo: As intervenções didáticas no processo de alfabetização inicial Disciplina: Alfabetização Selecionador: Beatriz Gouveia 1 Categoria: Professor 1 Coordenadora de projetos do Instituto Avisa

Leia mais

O PODER SIMBÓLICO DO LIXO: A (RE)-EMERGÊNCIA DO SUJEITO EXCLUÍDO PELO URBANO

O PODER SIMBÓLICO DO LIXO: A (RE)-EMERGÊNCIA DO SUJEITO EXCLUÍDO PELO URBANO O PODER SIMBÓLICO DO LIXO: A (RE)-EMERGÊNCIA DO SUJEITO EXCLUÍDO PELO URBANO Rubiamara Pasinatto 1 Carme Regina Schons 2 SAINDO À RUA Um mesmo corpus pode ser contemplado por diferentes perspectivas teóricas,

Leia mais

ANÁLISE DO DISCURSO AULA 01: CARACTERIZAÇÃO INICIAL DA ANÁLISE DO DISCURSO TÓPICO 01: O QUE É A ANÁLISE DO DISCURSO MULTIMÍDIA Ligue o som do seu computador! OBS.: Alguns recursos de multimídia utilizados

Leia mais

O REAL DO DISCURSO NA REPRESENTAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA NA ESCRITA DA CIÊNCIA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS.

O REAL DO DISCURSO NA REPRESENTAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA NA ESCRITA DA CIÊNCIA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS. O REAL DO DISCURSO NA REPRESENTAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA NA ESCRITA DA CIÊNCIA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS. Carolina de Paula Machado 1 A análise semântica de uma palavra, que não se paute por uma visão formal,

Leia mais

Apresentação. Cultura, Poder e Decisão na Empresa Familiar no Brasil

Apresentação. Cultura, Poder e Decisão na Empresa Familiar no Brasil Apresentação Cultura, Poder e Decisão na Empresa Familiar no Brasil 2 No Brasil, no final da década de 1990, as questões colocadas pela globalização, tais como o desemprego, a falta de qualificação de

Leia mais

CÍRCULO DE CULTURA: CONTRIBUIÇÕES PARA CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA E DA CRIATIVIDADE

CÍRCULO DE CULTURA: CONTRIBUIÇÕES PARA CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA E DA CRIATIVIDADE CÍRCULO DE CULTURA: CONTRIBUIÇÕES PARA CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA E DA CRIATIVIDADE Ana Elídia Torres Ana Maria Rodrigues de Carvalho annaelidia@hotmail.com Faculdade de ciências e letras - Universidade Estadual

Leia mais

UNIDADE I OS PRIMEIROS PASSOS PARA O SURGIMENTO DO PENSAMENTO FILOSÓFICO.

UNIDADE I OS PRIMEIROS PASSOS PARA O SURGIMENTO DO PENSAMENTO FILOSÓFICO. UNIDADE I OS PRIMEIROS PASSOS PARA O SURGIMENTO DO PENSAMENTO FILOSÓFICO. PARTE 1 O QUE É FILOSOFIA? não é possível aprender qualquer filosofia; só é possível aprender a filosofar. Kant Toda às vezes que

Leia mais

CURIOSOS E PESQUISADORES: POSSIBILIDADES NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

CURIOSOS E PESQUISADORES: POSSIBILIDADES NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA CURIOSOS E PESQUISADORES: POSSIBILIDADES NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA Cíntia Nunes (PPGEdu/UFRGS) Apoio: CNPq Resumo: Este trabalho trata de investigar a curiosidade e a pesquisa escolar sob um ponto

Leia mais

DITADURA, EDUCAÇÃO E DISCIPLINA: REFLEXÕES SOBRE O LIVRO DIDÁTICO DE EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA

DITADURA, EDUCAÇÃO E DISCIPLINA: REFLEXÕES SOBRE O LIVRO DIDÁTICO DE EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA DITADURA, EDUCAÇÃO E DISCIPLINA: REFLEXÕES SOBRE O LIVRO DIDÁTICO DE EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA Rafael Nóbrega Araújo, graduando em História (UEPB) e-mail: rafaelnobreg@hotmail.com Patrícia Cristina Aragão,

Leia mais

Guia Prático para Encontrar o Seu. www.vidadvisor.com.br

Guia Prático para Encontrar o Seu. www.vidadvisor.com.br Guia Prático para Encontrar o Seu Propósito de Vida www.vidadvisor.com.br "Onde os seus talentos e as necessidades do mundo se cruzam: aí está a sua vocação". Aristóteles Orientações Este é um documento

Leia mais

A emergência da ideologia, da história e das condições de produção no. prefaciamento dos dicionários

A emergência da ideologia, da história e das condições de produção no. prefaciamento dos dicionários A emergência da ideologia, da história e das condições de produção no prefaciamento dos dicionários Verli PETRI vpetri@terra.com.br Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) O processo de prefaciamento/apresentação

Leia mais

CRIARCONTEXTO: ANÁLISE DO DISCURSO NAS LETRAS DE MÚSICA 1. Faculdade de Letras, Universidade Federal de Goiás, CEP - 74001-970, Brasil

CRIARCONTEXTO: ANÁLISE DO DISCURSO NAS LETRAS DE MÚSICA 1. Faculdade de Letras, Universidade Federal de Goiás, CEP - 74001-970, Brasil CRIARCONTEXTO: ANÁLISE DO DISCURSO NAS LETRAS DE MÚSICA 1 Juliana Dionildo dos Santos 2 e Eliane Marquez da Fonseca Fernandes 3 Faculdade de Letras, Universidade Federal de Goiás, CEP - 74001-970, Brasil

Leia mais

RESENHAS SCHMITT E STRAUSS: UM DIÁLOGO OBLÍQUO

RESENHAS SCHMITT E STRAUSS: UM DIÁLOGO OBLÍQUO RESENHAS SCHMITT E STRAUSS: UM DIÁLOGO OBLÍQUO MEIER, Heinrich. Carl Schmitt & Leo Strauss. The Hidden Dialogue. Including Strauss s Notes on Schmitt s Concept of the Political & Three Letters from Strauss

Leia mais

Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/08/2009. Humanos aprimorados versus humanos comuns

Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/08/2009. Humanos aprimorados versus humanos comuns VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA CONVIVER COM OS HUMANOS APRIMORADOS? http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=voce-esta-preparado-conviver-humanosaprimorados&id=010850090828 Redação do

Leia mais

A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA À DISTÂNCIA SILVA, Diva Souza UNIVALE GT-19: Educação Matemática

A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA À DISTÂNCIA SILVA, Diva Souza UNIVALE GT-19: Educação Matemática 1 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA À DISTÂNCIA SILVA, Diva Souza UNIVALE GT-19: Educação Matemática Introdução Neste artigo apresenta-se uma pesquisa 1 que tem por tema a formação inicial de professores

Leia mais

Oficina Cebes DESENVOLVIMENTO, ECONOMIA E SAÚDE

Oficina Cebes DESENVOLVIMENTO, ECONOMIA E SAÚDE RELATÓRIO Oficina Cebes DESENVOLVIMENTO, ECONOMIA E SAÚDE 30 de março de 2009 LOCAL: FLÓRIDA WINDSOR HOTEL No dia 30 de março de 2009, o Cebes em parceria com a Associação Brasileira de Economia da Saúde

Leia mais

7 Conclusões e caminhos futuros

7 Conclusões e caminhos futuros 7 Conclusões e caminhos futuros Esta pesquisa teve como objetivo estudar a interação em um fórum de discussão online de um curso híbrido de formação de professores de inglês, com ensino presencial e a

Leia mais

O FUNCIONAMENTO DA INCLUSÃO/EXCLUSÃO, EM RECORTES DE DISCURSOS DE SUJEITOS COTISTAS, NA UNEMAT

O FUNCIONAMENTO DA INCLUSÃO/EXCLUSÃO, EM RECORTES DE DISCURSOS DE SUJEITOS COTISTAS, NA UNEMAT O FUNCIONAMENTO DA INCLUSÃO/EXCLUSÃO, EM RECORTES DE DISCURSOS DE SUJEITOS COTISTAS, NA UNEMAT 1. Introdução Adelita Balbinot 1 Olímpia Maluf-Souza 2 As condições de produção dos discursos em torno das

Leia mais

Lógicas de Supervisão Pedagógica em Contexto de Avaliação de Desempenho Docente. ENTREVISTA - Professor Avaliado - E 5

Lógicas de Supervisão Pedagógica em Contexto de Avaliação de Desempenho Docente. ENTREVISTA - Professor Avaliado - E 5 Sexo Idade Grupo de Anos de Escola docência serviço Feminino 46 Filosofia 22 Distrito do Porto A professora, da disciplina de Filosofia, disponibilizou-se para conversar comigo sobre o processo de avaliação

Leia mais

Imagens de professores e alunos. Andréa Becker Narvaes

Imagens de professores e alunos. Andréa Becker Narvaes Imagens de professores e alunos Andréa Becker Narvaes Inicio este texto sem certeza de poder concluí-lo de imediato e no intuito de, ao apresentá-lo no evento, poder ouvir coisas que contribuam para continuidade

Leia mais

QUEM LÊ ALFA É O CARA: AS RELAÇÕES ARGUMENTATIVAS ESTABELECIDAS ENTRE ENUNCIADOR E ENUNCIATÁRIO

QUEM LÊ ALFA É O CARA: AS RELAÇÕES ARGUMENTATIVAS ESTABELECIDAS ENTRE ENUNCIADOR E ENUNCIATÁRIO QUEM LÊ ALFA É O CARA: AS RELAÇÕES ARGUMENTATIVAS ESTABELECIDAS ENTRE ENUNCIADOR E ENUNCIATÁRIO Ana Karla Pereira de MIRANDA Universidade Federal do Mato Grosso do Sul PPGMEL ak_miranda@hotmail.com Resumo:

Leia mais

O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO FORMADOR: TRÊS ASPECTOS PARA CONSIDERAR

O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO FORMADOR: TRÊS ASPECTOS PARA CONSIDERAR Título do artigo: O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO FORMADOR: TRÊS ASPECTOS PARA CONSIDERAR Área: Gestão Coordenador Pedagógico Selecionadora: Maria Paula Zurawski 16ª Edição do Prêmio Victor Civita Educador

Leia mais

Filosofia da natureza, Teoria social e Ambiente Ideia de criação na natureza, Percepção de crise do capitalismo e a Ideologia de sociedade de risco.

Filosofia da natureza, Teoria social e Ambiente Ideia de criação na natureza, Percepção de crise do capitalismo e a Ideologia de sociedade de risco. VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - PA Brasil Filosofia da natureza, Teoria social e Ambiente Ideia de criação na natureza, Percepção de crise do capitalismo e a Ideologia

Leia mais

Considerações acerca da transferência em Lacan

Considerações acerca da transferência em Lacan Considerações acerca da transferência em Lacan Introdução Este trabalho é o resultado um projeto de iniciação científica iniciado em agosto de 2013, no Serviço de Psicologia Aplicada do Instituto de Psicologia

Leia mais

BROCANELLI, Cláudio Roberto. Matthew Lipman: educação para o pensar filosófico na infância. Petrópolis: Vozes, 2010. RESENHA

BROCANELLI, Cláudio Roberto. Matthew Lipman: educação para o pensar filosófico na infância. Petrópolis: Vozes, 2010. RESENHA 1 BROCANELLI, Cláudio Roberto. Matthew Lipman: educação para o pensar filosófico na infância. Petrópolis: Vozes, 2010. RESENHA Francieli Nunes da Rosa 1 No livro Matthew Lipman: educação para o pensar

Leia mais

Empreendedorismo. Tópico 1 O (a) Empreendedor (a)

Empreendedorismo. Tópico 1 O (a) Empreendedor (a) Empreendedorismo Tópico 1 O (a) Empreendedor (a) Conteúdo 1. Objetivos do Encontro... 3 2. Introdução... 3 3. A formação do empreendedor... 3 4. Empreendedorismo nato ou desenvolvido?... 4 4.1 Características

Leia mais

A Alienação (Karl Marx)

A Alienação (Karl Marx) A Alienação (Karl Marx) Joana Roberto FBAUL, 2006 Sumário Introdução... 1 Desenvolvimento... 1 1. A alienação do trabalho... 1 2. O Fenómeno da Materialização / Objectivação... 2 3. Uma terceira deterninação

Leia mais

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum 1. O direito constitucional à educação é concretizado, primeiramente, com uma trajetória regular do estudante, isto é, acesso das crianças e jovens a

Leia mais

compreensão ampla do texto, o que se faz necessário para o desenvolvimento das habilidades para as quais essa prática apresentou poder explicativo.

compreensão ampla do texto, o que se faz necessário para o desenvolvimento das habilidades para as quais essa prática apresentou poder explicativo. 9 Conclusão Neste estudo, eu me propus a investigar os efeitos de práticas de Língua Portuguesa no aprendizado de leitura e como esses efeitos se diferenciam conforme o ano de escolaridade dos alunos e

Leia mais

Interpretação do art. 966 do novo Código Civil

Interpretação do art. 966 do novo Código Civil Interpretação do art. 966 do novo Código Civil A TEORIA DA EMPRESA NO NOVO CÓDIGO CIVIL E A INTERPRETAÇÃO DO ART. 966: OS GRANDES ESCRITÓRIOS DE ADVOCACIA DEVERÃO TER REGISTRO NA JUNTA COMERCIAL? Bruno

Leia mais

O Princípio da Complementaridade e o papel do observador na Mecânica Quântica

O Princípio da Complementaridade e o papel do observador na Mecânica Quântica O Princípio da Complementaridade e o papel do observador na Mecânica Quântica A U L A 3 Metas da aula Descrever a experiência de interferência por uma fenda dupla com elétrons, na qual a trajetória destes

Leia mais

A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE PEDAGOGIA DA FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE

A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE PEDAGOGIA DA FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE PEDAGOGIA DA FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE Bruna Cardoso Cruz 1 RESUMO: O presente trabalho procura conhecer o desempenho profissional dos professores da faculdade

Leia mais

O Determinismo na Educação hoje Lino de Macedo

O Determinismo na Educação hoje Lino de Macedo O Determinismo na Educação hoje Lino de Macedo 2010 Parece, a muitos de nós, que apenas, ou principalmente, o construtivismo seja a ideia dominante na Educação Básica, hoje. Penso, ao contrário, que, sempre

Leia mais

OS CANAIS DE PARTICIPAÇÃO NA GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO PÓS LDB 9394/96: COLEGIADO ESCOLAR E PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

OS CANAIS DE PARTICIPAÇÃO NA GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO PÓS LDB 9394/96: COLEGIADO ESCOLAR E PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 1 OS CANAIS DE PARTICIPAÇÃO NA GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO PÓS LDB 9394/96: COLEGIADO ESCOLAR E PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO Leordina Ferreira Tristão Pedagogia UFU littledinap@yahoo.com.br Co

Leia mais

RELATÓRIO FINAL ALFABETIZAÇÃO 2010

RELATÓRIO FINAL ALFABETIZAÇÃO 2010 RELATÓRIO FINAL ALFABETIZAÇÃO 2010 Débora Rana Introdução Participar da seleção do Prêmio Victor Civita, pela segunda vez, é uma experiência bastante interessante, pois permite estabelecer relações entre

Leia mais

A IMPORTÂNCIA DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO PARA OS CURSOS PRÉ-VESTIBULARES

A IMPORTÂNCIA DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO PARA OS CURSOS PRÉ-VESTIBULARES A IMPORTÂNCIA DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO PARA OS CURSOS PRÉ-VESTIBULARES Alexandre do Nascimento Sem a pretensão de responder questões que devem ser debatidas pelo coletivo, este texto pretende instigar

Leia mais

ROCHA, Ronai Pires da. Ensino de Filosofia e Currículo. Petrópolis: Vozes, 2008.

ROCHA, Ronai Pires da. Ensino de Filosofia e Currículo. Petrópolis: Vozes, 2008. ROCHA, Ronai Pires da. Ensino de Filosofia e Currículo. Petrópolis: Vozes, 2008. Jaqueline Engelmann O cenário de discussão a respeito do ensino das mais diversas disciplinas escolares no Nível Médio e,

Leia mais

5 Considerações finais

5 Considerações finais 5 Considerações finais 5.1. Conclusões A presente dissertação teve o objetivo principal de investigar a visão dos alunos que se formam em Administração sobre RSC e o seu ensino. Para alcançar esse objetivo,

Leia mais

MÓDULO 5 O SENSO COMUM

MÓDULO 5 O SENSO COMUM MÓDULO 5 O SENSO COMUM Uma das principais metas de alguém que quer escrever boas redações é fugir do senso comum. Basicamente, o senso comum é um julgamento feito com base em ideias simples, ingênuas e,

Leia mais

Prof. Volney Ribeiro

Prof. Volney Ribeiro A REDAÇÃO NO ENEM Prof. Volney Ribeiro Professor de língua portuguesa Especialista em Gestão Educacional Mestrando em Letras A prova de redação exigirá de você a produção de um texto em prosa, do tipo

Leia mais

ERRADICAR O ANALFABETISMO FUNCIONAL PARA ACABAR COM A EXTREMA POBREZA E A FOME.

ERRADICAR O ANALFABETISMO FUNCIONAL PARA ACABAR COM A EXTREMA POBREZA E A FOME. ERRADICAR O ANALFABETISMO FUNCIONAL PARA ACABAR COM A EXTREMA POBREZA E A FOME. Adriane Abrantes Lazarotti 1 Gisele Rogelin Prass ¹ Pedrinho Roman 2 RESUMO A educação está buscando soluções para problemas

Leia mais

Aula 05 - Compromissos

Aula 05 - Compromissos Aula 05 - Compromissos Objetivos Agendar compromissos, utilizando verbos no infinitivo ou a estrutura (ir) + ter que + verbos no infinitivo; conversar ao telefone, reconhecendo e empregando expressões

Leia mais

Elaboração de Projetos

Elaboração de Projetos Elaboração de Projetos 2 1. ProjetoS John Dewey (1859-1952) FERRARI, Márcio. John Dewey: o pensador que pôs a prática em foco. Nova Escola, São Paulo, jul. 2008. Edição especial grandes pensadores. Disponível

Leia mais

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA DO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA ORLANDO VENÂNCIO DOS SANTOS DO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA DO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA ORLANDO VENÂNCIO DOS SANTOS DO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA DO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA ORLANDO VENÂNCIO DOS SANTOS DO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB Nelson Leal dos Santos Júnior 1 Universidade Federal de Campina Grande

Leia mais

Uma globalização consciente

Uma globalização consciente Uma globalização consciente O apelo a uma globalização mais ética tornou se uma necessidade. Actores da globalização como as escolas, devem inspirar por estes valores às responsabilidades que lhes são

Leia mais

Profa. Ma. Adriana Rosa

Profa. Ma. Adriana Rosa Unidade I ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO Profa. Ma. Adriana Rosa Ementa A teoria construtivista: principais contribuições, possibilidades de trabalho pedagógico. Conceito de alfabetização: história e evolução.

Leia mais

AS CONTRIBUIÇÕES DAS VÍDEO AULAS NA FORMAÇÃO DO EDUCANDO.

AS CONTRIBUIÇÕES DAS VÍDEO AULAS NA FORMAÇÃO DO EDUCANDO. AS CONTRIBUIÇÕES DAS VÍDEO AULAS NA FORMAÇÃO DO EDUCANDO. Autor: José Marcos da Silva Instituição: UFF/CMIDS E-mail: mzosilva@yahoo.com.br RESUMO A presente pesquisa tem como proposta investigar a visão

Leia mais

Exercícios Teóricos Resolvidos

Exercícios Teóricos Resolvidos Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Exercícios Teóricos Resolvidos O propósito deste texto é tentar mostrar aos alunos várias maneiras de raciocinar

Leia mais

A constituição do sujeito em Michel Foucault: práticas de sujeição e práticas de subjetivação

A constituição do sujeito em Michel Foucault: práticas de sujeição e práticas de subjetivação A constituição do sujeito em Michel Foucault: práticas de sujeição e práticas de subjetivação Marcela Alves de Araújo França CASTANHEIRA Adriano CORREIA Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Filosofia

Leia mais

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE Adriele Albertina da Silva Universidade Federal de Pernambuco, adrielealbertina18@gmail.com Nathali Gomes

Leia mais

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: ELABORAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: ELABORAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: ELABORAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM Resumo Gisele Gomes Avelar Bernardes- UEG 1 Compreendendo que a educação é o ponto chave

Leia mais

O REGISTRO COMO INSTÂNCIA DE FORMAÇÃO DO PROFESSOR

O REGISTRO COMO INSTÂNCIA DE FORMAÇÃO DO PROFESSOR Título do artigo: O REGISTRO COMO INSTÂNCIA DE FORMAÇÃO DO PROFESSOR Área: Educação Infantil Selecionadora: Heloisa Magri 16ª Edição do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10 1 O registro do professor tem

Leia mais

Distintos convidados e demais pessoas nesta sala, é uma grande honra

Distintos convidados e demais pessoas nesta sala, é uma grande honra A PROIBIÇÃO DA DESPEDIDA ARBITRÁRIA NAS LEGISLAÇÕES NACIONAIS: UMA PERSPECTIVA DE DIREITO COMPARADO * Halton Cheadle ** Distintos convidados e demais pessoas nesta sala, é uma grande honra para mim estar

Leia mais

O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: ANÁLISE DO PLANO DE AULA

O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: ANÁLISE DO PLANO DE AULA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: ANÁLISE DO PLANO DE AULA Adriana Rosicléia Ferreira CASTRO Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/ UERN - CAMEAM Pós-graduanda em Psicopedagogia

Leia mais

Aula8 HETEROGENEIDADE DISCURSIVA: OS MODOS DE REPRESENTAÇÃO DO OUTRO NO DISCURSO. Eugênio Pacelli Jerônimo Santos Flávia Ferreira da Silva

Aula8 HETEROGENEIDADE DISCURSIVA: OS MODOS DE REPRESENTAÇÃO DO OUTRO NO DISCURSO. Eugênio Pacelli Jerônimo Santos Flávia Ferreira da Silva Aula8 HETEROGENEIDADE DISCURSIVA: OS MODOS DE REPRESENTAÇÃO DO OUTRO NO DISCURSO META Discutir a heterogeneidade discursiva como constitutiva da linguagem. OBJETIVOS Ao final desta aula, o aluno deverá:

Leia mais

A EDUCAÇÃO PARA A EMANCIPAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE: UM DIÁLOGO NAS VOZES DE ADORNO, KANT E MÉSZÁROS

A EDUCAÇÃO PARA A EMANCIPAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE: UM DIÁLOGO NAS VOZES DE ADORNO, KANT E MÉSZÁROS A EDUCAÇÃO PARA A EMANCIPAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE: UM DIÁLOGO NAS VOZES DE ADORNO, KANT E MÉSZÁROS Kely-Anee de Oliveira Nascimento Universidade Federal do Piauí kelyoliveira_@hotmail.com INTRODUÇÃO Diante

Leia mais

ALTERNATIVAS APRESENTADAS PELOS PROFESSORES PARA O TRABALHO COM A LEITURA EM SALA DE AULA

ALTERNATIVAS APRESENTADAS PELOS PROFESSORES PARA O TRABALHO COM A LEITURA EM SALA DE AULA ALTERNATIVAS APRESENTADAS PELOS PROFESSORES PARA O TRABALHO COM A LEITURA EM SALA DE AULA RAQUEL MONTEIRO DA SILVA FREITAS (UFPB). Resumo Essa comunicação objetiva apresentar dados relacionados ao plano

Leia mais

COMO REDIGIR ARTIGOS CIENTÍFICOS. Profa. EnimarJ. Wendhausen

COMO REDIGIR ARTIGOS CIENTÍFICOS. Profa. EnimarJ. Wendhausen COMO REDIGIR ARTIGOS CIENTÍFICOS Profa. EnimarJ. Wendhausen Objetivo do capítulo Contribuir para que o discente, seguindo as etapas apresentadas no texto, tenha condições de redigir um texto em conformidade

Leia mais

COMPRE AQUI E MORE BEM : A LINGUAGEM PUBLICITÁRIA E OS DISCURSOS DA PROPAGANDA IMOBILIÁRIA

COMPRE AQUI E MORE BEM : A LINGUAGEM PUBLICITÁRIA E OS DISCURSOS DA PROPAGANDA IMOBILIÁRIA COMPRE AQUI E MORE BEM : A LINGUAGEM PUBLICITÁRIA E OS DISCURSOS DA PROPAGANDA IMOBILIÁRIA Maria Eliane Gomes Morais (PPGFP-UEPB) Linduarte Pereira Rodrigues (DLA/PPGFP-UEPB) Resumo: Os textos publicitários

Leia mais

QUESTÕES FILOSÓFICAS CONTEMPORÂNEAS: HEIDEGGER E O HUMANISMO

QUESTÕES FILOSÓFICAS CONTEMPORÂNEAS: HEIDEGGER E O HUMANISMO QUESTÕES FILOSÓFICAS CONTEMPORÂNEAS: HEIDEGGER E O HUMANISMO Bernardo Goytacazes de Araújo Professor Docente de Filosofia da Universidade Castelo Branco Especialista em Filosofia Moderna e Contemporânea

Leia mais

A Epistemologia de Humberto Maturana

A Epistemologia de Humberto Maturana ESPECIALIZAÇAO EM CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO Fundamentos Históricos e Filosóficos das Ciências A Epistemologia de Humberto Maturana Prof. Nelson Luiz Reyes Marques Humberto Maturana Biólogo. Chileno,

Leia mais

A educadora avalia a formação de nossos professores para o ensino da Matemática e os caminhos para trabalhar a disciplina na Educação Infantil.

A educadora avalia a formação de nossos professores para o ensino da Matemática e os caminhos para trabalhar a disciplina na Educação Infantil. Matemática na Educação Infantil: é possível A educadora avalia a formação de nossos professores para o ensino da Matemática e os caminhos para trabalhar a disciplina na Educação Infantil. Nas avaliações

Leia mais

Coleta de Dados: a) Questionário

Coleta de Dados: a) Questionário Coleta de Dados: A coleta de dados ou de informações sobre a realidade escolar tem como ponto de partido o Marco Referencial, em especial o que está estabelecido no Marco Operacional. Este é um momento

Leia mais

USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES PRESENCIAL E A DISTÂNCIA

USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES PRESENCIAL E A DISTÂNCIA USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES PRESENCIAL E A DISTÂNCIA Daricson Caldas de Araújo (IFPE) daricsoncaldas@gmail.com RESUMO Este artigo de revisão de literatura

Leia mais

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: DIMENÇÕES CONCEITUAIS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: DIMENÇÕES CONCEITUAIS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: DIMENÇÕES CONCEITUAIS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Departamento Educação e Sociedade (DES) Programa de Pós-Graduação em Educação,

Leia mais

Gustavo Noronha Silva Higina Madalena da Silva Izabel Cristina Ferreira Nunes. Fichamento: Karl Marx

Gustavo Noronha Silva Higina Madalena da Silva Izabel Cristina Ferreira Nunes. Fichamento: Karl Marx Gustavo Noronha Silva Higina Madalena da Silva Izabel Cristina Ferreira Nunes Fichamento: Karl Marx Universidade Estadual de Montes Claros / UNIMONTES abril / 2003 Gustavo Noronha Silva Higina Madalena

Leia mais

JUSTIFICATIVA DA INICIATIVA

JUSTIFICATIVA DA INICIATIVA JUSTIFICATIVA DA INICIATIVA A relevância do projeto: O negro em destaque: As representações do negro na literatura brasileira se dá a partir das análises e percepções realizadas pelo coletivo cultural,

Leia mais

MEDITANDO À LUZ DO PATHWORK. Clarice Nunes

MEDITANDO À LUZ DO PATHWORK. Clarice Nunes PROGRAMA PATHWORK DE TRANSFORMAÇÃO PESSOAL PATHWORK - RIO DE JANEIRO/ESPÍRITO SANTO HELPERSHIP FORMAÇÃO HELPER Coordenadora do PPTP HELPERSHIP MARIA DA GLÓRIA RODRIGUES COSTA MEDITANDO À LUZ DO PATHWORK

Leia mais

Top Guia In.Fra: Perguntas para fazer ao seu fornecedor de CFTV

Top Guia In.Fra: Perguntas para fazer ao seu fornecedor de CFTV Top Guia In.Fra: Perguntas para fazer ao seu fornecedor de CFTV 1ª Edição (v1.4) 1 Um projeto de segurança bem feito Até pouco tempo atrás o mercado de CFTV era dividido entre fabricantes de alto custo

Leia mais

FILOSOFIA SEM FILÓSOFOS: ANÁLISE DE CONCEITOS COMO MÉTODO E CONTEÚDO PARA O ENSINO MÉDIO 1. Introdução. Daniel+Durante+Pereira+Alves+

FILOSOFIA SEM FILÓSOFOS: ANÁLISE DE CONCEITOS COMO MÉTODO E CONTEÚDO PARA O ENSINO MÉDIO 1. Introdução. Daniel+Durante+Pereira+Alves+ I - A filosofia no currículo escolar FILOSOFIA SEM FILÓSOFOS: ANÁLISE DE CONCEITOS COMO MÉTODO E CONTEÚDO PARA O ENSINO MÉDIO 1 Daniel+Durante+Pereira+Alves+ Introdução O+ ensino+ médio+ não+ profissionalizante,+

Leia mais

REPRESENTAÇÕES DE CULTURA SURDA DE ALUNOS DA DISCIPLINA FUNDAMENTOS DE LIBRAS

REPRESENTAÇÕES DE CULTURA SURDA DE ALUNOS DA DISCIPLINA FUNDAMENTOS DE LIBRAS Introdução REPRESENTAÇÕES DE CULTURA SURDA DE ALUNOS DA DISCIPLINA FUNDAMENTOS DE LIBRAS Ana Rachel Carvalho Leão 1 Este trabalho tem por objetivo apresentar algumas representações sobre cultura surda

Leia mais

Pedagogia Estácio FAMAP

Pedagogia Estácio FAMAP Pedagogia Estácio FAMAP # Objetivos Gerais: O Curso de Graduação em Pedagogia da Estácio FAMAP tem por objetivo geral a formação de profissionais preparados para responder às diferenciadas demandas educativas

Leia mais

JOGO DE PALAVRAS OU RELAÇÕES DE SENTIDOS? DISCURSOS DE LICENCIANDOS SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA PRODUÇÃO DE TEXTOS EM UMA AVALIAÇÃO

JOGO DE PALAVRAS OU RELAÇÕES DE SENTIDOS? DISCURSOS DE LICENCIANDOS SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA PRODUÇÃO DE TEXTOS EM UMA AVALIAÇÃO JOGO DE PALAVRAS OU RELAÇÕES DE SENTIDOS? DISCURSOS DE LICENCIANDOS SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA PRODUÇÃO DE TEXTOS EM UMA AVALIAÇÃO Tatiana Galieta (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) Introdução

Leia mais

CAPÍTULO 2 DEMOCRACIA E CIDADANIA

CAPÍTULO 2 DEMOCRACIA E CIDADANIA CAPÍTULO 2 DEMOCRACIA E CIDADANIA Nos dias de hoje os conceitos de democracia e cidadania são cada vez mais reconhecidos e relevantes para a realidade actual (Menezes, 2005; Ferreira, 2010; Perrenoud,

Leia mais

O COORDENADOR PEDAGÓGICO E AS REUNIÕES PEDAGÓGICAS POSSIBILIDADES E CAMINHOS

O COORDENADOR PEDAGÓGICO E AS REUNIÕES PEDAGÓGICAS POSSIBILIDADES E CAMINHOS 1 O COORDENADOR PEDAGÓGICO E AS REUNIÕES PEDAGÓGICAS POSSIBILIDADES E CAMINHOS AMANDA GONCALVES DOS SANTOS INTRODUÇÃO A idéia que muitos têm do coordenador pedagógico é aquela ainda imbricada em valores

Leia mais

O marxismo heterodoxo de João Bernardo

O marxismo heterodoxo de João Bernardo O marxismo heterodoxo de João Bernardo João Alberto da Costa Pinto 1 Meu propósito neste colóquio é o de fazer uma rápida apresentação de alguns aspectos conceituais que considero fundamentais na proposta

Leia mais

JUQUERIQUERÊ. Palavras-chave Rios, recursos hídricos, meio-ambiente, poluição, questão indígena.

JUQUERIQUERÊ. Palavras-chave Rios, recursos hídricos, meio-ambiente, poluição, questão indígena. JUQUERIQUERÊ Resumo Neste breve documentário, um índio faz uma retrospectiva de como ele vivia na região do Rio Juqueriquerê, localizada no litoral norte do Estado de São Paulo. Em seu relato, compara

Leia mais

A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM COMO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO E INCLUSÃO

A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM COMO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO E INCLUSÃO A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM COMO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO E INCLUSÃO Schirley de Fátima Rietow Artur Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Paraná. Atual aluna de especialização em Gestão

Leia mais