ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO PROCURADORIA-J3ERAL FEDERAL PROCURADORIA GERAL DA AGENCIA NACIÒNAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL
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1 ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO PROCURADORIA-J3ERAL FEDERAL PROCURADORIA GERAL DA AGENCIA NACIÒNAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL Em 26 de novembro de Parecer n 0580/2013/PGE-ANEEL/PGF/AGU Referência: \%Documento n / Interessada: SRC Assunto: CÒSIP Ementa: Aft. 149-A: Os Municípios e o D istrito Federal poderão in stitu ir contribuição, na form a das respectivas leis, para o custeio do serviço de» I iluminação pública, observado o disposto no ari. 150, l e III. Parágrafo único. É facultada a Cobrança da contribuição a que se refere o i1 I caput, na fatura de consumo de energia, elétrica. 1 f Pelo te o r da norma cuida-se de faculdade t i atribuída exercida, aos entes políticos. Uma vez não pode a concessionária de ribuição se opor. t i Entretanto, isso não significa que o ajuste ( i lentre os entes políticos e a distribuidora teíiha que ser gratuito. Esse preço, contudo,» i é estabelecido pelas partes e não pode ser repassado ao consumidor razão pela qual não cabe à Aneel regulá-lo. A Procuradoria Federal é instãdall a se pronunciar sobre alguns pontos íl controvertidos referentes à interpretação do artigo 149-A da Constituição de 1988 conforme se observa do docum ento a seguir transcrito. SGAN - Quadra /.M ódulos "I" e "l" CEP Brasília - DF - Brasil - Telefone 6 1 ) Fax: (6 1 ) procuradoriafederal@ aneei.q ov.br ^ /2Q13-00
2 (Fls. 2 do P a re ce r ne 0580/PGE/ANEEL/PGF/AGU). I - DOS FATOS 2. T ra n scre vo o M em orando nq. 310/2013/SCG/ANEEL: 3. A fim de obter um melhor entendimento, apresentamos a seguir o texto do parágrafo único do art. 149-A da Constituição Federal em relação à faculdade ali tratada: Art. 149-A Os Municípios e o D istrito Federa! poderão in stitu ir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de ilum inação pública, observado o disposto no art. 150, i e III. (Incluído pela Emenda Constitucional n Q 39, de 2002) Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. (Incluído pela Emenda Constitucional n- 39, de 2002) 2. Gostaríamos de confirm ar o entendimento quanto à obrigatoriedade da distribuidora em incluir a COSIP na fatura de energia e se, em sendo obrigada a fazê-lo, por vontade do Poder Público Municipal, poderia cobrar por esse serviço. 3. Finalmente, se na possibilidade da distribuidora cobrar pela inclusão da COSIP na fatura de energia é possibilitado a ANEEL regular sobre o preço desse serviço. 4. Ressaltamos que o serviço aqui tratado é o de inclusão da COSIP na fatura de energia e não o de prestação de iluminação pública. 3. É o re la tó rio. Passo a opinar. II- D A ANÁLISE 4. P rim e ira m e n te, tra n scre ve-se o a rtig o 149-A da C o n stitu ição de 1988: Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído oela Emenda Constitucional ng 39, de 2002) Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. (Incluído pela Emenda Constitucional ns 39. de 2002) SG AN - Q u a d ra / M ó d u lo s T ' e "J" CEP Brasília - DF - Brasil - T e le fo n e (6 1 ) Fax: (6 1 ) E-m ail: procuraclonafederal@ aneel.q O V.br
3 (Fls. 3 do P a re ce r nq 0580/PGE/ANEEL/PGF/AGU). 5. No Voto proferido no RE /SÇ, o M inistro Ricardo Lewandoswki assim se pronunciou: I A meu ver, a COSIP constitui i)m novo tipo de contribuição, que refoge aos padrões estabelecidos nos arts. 149 e 195 da Constituição Federal. Cuida-se, com efeito, de uma exação subordinada a disciplina própria, qual seja, a do art. 149-A da CF, sujeita, contudo, aos princípios constitucionais tributários, visto enquadrar-se inequivocam ente^!) gênero tributo. 1 í De fato, como ela ostenta características comuns a várias espécies de tributos, não há como deixar de reconhecer que os princípios aos quais estes estão submetidos tam bém se aplicam, de ilum inação pública. modus in rebus, à contribuição para o custeio 6. Observa-se, pois, que a cobrança çia COSIP está expressamente prevista no texto constitucional e independe da anuência do consumidor. Facultou ainda o legislador constitucional a cobrança juntam ente com a fatura de energia elétrica. i I 7. Cuida-se, como se observa, de faculdade cujo exercício cabe aos Municípios e ao Distrito Federal. Nesse sentido, tenho que, se 0 município editou ato norm ativo especifico i i que manifeste sua intenção de cobrar a COSIP juntam ente com a fatura de energia eletnca, não pode a concessionária de distribuição se opor, uma vez que o desejo de entes políticos encontra am paro expresso no texto constitucional, 8. Aliás, a conclusão sim ilar chegou o Parecer nq. 497/2008: 29. Pelo exposto, têm os [ m u iií c í p í o s competência para, mediante lei, instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, desde que observe o artigo 150, incisos ije ')!!, da Constituição Federal. Isto é, as leis em questão devem observar os princípios às limitações do poder de tributar, em especial os da legalidade, antèríoridade e irretroatividade. 30. Necessário se faz, pórtahto, a formalização de um contrato entre cada prefeitura e a concessionária: W distribuição local, a fim de que esta fique I ' I : s obrigada a recolher a contribuição e a repassar tais valores para a municipalidade, ou seja, a concessionária será mera arrecadadora do tributo. 31. Assim, existindo previsão legal e realizado o convênio com a concessionária de serviço público local, o Município pode, sem anuência do consumidor, exigir o pagamento do tributo via fatura de energia elétrica. Nesse sentido é a jurisprudência do Tribunal regional federal da 2â Região: SG AN - Q u a d ra / M ó dulos T e " \ " CEP B ra sília - DF - B rasil - T e le fo n e 6 1 ) Fax: (6 1 ) E -m a il: o ro c u ra d o ria fe d e r< l@ a iie e l.a o v.b r
4 {Fls. 4 d o P a re ce r nq 0580/PGE/ANEEL/PGF/AGU). ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. COBRANÇA INTEGRADA AO CÓDIGO DE LEITURA ÓTICA DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA. LEGALIDADE DA COBRANÇA. 1. Não se discute na presente hipótese matéria de natureza tributária, eis que a ACP não ventila questão pertinente à imposição de tributo, no caso a COSIP. A causa de pedir em que se encontra pautada a pretensão ministerial diz respeito à legalidade da cobrança conjunta da tarifa destinada ao consumo de energia elétrica e da referida contribuição, por entender o autor, que essa cobrança, na forma como está sendo realizada, afronta as disposições do Código de Defesa do Consumidor. Precedente STJ (REsp / MG, Primeira Turma, Relator: Ministro LUIZ FUX, DJe 24/11/2010) 2. A possibilidade de cobrança de COSIP na fatura de energia elétrica está prevista no parágrafo único, do art. 149-A, da CF, razão pela qual se tem por irrelevante haver ou não a anuência do consumidor para a cobrança nesses moldes. Não se pode perder de perspectiva que as garantias asseguradas ao consumidor encontram fundamento de validade na norma constitucional, devendo, pois, as mesmas, igualmente, guardar compatibilidade com os preceitos da Carta Magna. 3. Há, ainda, orientação do órgão regulador no mesmo sentido da norma constitucional, como se observa do enunciado n 07 da ANEEL: A cobrança da Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública - CIP juntam ente com a fatura é lícita, inclusive quando operacionalizada por meio de código de barras único" 4. A postulação do MPF, formulada no parecer acostado aos autos, traduz-se em reform atio in peius na remessa necessária, vedada pela Súmula ns 45 do STJ. 5. Remessa necessária conhecida e desprovida. {REO , Desembargador Federal JOSE ANTONIO LISBOA NEIVA, TRF2 - SÉTIMA TURMA ESPECIALIZADA, E-DJF2R - Data::20/12/2012.) 10. A ssim, o exercício pelo e n te p o lítico da fa culd a d e p re vista no a rtig o 149-A não pode e n c o n tra r resistência da concessionária de d istrib u ição. 11. A pesar de não p o d e r se opor, sabe-se que há um custo nesta opera çã o (cobrança conju n ta ), cu sto esse q ue deve ser a d im p lid o pelos m u n icíp io s ou pelo DF, m e d ia n te a ce le b ra çã o de re g u la r c o n tra to a d m in is tra tiv o com o a firm a d o acim a. 12. C ontudo, por ta l custo não p o d e r ser repassado ao consum id o r, não vejo razão para a A neel re g u la r o preço que pode se r pactu a d o de fo rm a liv re e n tre as citadas partes. SG AN - Q u a d ra / M ó d u lo s T e "J" CEP B rasília - DF - Brasil - T e le fo n e (6 1 ) Fax: (6 1 ) E -m ail: p ro c u ra d o ria fe d e ra lc a a n e g l.a o v.b r
5 (Fls. 5 do P arecer 0580/PGE/ANEEL/PGF/AGU). - CONCLUSÃO 13. Do exposto, manifesta-se esta Procuradoria Federal no sentido de que o artigo 149-A da Constituição de 1988 traz uma faculdade para os Municípios e para o Distrito Federal. Uma vez exercida tal faculdade de fdrrria legítima, não pode a concessionária de distribuição se opor. O custo decorrente de tal exercício deve ser arcado pelo ente político e não pode ser repassado ao consumidor, razão pe a qual não cabe à Aneel regular tal preço. 14. É o Parecer. Encaminhe-se ao Senhor Procurador-Geral 'I i j Brasília, 26 de novembro de i DILERMANDO GOMESjDE ALENCAR Procurador,Fèderal De acordo. Encaminhe-se ao Procurador-Geral. Brasília, 26 de novembro de 2013, RENATA-NEIVA PINHEIRO t Procurador Federal» i Coordenadora de Geração Aprovo o Parecer n.q0580/2013-pge/aneel. Encaminhe-se à SRC. fasília, 26 dj^nove' 013. RICARDO BRANDÃO SILVA ) - Procurador-:Geral PG E /596th2011.doc SGAN - Quadra 603 / Módulos "I" e "j CEP Brasília - DF - Brasil - Telefone (6 1 ) Fax: (6 1 ) procuradoriafederali@ aneel.q O V.br
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