Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 1ª Composição Adjunta da 2ª Câmara de Julgamento

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1 Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 1ª Composição Adjunta da 2ª Câmara de Julgamento Número do Processo: / Unidade de Origem: AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL SÃO BERNARDO DO CAMPO Benefício: 21/ Espécie: PENSÃO POR MORTE PREVIDENCIÁRIA Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Recorrido: NELIA MARIA DA CONCEICAO CORDEIRO - Titular Capaz Assunto: INDEFERIMENTO Relator: Relatório Trata-se de recurso especial interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social INSS em (recursoesp1, evento 32), por não concordar com a decisão proferida pela 15ª Junta de Recursos que, por intermédio do Acórdão nº 2837/2014 (acordao1, evento 30) deu provimento ao pedido de benefício de pensão por morte nº 21/ formulado pela interessada Nélia Maria da Conceição Cordeiro. O colegiado reconheceu a união estável entre o ex-segurado Dionísio Guido e a recorrida com base em domicilio em comum, encargos familiares e sua designação como companheira, Entendendo ter sido juntadas aos autos provas convincentes dessa relação e produzidas ás vésperas do fato gerador. Concluiu que a outra dependente já habilitada pelo INSS, também preenche os requisitos exigidos para comprovar sua união estável com o instituidor e que o fato da existência de outra companheira, que efetivamente comprovou essa condição, não pode ser óbice para a negativa do direito a outra, que também preenche as mesmas condições legais. Citou doutrina nesse sentido: A prova material, ainda que ofereça apenas uma via para presunções, goza de alta credibilidade por sua natureza casual e por sua contemporaneidade e, na justa medida em que se percebe que, de fato, originou-se espontaneamente, de uma só vez ou aos poucos, mas sempre contemporaneamente ao fato de afirma, ao fato cuja exitencia sugere. O problema não pode ser reduzido, contudo, á hipótese da relação adulterina em que seus participantes convivem sem o ânimo subjetivo correspondente áquele identificado em uma entidade familiar. Ainda que verificada a concomitância das relações, é possível que o concubinato apresente todos os requisitos que conformam a união estável previdenciária, especialmente quando se percebe a boa-fé da concubina e os contornos típicos de uma relação pública, continua e duradoura, com distribuição de encargos familiares, existência de filhos, por exemplo, casos em que, acrescente-se, a dependência econômica da companheira é presumível..(josé Antonio Savaris Direito Processual Previdenciário 2ª Edição pags. 270 e 430). Fundamentou sua decisão ainda com base em jurisprudência dominante que se manifesta no sentido de reconhecer no concubinato, mesmo impuro, efeitos próprios da união estável, transcrita abaixo: A existência de esposa em outra localidade não obsta o direito da companheira do de cujus á pensão por morte, quando comprovada a dependência econômica, mesmo presumida, uma vez que a Constituição de 1988 equiparou as instituições do casamento e da união estável. (TRF4 5ª T AC Rel. Luiz Antonio Bonat DJ ). O concubinato, ainda que impuro, gera efeitos na seara previdenciária. (TRF4 AC Rel. Fernando Quadros da Silva DJ ). A existência de esposa não constitui obice ao reconhecimento do direito á meação da pensão, diante das novas orientações constitucionais, que fazem emergir a isonomia entre o casamento e a união estável, portanto, para fins de direito previdenciário, devem ser reconhecidos os efeitos decorrente do concubinato, mesmo que impuro. (TRF2 AC Rel. Des. Benedito Gonçalves DJ ). Ainda, antigo precedente do TRF 3ª Região levanta outra ótica sobre o tema, ao concluir que não há que se falar no concubinato impuro quando o cônjuge ofendido tem conhecimento do adultério (AC Rel. Des. Arice

2 Amaral DJ ). Aplicou também o artigo 77 da Lei nº 8.213/91 que prevê a concorrência de dependentes de mesma classe, em igualdade de condições, não vedando a existência de mais de um companheiro, quando preenchidos todos os requisitos legais. Da decisão da Junta de Recursos, o INSS teve ciência em (evento 31). Nas razões recursais, a Autarquia Previdenciária argumenta que a interessada não apresenta documentação que cabalmente evidencie a existência de união estável com o de cujus ; que apesar de realizada pesquisa, no local onde a Requerente alega que residiam, não restou comprovado que requerente e segurado falecido coabitavam; que apesar de processada a justificação administrativa, a mesma não restou homologada quanto ao mérito considerando que houve concessão de benefício de pensão por morte sob nº 21/ tendo como beneficiária a Sra. Leda Maria P. Fernandes, que apresentou diversas provas referentes a união estável, como seguro de vida da qual era beneficiária, comprovantes de endereço, imposto de renda do segurado referente ao exercício 2012 onde constou como dependente, filhos em comum, bem como escritura pública de união estável datada de 2009, dentre outros. Salienta ainda que a Sra Leda (outra companheira), carreou aos autos s de uma suposta amante do segurado, datados de 2011, ano em que a Requerente alega que já vivia em união estável com o mesmo, de maneira que tais fatos alegados pela titular do beneficio 21/ merecem ser esclarecidos, pois induzem á conclusão de que o segurado era adepto de aventuras amorosas, sendo certo ainda que alega que a relação do segurado com a Requerente Nélia, seria mais uma relação dessa natureza. Assim, o INSS entendeu não ter restado comprovado o vínculo conjugal impossibilitando sua classificação como dependente do de cujus, com base no 6º, I, do art. 16 do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3048/99. Nas contrarrazões apresentadas (contrab1, evento 35), a recorrida alega que trouxe ao presente farta documentação comprovando a relação marital, bem como a coabitação sob o mesmo teto, dependência econômica, amparo material, físico e moral; que há prova material suficiente a sustentar a decisão da Junta de Recursos. A Sra. Leda Maria Palley Fernandes embargou a decisão da Junta de Recursos (evento 36) apresentando diversos elementos que, em resposta ao solicitado, referido órgão considerou improcedentes os argumentos da embargante, não vislumbrando qualquer violação à literalidade de Lei ou Decreto, obscuridade, ambiguidade, omissão ou contradição entre a decisão e seus fundamentos (artigo 58 do Regimento Interno do CRPS, aprovado pela Portaria MPS 548/11). Assim, a SRD (Seção de Reconhecimento de Direitos) encaminhou os autos a esta Unidade Julgadora requerendo a reforma da decisão da Junta de Recursos. Visando comprovar a união estável alegada a recorrida apresentou os seguintes elementos: -Certidão de óbito do ex-segurado com endereço à Rua Domiciano Rossi, 246 São Bernardo do Campo, declarante o filho Leonardo; -requerimento efetuado pela recorrida de inclusão do falecido em quadro social da Associação dos Funcionários Públicos do Município de São Bernardo do Campo, como companheiro, datado de ; -pagamentos de taxa de condomínio em nome do instituidor, com vencimento em e com endereço à R. Armando Ítalo Setti, 401 Bl. 02 apto. 62 Baeta Neves S. Bernardo do Campo; -pagamento de taxa de condomínio, com vencimento em fevereiro de 2013, em nome da requerente e com endereço a R. Armando Ítalo Setti, 401 apto. 62 bloco b Centro São Bernardo do Campo; -fatura de energia elétrica em nome da recorrente e com o mesmo endereço acima, referente ao mês de 09/12; -contrato particular de venda e compra de imóvel, constando o falecido e a requerente com adquirentes em e ambos domiciliados á Av. Armando Ítalo Setti, 401 Bl. 02 apto declarações de testemunhas; -declarações da Clínica Uzum informando que o segurado esteve internado para tratamento em e de a e foi acompanhado pela recorrida; -contas de condomínio relativos aos meses de junho/12, maio/12 e fevereiro/2013, em nome da recorrente e pagos pelo ex-segurado; -taxa condominial de março de 2013, em nome do falecido e no endereço R. Armando Ítalo Sette, 401, bl. 02 apto. 62; -termo de liberação de alta hospitalar do Hospital São Bernardo, datado de , onde consta a recorrente como responsável; -declaração da clínica Uzum constando que a recorrida acompanhou esposo no período de 05/02 a 08/02/2013; -nota fiscal de serviços prestados da Clinica Uzum, onde consta o instituidor como tomador do serviço e a requerente como esposa, datado de ; -Comprovante de endereço da recorrida e do ex-segurado à R. Armando Italo Setti, 401 Bl.B, AP.62 São Bernardo do Campo;

3 -ata de Assembléia de condomínio, onde consta a requerente como membro do conselho consultivo e o falecido como presidente, de ; -declaração de óbito do instituidor com o endereço supracitado; -ficha de internação hospitalar em nome do falecido e datada de , com endereço à Rua Armando Ítalo Setti 40, constando a recorrida como responsável e acompanhante; -Termo de responsabilidade datado de em nome da recorrida como responsável pelo paciente (exsegurado); -solicitação de encerramento de conta no Banco Itaú Unibanco S.A., em nome do falecido e tendo a interessada como solicitante, datado de ; -fotos; -reserva de cruzeiro marítimo e cartões de embarque datados de , em nome do casal, com pagamento efetuado pelo instituidor. -Comprovante de endereço em nome da recorrida à Rua Silva Jardim, 230 Tor 3 ap1, São Bernardo do Campo SP; Em outro pedido de pensão por morte para o mesmo instituidor, Nb , requerido em por Leda Maria Vezzu Palley, na condição de companheira do instituidor foram apresentados os seguintes elementos: -certidão de nascimento de filho havido em comum em ; -escritura de reconhecimento mútuo de união estável e regulamentação de convivência, lavrada por Tabelião em ; -ficha de adesão em clube de campo, datado de , em nome do falecido e citando a requerente como dependente; -Comprovante de endereço em nomes de Ivaldo Bonfim dos Santos/Dionísio Guido à Rua Borda dos Campos, 122 SBC-SP; -apólice de seguro junto ao banco Unibanco, datado de 2009 e contendo a requerente como beneficiária e qualificada como esposa; -declaração de imposto de renda de 2011, do instituidor, constando o CPF da requerente como cônjuge; -contas de consumo de serviço de TV e Internet, com vencimentos em e , em nome do falecido e endereço à R. 3 Marias, 11 Jd. Três Marias São Bernardo do Campo; -contas em nome da requerente, com vencimentos em e e constando endereço à R. Três Maria, 11 Centro São Bernardo do Campo; -conta de consumo de energia elétrica, relativa ao mês de janeiro/2013, em nome do ex-segurado e com endereço à R. 3 Marias, 21 S. Bernardo do Campo; -fatura de IPTU em nome da requerente, com vencimento em e constando endereço a R 3 Marias, 21 e 11 Jardim 3 Marias S. Bernardo do Campo; -contrato de locação de imóvel para Leonardo Palley Guido (filho do casal), datado de , constando o pai como fiador; -declaração da requerente informando que o endereço citado na certidão de óbito refere-se ao imóvel alugado temporariamente pelo casal em face da reforma do imóvel da R. 03 Marias, 11/21; -notas fiscais de compra, de e , em nome da requerente e comprovante de endereço sendo o mesmo do acima citado; -fatura de cartão de crédito em nome de Leda M. Vezzu Palley com vencimento em Comprovante de endereço de Leda Maria Vezzu Palley e do ex-segurado à R. Tres Maria, 11 centro SBC SP. -viagem realizada em 2010 por Leda e Guido; -passaportes de ambos emitidos em 2009; -extrato de conta corrente Banco Nossa Caixa S.A, emitido em , em nome de ambos; -Escritura pública de compra e venda de imóvel datada de constando a beneficiária como compradora; -Instrumento particular de compromisso de compra e venda de imóvel, de , constando ambos como vendedores; -Relação de material de construção datada do ano de 2011 em nome do ex-segurado e nota fiscal em nome de Lêda Maria Palley à Rua três Marias, nº 11/21; -Declaração de testemunhas informando que o casal nunca se separou; -declaração da Clínica Uzum informando que a autorização para procedimento foi dada pelo filho Leonardo e Leda Maria Vezzu Palley;

4 -Comprovantes de endereço em nome de Leda Maria Vezzu Palley à Rua M 100 AP 022 Village do Bosque Porto Seguro BA; -apólice de seguro, inclusão em 2009 feita pelo falecido em favor de Leda Maria Vezzu (esposa); -recadastramento de servidor do Instituto de Previdência do Município de São Bernardo do Campo, figurando como servidora Leda Maria Vezzu e o falecido como companheiro, datado de ; -compra de automóvel pelo sistema Leasing, feita em , pelo falecido em favor de Leda; -correspondências emitidas para o segurado, em 2012 e 2013, contando endereço á R. Três Marias, 21. -Cartas e mensagem eletrônica enviadas ao ex-segurado por suposta namorada em Recibo de Clínica veterinária por pagamento efetuado pelo ex-segurado de seus animais; -Comprovantes de endereço em nome do ex-segurado à Rua Três Maria 11/21 Jd. Três Marias SBC SP; -Cópia de cheque de Guido e Barros Advogados em nome de Leda Maria. V. Palley; -Comprovante de pagamento de sinistro em nome da beneficiária Leda Maria; -Declaração da Paróquia; -Aviso de sinistro constando união estável com a Sra. Leda Maria Vezzu Palley; -Correspondência enviada ao filho do ex-segurado sobre cobrança do valor hospitalar; Quanto a Justificação Administrativa, a mesma foi processada concluindo pelo reconhecimento da união estável com o segurado até a data do óbito sendo homologada quanto a forma, contudo, não foi homologada quanto ao mérito, sob o argumento de que a dependente Leda Maria, titular do outro benefício, apresentou várias provas e questionou as provas apresentadas pela recorrente Nélia. Foram realizadas pesquisas, as quais tiveram resultado negativo, uma vez que as pessoas entrevistadas não souberam informar sobre a união estável em questão. Na forma regulamentar, vieram os autos à nossa apreciação. Inclusão em Pauta Incluído em Pauta no dia 27/02/2015 para sessão nº 0043/2015, de 13/03/2015. Voto EMENTA: PENSÃO POR MORTE PREVIDENCIÁRIA. RECURSO ESPECIAL DO INSS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO DO DE CUJUS E DA UNIÃO ESTÁVEL ENTRE A RECORRIDA E O EX-SEGURADO. POSSIBILIDADE DE CONCESSÃO. ILEGALIDADE DO ATO RECORRIDO. ARTIGO 22, PARÁGRAFO 3º E ARTIGOS 105, 142 E 143 DO DECRETO Nº 3.048/99. RECURSO CONHECIDO E NEGADO AO INSS Presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso especial do INSS, tendo em vista sua tempestividade, nos termos do artigo 305, 1º do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99. A recorrida alega que vivia em união estável com o segurado falecido, sem que, no entanto tivessem legalizado tal situação, sendo que a requerente é solteira e o segurado era divorciado. A legislação previdenciária considera união estável aquela configurada na convivência pública, contínua e duradoura entre o homem e a mulher, estabelecida com a intenção de constituição de família, observado o 1º do artigo 1723 do Código Civil, instituído pela Lei nº , de 10 de janeiro de O óbito do instituidor do benefício ocorreu, sem que tenha sido feita a inscrição do dependente, ainda assim o companheiro ou a companheira poderia promovê-la, com a apresentação de no mínimo três documentos elencados no artigo 22, 3 do Decreto n.º 3.048/99. Se o número de documentos for insuficiente ou não estejam elencados no referido artigo, mas sejam contemporâneos e demonstrem a existência da sociedade de fato do casal, na forma do artigo 226, 3º da Constituição Federal e nos 5º e 6º, do artigo 16 do Decreto n.º 3.048/99, poderão servir como razoável início de prova material para a comprovação da união estável mediante o processamento de justificação administrativa, nos termos do artigo 108 do Plano de Benefícios da Previdência Social que dispõe: "Mediante justificação processada perante a Previdência Social, observado o disposto no 3º do artigo 55 e na forma estabelecida no Regulamento, poderá ser suprida a falta de documentos ou provado ato do interesse de beneficiário ou empresa, salvo no que se refere a registro público." Ressalto que tal entendimento se deve ao fato de que, em respeito ao princípio da ampla defesa, devem ser consideradas provas que se mostrem convincentes.

5 Da análise dos elementos juntados aos autos, esta relatora observa que foram apresentadas provas indicando o mesmo endereço entre o ex-segurado e a recorrida na ocasião do óbito, encargos domésticos, registro em Associação informando a condição de companheiro, acompanhamento médico pela interessada e vários outros. Embora referidos elementos tenham sido considerados insuficientes pela Autarquia para a prova pretendida foi processada uma Justificação Administrativa, na qual as testemunhas ratificaram a existência da sociedade de fato do casal, na forma do artigo 226, 3º da Constituição Federal e nos 5º e 6º, do artigo 16 do Decreto n.º 3.048/99. Diante de todo o exposto, entendo estar devidamente caracterizada a qualidade de dependente da interessada na condição de companheira do ex-segurado falecido, preenchendo os requisitos exigidos nos artigos nos artigos 16, 22 e 105 do RPS/Decreto n.º 3048/99. Assim, mantenho a decisão da Junta de Recursos na íntegra. CONCLUSÃO: Pelo exposto, voto, no sentido, de CONHECER DO RECURSO ESPECIAL DO INSS, para, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO. Relator(a) Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). IRENE DOS SANTOS Conselheiro(a) Suplente Representante das Empresas Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). MARIA RITA DA COSTA MIRANDA Conselheiro(a) Suplente Representante do Governo Presidente concorda com voto do relator(a). KELLY WATANABE KOKETSU Presidente Decisório Nº Acórdão: 629 / 2015 Vistos e relatados os presentes autos, em sessão realizada hoje, ACORDAM os membros da 1ª Composição Adjunta da 2ª Câmara de Julgamento do CRPS, em CONHECER DO RECURSO E NEGAR PROVIMENTO AO INSS, POR UNANIMIDADE, de acordo com o voto do(a) Relator(a) e sua fundamentação. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros IRENE DOS SANTOS e MARIA RITA DA COSTA MIRANDA. Relator(a) KELLY WATANABE KOKETSU Presidente