EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO, DIGNISSÍMO RELATOR
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1 Signature Not Verified Assinado por ALEXANDRE DE MORAES em 31/01/ :49: Alexandre de Moraes EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO, DIGNISSÍMO RELATOR Autos: ADI 4638/DF A ANAMATRA Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, devidamente representada por seu Presidente, nos termos estatutários (DOC. 01), por meio de seu advogado constituído (DOC. 02), tem a honra de requerer à VOSSA EXCELÊNCIA, nos termos do art. 7º, 2º, da Lei nº 9.868, de , seu ingresso na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 4638/DF, na condição de amicus curiae, pelos motivos a seguir narrados, que demonstram cabalmente o cabimento do pedido.
2 2 (I) DO CABIMENTO DO INGRESSO DA ANAMATRA NA CONDIÇÃO DE AMICUS CURIAE A ANAMATRA Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho tem por finalidade, conforme previsto no artigo 2º, incisos I, III e IV, de seu Estatuto, congregar magistrados do trabalho em torno de interesses comuns, defender e representar os interesses e prerrogativas dos associados perante as autoridades e entidades nacionais e internacionais e pugnar pelo crescente prestígio da Justiça do Trabalho. No exercício de suas atribuições estatutárias, a ANAMATRA nos termos do artigo 103, IV, da Constituição da República Federativa do Brasil tem legitimidade ativa ad causam para atuar desde que reconhecida a pertinência temática perante o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, no exercício de sua JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL, podendo ajuizar ações diretas de inconstitucionalidade, ações diretas de inconstitucionalidade por omissão, ações declaratórias de constitucionalidade e argüições de descumprimento de preceitos fundamentais, como já pacificado por essa EGRÉGIA CORTE SUPREMA (ADI 2885/SE, Relatora MINISTRA ELLEN GRACIE, DJ, ; ADI 3992/DF, Relator MINISTRO JOAQUIM BARBOSA, em andamento).
3 3 A Lei nº 9.868/99 inovou em nosso sistema de JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL, permitindo no controle concentrado a manifestação de outros órgãos ou entidades, desde que presentes a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes. A figura do amicus curiae, ou amigo da Corte, tem como função primordial trazer à colação do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL considerações importantes sobre a matéria de direito a ser discutida no Tribunal, bem como sobre os reflexos de eventual decisão sobre a constitucionalidade ou não da espécie normativa impugnada. A finalidade legal da previsão do amicus curiae na ADI é, exercer uma função de integração extremamente relevante no Estado de Direito (ADPF 97/PA Rel. Min. GILMAR MENDES, DJ, ), pois constitui evidente manifestação do impacto que o julgamento de ação de controle concentrado de constitucionalidade produz sobre a ordem jurídico-social. Com prevê-la, abrese um canal valioso para a participação de membros do corpo social interessados no processo de tomada de decisão da Corte, em reforço da legitimidade e do caráter plural e democrático da atividade exercida pelo julgador (ADI 3329/SC Rel. Min. CEZAR PELUSO, decisão: ). Conforme destacado pelo Ministro GILMAR MENDES, a construção sobre a participação do amicus curiae no Direito brasileiro, sugere a adoção de um modelo
4 4 procedimental que ofereça alternativas e condições para permitir, de modo cada vez mais intenso, a interferência de uma pluralidade de sujeitos, argumentos e visões. Essa nova realidade pressupõe além de amplo acesso e participação de sujeitos interessados no sistema de controle de constitucionalidade de normas, a possibilidade efetiva de o Tribunal Constitucional lançar mão de quaisquer das perspectivas disponíveis para a apreciação da legitimidade de um determinado ato questionado (ADI 2548/PR, decisão: ). Como bem salientado por VOSSA EXCELÊNCIA, a regra é não se admitir intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade, iniludivelmente objetivo. A EXCEÇÃO corre à conta de parâmetros reveladores da relevância da matéria e da representatividade do terceiro (ADI nª 3346 AgR-ED/DF, julgada em 28 de abril de 2009), exatamente como ocorre na presente hipótese, onde a matéria é de GRANDE RELEVÂNCIA, pois definirá no tocante ao artigo 12 os contornos de uma das competências constitucionais originárias do CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA a competência disciplinar e não há dúvidas quanto a representatividade da ANAMATRA.
5 5 (II) DA INAPLICABILIDADE DOS FUNDAMENTOS DE INDEFERIMENTO DE INGRESSO DA ANAMAGES COMO AMICUS CURIAE PARA A ANAMATRA Da mesma forma, reforçando a ADMISSIBILIDADE do pedido de ingresso como amicus curiae, os fundamentos da decisão de Vossa Excelência proferida nos autos da presente ADI, indeferindo o pedido de ingresso como amicus curiae da ANAMAGES Associação Nacional dos Magistrados Estaduais não se aplicam à ANAMATRA, uma vez que, trata-se da ÚNICA ENTIDADE DE CLASSE DA MAGISTRATURA DO TRABALHO DE ÂMBITO NACIONAL, não podendo ser considerada representada pela Associação maior, ou seja, a Associação dos Magistrados do Brasil, pois seu quadro de associados é absolutamente diverso do quadro de associados da AMB, com interesses nem sempre coincidentes ou homogêneos, como na presente hipótese, onde defende interpretação diversa do artigo 12 da Resolução nº 135, de 13 de julho de 2011, àquela dada pela AMB. Dessa forma, com o devido respeito as demais Associações, entendemos não se aplicar a argumentação utilizada anteriormente por VOSSA EXCELÊNCIA em relação à ANAMAGES, qual seja, Admitir outras associações de magistrados não trará o objetivo
6 6 da participação, que é o esclarecimento da matéria. Haveria, em última análise, sobreposição a ocasionar a complexidade da tramitação do processo, pois na presente hipótese, a admissão da ANAMATRA pretende pluralizar o debate constitucional, função essa da própria criação e admissibilidade do amicus curiae, como bem destacado pelo MINISTRO CELSO DE MELLO (ADI /SC, DJ, ). (III) DO PEDIDO Diante de todo o exposto, a ANAMATRA requer à VOSSA EXCELÊNCIA, nos termos do art. 7º, 2º, da Lei nº 9.868, de , seu ingresso na ADI 4638/DF, na condição de amicus curiae, bem como, a imediata juntada de Parecer Jurídico sobre a questão objeto da referida ação, e, conseqüente participação em todos os atos admitidos por essa SUPREMA CORTE. Termos em que, P. deferimento. Alexandre de Moraes OAB nº
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