Constatações da Realidade em Moçambique

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1 Embassy of Sweden Maputo Constatações da Realidade em Moçambique - Construindo uma melhor compreensão das dinâmicas da pobreza e bem-estar Ano Um, 2011 Sub-Relatório, Distrito do Lago Em cooperação com:

2 As Constatações da Realidade em Moçambique são implementadas pela ORGUT Consulting em associação com a AustralCOWI e o Chr. Michelsen Institute em nome da Embaixada da Suécia em Maputo. As Constatações da Realidade são implementadas no período e em cada ano o trabalho de campo é realizado no Município de Cuamba, no Distrito do Lago e no Distrito de Majune na Província do Niassa. Este é o sub-relatório anual do trabalho de campo numa destas localidades. Além disso, em cada ano será produzido um Relatório Anual para resumir as constatações e conclusões. A equipa de campo para o Distrito do Lago é constituída por: Dr. Inge Tvedten, Margarida Paulo e Zefanias Mawawa. Este documento foi financiado pela Embaixada da Suécia em Maputo. A Embaixada não partilha necessariamente os pontos de vista expressos neste documento. O seu conteúdo é da inteira responsabilidade do autor. Foto da capa: Kajsa Johanson ORGUT Consulting AB, Novembro de 2011

3 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO As Constatações da Realidade O Distrito do Lago Alguns Dados Importantes MELULUCA História Panorama Institucional Adaptações Económicas Categorias Sócio-Económicas RELAÇÕES SOCIAIS DA POBREZA Organização da Família e do Agregado Familiar Redes Sociais e Estratégias de Sobrevivência Relações de Género RESUMO Meleluca como Comunidade Instituições Formais e Informais Mobilidade Social Perspectivas Futuras...31 LISTA DE LITERATURA...33

4 Mapa 1. Constatações da Realidade em Moçambique / Locais do Projecto no Niassa 2

5 1. INTRODUÇÃO A monitoria da pobreza em Moçambique tem lugar principalmente no quadro da implementação da Estratégia de Redução da Pobreza em Moçambique PARP/A (GdM 2005; 2011) e é informada por dados quantitativos com origem em diferentes tipos de estudos nacionais e estudos similares realizados por organizações de ajuda bilaterais e multilaterais (ver e.g. INE 2010; MPD 2010; Banco Mundial 2007; UNICEF 2011). Todavia, estes estudos, pela sua natureza quantitativa, não captam todas as dimensões da pobreza que são relevantes para o desenho de políticas e programas. Enquanto os dados quantitativos produzem informação valiosa sobre o mapeamento e perfil da pobreza no espaço e no tempo, os dados qualitativos são necessários para melhor compreender a dinâmica da pobreza e as estratégias de sobrevivência dos pobres (ORGUT 2011a; Addison et al. 2009). 1.1 As Constatações da Realidade Com estes antecedentes, a Embaixada Sueca em Maputo e a Autoridade Sueca para o Desenvolvimento Internacional (Sida) decidiram ser necessário avaliar o impacto das políticas de desenvolvimento e redução da pobreza a partir de baixo e consultar regularmente as populações locais com o objectivo de entender os processos e relações locais. Uma série de cinco Constatações da Realidade terá lugar no período , focando a dinâmica da pobreza e bem-estar com um enfoque particular na boa governação, agricultura/clima e energia que são sectores chave na cooperação Sueca para o desenvolvimento com Moçambique. Cada Constatação da Realidade será publicada na forma de um Relatório Principal e três Sub-Relatórios de cada um dos três locais de estudo seleccionados (ver ORGUT 2011a para mais detalhes). Mais concretamente, espera-se que as Constatações da Realidade em Moçambique : i) Informem sobre a discussão pública entre os actores de desenvolvimento mais importantes sobre a redução da pobreza, especialmente na província do Niassa; ii) iii) Contribuam para uma melhor compreensão dos métodos de monitoria qualitativa da pobreza em Moçambique; Proporcionem à Suécia dados qualitativos relevantes sobre os desenvolvimentos e resultados da sua acção em Moçambique e apoiem a ulterior implementação do seu programa no Niassa. Espera-se que as Constatações da Realidade atinjam estes objectivos aumentando o conhecimento sobre: i) A pobreza (dimensões não tangíveis da pobreza, tais como vulnerabilidade e impotência; percepções de pobreza das pessoas pobres; processos causais que sustentam a dinâmica da pobreza: estratégias de luta/sobrevivência adoptadas por mulheres e homens vivendo na pobreza); ii) As relações com o poder local e com as instituições do estado (instituições formais [i.e. políticas, administrativas] que permitem ou constrangem as pessoas a executar as suas estratégias; instituições informais [i.e. culturais, sociais, familiares ou baseadas no parentesco, etc.] que permitem ou constrangem as pessoas a realizar as suas estratégias), e; 3

6 iii) As políticas e serviços (acesso a, uso de e procura de serviços públicos, de acordo com as pessoas que vivem na pobreza; qualidade dos serviços públicos, de acordo com as pessoas que vivem na pobreza). A série de estudos foi iniciada por um Relatório Inicial publicado em Agosto de 2011 (ORGUT 2011a). Através desse exercício, foi decidido que as Constatações da Realidade se basearão em trabalho de campo em três Distritos/Municípios diferentes na Província do Niassa que apresentem variações em termos de localização geográfica, acesso a serviços públicos e níveis de pobreza e bem-estar. As três áreas seleccionadas foram i) o Distrito do Lago, ii) o Município de Cuamba e iii) o Distrito de Majune (ver o Mapa 1). O trabalho de campo para a 1ª Constatação da Realidade foi realizado em Setembro de Metodologicamente, os estudos baseiam-se numa combinação de informação quantitativa existente, proveniente do Instituto Nacional de Estatística (INE) e das Autoridades Distritais; um Questionário de Levantamento nos três locais do projecto (em 2011 e 2015); entrevistas a informadores chave na capital provincial Lichinga e nos Distritos/Municípios seleccionados; um conjunto de metodologias qualitativas/participativas, incluindo o envolvimento com agregados familiares em diferentes situações sócio-económicas; e observação participante nas comunidades locais seleccionadas para o trabalho de campo (ver ORGUT 2011a para mais informação). Este é o 1º Sub-Relatório do Distrito do Lago (ORGUT 2011b). Os Sub-Relatórios dos Distritos de Majune (ORGUT 2011c) e do Município de Cuamba (ORGUT 2011d) serão publicados separadamente. Os pontos principais de cada sub-relatório serão incluídos no Relatório Principal da 1ª Constatação da Realidade (ORGUT 2011e). Será também publicado um relatório separado sobre a abordagem e metodologia (ORGUT 2011f). 1.2 O Distrito do Lago Partindo da capital provincial Lichinga no sentido oeste, o Distrito do Lago fica a uma hora de viagem. A parte oriental do Distrito está localizada no planalto e aloja um dos quatro Postos Administrativos do distrito (Maniamba), a segunda maior aldeia (Maniamba Sede) e grandes áreas de pinhais pertencentes a empresas internacionais. Chegando ao fim do planalto depara-se-nos uma vista esplêndida do Lago Niassa e uma escarpa com uma estrada estreita que leva directamente à capital do distrito Metangula. Metangula partilha características com a maioria das capitais de distrito em Moçambique: tem uma parte formal de cimento que alberga a Administração do Distrito, outras instituições do governo (incluindo a Marinha Moçambicana), um hospital e uma escola secundária, lojas antigas e gastas vindas do tempo colonial e uma área Caixa 1: Objectivos de Desenvolvimento do Governo do Distrito do Lago 2011 [A] grande aposta do Governo do Distrito do Lago para 2011 é: priorizar o crescimento económico que possa reflectir no bem-estar da população, que o desenvolvimento rural seja pilar para minimizar o desequilíbrio entre as comunidades. O governo continuará a apostar na Reforma do Sector Público na Função Pública, com ênfase no bem-estar da população e na mudança de atitude e comportamento dos funcionários públicos e consequentemente na melhoria da qualidade de prestação de serviços aos cidadãos, por forma a assegurar uma administração pública transparente, eficiente, eficaz e responsável. residencial para funcionários do governo; um movimentado centro comercial nas proximidades de um grande mercado informal com bancas de venda individuais e 4

7 restaurantes tentando explorar o movimento; alguns bairros informais; e (como uma característica especial do Lago) uma praia movimentada com pessoas a vender peixe, a lavar e a recolher água que se torna ainda mais movimentada duas vezes por semana quando chega o barco a vapor Ilala levando pessoas e mercadorias para o e do vizinho Malawi. O Distrito tem uma população total de habitantes, dos quais 95% vive no raio de 5 kms do Lago (INE 2009). As principais fontes de subsistência e rendimento são a agricultura e a pesca, sendo o turismo e a mineração de carvão elementos centrais dos planos de desenvolvimento futuro da Administração do Distrito (GdN/DdL 2011). A população é jovem, com 45% abaixo dos 15 anos de idade. O principal grupo etno-linguístico é o Nyanja, com uma pequena proporção de Yao principalmente no planalto. O Islamismo é a religião dominante, seguida por 55% da população. Há também muitos Anglicanos (34%) e Católicos (9%), particularmente nas partes central e norte do Distrito. Administrativamente, o Distrito divide-se em um Município (Metangula) e quatro Postos Administrativos (Meluluca no sul, Lunho no centro, Cobwé no norte e Maniamba a leste). Politicamente, o Distrito (tal como a Província) tem uma história de apoio à Renamo, mas a Frelimo é actualmente o partido dominante no conjunto da província. Dito isto, no Lago as autoridades tradicionais incluindo régulos e rainhas, n dunas e chefes de povoação têm um forte impacto ao nível da comunidade. Os representantes do governo ao nível local (Chefe do Posto Administrativo e Chefe de Localidades) trabalham estreitamente com as autoridades tradicionais, tanto informalmente como através dos recentemente estabelecidos Conselhos Consultivos com os representantes do Partido (Secretários de Bairro) e os chefes influentes das Mesquitas Muçulmanas (chehes) a complicarem a cena política. 1.3 Alguns Dados Importantes Para terminar este breve instantâneo introdutório do Distrito do Lago, apresentaremos um conjunto de dados económicos e sociais importantes, tal como aparecem nas publicações oficiais da Administração do Distrito e do Instituto Nacional de Estatística. A Tabela 1 será actualizada todos os anos com a Constatação da Realidade, a fim de dar uma ideia dos desenvolvimentos gerais no Distrito. A Tabela 2 será actualizada no fim do período do projecto, quando os novos dados comparáveis estiverem disponíveis. Tabela 1: Indicadores Económicos Distrito do Lago Indicador Económico Área em cultivo (Ha) Produção agrícola (1.000 kgs) Extensionistas agrícolas (4º Trimestre) Produção de animais domésticos (1.000 kgs) Reflorestamento (Nova, em Ha) Número de turistas Produção de peixe (1.000 kgs) Energia (número de clientes) 1, Energia (clientes eliminados) INAS (Número de beneficiários) Fundo Des. Distrital (Nº de Projectos) Fundo Des. Distrital (Total, Mt) Fundo Des. Distrital (Reembolsado, Mt) Fonte: GdN/DdL 2010a e b 5

8 Tabela 2: Indicadores Sociais Distrito do Lago Indicadores Sociais População Proporção de Agregados Familiares Chefiados por Mulheres 35,1 - Frequência da Escola Primária 65,01 - Habitações com Tecto Sólido 1,18 - Electricidade em Casa 4,38 - Telefone Celular 0,97 - Bicicleta Própria 29,8 - Fonte: INE 2009 Neste primeiro relatório apresentaremos também o que o próprio Distrito do Lago vê como principais desafios para o desenvolvimento e redução da pobreza, realçando os melhoramentos na organização e qualidade dos serviços públicos (Caixa 1) 1. Numa entrevista com a Administração do Distrito, os principais planos de desenvolvimento foram apresentados como i) melhores estradas terciárias para ligar o Distrito, ii) exploração da riqueza mineral (especialmente o carvão) e iii) melhor exploração do Lago Niassa (pesca e turismo) todos com o objectivo de desenvolver economicamente o Distrito e criar emprego. 1 Um funcionário da Administração do Distrito sublinhou este ponto afirmando A vida da população está a subir, mas a capacidade institucional está a arrear. 6

9 2. MELULUCA Para levar a cabo a série de Constatações da Realidade no Distrito do Lago, seleccionámos Meleluca, um dos quatro Postos Administrativos do Distrito. 2 O Posto Administrativo de Meluluca fica localizado na parte sul do Distrito e foi estabelecido em 2008 para substituir o anterior Posto Administrativo de Metangula que, naquele ano, se tornou um Município. Meluluca tem uma população de pessoas, espalhadas por uma extensão de aproximadamente 70 km em 15 aldeias diferentes. A grande maioria da população vive nas redondezas do Lago Niassa, com machambas geralmente localizadas no interior (ver o Mapa 2). Mapa 2. Meluluca 2 A escolha foi feita em consulta com o Administrador do Distrito. 7

10 Historicamente, Meluluca tem estado bastante isolado, com acesso por estrada muito fraco e com o Lago como meio principal de transporte para outras partes do Distrito ou para o Malawi. A agricultura e a pesca têm sido as fontes principais de emprego e rendimento, com opções limitadas para a produção de excedentes. As autoridades tradicionais têm tido uma forte posição, com muito poucas instituições públicas presentes e com fraca educação e instalações sanitárias. Uma estrada nova e melhorada feita em 2008 abriu partes da área e tem tido como veremos fortes implicações nos desenvolvimentos políticos e sócioeconómicos em Meluluca. A parte sul (desde a aldeia de Ucungo e 40 km para sul) está ainda muito isolada e será um ponto importante de referência para compreender as implicações de várias intervenções de desenvolvimento. 2.1 História A história oficial do Niassa, Lago e Meluluca (Newitt 1995; Medeiros 1997, pers. comm. A história oficial do Niassa, Lago e Meluluca (Newitt 1995; Medeiros 1997, pers. comm. Tore Sætersdal) conta uma narrativa de aglomerados originais de caçadores e recolectores, desde o fim da Idade da Pedra até há anos, e sendo provavelmente familiares dos Ba Twa das Grandes Florestas na África Central. Os migrantes Bantus da África Ocidental começaram a chegar ao Niassa entre 1800 e 2000 anos atrás; trouxeram com eles as suas línguas, agricultura, ferro e cerâmica; e fixaram-se tanto no planalto como ao longo do Lago. Os principais grupos etno-linguísticos eram os Macua, os Yao e os Nyanja. Nyanja significa uma grande massa de água e wanianja quer dizer os que vivem junto à água. Historicamente, os Nyanja estavam organizados em unidades politico-administrativas dirigidas por um chefe ou mambo (dos quais Cobwé e Metangula eram os mais importantes), distritos (chefiados por mwini dzico que mais tarde vieram a ser conhecidos por régulos) e agrupamentos de aldeias mais pequenas (chefiadas pelos mwini mudzi). Os Nyanja eram matrilineares, com a descendência traçada pela linhagem materna embora influenciados pelos contactos com os Ngoni patrilineares através de várias guerras. A agricultura, caça, pesca e comércio eram as maiores fontes de rendimento dos grupos de famílias. A área foi abordada por comerciantes Swahili e Muçulmanos com mercadorias e escravos já entre 1200 e 1300, e foi colonizada pelos Portugueses entre 1600 e 1700 seguidos por missionários Anglicanos a partir de meados de 1800 para conquistar também os corações e almas. O Niassa e o Lago estavam distantes das principais áreas das actividades económicas coloniais em Moçambique e o controlo era eventualmente mantido entregando grandes áreas à Companhia Britânica do Niassa que por alvará controlava o Niassa e Cabo Delgado. A economia colonial era baseada num sistema de trabalho forçado (chibalo), sendo as pessoas obrigadas a pagar impostos e em resultado disso a produzir café, algodão e outras culturas de rendimento com limitação do tempo e das opções para produzirem os seus próprios alimentos. Alguns homens eram também enviados como trabalhadores migrantes para os países vizinhos. A marginalização das regiões do norte e do Niassa era evidente pelos excepcionalmente fracos investimentos na educação e na saúde. A guerra da independência, iniciada em 1962, conduziu a uma paragem abrupta das actividades económicas e à crescente insegurança no Niassa e no Lago. As pessoas no Niassa foram activas na luta e firmes apoiantes da Frelimo. Embora fosse de muitas maneiras marginal no projecto colonial, os Portugueses despenderam no entanto consideráveis esforços em defendê-lo até finalmente o perderem em No entanto, após a Independência, o Niassa e o Lago viram-se de novo crescentemente marginalizados desta vez em relação ao estado da Frelimo. A província tornou-se a Sibéria de Moçambique, quando as pessoas não produtivas (desempregados, ladrões, prostitutas, os sem abrigo e outros indesejáveis incluindo a oposição política) foram mandados para o 8

11 Niassa no que foi chamado Operação Produção. Ao mesmo tempo, a guerra civil a partir de 1983 entre as forças da Frelimo e as da Renamo tornou-se perversa quando a Renamo adquiriu uma forte posição no Niassa em parte como resultado da falta de investimentos e de desenvolvimento por parte do governo da Frelimo após a Independência. No fim da guerra civil em 1992, o Niassa era geralmente considerado a província mais pobre e menos desenvolvida de Moçambique. Do ponto de vista de um grupo de idosos em Meluluca que tomaram parte no Exercício de Histograma (ORGUT 2011f), a história da sua área pode ser melhor traçada através das autoridades tradicionais ou regulados e do sofrimento de homens e mulheres individuais em resultado de eventos políticos sobre os quais tinham pouco ou nenhum controlo. Uma parte central da história é a forma que as pessoas arranjaram para se esconder e fugir dos ngonis invasores, do poder colonial e da Frelimo e Renamo durante o que chamam a guerra familiar quer mudando-se para o Malawi por períodos de tempo mais longos ou mais curtos, quer permanecendo nas montanhas próximas do planalto ou escondendo-se nos canaviais ao longo do Lago quando a fuga era urgente. Os idosos realçaram também que nunca podiam estar absolutamente certos se a paz se tinha quebrado ou não. Indicativamente, o seu relato da história pós-guerra enfatiza o quanto as pessoas agora se sentem mais seguras em vez de histórias de pobreza e bem-estar. Agora podemos produzir e pescar quando queremos e temos força. Antes, não podíamos fazer isto. Mais concretamente, na presença da Rainha Chitepeta, o seu adjunto e outros idosos traçaram a sua história, a partir do ponto de desempate da aldeia de Lussefa, do seguinte modo: Os Nyanjas de Lussefa vieram do Niger, Zâmbia e Malawi (numa montanha chamada Capilintiwa). Daí os Nyanjas se espalharam para Moçambique nas províncias de Nampula e distrito de Majune (em Lichinga) Um velho caçador do grupo dos Nyanjas que saíram de Malawi subiu numa montanha e viu água e informou aos outros que havia água e foram ao Lago e outros ficaram numa região de Niassa chamada Ussa (que em Nyanja significa cansaço) Nessa altura formaram-se regulados de entre os quais os mais importantes são os regulados de Chitedge, Namahumbo e Xisindo Os Nyanjas são povos caçadores que originalmente gostavam de extrair marfim. Massumba é o lider dos Nyanjas. Um grupo de desconhecidos que vieram do Malawi levaram pessoas de Lussefa para serem escravos. O régulo Chitepeta pediu ajuda de outros régulos e conseguiram recuperar algumas pessoas. Em 1964 a guerra colonial começou a fazer-se sentir em Lussefa. Soldados da Frelimo apareceram a pedir apoio à população para entregarem os seus filhos para lutarem contra o colonialismo. Os colonos tinham o objectivo de levar a população para Metangula para não produzirem e ajudarem a Frelimo. Os colonos vinham de barcos levar as pessoas para viverem em Metangula mas a população fugiu para o mato terminou a guerra colonial em Lussefa as pessoas que estavam no mato e no estrangeiro começam a voltar para Lussefa. 1976/1980 houve fome porque as pessoas continuavam com medo de ir à machamba produzir por causa da guerra. 1981/1987 ameaça a guerra civil. Pessoas de outras comunidades refugiaram-se para Lussefa. Foi assim que as pessoas de Lussefa aperceberam-se que havia guerra. Mas a guerra não se fez sentir em Lussefa. 1987/1992 a população de Lussefa vivia com medo porque recebiam informação de que seriam atacados aconteceram as primeiras eleições presidenciais houve um surto de cólera que dizimou muitas pessoas. A população pensa que a cólera eclodiu por causa do consumo de água imprópria do Lago aconteceram as segundas eleições presidenciais terceiras eleições presidenciais Lussefa participou nas quartas eleições presidenciais. A história e as condições estruturais são experiências vividas que importam para as percepções das pessoas sobre si e as suas estratégias para melhorarem as suas vidas (Bourdieu 1977 e 1990, ver também ORGUT 2011a). Como veremos nas páginas seguintes, o papel fundamental das autoridades tradicionais, as relações estreitas com o Malawi e com 9

12 o Lago, a insegurança social e económica e a mudança do contexto político estão todos reflectidos nas actividades diárias e estratégias de sobrevivência da população de Lussefa, bem como noutras partes de Meluluca. 2.2 Panorama Institucional O complexo panorama institucional em Meluluca fica claramente evidente quando depois de se ter conduzido durante cerca de 45 minutos para sul da capital de distrito Metangula se entra na fileira de aldeias que formam o Posto Administrativo de Meluluca. A estrada de areia está construída num alto de montanha com vista para a margem do Lago onde a maioria das aldeias está localizada. Depois de se ter cruzado o Rio Luchemango, que marca a fronteira do Posto Ilustração 1: Mapa de Lussefa Administrativo, há um primeiro poste de sinalização mostrando o caminho para a estância turística Ngolongue e para uma aldeia com o mesmo nome exemplo típico da presença do sector privado. Continuando para lá das aldeias de Nchepa/Ngala podem-se ver as bandeiras ondulantes tanto do partido no poder Frelimo como do partido Renamo na oposição revelando a presença de diferentes interesses políticos. Passando Mikundi, há uma igreja Anglicana (verificandose ser uma raridade na área) Foto: Inge Tvedten bem como uma Mesquita (que é muito mais comum). Vemos também capulanas ondulando ao ar em postes de bandeira, o que é um sinal de que as crianças estão no processo de realizar os seus rituais unyago e a circuncisão e de permanecer um mês no mato para aprenderem a essência de serem um bom Nyanja e um bom Muçulmano. Entrando na Meluluca Sede, vamos primeiro a uma pequena e modesta casa de tijolo que revela ser o Posto Administrativo do mais alto representante do governo (Chefe de Posto) na área. Tendo cumprimentado e apresentado as nossas credenciais e o projecto, fomos imediatamente levados à rainha, que é a mais alta autoridade tradicional da área, e ao seu irmão e conselheiro. Com a aprovação deles podemos começar a trabalhar e em breve toda a comunidade sabe quem nós somos e o que estamos a fazer. Entrando num dos dois bairros que formam Meluluca Sede, procedemos em conformidade contactando o representante da rainha, ou n duna a que se junta o Secretário do Bairro ou o representante do partido Frelimo. No nosso percurso para nos apresentarmos à segunda rainha de Meluluca na aldeia de Lussefa, vemos uma bandeira vermelha e amarela ondulando por cima de uma habitação, mostrando que o dono faz medicina tradicional (é curandeiro) ou é uma parteira tradicional. Ao longo da estrada vemos também turmas escolares acotovelando-se debaixo de uma árvore, com os alunos sentados em cima de pedras, sem nenhum edifício escolar à vista e com o professor a fazer o seu melhor para escrever num quadro que abana com o vento. Na casa da segunda rainha também somos bem recebidos desta vez junto com um grupo constituído apenas por mulheres (o bêbedo da aldeia que quer tomar parte na discussão é firmemente afugentado). 10

13 O complexo cenário institucional em Meluluca está envolvido em relações de poder e influência, habilitando e constrangendo a população a pôr em prática as suas estratégias de sobrevivência. Discutindo o panorama institucional com representantes da população local em Lussefa, através de um Exercício de Mapeamento (ver ORGUT 2011f), a maioria das instituições mencionadas acima estava incluída embora na discussão a seguir ao exercício tivesse sido posta igual ênfase em instituições e serviços que não estão presentes e disponíveis nas comunidades (Ilustração 1). Abaixo discutiremos o panorama institucional em maior detalhe sob os títulos Instituições Públicas. Organização Sócio-Cultural e Sobreposições Institucionais, sublinhando a forma como as pessoas as vêem estreitamente entrelaçadas e afectando as suas vidas de diferentes formas. Instituições Públicas O principal representante do Governo em Meluluca é o Chefe do Posto Administrativo, e o seu escritório de quatro funcionários. De acordo com o Chefe do Posto, a sua principal responsabilidade é representar o governo, informar o governo sobre as necessidades da comunidade, e providenciar que as políticas e intervenções do governo são devidamente executadas. Formalmente, o P.A. divide-se em duas Localidades, Meluluca Sede e Nchepa. No entanto, nenhuma pessoa foi colocada em Nchepa como Chefe de Localidade e o representante de facto com vínculos estreitos ao P.A., é o Secretário do Bairro. Nchepa ficou conhecida por ser uma forte apoiante da Renamo, mas de acordo com o Secretário do Bairro a questão foi resolvida. Há também um nível administrativo mais baixo de Povoações com um Chefe da Povoação. Estes chefes são designados informalmente através de uma combinação de apoio do governo e apoio da população. Finalmente, as maiores povoações (i.e. Meluluca Sede e Nchepa) estão divididas em Bairros, com um Secretário do Bairro, que de facto é nomeado pelo Partido e que geralmente chefia a Célula do Partido, responsável pela mobilização política. Os recursos económicos disponíveis para o P.A. de Meluluca levar a cabo as suas responsabilidades são uma mistura de Fundos do Estado para infra-estruturas como estradas, pontes, fontanários, escolas e unidades sanitárias; possíveis fundos de Organizações de ajuda e ONGs para apoiar desenvolvimentos nas áreas; e a parte do Fundo de Desenvolvimento Distrital (o chamado 7 milhões ) que é alocada a pessoas dentro dos limites administrativos. Ilustração 2. Problemas mais importantes na comunidade Foto: Inge Tvedten As decisões sobre o uso dos Fundos do Estado são principalmente tomadas ao nível da sede do Distrito, onde Meluluca compete com os outros três Postos Administrativos. De acordo com a própria Administração Distrital o orçamento ainda não é descentralizado. Argumentam também que o orçamento que obtêm do governo provincial e central é principalmente consignado com apenas ,00 Mt sob o seu controlo para 2011, e 11

14 que o dinheiro que têm é distribuído igualmente pelos quatro postos administratios. Os impostos locais em Meluluca montaram a ,00 MT em 2010 (P.A. de Meluluca 2010). No que respeita ao Fundo de Desenvolvimento Distrital, foi aprovado em Meluluca para 2011 um total de 12 projectos no valor de ,00 Mt. Destes 12 projectos, três referem-se a associações de pesca, agricultura e comércio, e nove a individuais dos quais um é para pesca e os outros para actividades comerciais. Como veremos, as decisões são tomadas através de um elaborado processo de candidatura envolvendo os Conselhos Consultivos a três níveis diferentes. Enquanto os pobres em Meluluca se queixam que os projectos apenas vão para os ricos, a Administração Distrital pelo seu lado argumenta que o dinheiro foi melhor usado em projectos que interessam a muitos como estradas terciárias e pontes. Em 2011 não há ONGs permanentemente presentes em Meluluca (a Concern foi útil no apoio à nova estrada em 2008 mas retirou-se em 2009, e a WWF está presente apenas indirectamente através do apoio aos pescadores). De facto, há apenas uma ONG com representação permanente em todo o Distrito do Lago (i.e. a ONG Moçambicana Estamos que trabalha na área do HIV-SIDA) o que é surpreendente considerando a forte presença de ONGs noutros distritos do Niassa (ver ORGUT 2011a), de acordo com a Matriz de Problemas da Comunidade que mede a proporção da população afectada e a importância do problema (ORGUT 2011f), para a comunidade local os três principais problemas em Meluluca são i) acesso inadequado à água, ii) falta de energia (de Cahora Bassa), e iii) a fraca qualidade da unidade sanitária tendo todos recebido 22 votos e cabendo todos na área de responsabilidade do Estado. Dois problemas adicionais realçados são iv) o facto de apenas se poder estudar até à 7ª Classe e v) o pequeno comprimento e fraca qualidade da estrada entre Metangula e Meluluca e a falta de estrada entre Meluluca e Timba tendo recebido 17 votos (ver a Ilustração 2). Água. No P.A. de Meluluca há apenas um total de 10 fontanários para uma população de pessoas, e em Meluluca Sede, com a maior concentração de população, há apenas um fontanário em funcionamento. De acordo com o Estudo de Base feito para este estudo (ORGUT 2011f), 48% dos agregados familiares usam um fontanário, 13% usam poços ou rios e 39% dependem do Lago para beberem e se lavarem bem como para pesca e outras actividades produtivas. A água contaminada é vista como uma das razões principais dos problemas de saúde que existem em Meluluca. Energia. Não há electricidade em Meluluca, mas foi mencionado que três agregados familiares têm painéis solares. As pessoas têm altas expectativas que a electricidade chegará de Cahora Bassa, mas de acordo com a Administração Distrital não há planos imediatos para tal. De acordo com o Estudo de Ilustração 3. Cama para Emergências Base, a fonte principal de iluminação entre os agregados familiares são as lanternas a petróleo (94%), seguidas pela lenha com 4%. A maior queixa da comunidade é que a escuridão torna difícil caminhar livremente nas povoações, as crianças não podem estudar à noite e a falta de electricidade pára o desenvolvimento. O Posto de Saúde. Há um Posto de Saúde em Meluluca aberto em 2008, e um em Ngolongué aberto em 2010 e financiado pelo dono de um complexo turístico nesse local. 3 O primeiro (que serve a parte principal da Foto: Inge Tvedten 3 Consta que há também um posto de saúde comunitário em Chinuni e um socorrista treinado em primeiros socorros em Timba, mas nenhum destes é formalmente qualificado. 12

15 população) tem uma clínica em muito fracas condições (ver a Foto 1); um painel solar que apenas serve para manter os medicamentos armazenados; e o acesso a medicamentos é muitas vezes inadequado. Em Agosto de 2011 foram tratados 57 casos de malária, 14 casos de diarreia e 10 casos de desinteria. A ala da maternidade não tem electricidade e, de acordo com a enfermeira que lá trabalha, têm de mandar embora as mulheres que vêm de noite sem a sua própria fonte de iluminação. Em Agosto de 2011 houve um total de 152 consultas pré-natais, 17 nascimentos e 296 consultas pediátricas. Muitas pessoas preferem consultar os curandeiros e as parteiras tradicionais ou (para os sem possibilidades) ir directamente para o hospital em Metangula ou no Malawi ( onde descobrem mais doenças ). A grande maioria dos agregados familiares teve pelo menos um membro doente nas duas semanas anteriores ao Estudo de Base, tendo 73% dos agregados familiares membros com malária e 36% com vómitos ou diarreia. Ainda de acordo com o Estudo de Base, 25% dos agregados familiares viram pelo menos uma das suas crianças morrer antes dos cinco anos. 4 Escolas Primárias. Há um total de 11 escolas primárias em Meluluca, estando a escola secundárias mais próxima situada em Metangula. Destas, todas menos duas ensinam até à 5ª Classe (EP 1). As duas escolas EP2 (7ª Classe) foram criadas em 2008 (Meluluca) e 2011 (Nchepa). As escolas variam consideravelmente na qualidade das estruturas físicas, no acesso ao material de estudo e nos recursos humanos. Alguns alunos recebem as lições debaixo de árvores e sem cadeiras e secretárias; há exemplos em que apenas 20% dos alunos de uma turma têm livros; e é problemático atrair e reter professores qualificados. Nas maiores escolas em Meluluca Sede, o rácio professor/estudante é de 1:65. Há também uma grande proporção de crianças que nunca vão à escola. Num caso, o director estimou que das crianças elegíveis para iniciar a 1ª Classe em 2011, apenas 60% se apresentaram e há quedas dramáticas na participação tanto anualmente (as raparigas tendem a desistir na puberdade) como sazonalmente (os rapazes tendem a faltar, por exemplo em certas estações de pesca). A maioria das crianças vão às madrassas (escolas Muçulmanas), mas em Meluluca apenas ensinam disciplinas religiosas. Estes dados indicam uma taxa de frequência da escola primária que é muito mais baixa do que a reportada em documentos oficiais, bem como pelos pais no Estudo de Base onde apenas 26% reportaram que tinham crianças que não frequentavam a escola. Tanto os professores como os pais referem que o problema é uma combinação da falta de interesse dos agregados familiares e de uma escola que não se relaciona realmente com as crianças constituindo o Português, como língua de instrução, um problema particularmente sério numa área onde quase ninguém fala a língua Portuguesa. 5 Dito isto, há também exemplos de jovens de Meluluca que progrediram bem, continuaram os seus estudos e se qualificaram como professores, etc. Estradas. Há uma concordância geral em que a abertura da estrada melhorada/nova de Metangula para Meluluca foi muito importante para o desenvolvimento da comunidade. Antes disso era muito difícil chegar às diferentes povoações e praticamente impossível durante a época das chuvas. A maioria das pessoas dependia do transporte no Lago (principalmente em canoas) para chegar a Metangula, e dali para outras partes da província ou para o Malawi. Contudo, as pessoas salientam dois problemas principais no transporte rodoviário. Um é que há ainda uma distância muito longa de Milongo até Timba sem uma estrada adequada, e onde as pessoas estão praticamente isoladas. E o outro é que a estrada entre Lussefa e Metangula ainda é demasiado pequena para suportar camiões maiores com mercadorias (incluindo peixe) e está frequentemente fechada durante a época das chuvas devido à fraca qualidade das pontes sobre os rios. As discussões à volta do Mapa da Comunidade e da Matriz de Problemas revelam também que há diversas instituições públicas que são potencialmente importantes mas que não 4 O Posto de Saúde reporta que não tem casos de HIV-SIDA, mas admite que as pessoas que suspeitam ter a doença vão provavelmente fazer os testes fora da comunidade. 5 Várias escolas em Meluluca estão envolvidas no que é chamado um projecto bilingue, onde o Português será combinado com o Nyanja. Seguiremos este aspecto em subsequentes Constatações da Realidade. 13

16 estão fisicamente presentes nos sectores de Meluluca. A polícia não está lá e não há lugares para manter as pessoas se houver necessidade de as chamar de Metangula. Há uma polícia comunitária que consiste em voluntários não pagos, mas diz-se que o seu impacto é pequeno (como é o seu interesse). A agricultura (agora parte da Direcção Distrital das Actividades Económicas) está pouco presente e não teve, de acordo com a própria Direcção, um extensionista para todo o Distrito do Lago no último trimestre de A ausência mais notável, de acordo com a população local, é a do Instituto Nacional de Acção Social ou INAS. A população queixa-se que em Meluluca nenhuma pessoa mais velha ou deficiente recebe apoio social e que não foram lá fazer levantamentos. Isto é apoiado pela informação do próprio INAS de que em 2010 todos os 682 beneficiários viviam em outras partes (de acesso mais fácil) do Distrito. Finalmente, as Pescas não têm representantes permanentes em Meluluca, não obstante ser a mais activa comunidade no Distrito em termos de pesca. No entanto, o Instituto para o Desenvolvimento de Pesca de Pequena Escala (IDPPE), localizado em Metangula, está presente na forma de visitas frequentes de extensionistas. As pessoas em Meluluca têm uma percepção relativamente clara do que esperam das instituições públicas e sobre a relevância e qualidade dos serviços actualmente oferecidos. A Tabela 3 abaixo com dados do Estudo de Base lista a proporção de agregados familiares com acesso a um conjunto de instituições públicas e a sua avaliação da sua qualidade e relevância. 7 Tabela 3. Proporção do Uso das Instituições Públicas Tradicionais Mais Importantes nos Seis Meses Anteriores à Entrevista Instituição Proporção de Agregados Familiares Administrador do Distrito 5,0 Chefe do Posto Administrativo 12,5 Régulo 36,7 Chefe de Povoação (N Duna) 19,2 Secretário de Bairro 23,3 Chefe da Célula do Partido 0,8 Polícia (incl. Polícia comunitária) 1,7 Responsável pela Mesquita (Chehe) 10,8 Curandeiros 5,8 Outros 4,1 Fonte: Estudo de Base 2011 Organização Sócio-Cultural As autoridades tradicionais e religiosas têm longas raízes históricas e representam a continuidade para as pessoas em contextos como Meluluca onde as representações políticas formais mudaram e onde o governo está presente apenas parcialmente na vida diária das pessoas. Há um total de 46 líderes tradicionais/comunitários reconhecidos em Meluluca, dos quais 24 pertencem à categoria mais alta (1 o Escalão) e 22 à segunda categoria (2 o Escalão). No Exercício de Diagrama de Venn medindo a importância e acessibilidade das instituições e indivíduos baseados localmente (ver ORGUT 2011f), os régulos e as rainhas foram definidos como a instituição mais importante, seguidos pelos n dunas e autoridades religiosas primeiro e antes de mais os chehes ou chefes de Mesquitas (o Estudo de Base mostra que 98% dos agregados familiares em Meluluca são Muçulmanos). 6 Muitos extensionistas em Moçambique são fornecidos por ONGs e não pelo Estado 7 O estudo foi feito em Meluluca Sede e Nchepa/Ngala, com 60 entrevistas em cada um dos dois locais (ver Orgut 2011f para mais detalhes). 14

17 Régulos e rainhas. Há um total de cinco régulos (i.e. régulo Maniamba, Chingomanthe, Padja, Nhane e Gomane) e duas rainhas (i.e. Nyanja e Chitepethe) em Meluluca (Foto 3). As raízes tradicionais e a influência variam entre os diferentes líderes mas partilham opiniões sobre qual é o seu papel: cuidar da sua comunidade; alocar terra; executar rituais; e relacionar-se com o governo e os visitantes. Os régulos desempenham assim papéis que estão no coração das vidas e bem-estar dos agregados familiares individuais e da comunidade em geral. A posição é hereditária dentro de clans, matrilinhagens e famílias alargadas específicas. Os Régulos que não cumprem devidamente os seus papéis ou que adoecem são substituídos por familiares chegados, muitas vezes os tios maternos ou irmãos e irmãs Ilustração 4. Raínha Chitepethe mais novos, mas nunca por descendentes directos. Conselheiros e n dunas. Os régulos e rainhas são assistidos por conselheiros a fim de conseguirem cumprir os seus deveres ao nível de povoação/comunidade individual. Os conselheiros são frequentemente familiares chegados (irmãos e irmãs) do régulo, enquanto os n dunas são seleccionados em famílias específicas com raízes profundas na comunidade em questão. Em Meluluca os conselheiros são muitas vezes chefes Foto: Inge Tvedten dos tribunais comunitários, de quem se diz que resolvem a maioria dos conflitos que temos. Os n dunas relacionam-se com questões mais pequenas na sua comunidade, incluindo a cobrança do imposto pessoal, mas passarão para o régulo os casos/controvérsias mais sérios. Os chefes de povoação, como nível mais baixo da autoridade tradicional, não parecem ser muito prevalecentes em Meluluca. Líderes religiosos. Como notado acima, praticamente toda a gente em Meluluca é Muçulmana. Algumas pessoas seguem os rituais rezando cinco vezes regularmente e as mulheres mais velhas tendem a usar um lenço (parda), mas há também mulheres mais jovens que não usam parda e rapazes jovens que bebem álcool. 8 As Mesquitas têm um lugar central em Meluluca e os chehes são pessoas influentes, não apenas em questões religiosas mas também na comunidade em geral. Enfatizam a importância da oração, que as pessoas se respeitem umas às outras e que haja paz na comunidade. 9 A sua influência é forte, através das escolas Muçulmanas ou madrassas que praticamente todas as crianças frequentam a partir dos 4-5 anos de idade. Têm papéis centrais durante os rituais de iniciação de rapazes e raparigas. E a sua influência económica pode ser exemplificada pela construção de uma grande Mesquita de tijolo em Meluluca Sede. Há igrejas Anglicanas e Católicas, mas não parecem estar muito activas e envolvem apenas 2% da população. Sobreposições Institucionais The State and traditional institutions have different roles and responsibilities, with the former O Estado e as instituições tradicionais têm diferentes papéis e responsabilidades, sendo o primeiro responsável por intervenções de desenvolvimento formais e as últimas pelo bemestar informal da população. Todavia, há também um alto grau de dependência mútua: o Governo não pode implementar as suas políticas e intervenções sem a cooperação das autoridades tradicionais, e as autoridades tradicionais dependem de desenvolvimentos tangíveis nas suas comunidades para manter a sua posição. Isto foi reconhecido pelo governo, muito concretamente em dois tipos de políticas: 8 Dito isto, é muito mais raro encontrar pessoas bêbedas em Meluluka do que em muitas outras partes de Moçambique. 9 Ao mesmo tempo, o grupo do Diagrama de Venn declarou explicitamente que actualmente o impacto dos chehes está um pouco reduzido devido a lutas internas 15

18 Um é a remuneração das autoridades tradicionais através da folha de pagamentos do governo. Régulos e rainhas recebem um pagamento trimestral de 2.400,00 Mt ou 800,00 Mt por mês (1º Escalão), mais uniformes para serem usados em ocasiões especiais como visitas do governo provincial ou central. Os N Dunas recebem um pagamento trimestral de 1.200,00 Mt ou 400,00 Mt por mês (2º Escalão). O pagamento foi descrito de forma diferente como uma remuneração bem merecida por pessoas que desempenham tarefas importantes para o governo, e como uma tentativa do governo de cooptar as autoridades tradicionais. A segunda forma de sobreposição das instituições públicas e tradicionais é através do Conselho Consultivo do Posto Administrativo. O Conselho foi estabelecido em 2008, com o objectivo de contribuir para o desenvolvimento de Meluluca num sentido amplo. Tem 38 membros, dos quais muitos são líderes tradicionais e religiosos e 6 são mulheres. 10 O Conselho é chefiado pelo Chefe do Posto. Na prática a sua tarefa principal tem sido avaliar e aprovar candidaturas de indivíduos e associações ao sistema dos 7 milhões, a submeter ao Conselho Consultivo Distrital para aprovação ou desaprovação final (ver abaixo). Embora o Partido Frelimo não seja uma instituição pública como tal, está estreitamente entrelaçado com as autoridades do governo. Os seus representantes não partilham o escritório com o Posto Administrativo, como é comum em muitos outros Distritos, mas estão representados na forma de diversos Secretários, particularmente nas comunidades maiores. Nas áreas onde se crê que a oposição é forte, parecem estar particularmente activos. Nas outras áreas o seu papel está principalmente relacionado com a mobilização na sua célula durante o período de eleições ou outros grandes eventos políticos. Os Secretários também recebem remuneração ao nível do Primeiro Escalão o que, de acordo com muitos membros da comunidade, não implica que tenham o mesmo impacto dos líderes tradicionais. Não localizámos nenhuns representantes oficiais dos partidos da oposição Renamo ou Movimento Democrático de Moçambique (MDM). 2.3 Adaptações Económicas Entrando em Meluluca pela primeira vez, tudo parece andar à volta da pesca. O majestoso Lago Niassa nunca deixa de estar à vista; o contorno da praia está cheio de chatas (pequenos barcos com motor fora de borda) e canoas feitas de troncos de árvore; o peixe é secado em barracas enormes nas praias; e fora das habitações os homens reparam grandes redes de pesca. Quando o peixe é descarregado, cedo pela manhã ou tarde pela noite, a praia está repleta de pessoas. No entanto, a pesca é também uma fonte de subsistência e rendimento, mostrando grandes Ilustração 5. Barcos de Pesca e Equipamento Foto: Inge Tvedten variações entre estações e pescadores. Na altura do nosso trabalho de campo, o famoso uusipa do Lago Niassa uma espécie de sardinha indígena dominava a cena. Os melhores barcos apanhavam até 70 baldes de peixe durante uma noite, enquanto outros não pescavam nada. 11 Alguns dos patrões de barcos e de redes são pessoas influentes e abastadas, enquanto outros os (marinheiros) se queixam somos cansados de pescar. É muito trabalho e pouco rendimento. De acordo com o Estudo de Base, 26% dos agregados familiares em Meluluca têm a pesca como a sua fonte principal de rendimento de subsistência e 57% estão envolvidos de uma maneira ou doutra na produção, processamento ou comercialização. Das pessoas envolvidas, 85% vendem peixe. 10 De acordo com as leis relevantes, a proporção de mulheres deve ser de 30%. 11 Ser um bom pescador requer capacidades superiores de leitura da lua e das correntes, bem como uma boa tripulação. 16

19 A Agricultura é, ainda de acordo com o Estudo de Base, a fonte mais importante de subsistência e rendimento para 49% dos agregados familiares em Meluluca, tendo todos os agregados familiares acesso a pelo menos uma machamba. 43% vende parte da sua produção agrícola. A maioria das machambas está localizada no interior mas relativamente próximo das povoações ao longo do Lago. As mulheres e crianças (e os homens, quando toca a limpar terras ou outras tarefas masculinas ) tendem a sair cedo pela manhã, cerca das 4-5 horas e ficam até o sol se tornar insuportável entre as e as horas. Os principais produtos são (de acordo com a proporção de agregados familiares que os produzem) mandioca (97% ), milho (86%) e batata doce (75%). As culturas adicionais produzidas (ainda por ordem de importância) são abóbora, arroz, tomate, amendoim, feijão, banana e gergelim. Alguns têm também as suas machambas mais longe geralmente para produzir em áreas inundadas pelos rios que tornam possível produzir várias colheitas por ano. Nestes casos, todo ou parte do agregado familiar se muda para as machambas por longos períodos de tempo. Alguns estão também permanentemente estabelecidos no interior em áreas apropriadas para agricultura, como as povoações de Nduela, Mazaia e Maloo. A maioria dos agregados familiares tem pequenos animais domésticos como galinhas (60%), alguns têm patos (28%) e cabras (18%, só sacrificadas para cerimónias), enquanto apenas 4% têm gado que é muito mais valioso tanto cultural como economicamente. Embora a agricultura e a pesca dominem a produção de subsistência e rendimento, há também diversas outras actividades económicas informais. No Estudo de Base, 72% dos agregados familiares estão envolvidos nestas alternativas, incluindo comerciantes de pequena escala (vendendo principalmente produtos agrícolas ao longo das estradas); comerciantes (geralmente vendendo em bancas bens de consumo básicos como farinha, açúcar, óleo de cozinha e sabão); comerciantes com lojas que têm uma maior variedade de bens e mercadorias, dos quais muitos são importados do Malawi (Foto 3); produção e venda de lenha ou (muito mais raramente) carvão; produtores de tijolos, que são o material de construção mais comum em Meluluca; carpinteiros (normalmente em pequena escala, produzindo portas, caixilhos de janelas e ferramentas agrícolas como enxadas, machados e charruas); alfaiates (que tendem mais a consertar roupas velhas do que a produzir roupas novas); pessoas que produzem utensílios básicos como esteiras, Ilustração 6. Loja Local com Produtos Internacionais potes e panelas; pessoas que exercem medicina tradicional (curandeiros); e, finalmente, o trabalho à peça (ganho ganho) nos campos ou nas casas dos outros. As pessoas argumentam que os agregados familiares que não têm fontes de rendimento alternativas, fora da agricultura, são muitas vezes os mais pobres e mais vulneráveis particularmente durante os meses antes da colheita ou, o que as pessoas chamam bolsos de fome, quando as provisões da anterior estação agrícola se estão Foto: Inge Tvedten a esgotar. Como notado acima, a vida económica em Meluluca foi fortemente afectada pela construção em 2008 da estrada terciária entre Metangula e Meleluca Sede. Antes desse ano, os principais meios de transporte eram as canoas e uma estrada de areia em muito mau estado que estava mais vezes intransitável do que não e que não aguentava veículos mais largos. 17

20 Com o potencial económico de Meluluca, particularmente na pesca, a estrada tornou acessível o comércio e a chegada dos comerciantes. A indicação talvez mais significativa deste aspecto é o aumento do número de barcos de pesca maiores, de 1 para 35 entre 2008 e 2011 (o número das canoas, muito menos produtivas, viu um aumento mais pequeno para 221) e a concomitante chegada frequente de camiões de comerciantes de Lichinga e Metangula, que vendem o peixe não apenas no Niassa mas também em zonas mais longínquas como Nampula, Malawi e Tanzania. A maior presença de dinheiro contribuiu para que Meluluca se tornasse numa comunidade mais invadida por mercadorias diversas, com diversas bancas comerciais e pequenas lojas vendendo bens que até 2008 só eram acessíveis em Metangula, em Lichinga ou no Malawi. Além disso, Meluluca Sede tornou-se interessante também para comerciantes externos mais notavelmente através de visitas mensais do que talvez seja melhor descrito como um mercado ambulante (com o nome local de Campepuza): onde os comerciantes, principalmente de Lichinga, vendem toda a espécie de produtos por preços por atacado que são mais baixos que os que pode oferecer a maioria dos comerciantes locais que compram as suas mercadorias em quantidades muito mais pequenas. Há também outros sinais do aumento de prosperidade económica: um grande número de casas estão em construção ou reparação; algumas pessoas têm pequenas motocicletas e o número de bicicletas está a aumentar (embora ainda possuídas apenas por 35% dos agregados familiares); e há rumores de pessoas de Meluluca que se mudaram para Metangula e compraram um carro. Percorrendo as aldeias, todavia, é igualmente claro que se está longe de toda a gente ter beneficiado com os recentes desenvolvimentos económicos. É raro ver adultos ou crianças com sinais físicos de extrema pobreza (olhos sem vida, cabelo queimado, pernas inchadas), mas muitas casas são de fraca qualidade e são feitas de barro (o que as torna precárias e depois de algum tempo em risco de derrocada); as mulheres e as crianças em frente das suas casas preparam principalmente mandioca vinda directamente do campo (o que é um sinal de pobreza); quando as pessoas recebem visitas vão buscar uma esteira ou um simples tijolo (em vez de cadeiras, que são um sinal de bem-estar e satisfazem as expectativas locais de hospitalidade); e há destituídos em condições muito pobres em termos de vestuário e aspecto geral. Como se vê na Tabela x abaixo, o Estudo de Base confirma que há diferenças consideráveis na pobreza e bem-estar muito embora pareçam ser raros os casos de extrema necessidade. 12 Tabela 4. Indicadores Sócio-Económicos Mais Importantes (Rendimento, Despesa e Bens) Indicador Percentagem AFs que vendem produtos agrícolas 43,3 AFs que vendem peixe 49,2 AFs que gastam menos de 250 MT por semana 36,6 AFs que gastam mais de MT por semana 20,1 AFs com rádio 67,5 AFs com telefone 33,3 AFs com bicicleta 35,0 AFs com cadeiras 43,3 AFs sem esteira 5,8 Fonte: Estudo de Base Ninguém em Meluluca está formalmente empregado. A falta de empresas florestais, que são uma grande fonte de emprego e de controvérsia noutros distritos em Niassa, é explicada localmente dizendo que os seus régulos se recusaram a ceder terra enquanto a Administração Distrital diz que as empresas não estão realmente interessadas no Lago dada a dificuldade de acesso por estrada. 18

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