GUIA DE CONTRATAÇÃO DE EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS EM CONTROLE DE QUALIDADE DE AR DE INTERIORES.
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1 GUIA DE CONTRATAÇÃO DE EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS EM CONTROLE DE QUALIDADE DE AR DE INTERIORES. Volume I - Guia nº
2 GUIA DE CONTRATAÇÃO DE EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS EM CONTROLE DE QUALIDADE DE AR DE INTERIORES. INTRODUÇÃO Para a contratação de uma empresa, com o objetivo de realizar analises, gerenciamentos e manutenção dos sistemas de ar condicionado, visando manter ou melhorar a qualidade do ar que é oferecido aos usuários dos ambientes, deve-se observar que os seguintes passos: a) Trata-se de um serviço especializado, que envolve hoje com os novos conceitos higiênico-sanitário e de qualidade de vida, o conhecimento técnico-científico da área específica e as soluções tecnológicas adequadas; b) A meta a ser atingida deve ser sempre a boa qualidade do ar que se respira. Preservar diretamente a saúde das pessoas que ocupam os ambientes climatizados e garantir a produtividade da empresa; c) As propostas apresentadas pelos prestadores de serviços dão uma idéia bastante clara de sua capacidade técnica. Sempre que for possível, deve se pedir as referencias destas empresas, sobretudo a sua filiação e entidades que possam dar suporte técnico e científico. Desta forma, existem características técnicas importante a serem observadas e garantidas numa proposta, bem como características comerciais e éticas o que passamos a expor em seguida: ITENS QUE DEVEM SER OBSERVADOS EM UMA PROPOSTA TÉCNICA Comercial e ética. Para avaliação de uma proposta comercial algumas solicitações devem ser feitas com objetivos específicos de comprovação ética e profissional. Desta forma: 1. Sempre deve ser solicitado de todas as empresa participantes o contrato social, com o objetivo de avaliação de sua ligação com outras empresas também participantes do processo de licitação. É muito freqüente composição em licitações de empresas de parentes ou empresas de um mesmo dono ou grupo de donos com razões sociais distintas. Outro ponto a ser observado é se o serviço a ser executado está claramente descrito nos objetivos da empresa, evitando-se com isso o exercício ilegal de atividades. 2. Solicitar curriculum vitae dos profissionais envolvidos diretamente ao trabalho com função específica de decisão ou de conhecimento, com objetivo de comprovação de capacidade técnico e/ou científica. Procure nunca se deixar enganar por listas de clientes, pois estas em via de regra são simplesmente confeccionadas e na vigência de utilizá-las, confira a veracidade dos fatos.
3 3. Procure observar se seu prestador de serviço é afiliado de alguma Sociedade Científica ou se possui alguma forma de certificação como, por exemplo Selo de Qualidade em sua área de atuação, emitido pela Sociedade Científica. 4. Tome sempre muito cuidado com associações de empresas que simulam organizações científicas com objetivo de atrair um mercado em potencial. 5. Peça sempre uma forma de otimização dos custo de forma a obter a melhor relação custo-benefício. Técnica. Uma proposta para um serviço técnico é, antes de tudo, uma descrição dos procedimentos do prestador de serviço. Propostas que contenham uma descrição detalhada dos serviços, com todos os passos da metodologia utilizada dispostos numa ordem lógica são a primeira garantia de um bom resultado. Assim, recomendamos a seguinte estrutura: 1. Diagnóstico de situação é sempre a primeira procedência em relação ao ambientes interiores, o qual determinará que providências a serem tomadas. 2. Localização precisa de focos de contaminação do sistema através de análises microbiológicas e análises complementares, quando necessárias; 3. Identificação da existência de microrganismos patogênicos; 4. Determinação dos níveis de contaminação e comparação com os padrões referenciais; 5. Diagnostico de imprecisões em sistemas de barreiras (filtros) e erros de projetos ou instalações do sistema; 6. Diagnostico de incorreções nos procedimentos de manutenção higiênico - sanitária; 7. Higienização das casas de máquinas, entrada do ar externo e elementos das centrais de tratamento de ar; 8. Higienização da rede de dutos (quando claramente demonstrado através da busca de fontes ativas); 9. Coleta de resíduos; 10. Diagnóstico final; 11. Recomendações preventivas. Com esta estrutura apresentada, o passo seguinte é observar a metodologia utilizada em cada uma das etapas. 1 - DIAGNÓSTICO LABORATORIAL. As análises de avaliação ambiental, tem por objetivo traçar um diagnóstico de situação atual. Este diagnóstico determinará a presença ou ausência de riscos de agravo a saúde dos usuários em ambientes interiores. O Diagnóstico laboratorial é um procedimento que visa o atendimento da Portaria Ministerial nº. 3523/GM de 28/08/1998 e Resolução nº RE 176 de 24/10/2000 e sua revisão Resolução nº RE 9 de 16/01de Os serviços de análises microbiológicas serão periódicos, com intervalos semestrais, sendo que a análise inicial será usada como base para posterior realização de serviços e/ou intervenções que se fizerem necessárias, após o diagnóstico inicial.
4 Norma Técnica 01 Controle microbiológico de ar (ar ambiental). - Inclui: Pesquisa de microbiota fúngica (contagem total, diferencial e identificação). Objetivo: Quantificar fungos. Estes elementos são marcadores epidemiológicos da qualidade do ar. Esta análise permite ainda, uma boa avaliação do ambiente, no que concerne a fenômenos de hipersensibilidade. Norma Técnica 02 Determinação de CO2 (Dióxido de Carbono). - inclui: Contagem de CO 2, através de sensor eletrônico. Objetivo: Quantificar os níveis residuais de CO 2. Este gás é utilizado como um marcador epidemiológico de renovação de ar externo, entretanto originário da respiração humana. Norma Técnica 03 Determinação de Temperatura, umidade relativa e velocidade do ar. - inclui: Determinação da temperatura, umidade e velocidade do ar ambiental. Objetivo: Quantificar temperatura e umidade como marcadores epidemiologicos de saúde. Estas variáveis físicas estão ligadas a fenômenos gripais tais como a febre da umidade. Quantificar a velocidade do ar como marcador epidemiológico de conforto ambiental. Norma Técnica 04 Determinação de aerodispersoides. - inclui: Contagem de particulados aerodispersos, através de gravimetria. Objetivo: Quantificar a matéria particulada no ar ambiental. Estes elementos são marcadores epidemiológicos de deficiencia de filtragens e/ou acúmulo de sujidade em dutos ou ainda em ambientes interiores. 2 - LOCALIZAÇÃO DOS FOCOS DE CONTAMINAÇÃO Na vigência de serem encontradas situações adversas com ambientes em condições não aceitas pelo Padrão Referencial, definido pela Resolução RN 176, haverá a necessidade de busca das fontes poluentes ativas no sistema, as quais deverão ser realizadas através das análises que se seguem: A localização dos focos de contaminação deve ser realizada através de uma série de coletas nos diferentes pontos do sistema. Estas devem ser coletadas nos seguintes pontos: 1. Bandejas de condensação da máquina de ar condicionado. 2. Dutos de insuflamento 3. Coleta do ar insuflado 4. Coleta do ar de retorno
5 5. Coleta do ar de mistura 6. Coleta do ar de renovação do ar externo Controle microbiológico de ar (ar insuflado, ar de retorno, ar de mistura e renovação do ar externo). - Inclui: Pesquisa de microbiota fúngica (contagem total, diferencial e identificação). Objetivo: Quantificar fungos. Estes elementos são marcadores epidemiológicos da qualidade do ar segundo as variáveis do sistema de climatização, permitindo avaliar fontes primárias, secundárias e terciárias. Perfil diagnóstico - Destinado a máquinas não tratadas. - inclui: Contagem padrão em placa de bactérias heterotróficas. Pesquisa de microbiota fúngica (contagem total, diferencial e identificação). Pesquisa de algas. Pesquisa de protozoários. Pesquisa de Legionella sp. Obs.: realizada em dois materiais (água e biofilme), por amostra. Objetivo: Qualificar e quantificar o ecossistema formado na bandeja de condensado, caracterizando a magnitude e complexidade da principal fonte poluente primária no sistema. Pesquisa de Legionella sp. Objetivo: Agente patogênico causador da pneumonia por Legionella e da febre de Pontiac. Avaliação microbiológica de dutos (bioparticulado). - inclui: Contagem padrão em placa de bactérias heterotróficas Pesquisa de fungos (contagem total). Avaliação do particulado total Avaliação do potencial imunoalergênico Objetivo: Quantificar os níveis residuais advindos da fonte contaminante e desenvolvidas secundariamente nos ambientes. Avaliação microbiológica de superfícies. - inclui: Contagem padrão em placa de fungos e bactérias Pesquisa de ácaros. Avaliação do particulado total Avaliação do potencial imunoalergênico Objetivo: Quantificar os níveis residuais advindos da fonte terciária contaminante. Todas as amostragens de ar devem ser feitas com um Impactador em Cascata, com vazão fixa, acelerador linear e baixa vazão (25 a 35 l/min), permitindo a cultura de estruturas fúngicas viáveis em ambientes comuns. É importante ressaltar este ponto, pois existem muitas metodologias para coleta de ar, porém uma grande maioria destes equipamentos possui vazão variável e trabalha em alta vazão. Metodologias de quantificação de partícula precipitável viável (partículas pesadas), tais como a simples abertura de placas não são aceitas.
6 Análises complementares: Gravimetria do particulado de superfície pode ser de grande utilidade na avaliação de procedimentos de higienização. Trata-se de um método não padronizado ainda no Brasil, porém já normatizado em alguns países desenvolvidos. Este método avalia os índices de reprodução de matéria particulada (poeira) na superfície dos dutos, utilizando a razão peso (massa) por metro quadrado de superfície. Quando de sua utilização deve-se aplicar padrões internacionais. 3 - IDENTIFICAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE MICROORGANISMOS PATOGÊNICOS Feitas as coletas, o material segue para um laboratório especializado em Indoor Environment, para que seja identificado o ecossistema presente no ambiente e nas fontes poluentes, verificando-se a existência ou não de microorganismos patogênicos. 4 DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE CONTAMINAÇÃO E COMPARAÇÃO COM OS PADRÕES REFERENCIAIS Uma vez identificados os microorganismos, o passo seguinte é determinar em que quantidade estão presentes, independente das espécies presentes. É importante lembrar que as estruturas fúngicas podem ser vistas como proteínas em suspensão e que quando inaladas em determinada quantidade, podem induzir processos alérgicos, iniciando-se pelos mais susceptíveis. Esta quantificação é a base para a classificação dos ambientes e auxilia na indicação das medidas de remediação a se adotar. 5 DIAGNÓSTICO DE IMPRECISÕES EM SISTEMAS DE BARREIRAS (FILTROS) E ERROS DE PROJETOS OU INSTALAÇÕES A empresa prestadora de serviços deve, durante os procedimentos de diagnóstico, aplicar um check-list de inspeção nas instalações, observando características de filtragem no sistema (entrada da máquina, retorno e renovação de ar externo) bem como todo um escopo de observação quanto a características de projeto, instalação e operação do sistema, detectando e informando inadequações, erros de projetos ou inconformidades na operação do sistema, através de um relatório. 6 DIAGNÓSTICO DE INCORREÇÕES NOS PROCEDIMENTOS DE MANUTENÇÃO HIGIÊNICO-SANITÁRIA A Empresa prestadora de serviços deve, durante os procedimentos de diagnóstico, avaliar as condições higiênico-sanitárias no processo de manutenção, relatar as inconformidades e sugerir os procedimentos mais adequados para cada situação específica. 7 HIGIENIZAÇÃO DAS CASAS DE MÁQUINAS, ESNTRADA DO AR EXTERNO E LEMENTOS DAS CENTRAIS DE TRATAMENTO DO AR
7 As casas de máquinas devem ser limpas, a entrada do ar exterior (caso seja dutada) deve ser desempoeirada, aspirada e limpa. Os elementos das centrais devem ser desempoeirados, aspirados e as partículas deve ser recuperadas. Outros elementos das centrais merecem atenção especial. São eles: a serpentina de resfriamento, que deve ser limpa por sopro de ar comprimido e lavada, quando possível, com detergente neutro biodegradável; a bandeja de condensado, que deve ser limpa com detergente neutro biodegradável, ou ainda receber tratamento especial quando necessário. 8 HIGIENIZAÇÃO DA REDE DE DUTOS Para a higienização de dutos, quando necessário e indicado através dos procedimentos diagnósticos, recomenda-se que as propostas mencionem a garantia da qualidade dos ambientes, desde a proteção de móveis e equipamentos dos ambientes onde estão os dutos, bem como a padronização e adequação de escotilhas na abertura de janelas de inspeção e de acoplamento da central de depressão. Todos os trechos da rede onde o serviço será realizado devem ser inspecionados antes, com a utilização de robôs com câmera ou sondas filmadoras e gravados em VHS. Após esta inspeção, deve ser feita a limpeza a seco da rede de Insuflamento e de retorno (quando houver), assim como todos os acessórios da rede, tais como dampers, spliters, etc. São Indicados para este procedimento as diretrizes previstas na recomendação normativa da ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento) Renabrava I, para execução de serviços de limpeza e higienização de sistemas e distribuição de ar 9 COLETA DE RESÍDUOS Os resíduos devem ser criteriosamente coletados, de forma a não proporcionarem uma contaminação ambiental e consequentemente a recontaminação do sistema de climatização. Todos os critérios de segurança individual (EPIs) devem ser utilizados no processo de coleta e transporte dos resíduos. Os resíduos sólidos deve ser acondicionado em sacos plásticos, identificados e dispostos em aterro sanitário ou incinerado. 10 DIAGNÓSTICO FINAL É indispensável a inclusão de um diagnóstico final. Este, juntamente com a inspeção visual, garantirá a qualidade do serviço executado, bem como certificará as boas condições ambientais frente às autoridades de fiscalização sanitária. Este diagnóstico deve Ter o mesmo teor do diagnóstico inicial, ou seja, as mesmas coletas e análises nos mesmos pontos amostrados, determinando um processo comparativo que demonstre a evolução interveniente. 11 RECOMENDAÇÕES PREVENTIVAS. As recomendações preventivas são um escopo de medidas que deverão ser apresentadas ao cliente, de forma a permitir que os serviços de higienização, quando prestados, perdurem por maior tempo possível, sendo eliminada toda e qualquer inconformidade de operação
8 e/ou manutenção. Estas medidas são personalizadas atendendo às características de cada instalação. CRITÉRIOS DE SEGURANÇA A Empresa prestadora de serviço deve assegurar que seus funcionários apresentem-se em seus clientes devidamente uniformizados e munidos de EPIs ( Equipamento Individual de Segurança ). A Empresa prestadora de serviços deve ainda garantir a integridade do ambiente, acabamentos de interiores e demais bens patrimoniais de seu cliente. ARRANJO AMOSTRAL O procedimento amostral deve ser compatibilizado a legislação vigente (Resolução nº RE176 de 24 de 0utubro de 2000 e sua revisão a Resolução RE9 de 16 de janeiro de 2003). Desta forma são computados a metragem quadrada de área climatizada e definido o número de pontos na tabela abaixo. CUIDADOS ADICIONAIS Todo prestador de serviços pretende que seu serviço seja bem realizado e seus efeitos sejam sensíveis. Assim, é recomendável que as propostas prevejam outras ações a serem executadas pelo contratante, quando este estiver ligado ao processo de gerenciamento da qualidade ambiental, tais como: procedimentos de manutenção do sistema de ar condicionado, procedimentos básicos de higienização do ambiente (superfícies fixas) e paisagismo interior. Este documento foi aprovado pelo Conselho Científico da BRASINDOOR Sociedade Brasileira de Meio Ambiente e Controle de Qualidade de Ar de Interiores. Este documento foi produzido pela Comissão Tecnológica de Higienização, composta pelos seguintes membros: Eng. Paulo G. Peres Eng. Paulo Caruso Junior Eng. Paulo Hoenen Sra. Maria Josefina Rosas de Brito Sr. Eduardo Coelho
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